{...} Abre mais a blusa, me usa! Só não pede pra parar... ♪♫

sexta-feira, 22 de maio de 2015

Capítulo 47

Narrado por Fernanda
"Sabe eu de verdade estava sem chão. Sempre tive meu pai como o melhor e eu por mais que fique numa boa com a minha mãe era nele que eu era grudada. Então essa noticia me acertou em cheio."

  Depois de dada a noticia o médico nos deixou visitá-lo, mas foi coisa de no máximo 10min e tivemos que sair. Eu não estava com cabeça pra nada, mas não queria que meu pai ficasse ali e então pedi a transferência dele e dos outros para um hospital em São Paulo onde na minha concepção era melhor, era mais confortável e eles teriam uma recuperação melhor. E também liguei pro hospital ligar pra família da Lisa e dar a noticia. Tivemos só que aguardar algumas horas e tudo estava pronto.
  Chegamos no hospital no fim da tarde, ele ainda foi levado pra UTI mas eu estava mais tranquila, não sei o porquê mas estava. E fiquei sentada naquele corredor.

_ Você precisa ir pra casa, está ficando de noite e você ainda está de pijamas. -Davi dizia pondo a mão na minha coxa.-
_ Não quero, quero estar aqui quando ele acordar... -falei e deitei minha cabeça em seu ombro.-
_ Eles vão te ligar, até sua mãe já foi. -"Sim, eu insisti para que ela fosse embora e ainda liguei pra Lucila e pedi que fizesse minha mãe comer antes de dormir."- Vamos?
_ Não vou.
_ Por favor? -acabei cedendo e fomos pra casa. Eu estava sem fome alguma, mas mesmo assim ele me fez comer, depois tomei banho e ao sair ele dormia na poltrona que estava no quarto. Pedi que ele deitasse na cama pra ficar mais confortável, mas ele não quis, estava com vergonha por causa da minha mãe.-
_ Deixa de besteira, você está me fazendo companhia.
_ Não, Fer. Vou pra casa, preciso de um banho. Qualquer coisa me liga, tá. -beijou minha testa e saiu.-

  Tentei dormir mas o sono não vinha. Chorei. Estava realmente triste, não imaginei que isso aconteceria com o meu pai. O homem que me deu a vida. Era muito estranho saber que ele estava desacordado...
  Quando fui dormir já era praticamente a hora de acordar, deveriam ser pouco mais que cinco da manhã e nem dormi muito. Foi mais um cochilo. Porque às sete e meia eu já estava de pé. Tomei um banho demorado na banheira, depois ao sair vesti o roupão e fui secar meus cabelos no banheiro mesmo. Liguei o secador e comecei, mecha por mecha e quando estava quase terminando meu celular começou a vibrar...

_ Alô? -atendi desligando o secador.-
_ Oi Fer, você tá bem amiga?
_ Não tô bem não, queria estar... Mas...
_ Meu pai ficou sabendo e assim que soube me ligou e eu tô te ligando agora... Fiquei preocupada. O que houve?
_ A princípio foi uma falha técnica, tiveram que fazer um pouso forçado e nisso aconteceu tudo.. -contava já querendo chorar ainda mais quando contei que desde a hora do acidente meu pai estava desacordado, e não respondia a nada.-
_ Você e sua mãe estão arrasadas, né?
_ Ela mais ainda do que eu, desmaiou e tudo... -conversei um pouco mais com a Lila e depois de finalizar meu cabelo o prendi e fui enfim vestir uma roupa.-

Look:


  Passei no quarto e minha mãe não estava, desci e encontrei Lucila na sala que me deu um forte abraço e quando perguntei pela minha soube que ela levantou, tomou café, e depois de um banho foi pro hospital.
  Eu também queria vê-lo, mas a empresa estava sozinha desde antes de ontem... Então eu decidi que iria pra lá depois que comesse e foi o que eu realmente fui.
Muitos estavam de luto por conta da Lisa e eu entendia isso como ninguém.
Então pedi a recepcionista que ligasse para os gestores de cada setor e que dentro de meia hora estivessem todas na sala de reuniões.

  30min depois...

_ Bom dia à todos. -eles responderam e então pude prosseguir.- Como sabem meu pai voltando de Salvador junto com mais três funcionários e aconteceu o acidente. Acidente esse que causou a morte de uma funcionária, ferimentos e lesões graves em dois diretores e que deixou meu pai... Em coma. -muitos ficaram tão surpresos quanto eu.- Como minha mãe não está em condições de assumir a empresa eu ficarei no lugar dele até que a situação esteja instável.
_ Era de se esperar que você ficasse no lugar dele, mas sabemos que no último mês você ficou fora por conta da faculdade e não está tão por dentro do que esteja acontecendo. -Roseli falou. Ela era da parte da publicidade, estava um cargo à baixo da minha mãe e por isso se achava melhor que qualquer um e dona da empresa.-
_ Acha que eu marquei a reunião por qual motivo ? -todos ficaram em silêncio.- Preciso saber de tudo, quais as campanhas em andamentos, as que ainda faltam fechar e as reuniões dessa semana e da outra... Tudo isso até sexta-feira.
_ Mas é pouco tempo e com a empresa aberta chegando mais propostas fica mais difícil.
_ Bom. É o prazo que nós temos. -foi a minha palavra final antes de orientar em nais algumas coisas e por fim dei por encerrada.-

  Cheguei à sala da diretoria (a do meu pai) e cancelei todas as reuniões do dia e daquela semana explicando o motivo e remarcando uma à uma.
  Depois fui pro hospital.

_ Mãe? -chamei por ela assim que cruzei a porta que dava acesso ao corredor.-
_ Oi querida. -sorria, mas não muito.-
_ E meu pai como está?
_ Ele está respirando sozinho, mas ainda em coma por conta dos sedativos.
_ E o efeito disso acaba quando?
_ No fim da tarde, começo da noite o doutor informou.
_ E os machucados?
_ Ainda roxos. -falou com desânimo na voz.-
_ Você pode entrar e conversar com ele?
_ Sim. Passei boa parte do tempo lá dentro.
_ Ah sim. Eu posso entrar então? -ela assentiu e então eu fui. Respirei fundo antes mesmo de tocar a maçaneta, tomei coragem e entrei. Deixei a bolsa sobre a cadeira que ali estava e com cuidado me aproximei.- Por que você hein? Sei que só fazem três dias, mas tô sentindo demais sua falta. -suspirei.- É estranho estar em casa e no cair da noite não te ver cruzando a porta, ou me repreendendo cada vez que eu digo alguma coisa com duplo sentido... -meus olhos marejavam.- Sabe pai... Não tá fácil eu te ver em cima de uma cama, todo machucado e com esses aparelhos.

"Dizem que as pessoas em coma, induzido ou não, elas ouvem. Então eu fiquei falando e falando e falando mais um pouco. Vai que ele acorda pra me mandar calar a boca né? Nunca se sabem..."

_ Boa tarde moça. -olhei pra trás e sorri desejando o mesmo.-
_ Você que é o medico do meu pai?
_ Enfermeiro apenas... Na verdade um deles. -sorriu.-
_ Ah sim. E ele está reagindo bem?
_ Muito bem. Na verdade ele está desacordado por causa dos medicamentos. Só o efeito passar e ele acorda.
_ E quanto as fraturas?

  Ele foi explicando, explicando de uma maneira que eu entendesse... E depois de alguns exames e colocar mais um soro ele saiu e eu voltei a conversar com o meu velho. Isso até meu celular tocar mais uma vez e eu sair pra atender.

_ Oi, Davi.
_ Nanda? Tá tudo bem?
_ Sim, está tudo indo. Conversei com o enfermeiro e... -fui contando.-
_ E a empresa?
_ Tirando uma folgada que se acha dona está tudo fluindo bem, me saí bem como mandante. -ri.- E você? Cuidando bem do meu bebê?
_ Claro, ele está aqui e comendo...
_ Tô com saudades dele.
_ Daqui a pouco você tá em casa.
_ Deus te ouça.
_ Só liguei pra saber mesmo, agora preciso ver mais algumas coisas aqui... Qualquer coisa que precisar pode me ligar.
_ Tá bom. Pode deixar que eu ligo sim. -sorri.-  Beijos, se cuida.
_ Você também gatinha. -desligamos. E tocou em seguida.-
_ Oi... -atendi rápida.-
_ Fê? É o Luan, como você tá?
_ Oi Lu. Eu tô bem, meu pai está melhorando. Mas ainda tô triste por ele estar nessa situação...
_ Ele vai ficar bem Princesa, você vai ver... Tá em casa?
_ Não, tô aqui no hospital junto com a minha mãe.
_ Posso ir aí?
_ Pode sim, sabe o endereço?
_ Meu pai tá junto, ele deve saber. -riu.-
_ Então tá... Até daqui a pouco?
_ Sim. Tchau, beijo.
_ Beijos.

  Desliguei sorrindo, não sei porquê, mas estava. Guardei o celular e depois da minha mãe insistir muito fomos até a lanchonete comer alguma coisa.

*Chegamos aqui na recepção. Vou pra onde agora?*
*Fernanda?*
*Gorda do jeito que é deve estar comendo.*

  Luan sendo carinhoso, só que não. Nunca!
  Já havíamos comido e na volta passamos pela recepção e eles entraram com o crachá de visitantes. Cumprimentei Amarildo e deixei que ele entrasse com a minha mãe, já eu fiquei um pouco mais pra trás junto com o Luan. Só que em silêncio.

_ Tá tão quietinha que eu tô até estranhando. -disse ele se sentando no banco.-
_ Pensativa seria a palavra certa. -bocejei me sentando ao lado dele.- Chegou quando de viagem?
_ Faz nem duas horas. -ele estava de óculos escuros, touca e fazendo bico.-
_ Mentira, né?
_ Não cara. Eu tava pra voltar hoje mesmo, mas só que mais tarde... Mas como fiquei sabendo do seu pai e tudo voltei antes. Queria saber como você estava...
_ Eu tô chateada. Porque eu acredito na melhora dele, mas eu e meu pai não estamos numa boa mesmo desde que tudo aquilo aconteceu. Ele se "fechou", ficava de indiretas sempre e um clima muito estranho. Tenho a sensação de que estamos brigados e agora ele em coma... -abaixei a cabeça e senti sua mão em meu ombro apertando levemente.-
_ Não fica assim... -beijou minha bochecha.- Ele vai ficar bem e vocês vão se acertar de vez. Ele precisa de um tempo só...
_ Mais tempo? Meses se passaram... É estranho demais isso.
_ Você cresceu e pro seu pai descobrir isso assim, no susto é complicado demais.
_ Ele queria a verdade e quando teve a verdade me virou a cara, quis me chamar de vagabunda... -meus olhos lacrimejavam novamente e uma lágrima caiu.- Eu sei que eu errei em ter omitido quem eu era, mas não nas coisas que eu fazia... Coisas essas que todo homem faz e passa despercebido.
_ Aí que tá. Você é uma mulher, e pra uma mulher é mais complicado. Fica mais visado, fica feio.
_ Machismo. Essa é a palavra certa!
_ Não deixa de ser... -nos calamos.- ... Mas não fica chateada, eu disse, já passou. Agora é olhar pra frente e não voltar a errar. -assenti e então ele me puxou para um abraço apertado.-

  Nos desfizemos do abraço quando a porta do quarto se abriu e minha mãe saiu na frente do pai do Luan, que logo se despediu e então eles foram pra casa e meia hora depois eu e minha mãe fizemos o mesmo.

_ Nem perguntei como foi na empresa...
_ Foi tudo bem, resolvi tudo na teoria e agora é por em prática né mãe...
_ Fez uma cara agora... Que meu deus! Deu medo.
_ Roseli sempre foi uma chata, nossa... A reunião toda ela ficou de caras e bocas e quando tinha a oportunidade me alfinetava. Mas ele deve ter esquecido que eu sou a filha dos donos e não ela. -minha mãe negou com a cabeça rindo.- Mas tirando isso foi bem de boa, muito mesmo. -terminamos de jantar e subimos para os nossos quartos e dormimos. "Quer dizer, ela eu não sei... Mas eu apaguei assim que coloquei meu pijama e me joguei na cama."-

  Na manhã seguinte acordamos com a noticia de que meu pai havia acordado e que exames e mais exames estavam sendo feitos para saber seu estado e sequelas. E vejamos pelo lado bom, ele falava (com dificuldade, mas falava), estava com dores o que era de se esperar. Porém estava fora de perigo.
Os outros dois diretores haviam recebido alta, assim como o piloto.
  Tomei banho e nem quis comer, fui direto pro hospital e quando chegamos no quarto estavam colhendo sangue.

_ Pai! Você acordou... -"Juro que tentei abraçá-lo, mas minha mãe me segurou pelo braço e pediu pra eu ir com calma."- Tá bom, juro que não vou pular em cima dele.
_ Fernanda.
_ Mãe... -olhei para ela repreendendo seu olhar.- Pai, que bom que você acordou...
_ Ahaam... -ele falou bem baixinho.-
_ Tá sentindo dor? -assentiu.- Aonde?
_ Fernanda para de fazer perguntas, vai dar uma volta, vai.
_ Tá me expulsando do quarto do meu próprio pai?
_ Tô minha filha, você tá muito agitada. -dei de ombros, fui até ele dando um beijo na testa e saí né...-


*Meu pai acordou. :D * - mandei para as meninas e os rapazes também.

*Te falei que ia ficar tudo bem amiga.* - Lila respondeu.

*Sogrão tá bem? Vou ir ai visitar ele.*
*Falando sério... Fico feliz, rezei muito por isso.* -Luan.

*Nandinha, que ótimo! Nem acredito!* -Bruninha.

*Já fez os exames? Ele tá bem?*

*Ai Davizinho, ainda não sei... Fiquei muito eufórica e tive que sair da sala, mas ele estava sendo examinado.*

*Qualquer coisa me liga, tá?*

*Pode deixar que eu ligo sim... Beijão.*

  Fiquei andando pelo corredor, e um entra e saí que estava me agonizando. E quando minha mãe saiu eu entrei e ele estava dormindo...

_ Ah, pai. Não acredito... Você tá dormindo mais? -falei indignada e ele esboçou um sorriso-
_ Fala baixo, por favor.
_ Desculpa. -falei me defendendo- Que susto você me deu... -meus olhos se encheram de lágrimas- ...Não faz mais isso.
_ Eu tô bem Fernanda, muito bem aliás... Só queria ir pra casa, mas cheio de osso quebrado é difícil. -falou fechando os olhos novamente-
_ Tá sentindo tudo direitinho? -ele assentiu- Eu... -não consegui falar e me calei-

  Ao mesmo tempo que estava feliz por ele ter acordado, estava triste por saber que as indiretas voltariam e juro que não queria isso não.
  Tive que voltar pra casa porque agora ele faria Raio-X e depois de comer voltaria a dormir e minha mãe ficou por ser esposa.

   ...

  Na segunda-feira de manhã meu pai receberia alta e fomos buscá-lo. Chegando em seu quarto o clima estava pesado. Ele chorava muito e ao lado da cama estava uma cadeira de rodas. Foi um choque para todos nós.

_ O que significa isso? -foi a minha primeira pergunta-
_ Seu pai passou por um acidente grave e mesmo depois de acordar do coma ele está passando por uma situação delicada e...
_ Fala de uma vez... -pedi impaciente-
_ Eu não estou conseguindo levantar. -dizia encarando suas pernas e deixando as lágrimas caírem- Não estou sentindo nada da cintura pra baixo!
_ Mas, doutor...
_ São sequelas, que podem ser revertidas com tratamento fisioterapêutico. Só que por enquanto ele precisará da cadeira para se locomover.
_ Eu prefiro morrer do que andar nisso! -falou ríspido e minha mãe chorou-
_ Não fala isso. Não sabe como eu fiquei quando soube desse acidente e tudo o que eu pedi à Deus foi que você ficasse bem, que sobrevivesse...
_ Analice, o que eu vou fazer sentado nisso? Não vou servir pra nada. Servir pra dar trabalho pros outros... -eu quieta estava, quieta continuei. Assim como o doutor e dois dos enfermeiros.- ...Nessa cadeira eu não sento.


















~.~
  Oi? Uma cadeira de rodas?
Eita gente. Mais tensão, será?

6 comentários:

  1. *Gorda do jeito que é deve estar comendo.* morrendo com isso Kk - mas falando sério agora, como assim tetraplégico? Que barra - acho que vai vim muito sofrimento por ai

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  2. Como assim?? Concordo com a Livia prepara o coração que vem sofrimento por ai, cnt nega ~Graziele

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  3. Geeeeeeeeeente que cap mas tenso foi esse. Agora eu sei de onde vem essa teimosia da Fernanda, veio do Hugo. Aiiin Nandinha sorrindo depois da ligação do Luan :3 Giih continua isso muié

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    1. Tensão total. Veio do super pai! E que teimosia viu.... Continuo sim Sté.

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