Capítulo 35

Narrado por Luan
  Chegamos em Caragua e estava um calor daqueles de ficar pelado mesmo, porque até cueca esquenta. Então tomei um banho frio e já fiquei pronto pro show e optei por chegar com antecedência porque estava de bom humor e se tivesse fãs na porta eu atenderia numa boa.
  O local estava lotado, uma fila enorme e quando a van entrou no estacionamento o que deu de gente grudando na grade foi grande... Enorme!

_ Sem gritar senão ele não vai atender ninguém! -Well foi na frente e eu atrás com o Rober e ia atendendo conforme dava e não demorou para que eu entrasse e fosse pro camarim.-
_ Boi, tem uma loirinha ali fora que nossa senhora. Muito gata! -Rober dizia todo animado.-
_ Aé? -perguntei retoricamente sem dar muita importância e continuei mexendo no celular.-
_ Maior de idade... -continuou ele.-
_ Huuum. -não olhei.-
_ Não vai nem querer saber se é solteira? -neguei.- Certeza?
_ Absoluta... A cara, sabe que horas a gente volta pra São Paulo?
_ Luan, cê tá bem meu irmão? -veio pondo a mão no meu ombro.-
_ Tô uai. Por quê?
_ Faz um tempão que cê não tá saindo com nenhuma mulher, uma vez na vida e outra na morte. Tô te estranhando cara!
_ Tô de boa Testa, só não quero nada com mulher nenhuma... Quer dizer, não desse jeito aí.

"Já não basta a mídia me enchendo, agora meu secretário e melhor amigo acha que eu sou gay."

  De uns tempos pra cá eu dei uma sossegada mesmo. Diminui o número de mulheres que levava para os hotéis e que eu chegava a ficar até mesmo antes dos shows. Não estava mais vendo graça naquilo, eu não estava satisfazendo meu desejo sexual com isso. Estava com a mente focada em outra coisa. E isso está fazendo com que as pessoas estranhem!
Mas deixa isso pra lá!

  Subi naquele palco muito feliz e quando saí fiquei mais feliz ainda em saber que depois de atender no camarim eu iria voltar pra casa... Melissa já estava lá com os meus pais e eu estava louco para matar as saudades dela. Pena que cheguei em casa era de madrugada já... 1h23min. A van me deixou no condomínio e eu entrei vendo a luz da Tv ligada no desenho e olhei vendo que Melissa estava deitada e meu pai com ela no colo. Mas ele dormia e ela não.

_ Ei, mocinha. -falei baixo.-
_ Papai! -falou alto e meu pai acordou no susto.- Discupa vô!
_ Bença pai. -nos cumprimentamos.-
_ Deus te abençoe. -bocejou.- Foi tudo bem na viagem? -assenti.- Então eu já vou subindo, tô com sono.
_ Isso é hora de desenho, é?
_ Tava perando o tio Well vim te tazer na casa.. -falou ainda deitada olhando a Tv.-
_ Ah tava é? E agora não vai nem me dar um abraço, filha?
_ Tá de pefume? -"Ela tinha renite alérgica, então eu não passava perfume quando estava com ela e se passava era bem pouco."-
_ Tô não, vem cá... -ela ficou em pé no sofá e depois se jogou no meu colo e deu aquele abraço gostoso e forte.- Quem te trouxe?
_ A vó Jane. -"Mãe da Ester."-
_ Hum, e sua mãe? -ela deu de ombros.- Acho melhor a gente ir dormir...
_ Não ôh papai, ah Peppa. -apontou pra Tv.-
_ A Peppa é feia. Ridícula.
_ Não é não! -gritou.-
_ É sim, senhora.
_ Não é. -coçou os olhinhos.-
_ Sem chorar, o papai tá brincando. -segurei sua cabeça em meu peito.-

luansantana.ls: Minha gata de zóio verde!

_ Xô ver eu! -fui metendo a mão na tela do celular e derrubou no chão com tudo.- Eita mô deus. -pôs as duas mãozinhas na cabeça.-
_ E agora, hein Melissa? -fingi estar bravo.-
_ Tem oto. -falou rindo, porque ela sabia que eu tinha dois celulares.-
_ E o seu? Cadê?
_ Dá Baibe. É de binca, cê num sabe, num sabe. -balançava a cabeça de um lado pro outro.-
_ Quer um de verdade? Que tira foto?
_ U seu. -desceu do sofá e pegou já fazendo a senha que ela sempre sabe e foi direto ns cabeça do instagram.- Oh eu papai.
_ Empresta aqui, oh. Vem cá. -ela veio e a sentei na minha perna.- Vamos dar boa noite pros fãs do papai?
_ Tô cum vegonha! -tapou o rosto.-
_ Vai ser bem legal.
_ Tá vai. -comecei a filmar.-
_ Pode falar, filha.
_ Ba noite pos fã do papai. Bejo meu!
_ Eu amo vocês demais! -finalizei o vídeo.-

Legenda: Hora de ir dormir, né?

  Depois ainda tive que esperar a Peppa Pig acabar e aí fomos pro meu quarto, me troquei e nos deitamos. Eu estava sem sono, já ela lutava contra ele.

_ Dorme pra chegar logo amanhã.
_ Pa que?
_ Aquela amiga sua vai vim aqui te ver.
_ A Feinanda? -assenti.- Tá ganando eu. -fez bico.-
_ Tô não muié, ela que disse.
_ Vo durmi, tchau! -fechou os olhos e abraçou meu braço e dormiu.-

  Graças à Deus, Melissa era uma criança (meu bebê) que não dava trabalho não se estivesse de estômago cheio, banho tomado e sem sono. E por isso dormia a noite toda, era assim sempre, desde quando ainda usava fraldas.
  Dormimos o restante da madrugada e na manhã seguinte a folia começou cedo, acordei com ela conversando com a Bruna que estava em pé na porta do quarto e ela sentada na cama, mas ainda coberta.

_ E o vovô dormiu, Melissa?
_ É e eu fiquei acoRdada vendo a Peppa e o papai chego tia Bu. -contava Melissa.-
_ Ai que legal, e você ficou feliz? -ela assentiu.- Muito feliz?
_ É. -riu.-
_ Vamos descer e deixar o papai dormir mais um pouquinho?
_ Sem lava o dente? -dei risada baixinho.-
_ Magina. Vamos escovar os dentinhos e lavar o rosto pra ir tomar café.
_ E o papai?
_ Vai comer depois que ele acordar.

  Bruna entrou de vez e pegou ela no colo e as duas saíram do quarto. Aproveitei pra dormir mais um pouco e acordei depois do meio-dia, lá pelas 14h da tarde. Já fui direto pro banho e desci de bermuda e regata e chinelos.

_ Ôh vô não pode, pa ele não!
_ Não pode o que?
_ Dá meu binquedo po Puff! Ele moide tudo a vó disse.
_ Ele não vai morder não pequena, o vô não vai deixar. -"Ela e esses brinquedos."-
_ Mamusca?
_ Eu!
_ Tô com fome.
_ Sabia. -riu.- Deixei sua comida no microondas.
_ Por isso que eu te amo sua linda! -fui buscar meu prato e sentei à mesa pra comer. Não demorou e minha pequena sombra apareceu.-
_ Qui cê tá comendo?
_ Quiabo. Quer?
_ Eca, é veide. Igual caca de nariz. -riu e eu fiz careta.-
_ Quem te falou isso Melissa?
_ Oxê eu vi.

  Terminei de comer dando risada enquanto ela tagarela e nem tudo eu entendia. Voltei pra sala depois de lavar meu prato e sentei no tapete onde fiquei brincando. Eu era o vô da boneca, pois é, eu tenho uma neta.

_ Ôh, Mê, qual é o nome da boneca?
_ Robecca, papai. E meu nome é Bilanca!
_ E o meu?
_ Papai! -fui filmando.-
_ Mas meu nome é Luan!
_ É pa pa i.  Num sabe, ôh vó -franziu a testa.-
_ Luan para de implicar com a menina. Né, fia!?
_ Né. -repetia.-
_ Cêis duas, duas chatas. -brinquei guardando o celular.-
_ Vó, cê tá veno isso? -olhou indignada e eu ria mais ainda, e acabei levando um tapa por isso.- Bem feito! -riu.-
_ Não vou brincar mais tamém. -cruzei os braços e fechei os olhos, fingindo não estar ali.-
_ Papai? -continuei sem responder, sentia ela sobre as minhas pernas e segurando meu rosto com suas mãozinhas.- Pai? Cê morreu? -bateu na minha cara tentando me acordar.-
_ E agora neném? -mamusca perguntou.-
_ Num sei, joga água vó! -saiu de cima e não demorou pra eu sentir meu rosto molhar e abrir os olhos vendo ela rir da minha cara.-
_ Ôh menina! Tem juízo não? -peguei a fralda de pano dela que estava no colo da minha mãe e fui secando o rosto.-
_ Luan! -minha mãe me repreendeu.- Na fralda da menina?
_ Meu rosto é limpo mãe!
_ Sei viu.

  Deixei ela brincar mais e fui deitar no colo da minha mãe, e aproveitei pra postar o vídeo dela.

Legenda: Nem nome eu tenho mais, kkk

  Conversei bastante com a mamusca, também aproveitei a hora que a Bruna chegou e falei que a Fernanda iria jantar em casa e ela quase fez uma festa.
  As horas foram passando e deu 18h30min. Peguei as chaves do carro e meu boné e antes de sair mensagem uma mensagem pra Fernanda.

*Tô saindo de casa viu.*

*Ainda nem fui tomar banho, mas pode vir.*

_ Mãe tô indo. -falei da sala mesmo e ela apareceu com a neta no colo e Melissa com o rosto todo cheio de chocolate.-
_ Indo aonde? -perguntou.-
_ Buscar a Fernanda.
_ Tamém, vó. -se agitava pra descer do colo dela.-
_ Não. Você vai ficar com a vovó Marizete. -ela começou a chorar e querer espernear querendo se jogar no show.- Melissa!
_ Papai leva eu! -se jogou no chão e ficou batendo as pernas. Minha mãe nem falou nada.- Pai! -fazia manha.-
_ Melissa, levanta desse chão. Para de chorar e fazer show.
_ Não! -gritou.-
_ Levanta e o papai te leva, mas para de chorar. -falei passando a mão no rosto e foi automático, e o silêncio voltou.-
_ Já parei. -falou levantando e limpando o rosto tudo de qualquer jeito e minha mãe riu.-
_ Sua sem vergonha, vem. Bora lá.

  Peguei-a no colo e fomos pro carro. Nem levei cadeirinha, só coloquei o cinto de segurança e fomos cantando as músicas da Xuxa (minha rainha). Melissinha gostava demais.
  Não demoramos para chegar, mas como Fernanda ainda estava no banho, a governanta pediu para a gente entrar e esperar na sala.

_ Se comporta! -falei pegando em sua mão.-
_ Tá. -ficou quietinha até passarmos pela porta e Analice vir em nossa direção.-
_ Oi, Luan. Cresceu hein menino! -me puxou para um abraço e beijou meu rosto.- E você deve ser a Melissa, né? -ela assentiu envergonhada.- Quando você era bem pequenininha eu te peguei no colo. -ela foi ficando vermelha.-
_ Fala, oi. -ela fez que não com a cabeça e se enfiou debaixo das minhas pernas.- Desculpa, Analice. -ri sem jeito.-
_ Imagina. Normal isso na idade dela. Já já ela se solta. -sorriu.- Vem, senta e fica à vontade que conhecendo bem a filha que eu tenho sei que ela vai demorar muito. -riu e nós nos sentamos no sofá.- Aceita um suco, café ou uma água?
_ Não obrigada.
_ Papai suco eu ceito. -falou pondo a mão na boca.-
_ Lucila, pede pra Martinha servir o suco pra essa gracinha aqui.
_ É Mel. -respondeu revirando os olhos e me matando de vergonha.-
_ Melissa... -ela riu.-
_ Olha só, temos visitas. -olhamos para a escada e Hugo caminhava na nossa direção.- Tudo bom, Luan? -tocou forte minha mão.- Oi, lindinha. Tudo bem? -alisou o rosto da pequena.-
_ Aham. Cê é grande! Mais grande que o papai. -olhava pra cima e pra baixo.-
_ E você bem pequenininha. -risos.-
_ Cê é o papai di quem? -nisso ela cruzou as pernas toda fazendo pose e pôs as mãos sobre o joelho.-
_ Da Fernanda. -ela assentiu.-
_ Olha seu suco chegou, Mel. -Analice oferecia e ela toda dada foi parar no colo da mulher enquanto eu comecei um papo com o Hugo, mas sempre de olho na dona que apronta.-

"Fernanda desce logo muié! Desce que seu pai tá com uns papos esquisitos pro meu lado."

_ Olha na vó tem tamém. -falou descendo e indo direto na estante.-
_ Filha, vem pra cá. -chamei e ela nem aí pra mim.-
_ Deixa ela, são só fotos. -ele dizia despreocupado.- Eu fico olhando ela pequena e lembrando da Fernanda... -encarou o nada e depois voltou pra Terra.- O tempo passa rápido, né?
_ Demais. Outro dia mesmo eu descobri que ia ser pai.
_ E foi a melhor coisa, não é mesmo?
_ Ôh se é. Melissa é minha vida! -"Meu orgulho, minha boneca."-
_ Amor, seu celular... Dá ele aqui, dá... -pedia Ana. "Porque falar Analice toda hora cansa."-
_ Pra que amor?
_ Anda. -estendeu as mãos e ele não teve escolha.- Olha que coisa mais gostosa! -mostrou a foto que tinha acabado de tirar da minha filha.-
_ Ôh papai, tô cum fome! -fez careta e quem ficou com vergonha foi eu.-
_ Ela pode comer bolo de chocolate, Luan?
_ Pode sim, Ana. Essa se deixar come até pedra... -falei rindo.-
_ Vamos comer bolo? -estendeu a mão e ela foi.-

  Fernanda ainda me demorou 1h contada certinha no relógio, mas quando descia aquelas escadas me fez pensar que cada segundo de atraso valeu a pena. Ela estava linda demais, com os cabelos soltos e ondulados, um vestido decotado e colado ao corpo até a altura da cintura e soltinho depois disso, calçando uma sapatilha e com uma bolsa de lado.

_ Estou pronta. -sorriu e veio na minha direção.- Oi, Luan. -me cumprimentou com um beijo no rosto.-
_ Oi. Está linda! -foi automático.-
_ Obrigada. Já podemos ir. -falou indo em direção à porta.-
_ Só falta mais uma coisa, ou melhor. Uma pessoa. -passei a chave na nuca e ela riu como se eu fosse maluco.-
_ Papai, olha, olha! -chegou na sala correndo e eu lhe peguei no colo.- Tia Lice mim deu. -falou tirando sua franja do rosto e mostrando um pão de mel.-
_ Falou obrigada pra ela?
_ Sim. Né, tia... -Analice assentiu e eu fiquei mais aliviado.-
_ Agora vai dar tchau que temos que voltar pra casa. -ela foi se despedir e eu fiz o mesmo.-
_ Oxê papai, a Feinanda aí na sua fente! -apontou.-
_ Oi, Mê. Posso te pegar no colo e apertar muito?
_ Apeitar não, que a Mel não gosta!
_ E dar beijo? -fez bico.-
_ Podi. Só na boca que não!

  Risada era garantida junto com esse toquinho de gente. E nossa volta pra casa foi bem mais rápida e sem muitas músicas e nada de doce. Logo que estacionei e descemos do carro Melissa quis sair correndo na frente, e por isso segurei ela pela cintura e fomos entrando.

_ Ôh vô óia quem veio! -já anunciava.- Saí Puff! -ia chutar o coitado do cachorro.-
_ Não, Melissa. Não pode chutar.
_ Ele tá mim babando. -disse brava.-
_ Ele quer brincar com você, só isso. -agachei pegando-o no colo.-
_ Num quero, não mesmo! -correu pra cozinha onde ela sabia que minha mãe estava.-
_ Ôh menina viu! -falei.-
_ Não nega de quem é filha. -brincou Fernanda.-
_ Engraçadinha.
_ Amigaaa! -Bruna correu pulando no colo da Nanda.- Que saudades de você, para de sumir assim poxa.
_ Oi, boneca loira. -risos.-
_ Nem acreditei que você vinha, isso é raridade. Vem cá, minha mãe quer te ver também.

  As duas sumiram e eu fiquei na sala com o Puff, meu amigão do peito. Meu irmão! Sentei no sofá, mas quando vi que o papo das dondocas se estenderia fui obrigado à ir pra cozinha também.

_ (...) Lindo mesmo. -riam de alguma coisa.-
_ Pararam de falar só porque eu cheguei né? -brinquei e elas deram risada.-
_ Não Pi, é que era um assunto íntimo. Somente de mulheres! -Bruna disse pondo Melissa sentada sobre a mesa.-
_ Cê tamém é? -soltei o Puff e fui até ela.- Tá fofocando, né?
_ Tô focando não papai, tô comeno docinho. -abriu a boca mostrando um monte de chocolate dentro.-
_ Que nojo! -ela riu.- Sem muito doce, senão você não janta!

  Ficamos enrolando até mesmo a hora da janta e depois eu nem tive tempo de conversar com a Fernanda porque minga irmã roubou ela de mim praticamente a noite inteira.

_ Papai, tá coçano! -Melissa coçava os olhos de sono e eu coloquei ela deitada na cama e não demorou para que ligo dormisse.-
_ Voltou, foi? -perguntou Fernanda, estava só ela e a Bruna na sala.-
_ Ela acabou de dormir. -olhei no relógio e vi que era pouco mais que dez horas da noite.- Hoje o dia foi bem agitado.
_ Ela está tão grande! -Bruna dizia sorrindo.-
_ E sapeca. -Fernanda brincou.-
_ Bom. Eu vou subir que amanhã acordo bem cedo. -jogou beijos e subiu.-

  Com isso me aproximei mais da Fernanda, me sentando ao seu lado e olhando em seus belos olhos. Estava com saudades de encará-los. Ficamos em silêncio e isso lhe causou crise de risos.

_ Tá rindo de que ôh doida? -perguntei sem entender.-
_ Estamos parecendo dois estranhos, Luan! Nem parece que nos conhecemos mais. -falou rindo.-
_ Senti saudades, de verdade cara. -falei e seu sorriso "sumiu".-
_ Tinha me esquecido como era namorar. -suspirou.-
_ Namorado muito ciumento? -ela assentiu.- Até com os seus amigos?
_ Eu pensei que conhecia o Murilo sabe... -olhou pra frente.- Mas agora com quase dois anos de namoro que eu percebo e quão somos diferentes. Muito mesmo!
_ Diferentes como?
_ Diferentes... Ele dizia gostar das coisas pra me agradar, me deixar encantada, mas... Mas depois ele disse que estava perdendo o gosto dessas coisas e o resultado disso é eu e ele sempre!
_ E isso não é bom? -questionei.-
_ Nem sempre! Acho que namoro é companheirismo, carinho e diversão também e não brigas e mais brigas e briga mais um pouco.
_ Shii cara. Nem sei o que dizer. -suspirei.-
_ Nem precisa, vamos mudar de assunto... Murilo não precisa entrar no nosso papo. -sorriu e então mudamos de assunto.-

  Ficamos conversando sobre o que tinha acontecido nesse tempo em que estávamos distantes, contamos as "novidades" e foi diferente.
  Quando eu conheci a Fernanda enxergava nela um objeto de prazer a qualquer custo, mas hoje, sei lá... Vejo além disso.

_ Posso te pedir uma coisa? -interrompi ela que estava falando toda empolgada do ultimo ano da faculdade.-
_ O que quiser. -"Um beijo!"-
_ Um abraço, um abraço bem gostoso. Daqueles que só você sabe dar.
_ Então levanta né... -ela ficou de pé.- ... Mas isso foi estranho!
_ Não pra mim! -me pus de pé e abri os braços e ela veio com aquele jeito tão dela e juntou seu corpo ao meu num abraço e eu me senti nas nuvens por alguns instantes.-

"Cara o que tá acontecendo comigo? Porque eu não tenho vontade nenhuma de me soltar dela?"

_ Que delicia de abraço! -ela falou.- Você pode não acreditar, mas eu não sou tão carinhosa quanto pareço!
_ Ah não, é!? -brinquei.-
_ Não. Só com alguns dos meus amigos e meus pais e avós! -nos soltamos e fiquei encarando aqueles lábios.- Sabe que outro dia eu lembrei de quando fomos no show da Anitta? E agora aqui.. Nessa sala eu lembro que te deixei falando sozinho. -segurou meus ombros e eu fiquei todo tenso.-
_ Aquele dia cê me deixou numa vontade das brabas. -fiz bico.-
_ Você bem que mereceu. -riu.- Acho que não ficamos mais depois daquilo!
_ Se arrepende?
_ Demais! -"Como assim demais? Você não namora?"- Você tem uma pegada incrível e ficar assim... Tão perto de você me deixa desconcertada, Luan! -senti sua respiração mais acelerada.- Vontade de voltar no tempo!
_ Fala que eu não estou sonhando. -fechei os olhos e peguei em sua cintura.-
_ Não está!
_ Então porque está me dizendo isso? -sussurrei.-
_ Preciso ser sincera com os meus sentimentos, Luan! E sincera até mesmo com você!
_ Sentimentos? -"Será que ela estava confusa assim como eu?"-
_ É. Eu sempre fui muito intensa! Ainda mais com você, me tornei mais impulsiva... E tenho saudade do que nos aconteceu... -abri os olhos e encontrei os seus me encarando intensamente, aproximei minha boca da sua e quando o beijo que eu tanto esperava estava prestes a acontecer ela virou o rosto... Me deixando sem entender.- ... Mas não posso voltar no tempo!
_ E não precisa! Só viver o agora, relembrar no presente. -falei baixo.-
_ Eu não me sentiria bem traindo o meu namorado, mesmo que eu esteja morrendo de vontade... -ficamos em silêncio um bom tempo e enfim nos afastamos...- Está ficando tarde, né? -olhou para o relógio sem jeito.-
_ Eu te levo se quiser. -"Claro seu burro, você que trouxe ela de carro."-
_ Por favor!

  Esperei que ela pegasse sua bolsa e fomos para o carro. O caminho todo foi tomado pelo silencio e assim que estacionei em frente a casa dela e ela já ia saindo sem nem mesmo se despedir.

_ Não está fugindo de mim, né? -segurei seu braço.-
_ Não de você! Isso nunca. Eu só acho que falei demais... -ela falou rápido.- ... E seria melhor ter ficado quieta!
_ Por quê?
_ Porque por mais que eu queira, está longe de tudo aquilo acontecer. Boa noite, Luan. Adorei o jantar! -beijou meu rosto e saiu correndo do carro e logo entrou em sua casa e então eu tomei o caminho de volta pra casa bem pensativo. Cheguei, e fui pra cozinha tomar água gelada e depois fui me deitar e tentar dormir...

~.~

Que babado! Estou no chão com esse final!

Obs: 
  Meninas! As visualizações continuam em alta, mas o numero de comentários caiu bastante, estão oscilando muito. Queria saber de vcs o "por quê?" 
 Tá eu sei que é chato falar de comentários (eu não gosto) mas preciso. 
 Podem falar o que estão achando, críticas construtivas (e educadas) sempre ajudam a melhorar, assim como opiniões. Lógico que por mais que seja uma Fanfic Hot ela IRÁ TER capítulos tristes, dramáticos, engraçados e por aí vai. Conto com vcs pra isso. Tanto aqui, quanto no grupo do whats e no PV tbm. Só não me deixem no "escuro". Beleza? Beijão e até segunda! ✌❤