Capítulo 191 - Parte I

  Antes começarem a leitura quero me desculpar por não ter editado como de costume e os erros que podem ter, porque não deu pra revisar tudo. Enfim... Boa leitura! E comentem viu... Amando os comentários de vocês. Beijos! 

...

Narrado por Fernanda

  Haviam se passado três dias, não o procurei e também não fui procurada por ele. Como me sinto? Triste. Por mais forte que eu seja e até durona as vezes, quando se trata do Luan eu confesso que sou vulnerável. Eu simplesmente amo aquele homem, sou apaixonada por aquele idiota mesmo sabendo cada um dos seus defeitos. O problema é que sou orgulhosa e cansei de ser ferida. Não terminamos, mas estávamos distantes deixando a poeira baixar, a cabeça esfriar e os pensamentos voltarem ao lugar.

"Nossa de onde surgiu tanta maturidade? Ou melhor, tanta compreensão?" Nem eu mesmo sei.

  O fato é que nesses últimos três dias eu não tenho feito outra coisa a não ser chorar quando estou sozinha. Chorar e por diversas vezes me perguntar onde foi que eu errei. Será que por falta de diálogo? Ou falto de sinceridade? Confiança? Sempre ouvi dizer que o amor supera tudo, mas mesmo com ele no auge as coisas tem sido tão difíceis. É complicado você amar incondicionalmente alguém, se doar e deixar que esse amor te transforme, demonstrar e mostrar abertamente os segredos, deixar que a pessoa amada saiba seus pontos fortes e fracos... Porque quando algo de ruim acontecer a decepção será ainda mais intensa. Por que eu digo isso? É só olhar pra minha vida, minha relação num todo! Das vezes que briguei ou discuti com alguém, sempre me jogaram na cara meus "mal feitos" e meu passado do qual não me orgulho. Você se arrepende? Na verdade não, porque eu fui eu em cada segundo (nas baladas, nas festas, longe dos meus pais) e não acho que por ser mulher deveria me privar. Porém, teria ido mais devagar com toda certeza e talvez tivesse medido bem mais as consequências dos meus atos e alguns eu até mudaria. Enfim... Tive tempo para pensar e não cheguei à nenhuma conclusão. Triste, não é?

_ Não te vi comer por esses dias, mocinha. -Lucila comentou ao me ver na sala mexendo no controle da TV.-

_ Comi frutas.

_ E acha o suficiente para quem está amamentando?

_ Nada desce e olha que eu tentei, mas vomitei tudo. Então não vou forçar.

_ Tudo isso por amor? -por fim sentou-se ao meu lado, respirei fundo e olhei pra ela com os olhos marejados.- Ôh minha filha, me parte o coração te ver assim... -fiz o maior bico e deitei minha cabeça no colo dela e deixei que seus dedos fossem massageando meu coro cabeludo enquanto eu ficava quieta apenas escutando ela falar.- 

_ Luci, porque o ser humano é tão complicado?

_ As vezes somos nós quem "complicamos". 

_ Nossa discussão foi tão... Aí eu disse tantas coisas (as lágrimas começaram a rolar por meus olhos) e não é que eu tenho dito mentiras, isso não, mas devo ter sido no mínimo grosseira e o machucado.

_ Os dois são é muito cabeça dura, pensa que tudo se resolve na hora... -conversamos durante horas, Lucila era a voz da experiência e me aconselhava como uma mãe.- Mas, peça à Deus sabedoria e as coisas irão se resolver.

_ Mais do que eu peço?

_ Desenvolva isso mocinha, Ele dará situações que você posso administrar e então tomar as decisões sábias. -disse beijando minha testa e se levantando.

  Fiquei pensando em suas palavras, não muito porque Arthur acordou e já estava no chão engatinhando na escada. Ôh menino arteiro viu.

(...)

_ Você emagreceu, sabia?

_ Impressão sua, continuo a mesma.

_ Cheia de olheiras, com a cara inchada de tanto chorar e sem comer.

_ Lila...

_ Lila nada, vamos se animar minha filha!

_ Fácil falar, não é mesmo? Na teoria é tudo muito simples.

_ Você é quem complica, custava ter falado pro cara que o " amigo" dele deu em cima de você? Não! Mas foi lá e esperou ele saber por fotos... O que você tem na cabeça?

_ Juízo. -ela negou.- E não sei porque veio aqui pra ficar defendendo ele sendo que você é minha melhor amiga. -peguei Arthur no colo e fui oro meu quarto, ela veio atrás e se jogou na cama junto com o meu pequeno.-

_ Sou sim sua melhor amiga, e deixo isso bem claro para aquela loira magrela da Isadora. -ri.- Mas é meu dever te fazer enxergar gatinha.

_ Ah. Então quer dizer que se seu marido chegar te pressionando, ofendendo você vai ficar quietinha e pedir desculpas, dizer que ele está certo e ficar por isso mesmo?

_ Também não é assim... Tá eu sei que ele errou, mas ele quem você ama!

_ Nunca neguei isso. Mas eu, Fernanda, não vou me rastejar por ele! Nem ir atrás, me chame de infantil, de imatura, de idiota... Eu sofro sozinha, mas não vou. Se eu tenho que aprender a ser ainda menos orgulhosa, ele tem que aprender que não é o dono da verdade absoluta e tem que aprender a confiar em mim, de verdade.

_ De novo esse papo de confiança? Pensei que tínhamos evoluído o pensamento, você está com o cara a mais de um ano.

_ Ele é um idiota! Porque é que eu procuraria um outro homem se tudo o que eu quero e preciso encontrar, encontro nele? -ela ia falar, mas a interrompi.- Não! Não vou entender o lado dele porque não tem essa.

_ Chata.

_ Muito da realista! -falei me juntando aos dois naquela cama e deitando em cima dela.-

_ Fernanda. Você pode se fazer de forte pra qualquer pessoa, mas eu te conheço viu. E isso não passa de pose, está aí toda valentona e destruída por dentro... Para com isso, se permita sentir! Chora mesmo, se descabela! Mas não fica guardando que é pior e os seus filhos sentem. -"Vaca. Vadia! Me deu uma surra usando apenas palavras." e foi aí que eu desabafei.

Narrado por Luan

 Três dias sem notícias, ligações, mensagens, fotos, vídeos, áudios, nada! Eu estava mais parecendo um zumbi do que um ser humano, não tinha fome, não queria e não saí do quarto... Tomava banho e voltava pra cama, ficava horas olhando as fotos dela na galeria do meu celular... Eu tentava encontrar um jeito para procurá-la, mas nem eu sabia o que dizer. Na realidade suas últimas palavras ficaram fixas na minha cabeça e eu tentava buscar uma resposta para sua pergunta de que só o amor era suficiente para manter um relacionamento.

  Será que era mesmo? Ou não passava de uma teoria? Será que um dia eu saberei responder isso? Não sei, não... Só sei que minha cabeça estava cheia, tão cheia que nem mesmo tocar violão estava ajudando.

_ Papai, saí daí vai! -Melissa entrou do quarto com uma bola de vôlei.-

_ O que tu quer de mim?

_ Brincar! E meu vô saiu, a vovó tá ocupada com a Iza lá embaixo.

_ A Iza tá aí?

_ Tá e já fez minha unha, oh! -veio até a cama.- Tem rosa! 

_ Tá linda...

_ Deixe de enrolar, vamos!

_ O que acha de nadar um pouquinho?

_ Me ajuda achar o biquíni.

  Depois de acharmos o biquíni eu fui jogar uma água no corpo e coloquei a sunga, calcei os chinelos, peguei uma toalha seca, óculos escuros e desci.

_ Luan Rafael!

_ Bom dia Xumba, bom dia Iza. -cumprimentei as duas com um tchauzinho e fui pra piscina.- Êta que tá gostoso.

_ Papai pode pular?

_ Vem passar o protetor antes. -falei e fez careta, também não gostava de passar. Mas, fazer o que.- E cuidado.

_ Cê não vai? -pulei com ela no colo, jogando água pra fora da piscina até.- Vamos de novo!

_ Não. -risos.-

  Sei que ficamos lá fora a tarde inteira de sol, quando estava pra escurecer nós entramos, tomamos banho e fomos jantar junto com os meus pais. Depois ela apagou de tão cansada que estava, e eu fiquei na sala com o celular e meu cachorro do lado.

_ Ainda sem sono, rapaz? -olhei pro lado e meu pai estava em pé perto do sofá.-

_ O sono me abandonou faz uns dias. -falei e ele concordou, sentou-se ao meu lado e me ajeitando.- O senhor sabe o por que né?

_ Eu sei, e sei que foi feia a coisa.

_ Pai. -suspirei.- Eu a amo, amo muito! Mas, o meu amor não tem sido o suficiente pra nos manter longe de discussões. -falei sincero e ele escutando tudo.- Longe do ciúmes...

_ Já tivemos essa conversa uma vez. Se lembra?

_ E a situação foi quase a mesma. -voltei a me lembrar dos conselhos.- Sabe que eu fico pensando e pensando...

_ Aprenda uma coisa meu filho, nem sempre serão flores... Mas, em um relacionamento o básico, o fundamental é o diálogo. -escutava atentamente.- Pensa que eu e sua mãe não brigamos? Que não discutimos?

_ Mas vocês dois...

_ Brigamos e feio viu (riu) dona Marizete não é fácil de lidar, mas com alguns anos a gente acaba aprendendo uma coisinha e outra... -falou.- Se a situação chegou onde chegou foi porque vocês dois erraram e deram brecha para isso. Para pra pensar, olhe os dois lados da história... O que está te incomodando? O que está incomodando a Nanda? Luan, casar não é brincar de casinha ou fantasiar o perfeito... Casar é muito real! É você escolher com quem vai estar ao lado para o resto da vida...

_ E eu a escolhi para ser minha esposa, minha mulher.

_ Então me diz por que complicar tanto? Brigas desgastam até mesmo relacionamentos de pessoas que se amam.

_ Eu? Parece que o senhor não me conhece...

_ Por te conhecer sei que você quando cisma com algo é difícil tirar da sua cabeça. -deu um empurrãozinho.- Pra que tanta insegurança? Não vem me falar que é porque ela tem uma vida normal e você nem tanto por conta das viagens... Põe uma coisa na sua cabeça, Luan! Quando ela te conheceu sabia de tudo isso, das viagens, do assédio, dos fãs, da falta de privacidade e mesmo assim levou à diante por te amar. -dizia com calma.- Anos se passaram, vocês criaram juntos a Melissa que  fará 6 anos e ainda tiveram tempo de ter outro filho, Arthur com pouco mais que seis meses. E a essa altura da vida, as portas da igreja você vai no meio da noite tirar satisfações? -negou em tom de repreensão.- Acha mesmo que ela tem olhos para outro? Olha meu filho, ela é uma mulher de ouro e muito guerreira, passou por muitas situações com e sem você que outra não suportaria. Além de ser uma mulher independente, formada e respeitada na profissão que escolheu, é milionária e dirige uma grande empresa num ramo onde mulheres são a minoria e nem por isso ela humilha ninguém, pelo contrário é muito humilde. Eu como pai tenho orgulho da Fernanda, e mais orgulho ainda de você tê-la escolhido para ser sua mulher. 

_ Nossa pai, eu...

_ Você tem que pensar, mas ser sincero com os seus pensamentos. Porque se mesmo depois de pensar sobre vocês, sobre o que passaram juntos você perceber que não tem jeito e que você não vai mudar a sua maneira de conduzir a relação de vocês, deixe-a livre para ser feliz com outra pessoa. Porque ela não merece sofrer e se culpar por um erro e com certeza não é só dela. -terminou de dizer, se levantou e ia saindo quando o chamei.- O que foi?

_ Obrigado.

_ Não me agradeça, faça o que é certo. -baguncou meu cabelo e saiu me deixando ali com os pensamentos à mil, porém não tão confusos. Meu pai tinha esse dom, falava as coisas certas e nas horas certas sempre. 

  Eu precisava de um tempo sozinho e foi pensando nisso que tomei a decisão de que iria pra chácara em Londrina para reorganizar minha cabeça.

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    Amarildo, melhor conselheiro! ❤