Capítulo 184

Narrado por Luan

(...)

@luansantana: 1M ♥

  Arthur havia completado um mês de vida, havia passado por muitas coisas viu rapaiz. Sustos foi um deles, porque quando se tem uma irmã como a dona Melissa o perigo vem como bônus (risos).

#FlashBackOn

(...)

_ Amor, vou dar leite pro Arthur e deixar ele dormindo lá em cima enquanto tomo um banho rapidinho. -falou me dando um selinho e eu desviando porque queria assistir o jogo que estava quase no fim.-

_ Aham... -ela continuou entrando na frente.-

_ Luan, eu tô falando com você... -segurou meu rosto e olhei pra ela sorrindo.- Olha a Melissa pra mim? Ela está no quarto desenhando e brincando com as bonecas  e ele vai ficar no meu quarto tá?

_ Uhuum...

_ Desisto. -deu as costas e saiu da minha frente. Continuei vendo o jogo por uns quinze minutos até que deu a hora do intervalo e eu deitei no sofá.- MEU DEUS, CADÊ O ARTHUR!? LUAN... LUAN CADÊ ESSES DOIS... MEU DEUS, AÍ MEU CORAÇÃO.

Levei um susto e levantei rápido, olhei para a escada e lá estava Melissa bem no meio, com um sapato que escorregavam e com Arthur todo torto (porque ela ainda não sabia segurar direito) e chorando. Fernanda estava na ponta da escada enrolada na toalha e outra enrolada na cabeça, com as duas mãos na boca e eu tinha que manter a calma pra não assustar Melissa e os dois acabarem caindo naquela escada.

_ Papai ele tá atrapalhando minha brincadeira.

_ Aé... Deixa o papai pegar ele.

_ Não, eu levo ele pra você.

_ Fica quietinha aí... -fui subindo devagar e consegui estabilizar a situação.- Pronto neném... -ele parou e chorar e Fernanda respirou aliviada.- Pronto amor.

_ Agora é amor, né? Se você não prestasse a atenção no que eu te falo isso não teria acontecido. Já imaginou se  os dois caem dessa escada?

_ Mas, não caíram. Tá tudo bem...

_ Tudo bem, tá tudo bem o cacete. Eu quero muito socar essa sua cara que fica atrás de porra de Corinthians e não faz mais nada. Que ódio. -gritou me dando as costas, toda bravinha.- 

_ Aonde você vai oh louca?

_ Louca o caramba, você vai ver a louça quando eu voar no seu pescoço...

_ Tá de TPM?

_ Vai se foder, Luan. Vai. -de risada sabendo que minhas suspeitas estavam certas.

#FlashBackOff

  Aquele domingo quase apanhei de verdade, mas depois quando ela estava mais tranquila ficamos igual casalzinho de adolescente, sentados na beira da piscina aos beijos. E foram só beijos mesmo, porque ela levou a sério o tal do resguardo e eu que não estava me aguentando mais. E tava dando graças à Deus que nessa nova turnê eu não dançava com nenhuma fã no palco, porque senão a coisa ia ficar constrangedora. E eu ia ficar mais tempo ainda na seca.

_ Pensando nela, Luan?

_ Sempre, Lêzinha. Sempre. -falei rindo.- Como eu tô com saudade dela...

_ E preparou algo pros dois, é?

_ Pensei em um jantarzinho pra matar a saudade sabe, dar uma namorada gostosa... Mas, não sei cozinhar. -ri.-

_ Posso dar uma ideia? -e começamos a falar sobre isso enquanto comiamos lá no meu quarto mesmo, eu não quis descer.- Mas, precisa organizar direitinho.

_ Vou ligar pra Pi ainda hoje que ela que gosta dessas coisas de mulherzinha.

_ Aí meu deus, quem te mandou hein Luan?

_ Deus me mandou, porque a vida de vocês sem mim seria muito sem graça. -risos.-

_ Tô satisfeita e nem pedi a sobremesa.

_ Você aí mandando pra dentro uma lasanha e eu aqui, com essa comida sem gosto de nada. Tô lascado mesmo viu.

_ Preciso me manter. -riu deixou os talheres e limpando a boca.- O almoço foi muito bom, mas o dever me chama. -se levantou.- Até mais tarde gatinho. -beijou meu rosto e ia caminhando em direção à porta quando olhou pra trás.- Você tem a tarde livre, sairemos daqui uma hora antes do show. Não se atrase.

_ Não irei me atrasar, Lelê.

_ Espero mesmo. -e saiu.

  Mais uma vez me vi sozinho em um quarto de hotel, queria fazer alguma coisa, mas o que? O jeito foi montar meu videogame e passar algumas horas ali, depois dormi um tempão e acordei com o Testa ligando e isso três horas antes do show. Corri pro banho e tomei aquela ducha, quando saí enquanto pensava no que vestir liguei pra Bruna.

_ Pi? Ligou errado? -perguntou rindo.- Oi.

_ É assim, é? -ri também.- Oi, tudo bem Bubuzinha?

_ O cara do dinheiro é você, viu... Brincadeira maninho, lindo. Como você está?

_ Com saudades da minha gorda gostosa.

_ Ela está mesmo, uma bolinha. Mas, a coisa mais fofa do mundo. Bem bochechuda, Pi.

_ Imagino, cê bem que poderia trazer ela num show né?

_ Ela nunca foi, né? 

_ É. Desfeita com o padrinho isso...

_ Aí que drama. Mas, foi só pela Laura que ligou? -perguntou manhosa e eu sorri sabendo que poderia passar o tempo que fosse, a Bruna continuaria sendo sempre minha irmãzinha que morria de saudades e sentia tanto minha falta quanto eu sentia a dela.-

_ Não, né? Como que o Rafa tá?

_ Luan! 

_ É brincadeira, ôh chata. -ri.- Como cê tá?

_ Morrendo de saudades, quando você chega hein?

_ Amanhã tô voltando. -ela deu um grito que eu tive que afastar o celular do ouvido e quando coloquei de novo perto do ouvido escutei a Laura chorando.-

_ Calma, filha... É a mamãe. -ria.- O que acha de vir almoçar aqui amanhã?

_ Pode ser, eu já queria conversar com você mesmo...

_ Ah! Foi pra isso que me ligou, né? Cara de madeira mesmo... O que quer?

_ Ajudinha pra uma coisa que só você pode fazer por mim...

_ Amanhã a gente conversa pessoalmente e com mais calma que eu sei que você tem show já já...

_ Tenho mesmo e nem sei o que vestir. -cocei a cabeça e ela riu.- Mas, é coisa simples...

_ Simples?

_ Pra você sim, já pra mim...

_ Tem a ver com o que?

_ Uma surpresa pra mulher que eu amo.

_ Se a surpresa é pra mim porque eu estou sabendo?

_ Deixa de gracinha, vai... Tô falando da minha noiva.

_ Aí credo, Luan... Não me ama é?

_ Não muda de assunto coisinha. 

_ Tá. Vou pensando numas coisas e quando você chegar amanhã eu conto tudo.

_ Beleza. Valeu, Piroca. Te amo.

_ Eu sei que ama, agora vai se trocar antes que o Bernelis vem te apressar...

_ Apelido ridículo hein...

_ Mais bonito que Testiba, certeza. -risos.- Beijos, Pi. Até amanhã viu.

_ Até Bruna... Tchau pra vocês, beijos pra Lauroca. 

_ Beijos titio. -afinou ainda mais a voz.- Te amo muito seu obeso. -e desligou.

_ Ôh noiva, tá esperando o que pra ir se trocar logo? -olhei pra porta e ele estava em pé me olhando.-

_ Invadindo meu quarto pra me ver pelado, é? Pensei que gostasse de mulher cara. -ri.-

_ Troxa. Vai logo que segundo sua assessora você está quase perto de estar atrasado.

_ É essa a visão que vocês tem de mim?

_ Que é a certa. -risos.- Precisa de alguma coisa?

_ Uma cerveja bem gelada.

_ Claro... Que não! Cachaceiro.

_ Dizem que eu sou cachaceiro, mas cacheiro eu não sou... Cachaceiro é quem fabrica a pinga, eu sou só consumidor... -cantarolei e ganhei uma travesseirada.- Tô aquecendo a voz.

_ Deixa pra fazer isso no camarim, anda logo! 

_ Pra que essa pressa? Alguém vai estar te esperando lá? Vou contar pra Isinha viu.

_ Ela vai estar lá me esperando.

_ Nem pra ela trazer minha Morena.

_ Que pena meu caro, pra você... Porque eu vou namorar a noite inteira. -riu saindo e me deixando de boca aberta. Até aquele baixinho  Testudo estava me zoando.

Narrado por Fernanda

  Se o tempo voa? Voa sim, num foguete. Parece que foi ontem que estava sentindo dores e corri para o hospital e por causa do trânsito lento tive meu filho em um carro. Mas, não. Um mês se passou e muita coisa eu aprendi nesse meio tempo. Sinto-me mais afetiva, ainda mais atenta e cuidadosa. Hoje, olhando para trás para o meu passado eu não encontro a Fernanda que eu fui, são apenas lembranças não tenho saudades da minha vida antes de Luan e Melissa aparecerem nela. Eu era alguém precisando tomar um rumo na minha vida, me acertar e com ele ainda que de um jeito meio torto consegui isso e quando olho Arthur aqui em meus braços sei que tudo o que passei valeu muito a pena.

  Foi um mês de descobertas como mãe principalmente, eu cuidei da Mê quando pequena algumas vezes, acompanhei a gravidez da minha melhor amiga, da minha cunhada e da minha mãe só que nada se compara ao viver a sensação. Durante nove meses acompanhei as mudanças do meu corpo e juntamente com isso meu filho se formando, pensamentos e sentimentos oscilando a cada instante e o resultado final de tudo isso. Toda mulher deveria passar pela maternidade ao menos uma vez na vida. Porque isso te muda completamente, te faz enxergar o mundo de uma outra maneira. Uma maneira mais afetiva, maternal e positiva. Não foram só momentos bons, momentos de sorrisos, tive sim meus momentos tristes e questionadores, pensei demais no que tinha feito com a minha vida. Porque ainda não sou casada, estava apenas namorando com um cantor sertanejo que estava no auge da carreira e que tinha uma filha de outra mulher e que pior, eu sabia que era um galinha. Ele mudou? Sim, muito. Mas, parando pra pensar eu me joguei de cabeça num buraco escuro sem saber se ao final encontraria algo que pudesse amortecer minha queda. E tinha. Ele, estava à minha espera.

  Construímos juntos alguns momentos e agora estamos construindo nossa família. Assim como ele disse na carta que mandou na manhã que Arthur completou um mês de vida, há alguns dias atrás.

" 1M ❤.

  Há um mês atrás nossa família cresceu e se tornou completa com o nosso casal de filhos. Tem noção do quanto estou feliz por isso? Não, né? E mesmo que tenha, não chega nem perto do que realmente sinto. Te encontrar foi um presentão pra vida toda, porque uma mulher que é linda e não é interesseira é um pouco difícil de se encontrar em um mundo como esse e eu encontrei. Sou sortudo! Eu sei. Você me aceitou com TODAS as minhas imperfeições e não quis me mudar, fez com que eu mesmo quisesse isso pelo bem do nosso relacionamento que ficou tão bem que nos trouxe esse fruto. Foram nove meses de espera, mais alguns dias de tensão e chegamos há um mês de vida desse nosso filho, nosso Arthurzinho... E quase seis anos da nossa princesinha. Obrigada por me amar tanto, saiba que te amo mil vezes mais. Parabéns, não só pro Arthur! Mas, pela mãe dele que sempre foi uma guerreira e soube cuidar dele desde o segundo que soube de sua existência."

  Arthur e Melissa. Os dois nomes que fizeram a mudança na minha vida apenas por entrarem nela. Foram muitos momentos à serem superados, muitos mesmo. Hoje eu não tinha mais aquela insegurança de não ser uma boa mãe, também não tenho mais medo que ele escorregue na banheira e se afogue na hora do banho, e aprendi um pouco mais como dobrar uma filha ciumenta e cabeça dura como o pai (manhosa também, mas confesso que isso é a convivência comigo). Só que não importa o que ela faça, será a minha princesinha.

  Mas, não tenho só esse lado mãe. Sou mulher também e confesso que tenho deixado toda a minha vaidade de lado e vivo em função do Arthur. Isso não é ruim, eu amo meu filho e amo poder ter saúde para cuidar dele. Mas, tenho sentido falta de fazer compras sem compromisso de ter que voltar logo pra casa, fazer as sobrancelhas e até mesmo depilação, cuidar dos cabelos, fazer as unhas e uma bela massagem. Aí como eu queria viu, daria tudo para um tempinho a mais pra mim. Um banho mais demorado, aproveitar a piscina que tenho em casa e passar mais tempo com o meu primeiro filho, o Lupy. Estava com os planos de ir ao salão na manhã seguinte já que Luan chega daqui dois dias e eu não sou de ferro e quero mesmo, quero muito namorar com ele a noite inteira bem gostoso pra no outro dia ficar dolorida de não conseguir levantar da cama. E não é exagero, na verdade é vontade. E espero que tudo neste meu dia corra bem, que dê certo.

_ Mocinho, mocinho... Você vai cair daí, Heitor.

_ Não! -e me olhou feio.-

_ Tá gritando comigo seu branquelo?

_ Aí! -fechou os olhos gritando e ficou assim até minha mãe aparecer.-

_ Que foi meu amor? -ele apontou pra mim fazendo bico.- O que você fez pra ele, Fernanda?

_ Nada ué...

_ Aí... -olhou de novo e quando minha mãe me deu uma "bronca" ele riu e foi correndo para a cozinha, onde minha mãe estava. Dei risada imaginando como seria quando Arthur começasse aprontar assim. Seria no mínimo engraçado.

(...)

  Graças à Deus passamos o dia bem, Arthur agora com um mês de vida fica um pouco mais acordado, pouco mesmo. Ainda dormia bastante. Acordava de três ou quatro vezes na madrugada para mamar e voltava a dormir. Quando anoiteceu tomei meu banho e estava pronta pra dormir, quando escutei seu chorinho.

_ O que foi neném da mãe? -cheguei na porta do quarto e ele olhava na minha direção.- Tá se sentindo sozinho é? -lhe peguei no colo e ele parou um pouquinho.- É hora de dormir, né mocinho? -voltamos para o meu quarto e o coloquei na minha cama e fui pegar uma piranha pra prender o cabelo. Ele voltou a chorar instantaneamente.- Eita, o que tá acontecendo em gatinho? -ele chorava incomodado com algo, olhei a fralda e estava limpa, tentei amamentar e não era fome (já que ele ignorou meu peito), coloquei a mão na barriguinha e ele chorou. Descobri o problema, cólica. Aí eu pensei comigo, se eu tenho cólica sou mole imagina ele tadinho.

 Dei luftal e estava esperando fazer efeito. Enquanto isso ele ficou chorando e não tinha nada que o fizesse parar. Cantei, ninei, andei pela casa, dei a chupeta... E nada.

_ Aí filho, dá uma agonia te ver assim... -falei com os olhos marejados, vendo-o chorar.- Meu deus, que agonia.

_ O que foi filha?

_ Ele tá com cólica e o remédio não faz efeito.

_ Faz massagem na barriguinha dele.

_ Mãe, não está adiantando... Eu tentei de tudo. -falei quase chorando.-

_ Não chora que ele chora mais ainda. Dá ele aqui. -o entreguei a ela e voltei a me sentar na cama.- Não chora bebê, não chora... -o deitou na cama de barriga pra cima e foi levando as perninhas dele até a barriga e voltando, uma e outra vez, mais uma vez e ele soltou alguns gases. Agradeci que o choro diminuiu, minha mãe sugeriu que ele tomasse chá de erva doce e desceu pra fazer enquanto fiquei conversando com ele que agora segurava meu dedo firme e me encarava.-

_ Você vai melhorar meu amorzinho, mamãe tá aqui viu. -beijei sua testa.-

_ Voltei, dá pra ele beber tudo.

_ Tá com açúcar?

_ Não. Tem que ser sem.

_ Mãe...

_ Anda, Fernanda... -e ele tomou sem fazer careta e depois de arrotar com gosto, dormiu. Isso era quase quatro da manhã. Se eu dormi? Eu tentei, mas cochilava e abria os olhos pra ver se ele estava bem. Aquela foi uma das piores noites.

(...)

  Quando o dia amanheceu levantei disposta a fazer algo. Troquei de roupa pondo uma própria para exercícios, prendi o cabelo fazendo um rabo de cavalo... Desci para tomar café assustando a Martinha.

_ Bom dia, Martinha, linda.

_ Bom dia, mocinha. Vai caminhar é?

_ Sim, preciso de ar e quero aproveitar enquanto minha criança ainda dorme.

_ Ih, então tem que ser rapidinho...

_ Nem tanto, ele dormiu faz pouco tempo. -falei já me servindo.- Aí como, vou dar uma volta e venho pra casa logo.

_ Vai correr?

_ Se der conta, sim. -risos.- Luci ainda não chegou?

_ Não, ficou de vir um pouco mais tarde. Tinha que passar no banco parece.

_ Ah sim... Senra comigo Martinha, depois você mexe com comida. -falei e ela riu se juntando à mim e fomos comendo e conversando, depois agradeci por sua companhia e fui escovar os dentes, peguei garrafinha de água e fui calçar meu tênis, dei uma olhava e Arthur dormia tranquilo  então me alonguei e fui correr um pouquinho.

{...} 1 hora e meia depois {...}

  Cheguei em casa um grude, pingando suor. Mas, também estava fora de forma meu corpo de antes da gravidez não existia. Na verdade estava com dez quilos a mais pra se ter uma ideia. Ao abrir a porta encontrei Davi trocando de blusa e percebi algo de diferente. Ele estava de aliança e com um chupão enorme na barriga.

_ Nossa, trocou de time? -ele no susto quase caiu sentado no sofá enquanto eu o olhava tomando minha água.-

_ Louca, pra que assustar os outros?

_ Desculpa gatinho. Mas, me fala aí...

_ Hm... O que quer saber?

_ Qual é a da aliança? 

_ Fui pedido em namoro ontem, não tive como fugir. -riu.-

_ Que vergonha Davizinho, nem pra pedir a garota em namoro. Quem é ela hein? Ainda não aprovei.

_ Carina, uma vizinha e amiga de infância.

_ Aí que bonitinho. Tem fotos?

_ Aqui. -mostrou foto dos dois juntos e eu achei uma graça, beijei seu rosto desejando felicidades e devolvendo seu celular.- 

_ Traga ela aqui um dia para conhecer seu afilhado.

_ Posso?

_ Que pergunta mais besta, Davi. Claro que pode. Se é sua namorada eu considero como uma cunhada. -ele riu.-

_ Você não tem jeito.

_ Olhando esse chupão eu sei que não sou a única. -falei rindo e tirando a blusa enquanto ia na direção da escada.-

_ Voltou a se exercitar?

_ Alguma coisa preciso fazer... Meus dez quilos não vão sumir com mágica. 

_ Pensei que sua academia fosse outra. -e começou a rir.-

_ Essa eu bem queria, mas por enquanto não estou podendo. -ri e continuei subindo.- Mãe? 

_ Pois não?

_ Quando é que meu pai vem pra cá?

_ Não sei querida, estamos esperando porque sua vó está para operar entre hoje e amanhã.

_ Ainda?

_ É uma cirurgia delicada. Precisa de exames ainda mais precisos.

_ A vovó tem que sair dessa.

_ E vai querida... -sorriu.- Foi pra academia?

_ Fui correr no condomínio, estava precisando liberar energia.

_ Fez bem. Agora vai tomar um banho que você está toda suada, deve estar grudando e não vai pegar nem seu filho, nem seu irmão desse jeito.

_ Tá com nojinho é mãe?

_ Muito. -riu.- Agora vai antes que ele acorde.

  Dito e feito. Foi eu desligar o chuveiro que pensei ter escutado ele resmungar. Vesti uma calcinha e quando terminei de ajeitar o vestido tive a certeza.

_ Nossa filho, bem na hora hein.

_ Fala pra ela que você sabe os horários bebê. -minha mãe ria.- Vai secar esse cabelo, Fernanda.

_ Mãe, tá calor e ele com fome.

_ Eu quero que você fique gripada que eu te dou uns tapas. 

_ Quantos quiser senhora. -ri.-

{...} Algumas horas mais tarde {...}

  Recebi o telefonema da Bru convidou eu e minha mãe para almoçar na casa dela no dia seguinte que era quando Luan chegava e me afirmou que ele iria, meus sogros e a Mê também. Então acabei topando, ou seja, já era os planos de ir ao shopping.

  O dia passou tão depressa que fui me deitar para dormir e me dei conta de que não parei o dia todo. E isso foi bom.

 Arthur estava bem acordado e na cama comigo, segurava meu dedo e ficava me procurando enquanto eu cantava para ele bem baixinho.

_ Você não vai dormir não rapazinho? -tocava na ponta de seu nariz.- Mamãe tá com sono e amanhã vamos passear... É bebê, vamos na casa da tia Bru... Ver a Laurinha e encontrar o papai. -sorria para ele.- E ele vai te pegar muito pra recuperar os dias viajando... -continuamos ali, naquele clima gostosinho até que ele dormiu e eu em seguida.

(...)

  No domingo levantei cedo como de costume, tomei meu banho e no tempo em que Arthur dormia fui arrumar a bolsa que levaria pra casa da Bru, coloquei trocas de roupas, fraldas e os produtos de higiene. E uma bolsa menor para mim com os documentos, iria por meu celular e as chaves do carro. 

  Quando ele acordou antes que ele comesse eu lhe dei banho, uma coisa que ele amava. Não chorava mais nessa hora, pelo contrário fechava os olhinhos e aproveitava, na verdade ele resmungava quando eu o tirava da água.

_ Aí mamãe, como eu tô cheiroso. É só não gorfar que tá tudo certo. -o enchi de beijos.- Tá com fome né príncipe? -penteei seu cabelo e me ajeitei para lhe amamentar, o gulosinho já mexia a cabeça com a boca aberta procurando o bico.- Tá espertinho viu, depois mocinho.

_ Mas, já acordou Fernanda?

_ Dei banho no Arthur, arrumei as bolsas. Só não separei minha roupa, mas nada de muito assim... É um almoço em família, nada chique.

_ Também não vai relaxar né Fernanda.

_ Isso nunca mãe, nunca mesmo. -ri.- Cadê o mini furacão?

_ Não fala assim do seu irmão. Ele tá dormindo ainda e que continue assim que eu quero ficar um pouco na banheira.

_ Aí nossa, quer relaxar?

_ Preciso. -riu.- Bom dia, vou descer.

_ Vai lá, bom dia.

  O celular começou a tocar e como era eu imaginei era o Luan. Atendi toda contente, mas xinguei ele por não ter me ligado a semana inteira e ele explicou que mal teve tempo, mas que estava morrendo de saudades e que já estava em São Paulo indo pra casa da Bruna.

_ Pensei que viria aqui primeiro... -falei manhosa.-

_ Ôh amor, já já cê tá aqui tamém.

_ Tudo bem, até daqui a pouco então... -ficamos em silêncio.- Tudo bem com você?

_ Fora a saudade sim, e vocês? -fui lhe contando sobre a semana toda, seus altos e baixos e fiz questão de contar que Davi estava namorando e ele exagerado que era disse que rezou muito pra isso.- Melhor notícia do meu dia.

_ Como você é besta...

_ Um besta preocupado, mas graças à Deus é um a menos. Obrigado Deus!

_ Exagerado.

_ Só um pouquinho... Cadê o Arthur?

_ Se alimentando...

_ Sortudo. -risos.-

_ Deixa de ousadia, depois a gente se fala. Tenho que me concentrar aqui senão ele fica olhando e não come.

_ Tá bom amor, até daqui a pouco.

_ Até, tchauzinho... -e desligou.

  Depois de satisfeito Arthur ficou tranquilo na cama, deitadinho e eu no closet procurando uma roupa e optei por algo simples, coloquei um salto não muito e estava pronta. Cabelos presos, e sem maquiagem.

  Desci e tomei café junto com Heitor e minha mãe, depois enquanto ela lavava a louça desci e fiquei alguns minutos com o Lupy e até levei Arthur pela primeira vez. Arthur não entendia, mas Lupy pareceu entender. Cheiro ele e quase que passou a língua, abusado.

_ Viu Lupy que lindo meu outro filho? Ele ainda vai brincar muito com você viu, vão correr muito nesse espaço até cansar. -falei sorrindo.-

_ FERNANDA VAI SE ARRUMAR!

_ Tá vendo né, Lupy? Minha mãe não me dá uma folguinha, mas confesso que quando ela volta pra NY eu sinto falta dessa pressa. -falei me despedindo e subindo as escadas.-

nandagurgell: Meus lindos. ❤

  Era uma foto do Lupy com Arthur, foi engraçado o rostinho dele. Fui jogar uma água no corpo e troquei de roupa, passei uma base no rosto pra esconder as olheiras insistentes e estava pronta depois de um batom clarinho.

_ Vamos dona Analice?

_ Acho que vou na sua avó... Ela e seu avô acabaram de ligar...

_ Certeza? -ela assentiu.- Então eu já vou indo e qualquer coisa ligo de lá, pode ser?

_ Tudo bem querida, vai com Deus e avisa quando chegar.

  Assenti e fui pro carro. Primeiro com as bolsas, depois levei Arthur, coloquei na cadeirinha e tudo certo para irmos para a casa da Bruna.

(...)

  Assim que estacionei o carro foi o tempo de desligar o motor e Luan estava em pé do lado de fora. Sorriu e veio na direção do carro abrindo a porta de trás e pegando Arthur no colo.

_ E ai garotão! -sorria.-

_ Oi pra você também. -falei batendo a porta e saindo na frente.- Oi Bru, oi Rafa... -os cumprimentei com um abraço e fui falar com o Rober e meus sogros. Melissa estava brincando e nem me viu chegar.- Tudo certinho aqui?

_ Aí tudo, amo ver a família junta. -falou eufórica.- Cadê o Pi?

_ Tô aqui... -falou entrando com o Arthur.- Nem me esperou amor, falou nem "Oi".

_ Vou ver as meninas... -falei subindo com as bolsas, minha e do neném. Entrei no quarto da Laura e as duas brincavam de bonecas e as panelinhas.- Oi Laurinha... -falei lhe pegando no colo e enchendo de beijos.- Oi Mê, tudo bem princesa?

_ Tudo mamãe. -nos abraçamos.- O papai chegou cê já viu ele?

_ Já sim meu amor e você?

_ Tamém, ele tá aqui faz tempão.

_ Que bom, né? Oh eu tô descendo, cuidado vocês duas aqui em cima... Ainda acho melhor descerem hein...

_ E os brinquedos?

_ Eu ajudo levar. -falei pegando e descemos juntas.-

_ Mamãe eu quero água.

_ Vem cá... -fomos até a cozinha lhe dei água e ela saiu correndo depois de beber tudo. Estava saindo da cozinha e indo pra sala quando a porta do banheiro se abriu com tudo e eu fui prensada na parede do corredor que dividia sala e cozinha.- Seu idiota. -o estapeei.-

_ Tava cheio de saudade e você entrou sem falar um "Oi" pra mim.

_ Porque  você foi falar com o seu filho que nem fala e me deixou no vácuo.

_ Amor, coisa feia ficar com ciúmes do próprio filho. -segurou minha cintura.- Minha bravinha linda. -selou meus lábios e ainda tentava me dar um beijo decente.- Não vai me beijar? Olha que eu te agarro a força hein Morena... -olhei bem séria, cruzei os braços e ele suspirou.- Tá... Desculpa, mas foi por impulso. Tô com saudades dele também, assim como estou de você.

_ Eu sei. É que eu estava com muita saudade de você...

_ Não está mais? -arqueou a sobrancelha daquele jeitinho que só ele sabia fazer.-

_ Estou, seu safado, sem vergonha. -soltei os braços, abracei seu pescoço e nos beijamos devagar parecia que era nosso primeiro beijo. Tranquilo e intenso, eu sentindo aquele gosto novamente, querendo-o mais e beijando cada vez mais. Ôh beijo gostoso, tão gostoso que mesmo faltando ar eu não queria parar.-

_ Vamos com calma gatinha, preciso recuperar o fôlego. -riu apertando minha cintura.-  Como você tá?

_ Excitada. -respondi por impulso e ele engasgou com a própria saliva.- Amor, calma.

_ Calma? Olha as coisas que você me fala mulher, não sou de ferro não.

_ Ah mais parece viu. -abaixei minha mão e segurei seu membro apertando levemente.- Tá mais pra uma rocha... Hm... Do jeitinho que eu gosto.

_ Para... Estamos na casa da minha irmã... -fechou os olhos deitando sua cabeça em meu ombro.-

_ E daí? Vem cá que vai ser rapidinho e você tem que ficar quieto...

  O levei pra dentro do banheiro e fechei a porta, com muita pressa abaixei sua calça e a cueca junto deixando seu membro saltar e bater na minha cara. Dei risada e o abocanhei sem pena, na hora ele ficou na ponta dos pés, olhei seu rosto e ele tentava ao máximo segurar os gemidos. Luan segurou minha cabeça e foi indo fundo na minha boca, ambos aumentamos a velocidade e não demorou para que eu sentisse seu gozo quente descer pela minha garganta.

_ Eu precisava disso... -falei um tanto satisfeita, mas não por completo.- Me ajuda a levantar.

_ Tô me recuperando, calma.

_ Calma... Aí Luan, você tem cada uma.

_ Fui pego de surpresa. -falou se vestindo novamente.- Dá um beijinho, dá... -nos beijamos outra vez e depois ele saiu na frente enquanto eu fiquei no banheiro, lavei o rosto, prendi novamente os cabelos e aproveitei pra fazer xixi. Saí.-

_ Quase que não saem da cozinha hein... -Bruna brincou.-

_ Matando a saudade do beijo do meu Branquelo. -falei o abraçando por trás e encostando minha cabeça nele.-

_ Ê que saudade. -risos.-

_ O papo está bom família, mas... Vamos comer, né? Fiz dois pratos...

_ Que nenhum tenha carne moída, amém.

_ Aí Pi...

_ É sério uai. O que você fez?

_ Escondidinho de carne de sol e... Lasanha de peito de peru.

_ De peru cê gosta, né amor? -perguntou mordendo meu ombro, olhei e todos tinham escutado. Fiquei até sem graça e escondi o rosto em seu peito.- Fica com vergonha, não... Toda mulher gosta, menos minha mãe que não faz essas coisas.

_ Ah, tá que não... Fala aí sogra.

_ Vocês dois viu, tinham que ser um casal mesmo. Meu deus viu. -brincou.-

_ Melissa, Laura... 

_ Luan, a Laura ainda não anda e a Melissa não aguenta pegar ela no colo.

_ Vai lá Rafa, trás as meninas por favor.

  Chegamos na sala de jantar a mesa estava linda, assim que todos se sentaram pudemos enfim nos servir.

_ Vou mandar no snap, ficou lindo hein. -falei rindo.-

_ Ri mesmo besta. -disse sem jeito.-

_ Ficou gostoso. -falei depois de dar a primeira mastigada.- Deixa eu experimentar o seu amor. -pedi e Luan deixou.- Acho bom... 

@fermarques: Domingo na casa da cunhada, ôh delicia. É lasanha, escondidinho... Luan vai sair daqui uma bolinha. kkk

_ Meus fãs me dizem todo dia que sou gordo amor, não precisa jogar na minha cara.

_ Mas, é um gordinho que eu amo. -mordi sua bochecha.-

_ Tonta...

  Foi um almoço muito gostoso e de certa forma especial. Não era sempre que a gente se reunia, então sempre que acontecia era pra ficar marcado mesmo. Depois de comer, nós mulheres retiramos a mesa e os homens lavaram a louça, limparam a mesa e ainda varreram tudo (sala de jantar e cozinha). Nos juntamos todos na sala de estar, tudo numa boa. Eu ia subir com o Arthur para amamentar, mas meu celular tocou bem na hora e eu acabei me afastando um pouco para atender e não atrapalhar a conversa. Quando vi o nome que chamava senti algo estranho e meu desespero foi maior ainda quando atendi, fiquei sem fala... Sem chão. Eu só queria ir pra casa.

~.~

  Quem chegou até aqui? rs. 

 Sobre o capítulo... Eu amei, e vocês? Esse final tenso... Quem será que ligou? Conto pra vocês no próximo, prometo. Um beijão, se cuidem! ♥