{...} Abre mais a blusa, me usa! Só não pede pra parar... ♪♫

quarta-feira, 30 de março de 2016

Capítulo 193 - Parte II

Narrado por Fernanda
  Nossa noite demorou a passar, Melissa vomitou mais duas vezes e aí eu liguei pra minha sogra mesmo e ela foi me instruindo para que eu fizesse um chá para melhorar o mal estar, e com isso ela dormiu e eu até tentei fazer o mesmo. Mas Arthur acordou fazendo um escândalo e não era fome, porque ele não quis o peito. Não era fralda suja, nem calor, porque ele estava limpinho. Só foi eu colocar a mão na barriguinha dele e pressionar que escutei o barulho dos gases e só pudia ter sido alguma coisa que ele comeu.


_ Luan, acorda!
_ Hmm...
_ Hm, nada. Você deu alguma coisa de diferente pra ele?
_ Refrigerante.
_ Agora ele está chorando de cólica, eu deveria deixar você com ele acordado a madrugada inteira até ele melhorar. O que você tem na cabeça?
_ Ninguém morre tomando refrigerante, relaxa.
_ Ok.


  Desci e fui no banheiro perto da sala de jogos, naquela gaveta tinham alguns medicamentos e para a minha sorte, Luftal era um deles. A briga foi eu conseguir colocar na boca daquela criança, acho que fiquei uns bons minutos tentando.

_ Amorzinho...
_ Nem vem...
_ A gente estava tão bem.
_ Não estamos mal, estou cuidando das crianças...
_ Está brava comigo porque eu enchi os dois de porcaria.
_ Bem sua cara mesmo. Estou brava como mãe, não como mulher. -passei por ele e voltei para o quarto, fiquei fazendo massagem na barriga do pequeno até ele soltar alguns gases e aos poucos ir melhorando, dormir.-
_ Ele dormiu? -perguntou entrando no quarto e indo até o banheiro.-
_ Dormiu, agora não sei se deixo ele aqui ou lá no quartinho dele.
_ Deixa ele aqui, para o caso de ele acordar.
_ E a Mê? Será que acorda também?
_ Vou trazer ela pra cá...
_ E vai dormir onde?
_ Qualquer lugar. -me senti um pouco carrasca, acho que lhe dei uma bronca desnecessária. Mas eu na minha condição de mãe preocupada não consigo ficar bem e tranquila, se os meus filhos não estão.

Ele saiu do quarto e em instantes estava de volta com Melissa em seu colo, deixou-a ajeitada na cama e saiu. Apaguei as luzes, fechei os olhos e me permiti dormir... Ou melhor, tentei. Estava faltando o cheiro dele naquele quarto, o corpo dele na minha cama e isso estava me tirando o sono.

  Levantei ainda no escuro, deixei as crianças seguras e fui da maneira que estava atrás dele pela casa.   Passei pelos quartos e nada dele, desci e fui dar uma olhada na sala e no sofá estava ele. Que ele estava confortável não haviam dúvidas, o sofá era espaçoso. R talvez tenha sido por isso que não liguei de ir até ele e sentar bem pertinho.


_ Hm...
_ Deixa eu deitar com você? 
_ (riu) Vai dormir neguinha, na cama...
_ Quero dormir com você, não consigo dormir sozinha sabendo que estamos debaixo do mesmo teto e não estamos juntinhos. 
_ Agora você me quer na cama?
_ Pode ser no sofá mesmo, deixa?
_ Vem cá sua sem vergonha...
_ Que você ama mais que você mesmo. -me aninhei em seus braços e fiquei bem agarradinha, ele entrelaçou nossas pernas e ficou me fazendo cafuné até que eu dormi. E dormi maravilhosamente bem.


  Na manhã seguinte acordei e estava na cama, sozinha. Continuei ali deitada, sem fazer nada, olhos fechados e tudo.

_ Você já pode acordar, eu cheguei e estamos atrasadas.
_ Quem te deixou subir? Invasão de privacidade querida. 
_ Ah, Fernanda... Menos, vai... Vamos levantando que precisamos ver os passaportes e coisas relacionadas à ele, como as reservas nos hotéis e tudo mais e seu convite bonita.
_ Serão só os mais próximos, não quero curiosos, não quero imprensa, não quero meu casamento inteiro na internet.
_ Relaxa, OK? E vamos logo!
_ Jade eu preciso de um tempo para me "recuperar", preciso cuidar dos meus filhos e...
_ E o Luan já acordou, deu banho e café da manhã pros dois, pegou troca de roupa e foram passar o dia fora.
_ O dia fora? O Luan não tem juízo para ficar sozinho com duas crianças pequenas. -peguei o celular, já desbloqueando e discando o número que eu sabia de cabeça e esperei que ele atendesse.-
_ Bom dia minha coisa mais linda da vida.
_ Bom dia, onde você está?
_ Calma amorzinho, viemos passear. A Jadoca avisou que vocês precisariam ficar o dia todo fora, aí resolvi sair com eles.
_ Disse eu tô sabendo, quero saber mesmo onde estão os meus filhos?
_ Indo buscar a galera no aeroporto.
_ Luan! Aeroporto?
_ Eu vou ficar quietinho no carro com eles, meus pais e minha irmã que virão até mim.
_ Promete que vai tomar muito cuidado?
_ Cê acha que eu tenho quantos anos? Também sei cuidar dos nossos filhos, Fernanda...
_ Não estou dizendo que você não sabe. Só estou dizendo que aeroportos são sempre cheios, perigoso e eu me preocupo, com eles e mais ainda com você.
_ Fica tranquila, estamos bem.
_ Posso falar com eles? 
_ "Sua mãe. Toma." Mamãe?
_ Oi filha, você está melhor?
_ Tô com vontade de fazer número dois ainda, mas não quero vomitar!
_ E seu irmão?
_ Tá tomando mamadeira...
_ Com o que?
_ Suco mamãe...
_ Deixa eu falar com o seu pai de novo... -Melissa passou o telefone e eu voltei a falar e desliguei.-
_ Pronto?
_ Agora vou tomar banho, fica à vontade. Pode até conversar com o Davi se quiser.
_ Vai a merda. -arremessou o travesseiro e eu corri pro banheiro ainda dando risadas.

  Juro que não demorei no banho, mas quando saí a Jade não estava mais no meu quarto. Vesti-me e fui encontrar aquela loira sem vergonha no maior papo com o meu adestrador que a cada dia estava mais gato, mais forte, mais homem! Enfim... Fui comer e os chamei para me acompanhar e enquanto isso a dona Jsdelina foi me contando nosso roteiro e assim, não só o dia e sim a semana inteira estava lotada de coisas para eu fazer e ela me acompanhar.
  Contei a ela sobre o vestido que tinha visto nos States e ela falou que ainda dava tempo de fazer alguns dos ajustes e por isso iríamos ao atelier. Depois iríamos para a gráfica montar os convites, até porque o lugar da cerimônia já estava tudo certo com data e horário, e depois iríamos ver o buffet. E deixamos para o dia seguinte as coisas referente à viagem e estadia, isso incluiria também nossa lua de mel em família para alguma praia nesse Brasil que nem eu nem Luan e muito menos as crianças conhecessem.

_ Acha que eu engordei?
_ Não. Você ganhou corpo mesmo, está mais definido mas isso não é ruim.
_ Certeza?
_ Absoluta... Deixou  até com mais caimento o vestido, olha aqui embaixo... -íamos olhando naquele espelho enorme e ela marcando uma coisa aqui e outra ali, sei que parte da nossa tarde foi nisso. Corremos para a gráfica e eu estava louca, perdida, queria muitas coisas e ao mesmo tempo nenhuma. Mas, o convite saiu...

(...)

  Jade conseguiu entrar em contato com o buffet que prestaria serviços para nós em Riviera Maya e marcou uma degustação na minha casa mesmo. Estávamos eu e ela, Luci e Luan. Foi ótimo! Amei o cardápio e olha que decidimos em conjunto, tudo mesmo, desde os docinhos até pratos principais e sobremesas. Ainda ficamos na sala conversando, a Jade subiu pra tomar um banho e descansar um pouco e eu continuei na sala.

_ Olha o passarinho...
_ Olha o quem? -na hora em que virei só deu tempo para um sorriso sem graça, muito do falso e depois ri sozinha do resultado.- Apaga isso, vai...
_ Não. -mordi a bochecha dele e levantei, queria fazer xixi.-


@luansantana: Toda minha, profundamente minha, somente minha e para sempre minha! <3 Te amo! @fermarques


  Eu não diria que estava horrível na foto, mas estava engraçada, sem dúvida alguma. Curti a foto e acabei não comentando... Beijei seu rosto e continuamos ali juntinho, aos beijos e carícias que nem escutamos a campainha.  Nos demos conta de que tinha alguém na sala quando escutamos a Laura chamando o dadinho dela.

_ Dinda!
_ Oi minha gordinha, como você tá?
_ Bem. Tem docinho? -Luan deu risada.-
_ Tem doce de gelatina, você gosta?
_ Que isso?
_ Vem aqui com a madrinha.

  Fomos até a cozinha, coloquei a gelatina em cubinhos e dei à ela que comia sorridente. Rafael e Bruna já estavam na sala, Melissa no colo do pai e Arthur com a titia.

_ Sobreviveu? -ri da minha própria pergunta.-
_ Menina, ainda bem que o Rafa estava em casa. Porque eu sozinha não restariam cabelos para contar história. Ele pegou o Tobias pelo rabo, pintaram a parede e tudo mais.
_ Melissa, filha, até você?
_ Eu tamém queria pintar. E meu tio deixou, porque ele disse que depois era só lavar.
_ Isso mesmo Rafael, incentiva mais. São crianças, loira.
_ Tô sabendo... Cunhada agora me conta das coisas do casamento.
_ Riviera Maya, mesmo. -Luan pensou que eu não o vi sair de fininho e dar um toque para o cunhado fazer o mesmo, eu e Bruna estávamos bastante entrosadas com o assunto e acabamos não nos importando. Ela  até deu algumas sugestões válidas e quis me ajudar com o destino pós-casamento! Bruna sempre gostou de viagens e eu também, então super deu certo.-
_ E quando vocês vão para Riviera?
_ Ainda não sei, estou querendo ir duas semanas antes para me distrair e tirar o foco da mídia...
_ Ainda acho que ficaria muito na cara, cunhada. Já que você quer aparecer o mínimo possível, pode fazer o seguinte. Irmos todos os familiares, nossos pais e as crianças, mas para uma cidade vizinha para não dar muita bandeira.
_ Não tinha pensado nisso, mas faz sentido.
_ Aí como você está de boa com a Jade, deixa as coisas no Brasil sob os cuidados dela e aproveita essa semaninha para relaxar.
_ Iremos amanhã novamente na agência para fechar alguns pacotes de viagens e ver como fica melhor a cotação para os nossos convidados até porque temos a listagens e tudo mais.
_ Contando crianças também?
_ Até mesmo o Arthurzinho, Laurinha e a Mê.
_ Acho que vou com vocês hein. -risos.-
_ Sempre é uma boa, ainda mais que é próximo ao shopping.
_ Falando em shopping, preciso comprar algumas coisinhas.
_ Precisa é?
_ Aí menina, acho que estou grávida de novo.
_ Não acredito, como você...
_ Do jeito tradicional. -risos.- É que estou sentindo as mesmas coisas de quando foi a Laura e olha isso aqui... 
_ Vamos subir que o Davi pode aparecer, ou seu irmão mesmo e...
_ Tá vamos.

  Chegando no quarto ela fez o favor de tirar a blusa e o sutiã, e os seios estavam inchados e bem inchados. Gritamos juntos e rimos em seguida.

_ Outro catarrentinho? -brinquei.-
_ Não fala assim, minha filha nunca foi catarrentinha.
_ É porque ela é pequena... entendeu?
_ Aí besta... Se for mesmo eu queria um menino.
_ Recalcada. -ela  me mostrou o tamanho.- Pergunta pra sua mãe, porque ela sempre acerta.
_ Verdade, acho que a vovó Cris é vidente.
_ Ôh se é! E o Rafa?
_ Ele que perguntou, porque fomos fazer um amor, trocar uns carinhos e ele aperta aqui, aperta ali e falou que estavam maiores e que eu estava sensível demais... Sabe?
_ Isso é fato... Luan encostava a língua e eu já estava quase tendo um orgasmo, vontade de ficar grávida de novo só por isso. -começamos a rir e rir muito alto, Luan entrou no quarto levando a Laura e o Arthur, disse que ele, o Rafa e a Melissa iriam andar de bike.-
_ Laura, sossega... -Bruna dizia.-
_ Papaaaaaaai!
_ Seu pai daqui a pouco volta, para de chorar.  
_ Tade o dadinho?
_ Saiu também filha...
_ Elissa! -chamava pela prima fazendo beicinho, toda linda.- Elissa!
_ Ôh meu amor, não fica assim... Já já eles voltam.
_ Dinda... -peguei Laura no colo aproveitando que Arthur estava quase dormindo na minha cama.-
_ Vamos descer, vamos procurar um doce.
_ Gadelo! 
_ Sua mãe faz um que é uma delícia... Vem Bru...
_ E meu pequeno?
_ Vai ficar no berço, não vamos demorar lá embaixo...
_ Ele não caí?
_ Ele é preguiçoso igual o pai e a irmã... 
_ É de família mesmo. -risos.

  De fato não demoramos lá embaixo porque tinha brigadeiro na geladeira, deixamos a Laura com uma colher na mão e Bruna foi subindo com o prato. Ficamos conversando por um bom tempo, bastante mesmo. Até deitamos e acabamos dormindo.

_ Mamãe!
_ Hmmm...
_ O Art tá chorando e não quer o colo do papai. -levantei e Laura ainda estava na minha cama, coloquei alguns travesseiros em volta e fui buscar minha criança.-
_ O que foi amor, você tá com fome meu príncipe? -ele ia com as mãozinhas na minha blusa, era fome. Sentei-me na poltrona e fui amamentando-o ainda com olhares curiosos direcionados à nós dois.- Vocês não vão descer?
_ E dói? -Melissa ignorou minha pergunta.-
_ Não amor, só puxa um pouquinho...
_ Eu era assim tamém?
_ Todos os bebês que são pequenos, até o tamanho do Pedrinho e do Migui, mamam no peito.
_ Até o papai?
_ Ainda mamo e muito viu. -riu todo malicioso e eu queria não estar amamentando pra dar um soco na boca dele.-
_ Mas você nem é neném, papai.
_ Sou como um. -ria ainda mais.-
_ Idiota.
_ Mamãe, não...
_ Idiota não é palavrão...
_ Mas cê num deixa eu chamar ninguém assim. -cruzou os braços.-
_ Por que vocês não vão comprar pão? Ou fazer aquele creme verde horrível que vocês tanto gostam?
_ Shii encrenca papai. Vamo embora que a mamãe já tá brigano com os outros sem motivo.
_ Tchau! Os dois...

  Eles saíram e Arthur pôde mamar em paz, em silêncio. Depois que o coloquei para arrotar nós ficamos no quarto, ele estava quentinho mesmo o ar condicionado estando numa temperatura agradável para o tamanho dele. Estava um pouco febril o meu neném, dei remédio e fiquei ninando até que ele dormiu.

_ O Arthur está com febre... -falei chegando na cozinha.-
_ Quer levar ele no médico?
_ Prefiro... Vou trocar de roupa.
_ Eu vou tamém?
_ Você tamém que aí já vemos essa dor de barriga...
_ Ele vai me dar injeção, eu não quero mamãe! -fazia manha.-
_ Melissa, filha, você já é uma mocinha. Então para de bobeira, não é a primeira vez que você vai ao médico e não será a última.
_ Tá vendo como ela fala comigo, papai? Só na grosseria. -e saiu da cozinha batendo os pés e com um bico enorme.-
_ O que é que tá me olhando e não fala nada?
_ Nada Fernanda, nada.
_ Nada? Então imagina se fosse alguma coisa, ridículo. -falei desviando dele e indo até a geladeira, abri e peguei um suco, quando fechei ele estava parado de braços cruzados.- Pois não?
_ Não acha que está muito de resposta atravessada, não?
_ Virou meu pai pra me repreender agora? Eu tenho quantos anos?
_ Vai brincando viu, quando eu sou grosso com você, você não gosta.
_ Não mesmo... 
_ Então porque tá sendo comigo?
_ Aí me deixa em paz, porque você não saí da minha frente hein? -falei sem pensar, fechei os olhos e quando abri ele não estava mais na cozinha, escutei seus passos subindo as escadas e fui atrás. Chegamos no quarto e ele estava pegando as coisas dele.- Onde você vai?
_ Te deixar em paz, não é isso que você quer? Tchau...
_ Luan eu não disse por mal.
_ O caralho que não foi e me solta, amanhã a gente conversa. -e saiu. Ou melhor, tentou sair porque eu fui atrás dele até a porta do carro.- Entra vai, para de cena.
_ Não quero que você vá embora, fica aqui comigo... Me desculpa, vai...
_ Entende uma coisa, eu posso te amar e muito, mas não sou nenhum boneco na sua mão. -ligou o carro e saiu me deixando de pijama e em pé do lado de fora.-
_ Burra!
_ O que houve aqui?
_ Estraguei tudo... -deu uma vontade imensa de chorar, e foi o que eu fiz abraçada com quem eu menos imaginei na vida.-
_ Quer parar de chorar? Eu hein... Se isso não for uma gravidez é TPM. -limpou meu rosto e ficou quietinha comigo.-
_ Dinda? Podi dece a escada?
_ Não meu amor, a tia te ajuda... -Jade me deixou e foi pegar Laura no colo, lhe sentou no sofá e ficamos quietas por um bom tempo, até que escutamos um barulho de carro estacionando e era minha cunhada.- 
_ Mamãe!
_ Você tá acordada ainda?
_ Acabou de acordar... -falei limpando o rosto.-
_ E você cunha, tá com essa carinha por quê?
_ Seu irmão foi embora. -voltei a chorar e me levantei indo pro quarto, deitei na cama e fiquei com a cara no travesseiro.-
_ Cunhada, liga pra ele... Não precisa chorar... -virei ficando de barriga pra cima e peguei o celular já discando o número.-
_ Fala...
_ Por que você tá falando assim comigo?
_ O que você quer?
_ Amor...
_ Hm...
_ Não me trata assim, não fala desse jeito comigo. -chorava ainda mais.- Você não me ama mais é isso? Quer terminar comigo?
_ Para de ser louca.
_ Por que você tá me xingando?
_ Fernanda, me dá um tempo... Para de ligar. Vou dormir.
_ Luan? Lua... -a ligação caiu, joguei o celular longe e corri pro banheiro, tranquei a porta e fiquei lá dentro.

















~.~

   Oi amores!
  Tudo bem com vocês? Espero que sim, eu estou ótima e rindo horrores com esse capítulo. Mas gostei! E vocês? O que me dizem? 
  Continuem comentando, volto em breve! 

PS: Preciso responder os comentários, até o fim de semana eu respondo...

sábado, 26 de março de 2016

Capítulo 193 - Parte I

Narrado por Luan

(...)


_ Já foi?
_ Calma boi, não tô conseguindo comprar as passagens. Só tem vôo pro dia 05.
_ Cê tá maluco? Eu disse que ia embora hoje... Eles chegaram ontem de viagem, ontem...
_ Ah, mas a culpa não é minha que sua noiva voltou antes. E o que tem demais você ficar mais uns dias aqui com a galera? Fernanda não vai morrer não.
_ Se você tá de rabo virado com a sua namorada eu não posso fazer nada, sei que eu não quero ficar brigado com a minha noiva no mês do nosso casamento.
_ Não sei do que você tá falando...
_ Não sou eu que estou sem falar com a namorada desde o natal porque ela foi viajar com uns amigos da faculdade, sendo que você veio farrear com uns amigos e um bando de mulher! E aquele papi de ter a mente aberta meu amigão? -dei um tapinha nas costas dele.- Pimenta no olho dos outros é refresco, né? -ria.-
_ Você está se saindo um amigo vem filho da puta.
_ Eu chamaria de sinceridade... Agora não me complica, liga pro Léo cara. Eu quero ver minha mulher, anda...
_ Toda essa pressa, pra nada. 
_ Cê num sabe. -risos.-


(...)

  Meu piloto estava viajando, então o jeito foi esperar um vôo comercial mesmo. Fui todo disfarçado ou pelo menos tentei. Algumas pessoas no vôo, inclusive a aeromoça, me reconheceu. Mas foi bem tranquilo mesmo, quer dizer o vôo em si. Porque eu estava ansioso demais, parecia que estávamos há muito tempo sem nos vermos.
  Assim que desembarquei em SP pedi um táxi e fui para a casa dela, ainda estava de manhã. A porta estava aberta, sinal de que a Luci já havia chegado.
  Fui entrando e não estava errado, ela falava no telefone com alguém e quando me viu nos cumprimentamos e ela disse que Fernanda estava na cozinha... Ah! Essa cozinha...


_ Heitor você praticamente não dormiu, agora não quer comer... Não estou te entendendo...
_ Papai! -fazia bico e não comia de jeito nenhum.-
_ Eu desisto, quando a minha mãe chega você come. -falou se levantando e quando virou para deixar o prato na bancada acabou me vendo e no susto deixou o prato cair no chão e foram estilhaços de vidro pra todo canto daquela cozinha e ela cortou o dedo.- Aí! Amor... -fui até ela lhe dando um abraço, um beijo rápido e perguntei se havia machucado.- Cortei só... Vou lavar... Olha ele pra mim... -assenti.-
_ E aí carinha, bate aqui. -ele bateu e sorriu.- Não quer papar não?
_ Papa...
_ Vem cá, vamos procurar uma coisa... -ele veio pro meu colo e juntos fomos fuçar o armário e encontramos doces, bolacha recheada e ele não demorou a pegar o pacote. Ajudei que abrisse e fomos para a sala, ele sentou no sofá e comeu.-
_ Luan, eu não acredito nisso... Bolacha?
_ Ele tava com fome.
_ Pois eu fui dar café da manhã e ele não quis, agora doce ele quer? -cruzou os braços e eu fui até ela, abracei sua cintura e fiquei sorrindo.- Não me olha assim, estou tentando ficar brava.
_ Sério? -ri.- Feliz ano novo. -nos beijamos outra vez, com mais calma.-
_ Feliz ano todo, meu branquelo. -me abraçou.- Fiquei com saudades e morrendo de ciúmes de você naquele iate.
_ Eu sabia. -risos.- Mas eu te amo, bobinha. 
_ Eu sei, te amo também. -nos beijamos com mais intensidade, pegada, fogo... Daí nos lembramos do meu cunhado.- Deixa eu ié na cozinha limpar os cacos...
_ Eu te ajudo...
_ Você é mais desastrado que eu... -beijou meu rosto e saiu.-


  Levei minha mala pro quarto dela e quanto estava pra sair eu vi uma pessoinha levantar na cama e coçar os olhinhos, meu filhão.

_ Bom dia garotão! -o peguei no colo e ele deitou a cabeça no meu ombro.- Não quer conversar com o papai não? -o escutei resmungar e ri.- Cê deve tá é com fome... -coloquei uma blusinha nele e descemos.-
_ Que carinha de sono mais linda mamãe, como eu tô gostoso assim...
_ Acho que ele está com fome.
_ Vem mamar, vem com a mamãe princeso.
_ Também quero mamar. -ela me olhou rindo e ganhei um tapa por conta da minha ousadia.- Taquepariu viu...
_ Vai acordar a Melissa, amor. Ela queria ir comigo e a Jade já está pra chegar.
_ Ir aonde?
_ Resolver algumas coisinhas, não iremos demorar não.
_ Acho que irão sim viu. -ria.-
_ Bobagem, Mô. -disse tirando o seio de dentro da blusinha do pijama e pondo na boca de Arthur, senti um arrepio conhecido e disfarçadamente passei a mão por cima da minha ereção e antes mesmo que estivesse totalmente visível, saí.


(...)

  Meus sogros saíram, Melissa também junto com a Nanda e eu fiquei com o Arthur. Estava sendo tranquilo, eu sabia fazer tudo: dar banho, trocar fralda, dar mamadeira, dormir, fazer arrotar e esses trem tudo. Ele estava bem calminho, sentamos no tapete pra brincar de carrinho e depois peguei uns bonecos, monta-monta e ele sujou a fralda.

_ Cara, tem certeza que cê tomou só leite? Tava estragado, é? -depois dei risada, lembrando que não tinha como estar estragado porque Fernanda o tirou antes de sair.- Calme aí cara... -virei para pegar o lenço umedecido e quando virei ele estava engatinhando pela cama, o peguei voltando a deita-lo, limpei bonitinho e quando estava fechando a fralda ele mijou em mim.- Arthur! -ele gargalhava e não tinha nem como ficar bravo, ri também. Tirei minha camisa e fiquei sem, só estávamos nós em casa mesmo.- Será que agora eu consigo por sua fralda? -e por fim consegui, nós descemos e nisso meu celular estava tocando.- Fala aí, cara!
_ Voltou da farra?
_ Cheguei hoje cedo. Tudo tranquilo?
_ Tranquilo sempre, o que muda são essas mulheres que me deixam louco. Manuella inventou que agora quer usar só saia, minissaia boi.
_ E você deixa? Eu não deixaria não, onde já se viu isso. Ficar com as coxa tudo de fora.
_ Pior mesmo é a Soraya, vai me enlouquecer com essa gravidez.
_ O que tá pegando?
_ Chora por tudo. Se eu falo alto, eu tô gritando. Se eu falo baixo, eu tô xingando ela... Se eu falo que vou pra minha mãe, eu tô querendo deixar ela sozinha com três filhos... E por aí vai.
_ Fernanda fica doida assim na TPM, eu te entendo meu amigo. -risos.- Ligou pra desabafar, foi?
_ Bora dar uma volta?
_ Depende, se tiver mulher bonita e de fio dental eu topo (ri). Só que não, eu tenho juízo.
_ Churrascaria... Mulher deixou eu e o Nick sozinhos.
_ Tamém tô com o Art aqui...
_ ½ hora lá?
_ Fechou. 
_ Tô saindo de casa daqui quinze minutos, fui. -desligamos e voltei a subir as escadas, preciso jogar uma água no corpo. Mas estava sozinho com o Art, não podia demorar. Deixei ele dentro da banheira que estava vazia e tomei o banho mais rápido da minha vida, depois aproveitei e passei Arthur no chuveiro também é voltamos pro quarto.-
_ Nossa que gatos hein, e olha que nem estão de roupas. -olhei para a porta e ela sorria ainda com algumas sacolas nas mãos enquanto entrava no quarto.- Onde vamos?
_ Ia sair com ele, Dudu e o Nic.
_ Eu troco ele pra você amor, e dou mama. Arrumou as coisas dele?
_ Pichuletinha, entende uma coisa... Eu sou um Luan só.
_ Um Luan bem mole, porque eu dei conta de ficar com ele, Heitor e Melissa, fazer comida e tudo bem que não ficou uma maravilha só que serviu... E tomar banho sem transformar tudo num caos. -riu.-
_ Mole? Você que é a supermulher!
_ Sim, eu sou. -e saiu do quarto e foi aí que notei o vestido minúsculo que ela vestia, neguei com a cabeça e fui tratar de me vestir. Coloquei uma bermuda, camiseta e depois de calçar meu tênis estava quase pronto. Fui para o cabelo, perfume e agora sim estava no jeito.- Luan, seu amigo do peito está aqui na sala.
_ Quem?
_ Quem? Então quer dizer que você tem outro, é isso? -cheguei na sala e Dudu estava com as mãos na cintura, não aguentei segurar o riso.- Decepcionado, muito viu.
_ Foi mal amorzinho... -risos.-
_ Nossa, vocês dois me dão diabetes.
_ Insensível. -os cumprimentei e voltamos a nos sentar, Arthur ainda estava mamando.- Mano, cê sempre demora.
_ Você o conhece mais tempo que eu Dudu, sabe que o Luan demora mais que eu pra se arrumar (selinho). Mas fica um gato, dá vontade de tirar a roupa dele todinha.
_ Poupe-me dos detalhes sórdidos. -risos.- E aí, Arthur vai ou não?
_ Vai uai, eu dou conta...
_ Tem certeza amor? Lá é tranquilo? Pelo amor de Deus, não vai esquecer que seu segurança está de férias...
_ Relaxa amor, relaxa que o Luanzinho aqui toma conta direitinho.
_ Onde você vai papai?
_ Sair com o tio Dudu...
_ E vai levar ele? -apontou pro irmão com desdém, cruzando os braços e um bico já se formando em seus lábios.-
_ Hoje eu levo ele, aí quando voltar podemos ir na Manu. O que você acha?
_ Que você está me enrolando, vocês homens só enrolam...
_ Quem te disse isso? -perguntei abandonando a brincadeira.-
_ A Jade, ela que disse e a mamãe disse que... -olhou pra Fernanda, depois pra mim.- Que... Que...
_ Que vocês pensam que enrolam, que enganam... Porque eu fico de olho no que é meu mesmo. -Fernanda falou ficando toda vermelha.-
_ Minha ciumenta linda. -nos beijamos.-
_ Chega de beijo. Só sabe ficar beijando, eu hein...
_ Beijar é muito bom filha... -Fernanda dizia sorrindo.- Quando você namorar, vai saber disso.
_ Eu já tenho um namorado. -falou e eu senti uma pontada no peito e fechei os olhos.-
_ Melissa volta aqui e me conta essa história.
_ Não quero, vai sair com o seu filho! -correu pro banheiro e fechou a porta.-
_ Vocês escutaram isso?
_ É você o namorado dela Nicolas?
_ Minha mãe não quer deixar nem eu ir sozinho no cinema, vai deixar eu namorar sim.
_ Luan, ela tem seis anos... Para de loucura.
_ Você escutou o que ela disse...
_ Toma o Arthur, vai pro seu passeio que eu me entendo com ela. Tchau para vocês todos.
_ Delicada sua mulher né?
_ Não viu na TPM.
_ O que você disse, Luan?
_ Nada não amor, te amo. Tchau. -peguei as coisas do Arthur e fomos pro carro.-


(...)

  Nosso almoço foi demais, depois fomos para um fliperama dentro do shopping e ficamos por algumas horas ali, Arthur não deu trabalho algum... Comeu, tomou refrigerante pela primeira vez e quis batata frita, e eu dei uai... Quando estava querendo anoitecer nós voltamos para casa e Melissa estava pronta, maquiada, cabelo preso, vestidinho...
_ Posso saber onde você vai?
_ Sair com a minha mãe... -continuou no celular.-
_ E onde vocês duas vão?
_ Na casa da minha tia...
_ Você não quer falar comigo, é?
_ Não...
_ Por que?
_ Porque eu não quero, você me excluiu... Foi sair pro shopping ainda com um neném que nem fala e ainda fralda!
_ Ah filha, o papai saí tanto com você poxa... Primeira vez que sai com o Arthur sozinho.
_ E daí? Só por isso eu não podia ir junto?
_ O que a mamãe te disse?
_ Desculpa, papai. -guardou o celular e levantou do sofá indo em direção à cozinha.-
_ TPM mirim existe?
_ É porque você chegou de viagem a pouco tempo, ela quer um tempo com você amor. Nada mais que isso. -selou meus lábios e pegou Arthur que dormia do meu colo. Resolvi ir atrás da minha marrenta.-
_ Mê?
_ Que foi?
_ Perdoa o papai?
_ Cê tá merecendo?
_ Nem se eu disser que te trouxe uma coisa?
_ Que coisa?
_ Corre na sala, está em cima do sofá...


  Ela não perdeu tempo, e quando abriu ficou toda boba. Era uma pelúcia, uma boneca de pelúcia que era ela quando pequena (ainda menos).

_ Uma mini Melissa.
_ Obrigada papai... -me abraçou.- Vamos tomar sorvete comigo? A mamãe deixou um só...
_ Não vai na sua tia?
_ Vou ficar com você, posso?
_ Claro que pode meu anjo...


  Fomos andando mesmo até a sorveteria, nos sentamos e pudemos tomar sorvete bem tranquilos.   Quando ela terminou pediu mais um e não haveria problema, eu espero muito que não para eu não ser morto por uma mãe furiosa. Depois a gulosa queria comer mais, saímos do condomínio e fomos até um carrinho de lanches e pedimos dois X-Salada, batata frita e pegamos coca-cola e voltamos pra casa com ela nas minhas costas.

_ Papai você é bem forte, me aguentou tudo isso de tempo. -dizia ela ao descer direto no sofá, senti um alívio daqueles mesmo sabendo que minhas costas iriam doer.- Leva de novo?
_ Só até a cozinha, vem...


  Ela subiu outra vez e nós fomos, nos sentamos na bancada e fizemos nossa refeição cheia de gordura, açúcar, corante...

_ Chega, né? Esse lanche é muito grande, você vai passar mal. Come só a batata.
_ Eu queria mais papai, eu aguento, eu juro. -e por fim, comeu.-
_ O que acha da gente ver um filme, hein?
_ Bolt!
_ Esse filme é muito velho, não quer outra não? -ela negou.- Então esse mesmo...
_ Papai, pode perguntar uma coisa? -perguntou toda sem jeito e por conhecer minha filha sabia que era algo que realmente importava para ela.-
_ Claro, só falar mocinha... O que você quer saber?
_ Por que eu vejo os seus pais sempre e os pais da minha mãe não?
_ Uai, você voltou de lá esses dias e eles ainda estão aqui no Brasil peq...
_ Não eles, tô falando da minha vó Jane e meu vô Alexandre... Eu quase nunca vejo eles dois... Por que eu não posso? Por que você não deixa?
_ Eu... É... Quem te disse isso?
_ Minha tia Marina, ela me contou tudo papai... -o filme já estava rodando e nenhum de nós estávamos prestando a atenção.-
_ E onde você viu sua tia?
_ Quando a mamãe as vezes vai naquele negócio de exercício.
_ Filha entende uma coisa... Seus avós não tem muito tempo pra ficar cuidando de você, não é que o papai não deixa.
_ É sim, ela me disse que minha vó quer me ver, tenta me ligar e você esconde de mim. Por que papai?
_ Seus avós trabalham o dia todo, o tempo que eles tem pra te ver é quando você está comigo ou na escola... Entendeu? -tive que mentir, coisa que eu odiava. Mas era muito complexo explicar toda a situação à uma criança de 6 anos. Sim, a Melissa era muito esperta só que não madura para o assunto... Ela não se deu por convencida, mas voltou a olhar o filme.


  Um tempo depois Melissa dormiu e eu a levei para o quarto, apaguei as luzes e fui para o quarto da Nanda tomar um banho para refrescar e me peguei pensando nas palavras da minha filha, como uma mulher crescida vem pra fazer inferno e colocar coisas na cabecinha de uma criança inocente? Estava tão distraído que não escutei batidas na porta, nem mesmo me dei conta quando Fernanda entrou no box.

_ O que está te preocupando, meu branquelo? -beijou meu peito.- Luan?
_ Melissa andou me perguntando umas coisas estranhas... E tô com isso na cabeça. -voltei a ficar com a cabeça debaixo d'água.-
_ Quer compartilhar?
_ Não sei se devo, acho que vou acabar brigando e eu não quero... Estamos nós vendo hoje, nem conversamos direito e eu não quero instalar um clima chato entre nós.
_ Me deixou preocupada agora... -falou e lhe dei um beijo, sabendo que ali acabaria o assunto. Terminei meu banho e saí. Não demorou muito e ela fez o mesmo, eu já estava trocado e deitado na cama encarando o teto.-
_ Seu silêncio está me matando... O que está acontecendo?
_ Quando você ia me contar que a Melissa vem se encontrando com a tia?
_ Que tia?
_ Marina.
_ Eu nunca escondi, seus pais também sabem... Mas o que a Marina tem a ver com esse seu silêncio?
_ Ela tem tentado fazer a cabeça da Melissa e pelo jeito está conseguindo...
_ Do que você está falando? O que a Melissa te perguntou, Luan?
_ Perguntou porque eu não deixo os avós dela visitarem ela.
_ Contasse a verdade, eles não tem muito tempo e não fazem tanta questão. Aí quando se sentem no direito de exercer papel de avós aparecem do nada, fazem mil e uma promessas, pedem desculpas pela ausência e voltam a sumir.
_ Ela é uma criança, não entende isso!
_ Ela é uma criança sim, eu sei disso. Mas sei também que ela é uma criança que se você sentar e explicar, ela vai entender... Já contamos à ela coisa pior, quando a Ester foi embora...
_ A questão aqui não é essa, eu só não quero a Melissa perto da Marina, nem dos avós. Entendeu?
_ Luan... -respirou fundo.- 
_ Eu sou a pai dela e não quero que uma mulher que não fez parte da vida dela apareça e faça inferno! É isso que eu não quero Fernanda...
_ Como quiser... -falou e saiu do quarto, entrou no closet e eu saí do quarto fui pro quintal.

Sentei na beira da piscina e fiquei quieto na minha, de olhos fechados sentindo a brisa. Mãos tocaram meus ombros e era ela, Fernanda.
_ Olha, me desculpa se fui grossa ao expressar minha opinião. Mas eu e você sabemos que não há como fugir disso, amor. E assim se você acha que ela está muito nova pra saber da verdade conversa com a Marina, só não afasta a Melissa deles... Ela vai crescer e vai fazer as próprias escolhas.
_ Eu tenho medo dela pensar que eu não sou um bom pai.
_ Para de falar isso, olha pra mim... -segurou meu rosto entre as mãos.- Você é um ótimo pai, não se diminua por isso. Eu entendo sua preocupação e vou prestar mais a atenção nelas duas, se for o caso não deixo as duas ficarem juntas. Mas eu não acho certo, porque a Melissa conviveu com eles... Tudo bem que ela era pequena, mas ainda sente falta e você cortar isso agora vai falar ela pensar que a tia estava certa.
_ O que quer que eu faça?
_ Comece parando de pensar besteiras e deixa que com a Marina eu me entendo. 
_ Você vai brigar com ela?
_ Não sou de ficar fazendo barraco, não... Vou conversar, de mulher pra mulher.
_ Vou ficar sabendo dessa conversa um dia?
_ Quem sabe... -sorri.- Agora vamos entrar? Tô ficando com frio... 
_ Vamos sim, vamos entrar e cobrir essas coxonas.
_ Isso aí. -selinho.- Promete que vai deixar isso pra lá?
_ Prometo tentar. -segurei seu queixo.- Eu te amo, sabia?
_ E eu te amo ainda mais... -nos beijamos e entramos em casa aos tropeços, nos deitamos naquele sofá grande e macio, o clima esquentando, roupas saindo e uma noite inteira nos amando.- Eu estava com saudades disso?
_ De sexo?
_ Do seu cheiro natural, seu cheiro depois do sexo. -mordeu meu peito enquanto continuei alisando suas costas.-
_ Minha safadinha. -nos beijamos.-
_ Mamãe... Cadê você hein? -escutamos Melissa chamar a Nanda, nossa sorte era que as luzes na sala estavam apagadas.-
_ Deixa eu me vestir... -ela disse sussurrando.- Luan...
_ Fica aqui, ela vai voltar pro quarto. -voltei a investir, pegando em sua cintura e tentando subir minha mão.- Vai amor...
_ Não, me solta... 
_ Mamãe, cê tá aí embaixo?
_ A mamãe está subindo... 
_ É pra eu esperar aqui? 
_ É meu amor... -tentava se vestir e eu ria de seu desespero.- Para de rir de mim e me ajuda a achar minha calcinha...
_ Eu não, cê não quer ficar aqui comigo. 
_ Idiota, ridículo.
_ Você me ama...
_ Amo mesmo. -me deu um selinho e subiu usando a lanterna do celular.-


  Fiquei um tempo ainda na sala, quando subi Fernanda ainda não estava no quarto. Fui até o quarto da Melissa e as duas estavam ali.

_ O que foi?
_ Diarréia. O que foi que você deu pra ela comer?
_ Nada demais...
_ Luan...
_ Ela tomou sorvete, comeu um lanche e tomou refrigerante...
_ Tudo de uma vez? O que você tem na cabeça?
_ Ela tava com vontade...
_ "Ela tava com vontade..." Ela estava vomitando, tudo gula e ainda está com a barriga doendo. Vou te matar!
_ Não mata mamãe, eu que pedi.
_ E ainda defende esse safado...


  Nossa noite tinha tudo para terminar em mais amor, mas Fernanda ficou de olho na Melissa até que ela dormiu e depois me deu mais uma bela bronca. Eu só queria deixar a menina contente e sem passar vontade... O que tinha demais nisso? Se ela descobre que eu dei refrigerante pro Arthur me mata de verdade.




























~.~

  Cada capítulo algo novo ou mais intenso... O que o próximo irá nos trazer hein? rs

sexta-feira, 25 de março de 2016

Capítulo 192 - Parte X

Narrado por Luan
  Sem dúvida alguma minha família é tudo e cada segundo em Campo Grande valeu muito a pena em todos os sentidos imagináveis, foi muito bom rever os parentes e até mesmo alguns amigos que com a correria acabava não dando.
  Mas, como havia dito... Passaria a vida do ano em Balneário com os amigos e não que eu não estivesse no clima, mas é que é muito estranho eu "curtir" sem a minha família e sem a minha noiva comigo. Estou com saudades, apenas isso.

  Tínhamos acabado de chegar no resort e estava tranquilo, por ser de madrugada. Cada um foi pro seu quarto e fomos descansar da longa viagem.

*Aí já deve ser de madrugada, mas entre te acordar e mandar uma mensagem pensei que a mensagem não te acordaria. Beijos de uma noiva com saudades, te amo!*

*E se eu dissesse que não fui dormir ainda? Essa noiva com saudades me ligaria?* -o "online" foi substituído por um "visto por último" e em poucos segundos a tela acendeu e nossa foto aos beijos apareceu nela.

_ Boa noite ou bom dia? -perguntei rindo enquanto deixava a mala de lado.-
_ Antes me responde o que o senhor está fazendo acordado essa hora... Hein?
_ Chamamos quase agora, estava indo dormir (bocejei). E você?
_ Vendo filme com as crianças, o pessoal foi deitar agora pouco.
_ Hmmm... E tá... Tá tudo certinho por aí?
_ Tá sim amor, muito gostoso o clima, as pessoas...
_ As pessoas são gostosas? -ri.-
_ As pessoas tornam o ambiente mais harmonioso, gostoso mesmo só se eu...
_ Se eu estivesse aí. -risos.- Como foi o natal de vocês?
_ Se resumiu em comida, fomos convidados para uma festa de natal na casa da vizinha e aí... -mulher quando danava a falar não parava mais, falei tudo e fui desviando aos poucos e falando sobre o meu.- Tirar a Laura não vale, é sua afilhada.
_ Ela amou. -fui contando.- Vai até pro banho com aquela boneca até pifar é tudo. -risos.- Chega no dia 05 mesmo?
_ Pode ser que eu volte antes, andei conversando com a Jade e temos que correr com algumas coisinhas porque o casamento já está super em cima.
_ Sabe que é muito estranho vocês duas amigas, né?
_ Sei sim, mas isso não é um problema pra você né?
_ Nenhum amor, relaxa. 
_ Ótimo. Mas, deixa eu falar mais um pouquinho... Acabei vendo meu vestido aqui mesmo e amor, é lindo, lindo demais. Tão minha cara!
_ Manda uma foto, manda...
_ Vou mandar sim, do tecido e não vai se agora. Outra coisa... Vamos ter lua de mel? -comecei a rir.-
_ Tudo o que você quiser, meu amor. Se quiser ir pra China, nós iremos.
_ Pensei mais em uma viagem em família, eu, você e as crianças. 
_ Tem ideia de lugar?
_ New Orleans... Brincadeira, amor... Podemos ir para algum lugar que você ainda não teve tempo de conhecer de fato.
_ Vários!
_ Assim não, né amor.
_ Praia. O que você acha?
_ Em Salvador? Fortaleza? Amor, eu amei quando fomos para Jericoacoara.
_ Você disse um lugar que eu não conhecia.
_ Então poderia ser aquela praia que tem uma caverna maravilhosa, o que acha?
_ Acho que...(voltei a bocejar)... que pode ser sim.
_ Você deve estar morrendo de sono, amor. Então vou desligar e amanhã você me liga. Beijos, te amo.
_ Também amo muito vocês. -desligamos e eu pude trocar de roupa, e me jogar naquela cama enorme e por mais confortável que fosse não chegaria aos pés da minha cama.


(...)



Narrado por Fernanda
  A Times Square pegava fogo quando chegava fim de ano e dessa vez eu fiz a maior loucura da minha vida. Levei a Mê comigo, fomos juntas com a Mary Jane, vizinha da minha mãe. E foi muito bom, ela gostou muito e não se perdeu o que era melhor ainda. Foi de lá que ligamos para o Luan e depois para os avós dela e voltamos a aproveitar. Passamos a noite toda acordada na bagunça, claro que eu fui uma mãe responsável e não misturei bebidas e nada do tipo.
  Fomos voltar mesmo o sol já estava aparecendo, aí sim minha pequena estava exausta e queria cama.

@fermarques: 2 0 2 1 ♥   #NYC #MyPrincess



  Sim, estávamos iguais e amamos isso a ponto de querer fazer mais vezes. Chegamos em casa e todos ainda dormiam, subimos e ela caiu na cama enquanto eu precisava de um bom banho para enfim descansar... Ou era isso que eu estava pensando, mas Arthur acordou e ligado no 220.

_ Oi mamãe, que delícia de neném! -ele obviamente não falava, mas resmungava demais e até que alguns de seus gestos eu como mãe entendia muito bem.- Quer mamar, é? -fiquei amamentando e até dei algumas cochiladas, ele logo terminou e ficou molinho por estar de barriga cheia e me aproveitei disso para descansar por no mínimo 15 minutos.-
_ Fernanda, acorda!
_ Por que você está gritando, pai? Não percebe que tudo o que sua filha quer é dormir?
_ Ninguém mandou ficar na farra a noite inteira.
_ Farra? Pai eu tinha criança de 6 anos comigo, minha filha. Conhece?
_ Ainda bem. Senão NYC seria pequena pra você. -riu.- Sua mãe está chamando.
_ Posso saber pra que? -ainda não havia sequer tirado a coberta do rosto.-
_ Ela está pensando em antecipar nossa ida ao Brasil e com isso precisa de ajuda com o almoço. Levanta sozinha ou terei que te levar no colo?
_ Pai, eu não sou mais uma criança sabe? Tenho dois filhos, quase casada, formada em direito e advocacia, empresária... Você não se atreveria a isso, me rebaixando aos 8 anos de idade. -ele dia e sua risada estava cada vez mais perto, descobri o rosto e levei um susto por seu rosto estar tão perto e suas mãos próximas da minha barriga e fim das contas... Quase fiz xixi nas calças por receber tantas cócegas e me contorcer na cama enquanto ele gargalhava. Era gostoso, era bom, era saudável essa nossa relação de pai e filha. Eu amo esse homem.- Pai, não faz isso! 
_ Ah faço! -ele saiu me puxando pelas pernas e segurou minha cintura me levantando com muita facilidade e me jogando sobre seu ombro.- Pelo menos não está pelada, não sou obrigado. -risos.-
_ Pai, não! 
_ Vamos descer vai, sem dramas!
_ Pai, é sério eu vou cair de cara aqui.
_ Vai não, eu sou forte de mais... -não adiantou protestar, cheguei na cozinha carregada e todos quando viram deram risada.- Prontinho. Missão dada, é missão cumprida.
_ Ridículo você, pai.
_ Vovô pegou a mamãe no colo. -e ria.-
_ Vovô tá muito abusado e forçando a coluna à toa.
_ Ah você não está tão pesada assim. -ria.- Deve estar chegando nos 100?
_ Você tem a sorte de ser meu pai... -ainda riam da minha cara toda amassada e cabelos bagunçados também. Passei a mão e dei uma ajeitada rápida.- Cadê meu filho, gente?
_ Serve aquele na grama?

Meu lindo filho estava rolando na grama junto com o Heitor, meu vô estava de olho neles. Então aproveitei pra tomar café e fui ajudar minha mãe... Saí daquela cozinha já estava na hora do almoço, subi e joguei uma água no corpo. Coloquei um vestido mais soltinho, permaneci com os cabelos presos e desci ainda de chinelos.
_ Mamãe, a gente vai embora hoje?
_ Vamos sim, de noite. Chegar lá um pouco tarde.
_ E eu vou pra casa da minha vó?
_ Não amor, você vai ficar com a mamãe. O que você acha?
_ Eu queria ver minha vó Jane e a tia Marina tamém.
_ Quando nós chegarmos a mamãe vê isso. Tá bom?
_ Tá né. Fazer o que...


  Eu odeio ser a chata, mas meu... Eles mal procuram a menina, aparecem uma vez na vida e outra na morte, ligam quando acham que deve e não fazem questão de se manterem perto. E mesmo assim deixam Melissa toda esperançosa, falam que irão passar pra buscá-la e dar uma volta e ela por ser criança e ser muito da inocente fica esperando.
  Tudo bem, eu entendo que os pais da Ester e até mesmo a Marina, não tem todo tempo do mundo à disposição da Mê. Mas eu penso que se eu não for cumprir, eu nem prometo.


(...)

  Lar doce lar!
  Casa, Lupy, minha cama... Só fiquei fora por algumas semanas e parece que foram anos.
  Deixei as crianças na sala com a minha mãe e desci correndo, descalça pra ver meu gatinho. Ele pareceu sentir que eu estava perto, veio e ficou à minha espera.


_ Oi amor da mãe! Como eu fiquei com saudade de você, Lupy! -fui inventar de abraçar seu pescoço e ele me deu uma patada que deixou-me até desorientada e não satisfeito lambeu meu rosto e continuou brincando. As más línguas insistiam em dizer que eu criava um monstro dentro da minha casa, mas ele era tão tranquilo que não dava medo nenhum.- Agora a mamãe não saí mais de perto de você por um bom tempo. Ah, e feliz 2021 meu tigrão! O Davizinho é um anjo por ter cuidado de você todos esses anos, né bebê? Promete que não vai me deixar nunca? Bate aqui... Isso, bom garoto.

...

  Ficar em casa assistindo Tv não é um dos meus hobbies favoritos, mas não quer dizer que eu não faça. Mas a Mê dormiu, Arthur também, Heitor e minha mãe apagaram, meu pai saiu levando meus avós e eu fiquei sozinha acordada.
  Coloquei em um canal da tarde que deveria contar notícias, mas eram fofocas que rolavam, na linguagem deles o famoso entretenimento: o ano novo de Luan Santana sem a família! Confesso que assisti por curiosidade, fazia tempo que não me permitia a isso.
  Mostrou Luan com os amigos no instagram de alguns deles e depois os famosos flagras, uma loira aqui, morena de biquíni ali, iate com várias mulheres e dando a entender que a noiva aqui estava "dormindo" e não ligou para os chifres. Que não existiram! Até porque não passava intimidade nas fotos e sim uma tietagem, só isso. Sei que assisti até o fim e fui mandar mensagem pra encher o saco.


*Hm... Tiveram ruivas nessa viagem, é?*

*Todas lindas, mas nenhuma era vc.*
*Tava assistindo o programa tbm?*


*Uhuum. Nem vou me preocupar com as insinuações branquelo.*

*Nem precisa, o povo aumenta muito.*
*Além de ano novo era aniversário da ruiva, Íris o nome dela é o Testa é arroz de festa... Fomos e a maioria dos convidados eram mulheres, mas fiquei quietinho...*


*Ainda bem, senão vc ficaria sem pênis.*
*E vc não quer isso, né amor?*


*Jamais... Quem vai brincar com vc?*

*Se esconder no esconderijo secreto?*

*O esconderijo está escorregadio, bem molhadinho.*

*E o Luanjr no ponto para se esconder kkk*
*Não rola nenhuma fotinho, não?*


*Melhor ao vivo e a cores. Haha!*

*Já está em casa?*
*Se você disser que sim eu vou embora pra SP agora.*


*Cheguei faz um tempinho amor, mas estou descansando.*
*Sério que você vem?*


*Vou arrumar minhas malas e amanhã tô chegando. Se tiver vôo disponível, né :x *
*A Jade ligou?*


*Pra mim não, por quê?*
*Ela te mandou mensagem? Ligou pra você?* -perguntei com uma pulguinha atrás da orelha.-


*Ligou na virada do ano, assim que deu meia noite.* -ele parou de digitar e eu me limitei a não responder, em seguida chegou um áudio.-
_ Meu amor, ignora a última mensagem. Esse testudo tá com gracinha!
_ Achei que fosse verdade, já estava até preocupada.
_ Uai, ela não é sua amiga?
_ Ha! Mas nunca vai deixar de ser sua ex. Amizade, amizade... Meu homem à parte.
_ Não sei pra que tanta coisa pra uma lagartixa albina dessa, pelo amor Nandinha. Você já teve melhores!
_ Luan, por acaso ele está lendo nossa conversa? Porque se estiver ele fica sem dedo e você sem o seu pinto.
_ Opa, devagar aí morena... Li nada não, mas tô curioso pra ler viu.
_ Vai ler no DEIC! E tchau pra vocês, vou comer alguma coisa. 
_ Não vai mandar beijinho pro mô (ria)?
_ Ele sabe que tem todos os beijos que quiser (risos).


  Deixei mesmo o celular largado e fui comer um sanduíche com muitas coisas que deram vontade.   Depois de alimentada voltei à sala e meu pequeno estava de olhos abertos, mas bem quietinho. O peguei e subi para trocar a fralda, mas acabei dando banho porque o estrago foi grande. Quando terminei deixei Arthur brincar no tapete do quarto e fui acordar a Mê para um banho também e depois de jantar os dois dormiram.

_ Fernanda?
_ Oi pai. Pode entrar...
_ Heitor pode ficar por aqui também? -perguntou coçando a cabeça e eu coloquei um sorriso mais que malicioso no rosto imaginando o que ele e minha mãe fariam sozinhos, dei risada.- Iremos jantar, apenas isso.
_ Transar é bom pai, ajuda a intensificar a relação de um casal e você e a mamãe precisam... de mais tempo juntos, sem o Heitor. Então aproveita papi.
_ E o respeito por esse velho? Tenho uma idade avançada?
_ Se você não fosse meu pai, o Luan não existisse... Eu me casaria com você, um coroa gato e podre de rico. -a cara dele se espanto foi a melhor, e nenhum dos dois segurou a risada. Logo ele saiu do quarto e foi o tempo de eu pôr um pijama mais decente.-
_ NÃAAO! -Heitor gritava com todo seu fôlego e me dando um susto, até fui curiar.-
_ O que  foi meu amor, vem a Nanda...
_ Mamãe!
_ A mamãe já vem, e você vai ficar comigo... -ele virou o rosto pra mim, abusado.- Vem pequeno, vamos comer um doce o que você acha?
_ Gadelo!
_ Isso, brigadeiro hmmm... Delícia né bebê...
_ Mamãe!


  Heitor não era de fazer manha, mas hoje estava demais e me cansando. Ele puxou meu cabelo e tudo. Meus pais conseguiram sair e nós ficamos na cozinha atrás do bendito brigadeiro e achamos, e foi a minha salvação porque depois de se empanturrar ele dormir feliz e todo grudento. Ôh delícia!
  Aproveitei que os babys da casa estavam dormindo e fiz o mesmo, queria que o dia amanhecesse logo e que Luan voltasse logo. Ainda não beijamos esse ano e esse mês, é o nosso mês mais uma vez.

























~.~

  Hmmm... Esse casal ainda vai me matar de orgulho. E vocês?
Gente, aqui em SP está chovendo e eu acho que sei o motivo... Não demorei para aparecer (palmas) torçam para que o ritmo continue assim, amo! Beijos!

terça-feira, 22 de março de 2016

Capítulo 192 - Parte IX

Narrado por Luan
  Com a Fernanda ao meu lado eu não sentia falta de mais nada, falando como homem. Até porque meu lado artista, sem meus fãs não seria nada, não faria sentido. Enfim... O jantar nos proporcionou mais intimidade e fez com que os fantasmas do meu ciúmes fossem embora por algum tempo, tempo suficiente para que pudéssemos voltar e nos amar durante toda a madrugada fria da grande NYC sob a luz da lua.
  Na manhã seguinte acordei com o celular tocando, Fernanda estava em cima de mim, com as pernas entrelaçadas e não me dando muito espaço para me movimentar. Estiquei o braço e consegui pegar e atender.


_ Fala aí, boi. Tudo tranquilo?
_ Eu que te pergunto... Tá em Nova Iorque? Vai passar natal pra cá, não?
_ Eu tô voltando essa semana, mas vou pra Campo Grande. -cocei os olhos, passei a mão no cabelo ainda bagunçado e ri.-
_ Ah cara. Não acredito! E o ano novo?
_ Dormindo. Não marquei show esse ano!
_ Bora pra praia?
_ Que praia?
_ Balneário... Topa?
_ Não sei, não... Fernanda não vai estar... E eu não quero confusão pro meu lado depois.
_ Conversa com ela, você não vai escondido não...
_ Vou ver aqui, cara. De resto tá tranquilo?
_ Muito. -riu.- Vou desligar que eu sei que te acordei (riu). Até mais hein.
_ Até... -desligou.-
_ Quem era amor? -perguntou com a voz rouca, ainda sonolenta.-
_ Rober.
_ O Rober? Certeza? Não parecia a voz dele. -ri baixinho.- Tá mentindo pra mim?
_ Não amor, era ele... Relaxa tá... -beijei seu cabelo.-
_ Você vai viajar com ele no ano novo? -"É nessas horas que eu levo a sério quando dizem que mulher faz mais de uma coisa ao mesmo tempo. Ela não estava dormindo?"- Hein?
_ Ainda não sei... Você não vai estar lá comigo e...
_ Vai amor, não se prenda por mim. Eu confio em você, muito mesmo. 
_ E não farei nada para quebrar essa confiança. -ela abriu os olhos devagar e com um sorriso veio me beijando.- Bom dia...
_ Uhuum...  Vou dormir mais um pouquinho. -virou-se de costas e dormiu.


  Estava quente demais aquela cama, descobri meu corpo deixando coberta apenas da cintura pra baixo e fiquei encarando o teto até que alguém bateu na porta e sem muitas cerimônias entrou.

_ Aí meu deus, eu... Pensei que... -era minha sogra toda envergonhada, tapou os olhos e continuou falando.- O pequeno acordou e não achei a chupeta por lá e pensei que... que estivesse aqui.
_ Na poltrona aqui do lado... -ela veio de fininho, pegou e saiu. Caí na risada.


...

  Depois de banho tomado, estar devidamente vestido e com as malas prontas, chamei um táxi e fui me despedir de todos, até Melissa ficaria.

_ Vai me ligar quando chegar, não vai? -Fernanda perguntava ainda abraçada comigo, assenti e lhe dei um beijo.- Bom natal e um feliz 2021. -sorriu.-
_ Você sabe que eu vou ligar.
_ Você é bem esquecidinho amor. -risos.-
_ Não vou esquecer, juro. -ela ainda me encarou desconfiada.- Tchau... Nós vemos no dia...
_ 05. Chegaremos na parte da tarde eu acho.
_ Acha é?
_ Se não atrasar o vôo, nem nada...
_ Tá bom. Fui.


(...)

  Horas mais tarde o avião aterrissava em São Paulo, olhei pela janela do avião e estava um sol daqueles. Mas eu não estava afim de tirar minha blusa de frio, cachecol... Coloquei o óculos escuro, peguei minha mala e seguia para o ponto de táxi.

_ AAAAH! -no susto parei exatamente onde estava e olhei para trás, uma menina que parecia ter uns 15 ou 16 anos  me olhava paralisada e trêmula.- Luan, é você mesmo? Não é nenhum cover, né?
_ Sou eu sim minha linda. Tudo bom? -como ela estava sozinha não vi problemas em ir até onde estava, nos abraçamos de um jeito carinhoso e ela pareceu não querer me soltar tão cedo.- Quer uma foto?
_ Se você não se importar... Aí meu deus! -me apertou mais ainda é ficou de olhos fechados, sorri e pedi novamente o celular e tirei uma foto nossa, depois lhe dei um outro abraço ainda mais apertado e me despedi. Voltei a andar na direção de outro táxi quando apareceram outras duas pessoas, e então outra e a galera começou a se aglomerar e por estar sozinho apenas acenei e entrei no carro.


  Estava cansado da viagem, com fome da comida da minha mãe e com saudades da bola de pêlos branca. Peguei um congestionamento quinze minutos de casa, acabei chegando mais tarde do que o previsto e ainda assim encontrei "visitas".

_ Dadinho! -era minha gordinha mais linda e bochechuda.- Oi.
_ Oi minha princesinha, tudo bem?
_ Ahaam... Tade a dinda?
_ A dinda está na casa da mamãe dela. -a peguei no colo e não demorou para que eu escutasse os latidos.-
_ Calado! -Laura dava uma bronca nele que baixava as orelhinhas.- 
_ Cadê a vovó?
_ Tá ali oh... -apontou para a cozinha e pelo cheiro ela não estava errada.  Entramos e minha irmã estava cozinhando enquanto minha mãe estava sentada de costas tomando cafézinho fresco.- Ôh vovó!
_ Meu filho, você já chegou?
_ Já era pra estar aqui faz é tempo. Mas fiquei preso no trânsito. -a cumprimentei e fiz o mesmo com a Piroca, só muda que baguncei seus cabelos e tive que rir quando ela chamou minha mãe.-
_ Idiota.
_ Ti feio mamãe, nu podi fala assim cum o dadinho.
_ Isso mesmo minha linda, como que fala com o dadinho da Lau?
_ Lindão. -a enchi de beijos enquanto as outras duas riam.-
_ Comprando minha menininha com doces até eu.
_ Dei doce nenhum, não. Cadê o véio?
_ Em CG, desde anteontem.
_ E por que não foram?
_ Porque ficamos te esperando. Eu precisava ver meu filho sabe...
_ E o Rafa também está viajando, volta hoje pra ir com a gente. A Nanda não vem mesmo?
_ Não, mas eu a entendo. Eu quero passar com a minha família e ela também. A diferença é que eles moram em Nova Iorque. Toma mamusca, vou trocar de roupa... -fui entregar Laura, mas quem disse que ela queria ir?- Pequena, o tio tem que se trocar.
_ Leva eu tamém, fiz xixi! -dizia pondo a mão na fralda.-
_ Aí Pi, me faz esse favor?
_ Cadê a bolsa dela?
_ Em cima da cama da mãe...
_ Bora lá sá mijona.. -joguei ela por cima do ombro e subi as escadas com ela as gargalhadas.- Quantos aninhos a Laurinha tem hein?
_ Case dois! 
_ Aé sim. -entramos no quarto dos meus pais e eu tive uma bela surpresa na hora de abrir a fralda. Qual é cara, ela é um bebê... Não deveria cagar tão fedido assim.- Cagona você hein... Mentiu pro dadinho.
_ Fiz pum... -ria da minha cara de idiota.-
_ Tô vendo uma bela de uma bomba. Agora fica quietinha senão vai sujar tudo a cama da sua vó. 
_ Tá...


  E ela obedeceu. Ôh saudades de quando minha menina tinha essa mesma idade, tudo pra mim era novidade.
  Depois de jogar a fralda no lixo nós fomos pro meu quarto, deixei ela na cama mexendo no meu celular é fui vestir uma bermuda.


_ Dadinho, a dinda! -voltei pro quarto e era a Fernanda no telefone, conversamos alguns minutos e ela desligou.-
_ Já deu, né? Quero dormir...
_ A pê...
_ Com a sua mãe, vamos lá pegar...


  Descemos, eu acabei indo comer e depois subimos os três (Laura, Puff e eu) pro meu quarto, subimos na cama e deitamos para dormir.

_ Ôh dadinho...
_ Hm...
_ Música... -cantei ali bem baixinho e não demorou para que a respiração pesasse e ela realmente dormisse, me permitindo fazer o mesmo.


(...)

_ Todo ano você vai, por quê hoje você não quer ir?
_ Aí Luan, eu tô cansada sabe... Tô enjoada.
_ Tá prenha (ri alto). Rafael tá perdoando nenhuma benzadeus! -ria mais ainda e ela toda nervosa, querendo me matar.- 
_ O amigo secreto é seu!
_ Vou lembrar disso quando você me pedir alguma coisa sua bicha interesseira.
_ Aí Pi, to com preguiça.
_ Deixa que eu vou e a Laura vai junto.
_ Vai?
_ Xim... -pulou vindo pro meu colo.-
_ Ela sim não me abandona, já você sua traíra.
_ Ai Luan, sem drama.
_ Drama, drama... -levantei do sofá e fui tomar um banho, depois liguei pro Well e pro Testa. Tinha tirado uma pessoa mais que especial e linda demais, então esse presente eu compraria com mais gosto ainda.-
_ Não vai me dizer quem você tirou?
_ Não tamém! -e saí.


  Passamos a tarde no shopping graças à uma mulher que estava fantasiada de princesa, Laura ficou toda besta e queria ir lá de qualquer jeito... E foi, e eu fiquei sentado junto com os poucos pais que ali estavam e deixei o Well sentado com ela lá na frente.

_ Sua filha?
_ Afilhada.
_ Quantos aninhos?
_ Um ano e dois meses.
_ Bem espertinha, né?
_ Muito. -não estava gostando daquela mulher caçando assunto, eu era curto e grosso nas respostas e ela insistindo. Até que acidentalmente deixou a carteira cair no chão e abaixou de frente pra mim mostrando o decote. Eu conhecia aquele peito, Fernanda está assim também por estar amamentando. Não tive como disfarçar, mas desviei assim que notei seu sorriso.-
_ Me liga. -beijou meu rosto e saiu, Testa olhou e começou a rir.-
_ Louca. -rasguei o papel e fui chamar a Laura pra ir embora.-
_ Dadinho, a pincesa!
_ Compro todas pra você, mas vamos pra casa vamos...
_ Não! Papá!
_ Sorvete, quer?
_ Socolate! -ri lhe pegando no colo e indo embora.-


  Chegamos em casa e eu tinha a impressão de que morreria quando a Bruna visse a situação da Laura. Toda suja de chocolate, sorvete e ketchup.

_ Luan! -fechei os olhos ao som do primeiro grito.-
_ Não tive culpa, ela quis...
_ Aí mãe, o Luan é pior que a Laura. E você chega de doce... -tirou o pirulito da mão da menina e foi a guerra. Bruna falando de um lado, Laura chorando do outro, Puff latindo, minha mãe reclamando e eu tapando os ouvidos.- Laura, chega...
_ Pilito, mamãe...
_ Banho, é isso que você quer. E você, Luan, me paga. 
_ Em dólar? -ri e ela mostrou o dedo do meio e subiu.-
_ Você não tem jeito mesmo. Oi meninos. 
_ Oi. -responderam.-
_ Como deixa a Laura ficar assim?
_ Ah... Ela é criança, tem nada de mais nisso...
_ Toda desarrumada...
_ Era isso ou eu ainda estaria no shopping e o negão sentado no meio de um monte de neném.
_ Ainda tira o Well da folga, aí Luan...


  Ela preparou um lanchinho, senão não era a mamusca. Depois eles foram embora, eu fui tomar um banho porque estava mais que soado e grudando por causa dos doces. Lavei os cabelos, desliguei o chuveiro... Enrolei uma toalha na cintura e saí descalço mesmo.

_ Eu nessa minha idade tenho que ter ver pelado, é? -ri.- Vamos amanhã cedo, tudo bem pra você?
_ Tranquilo e favorável. -risos.-
_ Arrumou suas coisas? -fiz caretas e ganhei um tapinha.- Deixa pelo menos a mala vazia e aberta no closet, mais tarde eu arrumo.
_ Sério mesmo? Sua linda...
_ Dadinhooo! -escutamos Laura bater na porta e não demorou para entrar, estava toda linda.-
_ Cadê sua calcinha? -perguntei.-
_ Laura! Volta aqui... Aí minha nossa senhora, é hoje viu. É hoje!
_ Sua mãe tá brava hein.
_ Iscondi dadinho. -Bruna abriu a porta e seus olhos focaram na pessoinha que se escondia atrás da minha mãe.-
_ Olha aqui mocinha, você não acha que está muito arteira não? Vem colocar roupa, agora.
_ Caloi!
_ Calcinha pelo menos, Laura... Vem logo, filha.
_ Eu visto ela, vai tomar um chá pra relaxar.
_ Palhaço.
_ Tá vendo né Xumba?
_ Deixa sua irmã, deve estar de TPM é você fica enchendo o saco.
_ Tô fazendo nada.
_ Não taméim. -dei risada.


  Decidi que iríamos jogar videogame, ficamos um tempo até que o jogo foi ficando interessante. Escutei um barulho vindo do banheiro e lembrei...

_ Laura! -ela estava fazendo arte, corri de volta pro quarto e peguei o celular pra tirar uma foto.- Olha pro tio...
_ Xiiiiiiis! 

@luansantana: Essa não nega de quem é filha, né Lau? #princesadotitio 


_ Desce vai, deixa a escova do dadinho aí.


  Laura era a Melissa todinha se tratando em fazer arte, mudada apenas a idade das duas. Depois que consegui tirar ela do banheiro voltamos pro quarto e dessa vez nada de videogame, fomos assistir desenhos... os desenhos que ela gostava: Discovery Kids.
  Os minutos foram rápidos, nós logo estávamos jantando e depois eu tratei de ir dormir.

  Na manhã seguinte acordei com a Bruna me chamando, levantei me arrastando e fui tomar um banho frio para despertar. Troquei de roupa, peguei minhas coisas e desci. Tomamos café até que em silêncio, depois disso ligamos para o taxista e seguimos para o aeroporto de Jundiaí.

_ Que foi que cê tá quietinha pequena?
_ Lau dodói... -deitou a cabeça no ombro da Bruna e pôs a chupeta na boca.-
_ O que ela tem?
_ Tá reclamando de dor de garganta e tá quentinha... Acho que é gripe. 
_ Vem no colo do tio princesa. -ela não pensou duas vezes, fiquei mexendo em seus cabelos até que ela pegou no sono.-
_ Ela tomou muito sorvete, Pi?
_ Não, eu dei do meu pra ela.
_ A Laura não é de ficar doente, tô achando estranho viu...
_ Relaxa, Bubuzinha. Daqui a pouco ela tá bem, quer passar na farmácia?
_ Não, tenho o remédio dela aqui.


  Seguimos em silêncio e chegando no jatinho também, a viagem não era muito longa. Mas, ainda sim era cansativa.
  Laura dormiu um tempinho, quando acordou ainda estávamos no ar.


_ Minha pê, dadinho.
_ Tão linda, e de chupeta?
_ Favoi... 
_ Aqui Pi... -Bruna me entregou e Laura pegou da minha mão pondo na boca e deitando a cabeça em meu peito. Tão quietinha que estava me agoniando já.


  Pouco tempo depois o jato aterrissou e nós descemos indo ao encontro do meu pai. Fomos por outra saída, então se tinham fãs à minha espera eu realmente não fiquei nem sabendo.
  Seguimos para casa e chegando lá o churrasco já rolava solto, estava calor então alguns já estavam na piscina, outros bebendo e assim vai. Minha primas estranharam eu chegar sem a Nanda e meus filhos, aí expliquei que eles não iriam e porque... Estava bem à vontade, tomando cerveja e na roda dos homens jogando baralho e meu grude? Dormindo no meu colo, era eu anexar dar ela pra mãe que ela acordava chorando.


_ Arrumou outra filha, foi?
_ Minha filha de coração. -ri.-
_ Bruna pode viajar que o titio cuida da Laurinha. -risos.-
_ Cuido com o maior amor do mundo, é mais uma das mulheres da minha vida. -beijei o topo de sua cabeça e voltei minha atenção ao jogo.



















~.~

  Esse capítulo foi amor, amor e muito mais amor. Achei que estava faltando Luan narrar um tempo maior, mostrar ainda mais esse lado família e o que ele pensa, como age... Enfim... Achei uma delícia escrever esse capítulo, tanto que me empolguei e dei uma exagerada porque todas sabem que a Laura tem um ano e pouquinho e nesse capítulo ela falou mais que a boca. Então fujam da realidade junto comigo, e entrem em um mundo que ela fala muito sim (risos). Acho que era isso, um grande beijo e até o próximo capítulo... Ou melhor, até a parte dez do capítulo 192. Perceberam que estou dando uma enrolada, né? É que estou me desapegando aos poucos desse nosso casal que vai marcar com toda certeza uma fase da minha vida como autora e vocês vão entender o "por quê". Bye guys, see you next chapter.