{...} Abre mais a blusa, me usa! Só não pede pra parar... ♪♫

segunda-feira, 18 de maio de 2015

Capítulo 43

Narrado por Fernanda
  Na terça-feira de manhã eu acordei e meu quarto estava todo escuro mesmo, por causa das janelas e cortinas. Permaneci deitada, me virando de um lado para outro da cama ainda tentando entender o que tinha acontecido.
  Olhei e no relógio marcavam mais de 9h. Levantei ainda dolorida e fui tomar um banho na banheira e tudo. Quando saí minha mãe estava entrando no quarto. Estava toda arrumada e parecia me esperar para tentar dizer alguma coisa.

_ Está melhor? -assenti.- Doendo muito?
_ Não como ontem. -respondi entrando no closet.- Vai sair?
_ Nós vamos sair.
_ Nós, quem ?
_ Você, seu pai e eu.
_ Mãe eu não quero e nem vou sair de casa assim. -meus olhos se encheram de lágrimas.- Olha pra mim!
_ Vamos até a delegacia e você vai prestar queixas, é preciso. E depois voltamos pra casa.
_ Eu sei como essas coisas funcionam. Sei que terei que fazer exames, e contar em detalhes tudo o que aconteceu. E eu não quero lembrar de nada disso!
_ Estaremos com você, fica calma... -disse passando por mim e pegando minha roupa, até mesmo calcinha e sutiã.- ... Aqui, se veste rapidinho e vamos.

  Terminei de me arrumar e fomos depois que eu peguei meu óculos escuro. Falei "bom dia" pro meu pai e fomos para a tal delegacia, onde eu entrei sozinha e contei eu detalhes o que tinha acontecido. Depois de feito precisei ir até o IML para realizar o exame de corpo de delito e atestar a agressão e a tentativa de estupro. Era humilhante eu ter que ficar nua diante de uma situação como essa, foi constrangedor. E o que me deixou "feliz" foi terminar logo e eu poder ir pra casa esperando que algo fosse feito.

_ Vamos pra casa agora? Por favor?
_ Filha eu queria conversar com você, só nós dois. -meu pai disse sério e eu assenti.-
_ Hugo, nós já conversamos sobre isso.
_ Não adianta, Analice, eu vou conversar com a Fernanda e ponto. Sou o pai dela!
_ Eu sei amor, só que você está nervoso, está sem cabeça pra conversar o que quer que seja. Eu te conheço!
_ Tá bom, Analice. Já entendi!

  Voltamos pra casa em silêncio e assim que cheguei não falei com ninguém e fui pro meu quarto. Troquei de roupa pondo um shorts de malha fria, continuei com a regata que estava e calcei meus chinelos. Não me preocupei em olhar o celular e desci, fui ver o Lupy. Pelo menos ele ru sabia que não ia me dizer nada e me daria carinho.

_ Fê? -olhei e Davi sorria, mas quando viu meu estado seu rosto ficou preocupado.-
_ Oi. -tentei ser natural.- Tudo bem?
_ Eu tô bem, mas você...
_ Eu sei. Tô horrível. -falei me sentando no chão perto do Lupy.-
_ Escutei por cima, o que aconteceu?
_ Eu saí com o Luan, e saíram fotos disso e o Murilo chegou a ver. Aí ele veio aqui em casa e me chamou pra jantar com ele na casa dele, porque os pais dele não estariam. Chegamos lá e ele veio querer conversar, só que discutimos e ele veio pra cima de mim. Me bateu! -"Davi meu filho, diz alguma coisa."- Davi?
_ Não tô acreditando que ele fez isso com você. -se aproximou.- E como está com tudo isso?
_ Ainda assustada, arrependida... Com muito medo dele!
_ Medo dele? Por quê?
_ Sim, porquê hoje eu fui na delegacia e prestei queixas... E ele será indiciado por lesão corporal e a pena é de 3 meses a um ano.
_ Só isso!?
_ Sim, infelizmente. Eu sei que aprontei, mas não esperava que ele reagiria assim... -respirei fundo.-
_ Eu te avisei, te pedi tanto pra parar de levar a vida na base da loucura.
_ Davi, não fala assim.
_ Eu falo. Porque assim, você tá errada e ele mais ainda. Só que isso não teria acontecido se você fosse fiel à ele.
_ Vai continuar me julgando? Você é meu amigo.
_ E como seu amigo tô te falando a verdade. -ele abriu os braços.- Mas vem cá, sei que precisa de um abraço.

  Esse era o Davi. Me dava uma surra de sinceridade, mas cuidava de mim como um irmão. Não queria me desfazer dele tão cedo... Mas precisava ter contato com o meu gatinho e por isso fiquei com o Lupy por muito tempo, deitada com ele na grama e pensando em como seria daqui pra frente... "Sem deixar de esquecer sobre o que o meu pai, o grande Hugo Marquês, queria falar comigo."
  E horas depois, jantamos e minha mãe nos deixou a sós. Ele estava bem sério, parecia desapontado.

_ Vou ser bem direto. O que aquele canalha falou é verdade?
_ Sim. É tudo verdade! -engoli seco quando seus olhos me fuzilaram.-
_ Eu te pedi tanto pra não se envolver com o Luan, ele é encrenca na certa. Fernanda, eu já tive a sua idade, já tive a idade dele e sei do que eu tô falando.
_ Por que te incomoda tanto saber que eu já fui pra cama com ele? Vai fazer alguma diferença? -o encarei.-
_ E tiveram outros? -perguntou receoso.- Mas uma vez aquele cara estava correto sobre tudo o que disse sobre você?
_ O que ele falou de tão grave?
_ Que você saía com os meus sócios, bem debaixo do meu nariz.
_ Quer saber... É verdade sim.
_ Por que fez isso comigo e com a sua mãe? -sua voz estava embargada.- Por quê, Fernanda? Eu sempre achei que...
_ Que eu fosse a filha perfeita? E tivesse uma vida perfeita? -completei.- Não é o único que pensa assim. Mas vou te contar um segredo... Sou ser humano igual à vocês, eu também erro, eu também sou cheia de falhas. Mas não! Desde quando eu me entendo por gente eu tinha que ser a certa sempre. Uma aluna exemplar, uma filha exemplar, uma atriz exemplar. Tinha sempre que chegar em primeiro. -ele me olhava deixando as lágrimas caírem.- E eu cresci assim... Com uma vida dupla! Mostrando o que vocês queriam ver e longe de vocês eu poderia enfim ser eu.
_ E quem é você, Fernanda? Quem é a filha que eu não conheci durante 24 anos da minha vida? -limpou as lagrimas que insistiam em cair.-
_ Sou uma menina simples que não liga pra profissões renomadas, que ama a  dança e que não se encaixa numa vida regada de escolhas limitadas. Eu gosto de viver, gosto de me aventurar! Amo baladas, eu amo poder me relacionar com pessoas diferentes, descobrir coisas diferentes. Eu amo o livre arbítrio! E amo a liberdade!
_ Está me dizendo que não é feliz?
_ Não, pai. Estou dizendo que vocês cobram muito de mim para que eu seja como vocês, mas no fundo não se importam verdadeiramente com a minha opinião.
_ Sempre te demos a liberdade pra fazer o que quisesse, para que se abrisse conosco.
_ Mas sempre influenciaram as minhas escolhas. -"Por que é tão difícil segurar as lágrimas?"- E eu nunca lutei contra isso!
_ Fernanda...
_ Pai, eu sempre obedeci suas decisões, considerei suas melhores escolhas e muitas vezes deixei minhas vontades de lado... Mas isso me sufoca! E por isso eu busquei em festas, bebedeiras e sexo, uma distração. Minha válvula de escape!
_ Para de falar isso! A cada palavra que diz me faz sentir um péssimo pai por ser um cego e não enxergar que tinha dentro da minha própria casa uma... uma... -fechei os olhos esperando que o pior viesse, mas ele agiu diferente. Passou por mim indo em direção às escadas e eu continuei sentada chorando. "Caralho eu não sabia fazer outra coisa."-

  Sinto que tudo estava indo bem demais e agora que uma coisa desmoronou tudo foi de uma vez e aqui estou eu... Sentada e me acabando de chorar por ter aberto o jogo com o meu pai. Será que poderia ficar pior? "E tinha como! Certeza!"
  No dia seguinte assim que acordei tive a desagradável notícia de que o fim do meu namoro estava na internet junto com as minhas fotos entrando e saindo da delegacia acompanhada dos meus pais.
"Ôh inferno viu! Que merda, vai se foder! Eu não posso respirar que agora vira noticia. Tudo bem que meu pai é reconhecido no Brasil e em outros paises de maior visibilidade... Mas isso não quer dizer que eu não possa ter uma vida privada. Coisa que a mídia insiste em tirar de mim."
  E como se não fosse o bastante o pivô da separação foi o Luan... "Não que isso fosse uma mentira, mas, eu não queria que ninguém soubesse disso." ...fiquei sabendo porque meu pai jogou isso na minha cara... "Depois da nossa 'conversa', era isso que ele fazia. Me apontava o dedo."

"Nunca tive aquelas crises existenciais... Até hoje. Minha cabeça estava cheia de 'por quês?' e isso estava me deixando louca. Me deixando maluquinha mesmo."

  Fui pro meu quarto fechei a porta, liguei o som na música mais barulhenta e coloquei no último volume e fui ler no meio de todo aquele barulho. Porque eu sabia que me esforçaria o máximo para compreender cada palavra e pensaria na música e assim fugiria dos meus problemas.

_ Se você quer ficar surda é um particular seu, agora me deixar surda... Isso não baby! -o som foi desligado da tomada e quanto olhei minha amiga estava em pé bem na minha frente.- Como você tá amiga? Fiquei doida de preocupação.
_ Eu vou ficar bem um dia, em algum momento da minha vida. Só não fala disso!
_ Queria saber o que aconteceu e queria ouvir isso de você. Sabe que vai te fazer bem por isso pra fora, Nanda.
_ Dalila, eu tive que repetir essa historia mais de duas vezes. Por favor, não!
_ Poxa amiga. Tô muito na curiosidade. -"Curiosidade sem limites essa hein. Puta que pariu."-
_ Ser discreta pra quê, né?
_ Discrição é meu segundo nome. Mas olha, sei que não foi fácil, só que você se trancar e deixar de viver também não pode né.
_ Acha que eu vou aonde assim? Com os braços e meu rosto todo roxo, sem contar que tô tão sei lá... -me joguei no carpete e tapei os olhos com o braço.-
_ Vamos caprichar na maquiagem e vamos sair de dentro dessa casa, pelo amor de deus!
_ O que te deu hein?!
_ Não sei. Levanta e vamos, e no caminho você me conta do seu pai que eu percebi que o clima não estava um dos melhores.
_ O idiota do Murilo encheu a cabeça dele falando que eu já fiquei com alguns dos sócios, que eu me faço de santa e meu pai me pôs contra a parede e eu não tive escolha a não ser chutar o pau da barraca e falar tudo o que estava entalado.
_ Jura? Meu deus que loucura. Mas pensa pelo lado bom amiga...
_ Qual o lado bom disso? Me diz...
_ Você se livrou de algumas omissões, está solteira e acho que só...
_ Mas corro o risco de ter um péssimo relacionamento com os meus pais por conta da decepção que eles tiveram. -respirei fundo.- Minha vida é uma novela!
_ Tenho vontade de dar na sua cara quando você começa com todo esse seu drama. Para com isso, Fernanda. Você é uma mulher adulta, madura, independente, de pulso firme e uma ótima profissional... -"Odeio admitir, mas ela tem razão."- ...Meu você não é obrigada a ser o que ninguém quer não. Seja você e seja feliz com isso.
_ E foda-se o resto?
_ Não precisa radicalizar, mas assim amiga. Não fica se culpando, se acusando de não ser o que esperam. Meu bem, se joga!
_ Você está parecendo uma psicóloga, terapeuta...
_ Prazer, sua melhor amiga. -estendeu a mão e nós rimos.-
_ Como você é idiota.
_ Uma idiota que te fez rir. Ponto pra mim, agora levanta desse chão e vamos fazer alguma coisa pelo amor de deus! -me ajudou a levantar e então fui me arrumar.

  Depois de jogar uma água no corpo corri pro closet e peguei uma blusa fininha, mas de mangas compridas, um shorts jeans. Sapatilhas... E continuei com o coque e era chegada a hora da make. Demorei um pouco mais de tempo, mas consegui esconder qualquer marca sem deixar que ficasse muito pesada.
Peguei minha bolsa, com celular, documentos e as chaves do carro e descemos.

_ Graças à Deus! Não aguentava te ver dentro do quarto filha. -minha mãe veio me abraçando.-
_ Não foi trabalhar? -perguntei franzindo a testa.-
_ Não estou no clima meu bem. Não com você assim...
_ Eu tô bem. Ou melhor, vou ficar bem.

  Saímos de casa e fomos andar pelo shopping, compramos muitas coisas que eu não estava precisando. Mas vi e quis comprar. Depois paramos na praça de alimentação e ela cismou que queria ir no cinema. Então fomos deixar as compras no carro e voltamos. E acabamos encontrando a Bruna com o Rafael (o namorado e não o irmão) na fila da pipoca.
  E por ser o mesmo filme nós ficamos todos juntos e foi divertido. O filme acabou e fomos direto pra minha casa. Jantei com os meus pais em silêncio e fui me deitar.

"Que climão! Meu pai estranho comigo é tão ruim, é tão chato. Não sei nem mesmo descrever... Essa é a única verdade."

  Alguns dias depois...

  Aos poucos fui voltando pra minha vida normal. Só que sexo eu ainda não estava me sentindo muito à vontade com o meu corpo. De verdade. E isso era o que me preocupava.
  Esses dias até postei uma foto sozinha, tinha acabado de chegar da faculdade numa sexta e a legenda era algo relacionado à liberdade, dando a entender que eu estava solteira mesmo. Ok. Vamos ao que de fato interessa. Depois da agressão, coisa de duas semanas meu ex-cunhado foi me procurar e se desculpar pelo que o irmão tinha aprontado e ainda disse que todos ficaram sabendo somente quando a policia chegou e o prendeu... "Que ele venha mofar naquele lugar imundo."

  {...}


Narrado por Luan
  Tudo o que aconteceu foi bem rápido. E nos pegou completamente de surpresa. Um cara que é traído tem muitas reações, mas eu tenho pra mim que se eu realmente amo a minha mulher ou namorada, sei lá também... Eu nunca lhe daria um tapa... "Depende, né... Se for no nosso momento de amor e prazer quem sabe." ... Mas a justiça foi feita e ele foi preso pelo que fiquei sabendo.
  Só que ele deixou marcas que seriam difíceis de serem esquecidas. Fernanda estava diferente, mas retraída. E isso me deixava preocupado cara, até comentei com o meu pai esses dias. E falando em pai os meus tiveram uma longa conversa comigo. Levei a maior bronca da minha vida e minha mãe deixou claro que queria ver minha felicidade, mas que eu precisava tomar jeito e parar de levar essas coisas na brincadeira... Que do mesmo jeito que ele bateu, poderia ter matado e seria ainda pior. E ela não estava errada.

   {...} Mês de Julho {...}

  Ainda estava com a agenda super apertada, por ainda ter muitos shows por conta da festas juninas que ainda aconteciam e eu estava mais para a parte nordeste e norte. Iria para São Paulo em um dos últimos shows desse período e então faria uma pausa de uma semana e meia direto, tendo um programa de Tv no meio disso, mas era só eu sem a banda aí ficava mais fácil.

*Pi, vai mesmo pra chácara?*

*Tô querendo ir porque quero descansar e lá seria perfeito.*
*E também quero curtir vcs tudo.*

*Eu vou, mas não vou ficar a semana toda por causa dos meus compromissos. E o pai volta antes.*

*Mamusca tamém? :((  *

*Não.*
*Mamusca vai ficar até quando cê quiser vir embora.*

*Conseguiu falar com a Ester?*

*Ela disse que quem tinha que ligar era você e não eu.*
*Nojenta. Tô doida pra dar dois tapas na cara dela.*

*Com ela eu me entendo.*
*Vou subir no palco. Bjo*
*Fica com Deus!*

*Bom show.*


   E o show não foi bom não. Foi ótimo rapaiz, muito massa. Saímos de lá e ainda deu tempo de dar uma aproveitada no camarote e voltamos pro hotel estava quase amanhecendo.

  Na quarta-feira, dia 13, eu já estava embarcando de volta pra São Paulo e não via a hora de chegar em casa e dormir cara.
  Minha irmã foi me buscar com o carro da dona Marizete, e fomos direto pra casa.

_ Filho! Que bom que chegou! -veio sorrindo e me abraçando.- Não estava mais aguentando de saudades de você.
_ Ôh Xumba, tava cheio de saudade d'ocê viu.
_ Não mais que eu.. -riu.- Esperamos você pra almoçar.
_ Então vamos, vamos logo que tô azul de fome mãe. -Bruna foi indo na frente.-
_ Pode indo lavar as mãos, os dois e depois cêis vem comer.
_ Eu vou primeiro! -larguei a mochila em qualquer canto e fui correndo pro banheiro chegando a tempo de pegar a Bruna pela cintura e passar ela pra trás enquanto eu entrava.-
_ Ah seu gordo!
_ Gostoso, magrela! Gostoso.
_ Pura banha, e eu meu bem sou sarada.
_ Ah, é sim. Muito. -dei risada e ela ficou fazendo caretas.-

   Mamusca chamou de novo e fomos pra sala de jantar e pudemos então nos servir os três (meu pai estava em CG.)
Depois disso eu fui descansar! Subi pro quarto e dormi, dormi até a hora que deu vontade... Quando acordei já era tarde de quinta-feira.

_ Luan, meu filho. Que sono é esse ? -minha mãe perguntou entrando no quarto.-
_ Saudades da minha cama. Por melhor que seja a cama do hotel nunca vai ser igual que a minha. -abracei o travesseiro.-
_ Ester ligou... Ligou e perguntou se você já tinha chegado.
_ Uai, e disse 'por quê?'.
_ Melissa queria falar com o papai.
_ Daqui a pouco eu ligo pra ela.
_ Vai levantar não?
_ Com essa chuvinha deu até preguiça.
_ É até pecado falar de preguiça sendo que dormiu quase 24h. -falou séria e saindo do quarto.-
_ Mamusca?
_ Oi.
_ Viu onde eu deixei meu celular? -falei procurando.-
_ Na estante da sala, ou melhor... Em cima do sofá e o Puff achou e foi levar pra mim.
_ Sassinhora! E tá inteiro?
_ Deve tá, num sei sua senha. -a voz ficando mais distante e sumiu junto com o barulho da porta batendo.-

  Continuei deitado fitando o teto e pensando no que faria daqui pra noite e resolvi levantar. Tomei um banho, vesti uma calça de moletom, uma camisa, meias e chinelos e desci.
  Bruna deveria estar no quarto, minha mãe assistia um filme enrolada na coberta deitadinha no sofá e meu pai com certeza dormindo por estar um tempinho gostoso pra isso. Peguei meu celular e fui pra cozinha, o deixei sobre a mesa e fui esquentar a comida pra eu comer. Arroz bem branquinho, bife acebolado, um feijão bem temperado e suco de goiaba.
  Sentei e enquanto mastigava respondia minhas mensagens.

*Eaii tô de folga, vai fazer o que esses dias?*

*Sério? Não acredito. Pensei que não ia voltar mais pra SP!*

*Sentiu sdds, foi?*
*Pode falar!*

*Muitas.*
*E ainda tô!*

*Hum..  Pode vir aqui.*

*Chuva.*

*E de açúcar, boneca?*

*Não, mas tá frio. Acabei de sair do banho, nem facul tive hoje. Quero minha cama apenas.*

*Posso ir aí?*
*Não nos vemos desde aquele dia e eu queria saber como você tá, mas olhando nos seus olhos mesmo.*

*Realmente se importa?*

*Com você?*
*Sim, me importo demais e você sabe disso.*

*Hum, sei.*

*Não acredita em mim?*

*Acredito, mas sei lá...*

*Sei lá é quase o mesmo que "Não!"...*

*Não, Luan..  Não é isso.*
*Eu não sei explicar...*

*Tudo bem Nandinha.*
*Oh! Tô pensando ir pra chácara, bora?*

*Que dia? Porque hoje ainda é quarta. Trabalho + faculdade...*

*Eu vou ficar uma semana e meia em casa. Só tenho um show no sábado e um programa de Tv daqui uns dias.*
*Vou no sábado de noite. Você pode voltar na segunda de manhã com o meu pai e a Piroca.*

*Tá eu vou ver..*

*Por quê?*
*Sei que não vai fazer nada mesmo.*

*Como você é abusado!*
*Sabe que é seu momento em família e eu não sou da sua família.*

*Mas é minha amiga e eu sou o dono da chácara e tô te convidando.*
*Vamos vai... Por mim.*

*Affe! Vou ficar em casa então kkkk*
*Brincadeira, gato.*
*Mas é sério. Não vou dar certeza porque eu realmente não sei. Mas até sábado a gente se fala.*

*Vai me dar um bolo é isso mesmo?*

*Cala a boca vai...*


  Dei risada e fui terminar de comer.
Depois de lavar meu prato, e escovar os dentes voltei pra sala e fui ligar pra Ester, pra poder falar com a Melissa.

_ Alô?
_ Dona Jane? Sou eu, o Luan.
_ Oi, Luan. Tudo bem?
_ Tudo e a senhora como vai?
_ Vou bem também. Suponho que queira falar com a Ester, né...
_ Na verdade eu até quero, mas queria falar com a Melissa antes... Ela está acordada?
_ Está sim, vou chamar... -acabou nem demorando muito e eu escutei o telefone cair no chão.- Êta meu deus! -era minha pequena.- Papai?
_ Oi minha princesa, que saudade que eu tô de você.
_ Tamém viu. Cê tá onde?
_ Eu tô em casa meu anjo.
_ E não veio busca eu?
_ Papai tava dormindo. -falei rindo.- O que cê tava fazendo?
_ Bincando de boneca com o meu vô.
_ Que legal, e sua mãe cadê?
_ Lavando o corpo. -ri do jeito que ela disse.- E a vovó hein?
_ Tá aqui deitadinha, ela tá com frio.
_ Tamém tô. -fungou.- Cê vai me busca amanhã?
_ Vou te buscar amanhã bem cedo, pode ser ?
_ Você ou o vovô?
_ Por que pequena?
_ Cê fala que vem e eu fico toda feliz, mas aí eu vou pa porta de casa e é o vovô que tá me esperano. -dizia ela toda fofa e eu fiquei todo sem graça.-
_ Papai que vai amanhã tá?
_ "Tá falando com quem Melissa?" -era a Ester.- "Dá o telefone aqui..." Vô dá nada, tô falano com o meu papai. "Melissa, anda logo." Sá chata!
_ Não dava pra esperar? -perguntei.-
_ Te liguei mais cedo e sua mãe comentou da chácara. Vocês vão mesmo?
_ Sim e a Melissa vai também.
_ Não acho que seja uma boa ideia.
_ Não estou perguntando o que você acha ou não, pra mim não faz a menor diferença.
_ Nossa, voltou de viagem bem afiadinho hein... Mas deixa eu te falar uma coisa... Se eu não quiser a Melissa não vai.
_ Ester, não começa vai... -bufei.- Você não cansa de querer chamar a atenção?
_ Vou pensar viu.
_ Vai a merda, Ester. -falei desligando e minha mãe olhou me repreendendo.- Mãe!
_ Educação a gente usa até com quem não merece.
_ Mas ela...
_ Ela é a mãe da sua filha e mesmo ninguém aqui nessa casa engolindo aquela cobra, respeito é o minimo que podemos ter.
_ Ela abusa do meu bom senso.
_ Ela te provoca e você se deixa levar na provocação dela.
_ Mãe...
_ Sem discussão. -falou séria e voltou a atenção para o que assistia e eu fiquei jogando no celular mesmo.




































~.~
   Folga do cantor! Convite pra chácara... E aí, Fernanda aceita ou não aceita?

6 comentários:

  1. Capítulo um pouco tenso... mais tdo se ajeita... posta mais hj Gi hahaha

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  2. Cap tenso. Só acho que a Fernanda deveria aceitar pra poder esquecer um pouco da totina ela ta precisando. Cntt viu Giih bjus

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  3. Eitaaaa briga de Luan e Ester? Adorooon - Eles na chácara eita :0 #tonochão - continuaaaa gi

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    Respostas
    1. Luan é demais pra mim, e a Ester? Amo essa mulher rs
      Continuo sim, Liv.

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