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Obrigada @juliaandreoli por esse presente tão lindo e tão nosso. Nossa princesa ♥ |
Felicidade e orgulho eram duas palavras que estava estampada no meu rosto quando recebi a notícia de que minha primeira neta havia nascido. Recebemos fotos, áudios felizes da Melissa que foi nossa porta-voz enquanto estávamos em casa agurdando por mais notícias. Fernanda estava tão radiante quanto eu e até a pequena Helena estava animada que era titia.
Assim que o dia amanheceu nós fomos maternidade fazer uma visita e quando vi Arthur sorrindo enquanto olhava a Julia foi como se eu voltasse no tempo e me visse segurando Melissa em meus braços, depois no carro quando ele nasceu e depois reproduzir essa cena outras duas vezes com a Malu e nossa caçula. A paternidade muda um homem, amadurece também e a partir dali eu sabia que ele estava construindo a família dele.
Saímos de lá e Fernanda sugeriu comemorarmos o restante do dia, e foi o que fizemos.
_ E aí vovô, vamos dormir? -perguntou me abrançando pelo pescoço e sorrindo, fiz bico e ela me deu um beijo.- Eu sabia que minha neta nasceria linda.
_ Puxou a avó.
_ Espero que esteja falando de mim. -respondeu brincando, se levantou e foi tirando a roupa.- Não fiz nada de trabalho hoje, não li um único e-mail.
_ Amanhã você vê isso vai amor. Bora pra um banho e descansar que amanhã temos muito o que fazer.
_ Você não viaja amanhã né?
_ Vou ficar quase o mês todo em casa, mas porque meus compromissos são tudo por aqui. Vamos ter reuniões todos as segundas até Julho.
_ Algum motivo especifico? Vai passar São João todo aqui?
_ Por isso falei quase o mês todo. Na última semana de Junho vou pro nordeste e fico uma semana e meia direto.
_ Que delícia. Não vai me convidar pra ir não? -falou toda bicuda, levantei abraçando-a.
_ Você já tem até figurino se quer saber. -apertei sua cintura e estávamos nos beijando.
_ Papai, dorme comigo hoje? -Helena entrou no quarto deixando a porta escancarada.
_ Vai lá papai, vou tomar banho. -Fernanda falou beijando meu rosto e indo para o banheiro.
_ Tá com sono é? - ela estendeu os braços pedindo colo e foi assim que fomos para o quarto. Ajudei no banho, coloquei o pijama e sentei no chão do lado da cama.
_ Papai?
_ Hmm..
_ O Art não vai mais morar aqui em casa? Agora vai ficar só com a Julia e a Sophia?
_ Não minha princesa, ele continua morando aqui.
_ Mas... ele não é o papai dela?
Ela além de faladeira era curiosa e levou um tempo para eu explicar e ela se dar por convencida e ir domir. Apaguei as luzes, voltei para o meu quarto e Fernanda já estava deitada, dormindo. Tomei um banho e tratei de fazer o mesmo, tinha acordado cedo e meu corpo estava pedindo cama.
Deitei e quando estava me cobrindo a porta do quarto foi abrindo bem devagarinho, mesmo cansado eu sabia que era minha pequena. Fiquei quietinho esperando que ela dissesse alguma coisa.
_ Papai, você já dormiu? -falou aos sussurros.
_ Oi minha princesa. Vem cá com o papai, vem.
_ Eu não queria dormir no meu quarto hoje, posso ficar?
_ Sim meu anjo, sobe aqui. Mas tem que ficar quietinha que a mamãe já está dormindo. Tá bom?
_ Combinado. -ela subiu na cama e deitou no meu colo, me abraçou e dormiu em seguida. Fiquei um tempo pensando, alisando seus cabelos e sorrindo.
_ Ela falou que queria dormir com você hoje. -Nanda disse baixinho, pondo a mão no meu rosto.
_ Pensei que estava dormindo vida.
_ Eu estava, mas escutei um "papai você já dormiu?" acabei acordando. Sabe amor, eles podem ser diferentes em tudo. Tudo mesmo, mas o amor e o carinho são exatamente iguais. Soubemos passar isso à eles de uma maneira tão linda.
_ Por quê está me dizendo isso?
_ Eu sempre impliquei com a Julia. Na verdade eu não queria nunca que nossos filhos sofressem, no sentido de encontrar alguém que se aproximasse e só se aproximasse pelo dinheiro, pelo status... enfim, nesse ponto eu errei e muito. Quebrei minha cara. Porque quando eu vi o Arthur com a Julia e a Sophia... -fez uma pausa.- ... foi como se eu visse a gente. Novos, construindo nossa família.
_ Eu sei minha vida.
_ Ela é a nora que eu sempre pedi que ele encontrasse.
_ E precisou um neto para saber disso? -brinquei.
_ Não né. No fundo eu já sabia, só não queria admitir. Mas eu fico pensando...
_ No que?
_ Será que meu bebê vai sair de casa?
_ Ô amor, pensa nisso agora não. Não vamos sofrer antes do tempo.
_ Nós ficamos juntos quando ele nasceu. Eu só...
_ Ele tem maturidade, quando tomar essa decisão nós seremos os primeiros a saber.
_ Eu sei.
_ Então não fique aflita.
_ Não vou. -ficamos em silêncio um tempo, mas eu sabia que ela estava acordada, pensando.- Eu te amo. Você foi a melhor escolha de balada que eu tive na vida.
_ Eu sei. -ri.
_ Obrigada por me ensinar tudo do zero.
_ Aprendemos juntos.
_ Mas você foi paciente comigo.
_ Não, você me permitiu ser paciente com você. Nunca em toda a minha vida eu tinha encontrado uma mulher que me fizesse transbordar. E quando eu te vi, a primeira vez, eu sabia que era você.
_ Com todos os defeitos?
_ E todas as falhas. Você é perfeita pra mim.
_ Eu amo você.
_ E eu te vivo.
Terminei nossa conversa com um beijo de namorados, amantes, amigos. Ela me abraçou pela cintura deitando a cabeça nas minhas costas e dormiu, e eu fiz o mesmo.
(...)
Nossa rotina voltou. Acordar cedo, as crianças na escola. Ela na empresa e eu no escritório. Estávamos com um projeto novo, a mente fervilhando de ideias e eu animado com o rumo que as coisas estavam tomando.
_ Boi, eu sei que temos que viajar amanhã, mas minha pequena não está bem. Eu...
_ Pô testa, que isso cara. Nem precisa me pedir.
_ Não é que eu não queria te deixar na mão.
_ Quantos dias você precisar, a gente se vira por aqui. -falei tranquilo.- O que minha pequena tem?
_ Ela está chatinha, não tem dormido direito e a Isa não está descansando nada. Ainda tem o Bê. Cê sabe como que é.
_ Você é meu irmão cara. Fica de boa, vai mandando notícias...
_ Valeu mesmo. -falou se despedindo de mim e dos outros e indo embora.
_ Rober já foi? Tá tudo bem?
_ Ô paizão, Marininha não está legal e ele não conseguia pensar em outra coisa.
_ Vamos fazer o quê na viagem de amanhã?
_ Lelê vai estar com a gente, não vai? Fernanda também. Acha que elas dão conta?
_ Certeza que sim. Só precisamos ver o seguinte... -meu pai pegou o gancho e foram mais algumas horas de reunião. Cheguei em casa exausto, tomei um banho e sentei na cama.
_ Pai. -Malu entrou no quarto com a cara de choro.
_ Tá tudo bem minha princesa?
_ Não. Me dá um abraço?
_ Claro, vem cá. -abracei minha menina e deixei ela chorar.- Quer contar o que aconteceu?
_ Discuti com o Henrique hoje.
_ Discutiu? Por quê?
_ Ciúmes. Eu fiquei com ciúmes e comecei uma discussão, não deixei nem ele falar.
_ Mas... Malu...
_ Ah pai, eu não tenho saco pra isso. Não sei fingir.
_ Eu sei minha filha. Você conversou com ele?
_ Não. Eu só chorei, mandei ele não me ligar e desliguei o telefone.
_ Seria muito perguntar o motivo?
_ Não vai me achar uma idiota mimada? -neguei.- Peguei uma conversa dele com uma menina da faculdade. Ela falando que tinha adorado o tempo que passaram juntos e que ela se sentiu muito melhor depois disso. Pai, eu não quero ver ele na minha frente. Não quero!
_ Ele te traiu?
_ Eu que sei pai? Eu sei que eu confiei nele... -disse chorando ainda mais e eu não sabia o que fazer. Pra mim era novidade e eu fiquei sem ação.
_ Quer tomar um banho? Comer um doce?
_ Não.
_ Quer ir comigo buscar sua mãe?
_ Não pai. Quero ficar aqui.
_ Tudo bem.
Do jeito que estava fiquei até ela se cansar de chorar e dormir. Ajeitei ela na cama, desci pra tomar uma água e foi o tempo de a campainha tocar. Respirei fundo, acalmei o Thor e fui atender já imaginando quem era.
_ Luan.
_ Eu não sei o que aconteceu. Eu sei o que a minha filha me contou.
_ Eu posso explicar.
_ Então começa. Porque eu confiei em você. Abri a porta da minha casa, te respeitei até o momento em que você respeitou os meus filhos. -falei sério, encarando ele que olhava nos meus olhos.- Nunca vi a Malu chorar daquele jeito e ela disse com todas as letras que não queria te ver.
_ Ela entendeu tudo errado.
_ Todo homem fala isso. Joga limpo comigo cara, fala a verdade.
_ Eu amo a Maria Luísa. Jamais faria algo que machucasse a minha namorada.
_ Hm. -ele começou a se explicar sentamos e ele foi transparente contou tudo, me mostrou áudios e eu respirei fundo outra vez, mas me mantive calmo.- Vocês precisam conversar, mas hoje não é o dia.
_ Olha eu...
_ Não estou te falando isso como pai dela, também, mas... ela está chateada, ela descobriu não foi uma coisa que você chegou e contou e isso tem muita diferença. Minha filha é uma menina. Você é o primeiro namorado dela. Não estou te pressionando. Só quero que seja verdadeiro.
_ Estou sendo.
_ Então vai pra casa. Toma um banho, dorme e não liga pra ela pelo menos hoje.
_ Posso vir aqui amanhã?
_ Bom, se ela quiser conversar e te ver, sim.
_ Tudo bem, eu entendi. Estou indo pra casa.
_ Vai lá, se cuida. -nos despedimos e ele saiu. Não demorou muito Fernanda chegou com sacolas de supermercado, bolsa e falando no celular. Me deu um selinho e subiu para o quarto.
_ Pai.
_ Eu.
_ Quer me dar uma carona hoje pra facul?
_ Se eu quero? Querer eu...
_ Amanhã o senhor viaja hein, aproveita. -falou brincando.
_ Tá atrasada?
_ Não, estou bonitinha dentro do horário.
_ Perfeito. Seja igual sua mãe.
_ Tô esperando o senhor no carro. -falou e foi saindo. Entrei na cozinha para tomar água e aproveitei pra curiar as panelas e ver o que tinha de jantar.
_ Oi papai. Que você ta fazendo?
_ Nada não minha princesa. E você? Como foi a aula hoje?
_ Chatona. Tive que fazer lição toda hora e nem podia conversar papai.
_ Ah é? E por isso foi chatona?
_ Sim. -respondeu sorrindo.
_ Cadê seu vô?
_ Tá falando com a Mê lá fora.
_ Já foi no banheiro? -perguntei sabendo que ela ficava se segurando.
_ Lá na minha vó eu fui papai. Agora que queria muito uma coisa de comer, mas não tem aqui em casa.
_ Nada disso, não vou te dar doce antes da janta.
_ Mas papai, é um só, a mamãe nem vai saber.
_ Vai sim. -ela ficou toda bicuda e foi para a sala. Deixei o copo na pia e fui pegar as chaves e documento do carro.- Quer ir dar uma volta?
_ Vamos!
_ Então bora.
Narrado por Maria Luísa
Eu procuro não ser uma pessoa chata e invasiva, mas também odeio ficar desconfiada e ultimamente era como eu me sentia. Estávamos em Junho, mês que antecediam as férias, então coincidentemente Henrique e eu estávamos cheios de seminários e outras atividades para fecharmos o semestre. Com isso não estávamos nos vendo com tanta frequência nem mesmo aos finais de semana.
Pouco mais do meio do mês consegui dar uma desacelerada, ficar mais tranquila. E ele por estudar de noite, as vezes me buscava na escola e passávamos a tarde juntos.
Chegamos e o almoço estava pronto. Almoçamos e fomos sentar na sala, assistir um filme e ele acabou dormindo no meu colo. Continuei vendo o filme e o celular dele em cima da mesinha de centro acendendo com as notificações vezes seguidas. A tela acendeu de vez e o nome de uma menina apareceu, "Aline Facul".
_ Ei, seu celular. -falei cutucando ele devagar.
_ Que? -resmungou ainda de olhos fechados.
_ Está tocando, é da faculdade. -ele ignorou e continuou dormindo, e o celular ainda tocando.- Rique?
_ Pode atender, pode atender. -respondeu e eu atendi.
_ Pensei que não quisesse falar comigo. -e riu.- Você está bem?
_ Alô? Aline, né?
_ Sim, e você quem é?
_ O Henrique está dormindo, quer deixar recado?
_ Não, não. É só com ele mesmo... é... e você é o que dele?
_ Se você conhecesse ele saberia quem eu era. -e desliguei, deixando o celular no mesmo lugar.
A semana passou e ele "furou" comigo duas vezes para terminar um seminário. Combinamos de ele me buscar sexta depois da faculdade, mas ele foi beber com o pessoal e eu dormi.
Acordei sábado de manhã e minha mãe franziu a testa ao me ver ainda de pijamas, prendendo os cabelos antes de dar "bom dia" e me sentar à mesa.
_ Você não ia sair?
_ Ia. -peguei meu copo e fui me servindo. Suco de laranja e pão com presunto e mussarela.
_ Mudou de ideia?
_ Não, o Henrique estava com o pessoal da faculdade, ia ficar tarde pra eu ir pra lá.
_ Hmmm... e você ficou chateada?
_ Não mãe, que ideia. Eu vou pra lá mais tarde. -disse tranquila e voltei a comer.
_ Você está muito quieta.
_ A senhora quer tanto saber, eu falo. Henrique me deu um bolo, foi isso que aconteceu. Quer perguntar mais alguma coisa?
_ Deixa de ser grossa que eu só te fiz uma pergunta. -falou toda séria.- Não precisa vir com estupidez não.
_ Bom dia minhas coisas lindas. -meu pai veio cumprimentando nós duas e percebeu que o clima estava estranho, mas não falou nada.- Sabe quem vem aqui hoje?
_ Não, quem?
_ Sophia. Arthur acabou de me mandar mensagem.
_ Tá todo feliz né pai?
_ Demais, tô cheio de saudades daquela fofura.
_ E que horas ela vem pai?
_ Antes do almoço, vão passar o dia aqui.
_ Ótimo, vou passar o sábado com a minha sobrinha.
Continuamos comendo, falando sobre outras coisas. A cozinha ficou por minha conta, minha mãe só ajudou tirando as coisas da mesa.
Terminado lá embaixo eu subi para tomar um banho, lavar os cabelos e arrumar meu quarto.
Acabei tudo, segundos depois meu celular tocou.
_ Oi. -atendi sem muita animação.
_ Oi, bom dia. Tudo bem?
_ Sim e você?
_ Tô meio estranho, sentindo você chateada.
_ E eu estou. Você sabe que eu não vou te falar nunca para deixar de sair com os seus amigos, eu não ligo. Mas neste último mês quase nem nos vimos, é a terceira vez essa semana que você me deixa esperando.
_ Desculpa.
_ Era só isso?
_ Não eu queria passar aí pra gente almoçar fora.
_ Vem aqui pra casa, Arthur está trazendo a Sophia.
_ Vou tomar um banho então...
_ Tá bom, tchau.
_ Tchau. -desliguei. Deixei o celular em cima da cama e fui para a sala.- Bom dia, bom dia. -falei cumprimentando meu irmão e a Julia.- Oi titia como eu tô linda de calça jeans e tênis. -falei pegando-a no colo e enchendo de cheirinhos.- Tô tão gostosa titia.
_ E manhosa, quer dormir no colo sendo balançada. -meu irmão contou todo besta.
_ E a titia balança, porque a titia pode né bebê?
_ Titia vai te balançar lá em casa né filha? -Julia disse brincando, dei risada.
_ Ela está crescendo bem rápido. -comentei.
_ Ficando de olhos abertos mais tempo e pegando bem mais o peito. -ela tocou no assunto e minha super mãe entrou em muitos outros, meu pai disfarçou e saiu de fininho com o Art.- Eu que acordo ela pra mamar, Sophia é toda tranquila.
_ E não tem cólica.
_ Graças à Deus não. Mas eu não consigo fazer nada muito demorado, mesmo com o Arthur lá comigo. Banho é correndo, dormir é quase que com um olho aberto.
_ É cunhada agora você oficialmente é do time das mães, espírito você já tinha. Chata que só. -ri e minha mãe ficou toda sem graça, vermelha.- Brincadeira cunhada, brincadeira.
_ Bom dia família. -olhei para a porta e era meu namorado quem estava lá, minha mãe olhou pra mim na hora e eu continuei brincando com a Sophia, mas atenta ao que ele fazia. Cumprimentou meu pai e irmãos, minha mãe e a Julia, passou a mão na cabeça da Sophia e falou um "Oi ." dando um selinho.
Passamos o sábado tranquilos em casa e de noite nós conversamos, ele se desculpou e eu fui pra casa dele. Segunda-feira eu não teria aula, então pelo menos até o horário da faculdade nós estaríamos juntos.
Esse era o plano, e estávamos até que bem. Até começarem as notificações, duas ligações, mais notificações e outra ligação e ele fingindo que não estava vendo.
_ Não vai atender? Deve ser sério, porquê não parou de ligar.
_ São os meninos.
_ Não, não são os meninos. É a Aline. -ele se ajeitou no sofá e não atendeu, deixou lá. Eu também não falei mais nada e ficamos assim. Assistimos três filmes entre beijos e mãos bobas, fomos para o quarto e foi uma das nossas melhores vezes juntos. Ainda tomamos banho e fomos deitar. Abracei ele pela cintura, deitei a cabeça em seu peito e dormi. Acordei sonolenta um tempo depois e continuei de olhos fechados, ele estava no celular, mandando áudio pra alguém.
_ Não, não. Nada a ver, não estava conseguindo passar um tempo com a minha namorada e hoje eu tô com ela.
_ Eu sei, mas eu adoro o tempo que passamos juntos. Me senti muito melhor depois. -era a voz de uma mulher, e nada me tirava da cabeça que era a tal da Aline.
_ Que bom, você estava bem tristinha mesmo. -respirei fundo e me virei de costas pra ele.- Bom, tô indo nessa que eu tô bem cansado. Tchau.
_ Tchau, boa noite. Se cuida. -ele deixou o celular perto do travesseiro mesmo, colocou o braço na minha cintura ficando de conchinha comigo e dormiu. Peguei o celular para ver a hora e estava quase amanhecendo, quase cinco da manhã.
Eu não dormi mais, nada me tirava da cabeça que ele estava me traindo e a vontade de chorar era enorme, enorme mesmo. Eu levantei da cama, peguei minhas coisas, me troquei e esperei ele acordar sentada na poltrona.
_ Que horas são? Bom dia. -bocejei passando as mãos pelo rosto e sentou na cama.
_ Vai dar oito horas, bom dia.
_ E você já está pronta? Seu pai ligou? Aconteceu alguma coisa?
_ Eu quero que você jogue limpo comigo.
_ Jogar limpo com você? Do que você está falando Malu?
_ Henrique... quem é a Aline? Você estão ficando?
_ Nós só estudamos juntos e temos alguns amigos em comum, nada demais.
_ Não é nada demais. Ultimamente todas as vezes em que nós estamos juntos ela te liga e você parece que esconde, que não quer que eu perceba. E eu estou odiando isso.
_ Malu...
_ Vocês conversam de madrugada, eu acordei com vocês dois no celular e ela falando que estava se sentindo melhor e que adorou o tempo que passou com você. Ninguém me contou, eu escutei.
_ Você entendeu tudo errado.
_ Primeiro que se ela não é sua amiga ela não ia ter intimidade pra ficar te ligando. Eu não me sinto confortável, eu não gosto dessa sensação.
_ Você nunca foi de ter ciúmes.
_ Eu não tinha motivos.
_ E agora tem?
_ Eu só te fiz uma pergunta. Uma única pergunta...
_ Eu não fiquei com ela, eu não trai você.
_ Mas vocês saíram juntos?
_ Sim. Mas não desse jeito. Não foi um encontro... eu. -ele coçou a cabeça inquieto e levantando da cama.
_ Eu tô indo embora. E por favor, não vem atrás de mim.
Peguei minhas coisas, sai e pedi um uber quando ja tinha fechado a porta. Iria chegar em dez minutos. Foi o tempo de ele descer trocado, cabelos todo bagunçados.
_ Você vai mesmo ir embora sem antes conversar?
_ Sim.
_ Tudo bem. -respirou fundo.- Eu te levo.
_ Não precisa.
_ Precisa sim. Fui te buscar na sua casa e vou te levar de volta, cancela aí o carro.
_ Não precisa, já está aqui na porta quase.
_ Por favor?
Cancelei, entrei no carro dele e não abri a boca até chegarmos na minha casa. Agradeci, entrei e fui direto para o meu quarto. Passei o dia lá, escutei o barulho da escada e fui para o quarto da minha mãe achando que ela tivesse chegado mais cedo. E nem era ela, era meu pai e eu o abracei, chorei e dormi que nem percebi.
_ Malu?
_ Hm...
_ Acorda, vem comer. -virei e fui abrindo os olhos devagar.- Está tudo bem? Que carinha é essa?
_ Discuti com o Henrique, nossa primeira discussão mesmo e eu tô péssima. -fui sincera e minha mãe perguntou o que tinha acontecido.- Sabe mãe, eu sou ciumenta, com o meu pai, com a senhora, meus irmãos... não quero ser dentro de um relacionamento. É chato, desgastante e tenho tantas outras coisas para me preocupar... olha... é complicado mãe.
_ Você é muito intensa, sabia?
_ Não mãe, eu amo o Henrique. Mas odeio ficar desconfiada e ele mentiu pra mim, e sem motivos.
_ Tá precisando de um tempo?
_ Não também. Tempo nunca dá certo pra ninguém. Vou tomar um banho e ligar pra ele mais tarde ou amanhã de manhã.
_ Tão rápido assim?
_ As coisas precisam ser resolvidas, né?
_ Isso é verdade, mas vamos jantar antes. Vem, só estávamos esperando por você. -disse se levantando e indo na frente. Eu ainda passei no banheiro, lavei o rosto e depois disso desci e jantamos. Meus pais, Helena e eu.- Amor, a louça é sua.
_ Minha? Ah cara, aí não né.
_ Papai não pode reclamar de fazer tarefa, a mamãe deixa de castigo. -Helena disse descendo da cadeira e indo pra sala.
_ Eu já estou minha filha, já estou. -falou rindo.
_ Ridículo. -disse batendo no braço dele.- Quer ajuda amor?
_ Sua?
_ Já lavei muita louça nessa vida. Olha a Malu aí sem fazer nada, ajuda lá seu pai.
E eu fui de boa. Limpamos tudo e fomos para o quarto, mesmo estando cedo. Eu continuei de pijamas, ia colocar um filme pra assistir, mas estava com o pensamento em outra coisa.
Sabia que minha irmã estava em aula, mas eu queria falar com ela que depois da minha mãe era quem mais me entendia.
_ Malu? Tá tudo bem?
_ Estou te atrapalhando muito?
_ Não, eu estava esperando responder a chamada pra ir pro intervalo. O que aconteceu? Já chegou em casa.
_ Faz tempo, desde cedo que eu tô aqui. Sabe o que aconteceu... -contei resumidamente a história e conclui dizendo que iria eu mesma ligar pra ele.- ... fiz errado?
_ Não, você não fez errado. Eu te conheço você não é de cismar a toa. Mas também não acho que ele te traiu. Teve um desentendimento aí.
_ Então por que ele mentiu pra mim? Eu nunca abri a boca pra falar de amizade nenhuma dele, nenhuma. Também nunca liguei dele sair sem mim.
_ Não dá pra gente ficar supondo, vocês precisam conversar.
_ Tá, eu vou ligar pra ele. Beijos, tchau.
_ Tchau, se cuida. E vê lá o que você vai falar.
_ Tá advogada dos pobres indefesos.
_ Engraçadinha. Tchau. e desligamos. Respirei fundo, disquei o número dele e esperei atender.
_ Oi, está na aula?
_ Não fui hoje. -respondeu tranquilo.- Você está bem?
_ Depois de ter chorado muito, sim, eu estou.
_ O que foi que eu te fiz pra você chorar tanto?
_ Mentiu. Você sempre foi transparente comigo, e de uma hora pra outra muda em algumas coisas.
_ Eu não menti, só achei que não tinha o porquê de contar. A Aline estuda em outro curso e fazemos algumas matérias juntos, e quando eu falo juntos eu falo com outros amigos meus que você conhece também.
_ Tá. Mas...
_ Deixa eu falar... -me cortou e continuou falando.- Ela foi minha dupla em três dessas matérias e nesse meio tempo ela se aproximou como colega. Um familiar dela muito próximo faleceu e ela ficou mal e eu conversei com ela da mesma forma que conversaria com qualquer outra garota da sala.
_ Isso não muda muita coisa. Primeiro ela não era sua amiga, agora você consola ela? Não estou entendendo.
_ Eu falei que quando ela quisesse conversar que ela poderia falar comigo, a hora que fosse.
_ Quando você está com a sua namorada no caso?
_ Eu deixei isso bem claro pra ela. Eu namoro, então não pense que estou dando mole, porque a minha namorada é a Malu.
_ E onde entra a parte que ela te liga de madrugada? Que vezes foram essas que vocês estiveram juntos? -suspirei.- Desculpa sair te atropelando assim, é que eu não me sinto confortável em sentir ciúmes desse jeito, eu acho ridículo. Se nós namoramos é porque temos confiança um no outro. Mas pela minha idade e experiência, ou falta dela, as vezes eu penso que as mulheres na sua turma vão chamar mais a atenção... e eu não quero entrar em disputa ou dividir sua atenção dessa forma.
_ Não tem muita diferença de idade entre você e as meninas que estudam na minha turma, e ainda assim não olho pra nenhuma delas com o mesmo olhar que eu olho pra você. -ele fez uma pausa.- Eu e você confiamos um no outro porque sabemos que não temos como estar juntos o tempo todo. Temos nossos momentos sozinhos... você na escola, eu na faculdade, você com os seus amigos, eu com os meus e é isso.
_ Mesmo sabendo disso eu estava preocupada. Você não atender ela na minha frente me deixou com uma pulga atrás da orelha, acordar e escutar aqueles áudios bem fora de contextos também. Não faz mais isso, por favor.
_ Não vou, me desculpa.
_ E quando marcar alguma coisa comigo, cumpra. Quase fiz sua caveira pra minha mãe.
_ Fui aí mais cedo e pensei que seu pai ia me colocar pra correr.
_ Você esteve aqui?
_ Estive, ele me disse que você não queria me ver.
_ Não queria mesmo. Mas acordei melhor, conversei com a minha mãe, com a Mê e aí eu te liguei.
_ Teve toda uma consultoria? -riu.
_ Sim. Eu queria me entender melhor.
_ E conseguiu?
_ Sim. -ficamos em silêncio um tempo.- Não vai falar mais nada?
_ Não tem o que falar. Eu queria mesmo te ver Malu, beijar sua boca e te abraçar forte. Tô com saudade de você sorridente, receptiva e quente.
_ Eu também.
_ Ainda está cedo, posso ir dormir aí?
_ Dormir mesmo né? Meus pais estão em casa.
_ Os meus também estavam, vai ser a mesma coisa.
_ Não mesmo. O quarto da sua mãe é do outro lado do andar Henrique.
_ Tudo bem, a gente só dorme. Tá bom assim?
_ Está ótimo. -fiquei com ele no telefone por mais alguns minutos e desligamos.- Mãe? -bati na porta e abri encontrando ela e meu pai rindo.- Pensei que estivessem dormindo.
_ Não, vamos namorar ainda. -meu pai falou e minha mãe deu risada.
_ Queria falar alguma coisa Malu?
_ Sabe o que é... Henrique está vindo pra cá e vai dormir aqui.
_ Vocês não estavam brigados? -meu pai perguntou franzindo a testa, sério.- Nossa casa não é bagunça não viu?
_ Eu sei pai, nós estamos bem. Se não estivéssemos eu iria falar da mesma forma.
_ Eu tô de olho em vocês dois.
_ Também amo você pai. -fechei a porta e desci para esperar na sala. Thor foi minha companhia e correu pra porta assim que o carro estacionou, ficou latindo, abanando o rabo e indo de um lado a outro da porta.- Calma, ele vai entrar. Espera Thor. -coloquei a mão na maçaneta, abri e ele saiu correndo.- Pega ele aí.
_ Oi garotão, calma aí. -ele não parou até Henrique descer do carro e pegar ele no colo, ficou lambendo o rosto dele.
_ Esse cachorro é um safado. -falei esperando eles entrarem para eu fechar a porta.- Oi né.
_ Oi. -me deu um selinho e fomos para a sala.
_ Veio me ver ou ver o Thor? -perguntei cruzando os braços e fazendo bico.
_ Eu sei como eles são gostam de atenção. Cadê a bolinha pra gente brincar? Cadê? -Thor pulou do colo dele e saiu correndo para a cozinha com a língua pra fora. Henrique levantou e já chegou em mim colocando as mãos na minha cintura e nos beijamos decentemente, com as mãos dele escorregando para a minha bunda e apertando sem nenhuma timidez.- Gostosa.
_ Para com isso, seu safado.
_ Não está mais chateada?
_ Não. Acho que deu pra gente se resolver na ligação, mas que fique claro, isso não vai se repetir.
_ O que? Você me ligar? -perguntou confuso, olhando minha boca enquanto eu mordia os lábios.
_ Não. A gente discutir por ciúmes.
_ Eu não garanto. Eu tenho ciúmes de você, mesmo sabendo que temos confiança um no outro.
_ Eu sei, não sei o que deu em mim. Esse final de semestre está me deixando ansiosa com tudo e intensa.
_ Percebi. -falou rindo e me soltando depois de uma mordida na bochecha.- Ficou chata.
_ Não fiquei não.
_ Pensei que você fosse me bater no sábado, toda seca, cheguei e você nem pra mim olhou. -contou e eu neguei com a cabeça, rindo.- Tava foda.
_ A culpa foi sua. Se você sabia que eu ia pra sua casa tinha que pelo menos perguntar se eu queria ir.
_ Você nem de bar gosta amor.
_ Eu não gosto mesmo, mas eu queria ficar com você. Na sua companhia, só isso.
_ Minha faculdade fica quase uma hora daqui, o bar fica na mesma calçada cinco passos pra frente. E foi rápido, ficamos uma hora e pouco só.
_ Tá bom, não vou falar nada mais. Vamos subir?
_ E o Thor? -revirei os olhos e ele riu.- Vem cá garotão, Thor... -assoviou e ele vem trazendo a bendita da bola.
_ Agora não é hora de brincar. Eu tô subindo.
_ Caminha Thor, Malu vai bater em nós dois.
_ Palhaço. Fechou o carro? -ele assentiu.- Então vamos. -falei apagando as luzes da sala e subindo na frente.- A caminha dele aqui em cima fica no quarto da Helena.
_ Serio?
_ É. Porque a porta dela costuma ficar aberta.
_ Quase um bebê.
_ Minha mãe trata ele como um mesmo. -falei entrando no quarto e indo direto para a minha cama, puxando o edredom e sentando na lateral.- Nem perguntei se você queria comer.
_ Não, tô de boa.
_ Então vem deitar.
_ Eu vou, eu só... -passou as mãos no cabelo e riu.- ... avisar minha mãe que eu cheguei.
_ Não avisou ainda?
_ É rapidinho. Mãe? -falou ao telefone.- Estava um pouco ocupado... não, que isso dona Luísa... vou dormir aqui sim, beijos. Eu amo você, tchau. -e desligou, colocando o celular no bolso da bermuda e tirando a camiseta antes de passar a chave na porta e vir pra cama.
_ Ela te deu bronca?
_ "Você não disse que me ligava assim que desligasse o motor do carro Henrique?"
_ Bem feito.
_ Bem feito nada, fui segurar o seu cachorro fujão. -disse apoiando os braços na cama e me dando um selinho. Segurei nos ombros dele e roubei um beijo nada inocente, deitamos na cama rindo e começou toda aquela troca de carícias e amassos, uma mordida na orelha, olha no pescoço, uma mão boba.- Você disse que íamos dormir.
_ Se você não quiser tudo bem, nós dormimos.
_ Nunca negaria isso, não com você.
Narrado por Fernanda
(...)
_ Amor, dorme.
_ Não consigo.
_ Mas você está cansado.
_ E minha filha transando com o namorado no quarto da frente.
_ Você nem sabe se eles estão.
_ Vida... eu não nasci ontem. Sei como os casais fazem as pazes e você também.
_ Um oral bem feito é meio caminho andado. -falei rindo.
_ Pelo amor de deus Fernanda, fala isso não minha nossa senhora.
_ Tô brincando amor. Mas eles estão fazendo as pazes, ela estava toda tristinha.
_ Eu sei, ela dormiu chorando no meu colo.
_ E você não me contou nada.
_ Eu sabia que ela ia te contar. -deu de ombros.- Preciso tomar uma água.
_ Vamos descer, eu vou com você. Tô com fome.
_ Está mesmo?
_ Eu tô. Fome de um docinho, vamos fazer brigadeiro?
_ Essa hora Fernanda?
_ Vamos amor, você toma água e fica me fazendo companhia.
_ Então vamos minha vida. -falou levantando da cama e calçando os chinelos, passou a mão nos cabelos como sempre quando estava nervoso.- Bora Fernanda.
_ Vamos, vamos meu chatinho.
Eu nem estava com vontade de comer nada, queria distrair meu marido. Levantei devagar, calcei os chinelos e descemos de mãos dadas.
Fiquei de olho, ele rodou, rodou, rodou na cozinha pra depois pegar a água. Tomou e ficou em pé.
_ Tá mais calmo?
_ Não. Eu sei que ela faz essas coisas, mas eu tô preocupado.
_ Quer que eu converse com ela.
_ É.
_ Mas conversar o que?
_ Eu não sei.
_ Tá bom amor, fica tranquilo tá? -dei um selinho nele e fui pegar as coisas para fazer o doce. Ficamos lá embaixo e não demorou muito Maria Luísa apareceu na cozinha só de camiseta e meias, e foi ver a gente que ela ficou toda vermelha.
_ Pensei que estivessem dormindo.
_ E quem é que dorme nessa casa com...
_ Queria fazer um docinho, seu pai e eu vamos assistir filme. -o interrompi.- Não é amor?
_ Na sala de vídeo? -ela perguntou e eu assenti.- Ah tá, só vim buscar água. -ela abriu a geladeira, pegou a jarra, um copo e subiu.
_ Luan? Vamos.
_ Eu não quero ver filme nenhum, vamos subir vai.
_ Por que é que você está todo nervoso?
_ Você sabe.
_ Okay, não falo mais nada. Vamos. -subimos de volta para o nosso quarto e eu bem da espaçosa sentei no meio da cama, coloquei o prato de doce no meio das pernas e já fui dando a primeira colherada.- Isso aqui está muito gostoso amor. Quer?
_ Não, obrigada.
_ Fiz com tanto carinho.
_ Eu sei vida. Mas tá é quente, vai me dar dor de barriga. -falou pegando o celular e sentando atrás de mim, abraçando minha cintura.- Gosto tanto dessa sua camisola sabia?
_ Eu prefiro quando estou sem ela. -devolvi o comentário sorrindo sacana e pegando-o de surpresa.- Quando suas mãos passeiam por todo o meu corpo e encontram minha calcinha molhada, pressionando meu clitóris com a ponta dos dedos e eu arfando, começando a ficar quente e ofegante com a sua barba roçando meu pescoço e juntando seu corpo no meu para sentir sua excitação crescente. Hmmmmm eu amo.
_ Porra Fernanda, eu tô duro cara.
_ Muito amor?
_ Como uma rocha.
_ Hmmmm... -deixei meu doce de lado, colocando-a em cima da mesinha que tínhamos ao lado da cama e quando voltei minha atenção à ele estava com as mãos apoiadas em seus ombros, dando-lhe selinhos longos e grunhindo ao sentir seus dedos subirem em direção a minha bunda, pegando na parte posterior das coxas.- Esse seu olhar me excita sabia?
_ Sim.
_ Sua boca...
Nos beijamos com toda sensualidade e tesão. Aquele beijo longo que te esquenta o corpo todo e causa arrepios gostosos fazendo-me desmanchar em seus braços completamente excitada e entregue, ansiosa, querendo mais. Por alguns seus lábios deixaram os meus traçando um caminho curto entre o meu pescoço e seios, baixando rapidamente a alça da camisola e encontrando meu mamilo pedindo para ser sugado.
Luan conhecia todo e qualquer lugar do meu corpo, o jeito de me pegar, onde morder ou lamber, me beijar... nossas preliminares eram sempre interessantes, surpreendentes e cheias de expectativas. Éramos tão um do outro que quando houve encaixe meus olhos involuntariamente fecharam e as unhas cravaram seus ombros desfrutando de um orgasmo enquanto ele bombava forte e fundo segurando minha cintura firmemente com os dedos, sua boca procurando a minha e seu olhar fixo em mim não deixando a intensidade diminuir. Nos permitindo aguentar a madrugada inteira de muito amor e sexo do jeitinho que nós dois sabíamos fazer de melhor. Eu estava exausta, dolorida também e ele completamente apagado, dormindo com as pernas entrelaçadas nas minhas e a cabeça no meu peito.
Demorei um pouco para realmente pegar no sono, mas também não dormi muito porque tinha que ir trabalhar. Então assim que o celular despertou eu levantei e fui tomar um banho.
_ Vida, por que não me acordou? -perguntou com a voz rouca, bocejando enquanto entrava no box.- Eu viajo daqui a pouco.
_ Não era só no final da tarde?
_ Não, mudamos para o horário do almoço. -o beijei.- Queria que você já fosse hoje comigo.
_ Tenho que arrumar a mala das meninas, Helena viaja na quinta-feira esqueceu?
_ Não. Não esqueci. Malu vai junto mesmo?
_ Vai sim. Só não sei do namorado dela ainda, se vai ou não.
_ Não vai desgrudar mais não?
_ Namoro é assim, eu não te largava.
_ Mentirosa. Você já viajou sem mim, eu lembro.
_ Mas...
_ Mas nada. -me deu um selinho e ligou o chuveiro outra vez.
_ Tô indo me trocar, vou tomar café com você viu.
_ Tá, eu não demoro.
Foi o tempo de sair do banheiro, trocar de roupa, fazer maquiagem e cabelo. Coloquei algumas pulseiras, gargantilha e calcei meu salto. Arrumei a bolsa, peguei o celular e desci.
_ Bom dia mãe.
_ Bom dia Mê, tudo bem? -lhe dei um beijo no rosto e cumprimentei Maria com um abraço.- Esse café tem um cheiro tão gostoso, Maria você é maravilhosa.
_ Que isso, imagina. -falou sem jeito e foi para a lavanderia.
_ Tá tudo bem mãe? -perguntou ao me ver sentar com um certo desconforto.
_ Tudo ótimo. -dei risada e ela foi ficando vermelha de tanta vergonha.
_ Mãe do céu, meu deus. Vocês já são até avôs.
_ Ué, o que é que tem? Sou casada, estou na minha casa, nada de errado.
_ Não cansam não?
_ Depois dá aquela canseira sim, estou dolorida inclusive, mas você sabe como que é na hora.
_ Não nessa intensidade mãe. -riu.- Toda um Dorflex.
_ Daqui a pouco eu tomo.
_ Bom dia princesa, dormiu bem?
_ Bom dia pai. Dormi bem sim, mas não tão bem quanto o senhor.
_ Um homem precisa relaxar.
_ Sei. -riu.
_ O que você andou contando pra ela vida?
_ Nada que ela não saiba. -falei sorrindo e fazendo bico.
_ Bom dia, bom dia. -Malu chegou na sala de jantar nos cumprimentando.
_ Bom dia. -respondemos.
_ Cadê o Henrique?
_ Dormindo, está cedo né.
_ Cedo mesmo, pensei que nem fosse descer agora.
_ Celular acabou despertando, aí eu levantei pra ir ao banheiro e não dormi mais.
_ Hmm, entendi. -falei e voltei a comer. Estávamos terminando quando Helena desceu descalça, de pijama e cabelo todo despenteado.- Bom dia meu amor.
_ Bom dia mamãe. Eu já tô de férias né?
_ Já meu anjo, já está sim. Já lavou o rosto?
_ Não. -disse indo para o colo do papai, sentou e deitou a cabeça.
_ Eita grude com esse pai viu.
_ Papai vai viajar não vai?
_ E você também, vai ficar uns dias com a vovó, a Louise e o Derick.
_ E eu vou sentir saudades mamãe.
_ A mamãe também meu amor. Mas prometo ligar todos os dias.
_ E ela liga mesmo. -Melissa contou e nós demos risada.- Você também vai né Malu?
_ Sim.
_ Henrique também? -Luan disfarçou, mas estava prestando a atenção na resposta.
_ Disse que se for, vai só daqui duas semanas.
_ Por que tudo isso?
_ Porque ele vai descer pro litoral com uns amigos.
_ E você não vai querer ir mesmo?
_ Prefiro ir pra Nova Iorque.
_ Prefere frio?
_ Estou com saudades do vovô, e falei pra ele que ia.
_ Acho que até eu quero ir. Deixa mãe?
_ Sua gestora não sou eu não viu, se te liberarem lá na empresa.
_ Eu posso muito bem trabalhar de lá.
_ Vê com ela e me fala.
_ Vou falar com o Leo também, vai que ele quer ir.
_ Vou ficar sozinha em casa? -perguntei e elas deram risada.
_ Chama o Arthur e a Julia para ficarem aqui com a senhora. Ele vai amar.
_ Deixem a mãe de vocês em paz. -Luan falou e elas deram risada.- Quer que eu te leve vida?
_ Eu até aceitaria a carona, mas meu genro ficou de me levar.
_ E cadê aquele malacabado?
_ Chegando pai e não fala assim dele. -o defendeu.
_ Filha você vai namorar um dia? -perguntou pra Helena.
_ Um dia quando eu tiver bem grandona papai.
_ Só quando tiver grandona?
_ É igual a mamãe.
_ Isso mesmo minha princesa. -falou beijando a testa dela.- Nada de crescer e ficar defendendo esse tipo de pessoa.
_ Que exagero pai. O Leo é tão tranquilo, o genro que o senhor pediu a Deus.
_ Não pedi nenhum dos dois. -respondeu rindo.- Brincadeira filhota, fica chateada não.
_ Eu sei que vocês se amam.
Terminamos nossa primeira refeição e fomos cada um para os seus afazeres. Melissa e eu seguimos para a empresa com o Leonardo, Luan eu sabia que voltaria a dormir porque a mala dele já estava pronta e a troca de roupa separada, Helena ficaria abraçada com ele até a hora de ele sair e a Malu dividiria a atenção entre o pai e o namorado.
Assim que entrei na minha sala recebi todas as informações de como seria meu dia, em relação às reuniões e assinatura de papeladas. Eu estava lascada, cheia do que fazer. Mas antes de mergulhar de cabeça nos afazeres liguei para o Arthur perguntei sobre a Sophia, depois liguei rapidamente para a minha mãe e aí sim dei início ao meu dia na CDM.
_ Mãe, a senhora já está vindo?
_ Oi Malu, ainda não filha. Está tudo bem?
_ Sim, tudo bem. Meu pai viajou depois do almoço, Arthur veio aqui só buscar roupa e disse que hoje ainda tinha aula e a Melissa não vem pra cá.
_ Quer pedir comida?
_ A senhora vai demorar pra chegar né?
_ Um pouco, estou no meio de uma áudio.
_ Tá bom. Vou pedir pizza. Vai querer Beirute?
_ Sim, dois. Tô com fome.
_ Onde tá o cartão do meu pai?
_ Na gaveta dele de meias. Qualquer coisa me liga, tá?
_ Pode deixar.
Paramos de trocar mensagens e continuei a audioconferência que de estendeu por mais duas horas e meia. Saí do prédio da empresa eram mais de nove da noite, trânsito um pouco lento, cheguei em casa e encontrei apenas a TV ligada. Helena dormia no colo da Malu que também estava dormindo.
Antes de acordar as duas deixei minhas coisas no sofá, tirei os sapatos e fui comer, porque estava azul de fome.
Os beirutes estavam deliciosos, mesmo requentados, e a coca cola gelada estava melhor que chopp. Depois de satisfeita deixei tudo dentro da pia e fui acordar as meninas.
_ Meninas, vamos subir.
_ Mamãe? Você chegou?
_ Cheguei meu amor, vamos dormir na cama.
_ Tá bom. -ela concordou comigo ainda sonolenta, ficou de pé e eu a ajudei. Quando voltei para a sala a Malu ainda estava deitada, no celular pra variar.
_ Tá tudo bem?
_ Tudo com sono e preguiça... -bocejou.- ...a senhora demorou hoje.
_ Nem me fale, eu tô moída e estava com fome ainda.
_ Eu deixei seu beirute no forno.
_ Eu já achei e já comi. -falei sentando no sofá.- Sua irmã não veio mesmo?
_ Passou aqui, encheu bem a barriga e saiu com o Leo.
_ Esses dois viu. -ri.- E o Henrique, estão bem mesmo?
_ Estamos.
_ Ele não vai mesmo com você?
_ Não. Mas está tudo bem. Ele precisa de um tempo com os amigos e eu com os meus avós.
_ Ela quer ir pra Flórida.
_ Eu sei, foi eu quem deu a ideia. Vai ser demais.
_ Sua avó já é uma senhora.
_ Não tem nada demais. Vamos aproveitar do mesmo jeito.
_ Sua avó faz tudo o que vocês querem. -falei e ela riu.
_ Assim como eu tenho certeza que a senhora vai fazer pra Sophia.
_ Também não é assim, não sou tão babona.
_ Ah é, é sim mãe. Está até amiga da Julia.
_ Não é nada.
_ Se a senhora diz. -riu.
_ Sua mala já está pronta?
_ Não. Mas já fiz uma lista do que eu vou levar.
_ Ótimo. Amanhã vamos organizar tudo isso.
_ Okay dona Fernanda, podemos dormir agora?
_ Sim. Eu preciso.
Nós duas subimos, fomos cada uma para o seu quarto e nos preparamos para deitar e dormir tranquilamente à noite toda.
~.~
Meninas lindas, perdoem a má edição, mudou todo o layout pelo celular e ficou horrível. Maaaaaaaaas estou muito feliz que ainda consegui colocar a foto.
E aí, todas babando na Sophia? Porque eu sim e muito. haha ❤️