Capítulo 102

Narrado por Luan
  Essa minha folga realmente foi uma das melhores sem dúvida alguma. Toda minha família junto com a mulher que eu amo. Fica até cansativo eu falando disso toda hora, mas essa era a verdade eu estava realmente feliz por isso.

                                 (...)

  Chegando em casa corri pro banheiro que eu estava muito apertado, depois desci e fui atacar a geladeira encontrando creme de abacate, comi junto com a minha filha enquanto meus pais e minha irmã e eu fazíamos comentários sobre nossa viagem em família.

_ Sua tia amou a Nanda, disse que não te via tão besta assim à tempos.
_ Besta não mamusca, apaixonado.
_ Essa é pra casar hein filhão!
_ Se for pra casar que seja depois de mim que comecei a namorar primeiro.
_ Ah claro irmãzinha linda.
_ Irônico você hein Pi.
_ O papo está muito bom, mas eu estou com muito sono, muito mesmo.
_ Eu também já vou subindo que ainda tem sua mala filho.
_ Esse Luan não toma vergonha na cara, 27 anos nas costas e quem arruma a mala ainda é a mamãe... Bebezão!
_ Eu né? Num lava nem suas calcinhas quer falar de mim? -ri quando ela fechou a cara e me deu um tapa.- Não aguenta nada e quer me bater, é? -enchia ela de cócegas fazendo ela ficar vermelha e só parei quando ela estava quase fazendo xixi nas calças.- Bora dormir, pequena?
_ Não!
_ E quer fazer o que?
_ Quero mamar, na mamadeira papai.
_ Vou fazer pra você, fica quietinha hein!
_ Deixa eu jogar?
_ Toma. Sem mexer nas minhas coisas hein Melissa.
_ Ahaam...

  Não sei pra que eu pedia, sempre que pegava meu celular de volta encontrava muitas selfies, twetes cheios de emoticon ou fotos no instagram; tanto que outro dia uma foto minha de cueca fez sucesso na internet.
  A cozinha estava limpa, mas pegando uma coisa aqui e ali eu acabei sujando a bancada. Mas amanhã era dia da Marina vir e ela sempre me ajudava pra limpar a baderna de sempre. Apaguei à luz e chegando na sala desliguei a Tv. Peguei Melissa no colo lhe dando a mamadeira, apaguei as luzes da sala e subi as escadas rumo aos quartos. Ou melhor, rumo ao meu quarto. Deixei Melissa na cama tomando mamadeira e fui trocar de roupa, depois entrei no banheiro e fui dar um jeito na minha barba que estava maior e coçando muito.

_ Papai? -apareceu na porta do banheiro já com a chupeta na boca.- Qui cê tá fazeno hein?
_ Fazendo a barba. -voltei olhar pro espelho e me concentrar.- Vai ficar aí?
_ Eu queria ver tamém. -coloquei els em cima do móvel que tinha ao lado da pia, e ficamos conversando até eu terminar, lavar o rosto e voltamos pro quarto.- Papai, cadê seu violão?
_ Ali dentro... -apontei pro closet.- Quer tocar?
_ Eu não sei não, canta pra mim?
_ A música que você quiser, Princesa.
_ Da Donzela! -Melissa gostava demais daquela música, sempre que queria pedir alguma era aquela.-

  Ser pai é tão maravilhoso, não tem preço aquele sorriso. Saber que contribui muito para que ela estivesse ali e tão próxima de mim. Um motivo pra querer sempre voltar pra casa, sempre querer ser o melhor. Para que no futuro minha filha se orgulhasse do pai que tinha. E para isso eu não mediria esforços jamais.
  Ali com ela cantamos mais cinco ou seis músicas e ela já estava cochilando, continuei tocando uma melodia bem tranquila e baixinha, quando olhei ela já dormia.
  Guardei o violão, ajeitei-a na cama com cuidado e dormi com um sorriso ainda maior.

                                (...)

  No dia seguinte levantei cedo, troquei de roupa e fui pro banheiro escovei os dentes, lavei o rosto, coloquei minha touca e óculos escuros. Já ia descer com as malas, dei um beijo na testa da Mê e desci. Meus pais estavam já na sala conversando com o Testa, falei "Bom dia." e fui pra cozinha, comi bem rápido e depois de um abraço gostoso dos meus pais fui pra van.
  Estávamos todos sonolentos, seria um vôo comercial e por isso o tumulto seria um pouco maior. Depois do check in fomos pra sala de embarque cada um em seu celular e esperando.

_ Notícias, nosso vôo está atrasado! -dizia Arleyde sentando ao meu lado e mexendo no tablet.-
_ Lelê eu tava com saudades dessa correria viu.
_ Tava né meu filho, eu sei disso.
_ Até do Testudo eu senti falta.
_ Mas foi bom rever a família não foi?
_ Ôh e como!
_ Ah! Falando em folga vamos ter que conversar sobre o seu momento de lutador UFC.
_ Vamos é?
_ Vamos. Você pediu pra assessoria não se pronunciar, deu aquela declaração linda no instagram que abafou o caso... Só que eu e você sabemos que isso não circulou muito porque você estava de folga. Então agora que voltou eles vão perguntar em toda e qualquer entrevista, até que exploda um escândalo maior que esse.
_ E você quer que eu faça o que?
_ Fuja do assunto sem dar muito na cara, quando menos falarmos sobre isso melhor.
_ Não vai ser pior fugir? -perguntei ainda concentrado no jogo da Melissa, estava ganhando mais dinheiro pra ela.-
_ À partir do momento que você afirmar que bateu porque quis, porque teve ciúmes vai ser pior porque vão querer resgatar coisa de quando a Fernanda terminou o namoro porque vazou foto dos dois em um motel de luxo. Eu como sua assessora estou te orientando, mas a escolha é sua meu bem.
_ Já entendi dona Arleyde, não me olha com essa cara.
_ Não me olha com essa cara? Você socou um advogado Luan, ele poderia te processar.
_ E eu ele, uai. Também apanhei! Mais bati do que apanhei, mas cheguei em casa com o rosto zuado.
_ Pior ainda!

  Falamos mais um pouco sobre isso, até que o vôo foi liberado e pudemos tomar nossos lugares nas poltronas e mesmo sendo vôo em primeira classe não fui com ninguém da equipe do meu lado. E sim um menino que tinha 9 anos de idade e que foi falando a viagem toda sem me deixar dormir.
  Chegando em Goiânia não estava sol, mas estava calor. Na saída do aeroporto entramos na van e conforme íamos passando eu atendia os fãs, consegui autografar pouca coisa e não tirei foto com quase ninguém, mas foi pelo atraso.
  No estacionamento da rádio entrei direto e agora sim estava de volta à realidade da estrada.

                                   (...)

  Os dias na estrada estavam cada vez melhor em cada cidade em que passamos, foi uma emoção à mais. No camarim então nem se fala. Eu amava estar com os meus fãs, estar com as pessoas mais importantes da minha carreira e todo meu reconhecimento era realmente magnífico. Eu vivia um sonho todos os dias da minha vida!

  Sobre as entrevistas fugi como pude pra não arrumar mais encrenca e pareceu dar certo, funcionou. O fim do mês de Agosto chegou trazendo novidades, Melissa estava matriculada na escola de ballet. Hoje teve a primeira aula e recebi várias fotos da mamusca que foi quem tinha ido levá-la junto com a Nanda.

@luansantana: Começando as aulas de ballet. ❤

  Ela estava a coisinha mais linda do pai dela, mostrei as fotos pra todo mundo que ficou babando junto comigo. Depois fui pra academia do hotel e mandei bala, precisava malhar.

Narrado por Fernanda

@fermarques: Te amo, Branquelo ❤

                                   (...)

  Foi com essa foto que calei a boca de meio mundo e gostei muito disso. Eu gostava de provocar e esse era o jeito de ser direta e reta.
  Mês de Agosto chegou ao fim e Melissa havia começado no ballet todo dia era uma foto dela ou com ela, que estava empolgada e cheia de coleguinhas. Luan ficou babando em cada foto, algumas postada, outras dizia que guardaria somente pra ele.

  Enfim... Os meses passaram depressa. E o tão esperado Outubro veio para a minha alegria! Estava de malas prontas à uma semana, faltavam apenas dois dias para a minha viagem à New York onde encontraria meus pais e passaria duas semanas com eles. Eu estava muito ansiosa, ainda mais pra saber da tal novidade da minha mãe que ela e meu pai souberam muito bem esconder de mim.
  Andei conversando com o Davi e pensando nas possibilidades, mas não chegamos à resultado nenhum.

_ Um bebê? Tá maluco? Minha mãe tem quase 47 anos. Não acho que seja isso.
_ Será que não? -perguntava retoricamente.- Sua mãe é nova e sabemos que tem a vida sexual ativa. E eles moram sozinhos no States, seria uma boa.
_ Ah, se for eu ficarei muito contente. Sempre quis um irmão. Tudo bem que eu tenho você, mas digo nascido dos meus papis. -abracei seu pescoço.- Sabe... Está calor, já faz um tempo que almoçamos. Bora cair na piscina?
_ Agora?
_ Sim!
_ Partiu! -disse tirando a blusa e me deixando de boca aberta estava com o físico mais definido, muito mais gostoso. Não que eu pensasse em trair meu namorado. Isso jamais, nunca mais. É que ele conseguia ser muito gato, muito mesmo e me conhecendo eu faria estrago com esse corpo, ou ele faria com o meu.- A baba está escorrendo aqui linda.
_ Idiota! Você faz academia?
_ Não, faço uma coisa que você sequer imagina.
_ Um dia eu vou saber?
_ Quem sabe, né... -risos.-
_ Davi, posso te perguntar uma coisa? Mas se não quiser responder tudo bem... Eu vou entender.
_ Sobre os meus pais? -assenti.- Eu sou adotado, mas isso você já sabe... Tenho sim uma boa relação com os meus pais só com os meus irmãos que não muito.
_ Não tem curiosidade de saber quem são seus pais biológicos?
_ Melhor não! Eles não quiseram saber de mim antes, porque seria diferente agora?
_ Você cresceu...
_ Cresci, me formei no que eu amo, tô bem de vida... Não preciso saber quem sejam eles. Tô melhor assim, vai por mim!
_ Não é estranho?
_ Não quanto eu imaginei que seria... É tranquilo eu diria, todos os dias minha mãe faz questão de dizer o quanto eu sou importante pra ela. O quanto eu sou amado e por ela e meu pai. Eu já tenho uma família! -disse orgulhoso e por impulso lhe dei um abraço apertado.-
_ Sabe... Tenho o maior orgulho de você!
_ Por eu ter sido um órfão?
_ Não, por não ter feito disso um motivo pra fracassar. Pelo contrário, se esforçou ainda mais e hoje está aqui.
_ Entendi, mas chega de conversa mole e vamos cair na piscina que tá calor demais, você tá grudada em mim e não tá dando.
_ Muitos se matariam pra ficar assim comigo.
_ São loucos! -riu se desfazendo do abraço e correndo de mim.-

  Nosso dia naquela piscina rendeu altas risadas, muitos snaps e fotos? Também. Martinha ainda fez o café da tarde e comemos todos os quatro juntos (Lucila, Marta, Davi e eu).
  Quando anoiteceu todos eles foram embora e eu subi pra tomar um banho porque ainda estava de biquíni. O celular começou tocar quando atendi era minha amiga mais dramática de todas.

_ Nossa passou o dia todo aonde?
_ Na minha casa, descansando! Por quê?
_ Te liguei mais cedo, queria que você fosse comigo na ultra, pra ver o sexo dos babys.
_ Aí amiga, desculpa por isso. Mas e aí como foi lá?
_ Dois meninos! -deu um gritinho.- Dois homenzinhos pra eu cuidar.
_ Que lindos, nossa amiga! Parabéns mais uma vez! Meus afilhados dois homens.
_ Eu tô pirando, já comprei muitas outras roupinhas e sapatos então... Rodrigo está doido com isso!
_ Escolheram os nomes? -perguntei me jogando na cama, porque agora sabia que o papo renderia.-
_ João Pedro e João Miguel. Lindos, né Dinda?
_ Lindos mesmo, eu gostei muito amiga. E sua família? A dele?
_ Todos felizes, nos encontraremos mesmo no Chá Bar.
_ Tinha que ser você pra fugir do tradicional. Não é mesmo?
_ Nada de tradições, meus filhos merecem ser diferentes desde a barriga.
_ E serão, ou melhor já estão sendo. Agora me conta como vai ficar a situação de vocês dois...

  Os dois se casariam no civil quando ela completasse 8 meses, isso em Dezembro. E morariam juntos em outro condomínio próximo ao meu, já haviam visto casa e tudo. Só faltava escolher a mobília e pular pra dentro.

_ Nunca te imaginei casando, sem ofensas.
_ Ninguém me imaginou casando. Mas ainda nem pensamos em festa, festa mesmo só depois que os bebês estiverem maiores.
_ Tô adorando essa sua nova vida de sossego.
_ Logo é você, casada e grávida de trigêmeos.
_ Trigêmeos! Deixa de ser louca!
_ Ah para amiga. É legal ficar grávida, te juro.
_ Deixa eu curtir meu namoro antes pra depois pensar nisso. E tô nova também!
_ Tá na idade, quer engravidar quando?
_ Não agora, isso é fato.

  Conversamos por mais de duas horas assim direto, quando desligamos o celular descarregou. Então fui tomar banho e pôr pra carregar assim que saí do banheiro.   Desci e Lupy estava no escuro, somente com aqueles olhos lindos abertos. Como eu amava aquele tigre.
  O mais engraçado era que as pessoas diziam que eu era louca por ter um tigre dentro de casa, mas é amor, muito amor. Eu cuido demais dele, cuido porque me apeguei. No início foi por vaidade, vi e quis. Só que com o passar do tempo fomos nos aproximando e hoje não sei o que seria de mim sem ele. E eu já o tinha comigo alguns anos e queria que assim fosse durante um longo período.
  Fui até a cozinha e peguei algumas guloseimas e então voltei pro quarto, coloquei um filme de ação e essa foi minha noite.

                                 (...)

  Dois dias depois estava eu desembarcando e encontrando com o meu pai na saída do aeroporto. Eu larguei a mala no chão e corri para abraçá-lo e estava chorando emocionada.

_ Pai que saudade, nossa nem acredito que tô te abraçando depois de meses pai. Meses! -apertei ainda mais, ele também chorava.-
_ Está ainda mais linda minha Princesa. -beijou minha testa.- Vamos pra casa? Sua mãe não dormiu de ansiedade.
_ Falando na mamãe, qual a novidade hein?
_ Logo vai saber. -falou rindo e indo pegar minha mala.-

  Fazia um bom tempo que eu não visitava aquela cidade, então olhava tudo atentamente enquanto conversava com o meu pai sobre como iam as coisas no Brasil.   Demoramos para chegar em frente à enorme casa que por fora era maravilhosa, eu estava encantada. Porque se era assim do lado de fora imagina só por dentro. Descemos e já fui entrando procurando por alguém.

_ Xuxu, chegamos.
_ Estou descendo. -olhei pra escada e minha mãe descia as escadas descalça, primeiro vi seus pés, depois as pernas e...-
_ Mãe! -estava de boca aberta.- Você está...
_ Sim, daqui cinco meses seu irmãozinho ou irmãzinha chega! -disse emocionada acariciando sua barriga que estava saliente já.-

~.~

  Uau! Como algumas imaginavam a família Gurgell está crescendo rs!