Capítulo 83

   Capítulo de hoje dedicado à aniversariante do dia, Carol. Gatona desejo à você tudo de melhor que a vida pode proporcionar, muitas bênçãos, muitas realizações. Que venham mais felicidades e novas histórias. Sempre com muita paz e muita saúde! E bora pro capítulo de hoje. Beijão!

                                  (...)

Narrado por Fernanda
   Tomei água e quando estava voltando lá pra fora vi o celular vibrando em cima da mesa de centro e corri pra curiar, e estava lendo a mensagem que haviam me mandado, nisso a campainha de casa tocou e eu abri pra atender e antes mesmo que eu pudesse dizer algo senti a pessoa me pegar de costas e colocar um pano que estava bem úmido no meu nariz e então eu apaguei geral.

Narrado por Luan
  Eu estava sem saber o que pensar. Voltei lá pra fora mais branco que não sei o que e muito nervoso, meu pai percebeu que eu não estava bem e perguntou o que tinha acontecido.

_ Ele levou ela.
_ Levou quem, meu deus? -minha mãe perguntou já ficando de pé.-
_ Fernanda, mãe! Ele levou ela.
_ Quem levou minha filha pra onde...
_ A Lucila viu ele aqui, Hugo.
_ Pi, você não está falando coisa com coisa.

Respirei fundo e encarei todos eles à minha frente, todos focados em mim e no que eu iria dizer.

_ A Lucila disse que viu o Murilo aqui, na porta da casa! E quando eu gritei pela Nanda ela não apareceu, quando saí lá fora pra olhar encontrei isso! -mostrei o celular quebrado.-
_ Não acredito!
_ Impossível.
_ Minha filha!
_ Luan, não me diga que...
_ Eu não sei de nada, só sei que temos que achar a Fernanda! -falei.- E eu nem sei por onde começar.

Narrado por Fernanda
  Não me lembro de ter dormido, mas ao acordar eu estava deitada em uma cama com um colchão de péssima qualidade, fui me mexer e a cama começou a fazer barulhos. Levantei e percebi que não estava no meu quarto, então corri pra porta.. Tentei abrir e pra minha sorte não estava trancada. Eu não fazia ideia de onde estava mesmo, sei que não era minha casa.   Andando devagar notei que tinham apenas três cômodos e um corredor grande que dava acesso à uma porta, estava indo em silêncio tentando sair quando vi uma sombra e gelei. Pensei que se passasse correndo a tal pessoa não me veria, porém fui pega pela cintura.

_ Ah há! Peguei você! -pelos braços fortes e a voz grossa, era um homem.-
_ Por que eu estou aqui? -perguntei de olhos fechados e com medo.-
_ Eu senti saudades, pensei que seria uma boa te ver e sem ninguém por perto. -disse e eu ainda de olhos fechados.- Estava indo mesmo te acordar, mas você acordou antes... -ele ainda andava comigo e não demorou para que eu sentisse aquele colchão duro outra vez.- Olha pra mim. Não quer saber quem é? -riu. Abrindo os olhos lentamente fui formando a figura da pessoa que estava em pé bem à minha frente e senti todo sangue do meu corpo drenar.-
_ Murilo!? -estava sem a barba que o deixava sexy, porém o corte de cabelo era o mesmo e seu físico ainda mais definido.- O que você... O que eu tô fazendo aqui nesse lugar... -olhei em volta.- ... E com você? -perguntei super confusa.-
_ Não é óbvio? -fiquei quieta.- Queria passar o dia dos namorados com a minha namorada.
_ Que namorada? Ficou maluco? -perguntei me sentando.-
_ Oh! Sem se exaltar... Fala bem baixinho que aqui estamos só eu e você!
_ Me leva embora agora!
_ Não... Acabamos de chegar. Demorei horas pra te trazer pra cá, deu um puta de um trabalho. Na verdade, quero conversar!
_ Por que não vai conversar com os seus colegas de cela?
_ Cela... Isso me lembra o tempo que eu passei na cadeia. E tudo por culpa sua! -passou a mão pelos cabelos e respirava fundo, ele estava tentando se controlar.- Somente sua.
_ Culpa minha? Você me bate e eu ainda que tenho a culpa de você ser um covarde?
_ Eu te amava! -sentou ao meu lado e eu afastei, me encostando na cabeceira.- E te perdôo por isso.
_ É sério, vamos parar de brincadeiras. Eu quero ir pra casa, Murilo!
_ Não. Vamos passar a noite juntos... Quero fazer amor com você a noite inteira... -foi vindo pra cima de mim enquanto eu tentava me esquivar.- ... Ou melhor dizendo, quero foder você a noite inteira! -olhou pra cima como se aquilo fosse excitante e eu estava morrendo de medo.-
_ Não encosta em mim! Sabemos que isso não vai acabar bem. Não somos namorados, muito menos amigos. E se você ainda tiver um pouco de juízo vai me levar pra casa! -falei firme o empurrando de cima de mim e ficando de pé.-
_ Isso pode ser feito do jeito fácil ou do difícil! Quem escolhe é você!
_ O que você quer de mim? -perguntei já com voz de choro.-
_ Ser recompensado pelo tempo que passei dentro de uma cela imunda por causa de uma queixa sua e um depoimento mentiroso! Que me fez como vilão e me deixou preso. -pegou um copo de vidro que eu nem sabia onde estava e tacou na parede bem ao meu lado fazendo com que eu me assustasse.- Pela surra que eu levei quando descobriram que eu só te dei uns tapas. -riu sarcástico e se levantou vindo até mim sem se importar com os vidros e segurou bem firme meus cabelos.- É Fernanda, isso me custou caro. Um emprego, ficha suja na polícia! Eu posso ir pra cadeia de novo mas você vai sofrer antes!
_ Seu monstro, seu lixo! -disse entre dentes pedindo mentalmente que ele me soltasse, que fosse um sonho ruim e que eu fosse acordar a qualquer momento.-
_ Sabe, me deu uma vontade de foder você! E é isso que eu vou fazer... Ajoelha! -não o fiz e ele me deu uma rasteira, me assustando.- É bom me obedecer e isso logo acaba! -engoli seco.- Vai abaixa minhas calças! -engoli seco outra vez, porém ainda amedrontada de que o pior pudesse acontecer eu abaixei as calças dele já chorando e ele veio com tudo socando na minha boca até o fundo da minha garganta me fazendo ter nojo e querer vomitar, eu estava engasgando e ele sentindo prazer tendo tesão em me ver chorar.- Isso! Ah! -ia cada vez mais rápido e fundo, eu tentava parar mas ele pressionava minha cabeça até que começou a gozar, consegui me soltar e ir correndo pro banheiro e vomitei muito mesmo.- Volta aqui que eu ainda não acabei com você! Tá tão gostosa com esse vestidinho... -entrou no banheiro e me pegou no colo contra a minha vontade me jogando naquela cama e rasgando minha calcinha.- Continua gostosa!
_ Seu lixo! -chutei o rosto dele e tentei correr, mas ele levantou rápido e me pegou agora me jogando ali e afastando minhas pernas e não perdeu tempo em me violentar, em me diminuir. Depois disso Murilo saiu e me largou do jeito que eu estava, me sentindo imunda, me sentindo frágil. Mas estava com ódio. Estava com muita raiva!

  Eu estava ali sem noção nenhuma de hora, mas pela escuridão do lado de fora da casa estava bem tarde, pois tudo estava escuro, tudo estava em absoluto silêncio somente vez ou outra que um carro passava no que parecia ser uma estrada e ficar um pouco distante daquilo que podíamos chamar de casa.
  Reuni forças de onde não tinha e me aproximando da porta pra tentar sair vi que estava trancada, voltei chorando pra cama e ali fiquei até que escutei um barulho e como eu esperava, era ele ali... Estava arrumado demais!

_ Olha me desculpa, mas é que perto de você eu perco completamente o controle! Mas eu quero me desculpar com você e sei como. -riu sarcástico.- Trouxe isso pra você! -mostrou uma sacola.- São roupas novas e limpas! Pode tomar banho que em uma hora eu volto. -deixou as sacolas no pé da cama e ia saindo.- E é bom que estava pronta. -tinha um tom de ameaça em sua voz.-

"Essa porra só pode ser louca, louca mesmo. Onde já se viu tanta bipolaridade!"

  Parei de chorar e segui para o banheiro! Liguei e o chuveiro estava gelado, mas pelo menos tinha água e pude me banhar.   Molhei da cabeça aos pés, lavei meu corpo com vontade pra tentar tirar de mim o cheiro dele. Mas não podia demorar.   Quando voltei tive que me secar com uma toalha de rosto! Abri as sacolas e nelas encontrei uma lingerie nova azul e um vestido florido com um decote na frente e as costas era rendado. E uma sapatilha. Quando terminei de me vestir foi automático e ele entrou no quarto com algo nas mãos, olhei e era um colar escrito no nome dele (que cara doente).

_ Presente pra você de dia dos namorados! Vira de costas... -ele colocou aquilo no meu pescoço e depois de fazer dar um giro foi me puxando pela mão até o que seria a sala.- Preparei pra gente.

  Tudo limpo. Uma mesa bem no centro e com uma arrumação toda romântica, ele criou todo um clima e puxou a cadeira para que eu me sentasse... Eu estava assustada com essa oscilação de humor.

_ Fiz lasanha, porque sei que você gosta e como passou o dia todo sem comer imaginei que estivesse com fome.
_ Não estou.
_ Mas vai comer. -foi firme. Serviu meu prato e colocou vinho em nossas taças.- E depois vamos aproveitar toda noite.
_ Murilo! Chega! Você já me destruiu, tô me sentindo a pior mulher do mundo... O que mais você quer de mim? Eu só quero ir embora pra minha casa! -bati na mesa.-
_ Calma! Relaxa... Vamos fazer assim. Passamos a noite aqui comemorando e amanhã eu te levo pra casa.
_ Não vou fazer mais nada com você!
_ Vai sim! E para de falar e come logo...

  E então aconteceu sim a segunda pior noite da minha vida. Não dormi, uma que não conseguia e outra que tinha ele por cima de mim.
  Mas assim que acordou ele me colocou dentro do carro e seguiu de volta pra minha casa, eu não reconheci o lugar onde estávamos. Sei que era longe! Quando chegamos próximo à portaria do condomínio eu ia descer quando ele segurou meu braço.

_ Escuta bem o que eu vou te falar... Ninguém vai saber o que aconteceu entre nós e se souber... Ha se souber a filhinha do seu namorado vai ser a primeira a sumir. Estamos entendidos?
_ Sim. -e saí.-

  Aquela sapatilha estava machucando meus pés então fui descalça mesmo, e eu estava cansada queria um banho quente e dormir. E sei que ainda teria que lidar com as milhares de perguntas e saber que não poderia abrir a boca.
  Estava chegando em casa, havia uma viatura policial em frente, abri a porta e todos olhavam surpresos e num piscar de olhos meus pais estavam me abraçando.

_ Como você chegou aqui filha?
_ Por que tem policiais aqui? Pode ir embora, todos! -falei firme.-
_ Fernanda? -Luan me olhava sem reação alguma, assim como Bruna e Dalila, provavelmente os únicos que ficaram.-
_ Não quero eles aqui. Eu tô bem!
_ Não está, aquele marginal te sequestrou!
_ Eu estava com o Murilo sim, mas não... -respirei fundo.- ... Não aconteceu nada!
_ Não quer prestar nenhuma queixa? -olhei para todos e neguei deixando todos surpresos e assim que os policiais saíram da minha casa eu corri pro meu quarto e tranquei a porta e por saber que arranjariam um jeito de abrir eu corri pro banheiro tirei toda aquela roupa rasgando mesmo e me enfiei debaixo do meu chuveiro, água quente e bem forte caindo na minha cabeça. Fiz de tudo para me concentrar no meu banho e esquecer todos os pensamentos que me rondavam. Eu sabia que não poderia dizer nada à ninguém, mas o Luan saberia do que houve. Eu não podia deixar ele pensando que eu sumi com o meu ex porque estava traindo ele.

_ Fernanda, não me faça ter que quebrar outra fechadura. -era a voz do meu pai. Desliguei o chuveiro, me enrolei no roupão e uma toalha na cabeça e então abri a porta.- O que tá acontecendo com você?
_ Não está acontecendo nada, eu só quero dormir e mais nada!
_ Tudo bem, quando quiser falar pode ficar à vontade! -e saiu do quarto.-

  Entrei no meu closet, me sequei e já aproveitei pra pôr um pijama já que não sairia de casa tão cedo e quando voltei pro quarto me deitei mesmo com a toalha na cabeça. Estava cansada mesmo e muito triste, não queria falar com ninguém nem tinha coragem pra encarar ninguém. Me sentia exposta de alguma maneira e isso não me deixava ficar bem, sem contar os flashes que passavam na minha cabeça de toda a madrugada passada.
  Encostei a cabeça no travesseiro e tudo o que eu queria era dormir, dormir e acordar desse pesadelo. Ou pelo menos ter aquele tempo pra eu por minha cabeça no lugar e pensar sem que ficassem me enchendo de perguntas o tempo inteiro e me forçando lembrar do que eu a todo momento estava tentando esquecer. Era confuso eu sei, mas agora essa a minha realidade. Eu estava preocupada demais, com que cara eu olharia pro Luan? Será que quando eu o olhar nos olhos terei coragem de contar tudo o que houve, ou farei o que Murilo me ordenou e não abrirei a boca?

~.~

  Olha nem torturei tanto vai. Foi um sequestro relâmpago, porém o término dele trouxe alguns pontos de interrogação. O que acham que a Nanda fará? Vai abrir o jogo ou esconder tudo do Luan e inventar uma mentira na intenção de proteger a filha dele?

PS: O que acham de mais um hoje? Mas assim tem que ter bastante comentários! Beijos!