{...} Abre mais a blusa, me usa! Só não pede pra parar... ♪♫

sexta-feira, 29 de maio de 2015

Capítulo 53

Narrado por Fernanda
  Assim que fechei a porta do meu quarto comecei a rir sozinha do que tinha feito com o Luan não muito tempo atrás... E por ainda querer dormir com o cheiro dele nem banho tomei e me joguei na cama toda suada, cheirando à ele. Aproveitei também para postar nossa foto, que eu tinha esquecido.

@FerMarques: Somos lindos, sempre ❤✌

  Na segunda-feira era dia de aproveitar bem o primeiro dia de férias... Mas era dia também do meu pai ir a consulta e como era de costume eu e minha mãe o acompanhamos.

_ Ele está apresentando melhoras, né mãe?
_ A Renata disse que sim, que ele está respondendo bem. Mas que ainda falta muito pra ele voltar. Dois meses ou mais e seu pai é muito impaciente.
_ Eu sei.

  Voltamos para a sala e ficamos até que terminou tudo e podemos ir pra casa. Assim que cheguei, desci pra ficar com o Lupy e levei meu celular para o caso de "alguém" ligar. Mas esse alguém só me ligou depois das três da tarde que foi quando ele acordou, nós conversamos e eu estava tomando banho pra ir me encontrar com ele.

_ Ei. Vai aonde mocinha?
_ Pai...
_ Eu tô de olho, não é porque você é adulta que é dona do seu nariz.
_ Pai...
_ Ele tem que pedir minha permissão antes de ficar te levando pra sair.
_ Mas...
_ Mas, nada. E não vai chegar tarde hein.

  Dei um beijo nele e na minha mãe e fui. Cheguei no condomínio dele e passei tranquila pela portaria, estacionei e a casa dele estava aberta. Entrei e dei de cara com ele e uma loira com um microshorts na cozinha... Já não gostei.

_ Princesa. -ele disse e ela também olhou.-
_ Quem é você, fofa? -empurrei ele.-
_ Prazer, Thays... Sou a vizinha da frente.
_ Hum, atrapalho?
_ Não, só vim entregar uma coisa da mãe do Luan. Já vou indo. -jogou beijos e saiu.-
_ Precisava engolir a menina não, Fernanda. -me abraçou pela cintura beijando meu pescoço e me arrepiando por inteira.-
_ Não gostei, mais bunda e peito que eu. Não tô podendo competir...
_ Só você me interessa. -me virou de frente pra ele e depois de me olhar fixamente nos olhos me beijou. E que beijo viu, fiquei sem ar, boca até mudou de cor.-


_ Vamos ficar aqui fazendo nada mesmo?
_ A gente podia ver um filme, né gatinha... Com pipoca e...
_ Não sei cozinhar, nem miojo.
_ De microondas, filha. -riu e eu sentei no sofá enquanto ele foi pra cozinha e voltou depois de um tempo com a vasilha de pipoca e dois copos de coca-cola.-
_ Isso, vou ficar é cheia de celulites.
_ Nem ligo pra isso se quer saber.
_ Eu ligo e muito viu.

  Começamos a assistir O Silêncio dos Inocentes e ele estava todo concentrado enquanto eu estava sofrendo por antecipação já que não tinha acontecido nadinha mesmo. Depois de uma hora de filme que a coisa começou a pegar e eu fui obrigada a apertar ele com as unhas sempre que me assustava, sempre e o resultado por ele todo unhado na barriga, no peitoral... Braços então...

_ Eu tenho show ainda depois de amanhã viu, quero ver explicar isso aqui.
_ Não pedi pra você por filme de terror!
_ Medrosa.
_ Quero fazer xixi, mas não quero ir sozinha no banheiro não. -falei séria e ele riu.- Não tô brincando...
_ Não tô crendo nisso não. Bora vai...

  Saí do banheiro focada em uma coisa e quando chegamos na sala que ele me olhou em silêncio eu sentei em seu colo e iniciamos um novo beijo, com uma pegada mais safada e quente! Eu arranhava levemente sua nuca fazendo com que ele apertasse minha bunda cada vez que sentia o tal arrepio. Nos deitamos e ele como um expert foi tirando minha blusa com facilidade assim como fez com o meu shorts segundos depois e só faltava ele se livrar da samba-canção que vestia, mas ainda era cedo pra isso.

_ Fernanda, porra. Olha o tamanho dessa calcinha! -dei risada.- Puta que pariu que gostosa!
_ Eu ou a calcinha?
_ As duas, mas prefiro você. -voltou a me beijar e roçar meu corpo no pau dele que estava dando sinal de vida, mas mesmo eu sabendo que era ele. Que era Luan que estava ali eu comecei a ficar tensa, muito tensa e ele percebeu isso.- Calma, não precisa ficar nervosa. -beijou meu pescoço.- Sou eu princesa.

  Ele ficou por cima de mim e foi descendo seus beijos trilhando um caminho até o pé da minha barriga e quando chegou na minha calcinha abriu bem minhas pernas e deu um beijo molhado e excitante. Foi tirando minha calcinha, passou um dedo e o chupou, indo e inalando meu cheiro em seguida. Todo o ar que estava prendendo eu soltei quando ele deu a primeira chupada e eu me contorci toda sentindo aquela língua geladinha na minha ppk quente.

_ Ãn! -gemi afastando ainda mais e segurando sua cabeça bem de frente mesmo.- Ah! -ele estava começando devagar, como se estivesse me degustando. Experimentando algo novo.- Ôh! -sua intensidade foi aumentando junto com a velocidade e eu estava bem próxima de gozar, mas não queria gozar na boca dele e por isso tentei em vão afastar.- Oh, Luaaan... -sua lingua agora entrava e saía chegando a fazer estalos e aquilo estava um céu, me fazendo chegar ao paraíso. Eu precisava de mais.- Não para, eu vou gozar Luan! -gemi uma última vez sentindo meu corpo contrair e não me reprimi, gritei seu nome enquanto ele sugava tudo e muito satisfeito.- Ãn! -meu corpo estava em espasmos e ele estava gostando, já que segurou firme minha cintura e voltou a beijar minha coxa e voltou e se sentar no sofá puxando-me para o colo dele e pegando meus cabelos enquanto alisava minhas costas com a mão que estava livre afim de tirar meu sutiã.-

   Eu queria mais que aquilo, aliás, eu precisava. Comecei a rebolar em seu colo ciente do que fazia, passando bem minha bunda em cima do pau dele que crescia dentro da cueca e ele gemia dizendo estar gostoso. Quando estava no ponto pedi que ele o tirasse da cueca e respirei fundo me encaixando nele.
  Gemi junto com ele, estava sendo doloroso por ele parecer ainda maior ou eu apertava demais, não sei. Sentei nele inteiro e mal conseguia me mover deixando que meu corpo acostumasse.

_ Como você tá apertada! -ele disse fechando os olhos e jogando a cabeça pra trás.- Ah! Como é bom te comer... -ele segurou firme os dois lados da minha cintura e me ergueu, indo de encontro comigo e me socando forte fazendo com que eu gritasse.- Isso, grita mais!

  Luan tinha o dom. O dom de me atiçar e satisfazer. Nem acredito que estava transando outra vez e com ele. Um verdadeiro prazer. Ficamos assim horas e horas mesmo, suamos pra cacete, meus cabelos grudavam na minha testa. Perdi as contas de quantas vezes ele me fez chegar ao limite. Nos deitamos no sofá, ele me pondo sobre seu peito. Ainda nus e ele me acariciava, agora com carinho e ternura. E eu correspondia alisando seu peiroral. Ambos com as respirações mais aceleradas, porém se estabilizando.

_ Ainda de castigo?
_ Não. -dei risada.- Até cansei, acho que precisamos de um banho.
_ Até dois, mas agora não... Quero continuar sentindo seu cheiro assim, natural. Cheiro de mulher.
_ Uma mulher pós-foda. Aí, Luan. Que tarde foi essa.
_ A nossa, "primeira" de muitas.
_ Safado. -demos um selinho.- Estou me sentindo mulher outra vez, sério.
_ Fico feliz em saber que faço parte disso. -me abraçou e eu acabei dormindo de tão cansada que estava.-



Narrado por Luan
  Minha tarde com a Fernanda só fez perceber que estava certo quanto a minha decisão, e eu estava feliz com isso. Muito mesmo.
  Dormimos ali na sala, apenas com uma blusa cobrindo a bunda dela. Acordei com o celular tocando, era a Bruna.

_ Dormindo até agora, Pi? Te liguei a tarde inteira.
_ Desculpa, tava meio ocupado aqui.
_ Aí que nojo! Eu não precisava saber disso... A Fê ainda está aí?
_ Dormindo, tá bem cansada sabe... -conversamos mais um pouco e ao desligar que pude ver que já passava das 19h da noite.-
_ Quem era? -perguntou com voz de sono.-
_ Piroca.
_ Hum. -virou a cabeça pro outro lado.-
_ A gente precisa decidir o que vamos comer, que eu tô cheio de fome.
_ Aham... -dei risada, ela tava parecendo eu quando acabo de acordar e o povo fica fazendo pergunta.-
_ Então levanta... -ela negou.- Vai Fefê.
_ Me deixa dormir, deixa gato. -bocejou e abraçou meu pescoço.-
_ Nanda?

  Ela sentou e eu não pude nem desviar o olhar daquele monumento. Ela vestiu minha blusa e se inclinou dando-me um beijo demorado e se levantou. Indo pra escada, já que ela conhecia bem a casa e sabia onde era meu quarto. Não resisti e fui correndo mesmo pelado atrás dela e pudemos então tomar um banho juntos, mas foi só banho mesmo.
  Ela saiu na frente e eu ainda demorei um pouco mais e quando saí ela já estava vestida, penteando os cabelos. Me olhou pelo espelho e sorriu.

_ Cansada ainda?
_ E com fome.
_ Se você não se importar podemos ir jantar fora.
_ Por mim beleza.
_ E se saírem fotos? Não vai ficar brava?
_ Não. Agora vamos logo.

  Vesti uma calça, camiseta, calcei o tênis e sequei os cabelos de qualquer jeito e coloquei a touca.

_ Sou a favor de comida mineira, hein.
_ Bora então, pega sua bolsa.
_ Vai carregar?
_ Claro madame, o que você quiser...

  Entramos no Douge e fomos rodar por São Paulo atrás do tal restaurante que não foi difícil de achar, mas estava um pouco cheio então tivemos que esperar e sim eu fui reconhecido. Tirei fotos e tudo. Quando entramos nos deram a melhor mesa no segundo andar do restaurante e vinham de minuto em minuto para fazer uma média.
  Jantamos entre muitas conversas e sorrisos sendo trocados de minuto em minuto. Eu estava gostando disso viu cara, só não sabia que a mídia ia tentar foder com tudo mais uma vez e não ia demorar.



























~.~
  Esses dois... Sozinhos... Em qualquer lugar é perigoso! E daqui pra frente vamos fazer a coisa andar. Beijão!

quinta-feira, 28 de maio de 2015

Capítulo 52

Narrado por Luan
  Já no domingo, chegando no aeroporto me despedi de toda a galera e peguei um táxi rumo ao tal clube. Demorou um pouco, mas assim cheguei com o sol rachando e estava cheio embora fosse fechado somente para os sócios da CDM.
  De longe avistei meus pais e minha irmã, fui até eles e os cumprimentei. Falei que estava cansado e minha irmã ficou de me mostrar onde era o nosso quarto pra eu poder deixar minhas coisas e aproveitar.

_ Nossa hein Pi, chegou cedo pra amanhã.
_ Estava trabalhando. -bocejei.- Tão aqui desde que horas?
_ O pai e a mãe chegaram meio dia e pouco, eu estou aqui desde ontem com a Nanda, a Lila e o Matheus... -falou baixo.-
_ Quem?
_ Matheus, o ex da Nandinha.
_ Ele dormiu aqui? -perguntei sentindo o couro cabeludo coçar.-
_ Dormiu, ele é muito gato. Mas é chato demais, affe.
_ Chato porque?
_ Bem atiradinho, Pi. Tem que ver.
_ Prefiro não ver mesmo.
_ Hum, rolou ciumes né? -começou a rir da minha cara e eu ignorei entrando no banheiro e trocando minha calça por uma bermuda e o tênis por um chinelo.- Vamos?
_ Vamos.

  No caminho de volta tentei achar a Fernanda e nada dela. Até que notei alguns caras babando na gata que estava de biquíni na piscina e... Era ela.

"Aí papai! Que gata é essa! Ainda bem que fica comigo e só comigo... E se fica só comigo ninguém tinha que tá olhando ela sair toda sensual da piscina."



_ Calma, Pi. Olha o coração. -zoou e meus pais deram risada.-
_ Vai ver se eu tô na esquina, vai Bruna. -cruzei os braços.-

  Ela foi até uma cadeira, secou um pouco seus cabelos e quando olhou pra frente me viu e no cruzar de nossos olhares ela sorriu e veio até mim. Me surpreendendo com um selinho.


_ Oi. -riu baixinho.- Pensei que tinha desistido de vir.
_ Isso nunca.
_ Já almoçou? -neguei.- Então vem.
_ Antes vai vestir alguma coisa que não tá legal esses caras todos te secando.
_ Nem namora e já tá nesse grude? Nesse ciúmes? -Bruna jogava uma indireta.- Amor pra mais de metro. -riu.-
_ Deixei minhas coisas no quarto, vim só com a toalha e eu não vou ficar com aquela toalha enrolada sendo que vão ficar tirando fotos o tempo inteiro.
_ Não seja por isso. -tirei minha blusa.- Põe aí. -ela revirou os olhos e vestiu.- Agora sim rapaiz.

  No caminho me encontrei com os pais dela e cumprimentei-os de boa. Mas tenso porque o pai dela me olhou sério.
Seguimos até a mesa do Buffet e me servi com vontade e então nos sentamos.

_ Fernanda, não vai me apresentar seu amigo? -um cara chegou enquanto eu comia e percebi ela fechando a cara.-
_ Vai me falar que não conhece o Luan.
_ Eu conheço ele, mas duvido que ele me conheça. Deixa eu me apresentar. Matheus. -estendeu a mão.- Genro do Hugo.
_ Nem em sonho, seu ridículo! Some daqui. -ele riu e antes de sair pegou no queixo dela e disse que ela ainda seria dele.- Meu deus estava tudo tão bem na minha vida, pra aparecer esse ser que veio de Nárnia pra me encher o saco nas ultimas semanas do ano.
_ Não gostei desse cara.
_ Seu caso é ciúmes, o meu é nojo.
_ E é mesmo. Você já tem outro.
_ Ah tenho. -me olhou doce e riu maliciosa.- Quem, posso saber?
_ Um tal de Luan Santana.
_ Então está errado isso aí. -se inclinou sobre a mesa.- O meu "dono" se chama, Luan Rafael. -me roubou um beijo.-
_ Para menina, seu pai e sua mãe tá aí.

  Falei e ela deu risada, almocei tranquilo e conversando com ela. Depois voltamos para junto dos outros. Estava uma tarde bem bacana, eu e meu pai conversamos com sócios antigos, mas de outros assuntos que não era somente emprego.
Nem dei conta de saber onde a Nanda estava, porém quando me virei pra procurar lá estava ela de chapéu, óculos escuros e uma saída branca.

_ Tô de olho viu. -o pai dela falou dando um tapa nas minhas costas e eu engoli seco.- Muito cuidado os dois.
_ Que isso cara, pode ficar tranquilo.
_ Eu tô, mas tô de olho. -cocei minha cabeça e depois de virar todo o whisky que estava em meu copo fui até ela que ria com a minha irmã de alguma coisa.-
_ Pi, você tá nervoso?
_ Não, por que ?
_ Você tá suando. -as duas riam.- Tô achando que o sogrão deu uma dura hein.
_ Sogro nada, Luan não namora comigo. -Fernanda disse e eu pensei que por enquanto não namorava, mas isso ia mudar.- A gente dá uns beijos de vez em quando.
_ Quando dá. -falei abraçando ela e beijando sua testa.-
_ Vai gente, olha aqui.
_ Piroca sempre tem que ficar tirando fotos cara. -resmunguei e mesmo assim ela tirou.-
_ Ficou bonitinha vai, dá pra postar.
_ Eu vou mesmo! -falei pegando o celular.- Pode né?
_ Você posta uma e eu a outra. -sugeriu e eu assenti.-

@luansantana:  Eu e ela ❤ @fermarques #Clube #CDM #Sócios #Amigos 

  Ela sentou e eu folgado sentei no colo dela e ficamos os três conversando e bebendo até que começou anoitecer e começamos nos ajeitar para ir pra casa.

_ Nandinha. Vou precisar ir embora com você. -chegou o cara que tentou me tirar do sério à tarde inteira.-
_ Olha Matheus, não vai dar. -ela disse penteando os cabelos e eu escutando de dentro do banheiro.-
_ Porque não? Vai ir embora com quem?
_ Aí! Não te interessa com quem eu vou embora, você não veio com o meu pai? Então, vai com ele. Que saco!
_ Qual é hein... Tá namorando com o cantorzinho?
_ E se eu tiver?
_ Para vai, Fernanda. Todo mundo sabe que você nunca foi nem é do tipo que namora.
_ Foda-se, você não sabe nem tem que saber da minha vida.
_ Eu sei que você tem saudades de mim.
_ Eu juro que se você der mais um passo você vai se arrepender e muito, muito mesmo.
_ Algum problema aqui? -apareci na porta e ele olhou feio.-
_ Você tava aqui esse tempo todo?
_ Sim. Algum problema?
_ Não nenhum, tô indo nessa. -e saiu.-
_ Insistente ele.
_ Chato!

  Troquei minha roupa e peguei minha mochila e fomos pro carro. Bruna tinha ido com o meu e eu voltaria dirigindo mesmo.

_ Nandinha, você podia ir lá pra casa hein.
_ Aí não, Bru. Tenho que dormir muito, muito muito que tô oficialmente de férias.
_ Affe, não. Amanhã eu e meus pais viajamos pra Campo Grande e o Pi vai ficar sozinho tadinho.
_ Tadinho mesmo, vou morrer de fome porque num sei fazer é nada.
_ Existe restaurante meu filho. -sentou e colocou o cinto.- Gente, minha internet está uma porcaria. Luan você bem que poderia ligar o roteador né?
_ Não posso não, senão cê vai me deixar falando sozinho durante uma viagem de quase três horas.
_ Affe, ridículo isso. -foi ligando o rádio e aí começou as três lindas cantarem Kate Perry, Black Eye Peas e por aí vai.-

  Estava mais perto de casa e deixei minha irmã, Dalila e fomos pro condomínio da Nanda, mas parei na pracinha que ali tinha e descemos do carro. Já que estava calor e ainda estava cedo (21h).

_ Não começa hein.
_ O que eu fiz? -dei risada.- Fiz nada.
_ Fica me olhando sem falar nada com a maior cara de besta.
_ Nossa, Fernanda. Minhas fãs gostam que eu olho assim pra elas.
_ Amo seu trabalho, mas não precisa me olhar assim não. Eu hein!
_ Grossa. -lhe abracei e não resisti em colar nossas bocas e dar um beijão daqueles.- Agora sim rapaiz.
_ Tarado.
_ Não queria me beijar, não?
_ Não. Queria conversar. Quase uma semana que eu não te via, queria por o papo em dia.
_ Sério mesmo? -perguntei e ela riu.-
_ Claro que não. -sentei em um banco de cimento, e ela sentou no meu colo e veio me beijando, deitei naquele banco mesmo e ela ficando por cima de mim.- Como é bom beijar, puta que pariu.
_ Ôh boquinha suja viu, vô te contar.
_ Falou o cara que nem sabe o que é palavrão.
_ Tô acostumado com mulheres delicadinhas, que só comem salada e são fofas..
_ Tudo virgem e frescas. -falou séria e eu ri.- Mentira, virgem não. Mas frescas com toda certeza do mundo. Tipo, eu sou fofa. Com os meus avós e meus pais e com o Lupy, e as vezes com o Davi e claro que com a Melissa.
_ Davi? Não gostei. -falei mesmo.-
_ Ele é como um irmão pra mim. -selinho.- Eu já tentei mesmo levar ele pra cama e arrancar o couro dele, e o maximo que consegui foram dois beijos.
_ Vai ver o cara não gosta da fruta.
_ Ah gosta! Porque se não gostasse não teria aquela pegada toda que nossa senhora, meu deus! Ele sabe beijar uma mulher. -falou toda empolgada, e eu fiquei quieto. Fechei a cara.- Lu?
_ Terminou de falar do seu amiguinho aí?
_ Desculpa, foi impulso. Não foi por mal. Juro.
_ Hum.
_ Você não parecia do cara que fizesse a linha ciumento. Não acho ciumes nem um pouco legal. Até porque...
_ Eu sou ciumento, mas não sou nenhum louco não. -ela sorriu de canto, eu sabia que era um assunto complicado pra ela.- Ei... Não fica assim.
_ É tão estranho eu ainda me sentir assim, tenho raiva disso.
_ Esquece isso. -nos beijamos e o clima foi esquentando. Sentei ainda com ela em meu colo e minhas mãos que estavam em sua barriga foram subindo e tocando seus seios macios e grandes, bem gostosos.-
_ Vai devagar tá? -mordeu os lábios e eu assenti voltando à beijá-la e massagear seus seios sentindo sua respiração acelerar e ela começar a se excitar.-
_ Gostosa.
_ Pouquinho viu.

  Ela foi tirando minha camisa e deixando suas mãos passearem por todo o meu peitoral e indo até o meu abdômen, mas sem deixar de me provocar com aquela boca linda e macia também, beijando meu pescoço e mordiscando. Ao mesmo tempo que isso arrepiava, deixava meu tesão por ela ainda maior e me fazia querer Fernanda ainda mais.
  Tirei também sua blusa deixando à mostra seu sutiã preto rendado, passei a língua nos lábios e não resisti em beijá-la lentamente da orelha até seus seios escutando ela arfar e quase gemer... "Isso Luanzera, vai com calma que essa gata já é sua." ... Tudo bem que estávamos em um lugar público, e isso é o que mais dava graça. Abri seu sutiã e não demorou para que ele estivesse junto com a blusa e eu pudesse apreciar aquela vista tão minha, tão real. Abocanhei um deles e ela gemeu alto, estava mamando nela que estava gostava e puxava meus cabelos como resposta.

_ Ah! -gemeu.- Isso... -arranhou minha nuca e eu por instinto deixei um chupão próximo ao bico que com certeza ficaria a marca.- Caralho! Continua chupando, Luan.

  Não queria desapontar então voltei ao que fazia sem deixar de brincar com o outro e ela estava ficando louca com aquilo. Tão louca que desceu sua mão direita até o cós da calça e desabotoando o botão e abrindo o zíper tocou meu pau que estava duro mesmo dentro da cueca.
Mordi devagar como resposta e ela riu passando a unha bem firme... "Fernanda sabia como deixar um cara de quatro por ela e vou confessar que eu estava na vontade bem mais que ela. Esperei por isso, queria saciar minha vontade com ela."

_ Oh! -gemi e ela sorriu.- Você sabe que esse é meu ponto fraco...
_ Sim eu sei. Agora continua o que estava fazendo vai.

  Ela o tirou de dentro da cueca e segurou firme a base e eu prendi a respiração por alguns segundos só de imaginar o que estava por vir. Ela riu e me beijou, iniciando sua massagem, subindo e descendo sua mão bem devagar para me provocar, para me torturar e me deixar dolorido. Sentia meu pau latejar e ela apertava mais as mãos em volta me fazendo jogar a cabeça pra trás e morder meus lábios.

_ Ah, Fernanda! -gemia.- Ah!
_ Não grita, estamos numa praça.
_ Não para, tá muito bom. -ela deu risada e se concentrou no que fazia aproveitando e distribuindo beijos e chupões pelo meu pescoço e ia descendo, enquanto eu segurava sua cintura e não fazia outra coisa a não ser estar entregue à ela naquele momento.-

   Fernanda aumentou o ritmo e eu não me contive e gozei na sua mão ela deu risada e lambeu os dedos de um jeito safado, me beijando em seguida. Eu não poderia deixar de retribuir o favor, mas eu não queria ser invasivo e grosseiro, não depois do tudo o que aconteceu... Desci um pouco mais a mão indo ao encontro de sua calcinha encharcada, toquei com a ponta dos dedos e ela gemeu alto soltando um longo suspiro. Pus sua calcinha bem de lado e acariciei sua intimidade macia e escorregadia permitindo que com facilidade meus dedos circulassem seu clitóris e ela ficasse ainda mais excitada, chegando a gozar daquela forma e me deixar com as coxas toda molhada.

_ Nossa! Eu precisava disso! -falou ofegante deitando a cabeça no meu ombro.- Nossa, Luan...
_ Não fala nada, não agora. Me beija. -segurei seu rosto e nos beijamos, até que escutamos um barulho de moto e ela vestiu rápido sua blusa deixando o sutiã de lado e eu arrumei o Luanjr dentro da cueca e ficamos sentados como se nada tivesse acontecido até que o vigilante do condomínio foi embora.- Quase fomos pego!
_ Dá nada não. -rimos.- Preciso de um banho.
_ Queria mais né? Não acho justo isso.
_ Isso o que garoto?
_ Você ir pra sua casa e se masturbar pensando em mim sendo que eu posso fazer isso sem reclamar.
_ Luan! -bateu no meu braço.- Mais respeito comigo. É isso que você pensa?
_ Não, foi um desabafo. -beijei seu ombro.- Vamos dormir lá em casa?
_ Não. Nada disso. Meu pai está levando esses nossos encontros numa boa e eu não quero abusar da boa compreensão dele e o bom humor também.
_ Toda preocupadinha.
_ Para de apertar meu nariz, eu não gosto. -fez bico.-
_ Falando em seu pai... Como está a fisioterapia?
_ Ele vai sempre, pelo menos duas vezes na semana. Só que ainda não está trazendo resultados e ele fica mal... -alisei suas costas.- Esses dias que ele deu uma animada, mas porque não estava pensando nisso.
_ Ele está aceitando mais a cadeira de roda?
_ Ele atura. Mas ele disse que prefere morrer!
_ Sogrão é forte, vai sair dessa.
_ Eu espero. Porque ver meus pais tristes é péssimo. -respirou fundo.- É muito estranho.
_ Conta comigo, vou estar sempre com você gata. -lhe dei mais um beijo e nos levantamos pra ir embora.-
_ Devolve!
_ Não, agora é meu. -coloquei o sutiã dela na cabeça e fomos pro carro. E depois de deixar ela na casa dela eu fui pra minha e tudo bem, fui dormir feliz, mas não completamente satisfeito.





















~.~
  Depois de muito tempo... Surgiu um Hot!
Aberta a temporada de capítulos picantes. Idéias? Me mandem que conforme for dando podemos encaixar no contexto da história.

quarta-feira, 27 de maio de 2015

Capítulo 51

Narrado por Luan
  Depois que saímos do cinema rumamos ao estacionamento e foi onde nos despedimos e cada um seguiu para a sua casa.
  Mesmo depois de estacionar já na garagem de casa eu ainda reproduzia em minha mente a cena dos beijos que rolaram durante o filme, em especial o que deu início à tudo. Fernanda estava mais calma, mas sem deixar de ser ousada e voraz. O que apimentou ainda mais. Dei risada e depois de tirar Melissa da cadeirinha e fechar o carro nós entramos.

_ Vovó! Nóis foi no cinema! -saiu falando.-
_ Assistir que filme meu amor?
_ Os minions, vovó. Do Gru.
_ Só você e o papai? -perguntou agora me olhando com um olhar desconfiado de mãe.-
_ Não, mamusca. Fernanda foi com a gente. -falei indo até ela e dando-lhe um beijo no rosto e me sentando no sofá.-
_ Almoçar também? -riu.- Tá querendo me contar alguma coisa meu filho?
_ Agora não dá. -apontei com a cabeça pra Melissa e ela riu.- Mas foi muito bom, melhor tarde da minha vida. -coloquei a almofada no rosto e escutei sua risada.-
_ Nossa Pi, nem me chamou pra ir almoçar fora. Aliás, porque você foi almoçar fora se a mãe tinha feito almoço? -Bruna perguntou cruzando os braços.-
_ Fui almoçar com uma amiga.
_ Cá tia Fei, tia Bruna. -Melissa falou.- E ainda ganhei um presente que ainda nem vi. -falou e subiu as escadas correndo, certamente atrás do vô.-
_ Ih mãe, o Pi tá apaixonado.
_ Tô Bubuzinha, apaixonada por uma advogada muito da competente.
_ Foram almoçar juntos e ficaram até agora?
_ Melissa quis ir no cinema depois.
_ E ela foi? E aí?
_ Aí que cêis duas tão muito interessada. -risos.- Vou subir, beijos.
_ Luan, conta vai. É namoro?
_ Mais calma, não tenho pressa não.

  Subi as escadas em direção ao meu quarto, já entrei tirando o tênis e minha camisa indo pro closet, troquei minha calça por uma bermuda e voltei indo me deitar...

_ Papai?
_ Hum...
_ Cê vai dormir?
_ Aham.
_ E eu?
_ Quer dormir tamém, deita aqui.
_ Quero jogar no celular seu.
_ Tá lá dentro do closet... -falei virando pro outro lado e quase apagando.- ... Achou, Melissa?
_ Sim. -ela subiu na cama e ficou em silêncio e eu fiz o mesmo e dormi.-

  Não dormi muito porque Melissa tinha que comer e tomar banho pra ir dormir, e eu fazia questão de cuidar disso. Até porque eu não estava em casa sempre e quando ficava queria cuidar eu mesmo, ser um ótimo pai.
   Depois que ela banhou, comeu e dormiu foi eu quem perdeu o sono e ficou na sala jogando videogame, isso até o celular começar a piscar a tela... Notificações do Whatsapp. Pausei o jogo e depois de por a senha e desbloquear vi que eram mensagens da Nanda.

*Como esquecer o beijo que você me deu?*
*Na boa... Perdi até meu sono.*
*Vontade de ter você aqui e poder te beijar a noite todinha.*

*Não esquece não muié, beijo tão bom.*
*Pode ter se quiser.*

*Vai vir aqui em casa?*
*No meio da noite?*
*Ou tá me enrolando?*

*Se eu for aí a gente vai fazer o que?*

*Vem e eu te mostro.*


  Minha curiosidade foi maior que os pensamentos negativos. Desliguei a Tv e nem salvei o jogo, peguei as chaves do carro e segui pro condomínio dela chegando lá em 12min já que não tinha trânsito e o carro corria muito.

*Luan?*
*Não vai falar mais nada?*

*Desce aqui, tô te esperando no carro.*


  Escutei o barulho da janela e me inclinei pra ver e era ela olhando para ver se eu não estava brincando. E não demorou para que o barulho passasse para a porta e ela aparecesse de camisola ali do lado de fora. Destravei a porta e deixei que ela entrasse.

_ Que frio aqui fora... -dizia ela.-
_ Nem tá frio.
_ Tá sim. -riu.- E não é que veio mesmo?
_ Vim pra saber o que eu ganharia.
_ Um beijo. -falou dando-me um selinho rápido e mordeu minha boca.- Gostoso!
_ Fez eu parar meu jogo pra isso, Fefê? -ela me olhou de cara feia e eu não aguentei segurar a risada.- Tô brincando gatinha. -segurei seu queixo e novamente selei seus lábios.-
_ Brincadeira sem graça nenhuma, quer dizer que o jogo estava mais interessante que eu?
_ Jamais manhosinha. -ela ficou sem jeito passando a mão pelo pescoço e eu não perdi tempo puxando-a para um beijo de verdade mesmo, um beijo que começou com pressa e que conforme foi ganhando intensidade diminuímos o ritmo e aproveitavamos um ao outro sem calma. Coloquei-a em meu colo e minhas mãos desceram até suas coxas descobertas e grossas, fazendo com que ela arfasse quando apertei.- Você é linda, sabia?
_ Também te acho um gato. -voltou a me beijar abraçando meu pescoço e acabando com qualquer distancia que ainda existia sobre nós.

  Suas mãos pequenas, tocavam minha nuca e as minhas subiram até sua bunda alisando-a e apalpando com vontade fazendo ela gostar e despertando meu amigo dentro da cueca... "Juro que tento ir devagar, mas se tratando de Fernanda isso é impossível cara. Não dá." ... Não queria ir com pressa e afastei um pouco sua bunda de cima do meu pau senão eu não ia perdoar não.
  Ficar ali naquele carro em frente a casa dela foi bem diferente, não tivemos muita malícia. Queríamos beijos e mais beijos, sentir um o outro e de maneira diferente.
Foram horas, pra ser exato três horas e quinze minutos. E depois fui pra casa me sentindo mais uma vez nas nuvens cara.
Agora quero que seja diferente, fazer diferente. E quero também mostrar à ela que isso vale a pena.

_ Aonde é que você estava?
_ Aí porra, caralho! -falei levando um susto e minha mãe olhou assustada.- Tá doendo, cara. -sentei no sofá e fiquei resmungando.-
_ Tá bem filho?
_ Desculpa mamusca, mas tá doendo. Quem deixou esse negocio bem no meio da casa?
_ Luan, essa mesa sempre ficou aí. -riu.- Mas ainda não respondeu minha pergunta.
_ Fui ver minha futura namorada. -sorri.-
_ Isso é hora, Luan?
_ Tava com saudades mamusca, tô apaixonado e agora sem sono.
_ Perdi meu filho pra um rabo de saia. Eu vou subir viu, e olha a Melissa está lá no quarto comigo e com o seu pai.
_ Uai, por quê?
_ Você com mania de dormir no escuro, ela acordou querendo fazer xixi e gritou porque não enxergou nada, nem te achou. Aí seu pai e eu acordamos...
_ Valeu mamusca, o que seria de mim sem você hein...
_ Nada. -risos.- Boa madrugada pra você viu.

  Ela subiu e eu fiquei no celular um tempão até bater o sono e eu subir e dormir.



Narrado por Fernanda
  Luan demorou um pouco para ir embora, mas quando eu entrei tratei logo de ir dormir. Estava me sentindo mais leve, mais feliz. Arriscaria dizer que completa. Mas é cedo demais pra ter um pensamento tão intenso assim... Estamos ficando? É acho que sim. Vamos ver no que dá...
   Mais alguns dias e acabou a semana e demos entrada na ultima semana de trabalho e estávamos todos em clima de férias já. Tanto que os comentários giravam em torno da confraternização. Meus pais iriam e todos queriam saber como ele estava, já que o grande Hugo sempre foi muito querido por todos, inclusive as funcionárias assanhadas e vacas.
   Nessa uma semana que passou eu falei com o Luan todos os dias, todos os dias mesmo. Ele me ligava geralmente quando estava indo à caminho dos shows que era o horário que ele estava livre e eu já tinha chegado da empresa. E vou confessar que estava adorando termos mais contato a cada dia que passava.

_ Tudo certo pra amanhã? -perguntou meu pai entrando no quarto e me pegando completamente de surpresa, o que o fez rir da minha cara de susto.- Pensando na vida?
_ Na vida não, mas nos acontecimentos dela sim. -sorri e continuei sentada na cama.- O que o senhor perguntou?
_ Se tudo para amanhã está certo, está pronto...
_ Está sim, buffet à vontade e open bar. Piscinas liberadas e DJ também... Afinal eu que organizei tudo, e festa é festa.
_ Meu deus! Era só uma coisinha pra não passar em branco.
_ Pai! Esse ano foi muito bom, e devemos comemorar ainda mais. E não se esqueça que dormiremos no clube, porque no dia seguinte é a vez de confraternizar com os sócios. -sorri mais uma vez me lembrando que Luan iria.-
_ Entendo. E está muito feliz que o filho do Amarildo vai estar lá né?
_ Sim, muito.
_ Filha... Vocês estão juntos?
_ Não estou namorando com ele não, pai. Mas a gente está ficando sim se quer saber.
_ Ficando. Quanto tempo não faço isso. -riu.- Mas oh, tô de olho. Muito cuidado hein, Fernanda.
_ Pode deixar, pai.

  Ele saiu do quarto e eu fui fazer minha mala. Era uma viagem afinal, dois dias em um clube maravilhoso com uma praia artificial, piscina de ondas e tobogãs enormes e muito foda. Sem contar que a comida era ótima, os drinks? Um verdadeiro sonho e eu estava amando a ideia de passar um fim de semana inteiro lá. E melhor ainda que teria comigo minha família, minhas amigas que iriam com certeza e o Luan... Foi o primeiro que eu convidei pra ele não ter desculpa e não marcar nada, só que ele já tinha coisa marcado e chegaria depois das três da tarde.

*Tá levando biquíni, é?*
*Só cuidado com o tamanho, porque com essa bunda e esses peitos... Vai deixar os homens babando.*

*Oi? Como é gato?*
*Estou levando muitos, que é pra ter várias opções.*
*Se bem que nadar pelada é ainda melhor.*

*O QUE ? TÁ LOUCA?*
*NADAR PELADA SÓ SE ESTIVER EU E VOCÊ ENTENDEU?*

*Faço isso quando posso em casa, e de noite que esquenta mais ainda.*
*Um dia quem sabe você pode ver isso.*
*Agora sem stress porque eu vou arrumar minha mala.*

*Nem vou precisar, só uma mochila e tô pronto.*

*Na verdade duas. Porque você vai levar escova, secador, pomada capilar, spray fixador shuahsuahsuas*

*Ha ha ha*
*Como ela tá engraçada hoje. Nossa.*

*Sou sempre e tchau eu tô ocupada.*

*Nossa Fernanda. Como cê é grossa ôh trem.*
*Tá merecendo ficar de castigo.*

*Pode acreditar que durante meses estou em um castigo interminável!*


  Não respondi mais e deixei ele na curiosidade de saber que castigo era esse.

"Claro que era minha falta se sexo. Eu estava literalmente subindo pelas paredes, até meu pai que estava na cadeira de rodas transava e eu não... Mas, por quê? Porquê eu ainda não consigo me entregar totalmente sabe... Quando fiquei com o Luan acendeu uma faísca, aquela vontade... Mas quando as coisas ficaram mais quente eu dei um jeitinho de pular fora. Sei que é burrice ainda pensar no que o Murilo me fez que ele me feriu não só fisicamente, como psicologicamente também. Eu não me sentia à vontade de ficar nua na frente de homem nenhum, pra terem uma noção eu não tenho me trocado nem na frente das meninas. E nesse clube seria a primeira vez que eu usaria um biquíni na frente das pessoas. Drama? Não. Estava mais pra receio. Porque meu corpo eu querendo ou não chama a atenção e atrair olhares é tudo o que eu não quero. Pelo menos não agora."

  Parei de pensar na parte triste da vida e tirei a mala da parte de cima do closet e comecei minha arrumação. Eu não precisava levar TUDO, mas também não levaria apenas uma troca de roupa igual meu pai. Homens... Terminei tudo já era bem tarde e eu fui dormir, nem quis comer.

    ...

_ Fernanda, acorda...
_ Pai... Não... -ele puxava minha coberta e não tive outra escolha.- Acordei!
_ Que cabelo é esse? -riu.- Seu cabelo e o da sua mãe parece que não vêem um pente há séculos.
_ Haha! Muito engraçado isso. Aliás, você só fala isso porque não tem cabelo nenhum.
_ Deixa de inveja dos meus fios loiros. -brincou.- Eu já tô pronto, vai logo.
_ Pai, para de me apressar que eu tô pronta.
_ Pronta pra voltar pra cama. Você tem meia hora.

  Assim que ele saiu eu fiquei virando pela cama até achar meu celular que estava caído no chão coitado. Eram 7h49min, essa hora o pessoal estava saindo da empresa. E como iremos de carro não me preocupei com isso.
  Tomei banho e já aproveitei pra fazer uma rápida hidratação e já passar um óleo fortificante porque tem cloro na piscina e deixa meu cabelo duro. Depois ao sair coloquei a roupa que havia separado, peguei minha mala pequena e necessarie, óculos escuros, celular e desci.

_ Você vai com a gente?
_ Quanto tempo, Nanda. Cheguei até ficar com saudades.
_ Paaai... -choraminguei.- Eu não vou mais.
_ Porque não? Vai falar que não sente saudades de ficar junto de mim.
_ Idiota, saí daqui hein..  -falei indo pra cozinha onde minha mãe estava tomando seu suco.- Mãe, porque ele vai com a gente?
_ Filha, ele ligou ontem de noite e pediu ao seu pai que não sabe dizer não aos amigos dele... Pensei que já tivesse superado querida.
_ Eu superei, mas ele não se põe no lugar dele. Mais que droga, ele não tinha que estar aqui.
_ Querida, o Matheus é uma ótima pessoa.
_ Um traidor isso sim, e que fique bem claro que eu não vou sentada do lado dele.
_ Ainda acho que você gosta desse menino.
_ Gostar de um idiota, que me traiu quando namorou comigo quando eu tinha 17 anos e que agora sempre que pode fica me enchendo. O pai dele é sócio, o que ele vai fazer lá hoje, mãe?
_ Não sei. Tenta esquecer, Fer.
_ Ana? O Hugo está chamando a gente pra ir. Vamos Fefê?
_ Pra você é Fernanda seu babaca. -empurrei ele e saí andando na frente, bufando enquanto aquele imbecil ria.

  Estava tudo caminhando pra ficar bem e agora me aparece esse traste? E o pior nem é isso, é que ele agora que eu cresci e evolui ele quer ficar tentando sabe... Já me agarrou e isso não vai prestar.





















~.~

  Eita! Ex da Fernanda vai estar presente. E agora? Será que isso vai mudar o clima do nosso casal?

terça-feira, 26 de maio de 2015

Capítulo 50

Narrado por Fernanda
  Perdão? Era isso que o meu pai queria me pedir e fez com que eu me desarmasse completamente. Passei a mão pelos cabelos intrigada, sentindo meu couro cabeludo coçar.

_ Pode me ouvir? -assenti.- Vai continuar de pé? -neguei e me sentei na beirada da cama.- Sabe Fernanda, não está dando mais pra gente viver, conviver assim...
_ Assim como?
_ Como dois estranhos... -respirei fundo.- ... Eu sou seu pai, te tenho como meu bem mais precioso desde quando sua mãe descobriu que estava grávida e eu nem sabia se viria uma menina ou não... E ainda assim te amava com todas as minhas forças, estava junto com a sua mãe em todos os momentos da gestação e minha maior felicidade foi quando soubemos que você era você, e juntos escolhemos o seu nome. Por você ser filha única e ser a quarta mulher que eu mais amei na vida...
_ A quarta? Por que não a primeira? -perguntei indignada e ele riu, aquela risada gostosa e que há muito tempo eu não escutava.-
_ Minha mãe, minha avó, minha esposa e você minha filha. Mas isso não importa agora, o que eu quero é dizer que eu te amo demais e por te amar sempre quis te proteger de todo o mal, te proteger das decepções da vida. Só que isso me deixou cego e mesmo com o passar dos anos não enxerguei minha menininha crescer e se tornar uma grande mulher... Ou melhor, não quis enxergar o que estava diante dos meus olhos. Uma mulher linda, inteligente, ótima profissional e uma filha que me orgulha demais a cada grande passo que dá. -ele estava com voz de choro e eu também estava com os olhos marejados.- E tudo o que aconteceu me machucou muito, porque eu não esperava realmente por isso e meu machismo fez que eu me afastasse de você. Me afastasse daquela filha carinhosa que me acordava com beijos e abraços, que se sentava pra conversar comigo, que ria das minhas piadas sem graça e que mais me acobertava quando eu comia porcarias nos fast-foods além de ajudar quando sua mãe ficava uma fera comigo.
_ Pai... -eu estava quase chorando.-
_ Deixa eu terminar... -tomou fôlego.- Eu estou te pedindo perdão, te pedindo desculpas porque errei em não te escutar, em te julgar e o pior... Te virar as costas quando você precisava de apoio para se reerguer e melhorar. E esse acidente, essa minha situação (se referia a cadeira de rodas), me fez pensar muito e ver que eu estava ocupado demais me preocupando com mágoas passadas que me deixei perceber o quanto você sofreu por me ver desse jeito, por me fazer sorrir e por me ajudar na empresa se saindo uma ótima diretora. -sorriu.-  Fernanda. Você perdoa esse seu pai cabeça dura e ciumento?
_ Claro que eu te perdôo pai, desde que me perdoe também. -ele assentiu e então me levantei e lhe dei um forte abraço sentindo minhas lagrimas caírem e as dele molharem meu ombro. Não sei dizer quanto tempo ficamos naquele abraço, mas ao nos desfazermos dele eu pude sorrir sincera e enfim dizer algo.- Pai. Eu te amo muito. -lhe dei um beijo na bochecha e sorri limpando suas lágrimas e corri pro banheiro para limpar minha maquiagem borrada.-

  Ao sair do banheiro me joguei na cama rindo à toa. Meu celular começou a tocar e quando olhei era a Bruna, querendo saber se eu realmente iria para lá e eu disse que não. Que jantaria com os meus pais e avós.
  Desci e todos estavam na sala conversando e rindo. Me sentei ao lado do meu vô Oscar que me abraçou de lado e então deu continuidade ao assunto que era a filial que meu pai ainda pensava em abrir em Nova Iorque.

  ...

  Jantamos em família e depois que todos subiram para dormir eu fui soltar o Lupy e subimos ele deitou na sala e eu deitei em cima dele.

_ Meu deus filha, que susto! -minha mãe disse pondo as duas mãos sobre o peito.-
_ Estava querendo ficar com ele.
_ Na sala é lugar? -assenti.- Enfim... Fiquei feliz em saber que você e seu pai fizeram as pazes e a paz voltou a reinar nessa casa.
_ Também, me sinto bem comigo mesma. Me sinto... Livre! Era dessa liberdade que eu dizia. Poder ser eu mesma e não ter que esconder nada.
_ Sabe filha... -sentou no sofá.- ... Amamos tanto você, mas também temos medo de ver você triste.
_ As tristezas virão, é inevitável. Mas tendo vocês ao meu lado eu vou passar por elas rindo muito. -falei e nos abraçamos.-

  Ela acabou se deitando comigo e víamos um filme de suspense juntinhas, gritando nas horas de susto. Essa era minha mãe...
   A noite passou e veio o dia, uma quarta-feira animada e ensolarada. Deu até gosto de levantar às 6h45min da manhã!
Liguei o rádio numa altura razoável e fui tomar meu banho. Porque não podia demorar sabendo que a agenda de hoje estávamos lotados de tantas reuniões e isso era ótimo. Até porque era nossa penúltima semana de trabalho do ano e na semana seguinte seriam as confraternizações com os funcionários e com os sócios.
  Resumindo bem, o dia de trabalho foi produtivo e cansativo. Mas foi bem gostoso. Porque conseguimos resolver o que tínhamos daquela semana e da outra. E finalizar as reuniões. Agora era voltar pra casa e descansar porque o amanhã logo chegaria e eu estava mais que animada. Estava me saindo bem melhor do que imaginei, porque estava me cobrando muito e chegar ao fim do dia e conseguir elogios dos donos era ainda melhor.

_ Vô o que o senhor acha?
_ Eu acho que minha neta já trabalhou muito e poderia viajar comigo hein.
_ Viajar pra onde pai? -arqueou a sobrancelha.-
_ Pantanal, melhor lugar pra pescar! -falou rindo, meu avô gostava muito de pescar e das vezes que tentou me levar foi desastroso.-
_ Isso é bullying comigo que não tenho a menor paciência pra pescar, vô.
_ Um dia quem sabe, né. -rimos.-
_ O papo está ótimo, mas eu preciso dormir. Beijos, beijos e mais beijos. Boa noite meu amores!

  Subi correndo e fui atender meu celular que estava tocando já era a segunda vez.

_ Oi, Lu. -atendi sorrindo.-
_ Num é o Lu não tia Fei, é eu... Melissa. -dizia aquela vozinha gostosa que eu era apaixonada.-
_ Oi, Mê. Lindinha, tudo bem?
_ Tô. Tô bem! Cê nem veio me vê eu ontem que foi meu neversário... Ôh papai tinha falado que cê ia Fei.
_ Desculpa meu anjo, meu eu fiquei com o meu pai que estava dodói e com saudades de mim.
_ Ih e tomou injeção no bumbum?
_ Não precisou, dei um monte de beijinhos nele e ele ficou bom... Onde você está?
_ "Melissa até que enfim te achei... E que cê tá fuçando aí menina." "Nada papai. Nadinha." -menininha sapeca e muito fofa.- "Dá o celular pro papai, dá?!" "Tô falando cum uma pessoa." "Que pessoa, posso saber?" "Tia Feinanda!" "Cê não sabe nem o número dela." "Mas sei a foto ué." "Deixa eu ver então..." -dei risada.- Fer?
_ Oi, Lu. Tudo bem? -perguntei ainda rindo.-
_ Tô bem demais rapaiz, e você?
_ Muitíssimo bem! Nunca estive melhor.
_ Huuum, e eu posso saber o que te deixou tão bem assim?
_ Fiz as pazes com o meu amado pai.
_ Fico feliz em saber disso, a Bruna ontem avisou que você não vinha e disse que nem tinha dado tempo de falar o porquê. Pensei que tivesse que sair.
_ Não, fiquei para jantar aqui e selar de vez a paz. Agora estou bem de verdade. Feliz.
_ É assim que eu gosto de te ver... -ficou aquele silêncio constrangedor e ele voltou a falar.- Melissinha te ligou pra que hein?
_ Pra me dar uma bronca, que ontem foi neversário dela e eu não fui na sua casa vê-la. Ficou brava viu.
_ Eu sei. Tive que ouvir ela reclamando disso.
_ Tadinha. Ela está viajando com você?
_ Não. Tô em casa, essa semana inteira e a outra sem shows. Só programas de Tv mesmo e... -e aí rendeu papo para mais de horas e eu acabei dormindo deixando ele falar sozinho mais uma vez.-

*Segunda vez já. Assim mágoa, é só falar boa noite cara.*

*Não curto despedidas e até que o assunto estava legal, só meu sono que foi maior.*

*Poderíamos almoçar juntos. Só acho.*
*Se puder, porque agora você é uma empresária, né. Tá chique.*

*Deixa de ser besta, Luan.*
*Eu aceito, e você paga a conta. Obrigada.*

*Ser dama pra que, né?*
*Tinha que fazer um charme, Fer.*

*Não consigo ser charmosa não.*
*Tchau. Vou me arrumar que eu tô na hora de sair já.*
*Mas vem cá, acordado antes das 9h?*

*Melissa.*

*Entendi. Beijos.*

*Onde?*

*Onde você quiser.*


  Parei de responder e fui me arrumar. Coloquei uma roupa bem menos formal, mesmo sabendo das reuniões que teria aquele dia e sabendo que a aparência contava muito.


_ Olá, bom dia. Sejam muito bem vindos. -cumprimentei o artista e sua assessora, empresário e secretário.-
_ Bom dia, você é a secretária? -perguntou ele me olhou de cima abaixo.-
_ Não, prazer. Fernanda Marquês. -estendi a mão novamente.- Assumi por alguns meses enquanto meu pai se recupera de um acidente.
_ Nossa, tão nova.
_ Nem tanto, aparência engana.
_ Empresária também?
_ Formada em advocacia, e em formação empresarial mesmo. Mas vamos falar do que realmente nos interessa e é o motivo do qual estão aqui. -fui direta, sem ser grosseira e tudo foi bem. Plano arquitetado e pude fazer uma pausa.

  Luan havia mandado o endereço do restaurante e eu acabei chegando primeiro por ser próximo ao prédio da empresa.

_ Olha ela ali oh... -deixei o celular de lado quando a vi correndo na minha direção.- ... Oi tia!
_ Oi meu amor. -nos abraçamos forte.- Tudo bem com você?
_ Tudo não, tô com fome! -falou tirando o cabelo do rosto e em seguida Luan se aproximou sorrindo, deixou as chaves do carro, carteira e celular sobre a mesa.-
_ E ai paizão! -fiquei de pé deixando Melissa na cadeira e dei um abraço forte nele, seguida de um beijo no rosto.- Inteiro?
_ Tô com sono, cara... -sentou-se e tirou os óculos.- Muito sono. -bocejou.-
_ Sua cara não nega, né Mê. -ela assentiu.- Olha eu trouxe uma coisa pra você...
_ Pa que?
_ Pelo seu aniversário, gatinha. -apertei seu nariz e ela fez careta.-
_ Obigado, viu. Eu gosto de presente.
_ Melissa. -Luan a repreendeu sem jeito.-
_ Tá certa, eu também gosto muito.
_ É bom. -riu pondo a mão na boca.-
_ Depois as duas moças conversam, vamos comer né?
_ Vamos.

  Pedimos uma barca, e nos deliciamos com ela enquanto Melissa contava como estava sendo sua escolinha e como foi seu dia na chegada de seus 3 aninhos de idade. Foi um almoço bem legal. Depois ela ainda queria que fôssemos no cinema... "Tia Fê quer ir, mas tia Fê tem que trabalhar... Tinha uma reunião e depois estava livre."
   Tive a ideia de irmos todos para a CDM e eles esperariam na minha sala. Eu não pretendia demorar.. E não demorei, mas quando voltei Luan estava de braços cruzados e a cabeça jogada pra trás e o boné cobrindo seu rosto.

_ Mê?
_ Tia ele durmiu e eu quero fazer xixi. -ela ficava pulando.-
_ Vem cá, vamos lá. -lhe levei no banheiro e tudo ela olhava atenta e curiosa, mas não perguntava muito não.-

  Os funcionários estranharam que ela estivesse ali e que Luan estivesse na minha sala e eu não escutei, mas percebi murmúrios por onde a gente passava na volta até minha sala. Fechei a porta e fui desligar o computador, guardar as coisas e pegar minha bolsa e então acordamos o Luan que estava quase roncando... "Mentira, ele não ronca. Mas ele fala que eu me lembro bem."
   Ao chegar no shopping que era um de classe alta mesmo, andamos tranquilamente. Luan raramente foi parado e quando fez isso as pessoas se atreviam a perguntar se éramos namorados e ela nossa filha... "Loucura isso, demais." Deixei ele na fila dos ingressos enquanto nós duas fomos comprar as pipocas e refrigerantes, e doces também.
   Luan voltou e nossas cadeiras era uma ao lado da outra, ele sentou no meio e eu na ponta. O filme era até que legal, mas durante ele Luan pegou minha mão... Depois "sem querer" pegou na minha coxa, e num momento de concentração máxima da Melissa ele se aproximou e mesmo estando escuro senti seu olhar fixo em mim, nossas respirações bem mais próximas e antes que eu me arrependesse coloquei minha mão em sua nuca e lhe puxei para um beijo.
  Um beijo gostoso e calmo, não tínhamos o porquê de ter pressa ou algo do tipo. Eu queria sentir, queria que o tempo ao redor congelasse e fôssemos apenas eu e ele, sentindo o beijo um do outro. Com aquela pegava gostosa, aquela pegada firme e que só ele tinha. Sua lingua explorava bem toda a minha boca e eu não deixava pra trás aproveitando o máximo do beijo. Mas eu precisava respirar, então fui diminuindo a intensidade e terminei puxando seu lábio inferior com os dentes e sorrindo.

_ Tinha me esquecido de como você beija bem. -falei tocando meus lábios com a ponta dos dedos.- Muito bem por sinal.
_ Então beija de novo. -e foi assim o filme inteiro. E estava sendo ótimo, melhor sessão de cinema da minha vida e não é exagero.-


















~.~
   Ai nossa! Que Capítulo, hein. O que me dizem?

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Capítulo 49

Narrado por Luan
  Estava em São Paulo, mas em uma cidade vizinha. Tinha feito um show maravilhoso e voltei pro hotel. Foi quando o Testa devolveu meu celular e tinha uma mensagem da Bruna pedindo que eu ligasse pra ela assim que pudesse e quando fiz isso fiquei preocupado mesmo. Fernanda tinha saído nervosa de casa e não atendia telefone, visualizava as mensagens e não as respondia e isso estava deixando sua mãe preocupada e seu pai sentindo-se mal.
  Tentei ligar pra ela e da primeira vez deu fora de área, depois tentei e fui enviando mensagens e ela respondeu (pelo menos né), e quando consegui uma brecha liguei. E duas vezes ela desligou na minha cara, mas tentei de novo... "Isso já indo no quarto do Testa e falando pra ele ir comigo pra São Paulo." ... E ela xingou, desabafou e terminou a ligação dando um grito que me deixou de coração acelerado por aquela doida estar numa praça e sozinha, e pelo que entendi com roupa de balada... "Quase nua mesmo, que eu sei."

_ Quero saber quando vem meu aumento porque assim num tá dando não boi. -dizia ele dirigindo.- A mulher é sua e eu que tenho que ficar vindo atrás?
_ Testa, colabora vai. Me estressa não.
_ Não me estressa não. Eu tava dormindo quase... -começou a reclamar e reclamar mais um pouco e nessa brincadeira chegamos onde Fernanda estava uma hora depois.- ... Aquele ali que é o carro dela, né?
_ É sim... Mas cadê ela, hein? -falei tentando procurar, até que a vi toda jogada na grama.- Merda! -desci do carro batendo a porta e corri até ela me ajoelhando e chamando seu nome.-
_ Fala.
_ Cê tá bem? Tá machucada? Que sombra era aquela que você tava falando?
_ Era um cachorro. -falou tudo embolado.-
_ Você caiu aí no chão?
_ Não... Deitei pra te esperar. -ainda estava toda largada, e eu sei que a situação é séria... Mas eu ri, não teve jeito.-
_ Vem, vou te levar pra casa.
_ Minha casa? Ah não, Luan! -resmungou virando de bunda pra cima e sua saia subiu mostrando sua bunda e uma calcinha fio dental vermelha.-
_ Pra minha então, mas vamos...
_ Na sua também não.
_ Quer dormir na rua?
_ Prefiro. -rolou indo mais pra longe e o Testa em pé olhando.-
_ Para de olhar Testudo, poca vergonha.
_ Não sou cego!
_ Cala a boca, vai.
_ Por que você tá me mandando calar a boca? Seu grosso... -começou a chorar. "Mulher bêbada não é legal."-

  Peguei ela no colo e fomos pro carro dela. Dei graças à Deus que o Testa tava junto e fomos pro apartamento dele. Chegando lá ele foi pro quarto e largou nós dois na sala.

_ Luan? -chamou baixinho.-
_ Hum. Fala.
_ Eu acho que eu vou vomit... -antes mesmo que ela terminar foi correndo pro banheiro e vomitou, fiquei segurando seu cabelo, mas de olho fechado porque eu tinha nojo.-
_ Pronto?
_ Sim. Seu frouxo! -riu da minha cara.- Aí!
_ Aí o que ?
_ Queria beber, dançar...
_ Tira essa roupa e toma um banho gelado e vamos deitar.
_ Eu e você? Por isso quer me dar banho gelado, né? -fiquei sem entender.-
_ Por isso o que ?
_ Quer me dá banho gelado pra depois me esquentar. Cantor safado!

  Ri e fui tirando sua blusa, a saia. Seu sutiã e a calcinha deixei por último. Liguei o chuveiro no gelado e coloquei ela debaixo mesmo. Ela gritou por conta do frio que sentia, mas aos poucos ela foi parando e começou a melhorar... Saí do banheiro de pau duro, porque não sou de ferro e ela tava muito gostosa cara. Muito mesmo.
  Dei sorte de ter pego minha mochila, peguei uma blusa pra ela e uma cueca e deixei em cima do sofá.

_ E o que eu vou vestir? -chegou na sala só enrolada na toalha, apontei pra roupa e fui pra cozinha beber água.- Luan?
_ Huuum pode falar.
_ Minha cabeça tá girando. -corri pra sala e ela já estava trocada, mas ainda bêbada. Vai acordar com uma ressaca do caramba amanhã.- Aí tô passando mal. -começou a chorar.- Me ajuda, Luan.
_ Não precisa chorar! Para com isso vai... -falei sentando no sofá.-
_ E eu tô com frio. -joguei minha blusa de frio pra ela vestir e depois ela deitou e eu lhe abracei.- Sabe... Preciso de carinho...

  Sorri e lhe apertei um pouco mais e não demorou para que ela dormisse. Fiquei um pouco mais de tempo acordado, mexendo em seus cabelos e adormeci também.

"Isso cara, cuida dela. Cuida como nenhum outro já cuidou..."

  Acordei na manhã seguinte, acordei e ela ainda dormia em meus braços. Testa estava terminando de fechar a porta.

_ Tô indo na minha mãe, o AP é de vocês. Mas oh... Cuidado aí em boi. -riu e saiu.-
_ Aí! -ela resmungou.- Puta que pariu, minha cabeça. -foi sentando devagar, sentando bem onde não deveria.-
_ Bom dia pinguça! -ri.-
_ Péssimo dia! Minha cabeça vai explodir. -ela reclamava.- Aí Luan! -gemia de dor, mas na minha cabeça parecia outra coisa e do jeito que ela estava ali... Só com uma regata que mostrava parte dos seus seios, minha cueca... Tudo isso deixava a Fernanda mais sexy.-
_ Você podia parar de se mexer, né? Não tô ficando numa situação confortável aqui... -ela me olhou divertida e rebolou mais um pouco.- ...Fernanda, para!
_ Não tá gostando! -continuou.- Nossa! Já tá armado, que delícia... Ãn! -mordeu os lábios.- Que gostoso!
_ Eu preciso de um banho! -empurrei ela pro sofá e corri pro quarto do Testa onde eu sabia que tinha um banheiro e fui tirando a roupa e entrando debaixo do chuveiro gelado.-
_ Tá fugindo de mim? -escutei sua voz e abri os olhos, ela estava parada na porta.- Eu... Preciso de roupas! -falou e fez bico.-
_ Bom. O Testa não namora, então não tem roupa de mulher por aqui. -falei me ensaboando.- Vai ficar aí me olhando tomar banho? -ela foi ficando vermelhinha e saiu.-

  Terminei meu banho e quando saí ela estava sentada de pernas cruzadas no sofá, de olhos fechados e coberta. Sequei os cabelos e sentei do lado dela com a toalha enrolada na cintura.

_ Passou a dor de cabeça? -ela negou.- Podemos ir numa farmácia...
_ Farmacêutico vai amar me ver só com uma regata. Super linda!
_ Põe sua saia por cima, uai.
_ Vai ficar ridícula.
_ Quer uma calça minha? -perguntei rindo.-
_ Você é mais gordinho, vou ficar sambando dentro dela.
_ Gordinho, é? Nem vou te falar o que é gordinho.

  Fui me trocar e voltei já colocando uma touca e sentei apenas para colocar o tênis. Ela colocou a saia e continuou com a regata.

_ Quer ir pra casa?
_ Querer eu não quero, mas não tenho ora onde ir não e já te atrapalhei demais... Suponho.
_ Pode ir lá pra casa, Bruna esta com o namorado. Meus pais em Campo Grande, fiquei sabendo disso agora de manhã.
_ Não, imagina... Não quero atrapalhar! Já não basta ter feito vergonha de noite... Pode ir descansar, eu enfrento as feras.
_ Feras? -ri.- Cê lembra do que fez ontem?
_ Lembro de tudo, tudo mesmo. -falou encarando a janela da sacada.- Mas queria esquecer que o dia de ontem existiu. -falou ainda mais triste.-
_ Podemos ir então? Mas tô cheio de fome. E na outra esquina tem uma padaria ótima e bem tranquila.
_ Tranquila não é lotada ou tranquila não terão paparazzis ?
_ Tranquila os dois. -sorri.- Vamos, vai.

   Peguei minha mochila e fomos andando mesmo. Entramos e nos sentamos numa mesa bem no meio, eu não estava me importando em ser reconhecido. Então tirei a touca e coloquei em cima da minha perna.

_ Vai querer o que?
_ Comida! -falou.-

  Fizemos nossos pedidos. Pão francês, queijo branco e peito de peru e suco, alguns pães de queijo com doce de leite e ela pediu um pedaço de bolo de brigadeiro.
  E enquanto comiamos a gente foi conversando à respeito do desabafo da noite anterior e eu pude conhecer um pouco mais da Fernanda, que antes eu não fazia questão nenhuma de conhecer, de conversar. Era só cama e prazer, ela não precisava falar... Só gemer e tudo estava certo.
  Depois nos despedimos voltei pro apartamento do Testa, esperei ele voltar da casa da mãe dele  para irmos direto pro hotel em que estávamos hospedados. Assim que cheguei meus fãs (que não eram muitos) levaram um susto porque nem imaginaram que eu tinha saído na madrugada e voltei sozinho de manhã.

_ Que a Arleyde não fique sabendo disso senão leva bronca nós dois. -ele disse entrando no elevador.-
_ Nós dois quem?
_ Eu porque fui e o Cirilo porque não percebeu você saindo. -rimos.- Agora vou fazer minhas coisas. Até mais tarde.
_ Vou dormir, eu acho! -disse bocejando e esperando que a porta do elevador se abrisse.-

  Ilusão minha pensar que dormiria. Assim que cheguei no quarto meu personal mandou um audio no Whatsapp dizendo que em dez minutos me encontrava na academia e não teve como fugir... "Difícil ser gostoso, ser um cara Fitness." ... Ficamos uma hora e meia, e quando essa hora acabou eu estava nojento de tanto que tava suado e queria um banho e mais nada.

_ Luan? Era você mesmo que eu queria.
_ Diga minha lindeza. -beijei sua bochecha.- Saudades?
_ Saudades? Não. Vim saber como você foi visto em uma padaria em São Paulo hoje de manhã sendo que não saiu do hotel essa noite.
_ Num sei Lelê, esse povo me põe em cada uma que olha rapaiz, nem sei viu.
_ Cinismo é seu sobrenome seu cara de pau. Tô de olho viu, Luan. Muito mesmo. -e saiu me deixando entrar.-

  Pude enfim tomar um banho demorado e relaxante, lavar meus cabelos e aparar minha barba. E depois fechei as cortinas todas, coloquei alarme no celular e tratei de dormir que dormir no sofá e com a Fernanda em cima de mim me deixou com dor nas costas e academia depois... Eu precisava disso!
  Acordei horas depois, comi e fui me arrumar pro show da noite. Estava mais contente que os outros dias, hoje Melissa viria pro show (acompanhada da mãe) e depois eu teria folga, então poderia ir pra casa.

_ Boi? -Testa foi entrando no quarto.- Ester e Melissa já chegaram.
_ E cadê?
_ No restaurante, as duas. Vai descer? Ainda tem tempo.
_ Tô terminando aqui e já vou.
  Terminando de arrumar meu cabelo peguei o celular e desci. As duas estavam sentadas, Ester dava comida pra filha que estava toda agitada na cadeira.
_ Melissa, come logo filha. Come.
_ Não vou! Só quando o papai descer! -ficou de pé e vi Ester passar a mão pelos cabelos loiros já irritada.-
_ Ôh menina do caramba viu, não tenho paciência. Senta logo nessa merda dessa cadeira.
_ Não.
_ Melissa! -chamei e ela me olhou toda desconfiada.- O que tá acontecendo?
_ Papai! -pulou em meu colo.- Eu não quero papar.
_ Mas tem que comer pra ficar forte.
_ Não, não e não!
_ Melissinha linda do papai.
_ Quero brigadeiro papai, e a minha mãe num qué deixar.
_ Ester...
_ Ih por isso que eu não gosto de vir. Porque você faz tudo o que a Melissa quer e ela fica uma chatisse. -deu as costas e fingiu não nos ver mais, concentrando apenas no celular.-
_ Você é muito estressada, e ela só tem dois anos. -disse me sentando e ajeitando ela em meu colo.- Toma filha. -fui dando e devagar ela foi comendo.- Pronto! Comeu tudo!
_ Ih meu doce?
_ No camarim do papai.

  Arleyde veio nos chamar e fomos todos pra van e fomos pro local do show que não era tão longe do hotel.
  Já no camarim atendi os fãs, depois me troquei e subi pra fazer o show. Quando chegamos ao fim dele voltei e encontrei Melissa com a boca toda suja de chocolate e as mãos então nem se fala.

_ Cadê sua mãe que num viu isso aí?
_ Ela tá braba. -continuou comendo e eu fui perguntar o porquê.- Ela falô assim papai que doga desceu pra mim e não saiu do banheiro até agora.
_ Shii, agora entendi o que tava deixando ela irritada.
_ O que papai?
_ Coisas de mulheres, filha. -beijei sua testa e ficamos brincando até Ester voltar estressada.-

  A viagem pra casa seria um pouco mais longa, tanto que uma galera foi de van e eu mais o Testa, Melissa, Ester e o Negão voltamos no carro. E foi bem legal, ri demais com a Ester chata e Melissa cutucando o tempo inteiro... Seria uma longuíssima viagem.



Narrado por Fernanda
  Cheguei em casa e encontrei meus avós na sala junto com os meus pais e passei direito indo pro meu quarto e fechando a porta com a chave. Queria descansar minha cabeça explodia.
  Tirei minha roupa e antes de entrar na banheira para um banho bem relaxante tomei dois comprimidos para dor de cabeça.

_ Fernanda! -minha mãe batia na porta.- Fernanda! -fingi não escutar e ela depois de alguns minutos ela saiu.-

  Ressaca era uma coisa muito ruim mesmo. Preciso me lembrar de não beber tanto assim, porque da mesma forma que eu fui parar em uma praça poderia ter acabado na cama de alguém.
  Mas uma coisa foi boa. Eu coloquei pra fora tudo o que estava me sufocando, Luan foi um ótimo ouvinte mesmo. E o melhor foi que ele não palpitou em nenhum momento.
  Após relaxar foi a hora de dormir mesmo, e isso eu fiz com exito. Dormi tanto que fui acordar só na manhã do outro dia. Leve, sem sintomas de ressaca. Fernanda estava sóbria e com um celular descarregado.
  O deixei carregando e fui pro banheiro, escovei os dentes, lavei meu rosto e depois de escovar rapidamente os cabelos e fazer um coque (eu só fazia isso no cabelo) calcei meus chinelos e desci respirando fundo.

_ Bom dia, Luci linda. -ela sorriu me desejando o mesmo.- Novidades nessa casa?
_ Seus avós dormiram aqui e ficarão até que seu pai melhore.
_ Ainda bem. Porque minha vó sabe cuidar do temperamento do filho dela.
_ Menina!
_ Preciso ir pra empresa hoje. -deitei a cabeça na mesa.- Encarar muitas pessoas prepotentes e chatas. Mas, eu prometi que iria e quando dou minha palavra eu cumpro...

  E nessa brincadeira os dias passaram e já estávamos na semana do aniversário da Melissa, que cairia bem numa terça-feira. E eu sabia que o Luan estaria em casa por não ter shows (segunda e terça),  e até pensei em fazer uma visita. Adiantei as coisas na empresa e voltei pra casa para tomar um banho e ir na mansão dos Santana's. E quando estava pra sair do quarto meu pai entrou.

_ Vai sair?
_ Sim.
_ Pode se atrasar?
_ Pode falar. O que foi?
_ Precisamos conversar e dessa vez é sério...
_ Todas as nossas conversas terminaram em discussões, brigas e nos causou estresse. Eu sei qual a sua opinião sobre o meu erro, sei também que eu sofri consequência dos meus atos e ainda sei que sou uma adulta e dona da minha vida... Então se for pra me apontar o dedo e me chamar de vagabunda ou jogar mais uma de suas inúmeras indiretas faça isso outra hora porque eu estou com pressa. -fui atropelando as palavras e ele me encarando.-
_ Fernanda... Me perdoa filha...


















~.~

  Desabafos e mais desabafos para terminarmos com um pedido de perdão.

sábado, 23 de maio de 2015

Capítulo 48

Narrado por Fernanda
  Estava sendo difícil a conversa com o meu pai que de jeito nenhum queria ficar naquela cadeira. E foi um baque muito forte saber disso, logo agora que imaginavamos que tudo ficaria bem.

  Entramos na primeira semana de Novembro que foi quando ele enfim recebeu alta e pode ir pra casa, porém teria que passar por procedimentos fisioterapêuticos para que o movimento das pernas pudessem voltar.

_ Sabe eu ando bem preocupada com tudo isso sabe Davi. -dizia eu enquanto ele alimentava meu "pequeno"-
_ Preocupada com o que exatamente?
_ O doutor disse que pode ser uma sequela que seja passageira... Passageira não é a palavra, mas você entendeu. Só que pra isso meu pai tem que ao menos tentar e ele voltou pra casa irão fazer 4 dias e ele só sabe dizer coisas negativas, pra preferia ter morrido no lugar da Lisa do que ter que passar por mais coisas ruins. -engoli seco sabendo que outra "coisa" envolvia a minha situação de meses atrás-
_ Ah, Nanda. Seu pai precisa de um tempo pra ele. Tempo pra pensar, só que ao mesmo tempo ele precisa da família apoiando, incentivando. Tendo os amigos por perto.
_ É isso! Vou convidar os amigos dele pra virem aqui...
_ Não tô falando de festa, ôh... Tô dizendo amigo mesmo, que ele possa se abrir.
_ Tá achando que meu pai é gay?
_ Tô achando que ele precisa conversar mesmo com alguém que ele confie. Ele ama muito você e sua mãe, mas não é com vocês que ele vai contar dos medos e inseguranças.
_ É... Pensando assim... Tem meu avô, o Amarildo e o Douglas, pai da Rebecca e do Bruno.
_ Então. E eles são amigos de anos...

  Davi tinha sempre os melhores conselhos... "O que me assustava, porque ele era um homem e eu não tinha vergonha de me abrir com ele." ... Foi bom bater um papo com ele, mas tive que subir e ele foi pra casa em seguida.

_ Quer alguma coisa, pai?
_ Sair disso aqui conta? Não aguento mais ter que ficar aqui e não pode fazer nada... -dizia irritado-
_ Podemos jogar xadrez. -dei de ombros-
_ Você sempre odiou xadrez, Fernanda. Desde quando seu avô te venceu em uma partida de 5 horas e...
_ 37 minutos. -completei a frase que eu escutava sempre, porque peguei trauma-
_ Exato. -riu-
_ Pro senhor parar de reclamar eu topo qualquer coisa.
_ Queria mesmo beber, mas por causa dos remédios eu não posso.
_ Tão triste pra mim ver você assim... -fui sincera e ele me olhou questionando aquele meu comentário- ... Sem ânimo pra nada, sem aquele sorriso! Eu sei que é difícil, mas poxa... Você tinha que tentar se levantar e não ficar só se lamentando.
_ A vida nos prega peças. Sempre foi assim... Só que de uns tempos pra cá isso foi só piorando, só piorando.
_ Sabe do jeito que você fala parece até que aconteceu uma desgraça!
_ E não aconteceu? Achou pouco tudo aquilo? -"E voltamos nós a minha surra mais uma vez... Bléee."- Porque eu achei uma vergonha! Um estranho chamar a minha filha de vagabunda e eu não ter argumentos nenhum para te defender. Me senti humilhado, impotente... Fiquei... Entristecido.
_ Pai... Isso já passou!
_ Foi sim a maior decepção da minha vida! -"Que ótimo, serei julgada até a minha morte por causa de um puta erro."-
_ Já entendi que sou sua maior decepção, não precisa jogar isso na minha cara. -meus olhos ficaram cheios de lágrimas, mas não derramei nenhuma delas-
_ Não entra na minha cabeça isso! Você se comportando dessa forma... Nunca pensou que essa sua brincadeira sairia caro? Que uma hora ou outra o pior aconteceria?
_ Não pensei nas consequências na hora. Quis me arriscar e me dei muito mal. Eu melhor do que ninguém sei disso.
_ Então... E não só isso como ainda apareceu em um motel em todos os sites praticamente ao lado de um sócio meu...
_ Imagem! É com isso que se importa, não é?
_ Também. Me diz qual o homem que levaria a sério uma mulher que vai com muita frequência em baladas, que já dormiu com qualquer um? Me fala um único que te assumiria se continuasse nessa safadeza, nessa...
_ É isso que ninguém entende. Esse seu pensamento machista! Porque eu sou uma mulher tenho que ficar em casa aprendendo a cozinhar, lavar, passar e como cuidar bem de um marido?
_ Sua mãe foi assim... Suas avós...
_ Eu não sou elas! -falei me pondo de pé- Nunca fui!
_ Fernanda, tenta me entender como seu pai. Eu sei que o Luan mesmo não ia querer nada além de se divertir... Viu o que ele fez com a aquela jovem, a mãe da filha dele. Contratou uma advogada e no fim era ela quem estava certa e ele era o pai da criança.
_ São situações diferentes...
_ Exatamente iguais, pensa nisso.

  Não prolonguei mais aquele assunto. Subi e o deixei sozinho na sala. Fui pro meu quarto, me joguei na cama e fiquei com aquelas palavras na cabeça.

"Você é a Fernanda, mulher! Acorda, saí dessa fossa. Vai viver. Você não leva jeito pra drama e baixo astral. Vamos melhorar isso aí meu bem." -minha consciência gritava e no fim ela tinha razão.

  Levantei da cama e fui tomar um banho. Sei que era dia de semana, mas eu precisava fazer alguma coisa. Coloquei uma roupa digna de uma balada, arrumei meus cabelos de um jeito mais natural possível e depois de pegar minha bolsa com carteira, celular e as chaves do meu carro... Saí! Saí sem nem dizer onde iria ou com quem iria.



  Dirigi até um bar na zona norte. Estava vazio, sentei em uma mesa afastada e pedi um energético pra começar bem leve, bem de boa. Depois fui mudando, comecei a ficar tonta no Saquê de Abacaxi que estava uma delícia. Nisso meu celular começou a tocar, olhei e era minha mãe... Não atendi. Depois as meninas, que eu também não atendia... Tomei mais três e pedi a conta... Fui pro carro e mais uma vez o celular tocando.

_ Não vou atender ninguém nessa porra também! Quero que vão todos se foder e me deixem em paz! -gritei sozinha dentro do carro e ri disso depois.-

  Respirei fundo e fui dirigindo sem rumo sabe. Fui parar em uma boate eletrônica, eu já estava mais pra lá do que pra cá... Mas... Ainda dei uma dançada e fiquei trocando olhares com um cara muito gato, muito mesmo. Ele chegou me dando ideia e quando estava quase beijando ele lembrei do que meu pai disse: Me diz qual o homem que levaria a sério uma mulher que vai com muita frequência em baladas, que já dormiu com qualquer um? Me fala um único que te assumiria se continuasse nessa safadeza, nessa...

_ Desculpa, mas não vai rolar gato. -o empurrei e saí, fui até o banheiro. Fiz xixi, lavei o rosto e prendi os cabelos. Estava enjoada, queria ir pra casa.- Droga, droga e droga de novo!
_ Eu vendo, você quer? -a menina surgiu do além. Te juro, cara.-
_ Não sua louca! Não curto essas paradas não. Falou aí!

  Saí direto no estacionamento e bateu um vento muito gelado, deveria estar de madrugada... Eu acho! (risos). E o celular ainda tocava. Joguei no banco de trás e entrei no carro. Rodei um pouco mais pela cidade e parei numa praça qualquer... Desci descalça mesmo, e sentei num banco e fiquei perdida no tempo ali.

"Acho que até chorei. Eu bêbada não dá. Eu precisava de alguém, precisava de qualquer pessoa. Qualquer pessoa mesmo."

  Lembrei do celular e quando eu peguei tinha mais de 20 ligações perdidas, fora as mensagens.

*Nanda?*
*Tá tudo bem?* -era do Luan, estava estava online.-
*Fala comigo.*
*Eu sei que você está lendo, o trem aqui tá ficando azul oh.* -eu não estava afim de responder ninguém, mas ele não estava com cara de que me deixaria em paz.-

*Oi.*

*Que "Oi" mais seco.*

*Põe o celular debaixo da torneira que o vai ficar molhadinho kkkkk* -ri demais, deitando no banco da pracinha.-

*Tá tudo bem? Posso te ligar?* -não respondi e saí do whats pondo o celular em cima da minha barriga e fiquei olhando pro céu escuro e sem estrelas por causa da enorme poluição na cidade.-

_ Por que ninguém me deixa em paz, mas que inferno! -gritei atendendo o celular e ficando quieta.-
_ Alô? Nanda onde cê tá? -permaneci muda.- Olha a Bruna disse que você não estava atendendo, nem mandando mensagem... Fiquei preocupado e queri... -desliguei já sabendo que ele ia querer fazer igual qualquer outra pessoa: me encher.-

"Cantor chato, insistente. Quando eu estava sã, estava querendo conversar não teve uma pessoa que estava desocupa pra me escutar."

_ Não vai me deixar em paz mesmo, né? -falei assim que atendi.- É pedir muito?
_ O que te deixou assim, hein? Você não é desse jeito... Você é...
_ PARA! EU NÃO AGUENTO MAIS! EU TÔ DE SACO CHEIO! -gritei.- Fernanda é isso, a Fernanda é aquilo.. Fernanda! Fernanda! Fernanda!
_ Calma, não quero te irritar. Quero saber onde você tá... Só isso.
_ Não! Me esquece, eu vou desligar... -foi o que eu fiz. Mas ele ligou de novo.-
_ Chega, né... Já deu. Não acha que tá crescida não pra ficar com essa de desligar na cara dos outros?
_ Vai se foder! Mais um pra querer mandar em mim? Me dar bronca? Lição de moral? Eu não preciso disso...
_ Você bebeu? Cê num tá normal... -seu tom de voz estava mais alto.-
_ Bebi pra ver se melhorava essa droga de vida! -me deu uma vontade enorme de falar tudo o que estava entalado na garganta.- Sabe eu tenho só 24 anos e durante 7 anos fui uma falsária mesmo... Duas caras! Queria ser a filha perfeita e esforçada, mas por trás disso tudo eu era apenas uma adolescente que queria se divertir! Que queria descobrir os prazeres e desejos que a "vida" poderia me proporcionar. Só que aí eu fui crescendo, enfrentei diversas situações, fiquei cara a cara com juízes resolvendo a vida dos outros quando na verdade a única que precisava se resolver era eu... Precisa me encontrar, precisa saber quem era a Fernanda. Se a Fernanda era uma irresponsável e inconsequente, ou uma ótima filha, ótima amiga, ótima advogada e que se contentava em passar os fins de semanas numa tarde de chá e dormir antes das 21h porque tinha que estudar no dia seguinte. -tomei fôlego e foi nessa hora que minhas lágrimas vieram à tona.- Eu compliquei tudo! -respirei fundo.- Deixei que as coisas chegassem à esse ponto. Confesso que fui covarde! E agora me sinto completamente perdida! Desorientada! Eu tô péssima! -ele não dizia nada, eu só conseguia escutar sua respiração calma.- Eu nem sei porque estou te contando os meus problemas, nem sei porque tô aqui falando tudo assim oh... Despejando tudo! Mas... Eu precisava desabafar!
_ Tudo bem eu...
_ Não está tudo bem! E sabe o que mais... Vou dar uma volta...
_ NÃO! -gritou.- Desculpa, não era pra gritar. Não vai dirigir desse jeito que você tá não.
_ Você não quer que eu fique em uma praça super deserta sozinha na madrugada né, me polpe. Vai que aparece um estuprador. Sei que minha vida está toda... Toda fodida... E nem por isso quero um qualquer pra me enfiar a piroca à força! -"Louca louca louca, tô maluca."-
_ Fernanda... Eu já tô saindo de casa.
_ Não vou esperar hein! Oh... -ri.- ... Tô indo embora!
_ Para com isso, é perigoso. -quando ele disse isso eu comecei a escutar um barulho de trás da árvore.-
_ Ai meu deus! Socorro! -sussurrei.-
_ O que? Fala comigo!
_ Luan. Eu escutei um barulho... -fiquei em pé em cima do banco.-
_ Caralho, fala aonde é que você tá...
_ Próximo da Eazy, uma praça aqui...
_ Não desliga!
_ E esse barulho? -falei receosa quando escutei galhos quebrando e no susto gritei quando vi a sombra de trás da árvore.-
_ FERNANDA!












~.~

  ÔH GENTE! QUE LOUCURA! SEM PALAVRAS.

sexta-feira, 22 de maio de 2015

Capítulo 47

Narrado por Fernanda
"Sabe eu de verdade estava sem chão. Sempre tive meu pai como o melhor e eu por mais que fique numa boa com a minha mãe era nele que eu era grudada. Então essa noticia me acertou em cheio."

  Depois de dada a noticia o médico nos deixou visitá-lo, mas foi coisa de no máximo 10min e tivemos que sair. Eu não estava com cabeça pra nada, mas não queria que meu pai ficasse ali e então pedi a transferência dele e dos outros para um hospital em São Paulo onde na minha concepção era melhor, era mais confortável e eles teriam uma recuperação melhor. E também liguei pro hospital ligar pra família da Lisa e dar a noticia. Tivemos só que aguardar algumas horas e tudo estava pronto.
  Chegamos no hospital no fim da tarde, ele ainda foi levado pra UTI mas eu estava mais tranquila, não sei o porquê mas estava. E fiquei sentada naquele corredor.

_ Você precisa ir pra casa, está ficando de noite e você ainda está de pijamas. -Davi dizia pondo a mão na minha coxa.-
_ Não quero, quero estar aqui quando ele acordar... -falei e deitei minha cabeça em seu ombro.-
_ Eles vão te ligar, até sua mãe já foi. -"Sim, eu insisti para que ela fosse embora e ainda liguei pra Lucila e pedi que fizesse minha mãe comer antes de dormir."- Vamos?
_ Não vou.
_ Por favor? -acabei cedendo e fomos pra casa. Eu estava sem fome alguma, mas mesmo assim ele me fez comer, depois tomei banho e ao sair ele dormia na poltrona que estava no quarto. Pedi que ele deitasse na cama pra ficar mais confortável, mas ele não quis, estava com vergonha por causa da minha mãe.-
_ Deixa de besteira, você está me fazendo companhia.
_ Não, Fer. Vou pra casa, preciso de um banho. Qualquer coisa me liga, tá. -beijou minha testa e saiu.-

  Tentei dormir mas o sono não vinha. Chorei. Estava realmente triste, não imaginei que isso aconteceria com o meu pai. O homem que me deu a vida. Era muito estranho saber que ele estava desacordado...
  Quando fui dormir já era praticamente a hora de acordar, deveriam ser pouco mais que cinco da manhã e nem dormi muito. Foi mais um cochilo. Porque às sete e meia eu já estava de pé. Tomei um banho demorado na banheira, depois ao sair vesti o roupão e fui secar meus cabelos no banheiro mesmo. Liguei o secador e comecei, mecha por mecha e quando estava quase terminando meu celular começou a vibrar...

_ Alô? -atendi desligando o secador.-
_ Oi Fer, você tá bem amiga?
_ Não tô bem não, queria estar... Mas...
_ Meu pai ficou sabendo e assim que soube me ligou e eu tô te ligando agora... Fiquei preocupada. O que houve?
_ A princípio foi uma falha técnica, tiveram que fazer um pouso forçado e nisso aconteceu tudo.. -contava já querendo chorar ainda mais quando contei que desde a hora do acidente meu pai estava desacordado, e não respondia a nada.-
_ Você e sua mãe estão arrasadas, né?
_ Ela mais ainda do que eu, desmaiou e tudo... -conversei um pouco mais com a Lila e depois de finalizar meu cabelo o prendi e fui enfim vestir uma roupa.-

Look:


  Passei no quarto e minha mãe não estava, desci e encontrei Lucila na sala que me deu um forte abraço e quando perguntei pela minha soube que ela levantou, tomou café, e depois de um banho foi pro hospital.
  Eu também queria vê-lo, mas a empresa estava sozinha desde antes de ontem... Então eu decidi que iria pra lá depois que comesse e foi o que eu realmente fui.
Muitos estavam de luto por conta da Lisa e eu entendia isso como ninguém.
Então pedi a recepcionista que ligasse para os gestores de cada setor e que dentro de meia hora estivessem todas na sala de reuniões.

  30min depois...

_ Bom dia à todos. -eles responderam e então pude prosseguir.- Como sabem meu pai voltando de Salvador junto com mais três funcionários e aconteceu o acidente. Acidente esse que causou a morte de uma funcionária, ferimentos e lesões graves em dois diretores e que deixou meu pai... Em coma. -muitos ficaram tão surpresos quanto eu.- Como minha mãe não está em condições de assumir a empresa eu ficarei no lugar dele até que a situação esteja instável.
_ Era de se esperar que você ficasse no lugar dele, mas sabemos que no último mês você ficou fora por conta da faculdade e não está tão por dentro do que esteja acontecendo. -Roseli falou. Ela era da parte da publicidade, estava um cargo à baixo da minha mãe e por isso se achava melhor que qualquer um e dona da empresa.-
_ Acha que eu marquei a reunião por qual motivo ? -todos ficaram em silêncio.- Preciso saber de tudo, quais as campanhas em andamentos, as que ainda faltam fechar e as reuniões dessa semana e da outra... Tudo isso até sexta-feira.
_ Mas é pouco tempo e com a empresa aberta chegando mais propostas fica mais difícil.
_ Bom. É o prazo que nós temos. -foi a minha palavra final antes de orientar em nais algumas coisas e por fim dei por encerrada.-

  Cheguei à sala da diretoria (a do meu pai) e cancelei todas as reuniões do dia e daquela semana explicando o motivo e remarcando uma à uma.
  Depois fui pro hospital.

_ Mãe? -chamei por ela assim que cruzei a porta que dava acesso ao corredor.-
_ Oi querida. -sorria, mas não muito.-
_ E meu pai como está?
_ Ele está respirando sozinho, mas ainda em coma por conta dos sedativos.
_ E o efeito disso acaba quando?
_ No fim da tarde, começo da noite o doutor informou.
_ E os machucados?
_ Ainda roxos. -falou com desânimo na voz.-
_ Você pode entrar e conversar com ele?
_ Sim. Passei boa parte do tempo lá dentro.
_ Ah sim. Eu posso entrar então? -ela assentiu e então eu fui. Respirei fundo antes mesmo de tocar a maçaneta, tomei coragem e entrei. Deixei a bolsa sobre a cadeira que ali estava e com cuidado me aproximei.- Por que você hein? Sei que só fazem três dias, mas tô sentindo demais sua falta. -suspirei.- É estranho estar em casa e no cair da noite não te ver cruzando a porta, ou me repreendendo cada vez que eu digo alguma coisa com duplo sentido... -meus olhos marejavam.- Sabe pai... Não tá fácil eu te ver em cima de uma cama, todo machucado e com esses aparelhos.

"Dizem que as pessoas em coma, induzido ou não, elas ouvem. Então eu fiquei falando e falando e falando mais um pouco. Vai que ele acorda pra me mandar calar a boca né? Nunca se sabem..."

_ Boa tarde moça. -olhei pra trás e sorri desejando o mesmo.-
_ Você que é o medico do meu pai?
_ Enfermeiro apenas... Na verdade um deles. -sorriu.-
_ Ah sim. E ele está reagindo bem?
_ Muito bem. Na verdade ele está desacordado por causa dos medicamentos. Só o efeito passar e ele acorda.
_ E quanto as fraturas?

  Ele foi explicando, explicando de uma maneira que eu entendesse... E depois de alguns exames e colocar mais um soro ele saiu e eu voltei a conversar com o meu velho. Isso até meu celular tocar mais uma vez e eu sair pra atender.

_ Oi, Davi.
_ Nanda? Tá tudo bem?
_ Sim, está tudo indo. Conversei com o enfermeiro e... -fui contando.-
_ E a empresa?
_ Tirando uma folgada que se acha dona está tudo fluindo bem, me saí bem como mandante. -ri.- E você? Cuidando bem do meu bebê?
_ Claro, ele está aqui e comendo...
_ Tô com saudades dele.
_ Daqui a pouco você tá em casa.
_ Deus te ouça.
_ Só liguei pra saber mesmo, agora preciso ver mais algumas coisas aqui... Qualquer coisa que precisar pode me ligar.
_ Tá bom. Pode deixar que eu ligo sim. -sorri.-  Beijos, se cuida.
_ Você também gatinha. -desligamos. E tocou em seguida.-
_ Oi... -atendi rápida.-
_ Fê? É o Luan, como você tá?
_ Oi Lu. Eu tô bem, meu pai está melhorando. Mas ainda tô triste por ele estar nessa situação...
_ Ele vai ficar bem Princesa, você vai ver... Tá em casa?
_ Não, tô aqui no hospital junto com a minha mãe.
_ Posso ir aí?
_ Pode sim, sabe o endereço?
_ Meu pai tá junto, ele deve saber. -riu.-
_ Então tá... Até daqui a pouco?
_ Sim. Tchau, beijo.
_ Beijos.

  Desliguei sorrindo, não sei porquê, mas estava. Guardei o celular e depois da minha mãe insistir muito fomos até a lanchonete comer alguma coisa.

*Chegamos aqui na recepção. Vou pra onde agora?*
*Fernanda?*
*Gorda do jeito que é deve estar comendo.*

  Luan sendo carinhoso, só que não. Nunca!
  Já havíamos comido e na volta passamos pela recepção e eles entraram com o crachá de visitantes. Cumprimentei Amarildo e deixei que ele entrasse com a minha mãe, já eu fiquei um pouco mais pra trás junto com o Luan. Só que em silêncio.

_ Tá tão quietinha que eu tô até estranhando. -disse ele se sentando no banco.-
_ Pensativa seria a palavra certa. -bocejei me sentando ao lado dele.- Chegou quando de viagem?
_ Faz nem duas horas. -ele estava de óculos escuros, touca e fazendo bico.-
_ Mentira, né?
_ Não cara. Eu tava pra voltar hoje mesmo, mas só que mais tarde... Mas como fiquei sabendo do seu pai e tudo voltei antes. Queria saber como você estava...
_ Eu tô chateada. Porque eu acredito na melhora dele, mas eu e meu pai não estamos numa boa mesmo desde que tudo aquilo aconteceu. Ele se "fechou", ficava de indiretas sempre e um clima muito estranho. Tenho a sensação de que estamos brigados e agora ele em coma... -abaixei a cabeça e senti sua mão em meu ombro apertando levemente.-
_ Não fica assim... -beijou minha bochecha.- Ele vai ficar bem e vocês vão se acertar de vez. Ele precisa de um tempo só...
_ Mais tempo? Meses se passaram... É estranho demais isso.
_ Você cresceu e pro seu pai descobrir isso assim, no susto é complicado demais.
_ Ele queria a verdade e quando teve a verdade me virou a cara, quis me chamar de vagabunda... -meus olhos lacrimejavam novamente e uma lágrima caiu.- Eu sei que eu errei em ter omitido quem eu era, mas não nas coisas que eu fazia... Coisas essas que todo homem faz e passa despercebido.
_ Aí que tá. Você é uma mulher, e pra uma mulher é mais complicado. Fica mais visado, fica feio.
_ Machismo. Essa é a palavra certa!
_ Não deixa de ser... -nos calamos.- ... Mas não fica chateada, eu disse, já passou. Agora é olhar pra frente e não voltar a errar. -assenti e então ele me puxou para um abraço apertado.-

  Nos desfizemos do abraço quando a porta do quarto se abriu e minha mãe saiu na frente do pai do Luan, que logo se despediu e então eles foram pra casa e meia hora depois eu e minha mãe fizemos o mesmo.

_ Nem perguntei como foi na empresa...
_ Foi tudo bem, resolvi tudo na teoria e agora é por em prática né mãe...
_ Fez uma cara agora... Que meu deus! Deu medo.
_ Roseli sempre foi uma chata, nossa... A reunião toda ela ficou de caras e bocas e quando tinha a oportunidade me alfinetava. Mas ele deve ter esquecido que eu sou a filha dos donos e não ela. -minha mãe negou com a cabeça rindo.- Mas tirando isso foi bem de boa, muito mesmo. -terminamos de jantar e subimos para os nossos quartos e dormimos. "Quer dizer, ela eu não sei... Mas eu apaguei assim que coloquei meu pijama e me joguei na cama."-

  Na manhã seguinte acordamos com a noticia de que meu pai havia acordado e que exames e mais exames estavam sendo feitos para saber seu estado e sequelas. E vejamos pelo lado bom, ele falava (com dificuldade, mas falava), estava com dores o que era de se esperar. Porém estava fora de perigo.
Os outros dois diretores haviam recebido alta, assim como o piloto.
  Tomei banho e nem quis comer, fui direto pro hospital e quando chegamos no quarto estavam colhendo sangue.

_ Pai! Você acordou... -"Juro que tentei abraçá-lo, mas minha mãe me segurou pelo braço e pediu pra eu ir com calma."- Tá bom, juro que não vou pular em cima dele.
_ Fernanda.
_ Mãe... -olhei para ela repreendendo seu olhar.- Pai, que bom que você acordou...
_ Ahaam... -ele falou bem baixinho.-
_ Tá sentindo dor? -assentiu.- Aonde?
_ Fernanda para de fazer perguntas, vai dar uma volta, vai.
_ Tá me expulsando do quarto do meu próprio pai?
_ Tô minha filha, você tá muito agitada. -dei de ombros, fui até ele dando um beijo na testa e saí né...-


*Meu pai acordou. :D * - mandei para as meninas e os rapazes também.

*Te falei que ia ficar tudo bem amiga.* - Lila respondeu.

*Sogrão tá bem? Vou ir ai visitar ele.*
*Falando sério... Fico feliz, rezei muito por isso.* -Luan.

*Nandinha, que ótimo! Nem acredito!* -Bruninha.

*Já fez os exames? Ele tá bem?*

*Ai Davizinho, ainda não sei... Fiquei muito eufórica e tive que sair da sala, mas ele estava sendo examinado.*

*Qualquer coisa me liga, tá?*

*Pode deixar que eu ligo sim... Beijão.*

  Fiquei andando pelo corredor, e um entra e saí que estava me agonizando. E quando minha mãe saiu eu entrei e ele estava dormindo...

_ Ah, pai. Não acredito... Você tá dormindo mais? -falei indignada e ele esboçou um sorriso-
_ Fala baixo, por favor.
_ Desculpa. -falei me defendendo- Que susto você me deu... -meus olhos se encheram de lágrimas- ...Não faz mais isso.
_ Eu tô bem Fernanda, muito bem aliás... Só queria ir pra casa, mas cheio de osso quebrado é difícil. -falou fechando os olhos novamente-
_ Tá sentindo tudo direitinho? -ele assentiu- Eu... -não consegui falar e me calei-

  Ao mesmo tempo que estava feliz por ele ter acordado, estava triste por saber que as indiretas voltariam e juro que não queria isso não.
  Tive que voltar pra casa porque agora ele faria Raio-X e depois de comer voltaria a dormir e minha mãe ficou por ser esposa.

   ...

  Na segunda-feira de manhã meu pai receberia alta e fomos buscá-lo. Chegando em seu quarto o clima estava pesado. Ele chorava muito e ao lado da cama estava uma cadeira de rodas. Foi um choque para todos nós.

_ O que significa isso? -foi a minha primeira pergunta-
_ Seu pai passou por um acidente grave e mesmo depois de acordar do coma ele está passando por uma situação delicada e...
_ Fala de uma vez... -pedi impaciente-
_ Eu não estou conseguindo levantar. -dizia encarando suas pernas e deixando as lágrimas caírem- Não estou sentindo nada da cintura pra baixo!
_ Mas, doutor...
_ São sequelas, que podem ser revertidas com tratamento fisioterapêutico. Só que por enquanto ele precisará da cadeira para se locomover.
_ Eu prefiro morrer do que andar nisso! -falou ríspido e minha mãe chorou-
_ Não fala isso. Não sabe como eu fiquei quando soube desse acidente e tudo o que eu pedi à Deus foi que você ficasse bem, que sobrevivesse...
_ Analice, o que eu vou fazer sentado nisso? Não vou servir pra nada. Servir pra dar trabalho pros outros... -eu quieta estava, quieta continuei. Assim como o doutor e dois dos enfermeiros.- ...Nessa cadeira eu não sento.


















~.~
  Oi? Uma cadeira de rodas?
Eita gente. Mais tensão, será?