Capítulo 34

Dois anos mais tarde [...]

Narrado por Fernanda
  Nossas vidas tomam rumos diferentes conforme o tempo passa e nesse tempo as pessoas acabam mudando.
  Em dois anos eu estava prestes à completar 24 anos, estava no ultimo ano da faculdade, ano em que completaria dois anos de namoro e agora a pressão vinda da minha família estava grande e com isso eu estava uma pilha de nervos e o pior que eu não estava tendo tempo de sair com as meninas e o pouco tempo que tinha livre o Murilo ficava em cima e por isso não estar me agradando fui obrigada a dar desculpas.. "Um dia eu estudava pra prova, na outra estudava meu TCC e por aí vai."

_ Filha, não vai jantar? -minha mãe perguntou quando eu ao abrir a porta dei boa noite e estava subindo rumo às escadas.-
_ Não estou com fome, mãe. Vou tomar banho e dormir. -respondi subindo.-
_ Fernanda? -parei e olhei para baixo.-
_ Oi, pai. Fala. -eu estava cansada.-
_ Está tudo bem, mesmo?
_ Sim. -voltei a dar as costas e terminei de subir.-

  Entrei no quarto, guardei bolsa e meu material da escola e fui direto para o banheiro. Prendi os cabelos, me despi e liguei o chuveiro e quando a água estava em uma boa temperatura eu entrei e fiquei debaixo d'água um bom tempo deixando meu cansaço ir pelo ralo e depois tomei meu banho e ao sair, me secar, coloquei meu pijama e fui me deitar.

*Nossa Fê, sumiu mesmo hein. Tá tudo bem com você?* -era a Lila.-

*Tô bem, apenas sem tempo pra nada, nada e nada. E quando tenho um tempo pra respirar o Murilo fica enchendo o saco.*

*Enchendo o saco?*

*Ele tá diferente amiga, tá estranho... Não é mais aquele namorado do começo do relacionamento. :X *

*Ele está me sufocando.*

*Ih amiga! Quer conversar?*

*Preciso de colo!*

*Olha... Que tal a gente sair amanhã hein?*
*Sei que estamos no último ano, mas olha... É por uma boa causa, vai...*

*Depois do almoço pode ser?*
*Vou enrolar meu pai e saio, te encontro no Ibira?*

*Sim. Às 15h ?*

*Ok. Agora vou dormir que estou cansadona. Beijos!*

*Beijos, se cuida.*

  Não demorei para dormir e as horas passaram depressa. Tão depressa que o celular já estava despertando e eu ainda estava com o corpo dolorido de sono. Affe viu!

"Meu bem, que cara é essa? Morreu e esqueceram de enterrar?"

  Minhas olheiras fundas, cabelos bagunçados e aparência super mal. Gente e nem doente eu estava!
  Fui pro meu banho e ao sair e vestir minha lingerie, coloquei o roupão e fui me maquiar e fiz a senhora maquiagem para dar mais cor e mais vida ao meu rosto e depois de pronta procurei minha melhor roupa e o melhor salto e depois de pegar minha bolsa com tudo o que precisaria desci.

_ Uau. Que gata! Bom dia, Princesa! -olhei procurando aquela voz e me deparei com ele ali. "Oi? De onde você saiu?"-
_ Oi, Murilo. Bom dia. -deixei a bolsa sobre o sofá.- Tá fazendo o que aqui? -não escondi minha surpresa e sua feição mudou.-
_ Nossa, nem parece que está feliz em me ver. -me deu um selinho e me abraçou.- Fernanda?
_ O que é? -olhei ainda sem entender.-
_ Vim passar o dia com você. -sorriu.-
_ Bom... Eu trabalho. -me desvencilhei de seus braços e segui para a cozinha onde cumprimentei Lucila, Marta e meus pais e me sentei.-
_ Está linda. -comentou meu pai.-
_ Obrigada, também acordei melhor. -menti me servindo enquanto Murilo se sentava ao meu lado.-
_ Achei que gostaria de dormir até mais tarde, até achei bom que seu namorado viesse... -ele começou a "explicar".-
_ Tenho muitas coisas para fazer, sabe que começo de ano a empresa ferve e eu mal tenho tempo de respirar. -tomei meu suco.-
_ Não quer passar o dia comigo?
_ Não, Murilo. Não quero. -todos me olharam estranho, ele se levantou e saiu depois de se despedir dos meus pais.-
_ Isso é jeito de tratar o rapaz? -dessa vez foi minha mãe quem perguntou.-
_ Mãe, eu só queria tomar meu café... Sem conversas, sem broncas, sem conselhos, sem nada! Apenas comer e ir trabalhar. -falei.-
_ Pra que tanto estresse? Está em semana de provas? -rebateu.-
_ Estou esgotada, cansada, preciso de um tempo pra mim! -disse por fim parando de comer.-
_ Sabia desde o início que essa carreira era puxada. -meu pai disse e foi fuzilado pela minha mãe.-
_ Segui seu conselho e aqui estou. -fui irônica.- Não era o que o senhor tanto queria? -ele ficou quieto e minha mãe mudou de assunto.-
_ Sábado teremos um almoço beneficente. -disse animada.-
_ Nesse sábado?
_ Sim, querida. Tem outros planos?
_ Não. Eu... Deixa pra lá.

"Meu corpo estava ali, mas minha mente? Essa eu nem sei onde estava. Talvez em outro planeta."

  Assim que terminamos de comer, escovamos os dentes e seguimos para o trabalho e lá exercendo meu ofício tive uma manhã bem cheia. E ao chegar o horário do almoço saí e pedi pra Lisa avisar que eu não voltaria mais hoje e então fui me encontrar com a Dalila no parque. "Sorte eu carregar comigo um chinelo na bolsa e por isso troquei meu salto por ele assim que estacionei."

_ Pensei que tinha desistido.
_ Jamais. -nos abraçamos forte.-
_ Melhor?
_ Sim, eu acho. Ando muito grossa, muito cheia e saio descontando em qualquer um que aparece. Sobrou até pro meu pai.
_ Que doida, justo ele?
_ Ele mexeu com a minha lingua!

  Tranquei o carro e seguimos caminhando enquanto nós conversavamos e íamos contando as novidades e os assuntos do dia-a-dia até que paramos pra tomar açaí e ela tocou no assunto da noite anterior.

_ Olha. Eu sabia que ele era ciumento e achava isso fofo... Mas agora não acho mais. Ele quer controlar minha vida. Saber com quem eu saio, que horas volto e quando volto e fica com neura. Sabe?
_ Acho que isso é fase de todo relacionamento, amiga.
_ Não mesmo. Porque ele vê coisa onde não tem e isso me irrita.
_ Nanda! -me repreendeu.-
_ Ele não gosta muito de sair, aí chega fim de semana e ele quer me enfiar dentro de um shopping ou restaurante.
_ Balada sempre não dá né...
_ E nunca também não. E agora ele deu pra ter ciumes das minhas amizades, todas elas, inclusive a sua... -ela me olhou indignada.-
_ Aí também não né. Qual é a dele?
_ Idade e mente de velho. Mas eu tô nova, eu estou numa boa e quero viver.
_ Se você não está feliz com ele... Termina! -"Não! Eu gosto dele, não posso terminar."-
_ Fácil falar né?
_ O que te prende à ele?
_ Eu sou apaixonada e sei que outro que me ame eu não irei achar... -falei deixando meu pote vazio de lado e deitando a cabeça no colo dela.-
_ Entendi tudo. -disse ela e eu olhei com um ponto de interrogação no rosto.- Você não ama ele, mas viu nele alguém que pudesse assumir algo. Diferente dos caras que você pegava nas baladas. -assenti e ela continuou.- E não quer ficar "sozinha"...
_ E também porque... Meus pais gostam dele.
_ Lá vem você de novo, mais uma vez pondo a vontade dos seus pais à frente das suas...
_ Do que você tá falando?
_ Primeiro que seus pais não te conhecem de verdade... Segundo que você faz administração porque seu pai colocou na sua cabeça que você tem que assumir a CDM um dia... E agora tá levando esse namoro porque ele agrada seus pais? Fernanda! Acorda!
_ Lila! -pedi manhosa.-
_ Fer, você sabe que não precisa ser assim... -mexia em meus cabelos.-
_ Levei tudo isso longe demais pra mudar agora. -falei pensando em tudo o que ela dizia.-

  Ficamos o restante da tarde no maior papo e saímos daquele assunto chato sabe... E quando voltei pra casa estava mais leve, tinha desabafado.

_ Ei, mocinha. Estava aonde? -perguntou minha mãe sorrindo.-
_ Com a Lila no Ibirapuera. -respondi me sentando ao seu lado.- Chegou faz muito tempo?
_ Um pouco, pensei que quisesse conversar. Mas você nem em casa estava. -me aninhei em seu colo sentindo seu abraço e respirando fundo. "Estava carente de abraço materno e paterno."- Tô te sentindo tão tristinha, filha.
_ Mãe, pra você como seria ter uma filha diferente?
_ Diferente como?
_ Que não quisesse seguir os passos dos pais, nem se importasse em ter um relacionamento "normal" e fosse totalmente o oposto de mim?
_ Seria estranho, já que temos a filha perfeita. -beijou minha testa.- Perfeita. Do jeitinho que pedi à Deus.
_ Não sou perfeita, tô longe disso.
_ Pois pra mim, você é bem mais que isso. -me abraçou ainda mais forte e eu deixei algumas lagrimas caírem...-

  Colo de mãe era sempre bom, sempre aconchegante e por ali eu fiquei até que melhorei meu estado de espírito e fomos assistir um filme. Meu pai não demorou a chegar e quando fez isso juntou-se a nós e ficou me enchendo de perguntas, tentando me fazer dar boas risadas e essas coisas.

_ Seu Hugo, vamos parar com isso. -falei me sentando no sofá.-
_ Poderíamos fazer algo em família, faz tempo que não saímos juntos. -"Bem lembrado, estamos juntos quando temos que ir trabalhar."- Uma viagem?
_ Pra onde, pai?
_ Reino Unido, Manchester! -pronunciava contente.-
_ Eu acho uma boa, mas quando isso hein? Sabe que não posso faltar na reta final. -fiz bico.-
_ Nas férias do meio do ano para mim seria perfeito. -sugeriu minha mãe.-
_ Muito longe! No meu aniversário seria bom.
_ Sem festas? -meu pai perguntou surpreso.-
_ Sem festas! -respondi rindo.-
_ Tudo, bem. Viajaremos no seu aniversário!

  Essa foi a brecha para que ele se empolgasse e dissesse tudo o que acha do Reino Unido e minha mãe não ficou pra trás. Contaram até sobre a Lua de Mel que foi na Inglaterra e o assunto rendeu até o jantar e se estendeu mais ainda até a hora de irmos pra cama.
  E nossa rotina seguia sem muitas alterações até o fim de semana e no sábado estávamos nos arrumando para o almoço beneficente.

_ Fer? -olhei para a porta.-
_ Oi Luci, pode falar. -respondi ainda fazendo a maquiagem.-
_ Murilo chegou.
_ Pede pra ele subir ou me esperar na sala que quiser. -falei e depois de um "OK!" ela desceu.-

  Minha roupa estava no closet, mas do lado de fora assim como meu sapato e a bolsa que ele carregaria para mim como um bom namorado.
  Estava terminando a maquiagem quando ele entrou esbarrando nas minhas pelúcias que acidentalmente estavam no chão.

_ Bom dia. -falei rindo.-
_ Ótimo dia. -nos beijamos.- Está mais calma? -assenti.- De bom humor? -assenti. E antes que ele fizesse outra pergunta eu o calei com um outro beijo.-
_ Não precisava vir todo formal, meu pai exagera. -falei afrouxando o nó de sua gravata para tirá-la.- E abre um pouco isso. -disse abrindo alguns botões de sua camisa e dobrando as mangas.-
_ Algo mais? -perguntou segurando minha cintura e selando meus lábios.-
_ Assim está ótimo, e tira a mão daí.
_ Tô com saudades da minha namorada. -apertava ainda mais minha bunda e me empurrava para o closet fechando as portas por dentro.-
_ Para, estamos quase na hora de sair.
_ Vai dizer que não quer? -segurando minhas mãos com uma das suas ele foi beijando meu pescoço e abrindo o roupão.- De vermelho ainda? -mordeu os lábios e inclinou a cabeça beijando meus seios.- Sempre durinhos e gostosos!
_ Não me provoca, teremos um fim de semana inteiro pra isso. -consegui me soltar.- Hein... -ele riu deixando uma mordida fraca no meu ombro e se afastou deixando que eu me trocasse.-
_ Seu celular... -falou.-
_ O que tem ele?
_ Está tocando.
_ Atende aí e vê quem é... -pedi.-
_ Alô?... Sim, é dela... Está um pouco ocupada..  -riu malicioso.- Pode deixar... -e desligou.- Seu amiguinho ainda te liga, é?
_ Que amiguinho, Murilo?
_ Um tal de Luan, o cantor metido a besta que não se coloca no lugar dele nunca. -sua feição de safada mudou para nervosa em poucos segundos.- Já te disse que não te quero falando com esse monte de homens.
_ E eu já te disse que em mim você não manda! -ele fechou o punho e os olhos e respirou fundo, tão fundo que eu fiquei até com medo.- Não vou me afastar ainda mais dos meus amigos porque você quer, porque você tem ciúmes! Para de ser louco!
_ Não é loucura! Eu gosto de cuidar do que é meu e sei quando tem outro querendo fazer isso. -veio até mim deixando nossos rostos colados.- Você é minha Fernanda, minha e de ninguém mais. -"Isso poderia ser excitante vindo dele, mas não sei viu..." logo ele se afastou passando a mão pelos cabelos e eu fui me trocar em silêncio.-

  À caminho do tal almoço peguei o celular e olhei as chamadas e realmente era o Luan. Mas como não tinha como ligar, mandei mensagem.

*Oii rs.*
*Bom dia!*

*Bom dia, tudo bem?*
*Não está mais ocupada? :)) *

*Sei que ele disse com duplo sentido, mas eu estava só trocando de roupa.*

*Pensei que estavam num momento mais íntimo.*

*Ah essa hora do dia?*
*Só se vc fosse meu namorado, kkk*

*Olha que eu posso ser hein...*
*Brincadeira kkk*
*Livre hoje?*

*Estou indo para um almoço beneficente com os meus pais e meu namorado.*
*E depois ele quer sair, sabe...*

*Almoço sobre um dos hospitais que ele ajuda?*
*Que sortudo seu namorado.*

*Como sabe?*

*Estou indo para o mesmo lugar que você gatinha.*
*E meu pai também, junto com a minha assessora, o Well e o Testa.*

*Testa! Tudo bem que a testa dele é enorme, mas não precisa praticar bullying ôh bunda de melancia.*

*kkkk engraçadinha.*
*Parece que não tem a bunda grande tbm.*

*Menor que a sua...*
*Infelizmente... :"( *

_ Nossa a conversa deve estar muito engraçada mesmo. Você não para de rir. -olhei pro lado e ele de braços cruzados.-
_ Muito, você não tem nem ideia. -voltei a atenção para o celular.-
_ Posso saber com quem?
_ Luan. -mordi os lábios e ele olhou me fuzilando.- Mentira, é outro mesmo.
_ Mentira, é? Deixa eu ver então...
_ Não, meu celular, meus amigos, minhas conversas e você não tem nada a ver com isso. -meus pais olharam pra trás.-
_ Sem brigas, hein...
_ Ele está querendo discutir por causa de um celular, se eu não olho o dele, ele não tem que ficar mexendo no meu.
_ Você quer ver?
_  Eu confio em você!

"Isso doeu mais que tapa na cara e o fez se desculpar, safado, quer me ganhar nos beijos... E o pior que consegue ainda."

  Ao chegar no almoço foi bem aquela coisa dos filmes e novelas, todos na pose, fotos disso e daquilo. Conversa e mais conversa e os reencontros. E foi num momento em que meu pai levou o genro para apresentar aos amigos, minhas mãe achou as amigas de salão de beleza... Que eu de longe vi Luan dando entrevista... "Eu poderia continuar com a taça de champanhe e fingir que não vi nada, mas é impossível... Por isso fui até onde ele estava."

_ Oi, Rober. -falei bem em seu ouvido, fazendo-o virar no susto.-
_ Nandinha. -beijou meu rosto e nos abraçamos.- Tudo certo?
_ Quase tudo. -risos.- Mas de boa, e você?
_ Com sono! -fez bico.- Também é doadora?
_ Eu não, meus pais sim. -revirei os olhos.- Por isso estou aqui.
_ E o namorado?
_ Quando ele ver que eu sumi da mesa ele aparece, e isso não vai demorar. -ele negou com a cabeça, rindo.- Cadê a Arleyde? O Luan disse que ela viria.
_ Retocando a maquiagem. Mulheres... -bati em seu ombro.-
_ O bonitão vai demorar, aí?
_ Tá no final, já. Precisamos almoçar e já já a gente viaja porque ele tem show em Caraguatatuba.
_ Saudades do show dele, me levem junto. -brinquei.-
_ Levo com o maior prazer do mundo. -senti braços fortes envolverem minha cintura e lábios macios tocarem minha nuca.- Sempre cheirosa. -me virei abraçando ele com força.-
_ Digo o mesmo. -ainda abraçados nos olhamos e ele sorriu. "Que sorriso lindo gente e que saudades eu estava desse sorriso."-
_ Tentei falar com você antes, mas não deu... Muita gente naquela mesa. -fez careta e eu sabia de quem ele estava falando.-
_ Ai vocês dois viu, nem falo mais nada. -nos afastamos.- Pra que me ligou se já já você vai viajar?
_ Porque sei que de sábado você está sem trabalho, sem faculdade e queria ouvir sua voz e não a caixa postal. -" Luan sendo fofo é meio estranho... Mas ainda assim era lindo."-
_ Acertou. Fico em casa sempre!
_ E também porque você sumiu. Antes ligava, mandava mensagem e agora... Nada!
_ Desculpa. Sentiu minha falta?
_ Todos os dias. -me abraçou de novo e eu retribui. Ele estava diferente nos gestos, estava mais carinhoso e menos safado.- E não só eu, como a Melissa também.
_ Sério? Ai que linda! -falei animada.- Fiquei sabendo que ela falou papai.
_ Tá falando pelos cotovelos aquela menina.
_ Está na idade mesmo, quase três aninhos.

  Estava tão bom ali que eu não me preocupei de sair, ficamos por longos minutos papeando. A Lê apareceu e vai mais conversa, mas eles tinham que almoçar e eu não atrapalhei isso não. Me despedi e voltei para a minha mesa.

_ Sumiu hein Fernanda, queria te apresentar um rapaz. -minha mãe sorria.-
_ Que rapaz mãe?
_ Filho da Jessica. Bonito viu, tem sua idade e está terminando a faculdade de engenharia.
_ Está querendo me trocar de namorado? -ri do rostinho de sapeca dela.- Mãaae... -lhe repreendi.- Para.
_ Murilo é um bom rapaz. Mas a diferença de idade é muita e eu sinto que você está envelhecendo junto com ele. Precisa ser mais jovem, aproveitar mais sua idade.
_ Tem certeza que é com a Analice que eu estou conversando? -zombei.-
_ Absoluta. -sorriu.- Mas ainda não sei onde você estava... -"Mães... Sempre curiosas! Meu deus!"-
_ Luan também está aqui, naquela mesa ali oh. -lhe mostrei e bem na hora ele olhou dando um tchauzinho, estava de boca cheia (risos).- Estava conversando!
_ Também poderia ser ele. -falou do nada.-
_ Ele o que mãe?
_ Seu namorado, um homem da sua idade!
_ Qual o seu problema com o Murilo?
_ Ele é puxa saco do seu pai, e isso não é legal. -ria.- E ele é bem mais maduro, tem 31 anos querida e você ainda vai fazer 24.
_ Mas ele não parece ter 31..
_ Mas tem e isso que conta!
_ Senhoras? -olhamos e o fotógrafo do evento veio até nós e posamos para foto.- Obrigada!
_ De nada. -respondemos.- Mãe, vamos tirar uma foto, vem... -ergui o celular.-

nandagurgell: My Mother 

_ Eu não entendo esses negócios de fotos.
_ Porque a senhora não tem nenhum. Assim complica!
_ Um dia eu faço um. -deu de ombros.- Seu pai quando começa a falar nunca mais para. -disse depois de um bom tempo que ficamos ali sentadas conversando.-
_ Negócios. E eventos são uma ótimas oportunidades.
_ Chatice, quero ir pra casa. Não estou me sentindo muito bem não. -falou fazendo caretas.- Quer ir também? -assenti.- Então vamos. -se levantou pegando a bolsa e ela mandou uma mensagem pro meu pai que leu e guardou o celular sem nem mesmo responder.- Ah Hugo, deixa chegar em casa.

   Ela estava irritada, suspeito que seja TPM. Mas, né... Voltamos pra casa e eu continuei com a mesma roupa e passamos o restante da tarde com ela me ajudando a estudar meu TCC. Queria que a apresentação estivesse pronta e ela foi me ajudando e muito. Porque por mais que fosse em grupo, a minha parte eu tinha que estar craque.

_ Ai chega por hoje, mãe. Cansei!
_ Tão bonitinho ver você estudando. Desde pequena é assim, esforçada no que faz!
_ Nostálgica nossa conversa hein... -deu risada enquanto íamos para a cozinha.- Quando vamos ver minha avó de novo?
_ Não sei, mas pode ir lá qualquer dia que quiser. Ela sempre estará em casa. -ela abriu a geladeira e pegou o pavê de sonho de valsa que era a coisa mais linda do mundo.- Servida?
_ Sim, claro e com toda certeza. -risos. Escutamos o barulho da porta e não demorou para que os dois bonitos aparecessem na entrada da cozinha e em silêncio, apenas estudando a situação com olhares desconfiados.-
_ Tudo bem? -minha mãe perguntou os encarando.-
_ Sim, nós estamos. E vocês? -meu pai voltou a pergunta.-
_ Também. Vocês vieram embora cedo.
_ E meu marido preferiu ficar. -ela estava nervosa, encheu sua taça de doce e passou esbarrando por ele enquanto eu dava risada e enchia a minha taça com o pavê.-
_ Tá tudo bem mesmo, Princesa? -puxou a cadeira e sentou de frente pra mim.-
_ Ótima, nunca estive melhor.
_ Sem ironias, por favor!
_ Não posso estar bem?
_ Tô te sentindo estranha demais, tensa. -beijou meu ombro.- Está precisando relaxar e eu sei como... -sua voz grossa e sedutora em meus ouvidos faziam com que eu me derrete-se toda e eu despertasse para a safadeza.-
_ Você é um cachorro sabia?
_ Au au! -risos.-
_ Para de ser assim... -segurei seus ombros e aproximei meus lábios dos dele e nos beijamos com vontade, sua mão foi em minha cintura e sem que eu nem mesmo percebesse já estava em seu colo em um beijo quente e envolvente.- ... Acho bom a gente parar, meu pai pode aparecer qualquer instante. -falei receosa, conhecendo o pai que eu tinha.-
_ Vamos sair, então? -perguntou ele rindo safado.-
_ Vamos, mas vou comer meu doce antes. -ele assentiu e acabou comendo junto comigo. Fomos para a sala e meu pai estava sentado de cara feia, sinal de que a dona Analice não queria saber dele.- Pai, o que foi?
_ Sua mãe não quer falar comigo.
_ Mas também, quem mandou não responder a mensagem dela. Agora fica ai com essa cara. -ele me olhou fazendo careta.-
_ Não pensei que fosse sério, sua mãe nem você, nunca me deixaram em um evento antes.
_ Ué, Murilo te fez companhia e deveria sentar no sofá e fazer o mesmo agora. Vai amor...
_ Não íamos sair? -perguntou com carinha de cachorro sem dono.-
_ Tô brincando, só vou fazer uma coisinha antes. Já venho!

  Subi correndo pro quarto e fui olhar meu celular pra ver se o Luan tinha me respondido e não é que tinha.

*Nem tive tempo de me despedir, mas amanhã estou aqui de novo. Só que de noite.. :X   Topa jantar aqui em casa? Todos estão com saudades e a Melissa vem pra cá também.*

*Que horas?*

*Te pego às 19h.*

*Janta cedo hein...*

*Queria conversar antes, por isso.*

*Ah sim. Tudo bem. Beijos!*

*Na boca?*

*No canto dela, rs..*

  Depois disso guardei o celular na bolsa e desci encontrando Murilo já em pé e fomos depois de me despedir do meu pai e seguimos para o Motel. "Gente, amo aquelas suítes!"
  Ele estacionou e assim que entramos e ele fechou a porta pulei em seu colo cruzando as pernas em volta de sua cintura e beijando sua boca enquanto ele me segurava pela bunda apertando e dando tapas de leve.

_ Gosta de bater na minha bunda, né? -falei cortando o beijo.-
_ Gostosa. -voltou a me beijar e foi me levando pra cama e se deitando por cima de mim, beijando agora o meu pescoço enquanto subia meu vestido e tocava minha ppk ainda coberta pela calcinha.- Que saudade que eu tava de você assim... -colocou-a de lado e sem cerimônias enfiou dois dedos e circulava devagar me excitando a cada vez mais.-
_ Ãn! -eu gemia de tesão e querendo mais, ele não parava e voltou a beijar minha boca chupando minha lingua.- Vai logo, não demora não! -pedi ofegante.-
_ Apressadinha. -tirou seus dedos de dentro de mim e lambeu me deixando com mais vontade dele... O vi ficar de pé e tirar a calça junto com a cueca e seu pau duro se erguer de pressa... Já abri as pernas pedindo por ele que veio de mansinho e quando se posicionou entrou com força me fazendo gritar e não parou por ai. Coçava com força mesmo, inúmeras vez me deixando suada e ele suando também.-
_ Amor, me come de quatro. Vai! -ele assentiu me virando e pondo minha cabeça no travesseiro, segurou minha cintura com toda força de seus braços e começou o vai-e-vem lento e foi aumentando conforme eu me agitava e pedia por mais.-

"Caralho! Meu namorado pode ser super ciumento, mas ele sabe foder uma mulher e ainda bem que essa mulher sou eu."

  Rolamos naquela cama por horas, depois na hidromassagem e por ultimo debaixo do chuveiro e ele já estava cansado. Já eu a insaciável queria muito mais que aquilo e foi a minha vez de comandar, indo por cima e matando todo o meu desejo por aquele homem que estava ali na minha frente.

_ Chega! Cansei! -ele falou num sussurro e jogando todo o seu corpo pra trás.-
_ Fraquinho hein amor. -ainda montada nele inclinei meu corpo lhe dando um beijo.- Mas vou te dar esse descanso. Até porque estou com fome e já está bem tarde. -estiquei o braço e peguei o celular.- 23h47min!
_ Você não existe! Ficamos aqui mais de três horas. -segurou minha cabeça e nos beijamos outra vez.- Conheço um restaurante ótimo e que é 24h. -dizia ele enquanto eu me virava deitando de barriga pra cima no colchão e respirando fundo.-
_ Acho melhor eu ir pra casa. -falei me sentando e puxando o lençol para me cobrir.-
_ Pra que se cobrir? -perguntou ele rindo.-
_ Desse jeito eu não me sinto tão exposta. -dei de ombros.-
_ Ah tá... Então se troca, vou te deixar em casa. -assenti e fui me vestir.-

  Não demorei muito não e logo estávamos no carro indo pra minha casa. Chegamos, ele estacionou e nem chegou a descer do carro. Nos despedimos ainda do lado de dentro e eu entrei sem encontrar a minha figura paterna a minha espera e enquanto subia as escadas e escutei uma discussão... Meus pais estavam brigando. "Coisa que eu nunca vi na minha vida, mas OK... Briga de marido e mulher não se mete a colher."
  Então fui pro meu quarto satisfeita, tomei meu banho e fui dormir que o meu dia seguinte seria bem bacaninha. Aliás, eu veria o Luan. Não sei porque, mas osso me deixou feliz... O que foi estranho, mas é a verdade!

~.~

   Dois anos. E algumas coisas mudaram. Notaram isso?