Capítulo 172

Narrado por Luan

  A emoção tomou conta de mim, chorei enquanto nos beijamos, sentindo seus braços me envolverem em um abraço, deixando as lágrimas de felicidade rolarem. Deitei minha cabeça em seu ombro, sentindo suas carícias e fiquei assim até que me recuperasse para dizer algo.

_ Mô, para de chorar? -limpava minhas lágrimas.-

_ Eu... Tô muito feliz (selinho). Te amo.

_ Nós amamos você, gatinho. -nos abraçamos outra vez e sentimos alguma nas nossas pernas. Era Melissa, a peguei no colo e demos um beijo de cada lado do seu rosto de boneca.-

_ Por que cêis tão chorando? Tão triste que não é a Luana?

_ Não meu anjo, estamos felizes que agora temos um casal. Você, nossa princesinha e o Arthur, nosso príncipe. -Fernanda disse.-

_ Eu gostei, ele nem vai pegar minhas bonecas. -riu.- Papai, cê ainda vai me dar doce?

_ Vou te encher de beijos, pode?

_ Sim! -risos.-

_ Como sabia que era menino?

_  A mamãe me disse. -olhei indignado para Fernanda, onde já se viu.-

_ Amor!

_ Luan, ela guardou o segredo durante uma semana e ainda me ajudou a te enrolar. -risos.- Mas, te amamos. Bate aqui filha!

_ Então quer dizer que estavam todas contra mim?

_ Todas não! E nem estávamos contra, apenas querendo fazer uma surpresa.

_ E que surpresa! Parabéns, Pi! Agora a Laurinha vai ter um priminho... -Bruna me abraçava.-

  E assim seguimos com as brincadeiras, danças, comes e bebes. E muita foto! Futuros planos e agora muita gente saberia que minha noiva estava esperando um menino.

Narrado por Fernanda

  Meu maior medo foi a reação da Melissa e por isso pensei que fosse melhor que ela soubesse por mim. Queria que ela entendesse que mesmo eu estando grávida, eu jamais iria deixá-la de lado ou amá-la menos, pelo contrário lhe amaria ainda mais. E quando contei ela ficou feliz de primeiro momento, porque pensou no "não ter que dividir os brinquedos de menina", ela tinha cinco anos e eu não poderia exigir muito dela. Com o tempo a ciúmes iria desaparecer, até porque na cabeça dela eu poderia estar dizendo uma coisa e quando o irmãozinho nascesse fazer outra. Então assim que eu e a Mari voltamos para sua casa eu conversei com a Mê, contei tudinho e esperei sua reação que foi um abraço gostoso seguido de um amo você, tá!

(...)

  Com a família e amigos sabendo eu estava sendo ainda mais paparicada. As amigas que já eram mães e mães de meninos me diziam que era bem mais tranquilo que menina, até minha mãe e minha sogra comentaram... Mas, quem gostou mesmo foi os vovôs do meninão! A disputa começou ali de quem ensinaria jogar bola, pescar e essas coisas tudo.

  E graças à Deus foi muito tranquilo, muito animado, pude relaxar e rir muito. Os homens alguns com as esposas, ou solteiros sondando o terreno, outros bebendo e conversando e meu noivo sentado junto comigo, escutando os assuntos e sem dizer muita coisa.

_ Quietinho, Pi. O que foi?

_ Tava me recuperando do susto! Estava me preparando para vir outra menina... Pensa só cara, três de tpm! Sem contar que ia precisar de mais uma arma.

_ Aí Luan, você e esse papo de arma outra vez.

_ Melissa tá crescendo e esperta demais pro meu gosto.

_ Isso é. -Dudu concordou.- Sabe que eu acho que a Manu vai pelo mesmo caminho? Agora o Nicolas é mais tranquilo, naquelas mais é.

_ Que continue tranquilo, porque se puxar a mãe dele eu tô na merda. -dizia Soraya.- Porque eu sempre gostei de bagunça, sempre! Agora o Eduardo por mais que trabalhasse com música era bem mais tranquilo que eu.

_ Arthurzinho se puxar qualquer um de nós dois vai gostar de farra. -risos.-

_ Eu sou uma mulher culta, ele vai querer saber dos estudos.

_ Estudos de anatomia. -Lila zoou.- Mas, relaxa amiga o seu ainda é um só e eu que tô lascada. Pensa nos meus loirinhos na adolescência...

_ Vai trancar dentro de casa?

_ Espero que não. -risos.-

  Fiquei um pouco ali, mas também fui conversar com as primas do Luan que estavam presente. "Pra não dizerem que eu sou chata, que sou uma sem educação." E elas tinham um papo gostoso, trocamos idéias bem bacanas... Eu gostei.

(...)

  Mais pro fim do dia eu já estava um pouco cansada, meus pés querendo inchar. Então subi um pouco e fui tomar banho e depois me sentei um pouco recostada na cabeceira da cama.

_ Precisa ficar toda gata pra ir dormir? -veio pondo uma mão de cada lado do colchão afundando e passando seu nariz no meu.- Te amo. -passei a língua em seus lábios e levei minhas mãos até seu pescoço puxando-o para um beijo mais intenso e mais nosso, sem olhares curiosos nos observando. Eu e ele e quatro paredes, onde tudo é válido, tudo é gostoso (quando há consentimento).- Tirei uma foto sua...

_ Ah amor, que foto?

_ Olha no insta depois. -beijou minha testa e depois saiu do quarto fechando a porta.-

_ Depois o caramba, vem, fala e sai me  deixando curiosa. Ridículo!

  Tirei o celular do bolso do shorts e abri o insta as notificações eram muitas tanto que a dele mesmo nem apareceu, entrei em sua conta e lá estava minha foto com uma legenda super Luan.

@luansantana: Dizem que o amadurecimento vem com o tempo. E é verdade, sou prova viva disso. Há cinco anos atrás eu era um moleque e me preocupava em "curtir", ficar com várias mulheres, uma em casa lugar e foi assim que conheci a mulher que me trouxe o susto e alegria de ser pai pela primeira vez e foi dessa forma que segurei o freio e passei a pensar um pouco mais na vida. Mas, a teimosia fez com que eu voltasse a procurar "uma vida normal" nas baladas e foi a melhor coisa que eu fiz, porque entre muitas mulheres ela se destacou, se mostrou ser diferente... Seriam seus olhos? Que mostram intensidade. Seu sorriso? Que mostra que por trás de um rosto de menina sempre mora uma perversão e malícia. Seu belo corpo? Não. Foi sua autenticidade, sua maneira de viver foi o que me atraiu e me vi perdidamente apaixonado e pronto para enfrentar o que fosse para que estivesse ao seu lado. E não foi fácil, não foram somente felicidades. Ralei muito, suei muito e veio o pedido de namoro... Risadas, brigas... "Tapas" e muitos beijos! Casal perfeito? Na minha opinião sim, porque o prefeito não é aquele que não tem desentendimentos e sim aquele que faz deles um ponto de partida para se adequarem, aprenderem um com o outro e crescer, imaginar uma vida à dois. Foi assim que encontrei a pessoa certa para que estivesse ao meu lado e fazendo-me entender porque todas as outras não deram certo. Obrigada por ser assim, por ser você e por fazer vir de você o segundo maior motivo pra sorrir... Nosso filho, nosso Arthur. Estou que não me aguento de felicidade, estou a cada minuto ainda mais bobo. Não vejo a hora dele nascer, assim como não vejo a hora de te encontrar no altar. Te amo, Pichuletinha! Minha @fermarques ❤

"Não! Calma... Respira! Tem um olho na sua lágrima querida, para com isso... Respira fundo e engole esse choro, mesmo que seja de felicidade. Eu hein."

  Fiquei sem palavras para responder, comentei euteamo ❤. Sabendo que rolariam comentários do tipo: "que fria" "isso lá eé resposta?" Mas, foda-se o que conta é minha sinceridade.

  Deixei o celular de lado e fui lavar meu rosto que estava vermelho, meu nariz mais ainda... Voltei pro quarto e ignorei toda música, conversa e descansei por algum tempo.

(...)

  Lembro-me de ter acordado muito tempo depois, Luan estava se deitando ao meu lado e eu sem sono, na verdade estava com fome.

_ Acordou, princesa? -perguntou se virando de frente para mim.-

_ Dormi demais e fora de hora. Acordei com fome. -fui dizendo enquanto prendia os cabelos fazendo um nó bem no alto da cabeça.- Será que sobrou alguma coisa?

_ Tem bolo, uns salgados... Ah, deve ter mais coisas na geladeira, pelo forno.

_ Tá, vou lá comer. Tô com um buraco no estômago. -falei me levantando, calcei meus chinelos e depois de ajeitar minha roupa saí do quarto fechando a porta e desci em direção à cozinha.- Ainda por aqui, cunhada?

_ Laura não dormiu ainda, com esses horários doidos e no colo de um e de outro, ela despertou. -dizia ela balançando a neném que estava no bebê conforto em cima da mesa.-

_ Posso pegar?

_ Aí que besteira, claro que pode Nanda. -peguei Laura no colo e fiquei brincando com a pequena enquanto Bruna ia preparando algo para comermos e estava com uma cara ótima.- Sério, fiquei muito feliz quando soube que vem um menininho.

_ Eu fiquei também, porque já temos a Mê e outra menininha deixaria ela com ciúmes, pelo menos de início.

_ Ah, mas não acha que ela vai ter ciúmes do irmão?

_ Até rola sim, mas não tanto. Eu espero, né. -risos.- Temos dois meses para preparar essa chegada.

_ Você não vai nem sentir, quando piscar já está no mês de abril. E o casamento saí em maio? Mês das noivas?

_ Precisamos pensar com calma, até porque vai ser um único dia que ficará marcado por anos e anos. Tem que ser muito bem pensado.

_ Isso eu concordo também. Mas, você já deve ter pensado em alguma coisa... Não é?

_ O lugar! Muito minha cara e meu sonho desde que pensei em casamento.

_ Onde? 

_ Numa ilha, não importa em qual seja. Mas, queria muito e sei que o trabalho é dobrado.

_ Seria lindo mesmo, pensa que maravilha aquele calor, luz do dia... Já comecei imaginar coisas. -risos.-

_ Precisarei de ajuda na escolha das coisas mesmo, mas não agora deixa eu curtir o neném um pouco quando nascer. Né, tia? -ela sorria.-

_ Isso dona Laura, continua bem acordada mesmo. Muito. -ri.- Eu tô com sono, e nem pra ela dormir poxa.

_ Ela já mamou? -Bruna assentiu.- Pode dormir, eu fico com ela. Acabei de acordar mesmo.

_ Jura? Por isso que eu te amo. -risos.- Qualquer coisa me chama, tá?

_ Beleza.

  Bruna subiu, eu e Laura continuamos na cozinha. Eu comia meus salgados e ela olhando curiosa. Tinha que ver, toda bonequinha a coisa mais linda da tia dela.

  Laura e sua curiosidade, não tirava os olhos da minha blusa do pijama, bem colorido e com uma corujinha rosa bem na frente. Ela olhava e sorria, piscava... Vontade de morder, isso sim. Terminei de comer e fomos para a sala, tudo ainda permanecia em silêncio. Sentei com ela no tapete e estávamos interagindo juntinhas, tiramos fotos e ela fez bico deixando eu babando ainda mais.

_ Não acham que está na hora de dormir não? -estava brincando com ela usando meus cabelos. Com o susto levantei a cabeça rapidamente olhando pra cima.- (riu) Tá linda hein.

_ Vai assustar sua mãe, seu feio. -ele ria ainda mais.- Ridículo você ficar me assustando.

_ Você que tá ai sem ter noção da hora. -sentou no sofá.- E esse cabelo?

_ Para vai, eu estava brincando com a sua sobrinha.

_ Nossa. Nossa sobrinha. -falou pegando Laura do chão, levantando a menina.-

_ Luan, ela mamou e vai gorfar na sua cara.

_ Vai não, né princesinha do tio. -beijava seu rostinho de bonequinha.-

_ Luan, para. E se ela tiver alergia a sua barba? -perguntei e ele fez careta.-

_ Eu acho que não tem não! -continuou brincando.-

_ Melhor não arriscar! -risos.- Sabe, queria dar uma volta. Tá calor aqui dentro, vamos?

_ Tô de cueca, amor. -fechou os olhos.-

_ Não iremos sair da chácara, só vamos lá fora um pouquinho e voltar, vai ver a Laura até pega no sono.

_ Difícil hein. -risos.-

  Andamos um pouco e nos sentamos perto da árvore, que era nossa maior sombra durante a tarde e nosso melhor ponto de observação da lua quando estava de noite.

  Conversamos um pouco, brincamos com a Laura... Luan entrou e quando voltou trouxe o violão e foi assim que Laura dormiu, ouvindo o titio tocar e cantar.

(...)

  Não precisamos levar ela pro quarto da Bruna, imaginei que minha cunhada estivesse dormindo e não foi bem isso que rolou. Ao chegar na porta do quarto escutei uns gemidos e até tentei disfarçar que era pro Luan não encher o saco, mas ele percebeu, colocou o ouvido na porta pra ficar escutando.

_ Poca vergonha! Uma mulher casada, mãe de família fazendo umas coisas dessas.

_ Exatamente (ri). É casada, é mãe, dona do próprio nariz e transa com o marido quando tiver vontade viu, lindo.

_ Isso não é certo.

_ Ah, não? Quando nos casarmos você vai ficar sem sexo, também? -ele engasgou com a água que tomava e eu comecei a rir.-

_ Brinca não. -sentou na cama.- Como eu vou dormir agora?

_ Fica acordado, aproveita e fica de olho na Laura. -ajeitei ela na cama, bem no meio o que fez Luan resmungar mais ainda dizendo que ele ia ter que dormir longe de mim porque a irmã dele estava no bem bom. Que ele estava na seca e blá blá blá... Drama puro.- Luan, já deu. Cala a boca.

_ Nossa...

_ Te amo. -fechei os olhos e dormi.

  Num piscar de olhos o dia amanheceu, ou parecia ter amanhecido. Era a pequena com um chorinho bem fininho e se mexendo toda na cama.

_ Amor?

_ Hm...

_ Acorda...

_ Acabei de dormir...

_ Preciso de ajuda, a Laura tá chorando.

_ Leva ela pra mãe dela uai...

_ Luan...

_ Para de encher o saco, vai! -e virou de bunda pra cima colocando o travesseiro em cima da cabeça.

  Não chamei mais. Levantei no escuro mesmo, procurei a chupeta em cima da cama e pus em sua boca só que não adiantou muito, ela estava com fome... Peguei-a no colo e saímos as duas do quarto, abri a porta do quarto do casal e estavam no décimo quinto sono e achei maldade acordar a bichinha depois de uma maratona, ter tirado as teias de aranha da ppk... Fui pra cozinha e por uma maravilha divina minha amiga estava lá comendo.

_ Lila você ainda tem leite né? -ela olhou confusa.- Ôh tonta é pra dar de mamar pra Laura.

_ Pensei que você queria mamar.

_ Se for pra mamar que seja da piroca do Luan e não dos seus peitos, credo. -risos.-

_ Ridícula. Tinha que ser mulher dele mesmo. Espera eu terminar de comer que aí eu dou.

_ Ela tá com fome amiga, vai logo...

_ Chata hein... Cade a mãe dela? -olhamos uma pra outra e com o olhar cúmplice começamos a rir, e foi a crise de risos. Quem tem uma amiga como a Dalila não precisa de mais nada.-

 Depois que minha sobrinha estava alimentada só troquei sua fralda e ela voltou a dormir, coloquei ela do lado do tio e travesseiros em volta e desci pra fazer companhia para a minha amiga que estava sem sono e foi assim que o dia começou...

  Ao poucos o pessoal foi acordando, ligando churrasqueira, preparando o almoço e colocando trajes de banho e o domingo estava apenas começando. Um sol maravilhoso, risadas gostosas e registros de um fim de semana incrível. 

_ Nossa amor, tô com uma sede... -disse saindo da piscina e me molhando.-

_ Você entra ali naquela porta, vira a esquerda e vai dar de cara com um corredor... Continua andando que você vai encontrar a cozinha, aí você abre a geladeira e pega a água. -ele me encarou de boca aberta, ainda piscou sem acreditar.-

_ Nossa, te fiz alguma coisa?

_ "Para de encher o saco, vai." -repeti.- Estou apenas te ajudando lindo, não quero encher o seu saco. -falei me levantando e saindo.-

_ Fernanda... -nem me dei o trabalho de olhar pra trás.-

_ Aconteceu alguma coisa?

_ Aconteceu que eu tô com vontade de beber um copo cheio de caipirinha... Bem geladinha e me jogar na piscina. -soltei a respiração e ao abrir os olhos minha mãe e a Mari estavam de olhos arregalados.- O que foi gente?

_ Não pode ser uma limonada no lugar da caipirinha? -minha mãe perguntou e todos rimos.- 

_ Eu mesmo posso fazer...

_ Você pode é curtir esse sol, essa piscina... Você veio de convidada dona Marta.

_ Eu sei, mas é que...

_ É que nada. Aproveite a folga.

  (...)

  Os homens foram para a "quadra" jogar o futebol e eu e as meninas foram dar uma volta de jetsky, meu pai que se encarregou de nos levar... Porém a emoção não era a mesma, sendo assim fomos revezando: eu e a Lila, Lila e a Bruna, Bruna e Jessica, e por aí vai.

  Levei até Melissa, mesmo com a minha mãe morrendo de medo. Depois do almoço paramos um pouco pra conversar, e descansar. Aproveitei para mexer no celular, escolhi uma foto e publiquei.

@fermarques: Porque quanto mais beijos, melhor. ❤ #ArthurGaranhão #ArthurChegando

  Não estava com inspiração para uma legenda super elaborada, deixei apenas essa que apesar de curta, era sincera. Guardei o celular e fui arrumar coragem para arrumar as malas e seguir viagem de volta pra Sampa.

Narrado por Luan

  Que domingo foi esse? Rapaiz do céu, preciso de mais dias de folga com os amigos. Foi um dos melhores fins de semana, aproveitei cada segundo. Uma pena estar acabando, não queria ir embora não. Ainda mais sabendo que seria morto assim que chegasse em São Paulo. 

  Por que? Simples. Fernanda estava uma fera, estava muito brava e qualquer coisa que eu lhe dissesse levaria uma patada e por isso evitei puxar muito assunto pra não passar vergonha na frente dos outros, porque se tinha algo que ela não fazia era fingir nada pra ninguém. Se ela gosta, gosta. E se não gosta, foda-se.

(...)

  A viagem de volta foi cansativo porque eu estava fisicamente cansado e ardendo, porque esqueci de passar o protetor e minha noiva não fez nem questão de me lembrar.

  Meus pais notando o clima de tensão entre nós quiseram trocar, voltar com os meus sogros e deixar Melissa e Fernanda virem comigo. Se deu certo? Não muito. Ela me ignorou de Londrina até São Paulo, passamos na minha casa e deixamos Melissa que estava dormindo e ela sequer desceu do carro, quando voltei ela mexia no celular toda concentrada. 

Narrado por Fernanda

(...)

_ Pronto? -assentiu.- Então vamos... -assentiu outra vez e ligou o carro seguindo para o condomínio onde eu morava.-

_ Amor?

_ Amor? Hm... -continuei no celular, sabendo que ele odiava falar comigo e eu não dar um pingo de atenção. Mas, que se dane.-

_ Desculpa por hoje mais cedo, eu estava cansado poxa... E você sabe como eu sou quando estou com sono. 

_ Pode falar... -apertei a tecla de bloqueio do celular e ele me olhou sem acreditar.- Fala, Luan.

_ Nada.

_ Ótimo. -voltei a mexer no celular e editar fotos, porque não tinha nada pra fazer no celular.-

_ Odeio quando faz isso de propósito... -falou naturalmente assim que estacionou o carro em frente a minha casa. "Jura lindo? É um particular seu... Não acha?"- Larga essa merda e me escuta... -tomou o celular da minha mão e jogou no banco de trás.-

_ Ficou louco? Tá com algum problema? 

_ Fernanda. -fechou os olhos, respirou fundo.-

_ Se eu te chamo você manda não encher o saco, se eu não falo nada também te incomoda... Se decide queridinho, ou eu falo ou fico de boquinha fechada. Do jeito que você preferir... -falei da maneira mais irônica possível e ele ficou louco de raiva. Luan perdia a linha muito fácil quando eu o provocava.-

_ Eu sei o que você quer, e digo que não irá conseguir.

_ O que eu quero? 

_ Foi por impulso, foi um momento quase que inconsciente, eu estava dormindo ainda...

_ Dormindo? Nossa, dormindo e soube dar uma resposta muito da atravessada. Vai ser isso que você vai me responder quando o Arthur nascer? -falei tirando o cinto e me virando de frente pra ele.- Hein?

_ Uma coisa não te... -o celular dele começou a tocar.- Não tem nad... -e não parava, cruzei os braços...- Preciso atender, desculpa.

_ O que seria mais importante que a discussão da nossa futura relação de marido e mulher com um filho recém-nascido? 

_ Alô? É ele, quem é? -revirei os olhos quando escutei uma voz de mulher.- Liara... Hm...

"Oi? O que aquela coisa está querendo ligando no celular do meu noivo? Não estou entendendo... Ah, Luan eu acho muito bom você desligar essa merda."

_ Luan! -ele fez sinal para que eu esperasse.- Não vou esperar porra nenhuma, o que essa vagabunda quer? Aliás... Por que ela tem seu número? -ele tentava falar, e eu continuava falando alto até que ele desligou.- Hein?

_ Por que você tá gritando?

_ Não tô gritando com ninguém. Tô querendo saber porque você estava de conversinha com aquela vadia o tempo em que deveria estar discutindo comigo. E uma coisa muito séria por sinal.

_ Fernanda, meu amor. Eu não quero discutir. -me roubou um selinho.- 

_ Você ainda não me respondeu... É isso que vai me dizer quando o Arthur nascer, Luan? Seja sincero!

_ Claro que não, eu falei aquilo porque... Porque eu... Ah. Fernanda, eu tava com sono e não tenho uma desculpa, uma explicação... Me desculpa...

_ Desculpa não resolve nada. Você me pede desculpas pensando que vai amenizar minha indignação, meu estresse, minha raiva! Odeio quando vice faz isso...

_ Faço o que minha nossa senhora! Ôh mulher complicada, você poderia ser mais flexível!

_ Igual sua amiguinha, né? Deve ser flexível até demais... Louca pra te mostrar a flexibilidade dela.

_ Lá vem você colocar a Liara que não tem nada a ver com a história...

_ Como sabe que era dela que eu estava falando? -voltei a cruzar os braços e ele me olhou assustado.-

_ Você tá pondo palavras na minha boca.

_ Não tô não, você quem disse que queria que eu fosse mais flexível. Sinal de que está me comparando com alguém. Quem é a vagabunda?

_ Não tô te comparando com ninguém. Você é única, mas das minhas exs namoradas você é a mais complicada, a que mais questiona e que insiste em bater de frente comigo. Já percebeu que todas as nossas brigas é você quem dá a última palavra?

_ Porque eu estou certa.

_ Porque você não consegue calar a boca e escutar ninguém. -quando ele disse aquilo eu fiquei sem o que dizer. O chão se abriu e parecia estar me engolindo, tentei até rebater a crítica e não consegui... Limpei a lágrima que havia caído, peguei meu celular e abri a porta do carro pronta pra sair quando ele segurou meu pulso.- Fernanda...

_ O que é hein? Quer que eu fique aí dentro escutando seu desabafo de como eu tenho sido uma namorada inflexível, grosseira, que MANDA em você e que não te deixar ter voz no relacionamento? Não, obrigada. Prefiro calar a minha boca e ficar sozinha dentro no meu quarto. Boa noite, Luan. -me soltei dele e entrei sem nem olhar pra trás, não me preocupando com malas nem nada. Passei pela sala como uma ventania e subi pro meu quarto batendo a porta.

  Tudo bem que eu sou chata. Sou desbocada, mas ele não... Ele é daqueles que guarda tudo o que sente de "ruim" em relação à mim pra jogar tudo de uma vez na minha cara na nossa primeira discussão. 

_ Filha? Tá tudo bem?

_ Sim, tô ótima...

_ Certeza?

_ Tenho mãe... -não escutei mais sua voz, mas sim o barulho da porta se abrindo.- Eu já falei que está... tu do.. bem, mãe? -olhei era ele, o safado sem vergonha e antes que eu me desse o trabalho de xingar ou dizer qualquer coisa do tipo ele veio segurando meus pulsos, me levando para trás e prensando-me na parede, meus olhos encontraram os seus com urgência e nada precisou ser dito quando sua boca tocou a minha e seu beijo foi como um "desarme", senti que não tinha forças quando retribui seu beijo deixando-me levar pelo desejo carnal e por toda a sedução que aquele corpo me oferecia... Estava ofegante, querendo mais e ao mesmo tempo minha mente gritava que eu tinha que parar logo e por ele pra correr daqui. Do nada ele se afastou e eu levei minhas mãos até o peito e tentava controlar em vão as batidas rápidas do meu coração que estava mais que acelerado, minha boca seca... "Luan eu juro que um dia você me mata."-

_ Eu só queria que soube que eu te amo, que você é única, é a mulher da minha vida...

_ Era só isso? -ele assentiu passando as mãos na cabeça.- Então já pode me deixar sozinha.

~.~

   Confesso que foi um fim de semana bem estilo LuNanda, até mesmo a "treta". Será que o Luan consegue dobrar a dona Fernanda?