{...} Abre mais a blusa, me usa! Só não pede pra parar... ♪♫

sábado, 27 de fevereiro de 2016

Capítulo 192 - Parte III

Narrado por Luan

(...)


_ Por acaso eu tenho cara de idiota? -não tive nem tempo de falar "Alô."- Não. Porque está parecendo. Por que não avisou que não viria ou melhor que não estava afim? Eu fiquei quase três horas plantada te esperando! Onde é que você está?
_ Me esperando? Onde?
_ Como onde, Luan?
_ Tínhamos alguns marcada?
_ Eu não acredito que você teve a coragem de fazer isso comigo, não quero acreditar Luan.
_ Onde?
_ Era algo tão simples, pensei que se interessaria. Você me disse que vinha... -respirou fundo.-
_ Eu não estava sabendo de nada pra hoje, eu pensei que...
_ Eu marquei isso com você três semanas atrás lá em Londrina, Luan... -" Tô lascado, cara que estou lascado. Ela vai me matar."- ... Era algo de importância pra mim, mas pelo visto você não está nem fazendo questão. Dá próxima vez me avisa, ridículo. -e desligou. Disquei seu número de volta e ela atendeu.- O que é?
_ Onde você está?
_ Como onde? Na escola de dança, onde mais você aprenderia a dançar? 
_ Dançar?
_ Esse seu fingimento de que esqueceu tudo o que eu disse está começando me irritar.
_ O que te levou pensar que eu queria fazer aula de dança? -quis dar risada, onde já se viu, eu dançando.-
_ Já que iremos nos casar pensei em você fazer algumas aulas de dança para uma coreografia no nosso casamento, falei de marcar depois de umas três semanas de voltarmos pra São Paulo porque teríamos quase um mês pra ensaiar e você concordou com tudo e agora está se fazendo de idiota? Qual o seu problema?
_ Amor, calma... Não fica nervosa, eu preciso te contar uma coisa. -fechei os olhos imaginando como ela estaria do outro lado da linha.- Naquele dia eu estava tão distraído que não escutei uma palavra do que você disse e só fui me dar conta disso depois que você saiu do quarto. Me desculpa... -ela ficou em silêncio alguns segundos e a ligação caiu, ou melhor, ela desligou na minha cara. Mais uma vez tentei ligar e ela sequer atendeu e isso me deixou pensativo.



*Você deve estar brava, eu sei e até te entendo. Mas, me atende vai... Vamos conversar.*

*Ah! Claro, conversar não é? Era só o que você deveria ter feito, cachorro safado sem vergonha... Era bem por isso que você estava me adulando, toda hora com um presentinho diferente, um passeio diferente. Era peso na consciência, pois eu deveria jogar tudo no lixo ou melhor te fazer engolir um por um! Deveria não, eu vou. Você que me aguarde!*

*Tá vindo pra casa?*

*Não interessa onde eu estou!*
*Para de me mandar mensagem!*




Narrado por Fernanda
  Tá que não era uma coisa de tanta importância assim, mas minha indignação era: e se fosse? Ele ainda concordou sem nem saber do que se tratava, não era mais fácil chegar em mim e falar a verdade? Chegar e ser honesto ao ponto de dizer que não tinha prestado a atenção? Não! Preferiu me deixar plantada o esperando por horas, aí que raiva que eu estou e juro que se o ver na minha frente eu avanço direto naquele pescoço branquelo que nem maquiagem cobriria as marcas deixadas pelas minhas unhas.
  Cheguei na minha casa e fui para um banho relaxante na banheira, depois de vestir uma lingerie vesti um roupão e fui mexer nos meus cabelos. Sentei em frente à penteadeira e liguei o secador, pegava mecha por mecha... Estava sem pressa, queria deixar passar o tempo e minha raiva. Depois de totalmente seco liguei a chapinha e fui procurar o que vestir, um shorts jeans e uma regata mais agarradinha. Voltei minha atenção aos cabelos e depois de prontos estavam bem mais lisos que o normal. As crianças estavam com a Mari, então peguei o carro e fui até lá para buscá-los.


_ Nossa que linda, escovou os cabelos não foi?
_ Obrigada, foi sim sogra. -lhe cumprimentei e fui entrando, tirei o óculos escuro e fui procurar meus baby.-
_ Estão os dois na piscina ainda, Amarildo tá lá com eles...
_ Mas, até o pequeno? Ele não espirrou não?
_ Que nada querida, está muito bem. -riu.- Luan está lá em cima.
_ Tô não, olha eu aqui. -veio todo engraçadinho, cruzei os braços bem séria e minha sogra se afastou.- Não vai falar comigo? -quando ele chegou mais perto virei a mão uma vez só dando um tapa bem dado no seu braço.-
_ Idiota.
_ Amor, assim machuca... Mas, eu sei que mereço.
_ Merece muito mais que isso, merece que eu faça uma greve até de beijos.
_ Ah não, tamém não é assim amor...
_ Ah não é assim? Por que você não me disse hein?
_ Porque você ficaria brava e...
_ E nada! Preferiu mentir, me deixar plantada te esperando. Quantas foram as vezes que eu te perguntei? Você tentou descobrir me comprando, me agradando com presentes. Eu bem que pensei que isso estava estranho, mas não, você pisou na bola realmente.
_ Você tem que entender que não é tudo que eu consigo assimilar, você estava tirando a minha atenção com aquela blusa molhada da água da chuva. Imaginei tudo, escutei você dizer tudo o que me convinha e acabei não me atentando ao que disse.
_ Sinal de que sou entediante e você não para pra escutar nada do que eu falo. -ele ficou em silêncio e eu ainda o encarando.- Não esperava isso de você. -desviei dele e saí de seu canto de visão, caminhei até a piscina e lá estavam as crianças se divertindo. Eita avô babão, só estava faltando minha afilhadinha linda.- Oi sogro.
_ Mamãe!
_ Oi meu amor, a mamãe veio buscar vocês.
_ Ah, mas tá gostoso aqui. Deixa eu ficar?
_ Tem certeza?
_ É eu tenho.
_ Então tá, agora você mocinho. Vem, chega de piscina.


  Ele veio chorando, mas veio. O enrolei na toalha e saí dali antes que escorregasse, subi para o quarto do Luan e o encontrei deitado na cama mexendo no celular, passei direto para o banheiro e fui abrindo a torneira da banheira para regular a temperatura e poder dar um banho no Arthur. Enquanto enchia voltei pro quarto e o coloquei em cima da cama, saí do quarto e fui buscar sua bolsa onde peguei uma troca de roupa, fralda e produtos de higiene.

_ Isso mesmo Arthur, tá divertido molhar toda minha cama. -tive vontade de dar risada, mas continuei séria. Fui até o banheiro e fechei a torneira.-
_ Vem amorzinho, mamãe vai te dar um banho! -Arthur amava tomar banho, aliás, ele amava estar na água, piscina, banheira, bacia... qualquer canto que ele pudesse ficar de boa e sem fralda.- Aí que delícia mamãe, tô tão lindo. -ele sorria, batia os pezinhos fazendo espuma na água.- Oh o patinho do neném... -ele batia palminhas e resmungava.- É amor, canta com a mamãe, canta... Um patinho na beira da lagoa, ele grita: Aí que água boa! Bate as asas, choq, choq, choq. Abre o bico, quac, quac, quac... -e seguimos assim até o término do banho. Ele estava cansadinho que não reclamou por sair da água, o próprio esticou os bracinhos e veio deitando a cabeça no meu colo. O levei de volta pro quarto, o sequei com a toalha, coloquei a fralda e vesti um macacão de calor, passei a colônia com cheirinho de Arthur e penteei seus cabelos.- Como não morrer de amor? Coisa linda da mãe. -o enchi de beijos e Luan nos olhava rindo. Ele coçou os olhos e era sinal de que estava com sono, mas estava na hora dele mamar. Então deixei as coisas de lado e o amamentei.-
_ Isso é covardia.
_ Tá falando comigo?
_ Luanjr que não pensa em mim. -segurei a risada quando o olhei e percebi o volume, homem safado, pervertido. Meu noivo!-
_ Doido. -continuamos ali, Arthur até dormiu. Fiquei com ele em pé um tempinho e ele até arrotou dormindo mesmo. O deixei na cama e fui ajeitar as coisas, desci a bolsa e já coloquei no carro. Passei pela cozinha e fiquei lá com a sogra no maior papo. Estávamos falando sobre o casamento, que eu queria que fosse no México e ela achou bem diferente e bacana, disse até que curtia um pouco da comida mexicana.-
_ Amor, para de me ignorar... -ele chegou na cozinha de braços cruzados e um bico enorme e exagerado, Mari me olhou e não segurou a risada e eu permaneci do jeito que estava.- Eu errei, mas foi pra não te deixar brava.
_ Não adiantou muito, fiquei do mesmo jeito. Onde já se viu me deixar HORAS te esperando Luan, as pessoas me olhando com cara de "nossa coitada, deram o cano nela." aí que raiva que eu fiquei, nossa!
_ Prometo não fazer outra vez... Tá bom assim? -assenti.- Me dá um beijo, então...
_ Não posso. -falei séria, me esquivando.-
_ Por que?
_ Tô com duas aftas, não dá... -menti com convicção e ele olhou meio torto, tentou outra vez e eu segurei seu rosto.- Já falei que não, né sogra. -ela riu e voltou a mexer em suas panelas. Ele riu e depois de me dar um beijo no rosto, saiu.-
_ O que meu bebê aprontou?
_ Ele não prestou a atenção no que eu disse e me fez ficar quase uma vida esperando ele. Fiquei numa raiva.
_ Amarildo as vezes faz isso... -riu, nisso meu sogro entrou na cozinha molhando todo o chão, Mari não se conteve e lhe deu uma bela de uma bronca e ele por levar as coisas bem mais na esportiva deu um abraço deixando-a toda molhada e gritando horrores.- Você não parece ter a idade que tem, igualzinho o seu filho, eu não mereço os dois não. -disse "brava".-
_ Magoou muito seu esposo.
_ Vou nem dormir hoje de tamanha preocupação. -risos.-
_ Vô, vamos voltar... -Melissa estava tremendo e com os lábios roxos, mas sair da piscina que é bom, a bonita não queria.-
_ Chega né filha, vamos tomar um banho que já deu de piscina.
_ Mas mamãe... 
_ Melissa, você está com a boca roxa filha, obedece a mamãe. Por favor, vai... -ela cruzou os braços e olhou pra mim quase me engolindo, fuzilou mesmo e deu as costas. Meus sogros viram, mas não se intrometeram e eu fiquei na dúvida se aquilo era bom ou ruim.


...

  Luan se deu o luxo de ficar mais um dia em casa por conta do show ter sido adiado e começou a me infernizar querendo que eu e as crianças fôssemos com ele para Manaus. E eu disse que não, Melissa ainda estava tendo aulas e Arthur só tinha viajado de avião uma única vez.
  Mas, ele encheu tanto meu saco que eu disse que iria. Então na manhã seguinte fomos até a escola conversar diretamente com a diretora e explicar que era uma viagem em família e tudo mais. Depois seguimos para a minha casa e ele ficou com os dois na sala enquanto eu arrumava nossas malas para ficarmos viajando com ele por uma semana no máximo, porque com a rotina doida eu acabava me dando conta ainda mais com duas crianças né. Só que eu sentia um pouco de falta dessa correria, talvez tenha sido isso que tenha me feito ceder um pouco.
 

No avião...

_ Cê tá desde ontem sem me dar um beijo. -não respondi, continuei concentrada no que fazia no celular. Tirava fotos do Arthur e da Mê juntinhos.- E ainda me ignora.
_ Hm... Fala amor.
_ Me dá um beijo?
_ Não posso... Olha isso aqui... -mostrei a afta que realmente apareceu, por causa de abacaxi, ácido demais.- Quer ficar com uma bem linda na sua boca? -ele fez careta.- Que bom. -risos.-
_ Mamãe, eu tô com cólica. -Luan olhou e ficou paralisado.-
_ Ôh meu amor, mata seu pai não. -ri.- Você só vai ter cólica quando for mocinha.
_ Aí meu coração... -recostou na poltrona.- Aí...
_ Eu já sou uma mocinha mamãe...
_ Minha nossa senhora... -pôs as mãos no peito e fechou os olhos.-
_ Deixa de ser idiota, Luan. -me virei pra Melissa.- Filha, mocinha que a mamãe diz é quando você for maior e menstruar, que é quando dá cólica...
_ Aí tem que usar aquela fraldinha né?
_ Isso amor, mas não é fraldinha que fala. É absorvente.
_ Ab quem? -olhou confusa e aí foi pergunta pro resto da viagem. Nunca vi uma criança perguntar tanto de algo que estava muito distante de acontecer. Luan ficou indignado que eu estava falando de menstruação para uma criança de seis anos. Só que eu conhecia a filha que eu tinha e sabia que se eu não lhe dissesse, ela encontraria outra pessoa. E tem mais, eu sempre fui assim com a minha mãe e é claro que não era tudo que ela me dizia até porque todo e qualquer assunto que fosse relacionado à sexo ela deixava de lado. Conclusão, fui pesquisar na internet e descobria bem mais que simples respostas.- Eu quero crescer!
_ Você quer aproveitar muito sua infância, isso sim. -falei e ela cruzou os braços e foi quietinha até o fim da viagem.


  Ao aterrissar o barulho estava ensurdecedor, não sei de onde saiu tantos fãs. Luan foi na frente para tirar para distraí-los enquanto nós entramos na van. Arthur assustou com os gritos e começou a chorar, chorava muito. E não tinha quem o fizesse parar.

_ Mamãe, faz ele parar de chorar.
_ Tô tentando Melissa, tô tentando.
_ Esse menino não cala a boca, eu vou com o meu pai... -disse enfiando o dedo nos ouvidos e descendo da van sem nem me escutar chamá-la de volta. Arthur ainda chorava, por isso fiquei tentando acalmá-lo e deixei Melissa ir com o pai. Um tempo depois ele acalmou, foi quando Luan e Melissa voltaram pra van e ela estava com a cara emburrada, Luan assim que a porta fechou também fechou a cara.-
_ O que aconteceu?
_ O que aconteceu é que ela tem que aprender a te obedecer, você é a mãe dela.
_ Eu já pedi desculpas, papai. -limpou o rosto com as mãos.-
_ Não é pra mim que você tem que pedir desculpas...
_ Fofoqueiro. -olhou pro Rober e fechou ainda mais a cara.- Tudo culpa sua.
_ Melissa! Chega...
_ Alguém pode me dizer o que foi isso?
_ O Testa me falou que você falou pra ela ficar aqui na van e ela não deu bola. E não é a primeira vez que ela passa por cima de uma ordem sua, tem que te respeitar, não só você como qualquer adulto. Ela só tem seis anos e teve muita educação, muita mesmo e nunca foi bocuda desse jeito.
_ Luan calma... -falei pondo a mão em sua perna e ele me olhou.- Depois eu converso com ela, relaxa. -ele não falou mais nada, o silêncio tomou conta da van e seguimos assim até chegarmos no hotel. Entramos direto, subimos para os quartos e me joguei na cama com vontade estava cansadinha.-
_ Vou tomar banho...
_ Papai... -Melissa o chamou e eu fiquei olhando pra saber qual seria sua "reação".-
_ Agora não Melissa. -e entrou no banheiro batendo a porta.















~.~

  Oi? Aula de dança? Não era "grave", mas vai render horrores e vamos combinar que Luan na seca fica um porre e isso está começando... Sobrou até pra Mê que resolveu fazer malcriação, mas é fase né? Quem nunca? 
  Beijos, beijos! Até amanhã...

domingo, 21 de fevereiro de 2016

Capítulo 192 - Parte II

Narrado por Fernanda

(...)

_ Divida a minha vida, me aceite pelo que sou. Porque eu "nunca" irei mudar todas as minhas cores por você. Pegue meu amor, eu nunca pedirei muita coisa. Apenas aquilo que você é e tudo aquilo que você faz, eu realmente não preciso olhar, muito longe... Eu não quero ter que ir, aonde você não me acompanhe. Eu não quero segurar de novo, esta paixão aqui dentro. Não posso fugir de mim mesmo. Não há onde me esconder! Não me faça fechar mais uma porta, eu não quero mais esse sofrimento. Fique em meus braços se você tem coragem ou devo eu imaginar você aí? Não fuja para longe de mim... eu não tenho nada, nada, nada... se eu não tenho você. -seu olhar veio na direção do meu e um brilho diferente era refletido.- Você vê através, direto em meu coração. Você derruba minhas paredes com a força do seu amor. Eu nunca conheci o amor como o que conheci com você! Será que nossas lembranças vão sobreviver? Uma eu posso segurar, eu não preciso realmente olhar, muito longe... Eu não quero ter que ir aonde você não me acompanhe. Eu quero segurar de novo, esta paixão aqui dentro não posso fugir de mim, não tem onde me esconder. Você é o amor que vou me lembrar para sempre!

  Nada mais precisava ser dito, eu amei a música. Tão linda que minha resposta para ela foi as minhas lágrimas. O pedi para que cantasse mais uma vez e gravei um pouquinho, disse à ele que iria compartilhar com o mundo aquele momento nosso, mas que era lindo demais para ficar entre nós apenas. Minha legenda no instagram foi uma frase que me deixou com um sorriso "rasgando" meu rosto.

_ Você que é o amor que eu irei me lembrar para sempre, te amo branquelo.
_ Ama muito?
_ Incondicionalmente. -deixou o violão de lado e nos deitamos na grama, por estarmos em SP não tinham muitas estrelas, mas a lua estava nos iluminando o suficiente.- Sei que o clima está ótimo, está lindo, só que amanhã eu trabalho amor. 
_ E eu vou com você, seu secretário por um dia.
_ Meu assistente, secretária eu tenho a Isa.
_ Desde que eu fique na sua sala não tem problema. -risos.- Quer ir no colo?
_ Não, vou andando mesmo. -ele se levantou e me estendeu as mãos para que eu me apoiasse nele para levantar.- Preciso dormir, mas cadê o sono? 
_ Quando você se jogar na cama e ficar bem quietinha o sono vem... -ganhei um beijo na nuca, entramos de mãos dadas e fomos para o quarto.-
_ Queria te ouvir cantar mais um pouco, tô muito carente amor. Você não tem noção.
_ Acredite, eu tenho. -risos.-
_ Amor, você vai dormir comigo suada mesmo. Tô com preguiça de tomar banho, tomo de manhã. -entrei no quarto e fui trocar de roupa, tirando o jeans e colocando uma regata bem confortável dele.-
_ Vamos só dormir, né?
_ Sim. -ri e me deitei, consegui me aninhar perfeitamente nele e ao som de sua voz cantando uma de suas músicas eu adormeci.




Narrado por Luan
  A manhã não demorou a chegar e antes mesmo que o sol nascesse eu estava de pé. Tive insônia, preferi tomar um banho e me vestir adequadamente para acompanhar minha noiva em um dia de trabalho. Um jeans escuro, sapato social e por enquanto sem camisa.


_ Cara, você é demais! -falei indo até o banheiro e ligando o secador para ajeitar o cabelo e esperando que Fernanda não acordasse.-
_ Bom dia? -olhei para a porta e lá estava ela com a carinha mais linda de sono, sorri e lhe desejei um bom dia.-
_ Te acordei?
_ Meu despertador materno. -riu e depois de ficar na ponta dos pés e me dar um selinho, saiu.


  Fui passar meu perfume, escolher um óculos escuro e vestir minha camisa que estava à minha espera no closet.

_ Olha quem veio te dar bom dia, amor.
_ Bom dia garotão. -peguei Arthur no colo e ele começou a espirrar, acho que por causa do perfume que era forte. Então o devolvi para a mãe.-
_ Tá um gato assim de social, meu deus! -selinho.- Vai mesmo comigo?
_ Seu assistente por um dia. -ela riu e voltou pro quarto. Coloquei meu relógio, fechei um por um dos botões da camisa deixando os dois últimos abertos, ajeitei a gola e dei mais uma passada de mão no cabelo e estava pronto.- Amor?
_ Hm... -entrei no quarto e Arthur estava mamando.-
_ Vai demorar aí?
_ Pouquinho, ele agora que sossegou pra mamar. Uns minutinhos...
_ Te espero lá embaixo então...
_ Tá bom amor.


(...)

  Fernanda está naquele quarto fazem duas horas. DUAS! Eu estava quase subindo para buscá-la, me coloquei de pé e virei na direção da escada. Ela estava com uma blusa de seda vermelha, saia cintura alta e até dois palmos abaixo de suas coxas, salto alto e coque.

_ Nossa...
_ Desculpa a demora, Arthur não queria voltar a dormir. Custou viu... Vamos?
_ Não vamos nem tomar café?
_ Tem uma padaria bem perto do prédio e é uma delícia, poderíamos comer fora. O que acha?
_ Acho muito bom. -ri e peguei sua bolsa, meu celular e as chaves do carro.-
_ Vai sem documentos?
_ Vou pôr na sua bolsa.
_ Vamos logo, estou com fome.
_ Sim, senhora. Como quiser. -risos.


(...)

  O trânsito não estava muito bom, pegamos congestionamento e quando olhei pro lado Fernanda dormia com a cabeça encostada no vidro. Deitei seu banco com cuidado e liguei o rádio num volume bem baixo.
  Quando chegamos no estacionamento da empresa eu a acordei, descemos do carro e deixei as chaves com o manobrista e fomos esperar o elevador.


_ Tá com uma carinha de sono tão linda.
_ Com a "carinha" e com muito sono também (selinho). Preparado?
_ Nunca fui assistente na vida.
_ Não é difícil, a Isa vai te passar algumas coisas. Mas não começamos agora, vamos deixar as coisas na minha sala e tomar café da manhã.
_ Cê que manda.
_ Mando mesmo. -entramos e não teve quem não nos olhasse.- Bom dia... -Fernanda era toda sorrisos, mas percebi alguns virando a cara, fazendo caretas, outros cochichando... Dei risada e continuamos de mãos dadas até chegarmos na mesa da loira mais tímida que já conheci na vida.-
_ O QUE VOCÊ TÁ FAZENDO AÍ! -falei batendo em sua mesa e quase matando a coitada de susto, Testa me mataria se soubesse.- Bom dia Isinha, linda.
_ Não faz isso não, eu tomava remédio de pressão acredita? -comecei a rir e ganhei um belo de um tapa da Fernanda.-
_ Bom dia Isa, hoje teremos um assistente. Pode colocar ele na linha que eu deixo.


...

  Fernanda não me poupou do trabalho, mandou ver nas tarefas e eu não via a hora de chegar o almoço. Estava cansado mentalmente, ficar horas em frente uma tela de computador era desgastante demais. Eu nem imaginava que era assim, nunca mais ouso subestimar minha Morena que trabalha de manhã até o fim da tarde.

_ Pode ir almoçar se quiser amor, ainda tenho isso aqui pra revisar. -dizia ainda fixando seu olhar em uns documentos.-
_ Vou sozinho?
_ Não, você tem uma companhia. Aliás, ela estava louca pra te conhecer desde que entrou aqui.
_ Ela quem? -perguntei confuso e nisso alguém bateu na porta.- Ela quem, Fernanda?
_ Pode entrar, Polly.
_ Polly? Quem tem um nome desses?
_ Amor, não seja grosseiro. -uma menina entrou com o rosto vermelho, os olhos brilhando e não deu nem tempo de eu me levantar que ela me abraçou sentado mesmo e chorou viu, senti até molhar minha blusa.- Ela é sua fã e aprendiz aqui na empresa. Nunca tinha ido em um show seu, muito menos te visto de tão perto.
_ Chora não mulher, gosto de ver fã minha chorando não. Tem que rir, ficar feliz. -retribui o abraço enquanto me ajeitava de um jeito confortável.- Quantos anos você tem?
_ 17.
_ Seu nome é Polly, mesmo?
_ Pollyanna.
_ Novinha hein e linda. -ri deixando-a ainda mais vermelha.- Porque não levou a menina pra me conhecer antes?
_ Ela não mora aqui perto, e quando acontecia de eu te encontrar ela não podia ir. Mas, hoje vocês tem um tempinho juntos. Seja cavalheiro viu e não safado. Bom almoço... -ela me puxou e depois de um beijo me empurrou pra fora de sua sala.-
_ Então quer dizer que minha companhia pra almoçar é você? -ela assentiu.- Isso não vai ser legal se você só balançar a cabeça. -falei divertido e ela riu.- Sou um cara normal, então relaxa. Bora lá...
_ Bora. -sorriu.-
_ Isa, tô indo almoçar.
_ E deixou minha chefe sozinha, coitada.
_ Arrumei outra mais nova. -abracei a cintura da Polly e fomos rindo até o elevador. Descemos em silêncio, peguei o carro e entramos. Liguei o rádio e passava uma música bacana, comentei sobre ela e por coincidência a Polly também curtia e esse foi nosso assunto de início.- E cê é minha fã desde quando?
_ Três anos, só...
_ Só? Que nada, é muita coisa viu. -ri.- E qual música mais gosta?


  Meus fãs eram fodas e de tímidos? Não tinham é nada. Fomos almoçar num restaurante que eu nem conhecia, nem ela, mas o cardápio parecia ser bom e o lugar parecia ser reservado. Nos sentamos e comemos sem pressa, o assunto estava rendendo e eu soube mais do que a vida de fã, perguntei sobre seu futuro também e deixei que ela me perguntasse o que mais tinha curiosidade. Sei que fomos notar a hora quando a Nanda ligou.

_ Oi amor.
_ Luan, sequestrou a menina? Daqui quinze minutos é a hora dela ir pra casa.
_ Ah, mas a conversa tá tão boa.
_ Eu sei que sim, mas não abusa. -e desligou.-
_ Ela tá brava? -perguntou receosa.-
_ Tá preocupada que eu não te levei de volta. -risos.- Bora voltar?
_ Aí não, tava muito bom... Sonhei tanto com esse momento, pensei que passaria mal, iria desmaiar e não... Tô viva!
_ Vejo que sim. -risos.- Empresta seu celular...
_ Aí não, você vai ver suas fotos e...
_ Relaxa.


  A foto de plano de fundo era minha fazendo bico, uma muito antiga, tão antiga que eu nem lembrava onde tinha sido (risos). Aquele foi o momento das selfies, várias delas, com caretas, sem caretas, mandando beijo, beijando a bochecha dela, depois pedimos uma sobremesa para a viagem e claro que não esqueci da minha noiva e suas secretárias, Isadora e Elisa.


@luansantana: 3 anos de muito amor, né @pollyviana

(...)


_ Entregue e na hora.
_ Matou a vontade Polly?
_ Aí nem sei como te agradecer, minha mãe não vai nem acreditar.
_ O importante foi você ter aproveitado gatinha, agora vai lá pegar suas coisas e você... -apontou pra mim.- Vai trabalhar.
_ Nossa amor, como você tá mandona.
_ Estou trabalhando, senta sua bunda na cadeira e vamos, ligeiro. -depois de um abraço na Polly fui até Fernanda e lhe dei o doce.- Pra você meu amor.
_ Que me deixar gorda é isso?
_ Pra adoçar sua vida, meu amor.
_ Então agora eu sou uma mulher amarga?
_ Eu não falei isso, você quem está dizendo.
_ Uhuum... Tá. -abriu a sacola.- Três?
_ Um da Elisa e outro da loira.
_ Tá agradando minhas secretárias, é isso?
_ Amor... Eu só tenho olhos pra você.
_ Eu sei, estava tirando uma com a sua cara. -segurou meu rosto dando um selinho e abriu a caixinha.- Hmmm torta de limão? Como adivinhou? Eu estava morrendo de vontade. -falou pegando um garfo descartável que vinha junto e voltando a se sentar.- Não vou oferecer, porque você já comeu que eu sei...
_ Gulosa.
_ Com orgulho, agora me conta como foi seu almoço com a Polly, ela é um amor não é?
_ Muito, e inocente como poucas meninas hoje em dia.
_ Perfeita pra ser minha nora, vou congelar ela no formol.
_ Ah claro. -risos.- Eu gostei viu, iremos almoçar mais vezes. -falei e ela me olhou séria.- O que foi?
_ Virou festa? Casa da mãe Joana?
_ Da mãe Fernanda. -ri.-
_ Ridículo você, muito ridículo.
_ Se me der licença, tenho que entregar umas coisas. -saí da sala e fui ao encontro das secretárias mais gatas do prédio.- Oi meu amores.
_ É pra mim? -Elisa que não tinha nem um pouco de vergonha já foi puxando a sacola e abrindo, Isadora também.- Torta holandesa? Aí que delícia.
_ Mousse de maracujá? Aí, eu amo.
_ Eu penso em vocês, bom apetite. -as duas se olharam cúmplices e se levantaram de suas cadeiras, deram a volta no balcão e ficou uma de cada lado, dando um beijo estalado na minha bochecha.-
_ Lindo.
_ Se minha muié reclamar desse batom cêis vão ver só. -ri e voltei pra sala.-
_ Marca de batom, é? Tá cheio de assunto na recepção do meu andar.
_ Sem ciúmes, elas querem... -me gabei.- Mas sou todinho seu.
_ Cachorro, descarado.
_ Que você ama. -inclinando-me sobre sua mesa toquei seus lábios com os meus, um beijo diferente, mais... proibido talvez por estarmos em um ambiente que não era pra isso. Mas, muito gostoso.- Quer ir pra casa não?
_ Tenho uma reunião daqui... -olhou para o relógio no canto de sua parede.- três minutos. Vai querer ir?
_ Bora. -e fomos, isso depois dela comer a torta.


{...} 4 horas e 32 minutos mais tarde {...}

_ Eu só preciso chegar em casa...
_ Aí que drama, nem é tão assim... -ela dizia ainda com um sorriso no rosto e sem ao menos parecer que cansou.- Foi só um dia amor.
_ Tô exausto.
_ Chega, toma um banho, janta e vai dormir.
_ Tudo que eu quero. -falei deitando a cabeça no volante.- Quer voltar dirigindo?
_ Você me dando as chaves do seu carro?
_ Dá um desconto, trabalhei muito hoje.
_ Rotina de escritório não chega aos pés da sua de shows e você tá aí morrendo. -disse trocando de lugar comigo.- Vou dormir na minha casa hoje viu...
_ Por que?
_ Porque quero minh cama, meu travesseiro, minha coberta e o meu ar condicionado meu amor.

Na volta pra casa...mais congestionamento. Chegamos era noite, Melissa já dormia enquanto Arthur e Laura tocavam o terror junto com o Tobias e o Puff.
_ Dadinho! -ela correndo, ele engatinhando, cachorros latindo e meu pai acordando do cochilo.-
_ Acorda véio...
_ Eles não param (bocejou) ainda bem que chegaram, vou dormir.
_ E eu tomar banho, olha eles aí amor. Te amo. -e subiu.

Os dois não pararam em nenhum dos 27min que Fernanda ficou no banho, assim que ela desceu foi a minha vez de jogar uma água no corpo e depois caí na cama, apaguei te tanto cansaço.



Narrado por Fernanda

...


  Luan tem se mostrado cada vez mais atencioso, amoroso e muito romântico. Só essa semana fomos jantar fora três vezes, lugares lindos, comida maravilhosa... Eu estava me sentindo à primeira dama do sertanejo (risos). "E isso existe? Tonta!"
  Estávamos chegando perto do natal e aqui estava eu de olhos vendados no quarto dele.


_ Abra os olhos... -assim fiz e dei de cara um um vestido MA RA VI LHO SO.-



_ Pra mim?
_ Todo seu, e quero que use com isso aqui. -mostrou uma caixa de veludo que me deixou bem curiosa para saber logo o que era.-
_ Que relógio lindo, nossa amor... Minha cara.



_ Pensei em você quando vi na loja... Era esse que você queria, né? -perguntou coçando a cabeça.-
_ Bobinho. Acha que eu não sei, não é? Você só está com medo, mas como eu disse... Você vai amar, preparei com muito carinho e está chegando...
_ Ahaam... -sorriu nervoso.-
_ Você tá estranho... -falei e ele disse que era impressão minha, tomei um banho e então me vesti. Completei o look com um salto nude e uma make maravilhosa, cabelos de lado e estava muito gata.   Peguei minha bolsa que se assemelhava com uma carteira e fui ao seu encontro na sala.- Onde iremos?
_ Ao teatro. Topa?
_ Você nunca me levou em um teatro antes, que lindo.
_ Tudo pelo seu sorriso. -piscou.-
_ Obrigada. -sorri e seguimos para o carro depois que nos despedimos das crianças e dos meus sogros.- Luan...
_ Hm...
_ Você não quer me contar algo? -coloquei minha mão sobre a dele e o fiz olhar em meus olhos.- Hein...
_ Quero sim... Contar que você está muito linda. -me beijou ardentemente, quase bagunçando meus cabelos.


  Seguimos para o Teatro Municipal que era um lugar assim... incrível. Entramos e em poucos minutos a peça começou e eu gostei muito, aproveitei cada segundo ali. Ao finalizar nós esperamos que tudo esvaziasse e saímos, e como estava tarde fomos para casa.

_ Acordado ainda? -Arthur quando me viu estendeu os braços e veio para o meu colo.- Tá quentinho, né amor...
_ E foi coisa de uns minutos. Ele acordou chorando muito, dei um chazinho e mesmo assim nada. -ele abraçou meu pescoço e ficou quietinho, subimos para o quarto do Luan e uns dez minutos depois Melissa apareceu na porta.-
_ Oi meu amor, o que foi?
_ Minha barriga tá doendo, eu quer... -ela nem terminou de falar e vomitou ali mesmo, fechei os olhos por uns segundos e deixei Arthur na cama indo até ela.-
_ Vamos tirar essa roupa, tomar um banho rapidinho e tomar um remédio, pode ser? -ela assentiu já levantando os braços para tirar a camisola.- 
_ E o Art?
_ Precisa de um banho também, ele está com febre. Senta ali na cama do seu pai que eu vou limpar isso aqui. -e limpei sem fazer careta, Luan não demorou a sair do banho e estranhou os dois ali.- 
_ Uai... Ninguém dorme não é?
_ Estão dodói, mamãe vai dar um banho. -pedi pra ele colocar a banheira pra encher enquanto eu separava uma troca de roupa para cada um deles.-
_ Tá doendo mamãe... -Melissa chorava, mesmo depois do banho e tomar um chá não melhorou. A febre de Arthur também não baixava, eu nem tirei a roupa, Luan colocou uma calça e uma blusa qualquer e fomos levá-los ao médico.-
_ Pelo visto vai demorar hein...


(...)

  Melissa estava com uma intoxicação alimentar, o Dr. receitou alguns remédios e até deu uma injeção na bunda para um efeito mais eficaz da medicação. E o caso de Arthur eram os dentinhos, por isso a febre, também lhe foi receitado outros dois remédios e receberam alta. Chegamos em casa na madrugada, uma e pouco da manhã.

_ Vocês precisam dormir meus amores. -falei me deitando junto com eles, Arthur deitou a cabeça em meu peito e Melissa na minha barriga.- Dormir pra sarar logo.
_ Tem espaço pra mais um nessa cama?
_ Ôh se tem, chega mais amor... E você trate de ficar aqui rapazinho.
_ Deixa ele vim comigo amor.
_ Não que você faz é bagunça. -ele riu.- Você podia cantar para eles dormirem.
_ Deixa eu cantar tamém mamãe... 
_ Pela luz do sol que me ilumina, não existe  nada mais que me fascina... quer te ver chegar... -Melissa amava as músicas do pai, mas Cantada era sua preferida desde que Luan lançou o acústico. Os dois cantaram até dizer chega, logo Melissa dormiu. Arthur ainda brigou muito com o sono, tive que levantar para ele não acordar a irmã. Fui com ele até a sacada e nada, ele queria mesmo ir pro chão e não ficar no meu colo.- Quer que eu fique com ele?
_ Não amor, ele vai dormir. Ah, vai. -o deitei em meu colo e fiquei balançando devagar enquanto tentava cantar uma canção de ninar até que ele parou de brincar com a chupeta, fechou os olhinhos e soltou os braços.-
_ Dormiu?
_ Graças à Deus sim. -o coloquei na cama e me deitei junto, Luan me desejou uma boa noite e dormimos.


...

  Faziam três semaninhas que eu havia voltado de Londrina e faltavam três dias para o meu grande momento com o Luan e sinceramente esperava que ele não tivesse esquecido, porque é importante para nós dois.
  Mas enquanto não chega o dia aqui estou eu esperando minha ajuda para o casamento. Fui buscar a Jade no aeroporto e de lá seguimos até uma agência de viagens, onde ficamos longuíssimos minutos conversando detalhadamente sobre o que eu havia pensado e ela me orientando. Depois fomos almoçar e aproveitamos para dar uma andada no shopping. 
  Não vou mentir que era estranho esse convívio, essa nossa aproximação. Éramos colegas, eu não diria amigas. E estávamos nos dando muito bem, mesmo com especulações maldosas de que Luan era dividido para nós duas e outras baixarias. Sinceramente? Tem certos "fãs" e certos "jornalistas"/"comentaristas" que não deveriam ter acesso à internet.


_ Fala a verdade, isso é muito estranho.
_ O que? -perguntei ainda tomando meu cappuccino.-
_ Eu e você... juntas e vendo as coisas do seu casamento.
_ Acho que nem uma mulher em sua sã consciência colocaria justo a ex para ajudar nos preparativos. Até porque nunca fica um clima legal entre as duas.
_ É, isso tem muito mesmo. Mas, eu amo meu namorado e agora tenho o Luan como um colega, sou bem mais amiga da Bruna e dos pais dele.
_ Percebi quando cheguei aquele dia, juro que quis voar no seu pescoço. 
_ Bem agressiva.
_ Sejamos bem sinceras, você não é feia e se conhecem à mais tarde do que ele me conhece. E de cara eu não estava nem insegura, era mais orgulho ferido mesmo.
_ Tive meus momentos de recaídas, não nego. Mas, hoje eu tô bem e vices felizes e com uma família construída. Então não faz sentido querer entrar no meio de tudo isso e destruir. Estou seguindo em frente!
_ Fico muito feliz em ouvir isso vindo de você, é bom sermos sinceras e verdadeiras uma com a outra.
_ Da minha parte sim, pode confiar.
_ Digo o mesmo. -sorri.


(...)

  Fomos para a minha casa e quando chegamos cheias de sacola Luan assustou, por estarmos juntas. Arregalou os olhos e ficou mudo, foi a minha vez de rir e até ele para dar um beijo.

_ Luci, mostra o quarto de hóspedes para ela?
_ Sim, claro. Por favor favor me acompanhe. -e as duas subiram.-
_ Você não está planejando algum tipo de maldade, não é?
_ Não, Luan. É que temos pouco tempo e ainda não vi praticamente nada. -falei e ele assentiu.- E ela como está bem tranquila em questão de disponibilidade de tempo não se opôs a vir pra São Paulo.
_ Aí minha nossa senhora. -deitou a cabeça no meu peito.- É estranho, me incomoda um pouco.
_ Não se sente confortável, é isso?
_ Exatamente... Mas, sei lá né...
_ Ela não vai te agarrar, relaxa. -ri lhe dando um beijo gostoso e me sentando no sofá.- E meus baby? 
_ Dormindo, os dois. Luci me ajudou.
_ Que bonitinho... Deixa a Jade descer que vamos te contar as coisas que vimos hoje.


...

  No final da tarde Luan disse que iria sair, voltou um pouco mais tarde trazendo um buquê de flores, a coisa mais linda. Eu amei e recebi de presente junto com uma caixa de bombons, uma delícia.

_ Você está me mimando demais.
_ Porque eu te amo.
_ Lindo. -dei um bombom na boca dele.- Obrigada.
_ Magina...
_ Eu quero mamãe, dá um... -já chegou pegando mais que um e indo se sentar pra comer.- Art! -ele estava respondendo agora quando alguém o chamava pelo apelido.- Olha mãe!
_ Aí que neném mais lindo da mãe dele. -não aguentei ver ele tentando ficar de pé.- Ôh neném esperto!
_ Filho de quem né. -gargalhou.-
_ Nosso. -risos.- Jade acho que já dormiu... Falou que amanhã vamos sair cedo, ver as cores da decoração e penteados. -bati palmas toda animada.-
_ Acho que nunca te vi tão feliz.
_ É porque vou me casar amorzinho...


...

  Conforme os dias iam passando uma coisa diferente era feita. Em um dia a lista de convidados, na outra a lista de padrinhos e madrinhas, pajens e daminhas, se teria ou não banda ao vivo, DJ... e por aí vai. Eu estava animada que as coisas estavam andando, já tínhamos escolhi as cores e convites (dos convidados e dos padrinhos, que eram diferentes) e já havia mandado confeccionar para entregar no jantar que haveria na minha casa. Uma noite muito especial com cardápio especial, estava bem animada e queria que tudo saísse impecável e mais ainda que os escolhidos aceitassem fazer parte desse nosso momento.
  Sei que a semana passou e aqui estou eu esperando o Luan. Hoje faríamos algo diferente e que ele foi avisado com muita antecedência e ficou brincando com a minha cara fingindo ter esquecido, isso estava me irritando isso sim. Onde já se viu esquecer? A verdade é que estou aqui plantada esperando a nada dele aparecer, eu irei matá-lo em breve.















~.~

  E essa música? Logo que pensei na treta estava imaginando qual música se encaixaria e "I have nothing" da Whitney Houston foi perfeita para o momento, muito mesmo. Apaixonada fiquei por ela e parece que a Nanda também, né? rs
  Muito apaixonante... Agora vamos falar do restante não é? E o que temos? Luan abusando da inteligência da Nanda, Jade realmente inteirada dos assuntos do casamento e ajudando os noivos, temos também pais preocupados com os filhos e curtindo-os demais e terminamos com o Luan se esquecendo do compromisso com a Nanda. E aí gente? Sabemos que é algo relacionado ao casamento, mas o que? Palpites?
  No próximo capítulo saberemos, beleza?
  Como eu havia dito os dias das postagens mudariam, precisei fixar sábado e domingo por causa da minha nova rotina, e disse que caso conseguisse teriam atualizações na semana. Mas, nada de estacionar a fanfic até porque estamos no final dela. Bom, é isso. Continuem comentando, dando opiniões (com educação), caso queira criticar que seja de uma maneira construtiva... Dar idéias fique à vontade até porque essa fase de casamento sempre rola algo diferente, lua de mel por exemplo. Enfim... Tudo é válido! Beijão e uma boa semana amores, se cuidem!

sábado, 20 de fevereiro de 2016

Capítulo 192 - Parte I

Narrado por Fernanda
(...)

@princesamel: I love my sister, Art


  Rolar o feed e ver uma foto dos meus dois amores acabando de acordar era lindo demais, não tinha preço, não tinha como descrever a sensação. Tínhamos filhos lindos e muito amados não só por nós, mas por todos.

@luansantana: Art? Não era Thur até outro dia? Kkkk amo vocês.
@infinite-lr: Sem emocional para essa foto!
@stephaniesantana: Quero pra mim, dois lindos <3
@fermarques: Como eu amo vocês! ❤
@brusantanareal: Que princesa tia, já sei escrever em inglês também! Meus lindos, tia babona, dinda babona... Amo vocês!
@maric.santana: Sou uma vovó muito sortuda.


  Esses foram os primeiros comentários, quando atualizei já eram outros e já tinham notificações de montagens e assim começava o dia. 
  Levantei e fui até o quarto dela, os dois deitados na cama. Arthur mexia em seu nariz, uma mania que tinha desde os quatro meses.


_ Bom dia meus amores.
_ Mamãe, bom dia. -falou ainda deitada.- Art, oh a mamãe!
_ Bom dia bebê grandão da mãe. -o peguei no colo e senti o cheirinho de fralda suja.- Hmm que cheirinho ruim, mamãe.
_ Ele cagou, credo! -tapou o nariz.-
_ Vou dar um banho nele a senhora deveria fazer o mesmo. Rapidinho, ligeiro.
_ Deixa acabar a Mônica mamãe.
_ Que Mônica?
_ Turma da Mônica, tá no fim. -assenti e saí do quarto.


  Arthur de banho e roupa tomada quis logo ir pro chão, eita fase gostosa. Fechei o portãozinho pequeno que tinha colocado no começo da escada e voltei pro quarto pra arrumar o que tinha ficado bagunçado.

_ Melissa?
_ Oi mamãe...
_ Não tô escutando o barulho do chuveiro.
_ É que eu esqueci, mas tô indo. -tudo ficou em silêncio e quando fui dar uma espiada, ela estava no banho e Arthur com o celular dela brincando de pôr na boca.-
_ Não neném, é sujo. Não pode. -ele se jogou pra trás e bateu a cabeça na almofada, graças à Deus.- Arthur, vou te deixar de castigo hein.
_ Deixa mesmo mamãe, ele tá precisando. -ri.- Vou deixar ele ficar uns dias com a minha vó. -risos.-
_ Tadinho, Melissa. -ele pensou que estávamos brigando e começou a chorar, o peguei no colo e fomos para o andar de baixo da casa.- Bom dia Luci, bom dia Rubi.
_ Bom dia, Nanda.
_ Bom dia don...
_ Não. Nada de dona, de senhora... Você ou Fernanda está ótimo. Me sinto carrasca sendo chamada assim... -falei fazendo careta.- Cadê o Davi?
_ O que quer de mim?
_ Olha ele pra mim? Preciso de um banho... E ele não quer ficar quietinho.
_ Vou levar ele lá em baixo.
_ Melissa daqui a pouco vai...
_ Tiiiiio! Vamos ver o Lupy.
_ Não vai nem tomar café?
_ Depois. Eu tô com saudades dele.
_ Você passou o dia com ele ontem.
_ Mesmo assim. -risos.- Vem tio.
_ Cuidado com os meus bebês, hein.
_ Vou cuidar deles igual vou cuidar do meu.
_ Vai ter um filho, é?
_ Acho que encontrei a mulher da minha vida?
_ Eu né? -Melissa falou e eu não aguentei segurar a risada.-
_ Isso aí gatinha. -beijou o rosto dela.- Vamos então, daqui a pouco nós subimos. -eles saíram pela poeta de vidro e Lucila me olhou sorrindo.-
_ Vocês combinam, sabia?
_ Sempre achei, mas ele não me quis e Luan apareceu e agora amo meu Branquelo gostoso e bundudo.
_ Aí Fernanda, você não tem jeito.
_ Que graça teria se eu tivesse? -ri, subi pro meu quarto e foi a hora do banho.


  Durante o banho pensei o que faria e foi aí que me lembrei que o casamento estava muito próximo e que eu não tinha escolhido nem de que cor pintaria minhas unhas. 
  Desliguei o chuveiro, fui para o closet onde me troquei e coloquei um vestido mais soltinho, sapatilhas e penteei os cabelos deixando-os soltos e desci.

Eu apaixonada por esse vestido, alguém me dá um?


_ Nossa que linda, vai sair?
_ Vou dar uma voltinha com as crianças. -passei por ela e fui ao encontro dos meus bebês.- Davi! -as crianças estavam deitadas no chão e Lupy com eles.- Eles tomaram banho, sabia?
_ E?
_ E que vão ficar verdes de grama. Oi amor, da mamãe! -beijei meu gatinho, tá com os pelos do bigode ficando branco.-
_ Está ficando velho mesmo, logo logo para de aprontar.
_ Não fala assim, que ele tem mais disposição que eu e você juntos.
_ Tem mesmo. -riu.- Vai sair, é?
_ Vou na minha cunhada mais tarde, vou dar comida pra eles antes. E você? Quias os planos pra sábado?
_ Sair com a namorada.
_ Carininha está fazendo bem hein...
_ Não imagina o quanto. -risos.- 
_ Mente podre. -ri mais ainda.- Vem Melissa, Arthur...
_ Vamos na tia Bru? -assenti.- Então vamos logo que eu quero brincar com a Laura.
_ Vai subindo que eu já vou. -peguei Arthur e fomos nos despedir do Davizinho.- Tchau hein e cuidado, rum... Use camisinha.
_ Você também. -risos.-


...

    Tomamos café, peguei as coisas e antes de ir pra casa da Bruna passei na minha sogra.

_ Bom dia, sogra. -sorri e meu sorriso se desfez quando vi a Jade saindo do corredor da cozinha.- Jade?


_ Oi Nanda. -voltou a tomar água e foi indo na direção do sofá.-
_ Oi. -fui entrando.- Passei aqui pra te chamar pra dar uma volta, mas vejo que está com visitas.
_ Ela acabou de chegar em São Paulo e foi meio em cima da hora, então não conseguiu nenhuma reserva.
_ Não?
_ É. Aí veio ficar uns dias aqui em casa, você não se importa não é?
_ Imagina. A casa é sua. -sorri sem jeito.- Cadê o Luan?
_ Oi amor. -saiu da cozinha de cueca, fechei a cara.- Nem sabia que cê vinha cedo.
_ Ainda bem que eu vim, né? -ele entendeu o porque da frase e riu vindo até mim.-
_ Linda (selinho). E aí Art... -ele se jogou no colo dele e Melissa foi entrando procurando meu sogro.- Vai ficar na porta?
_ Vou visitar minha cunhada...
_ Estávamos indo pra lá mesmo. -Mari disse, e eu pensei... "Ah que lindo. Ex e atual saindo juntas! Essa mulher vai passar a semana comigo, meus filhos, meu noivo e a família dele?"- Luan ainda nem banho tomou, se quiser nos esperar.
_ Eu espero... Vou subir pra trocar a fralda dele. -Luan veio atrás de mim, entramos e ele fechou a porta.- Pode começar...
_ Não é culpa minha, tá legal?
_ Ah não?
_ Não, ela é amiga da minha irmã, dos meus pais. E coincidiu dela vir pra cá ficar alguns dias.
_ Não gostei e não pense que é ciúmes, porque não é. Ela sempre foi muito irônica e não importa se ela está ou não com uma aliança no dedo. Eu não gosto e ponto.
_ Não fica assim, finge que ela não existe. Eu finjo e dá certo.
_ Não olhou as pernas dela?
_ Não.
_ Nem os decotes?
_ Não.
_ E a barriga chapada?
_ Fernanda, se for pra olhar alguma mulher que seja a minha. Ponto. -veio até mim.- Agora desfaz essa cara e dá um beijo aqui, vai...
_ Tô carente, sabia?
_ TPM que eu sei. -me abraçou.- 
_ Pois é, mas fique sabendo que poderia não ser viu. Porque o aniversário da Melissa você não me dava tempo pra pensar e eu já estava tendo um orgasmo. Eu poderia estar grávida.
_ E eu ia amar. -nos beijamos.- E você garotão, vem cá.
_ Ele acabou de comer, fica sacudindo que vice vai ver só.
_ Relaxa, vai. Viu a Jadoca e tá toda tensa.
_ Vai se foder, Luan.
_ Vamos comigo?
_ Não estou afim. -ele riu e deu as costas indo trocar de roupa.-
_ Vai ir na Bruna mesmo?
_ Posso até ir, mas não vou conversar com ela o que deveria.
_ Por que não?
_ Porque iria falar do meu casamento, e se nem minha amigas estão sabendo a Jade é que não vai.
_ Cismou com a Jade hein, só porque ela é loira?
_ Oxigenada, né meu amor. Aquilo não é loiro. 
_ Não falo mais é nada.
_ É bom mesmo, ótimo na verdade.
_ Coisa linda da minha vida.
_ Eu que sou noiva é coisa linda, agora ela que foi namorada era Ga. Nunca entendi esse apelido sem noção.
_ Fernanda, deixa de ser chata e implicar com a menina que não te fez nada. Amor, ela tá quieta na dela.
_ E que continue, porque senão eu jogo e afogo ela na piscina.


  Aquilo era implicância? Não. Era apenas meu sexto sentido, até porque não está escrito em constituição alguma que eu tenha que conviver com a ex do meu marido, noivo, não importa! É meu e aquela magrela oxigenada tem que se manter o mais distante possível... Por bem ou por mal. Estou avisando, que se ela ficar ciscando muito eu farei com que ela tenha vontade de ir embora.

_ ... Fernanda!
_ Ãn? O que?
_ Cê ficou parada igual um poste tudo esse tempo? -sacudi a cabeça afastando os pensamentos e voltando à minha realidade, encarando Luan com uma bermuda e com a regata em seu ombro esquerdo.-
_ Não. Por que? Se eu estivesse haveria algum problema?
_ Ih, não está mais aqui quem falou. -ergueu as mãos.-
_ Acho bom, muito bom. -falei e ele riu.- Luan...
_ Oi muié.
_ Me beija!


  E ele beijou viu, que beijo bom que beijo gostoso que não dava vontade de parar. Mas, tínhamos Arthur que estava pelo quarto. Então consegui me recompôr e descemos até a sala onde estavam meus sogros e a Jade brincando com a Melissa. Seguimos para os carros, Luan iria com o dele e obviamente que eu iria junto, eu, ele e as crianças.

_ Mamãe, eu vou com o meu vô, a vó Mari e a Jade. 
_ Cuidado hein filha e se comporta. -falei e ela logo entrou no carro, olhei para o Luan que estava vermelho de tanto dar risada.- Como  você é trouxa.
_ Cê que é braba demais. Bora que a caminhada é longa.
_ Longos 25minutos.
_ Te amo Ga.
_ Te amo o que?
_ É brincadeira amor, fica calma minha Pichuletinha.
_ Tô muito até...




Narrado por Luan
  O papo da Jade parecia ser furada, mas eu de verdade não estava ligando pra ela e ela não se mostrou interessada e passou o dia de ontem contando no novo namorado sem se importar com a minha presença. Mas, a Fernanda estava muito incomodada e não estava me irritando, mesmo assim levaria na esportiva até porque acabamos de sair de uma briga muito feia para iniciar outra por um motivo tão insignificante para nós, algo inexistente.
  Chegamos na casa da minha irmã e parecia estar tendo uma festa, Laura querendo correr e a Bruna gritando, Rafael no mundo paralelo enquanto tocava violão e o Tobias, novo integrante da família, latia.


_ Filha, você vai cair!
_ Dadinho! -corria na minha direção e tropeçou uma bola do cachorro e caiu batendo a boca no chão e chorando muito. Peguei minha outra pequena no colo e quando olhei minha camisa estava cheia de sangue.-
_ Eita Lauroca, pode correr não muié. Vamos lavar isso aí, vem. -ela foi e chorou mais um pouquinho, depois dei a chupeta e ela deitou a cabeça em meu ombro.-
_ Deixa a mamãe ver Laura.
_ Não! Dadinhooo...
_ Deixa ela Bruna, daqui a pouco ela esquece e você olha.
_ Mas tava saindo sangue, e se a menina machucou muito? Eu tenho que ver.
_ Deixa o tio ver, deixa boneca... -ela abriu a boca e tinha um pequeno corte.- Ôh boneca, não pode correr assim que machuca né?
_ É cicio. -era impossível não sorrir com uma fofura daquelas, Laura era minha primeira sobrinha e eu a amava como uma filha, de verdade, éramos muito apegados.-


...

  Fernanda até que ficou numa boa com a Jadoca, até falaram sobre o casamento e aí foi assunto para o dia inteiro. Jade e Bruna sempre ligaram pra moda, tanto que minha ex se formou na faculdade e até passou alguns meses fora do Brasil que foi onde encontrou o novo namorado. Já Fernanda não tinha frescura, apesar de estar sempre bem vestida e maquiada. Nós homens não entendemos muito disse, então ficamos jogando baralho e bebendo, o dia todo.
  Anoiteceu e o assunto ainda não tinha chegado ao fim, jantamos, as crianças dormiram e elas ainda estavam na decoração discutindo a diferença entre pérola e creme... Meu pai deitou na rede com o     Arthur e dormiu, Laura dormia no colo do pai e Melissa estava mais entrada que eu.


_ Papai, quero ir pra casa... 
_ Iremos minha filha, um dia iremos. -joguei a cabeça pra trás e ficamos ali no sofá só escutando as risadas, mulher quando se junta se empolga.- Fernanda, Marizete, Jade... Já deu, né? Onze horas já...
_ Aí Pi, tá cedo. 
_ Cedo pra meia noite. Vocês tem amanhã e segunda e dois meses pela frente.
_ Amanhã apareçam em casa então meninas.
_ Oi?
_ É amor, a Jade se ofereceu pra desenhar meu vestido.
_ Ela o que?
_ Sério Luan, vou amar... De verdade.
_ Tô com tanto sono que estou delirando, vamos logo vai. -elas riram da minha pressa em ir pra casa.


...

  Chegando em casa tomei um banho e fomos nos deitar, estava tudo muito bem até Fernanda trazer um assunto complicado pra mim...

_ Aí amor, lembra do que eu te disse não é?
_ Você me diz tantas coisas... -tentei disfarçar.-
_ Em Londrina amor, e ficaria muito chateada se você não lembrasse. Até porque você concordou com cada palavra que eu disse, sabia?
_ Sei que eu tô com sono, isso sim...
_ Já falei hein, se você se esquecer eu nem penso em me casar. E olha que me preparei demais para o momento.
_ Amor, deixa disso vai... Vamos dormir minha gatinha, vamos dormir que amanhã provavelmente iremos levantar bem cedo.
_ Muito cedo, muito mesmo.
_ Não sei pra que...
_ Porque eu e as meninas ficamos de ver algumas coisinhas amanhã no ateliê de um amigo da Jade e é sua missão ficar com as crianças, até com a Laura.
_ Você não vai me deixar sozinho com esses três.
_ Amor, seus pais estarão aí.
_ E se... Boa noite. -selinho.- Até mais tarde.
_ Até. Te amo viu, mesmo você fingindo ter amnésia. -se aninhou mais em meus braços e dormiu, fiquei pensando comigo mesmo que se ela não iria falar, eu teria que descobrir e amanhã começa minha busca por saber do que ela tanto faz questão.


(...)

  A manhã de domingo eu pareci ter acordado com os galos de uma fazenda. Melissa não sabia o que era dormir até tarde, ela ama acordar cedinho. E me acordar junto com ela.

_ Papai, vamos correr?
_ Correr aonde?
_ Exercício, igual na escola ou andar de bike.
_ Essa hora da manhã?
_ É papai, eu gosto muito.
_ E tem que ser agora?
_ Antes do Art acordar, a mamãe sempre vai comigo depois que a Luci ou a Rubi chega.
_ E sua bicicleta tá aí?
_ Sim. -disse pulando em cima da cama.-
_ Então bora escovar os dentes, lavar o rosto e...
_ Tô pronta, papai... -abri os olhos e ela estava de rabo de cavalo, bermuda daquelas de academia, um top e tênis.-
_ Tem camiseta não? Tem que ir assim pelada?
_ Eu e a mamãe só vai assim...
_ Mais que abuso viu. Me espera lá embaixo, tá. E bom dia mocinha.
_ Bom diaaa, papai. -beijou meu rosto e saiu.-


  Tomei um banho e troquei de roupa rápido, decidi que iríamos de bicicleta até a academia do condomínio.
  Tomamos café junto com a dona Cristina e depois seguimos nosso rumo. Melissa se tivesse nascido da Fernanda não iria parecer tanto, minha nossa senhora. Como pode né? Ela não calou a boca até chegarmos lá.


_ Ôh cara, e aí?
_ Beleza cara, e essa princesinha? -Melissa se calou e se escondeu atrás de mim, de início era sempre assim.-
_ Minha pequena, veio puxar uns ferro hoje.
_ Vou deixar você com a Marina pode ser? 
_ É a minha tia, papai? -Ester tinha uma irmã com esse mesmo nome, eu só não sabia do que ela trabalhava.-
_ Mel? -escutamos uma voz e ela virou pra olhar.-
_ Tiaaa! -se soltou de mim e foi ao encontro dela.-
_ Essa loira gata é sua cunhada?
_ Graças à Deus não, meu cunhado tem um ano e alguns meses. -risos.- E quando ela foi minha cunhada eu nem tempo de conhecer tive.
_ É até pecado. -continuamos rindo enquanto íamos até os equipamentos.


  Lógico que alonguei antes de começar, depois fui para as minhas sequências e sem deixar de olhar Melissa na aula de aeróbica com a tia. Ficamos uma horinha ali e depois de alongar mais uma vez, terminamos a aula e voltamos pra casa pedalando.

_ Ôh vó, cê num sabe... Encontrei minha tia Marina na academia.
_ Que academia, querida?
_ Do codomínio vó.
_ Ué, e ela mora aqui Luan? -perguntou surpresa.-
_ Estágio de sua segunda faculdade...
_ Nossa que mundo pequeno.
_ Pequeno mesmo, mãe. Muito.


  Subimos para um banho, ela no quarto dela e eu no meu e depois fui ajudar ela a se vestir.

_ Aí papai, você não sabe... Tá puxano meu cabelo todo. -disse brava, me encarava com o pente na mão.- Vou pedir pro meu vô. -e saiu.

  Fui até o quarto dela e Arthur ainda dormia, mas foi eu pensar em sair do quarto que ele se levantou e ficou sentado na cama.

_ Bom dia garotão do papai! -ele coçava os olhinhos e fazia um beicinho lindo, típico de quando queria colo.-
_ Art! -Melissa chegou no quarto e ele sorriu ainda sonolento.- Bom diaaa!
_ aaaaah! -e se jogou pra trás.-
_ Viu só, meu vô sabe papai. Botou até chuchinha.
_ Tô vendo isso aí. -ri.-


  Até que ficar com as crianças não era muito difícil, ficamos no quintal, na grama e comendo. Não tinha como dar errado. Mamusca fez nosso almoço, depois a sobremesa ficou por minha conta e então os três apagaram.

_ Tchau Xumba.
_ Onde é que você vai?
_ Mimar minha mulher, daqui a pouco to aqui de volta. -peguei as chaves, carteira e sai.


  Well estava me esperando logo na entrada do shopping, afinal era um domingo. Um domingo do mês de dezembro, geralmente o dia em que as pessoas gostavam de sair pra ter um momento de lazer em família.

_ Cadê o Testudo?
_ Pensei que ele fosse sair com a namorada.
_ A namorada dele está com a minha mulher, a menos que ele tenha outra o que é bem difícil feio do jeito que é. -comecei a rir e sentir um tapa na cabeça.- Pegou impulso pra poder alcançar, né? -risos.-
_ O que você quer no shopping em um domingo? Qual o seu problema?
_ Nenhum. Preciso comprar uma coisa e só aqui vai ter.
_ E não podia esperar um dia menos movimentado?
_ Não Testa, agora deixa de stress e vamos cara.
_ Meu filme estava bem melhor... certeza.
_ Fica de boa vai. -risos.


  Estávamos rodando naquele shopping imenso e em todas as lojas que entrei não encontrava nada que me agradasse. Paramos em uma que as roupas da vitrine eram legais, entramos os três.

_ Em que posso ajudá-los?
_ Preciso de um presente pra minha noiva, mas... -cocei a cabeça.- Não estou encontrando nada...
_ Sabe o número que ela usa? -pensei muito e reparei bem na vendedora, quadris um pouco largos, cintura normal e tinha peitos grandes. Desviei meu olhar quando ela reforçou a pergunta.-
_ Ela tem o corpo parecido com o seu.
_ Tá pensando o mesmo que eu boi?
_ Acho que sim. -sorri divertido.-
_ Vou ficar sem emprego porque meu patrão vai ser um homem morto, já já. 
_ Porque você não me mostra o que tem de melhor, hein? -ela arregalou os olhos e foi ficando envergonhada.- Digo... Me desculpa, é que como é presente ela não pode saber e eu precisava ter uma noção de como ficaria no corpo.
_ Tá, mas... Eu... Eu morro de vergonha, eu... sabe...
_ Relaxa, só queremos ver as roupas. É como um desfile e eu sei que mulher adora essas coisas. -falei me sentando.


...

_ Meu deus, que gata... Quero dizer, que vestido lindo. Pode virar de costas? -pedi e ela se virou. O vestido era aberto na costas e nos permitiu ver uma tatuagem bem convidativa que tinha início na coxa.- Aí papai. -risos.-
_ Ah boi, aquele shorts deve ser bonito também.
_ Com certeza... -e mais uma vez a vendedora voltou ao provador.- Minha nossa senhora. -não disfarçou quando viu o shorts.-
_ Esse shorts é... -sim, a cada peça ela explica o modelo e mostrava os detalhes e eu entendendo porra nenhuma, mas me mostrava o homem mais interessado do mundo.- Gostou de algum?
_ Todos, mas vamos fazer assim... Separa os três melhores e embrulha pra presente. -disse me ajeitando na poltrona.- 
_ Jessica, desde quando funcionária pode desfilar por aí com as roupas... da... loja. Luan Santana? Lu an... Santana... AÍ MEU DEUS! Eu não vou... Eu vou... -antes que ela terminasse a frase desmaiou, caiu no chão e eu pedindo ajuda pelo amor de Deus.


(...)

_ Ela vai ficar bem. -disse a vendedora que nos ajudou escolher o presente.- Aqui está e obrigada pela preferência.
_ Sempre que precisar estarei aqui. -pisquei.- Obrigada viu linda. -beijei seu rosto e lhe peguei de surpresa em um abraço.-
_ Magina, eu que agradeço.
_ Além de tudo é humilde. -ela sorriu e meu segurança me chamou pra ir embora.- Sabe de uma coisa?
_ Não sabemos.
_ Mulher gosta de jóias... Bora...
_ Isso não vai pegar bem, estamos em um shopping passeando e cheios de sacolas de uma loja direcionada exclusivamente para o público de gênero feminino. Eu não sou gay!
_ Amor. -alisei o rosto dele.- Para de se enganar, não precisa esconder que me ama. -eu e Well caímos na gargalhada com um casal de senhores de idade que ficaram pasmos.- Vamo logo vai.
_ Nem é aniversário dela, pra que tanto presente?
_ Peso na consciência. -Well disse e fizeram um toque os dois, rindo da minha cara.-
_ Pior que é... -ri sem jeito.- Mulher é um "bicho" que fala demais, fala pelos cotovelos. Aí depois do aniversário da Mê pegamos um trânsito do cão e voltamos pra Londrina debaixo de chuva. Chegando em casa eu subi pra trocar de roupa e ela foi atrás e ficou falando, falando, falando, com a blusa molhada ficando transparente e eu não escutei uma única palavra. E agora tô agradando ela pra saber se descubro alguma coisa.
_ Tá fudido!
_ Me fala algo que eu não sei. -disse enquanto íamos até a entrada da loja.-
_ Fala a verdade, ela vai te contar e você não vai precisar gastar.
_ Eu gosto de agradar minha Pichuletinha, Testa. Isso é só um motivo a mais.
_ Se prepare pra ficar sem  pinto quando ela descobrir. -disse rindo muito.


  Entramos na loja e houve uma movimentação, cochichos e eu esperando ser atendido. Tirei os óculos escuros e sentei em uma mesa vaga. Uma senhora foi quem me atendeu, super atenciosa e carismática. Simpatizei com ela.

_ Mulheres geralmente gostariam sim de jóias, anéis com pedrarias... Mas, minha noiva é mais simples e não tem dessas frescuras dona Ana.
_ Se quiser pode dar uma olhada nos nossos relógios, eu mesma sou apaixonada. -disse mostrando o catálogo. Ficamos ali longos minutos até que escolhemos cinco, depois três e por fim o que seria da Nanda. Agradeci demais a dona Ana, tiramos uma selfie e depois de um abraço à pedido dela pudemos sair da loja.-
_ Não vai querer uma make amiga? -falou com a voz fina.-
_ É isso Testa, ela ama maquiagem. -e graças à isso fomos até a loja que minha irmã falava direto, Contém 1g.


  Lógico que deu em merda, a loja estava cheia de mulheres e a maioria delas fogueteiras. E o resultado foi eu ficar dentro do vestiário até que chegou um "reforço" de seguranças e eu saí pela escada de emergência. Tão eu.

_ Chega de aventuras por hoje. -falei ao entrar no carro e nós três caímos na risada.- Mas, foi legal.
_ Super. -falou rindo.-
_ Ainda dá tempo de levar minha Morena pra jantar?
_ Japonês?
_ É, mas teria que ser um restaurante que tivesse uma sala reservada.
_ Para de ser burro e faz um jantar à luz de velas na casa dela. 
_ E se ela estiver lá?
_ Olha isso... -pegou o celular e foi mostrando os vídeos.- Estamos aqui perdidas nesse mundo de vestidos! Nem sou eu que irei casar, mas dane-se sou madrinha! -essa era minha irmã.-
_ Você não sabe da maior, a Jade! A Jade minha ex...
_ Eu sei quem é, continua.
_ Se ofereceu para desenhar o vestido da Fernanda de casamento.
_ Não acredito, bi. Tô chocada! 
_ Rosa chiclete. -gargalhamos juntos e voltamos para a minha casa comentando sobre isso.


  Chegamos e a bagunça estava formada, todos em frente à Tv dançando Galinha Pintadinha, meu pai sentado no sofá e a vó Mari segurando Arthur que queria ficar de pé.

_ Cheguei família e trouxe comigo mais dois. Estamos com fome sabe Mamusca...
_ Tô sentindo o cheiro de escondidinho...
_ A comida ainda está quente e na mesa. -disse sem desviar o olhar do netinho.- Oi rapazes.
_ Oi, Oi. Boa noite. -cumprimentaram e depois ajudaram a subir com as coisas e deixar debaixo da cama, onde ela sequer pensaria um dia em procurar.-




Narrado por Fernanda
  Paguei com a minha língua? Sim, claro ou com toda certeza sua troxa? "Todas as alternativas, affe." Sobre o que eu estou falando? Jadelina. Assim, não sou BFF dela. Não vamos forçar, mas assim... Temos um convívio, até porque no sábado que fomos para a casa da Bruna entre uma conversa e outra ela com toda boa vontade se ofereceu para nos ajudar a organizar e me convenceu por dois motivos:

1° Ela é uma ótima profissional.
2° Trabalhou com isso enquanto esteve nos States.


  Ou seja, tem mais facilidade. Porque convenhamos que tenho um mês e meio para ver TUDO e sim, eu posso contratar um super profissional. Mas, o que custa aceitar a ajuda dela? "O fato dela ser a ex namorada do seu noivo? Só isso, né linda?" Eu sei que disse que a faria correr, mas fiquei apaixonada por um simples rascunho do vestido. Me deixou emocionada, sim... TPM sua vaca! Tudo culpa sua...   O fato é que não voltarei atrás.
 Marcamos de no domingo ir atrás de algumas coisas para então começar a dar realidade ao meu sonho de noiva. Como eu tinha o vestido fomos em busca do tecido perfeito e na cor que iria me favorecer muito e tudo isso pensando no lugar onde seria a cerimônia. Levantamos cedo, amamentei Arthur e Melissa acabou acordando, dei banho nela, prendi os cabelos e ela pediu pra se vestir igual quando ela ia caminhar comigo que iria andar de bicicleta com o papai. Deixei. Arthur voltou a dormir e então fui me arrumar e depois sair para me encontrar com as meninas.

  Passamos o domingo inteiro andando, vendo uma coisa e outra. Quando voltamos para casa, no caso a dos meus sogros, eram mais de 23h. Mas, porque passamos num restaurante antes de irmos embora.

_ Nossa, cansei.
_ Eu também, quero banho e cama. Beijo, beijo. Boa noite, Fê.
_ Boa noite, Jade. Até amanhã eu acho.
_ Até. -risos.- Tchau. -e subiu.
_ Isso são horas de uma moça prestes à subir no altar estar chegando?
_ E quando essa moça chega tarde porque estava vendo as coisas do casamento?
_ Aí essa moça tem que recompensar com muitos beijos. 
_ Então vem cá, mas já vou avisando que estou muito soada. -falei e ele riu vindo até mim e inclinando seu corpo, nos beijamos e não teve malícia, eu estava com saudades. Sim, tô melosa mesmo. Fiquei o dia todo sem notícias nem dos meus filhos, então tinha que aproveitar o silêncio da casa e das crianças para ter um pouco de intimidade com o meu branquelo.- Como foi o domingo?
_ Normal... Fiz nada demais. -deitou a cabeça no meu colo, pegando minha mão e levando até seus cabelos.- E o seu?
_ Muito bom. -fiquei quieta por um tempo, ele virou o pescoço para me olhar e sorriu.- Sabe... O que você acha de se casar em um lugar diferente?
_ Minha chácara?
_ Não, no México. -ele me olhou estranho e seu olhar foi longe, ficou pensativo.-
_ Que lugar do México?
_ Riviera Maya. Amor eu vi por fotos e é incrível, sério.
_ Mas...
_ Eu amei e queria fugir do comum, afinal só não casamos uma vez na vida.
_ É, mas... E os convidados?
_ Amor, eu vi tudo... -acabei me empolgando e fui contando tudo o que tínhamos visto, óbvio que não iria mencionar o vestido, mas de resto ele está por dentro de tudo. O assunto foi rendendo, Luan opinando e quando fomos perceber já se passavam da uma hora da manhã.- ...acho que falei demais. Vamos dormir?
_ Eu gosto quando conversamos assim, sem compromisso, apenas pra jogar conversa fora. Sabe eu me sinto mais normal tendo momentos assim... -nos beijamos com muito amor, nos abraçamos e ficamos quietinhos.- Preciso te mostrar uma coisa...
_ Presente?
_ Sim, o mais lindo deles.
_ Aí conta, amor.
_ Uma música que fiz quando estávamos brigados. Ela fala como eu me senti, me motivou a te procurar...  E é tão linda quanto você. -se levantou e saiu em busca de seu violão. Quando voltou me estendeu a mão e fomos lá pra fora perto da piscina, nos sentamos na grama mesmo. Luan se ajeitou, posicionou o violão e foi aí que sua voz se misturou com a melodia e meu emocional foi pro saco, né? Sabe quando você se sente mais presente? Mais amada? Mais tudo? Eu estava exatamente assim, eu tive a sorte de ter alguém como o Luan para dividir a minha vida. Ou melhor, para construir nossas vidas. Eu o amo muito. E sempre irei amar.




















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   Que capítulo foi esse? Eu sorri, ri horrores, tive momentos que fiquei tensa sim, me surpreendi com os acontecidos e terminei no romance. LuNanda é único, é especial, é SURPREENDENTE ! Como assim a Jadoca vai ajudar no casório? Seria ela nosso Fran de Amor Inocente? Aguardem, porque vem surpresas hein.