Narrado por Melissa
Os pais do Leo viajaram e ele ficou encarregado de cuidar da Cecília e da Sky. E eu por ainda estar de férias passava um tempo com eles, brincando com as meninas e namorando meu noivo.
— Tá animado pra amanhã? –perguntei depois de colocar a Ceci na cama.– Eu sim, tá me dando até dor de barriga.
— Já está tudo acertado, vamos assinar os papéis.
— O primeiro juntos. –disse sentando em seu colo.– Tá feliz?
— Tô muito não. –respondeu sério e eu cruzei os braços emburrada.– Brincadeira loira, tô felizão.
— Vamos nos casar!
— E morar juntos e transar todos os dias.
— Leonardo!
— A melhor parte. –riu.
— Isso que passa pela sua cabeça?
— Passa muitas coisas. Vou casar com a minha melhor amiga. Construir minha família. Ter nossa rotina.
— Penso nisso também, mas penso que não itri morar mais com os meus pais e isso é muito novo pra mim.
— Acha que é cedo?
— Não Leo, é que é super diferente. Minha casa sempre foi cheia. Primeiro com os meus avós, meu pai e a tia Bruna. Depois minha mãe, o Lupy e meus irmãos... e agora seremos só eu e você...
— Até chegarem nossos filhos. –disse me beijando.
— Sim, até eles chegarem. Mas até lá poderíamos ver um bichinho de estimação, o que acha?
— Grande?
— Não sei, a gente procura. Quero adotar.
— Adotar?
— É. –ficamos conversando sobre até eu lembrar que tinha esquecido de ligar pra minha mãe, afinal queria que ela estivesse conosco no momento da assinatura.– Mãe?
— Só lembra dela Melissa?
— Oi paizinho, boa noite.
— Paizinho é?
— Luan me dá meu telefone. Oi Mê, tudo bem filha?
— Sim, e a senhora?
— Com muito sono, mas bem. Você vem hoje?
— Hmm não mãe. Vou ficar aqui, deixa eu te falar... amanhã eu e o Leo iremos fazer uma coisa importante e eu queria que a senhora viesse com a gente.
Narrado por Fernanda
(...)
— E que horas isso?
— De manhã, marcamos às 08h30.
— Ai meu deus Melissa, você tá grávida? –perguntei assustada e Luan na hora soltou um palavrão.
— Não mãe! Eu não estou grávida, é outra coisa.
— Cedo assim? Você tem certeza que não é uma consulta com a obstetra? Filha você já é uma mulher adulta, não vamos brigar com você.
— Eu vou junto. –Luan disse.
— Não mãe, só a senhora por enquanto.
— Amor, tenho que ir sozinha. –falei e ele ficou todo bicudo.– Ih Mê tá aqui todo bicudo.
— Deixa eu falar com ele mãe. –entreguei o celular e aproveitei pra ir fazer xixi, quando voltei os dois ainda estavam se falando.
— Não me convenceu não, mas fazer o que né... Te amo filha, boa noite. –e me devolveu.
— Te encontro amanhã mãe, beijo te amo.
— Eu também te amo, boa noite. –e desliguei.– O que foi?
— Ela tá grávida.
— Ela falou que não.
— Então que tanto segredo é esse comigo? Fernanda...
— Amor também não sei o que é.
— Se for isso você vai me contar?
— Claro amor, eu conto. Agora desmancha esse bico, vamos deitar que eu estou cansada. –falei tirando o meu roupão e indo pra cama.– Boa noite amor, te amo.
— Te amo mais. –disse beijando minha boca e não demorou para estarmos dormindo, eu realmente estava cansada e acordaria bem cedo no dia seguinte.
Dormir abraçadinho era uma delícia, com o meu marido então eu amava. Mas às 06h45 meu despertador tocou, dei um beijo nele e levantei, tomei meu banho sem pressa e deixei minhas coisas prontas. Desci, tomei café com as meninas, subi me troquei e sai pra ir encontrar Melissa.
Coloquei o endereço no GPS e segui por alguns minutos, não estava mostrando ser longe e eu estava curiosa pra saber o que era.
O lugar era lindo, um condomínio classe média e menor que o nosso, porém muito receptivo. Passei pela portaria, segui por algumas ruas e por fim estacionei.
— Tia Nanda! –Cecília correu para me abraçar.– Bom dia.
— Bom dia princesa, até você acordou cedo?
— Sim, o Nado que acordou tia. –contou.
— Bom dia casal.
— Bom dia sogra, tá gatona hein. –disse me cumprimentando.
— Vou contar pro meu marido que você está me chamando de gatona. –ele riu e então se afastou para eu cumprimentar minha filha.– Tá tudo bem?
— Ai mãe, tô tão ansiosa. E feliz também que a senhora está aqui. –disse me abraçando.– Mãe, essa é a Marcela. E Marcela, essa é a pessoa que estava faltando chegar. –falou pra moça que estava toda de social com uma pasta de documentos.
— Prazer. –falei assim que nos cumprimentamos.
— Vamos lá, podem entrar com o pé direito. –e assim fizemos logo que ela abriu a porta com batente pivotante maciça, linda.– Vamos para um tour? Como podem ver aqui temos uma sala de estar e jantar com um pé direito de três metros, a cozinha que foi integrada à área social, lavabo, banheiro social, lavanderia com depósito, quintal de serviço com entrada independente e duas vagas com cobertura. –conforme falava, Marcela mostrava cada um dos cômodos.– Como podem ver o quintal panorâmico para lazer, inclusive piscina... à esquerda podemos ver o espaço gourmet com churrasqueira. O que nos leva ao andar superior, por favor me acompanhem... –e foi subindo.– ... temos o corredor que dá acesso aos quartos. À esquerda temos a suite master com varanda e espaço para amplo closet, e à direita mais dois dormitórios com vistas lindas que podem ser adaptados em home office.
— E aí mãe, o que achou?
— Eu amei, aqui é lindo. Arejado, bem iluminado, tem jeitinho de lar e sei que serão muito felizes aqui. Eu não sei nem o que dizer.
— Na verdade viemos assinar o contrato de compra e minha vontade era que a senhora estivesse aqui. –quando Melissa terminou de falar eu já estava chorando emocionada.– Mãe não chora.
— Estou tão feliz por vocês. –falei.– Muito!
— Aprovado pela mãe da noiva, vamos às papeladas? –Marcela sugeriu e voltamos à sala de estar onde um balde com uma champanhe nos esperava, Cecília ficou comigo enquanto o casal assinava os papéis, e sim, eu fotografei esse momento. Após, abrimos a garrafa, enchemos as taças e brindamos a nova vida dos dois. Marcela entregou as chaves e se despediu. E nós, tiramos uma foto, nós abraçamos e fomos para a entrada.
— Mãe, quero fazer uma surpresa pro meu pai, não conta.
— Melissa ontem mesmo ele quis me deixar louca com isso.
— Eu sei, mas é o tempo de eu organizar tudo só. Um mês ou menos, por favor... promete pra mim?
— Eu prometo, mas quero ajudar na surpresa.
— Falamos sobre isso depois. Obrigada por ter vindo. –agradeceu me dando outro abraço, Leonardo fez o mesmo, Ceci não ficou atrás e eu depois de me despedir segui para a empresa.
— Bom dia Fer, atrasada! –Isa disse assim que entrei na minha sala ainda extasiada.– O que aconteceu?
— Minha filha vai casar, tem noção disso?
— Tenho, o padrinho dela se acabou de chorar outro dia em casa. Mas isso não é pra agora, ano que vem ainda.
— Mas parece tão próximo, sabe aquela sensação de que ela ainda é uma bebê? Estou me sentindo assim, nostálgica.
— Ainda bem que meus bebês são bebês. –riu.– Chegou em cima da hora para a primeira reunião, vamos?
— Cliente chato?
— Não, ele é empresário de um grupo de pagode. Animada?
— Muito, vamos!
Isadora esteve comigo durante todas as reuniões do dia, inclusive com os gestores de cada departamento. Sim, passei o dia na sala de reuniões. E no final do dia eu estava cansada, queria minha casa, banho e cama. Não quis nem dirigir, peguei minha bolsa, pedi um Uber e fui pra casa.
— Obrigada, boa noite. –agradeci ao motorista e desci do carro. Abri a porta, as luzes estavam acesas, mas tudo permanecia em silêncio.– Ei mãaae, cadê meu bebê? –logo Thor apareceu abanando o rabo e latindo.– Só tem você em casa filho? –ri.
— Rapaz tava quase indo te buscar muié.
— Ai amor, tô tão cansada hoje. –disse deixando Thor no chão e indo dar um beijo no meu marido.– Foi tudo bem por aqui?
— Não escutei o barulho do seu carro.
— Vim de Uber, estava cansada até pra dirigir. –dei um selinho e fiquei abraçada ao seu pescoço.– Já jantou? Cadê a Nena?
— Ficou com a vó dela.
— Ela quis ficar ou você deu a sugestão?
— As duas coisas, minha mãe vai pra Aparecida amanhã e ela quis ir. Eu não ia levantar de madrugada pra levar ninguém.
— Preguiçoso. –falei.– Mas amor, com que roupa ela foi?
— De frio. Tá frio vida.
— Eu sei, mas é numa viagem e ela não pode ir de qualquer jeito.
— Tem roupa dela lá, relaxa. –falou despreocupado.
— Julia foi embora?
— Estão os três no quarto.
— Melissa não voltou?
— No quarto da Malu, de segredos.
— Henrique foi embora então?
— Antes do almoço. Algo mais que a senhora deseje saber?
— Não, eu... preciso de um banho amor. E dormir. Vamos?
— Tomar banho?
— Não que eu sei que você já tomou, tô falando dormir amor.
— Daqui a pouco, vai lá.
Subi para o meu quarto, entrei no closet já tirando os sapatos, guardando minha bolsa e tirando a roupa. Fiz um coque, procurei um pijama e fui tomar um banho quente. Não lavei os cabelos, também não fiquei fazendo hora. Sai seca e vestida, passei hidratante corporal, estendi minha toalha e me deitei na cama.
— Toc, toc.
— Entra amor, tô deitada.
— Nada de dormir sem comer, fiz seu prato.
— Não disse que comeu na sua mãe?
— Mas a Maria fez comida, feijão, arroz e uma carne de panela.
— Hm, parece estar gostoso.
— Rapaz tá bom viu, muito bom. Eu experimentei.
— Gordo. –falei me ajeitando na cama, sentei com as costas encostadas na cabeceira, e o jantar que estava uma delícia.
— Ô vida, cê disse que ia me contar a surpresa lá.
— Nada disso, eu disse que contaria se ela estivesse grávida. E ela não está.
— E aquele negócio de não ter segredos entre o casal?
— Amor, é coisa deles, não posso contar. E não adianta ficar de bico.
— Tô chateado sabia?
— Não fica vida, você vai amar quando eles te contarem.
— Num vou amar nada.
— Deixa de ser ranzinza. O que você vai fazer amanhã?
— Escritório.
— Rober também vai?
— Sim, teremos uma reunião pra decidir as coisas de fim de ano já.
— Tenho show fechado?
— 24, 26, 29, 30, 31 e 01.
— Você sabe o que eu penso sobre isso.
— Amor, é o meu trabalho.
— Quando nossos filhos quiserem viajar nos feriados de final de ano você também não reclama. –falei deixando meu prato de canto.
— Agora você vai ficar com raiva de mim?
— Estou te pedindo pra não marcar nenhum show, só isso. E é a primeira vez que te peço isso em dezesseis anos de casada.
— Eu sempre viajei, isso nunca foi um problema.
— É o primeiro natal e ano novo da nossa neta, é o último ano antes da nossa filha mais velha estar casada... mas tudo bem, quer marcar shows marca.
— Não vai viajar comigo se eu for?
— Não. –respondi tranquila e ele fechou a cara, levantou da cama, pegou a bandeja com o meu prato e saiu do quarto. Coloquei meu celular para carregar, virei pro lado e dormi.
Narrado por Luan
Fernanda tinha hora que cismava com as coisas do nada, e aquela noite foi uma delas. Pra não discutir sai do quarto, levei a louça suja pra cozinha e depois sentei no sofá.
— Pai? Aqui sozinho? –Malu perguntou terminando de descer a escada.
— Sua mãe chegou atravessada hoje, quero mexer com ela não. –falei pegando o controle da TV.
— Nem vi minha mãe chegando, ela chegou tarde?
— Tem uma horinha, disse que estava cansada e subiu.
— Ai pai, vocês dois quando estão na pilha do trabalho meu deus, tudo brigam.
— Eu só falei pra ela que amanhã tenho reunião que vamos fechar as datas de fim de ano.
— Como todo ano, o senhor passa a virada do natal com a gente e a virada do ano novo trabalhando, a gente já sabe. –deu de ombros.
— Isso é ruim?
— Já acostumamos pai.
— Acostumar não quer dizer que deixa de ser ruim.
— É ruim, mas é o seu trabalho. Sei lá...
— Falei a mesma coisa pra sua mãe e ela disse que esse ano é o último antes da sua irmã casar e o primeiro da Sophia. Agora não sei.
— De um jeito ou de outro... a minha mãe vai estar grudadinha com você.
— Disse ela que não vai viajar comigo.
— Ela não vai te deixar sozinho pai. Eu conheço minha mãe.
— E eu conheço minha esposa. –demos risada.– E você, sem sono?
— Estava vendo um negócio com a Melissa e fiquei com sede.
— Tão aprontando né?
— Não pai, relaxa. –beijou minha testa e foi pra cozinha. Achei um documentário sobre bichos e fiquei assistindo, passou um tempo e o Arthur desceu com a Sophia chorando.
— Ei princesinha do vovô, o que foi?
— Fome não é, nem a fralda...
— Dá ela aqui. –Arthur me entregou Sophia e ela com o beicinho toda pidona.– É vovô, eu tô cansada mesmo. –ela resmungava. Levantei, fiquei com ela pela sala, abaixei a TV, cantei uma música de ninar e ela foi ficando quietinha. Arthur dormiu sentado no sofá, e minha Sophia ainda acordada.– Tô vendo que cê gosta é de passar a noite acordada. –falei e ela deu uma risada gostosa, passando a mão no meu rosto e tentando puxar meu cabelo.– Tá sapeca tamém.
— Ih pai, falando sozinho? –Melissa disse e ela parou pra prestar atenção.– Ei titia, ainda acordada?
— O pai dela dormiu, mas ela que é bom...
— É bom ter vô né Sophia? –ela gargalhou outra vez.– Pai... faz uma vitamina de abacate?
— Agora?
— É, agora.
— Rapaz é quase duas da manhã Melissa.
— Eu tô com fome, por favor pai?
— Bora lá.
Fomos para a cozinha, troquei Sophia de colo e preparei o creme de abacate, fiz barulho, sujei umas coisas e deixei tudo na pia. Coloquei na taça de sobremesa e sentamos ali nos bancos da bancada mesmo.
— Pai acho que ela quer. –coloquei um pouquinho na ponta da colher e dei a ela.
— Fez careta. Olha isso Mel.
— Dá mais pai.
— Só mais um pouquinho hein...
— Ei vovô eu quero mais. –ela comeu mais, mas não muito. Deixei a taça longe da vista dela e dei a chupeta.– Dormiu pai.
— E o pai dela falando que não era fome.
— Nem ele sabe quando ele tá com fome pai. Vou dormir tá, obrigada, te amo. –beijou meu rosto e saiu da cozinha. Deixei as taças na pia, apaguei as luzes e voltei pra sala.
— Arthur... –chamei baixinho.
— Hm.
— Ela dormiu.
— Hm.
— Acorda aí preguiça... –cutuquei e ele levantou todo se espreguiçando.– ...vai, toma aqui.
— Que horas são?
— Hora de ir pra cama. –ri.– Bora cara.
Desliguei a TV, apaguei as luzes da sala e subimos.
Arthur agradeceu a ajuda e entrou no quarto, e eu fiz o mesmo. Tirei a camisa, deitei na cama e quando ia trocar de lado Fernanda jogou a perna por cima da minha e deixou a mão no meu peito.
— Você demorou. –sussurrou.
— Tava fazendo Sophia dormir.
— Hm... boa noite vida. –me deu um selinho e voltou a dormir.
Dormi algumas horas e foi o suficiente, quando acordei Fernanda estava no banho e as cortinas do quarto todas abertas. Levantei com preguiça, nem olhei a hora... calcei os chinelos e fui para o banheiro.
— Bom dia vida.
— Bom dia amor. –respondeu.– Já levantou?
— Queria mijar. –falei levantando a tampa do vaso e mijando.
— Ah tá. –desligou o chuveiro, abriu a porta do box e saiu nua.– Para de me olha como se eu fosse um pedaço de carne, ainda estou brava com você.
— Tô te admirando. Cê tá linda, cheirosa... molhadinha.
— E com horário pra sair de casa, nem vem. –disse pegando a toalha, enrolando e saindo. Restou pra mim ir tomar banho, lavar os cabelos e sair.– Certeza Mari? –riu.– Ele me falou ontem de noite... Sim... Filha, você se comporta, obedece seus avós e não solta da mão dela que você é pequena... Eu sei meu amor, boa viagem... Mari qualquer coisa me liga, tá? Bom passeio, beijo. –e desligou.
— Chegaram lá?
— Não, mas estão perto. –disse voltando para o closet, fui atrás e dei de cara com ela vestindo a calcinha.
— Tudo isso pra ir trabalhar?
— Você está um pervertido Luan, o que foi hein?
— Cê que tá brava comigo sem motivos, vamos fazer as pazes amor. Vamos conversar.
— Não tem conversa, você deixou isso bem claro ontem.
— Mulher, você quer brigar comigo?
— Eu só te pedi uma coisa. É difícil?
— Não depende só de mim vida, é isso que eu tô explicando.
— Ai para, para que todo e qualquer funcionário que trabalha em feriado dá pulos de alegria quando está de folga nessas datas comemorativas.
— Vou ir pra reunião e mais tarde passo pra buscar você.
— Vai ir me levar por acaso?
— Vamos de Uber, e eu fico com o seu carro.
— Não vou sair daqui meio-dia não, tenho horários.
— Então termina de se arrumar esquentadinha. –dei um tapa na bunda dela e fui me vestir.
Peguei um jeans escuro, polo vermelha, cueca boxer e meias. O tênis estava debaixo da cama, peguei pra vestir depois que tinha secado o cabelo e passado meus perfumes.
— Você vai tomar café na rua, porque eu já pedi o carro.
— Rapaz cê tá braba mesmo.
— Você demora demais amor, não consigo te acompanhar. –disse calçando os saltos e ajeitando o vestido ao levantar.– Vamos. –pegou a bolsa e foi na frente, e eu só peguei o celular, minha carteira e desci.
— Bora muié. Bom dia Maria.
— Bom dia Luan. Dormiu bem?
— Rapaz muito bem, do lado de uma gatinha.
— Fez besteira e agora tá me adulando.
— Sou inocente.
O motorista do Uber chegou e foi muito engraçado quando ele viu que eu era eu. Foi o caminho todo batendo papo, tirou foto e tudo mais. Chegamos na CDM, entrei com a Nanda de mãos dadas, assustei a Isadora como de praxe e fomos para a sala dela.
— Tem horário pra sair hoje?
— Pretendo sair às 19h. E vou almoçar com a Lila hoje.
— Algum motivo específico?
— Sim, saudades da minha melhor amiga.
— E volta pra cá?
— Sim, preciso trabalhar. Te amo, boa reunião.
— Tá me expulsando?
— Você é quem está testando minha paciência hoje amor. E ainda está atrasado.
— Eu sou o chefe. –falei brincando.
— Tinha que ser o primeiro a chegar. –disse vindo até mim e entregando as chaves do carro, me beijou e abriu a porta.– Vejo você mais tarde.
— Te amo, se comporta. –sai, dei tchau pra minha cunhada e fui pro estacionamento. O escritório não ficava longe, cheguei em vinte minutos.– Jujuba!
— Bom dia chefe. Saudades. –disse vindo me abraçar.– Animado para as próximas viagens?
— Rapaz, sempre. E você tá bem?
— Ótima, semana que vem entro de férias. E s estagiária que ficará no meu lugar chega em trinta minutos.
— Atrasada?
— Não, ela entra às 10h mesmo.
— Padrinho! –escutei alguém chamar e quando olhei era o Bernardo.– Aqui é bem grande.
— Veio trabalhar com o seu pai hoje é?
— Eu e a Manina! Tá lá na sala grandona.
— Aé? E seu pai?
— Trocando a fralda, ela cagou de novo. –disse tapando o nariz.
— Bora lá ver ela. –fomos para a sala de reuniões, Rober estava lá com a Marina no colo e ela chorando.– Ô dindo, vem cá no colo.
— A culpa é minha. Não mandei os dois pra escola porque ela está todo manhosa e também não pode faltar.
— Aqui tem espaço pros dois se acabar de brincar, relaxa boi.
— Tá bem Marininha? –ela deitou a cabeça no meu ombro e ficou.– Ih tá dengosa.
— Pra caralho, não dormiu bem essa noite não.
— Algum dorzinha?
— Isa deu remédio, mas acho que não.
— Tia!
— Oi Bê, bom dia.
— Bom dia tia Lê!
— Você está bem? Já tomou café?
— Sim, a mamãe me deu.
— E esse princesa? –Arleyde veio brincar, mas Marina continuou deitadinha.– Eita que só quer o dindo dela. Tudo bem Luan?
— Tô bem e você?
— Cheia de planos para nossos três últimos meses.
— Então bom. Trouxe o que pra gente comer?
— Teremos um coffee senhor só penso em comida.
— Muié não deixou eu tomar café não, ficou me acelerando.
— Bem feito, Fernanda cumpre horários.
Tomamos café, as crianças ficaram na sala onde ficam as pelúcias sob a supervisão da Juliana e nós demos início a reunião. Ficamos as primeiras três horas de reunião entre discussões e dúvidas, paremos para almoçar fora e ao retornar mais informações, fechamos algumas datas e chegamos no último mês do ano.
— Então vamos lá, o que você quer? As propostas nós temos, os valores dos cachês também, a infra e tudo mais... falta uma resposta nossa para fecharmos as datas.
— Quero prolongar as minhas férias, fechar a agenda uma semana antes do natal.
— E retornar só em fevereiro?
— É isso, depois do aniversário da mamusca.
— Quase dois mês diretos sem shows. E a agenda de entrevistas? Radios?
— Desde que sejam em São Paulo eu não me oponho.
— E se negociarmos alguns shows entre os dias 27, 28 e 29? Um no Rio, dois em São Paulo ou o contrário. E encaixamos as entrevistas nestes mesmos dias. Organizamos pra você ter uma folga por exemplo do dia 19 a 26, depois 30 a 12/02.
— Estés três seriam cheios?
— Um pouco corridos, mas já organizamos sua agenda com muito mais compromissos e você deu conta. Obviamente você irá cansar, mas é uma opção.
— Até porque estamos em tempo de fazer uma divulgação bacana, organizar promoções e sorteios...
— Mas estamos apenas na logística do calendário, como faremos com a parte financeira de tudo isso?
Mais uma pauta levantada e nós quebrando a cabeça para resolver como tudo seria feito, e por fim... marcamos uma nova reunião para o dia seguinte.
Me despedi da galera, dos meus afilhados e fui buscar a Nanda. Cheguei e o escritório estava menos movimentado, fiquei na recepção batendo papo com as meninas que mais suspeitavam do que falavam comigo.
— Tudo mentira meninas, não acreditem. –Fernanda disse se aproximando.– Oi amor, chegou cedo.
— Deixamos pra bater o martelo amanhã, hoje quebramos muito a cabeça.
— Hm, entendi. Meninas, estão liberadas, vou ficar mais um pouco... mas minha secretária está aí. Bom descanso pra vocês.
— Obrigada. –disseram juntas.– Tchau seu Luan.
— Bom descanso minhas lindas. –falei seguindo minha esposa.– Você parece tão séria. Chega até ser excitante.
— Eu sou séria amor, muito séria. E meu beijo?
— Pra já muié. –dei uma juntada, apoiando minhas mãos no seu quadril e beijando sua boca.– Gostosa.
— E muito excitada.
— Molhadinha pra mim?
— Como em todas as vezes em que sinto seu cheiro.
— Tá me dando vontade de tirar sua roupa.
— E me deixar de quatro em cima dessa mesa?
— Só de calcinha e salto alto.
— Não vai nem trancar a porta antes?
— Já está trancada. –desci o zíper de seu vestido e ajudei Fernanda sair dele e dar uma voltinha apenas de calcinha e salto alto.– Senta. –ela me empurrou na poltrona e foi abrindo minha calça, ergui o quadril e ela fez o resto, tirou a cueca descendo até os joelhos e se ajoelhou na minha frente.– Safada.
— Só com você. –disse umedecendo os lábios e lambendo minha cabeça antes de colocar tudo na boca e chupar com vontade. Aquela boca me levava ao delírio, assim como suas mãos me massageando e levando ao ápice em poucos minutos.– Gostoso. –Fernanda beijou minha boca e me deixou massagear seus seios, segurou meus ombros e sentou contraindo a boceta e apertando meu pau.
— Porra Fernanda.
— AH! –gemeu no meu ouvido enquanto rebolava devagar me torturando.
— Porra, você...
— Shiiiiiu não fala, me beija amor, me beija. –pedia sedenta, rebolando mais rápido e começando a quicar. Segurei sua cintura e mandamos ver, ela não se cansava e nossos corpos pediam cada vez mais.– Ãn ãn ãn... Hm... Isso... –toquei seu clitóris e esfreguei a ponta dos dedos devagar, ela não aguentou e gozou gemendo gostoso o meu nome.
— Agora de quatro amor, por favor. –ela levantou ficando de joelhos na poltrona e de costas para mim, tirei o tênis e toda parte debaixo da roupa, voltei minha atenção a ela que estava se dsndo prazer e gemendo baixinho, querendo mais. Meus dedos se juntaram aos dela pressionando mais e espalhando bem sua excitação. Devagarinho me encaixei entre suas pernas e penetrei. Entrando e saindo devagar, aumentando aos poucos para acompanhar seu ritmo, dei um tapa naquela bunda empinada e permanecemos assim até ela gozar outra vez e se escorar na parede. Sentamos eu e ela, nos beijamos e fui descendo os beijos até ir de encontro com a parte mais sensível, quente e molhada, passei a língua e minha gatinha grunhiu, foi se ajeitando e se abrindo como uma flor. Seu gosto era único, seu pulsar excitante, me perdi tomando aquele mel. Fernanda bagunçou meu cabelo todo e quando não aguentava mais tentou fechar as pernas, mas as mantive abertas e suguei até a ultima gota.
— Preciso vir te buscar mais vezes no trabalho.
— Prometo ser sempre receptiva. –disse ainda deitada e de olhos fechados.– Meu Deus! Minha secretária. –foi ela falar e o telefone tocou.– Atende amor.
— Luan?
— Oi, é só pra avisar a Fê que já estou indo caso ela não precise de mais nada por hoje.
— Precisa vida? –ela fez que não com a cabeça.– Bom descanso Gabi, nós também já estamos indo.
— Obrigada, igualmente. –e desligou.
— Ela sempre vem na minha sala se despedir.
— Hoje você estava ocupada. –beijei sua boca e fui me vestir.– Vai dormir aqui mesmo?
— Amor, você me cansou... minhas pernas estão trêmulas, estou sem forças pra ficar em pé.
— Eu te ajudo, assim que terminar aqui. –e foi. Terminei de me vestir, ajudei Fernanda se levantar, ela colocou o vestido e jogou a calcinha na minha cara.– Cheirosa.
— Guarda pra você.
— Eu vou. –falei colocando no bolso.– Vamos?
— Vou no banheiro antes, e você abra essas janelas, essa sala está cheirando a sexo.
— Como quiser.
Ela demorou uns dez minutos no banheiro e eu no celular. Quando ela voltou estava mais perfumada, maquiada e cabelos presos.
— Tô pronta. Ah amor, sua mãe ligou.
— O que ela queria?
— Falou que seu pai foi buscar o Lucas pra brincar com a Helena, ela vai dormir lá hoje também.
— Então podemos jantar fora?
— Eu adoraria. Mas tenho que saber como estão meus filhos.
— Ah amor, eles são grandes.
— Não tem essa, são meus filhos. –falou pegando a bolsa.– Liga lá amor.
— Tá. –entrei no grupo e fiz uma chamada de vídeo.– Pergunta rápida. Estão todos bem?
— Oi pai, sim. –Mê respondeu.
— Sim paizinho, por quê? –Malu perguntou.
— Estamos de boa. –Arthur respondeu mostrando Sophia na câmera.
— Vou sair com a mãe de vocês, beijos. Amo todos.
— "Bom passeio." "Vocês dois não param." "Divirtam-se seus lindos." –disseram e eu desliguei.
— Preguiçoso. –falou desbloqueando o celular.– Malu, você está em casa? ... Eu e seu pai estamos indo jantar... Não vamos demorar porque amanhã temos compromisso... O que a Maria fez? ... Sua irmã vai dormir na sua avó, tchau. –e desligou.– Era só fazer isso.
— Vamos minha vida, vamos.
— Tá me mandando calar a boca é?
— Jamais, nunca na minha vida. –peguei a bolsa dela e fomos para o elevador, trocamos uns beijos e fomos para o carro.– Quer dirigir?
— Não, fica a vontade.
— Tô com vontade de comer uma coisa...
— Eu estou satisfeita. –disse dando risada.– O que você quer comer?
— Comida japonesa.
— Então vamos no rodízio.
Conhecia um restaurante bom e não era longe, mas precisava de reserva, pedi pra Nanda ligar enquanto estávamos a caminho. Deu tudo certo, estacionamos e entramos.
— Boa noite senhores, rodízio?
— Sim, dois rodízios, por favor. –pedi.– Uma coca com gelo e limão, e uma água com gás, gelo e limão também. Obrigado.
— Coca cola, é?
— Uma lata pra curtir o jantar com a minha gata.
— Cara de pau. Como foi hoje?
— Corrido. –começamos o jantar conversando sobre como havia sido o meu dia e o dela, demos risada, mudamos um pouco de assunto e seguimos assim curtindo a companhia um do outro.
— Não quero festa, dá muito trabalho.
— E o que você quer fazer?
— Fretar um bus e ser um dia todo em um clube, fim.
— Clube?
— É amor, igual aquela vez que você foi. Meu pai ainda estava se recuperando do acidente, você conheceu meu ex.
— Ah tá. Ah é legal, vai estar calor.
— Nossa que animação. –revirou os olhos.
— Estava aqui pensando no que fazer com a minha equipe também.
— Todo ano você se reúne com eles.
— Mas todo ano parece ser mais do mesmo, sei nem se eles gostam.
— Ninguém nunca reclamou.
— Quem é que reclama pro chefe?
— Eu falava pro meu pai.
— Exatamente por isso, ele era o seu pai.
— Caixa de sugestões, sempre funciona.
— Vai colocar uma na CDM.
— Não. Ou melhor sim, irei dar três opções de clubes.
— Sem festas temáticas?
— Pensei em um mini festival com os artistas que fecharam conosco durante o ano, estou animada.
— E a infraestrutura?
— Por isso viu procurar um clube que comporte além dos funcionários, o show.
— E eu vou poder ir?
— Não amor.
— Maguou. –riu.
— Eu tenho minha lista VIP. Enfim... mandei mensagem pra Gabi já.
— Deixa a menina descansar.
— É pra eu não esquecer, mandei no corporativo amor. Se fosse urgente eu ligaria ou eu mesma faria.
— Sei. Ela é bem de boa né?
— Sim, falei isso pra você quando foi feito a contratação no começo do ano. Mas você não me dá ouvidos as vezes. –falou fazendo bico, franzi a testa, peguei o celular e entendi tudo quando olhei a data. Fernanda estava de TPM.
— Eu esqueço, é muita coisa na minha cabeça.
— Sim, concordo. Gostoso demais esse aqui.
— Couve crispy, é muito bom.
— Camarão empanado também. Amor...
— Oi vida.
— Eu sei que falta um ano, mas... já pensou o que iremos dar de presente de casamento pra Melissa?
— O casamento.
— E a viagem de lua de mel?
— Isso é você com a madrinha dela, até parece que vou escolher o lugar de onde pode ser que venham os meus netos.
— Você faz um drama, amor é uma viagem de casal.
— Tivemos várias viagens dessas.
— Você parece tão ranzinza falando assim, estamos no século XXI amor. Os filhos transam antes do casamento, e falam sobre sexo abertamente com os pais.
— Você com as nossas filhas, elas não falam de sexo comigo.
— Mas o Arthur sim. Tô mentindo?
— A resposta é não, não farei parte disso.
— Chato.
— Sensato. Onde já se viu um negócio desses.
— Por mim esse casamento já estaria todo organizado. Mas não, ela vai fazer igual no aniversário de 15 anos e me deixar maluca... –aquele assunto rendeu, Fernanda voltou pra casa falando do casamento. Parou de falar porque fomos tomar banho e ela foi na frente, apenas.– Te amo tanto, sabia?
— Eu também te amo minha vida.
— Separa minha camisola?
— Quer meias também?
— Sim. –e entrou no banheiro. Respirei fundo, tirei o tênis e quando ia me jogar na cama alguém bateu na porta.
— Nossa pai que cara de acabado. –Maria Luísa disse séria, não aguentei e dei risada.– O que aconteceu?
— Quando você casar você vai entender.
— Eu hein... cadê minha mãe?
— No banho.
— Preciso falar com vocês dois juntos.
— Certo, o assunto pode estar minha ducha?
— Ta cansado né? Amanhã eu falo, boa noite pai. –beijou meu rosto e saiu. Levantei peguei no closet o que a Fernanda tinha pedido, minha cueca e voltei pro quarto.
— Quem estava aqui amor?
— Malu, falou que quer conversar com a gente.
— E dias sobre o que era?
— Não, e disso que eu tenho medo. –ela deu risada.– Não sei o que tanto você acha graça.
— Você se preocupa a toa, ela nem disse o que era e você está todo tenso.
— Não estou podendo passar por fortes emoções tenho mais de 40 anos Fernanda.
— Exagerado, vai tomar seu banho vai.
— Eu vou mesmo.
Entrei, tomei meu banho e quando voltei Fernanda estava deitada e no celular. Apaguei as luzes, deitei e fiquei encarando o teto.
— Amor, deixa de ser ansioso. Está tudo bem.
— Daqui a pouco eu tô de cabelos brancos.
— Vai ficar o maior gato. –beijou meu rosto.– Boa noite amor.
— Boa noite, amo você.
— Eu te amo. –e dormiu em questão de segundos. Demorei um pouco mais que ela e adormeci também.
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