Capítulo 162

Narrado por Fernanda

  Por volta de 20h meu celular começou apitar, mensagens no Whatsapp, ligações e até mensagens na caixa postal. Não era difícil saber quem era, meu noivo que  estava tentando me dobrar e isso era mais que perceptível.

  Tentei ao máximo ignorar, fingir que não era ninguém. Mas, não consegui! O celular toda hora acendendo estava me distraindo, tirando toda minha atenção das coisas que estava fazendo: mandando emails, alterando dados das planilhas e digitalizando documentos. Antes de o responder apaguei todas as mensagens da caixa postal sem nem mesmo escutar, apaguei as ligações e quando abri o app fui respondendo sem nem me dar o trabalho de ler as mensagens de antes.

_ Cachorro! -falei pro celular, jogando-o em cima do sofá.-

_ Meu genro? -assustei com ao olhar pra porta e ver minha mãe escorada nela.-

_ E tem outro mais sem vergonha que ele?

_ (riu) Brigaram?

_ Não, não brigamos. É que eu estou bem chata e sei disso, só que ele como meu noivo e pai do nosso bebê, deveria ao menos se importar mais comigo.

_ Querida, Luan te liga todos os dias e ainda manda mensagens.

_ Ele foi viajar e nem sequer lembrou da minha consulta, porque não me procurou e passou o dia sem perguntar como tinha sido. E veio atrás de mim hoje! Hoje, mais de dois dias depois. Sem contar que saiu daqui todo nervosinho porque estava com sono.

_ Filha...

_ Ok. Ele não é obrigado a me ligar, nem a se preocupar comigo. Mas, eu sinto falta.

_ Tá carente, Fernanda?

_ Não é carência, no meu caso é... Nem eu sei, viu. -larguei tudo e recostei na cadeira.- Será que vai ser assim até o fim da gravidez?

_ Pode ser que sim. Mas, você sabe que esse seu estresse passa pro neném.

_ Será, mãe?

_ É verdade, Nanda. Tenta se acalmar, vamos dar uma volta pra você relaxar um pouco, tomar um ar e voltar mais calma.

  De tanto minha mãe insistir nós fomos andar, caminhamos por longos minutos dentro do condomínio mesmo e depois paramos no playground e nos sentamos na balança e ficamos ali sentindo o vento, conversando, dando risada e lembrando dos meus tempos de criança.

_ Meu neném terá ótimos avós.

_ E uma ótima mãe. -sorriu e eu sorri desconfiada. Será que seria mesmo?- Por que essa carinha?

_ Insegurança, talvez...

_ Talvez? Fernanda, você sempre foi muito decidida quando envolvia os sentimentos das pessoas. Mas, quando se trata dos seus... Você simplesmente se fecha, cria uma proteção e se cala. -falou tranquila, nem parecia que aquilo era uma crítica.- Como realmente se sente com tudo isso?

_ Bem confusa, estou me sentindo muito pressionada e de todos os lados. Sabe, são muitas perguntas, vindas de muitas pessoas e eu nunca gostei de pressão. Nunca, e você sabe disso.

_ Pressionada, Fernanda?

_ É. Não tem quem não pergunte dessa gravidez, não tem quem não diga que terei que ser uma boa mãe, uma boa esposa... Eu sou eu, e acabou.

_ As vezes tenho a impressão de que você não está feliz.

_ Não é que eu não esteja, não sei demonstrar tão explicitamente essa minha felicidade. Não estou soltando fogos mesmo, mas estou levando normalmente ué.

_ Normalmente?

_ Na minha. -foi minha última fala antes de parar e olhar as estrelas.- 

_ Posso te aconselhar?

_ Sabe que sim.

_ Ora, pede pra Deus te trazer muita paz e te ajude para que tenha uma gravidez tranquila. E outra coisa, para de absorver tudo de "ruim" que lançam sobre você! Você é capaz de ser uma ótima mãe e uma ótima esposa, e será. Basta ter confiança em você mesma! -sorriu e se calou assim como eu.

  O que minha mãe disse era um fato, afinal ela sempre sabia bem o que dizia. 

  Decidimos voltar pra casa, caminhamos um pouco mais e quando chegamos meu pai estava andando pela sala com o Heitor no colo.

_ Nossa onde estavam? -perguntou ele tentando acalmar Heitor que chorava.-

_ Andar, ver as estrelas... A noite está linda.

_ Linda mesmo, amor. -afirmou minha mãe.- E vocês, o que fazem acordados?

_ Ele acordou chorando, só aí notei que você não estava no quarto e nem pela casa.

_ Desculpa. -disse indo até ele e pegando meu irmão no colo.- Mamãe tá aqui príncipe, para de chorar. Para... -mexia em seus cabelos e aos poucos Heitor foi acalmou, foi aí que ela o amamentou.-

_ Mãe obrigada pela companhia, agora vou dormir. Boa noite. -beijei seu rosto.- Boa noite, pai.

_ Boa noite, princesa.

  Dias depois {...}

  Bruna e eu junto com as outras madrinhas fomos fazer a prova do vestido e eu mesmo desconfiada, fui.

_ Aí, ficou muito linda.

_ Super. Tá vendo o tamanho desses peitos? -falei ajeitando o vestido em frente ao espelho.- Bunda gorda... Não ficou feio, mas está volumoso demais. -fui sincera e minha sogra assentiu.-

_ Podemos ajustar conforme seu gosto.

_ Por favor. -Bruna riu.-

  Ficamos na loja por um bom tempo, quando meu vestido ficou "pronto" tivemos que ver os das outras, e eu nem opinava, apenas observava.

  Voltei pra casa estava anoitecendo, eu estava cansada e com os pés um pouco doloridos. Abri a porta e entrei dando de cara com meu noivo sentado no sofá, segurando flores.

_ Luan? -perguntei pra ter certeza e ele se levantou. Fechei a porta e devagar caminhei até o sofá, onde deixei minhas coisas.-

_ Surpresa. -sorriu lindamente.- Pra você. -deu-me as flores.-

_ Surpresa mesmo, obrigada. -as recebi e respirei fundo inalando seu cheiro e dizendo que as colocaria num vaso.- Chocolate? Nas flores?
_ Pensei que gostaria. -voltou a sorrir, fiz o mesmo pegando um bombom e levando até a boca dando uma mordida bem gostosa.-
_ Hmm... Ferrero Rocher, eu amo.
_ Acertei, então?
_ Você sempre acerta. -me sentei e ele fez o mesmo, continuei comendo quieta e ele me olhando.- O que foi?
_ Não ganho nem um beijo?
_ Está merecendo? -perguntei querendo rir.-
_ Viajei por três horas sem dormir, fui pessoalmente comprar as flores e os bombons eu mesmo que tive a ideia. E ainda convenci seus pais de que seria uma bela surpresa.

_ Queria conseguir ficar brava com você. -falei deixando o buque de lado e me aproximando dele, lhe dando um beijo gostoso e que eu estava morrendo de saudades. Aquela boca gostosa, aquela língua veloz e suas mãos habilidosas. Hmm, que saudades!- Tudo bem?
_ (riu) Agora está ótimo. -nos beijamos outra vez.- Não estava mais aguentando ficar assim com você.
_ Por culpa sua. Toda sua.
_ Amor...
_ É culpa sua sim, você foi embora e não deu mais sinal de vida, não quis saber da consulta e quando foi me procurar imaginou que eu responderia numa boa... Sinto muito, mas sou chata demais para ceder assim tão fácil.
_ Você é muito complicada, sabia? -perguntou segurando minha mão e me olhando nos olhos.-
_ Você que é lerdo demais, tudo isso poderia ser evitado. -conclui pegando meu celular e desbloqueando.-
_ Jura que vai mexer no celular, agora?
_ Preciso tirar uma foto, antes que coma todos os bombons... Primeira vez que recebo um desses.
_ Ai meu cristo viu. -disse pegando o dele também.-

@fermarques: Tem como não te amar @luansantana? ♥

_ É, não tem como não me amar mesmo gatinha. -tirou o celular da minha mão e voltou a me beijar, deitando-me no braço do sofá e subindo sua mão até minhas costas.-
_ Não que está indo muito rápido não?
_ Não pro tamanho da minha saudade.
_ Muito grande?
_ Demais da conta, tava guentando mais não. Tive que vir pra cá direto.
_ Sem banho?
_ Tô cheirosinho amor, muito. -risos.-
_ Eu não, preciso de um banho. -falei mordendo sua boca e o empurrando de cima de mim.- Vai esperar aqui embaixo?
_ Não com esse bicho feio me olhando.
_ Acostume-se com ele. Lupy é da família há muito tempo viu, lindo.
_ Vai subir descalça?
_ Vou, essa sapatilha está machucando meus pés. -fiz careta.-
_ Já está ficando com os pés gordinhos? -riu.-
_ Não só os pés. -disse agachando e pegando minhas sapatilhas.- Minha bunda também já não é a mesma.

_ Está maior e ainda mais bonita.

_ Minhas roupas estão começando ficar apertadas... -fomos conversando até chegar no quarto, ele se sentou na cama e eu fui pro closet.- ... Claro que vou, não sei quando.

_ Tô até feliz, sem decotes, sem roupas curtas ou transparentes. -eu não estava vendo, mas sabia que ele estava comemorando.-

_ Engano seu, serei uma grávida muito da gostosa meu amor. -me gabei.-

_ Disso eu não tenho dúvidas, mas tem que ser só pra mim.

_ Não sei, tenho que pensar. -disse ao prender os cabelos. Fui tirando a roupa e fiquei apenas de calcinha, vesti meu roupão e escolhi um pijama pra vestir. Saí do closet e fui até minha bolsa.- 

_ Eu já tomei banho, mas se quiser posso tomar outro. -dei risada e continuei o que fazia.- O que você acha?

_ Acho que você tem que ficar quietinho aí e me esperar pra fazer massagem nas minhas costas, meus pés... -falei toda calma.-

_ Virei o que agora?

_ Nada ué, é só um favor para uma grávida cansada e com os pés doloridos.

_ Hm... -risos.-

_ Já venho. -larguei o celular em cima da penteadeira e fui para o banheiro e realmente não demorei. Desliguei o chuveiro e saí do box, fui secando todo meu corpo e enrolei-me na toalha. Voltei pro quarto e entrei no closet, vesti meu pijama e passei meu hidratante corporal.-

_ Tá cheirosa hein, Pichuletinha. -disse entrando no closet.- Deixa eu sentir de perto. -continuei como estava e ele veio até mim dando um cheiro de arrepiar, quase derrubo o pote de creme e ele dando risada.- Ôh trem bão!

_ Uma delícia né? Amo. Deixa a pele macia e perfumada.

_ Propaganda?

_ Só se for de lingerie. O que acha?

_ Pra mim pode tudo. -guardei minhas coisas e voltamos pro quarto nos enroscando um no outro até que encontramos a cama.- Pra que tomou banho hein? Acho que vou te fazer suar tudo de novo.

_ Sa fa di nho. Vamos descer, quero comer. -o vi revirar os olhos e fazer uma careta daquelas.- Tenho que comer de três em três horas. E tô sem comer desde que saímos da loja de noivas. 

_ Mamusca disse mesmo que vocês iriam. Gostou do vestido?

_ Ah. Não que eu não tenha gostado, mas fiquei com uns peitões amor e o decote maior do que eu imaginava.

_ Trocou, né?

_ Não, pedi pra aumentarem uns dedinhos. Só não tive paciência pra aguentar as amigas da sua irmã. Tirando duas o restante meu deus. Chatas, frescas e nojentinhas demais pro meu gosto.

_ Nossa amor (riu). Que isso, hein...

_ Elas tem muito saco isso sim, porque eu escolhi um vestido e fiquei com ele até o fim. Agora elas, nossa, cada uma deve ter provado uns dez e não é exagero meu. Aquela Dani, só ela foram 12.

_ E você não veio embora?

_ Eu não, sou uma pessoa sociável.

_ Super. -risos.-

_ Tá cheio de gracinhas, né?  Continua assim viu. Ridículo. -saímos do quarto e seguimos em direção as escadas, meus pais e meu irmão não haviam dado sinal de vida. Entramos na cozinha e senti o cheiro de batata gratinada com o macarrão ao molho branco que Martinha fazia melhor que ninguém. Não demorei para pegar os pratos e Luan foi me ajudando a colocar a mesa.- Vai jantar né?

_ Uhum. Se bem que eu comi pouco antes de vir pra cá, mas essa comida tá com uma cara tão boa...

_ Melhor comer pra não ficar com verme.

_ Com verme? Não é lombrigas, não?

_ Sei lá, senta e come logo.

_ Delicada até demais.

_ Super meu amor, super mesmo. 

    Sentamo-nos à mesa nos servimos. Eu estava mesmo com fome, comi e ainda repeti a dose. Luan não estava nem acreditando, mas a verdade era essa. Depois que fiquei grávida meu apepite aumentou, pelo menos agora no fim do primeiro trimestre.

_ Cara, que delícia. -disse ele terminando de comer.- Só não pego mais porque aí já é gula.

_ Eu não passo vontade, mas também não exagero. O Lipe me mata.

_ Lipe? Que história é essa?

_ Meu médico e do meu bebê. -falei ainda de boca cheia e ele começou torcer o nariz.- Que foi?

_ Não acha que esse médico tá muito... Muito...

_ Ah não, para tá! -ri.-

_ O que?

_ Tá com ciúmes do médico agora? Luan ele é um amor.

_ Amor? Você teve duas consultas com ele. Duas e já está achando ele um amor?

_ Foram quatro consultas, tá? E assim, ele é muito de boa. Se preocupa demais com o nosso bem estar. -sorri passando a mão na barriga e me lembrando do doce que havia ganhado na última consulta.-

_ Aí carai, tô ficando mole mesmo. Será que tenho que ir em todas as consultas agora?

_ Se for tem que ser por causa do seu filho e não do seu ciúmes. -disse bem séria, muito mesmo. Tanto que ele ao perceber meu tom de "grosseria" ficou me encarando.-

_ Que patada.

_ Patada? Não achei.

_ De boa. Tá certinha... -não tocamos mais no assunto, terminamos de comer, eu tirei as coisas da mesa pondo-as na cozinha enquanto ele foi pra sala. Quando terminei subi pro quarto, escovei os dentes e desci.-

_ Lu?

_ Hm? -continuou mexendo no celular, nem me olhou.-

_ Olha pra mim. -pedi e ele olhou sem nenhum interesse.- Amor...

_ Agora é amor, né? Na hora de me dar uma puta de uma patada não era amor nenhum. -falou digitando algo no celular.- Pensa que eu tenho que escutar tudo calado e quando você estiver de bom humor eu tenho que ficando sorrindo, me arreganhando todo.

_ Nossa, Luan... Me desculpa. -fui até ele pegando o celular e pondo em cima da mesa de centro. Ele voltou a recostar-se no sofá e cruzou os braços.- Vai fazer greve de silêncio? -ele não falou nada. Deitei a cabeça em seu peito e fui colocando a mão por dentro de sua blusa alisando sua barriga, passando as unhas e ele ficando todo inquieto.- Amorzinho? -comecei dar leves mordidas sem deixar de arranhar aquela pele macia de neném.-

_ Para cacete. Não tô com graça.

_ Você veio pra me ver, pra ficar comigo. Se for pra ficar em silêncio que seja por estar ocupado me beijando.

_ Então cala essa boca. 

   Quatro palavrinhas mágicas. Tive nem tempo de pensar, ao abrir a boca e pensar em uma resposta já senti seus dedos entre os meus cabelos prendendo e puxando minha cabeça pra trás. Sentia seus beijos no meu pescoço e subindo até minha boca iniciando aquele nosso beijo gostoso e cheio de saudades. Nossa, eu precisava daquilo. Estava muito tempo sem e não fazia ideia do quanto era bom beijar aquela boca gostosa.

  De fato o calor ia aumentando e nem mesmo o ar condicionado estava dando conta, à essa hora eu já estava deitada naquele sofá enorme com as costas apoiadas em almofadas sentindo parte do peso do Luan em cima de mim, já não sentia somente seus beijos e sim seu toque firme e preciso na minha coxa, subindo e se aproveitando por eu estar nua por baixo da roupa de dormir.

_ Meus pais podem chegar, você sabe disso. -falei ofegante e entre pausas.- Vamos pro quarto?

_ Aqui tá mais gostoso, eu gosto do perigo. 

  E não era mentira. Que perigo gostoso, foram os minutos mais rápidos da minha vida e os mais gostosos, nossa cara eu estava jogada no sofá com os cabelos grudados na testa e ele beijando meu decote, deixando sua marca. Segurei sua mão que estava querendo apertar meus seios e ele riu dando-me uma mordida e se afastando.

_ Tá linda, sabia? -neguei.- Muito linda. Mas, agora de veste. Vai que alguém chega.

_ Deixa eu vestir sua blusa... -fiz manha e ele me entregou.-

_ Tô acabado... Muito sono (bocejou). 

_ Vamos dormir?

_ Cedo desse jeito?

_ Pra uma grávida qualquer hora é hora de dormir. Vem logo, que ninguém é obrigado a ver essa sua bunda branca.

_ Vou tomar um sol pra ela ficar da cor do pecado.

_ Capaz de pegar uma insolação, mas não arruma nada. -ri me vestindo e ele fez o mesmo pondo a cueca. Subimos pro meu quarto, tranquei a porta logo depois de entrarmos e fomos direto pra cama. Sem banho, sem nada além de uns amassos "inocentes".-

_ Será que vai demorar muito? -perguntou já quando estava quase pegando no sono.-

_ Hm?

_  Demorar, Fê.

_ Pra que, amor? -devolvi a pergunta ainda de olhos fechados.-

_ Pra descobrir o sexo do bebê e ele mexer logo.

_ Cada bebê é de um jeito, Filipe disse que pode ser que demore e pode ser que não. Depende muito.

_ Você podia colaborar com o papai, né? -colocou as duas mãos.- Juro que te dou um doce quando cê sair daí, mas me conta o que cê é uai.

_ Acha que vai descobrir na base da troca, é?

_ Negociação, mulher. Negociação.

_ Uhum, muita... -fiquei quietinha, com a mão por cima da dele e escutando a conversa toda até meus olhos pesarem e eu dormir.

                                   (...)

  Acordei cedo por estar mais que acostumada e Luan ainda dormia todo largado na cama, com o rosto coberto. Levantei e calcei meus chinelos, fui para o banheiro e fiz o que tinha que ser feito. Saí do quarto e fui ver se Heitor tinha acordado e lá estava ele no "berço" com os olhos bem abertos e aquele sorriso banguela em seu rosto.

_ Bom dia meu amor. -inclinei meu corpo sobre ele e iniciamos nosso papo matinal. Fomos os dois para a sala, Martinha já estava lá e Lucila não viria hoje.- Martinha, eu amei o jantar de ontem e o Luan mais ainda, queria até repetir.

_ E ele gosta dessas coisa é?

_ Ama, ainda mais que ele é fresco e não come macarrão com carne moída. Que também é uma delícia.

_ Sua mãe disse mesmo, mas eu nem sabia que ele vinha.

_ Tava meio brigada com ele, ele veio fazer as pazes.

_ Aí que bobagem. Saudade dos meus tempos de namoro, e que saudades.

_ Não anda dando uns beijos no seu marido?

_ Beijo nada, menina. Chega uma idade que queremos só saber da companhia e só.

_ Espero chegar nessa fase beijando muito.

_ Se depender de mim vai hein. -olhamos para a entrada da cozinha e lá estava meu noivo com cara de acabado, cabelos todo bagunçado, cheio de mordidas no peito e samba-canção. Estava lindo demais, puta que pariu. Muito gostoso.- Bom dia (selinho). Bom dia cunhado. -tocou na mão do Heitor que o encarou franzindo a testa.- E bom dia pra cozinheira mais linda do meu universo, Martinha. -apertou ela toda, dando um beijo demorado em seu rosto e fazendo nós duas dar risada.-

_ Bom dia. -nós respondemos.- Levantou cedo hein.

_ Pra aproveitar a folga. -disse puxando a cadeira e se sentando ao meu lado.- Vai fazer o que hoje?

_ Nada. Estou de folga, meu pai está matando a saudade da CDM.

_ Bora lá pra casa?

_ Amor, minha mãe vai ficar aqui sozinha com o Heitor?

_ Uai, vai ir embora é Martinha?

_ Eu vou meu filho, fico até o almoço.

_ Chama sua mãe e bora tamém. Garanto que ela vai gostar.

   Não discuti. Terminamos de tomar café e voltamos para a sala, não demorou e minha mãe desceu tomada banho, maquiada e bem vestida. Estava pronta para aproveitar o dia, primeiro foi comer e quando voltou para amamentar nós lhe perguntamos se ela gostaria de passar o dia conosco na casa dos meus sogros e a dona Analice amou a ideia, tanto que subiu pra arrumar meu irmão enquanto eu e Luan fizemos o mesmo.








~.~

  Capítulo bem intenso, amo ❤

PS: Esse capítulo era pra ter saído na terça, mas fiquei sem sinal de internet e teve somente hoje.