{...} Abre mais a blusa, me usa! Só não pede pra parar... ♪♫

sábado, 30 de abril de 2016

Capítulo 195 - Parte V

Narrado por Luan
  O jogo foi bom demais, ganhamos!
  Voltamos pra casa roucos, mas felizes. Tudo estava em silêncio, ainda tomamos uma cerveja e ficamos na sala conversando até o sono chegar.


...

_ Dentro da minha bolsa, vai estar a primeira ultrassonografia. Pode pegar lá. -ela disse e eu subi pra buscar.

  Bolsa de mulher era uma coisa de outro mundo, sempre cheia e no caso da Fernanda os papéis davam ainda mais volume.
  Virei tudo na cama e alguns papéis foram para o chão, fui recolher e tive uma surpresa um tanto curiosa. Um contrato para participar de um ensaio fotográfico.


_ Contrato, é? -até sentei pra ler e não gostei nada, nada do que estava descrito ali. E fiquei meio assim que ela não tinha me contado nada. Quando será que recebeu essa proposta?-
_ Achou? -apareceu dentro do quarto.-
_ O que é isso aqui?
_ Deixa eu ver. -puxou da minha mão e ficou surpresa ao ver do que se tratava.- Deu pra ficar fuçando nas minhas coisas agora?
_ Não interessa, quando ia me contar?
_ Não sei, por que tanto interesse?
_ Tanto interesse? Minha mulher vai fazer algumas fotos para um ensaio sensual e eu não estava sabendo... Bem legal.
_ Você por acaso está vendo o contrato assinado? Hein?
_ Se está nas suas coisas é sinal de que você estava pensando na ideia.
_ Estava?
_ Você não vai assinar isso, Fernanda. Esquece.
_ O que? Luan, o corpo é meu, a vida é minha... Isso te lembra alguma coisa?
_ Lembra... Que você tem um marido e que não importa se a vida é sua ou não, as decisões são tomadas em conjunto.
_ São fotos...
_ Fotos para uma revista!
_ Ainda assim são fotos.
_ Você não está pensando...
_ Eu vou assinar, porque eu quero fazer essas fotos. Achei uma proposta muito bacana, e será uma lembrança de antes da gravidez.
_ Isso é desculpa pra sair mostrando o corpo.
_ Desculpa? Eu não posso querer? Tudo pra você gira em exposição, querer aparecer e blá blá blá.
_ Você que sabe. -falei saindo do quarto. Quando cheguei na sala fingi que nada aconteceu lá em cima e fiquei na minha com as crianças.-
_ Por que você faz isso?
_ Isso o que? Ser sincero? Não gostei e ponto, quer assinar essa merda? Assina. Fica à vontade, a vida é sua mesmo.


  Estávamos em um clima tão e de repente a coisa muda de figura. Podem falar o que for de mim, mas marido nenhum quer ver a mulher estampada em uma revista em poses sensuais e se existem maridos assim... com certeza não sou eu.



Narrado por Fernanda
  Luan faz tempestade em copo d'água, eu não estava escondendo. Apenas esqueci de contar e deu no que deu, mas nem por isso eu vou deixar de assinar. Até porque não vou aparecer pelada, são fotos de roupas que serão fotografadas em dois ambientes: estúdio e externo.
 Assinei e deixei dentro da bolsa mesmo. Sentei na cama sentindo uma tontura e um enjôo forte, como no show e tive medo de desmaiar outra vez. Respirei fundo e bem devagar, e aos poucos isso foi melhorando e me senti mais firme para tomar um banho e esquentar um pouco.


_ Mãe, você não vem?
_ Não meu amor, a mamãe está cansada e vai dormir um pouco.
_ Dormir? De novo?
_ Uhuum, manda um beijo bem gostoso pra vovó.
_ Tá, tchau. -ela me deu um beijo e saiu. Luan estava indo passar o dia com os pais e eu não estava em clima pra ir, preferi realmente ficar em casa.


  De tanto rolar na cama, acabei dormindo. Acordei com o Luan entrando no quarto e deveria ser um pouco tarde, já que ele saiu cedo.

_ Não te acordei, né?
_ Que horas?
_ Pouco mais que oito da noite. Tá dormindo desde a hora que saímos? -assenti.- Então está sem comer desde cedo?
_ Estou. Até tô com fome, mas tudo o que eu como eu ponho pra fora.
_ Quer ir médico?
_ Não precisa, juro.
_ Se você continuar assim me fala que eu te levo. -jogou a toalha sobre o ombro e foi pro banheiro. Levantei da cama cheia de preguiça, mas precisava levantar antes que me tornasse parte das roupas de cama.-
_ Mamãe, ainda de pijama?
_ Estava dormindo. E ai como foi na casa da vovó?
_ Ela fez pastel e o Art comeu mais de cinco.
_ Meu deus, que guloso.
_ Ele é e muito, ainda tomou refri...
_ Ela não pode comer muito isso que passa mal e você também.
_ Foi só hoje mãe, relaxa.
_ Relaxa nada. Vocês jantaram lá?
_ Sim.
_ Então vamos subir os dois, banho e cama.
_ Ah, mas eu queria ver o filme mamãe.
_ Não, depois você vê.
_ Por que eu nunca posso ficar acordada até tarde?
_ Porque você é uma criança, amanhã você tem escola.
_ Mãe! Esqueci de uma coisa.
_ Que coisa?
_ Uma lição de casa... -cruzei os braços e ela fez a maior cara de arrependimento, essa menina não tinha jeito.-
_ Então a gente vai subir, você vai tomar seu banho, vai fazer a lição e vai dormir.
_ Mas eu tô com muito sono.
_ Você é quem sabe. -subimos, dei banho no Arthur e depois nela, acabei ajudando com a lição que era algo muito simples e depois ela dormiu.


  Luan estava no quarto dormindo sentado na cama, entrei no banheiro e fiz um xixi que eu estava apertada até demais. Saí e ele ainda estava lá.

_ Luan?
_ Hm...
_ Troca de roupa, vai deitar...
_ Eu tô aco... acordado.
_ Não está não e ainda vai ficar com dores no pescoço, anda.
_ Só mais cinco minutos.
_ Luan... Agora!
_ Ãn... O que foi? -abriu os olhos no susto.- Tá aí me olhando por que?
_ Porque você está dormindo sentado na cama, não teve coragem nem de trocar de roupa.
_ Tudo reclama tamém, chata. -levantou e foi pro closet, voltou em poucos minutos e se deitou de costas pra mim. Apaguei as luzes e fiquei quieta.- Fê, eu sei que você não dormiu ainda.
_ Você não estava com sono? Então dorme.
_ Não quero dormir  brigado com você.
_ Nós estamos brigados? Sabe que eu nem tinha percebido?
_ Para com isso vai, não fala comigo desse jeito.
_ Você é quem surta e eu que tenho que falar direito? Ainda mais por causa de algumas fotos que eu ainda nem tirei.
_ E não vai, né?
_ Que diferença isso vai fazer na sua vida?
_ Toda. Porque outros homens vão acabar vendo algo que era pra ser exclusivamente meu, para o meu prazer e não um prazer compartilhado.
_ Tudo isso é ciúmes?
_ Pensou que fosse o que? Machismo?
_ Também, por que não?
_ Machismo não sei aonde.
_ Ah então você pode tirar foto pra Sawary grudado na Sabrina e eu não posso fotografar sozinha?
_ Vai jogar na minha cara?
_ Claro que vou, é meu papel como sua esposa.
_ Cê fica tão bonitinha falando assim.
_ Sou LINDA de qualquer jeito.
_ Eu sei que sim, e muito convencida também.
_ Aprendi com você. -me virei e ele também, senti sua respiração mais próxima.- Vou ganhar um beijo de boa noite?
_ Sabe que meu sono foi embora. Poderíamos fazer alguma coisa não acha?
_ Comer morangos com nutella.
_ Tá falando sério?
_ Tô com vontade. 
_ Vontade ou desejo?
_ Vontade, ainda acho cedo para ter desejos.
_ Ah tá. -selinho.- Cê tá cheirando doce...
_ Comi chocolate com a Mê antes de subir.
_ Para com essa ansiedade de ficar comendo doces, não faz bem.
_ É culpa sua.
_ Minha?
_ Sim, porque se você não me deixasse mal eu não descontaria minha ansiedade em doces.
_ É gulosa desde nascença e a culpa é minha. Brincadeira viu.
_ Bobão.
_ Chata.
_ Idiota...
_ Não vou te chamar de linda.
_ Ridículo você.
_ O seu ridículo. -segurou meu rosto e me deu um beijo decente, muito gostoso por sinal. Tão gostoso que me deu margem para pensar em outras coisas e esquecer a vontade de comer morango com nutella, melhor deixar pra depois.


[...]

Junho de 2021

  Contrato assinado, dia para as fotos agendado. Luan voltou ao normal comigo, mas não tocou mais no assunto das fotos e eu deixei quieto, não queria dar a intenção de estar provocando-o. Dalila quando soube que eu aceitei quase surtou, pediu até para acompanhar e fazer "os bastidores" no meu snapchat.

_ Amiga! É hoje! Hoje meu amor. Vamos levantar, caprichar no banho, cuidar da pele que hoje é dia de arrasar em frente as câmeras.
_ Só fiz um ensaio na vida e foi pro meu aniversário, lembra?
_ E quem esqueceria uma festa daquelas?
_ Pois é, mas ainda estou com sono. Cinco minutinhos.
_ Nem dois. Levanta logo.
_ Eles marcaram para depois do almoço, e agora deve ser nem dez da manhã.
_ Tomei a liberdade de marcar uma limpeza de pele pra você e depilação amiga, não pode colocar uma roupa íntima mais cavadinha sem estar em dia.
_ Olha aqui sua ridícula, vê se tem algum pêlo.
_ Sempre é bom tirar, não vai nem sentir.
_ O que eu fiz pra ter você hein?
_ Nasceu. Agora levanta logo.
_ Chata, não te aguento.
_ Fernanda, sem desculpas...
_ Dá tempo de desistir?
_ Não...


(...)

@fermarques: N O V I D A D E S  ♥ Acompanhem no meu snap nandagurgell, corre que a @lila.mendes vai mostrar tudo!

      Eu estava pronta para as primeiras fotos ainda no estúdio. Uma roupa mais sensual, sem deixar vulgar. Maquiagem e cabelos impecáveis, o problema era a minha falta de jeito para fotografar, mas o Jean me garantiu que iria me dar uma ajuda e tudo sairia perfeito.

_ Você precisa se soltar... quer uma bebidinha?
_ Um vinho?
_ Uma dose de tequila, coisa boba e ajuda.
_ Por favor, estou nervosa. -virei a dose que nem senti.- Pronto.
_ Oh. Seu foco é sempre o meio, então se familiarize gata. Você nasceu pra isso.
_ Meu marido não acha. -brinquei.-
_ Quando ele ver o resultado vai gostar viu, aposto!


  No começo eu ainda estava sem jeito pra coisa, mas eles, Jean e Dalila, sempre me davam dicas ou mostravam um carão. Os primeiros cliques foram acontecendo e a naturalidade foi surgindo, eu estava gostando até. Gostando mais do que eu esperava! As trocas de roupas vieram junto com poses mais sensuais, olhares realmente atrativos e o próprio clima no estúdio ajudou e muito, eu estava curtindo ainda mais.

_ Uma pausa gatinha. Pode ir ao banheiro se quiser, tomar uma água... -assenti e ele deixou a câmera "descansando".-
_ Agora nossa modelo deu uma pausa nos flashes, e ai? Gostando?
_ Gente ela levou muito a sério esse papo de bastidores. Eu estou curtindo, e vocês que estão acompanhando?
_ Curtiram mesmo as roupas, abre esse roupão e nos mostre esse look perfeito... Ou melhor, vamos fazer melhor, mostrar desde a maquiagem até o look.
_ Amei muito essa make, me deixou mais assim... com olhar mais expressivo e bocão, amo bocão!
_ Cabelo?
_ Outro... lacre! Porque sou dessas...
_ E o look?
_ Vou mostrar mais de perto, grava aqui amiga os detalhes.
_ Morena, gostosa, peituda e mesmo grávida com uma barriga  trincada dessa. Sabe o que é isso?
_ Resultado de uma boa foda. -risos.- Não  grava isso. -falei e ela colocou sem audio o vídeo com a legenda de "CENSURADO".-
_ Estou mostrando tudo mesmo, e queria saber das próximas roupas...
_ Serão nudes, mostrar mesmo e tô nem aí.
_ Eu gosto é assim mesmo, quando mostra tudo. Adoro nudes gente, amo, sou apaixonada!
_ Explica que são os nudes do seu marido.
_ E os meus também, mando vários no snap, me sigam.
_ Voltei gatas, vamos voltar?
_ Bora.


  Havia uma certa desenvoltura e por eu ser desinibida estava me sentindo em casa ou era o efeito tequila? Sei que foi moleza essa segunda parte em estúdio, até mesmo de lingerie, uma preta e vermelha que realçava minha beleza e mostrava mais o contraste das cores. Jean era ótimo com uma câmera em mãos e isso nos deu um suporte maravilhoso para as fotos. Ele ia descarregando as fotos em um notebook e eu me vendo não acreditava que ali era eu, estavam ótimas e pra ninguém botar defeito.

_ Onde você se escondeu esse tempo todo? Você é linda, um corpo lindo e fotografa muito bem.
_ Obrigada. E respondendo sua pergunta, estive trancada em um escritório. Sou advogada.
_ Que pecado. -falou cheio de drama.- Põe o roupão que agora vem a parte que eu mais gosto, que são as fotos fora do estúdio. Dá mais originalidade, realça sua beleza ainda mais e sem contar que o dia está lindo.
_ Vai ser de biquini?
_ Não faço ideia, mas você pousar até nua que arrasa. Vamos!

  Era uma cobertura, com piscina e tudo mais. Uma arara com muitas opções de peças de roupas, figurinista, maquiador, cabeleireiro e todo o pessoal que cuidaria da iluminação. Fui então para a minha primeira troca e até aí estava tranquilo, eu estava coberta e sem vergonha! Alguns cliques e pedi uma pausa, precisava comer alguma coisa e fazer xixi.
  Dalila ficou comigo o tempo inteiro, conversando para que eu me distraísse e não pensasse em como seria a reação do meu amado marido quando visse o resultado das fotos. Quando voltamos, mudei outra vez o look e assim foi indo até que tive que entrar na piscina e fazer a sensual, não era dificil, só era estranho ser para uma câmera e não meu homem.

_ Puta que pariu, Fernanda!
_ Está demais, você deveria ter vindo antes.
_ Parem com isso, são só fotos. Eu hein.



  Finalizamos era quase noite, me troquei e voltei para casa. Estava cansada demais para fazer qualquer coisa. Ao chegar as crianças já estavam até dormindo, comi, tomei um banho e antes de dormir postei uma das fotos do ensaio.

@fermarques: De hoje! <3





















~.~
  Essa treta por causa das fotos e agora ela fez as fotos, e o resultado de tudo isso?
Não percam os próximos capítulos. Grande beijo!

PS: Conseguiram ver o vídeo?




quarta-feira, 27 de abril de 2016

Capítulo 195 - Parte IV

Narrado por Fernanda
  Os dias passaram e eu comecei a fazer o acompanhamento pré-natal com o Dr. Roberto mesmo, gostei dele. E tudo ia bem com o bebê, eu estava agora de quase um mês. No meu corpo ainda não existiam mudanças, eu estava normal.

(...)

  Luan estava oficialmente com a semana de folga e voltando para casa, e isso deixou os pequenos agitados, Melissa queria esperar o pai chegar pra ir dormir e Arthur ia na pilha da irmã e não pregava os olhos. Mas e eu? A grávida que tinha um sono maior que o seu próprio tamanho? Ficamos todos no sofá, eu louca pra deitar e dormir e eles acordados até demais pro meu gosto.

_ Mamãe, você tem que ficar acordada.
_ Seu pai vai chegar tarde e já passou da hora de vocês dois irem pra cama.
_ Mas eu queria esperar ele chegar.
_ Você deveria me obedecer, eu trabalhei o dia todo e tudo o que eu queria é dormir.
_ Pode ir, a gente fica aqui quietinhos.
_ Ah claro, eu não tenho mais juízo né? -revirei os olhos.- 
_ Eu não tô com sono...
_ Valeu aí cara, vai com Deus!
_ Papai! -gritou e desceu do sofá antes mesmo dele abrir a porta, olhei no relógio e era quase duas da manhã.-
_ Mas cêis tão tudo acordado ainda? -fechou a porta e pegou Melissa no colo.-
_ Ninguém nessa casa sabe o que é dormir. -falei me levantando.-
_ Tá brava, é?
_ Estou com sono, muito sono. -fui até ele lhe dando um beijo bem rápido.- Boa noite pra vocês.
_ Já vai dormir?
_ Quase duas horas da manhã meu amor, eu prezo pelo meu sono. Te amo.
_ Também amo você.


  Subi e vesti um pijama, mas foi deitar na cama e meu sono evaporou, fiquei rolando na cama e nada. Fiquei quieta no escuro.

_ Não ia dormir?
_ Perdi o sono.
_ Fala a verdade, fala que não consegue dormir sem eu do seu lado.
_ Convencido.
_ Linda. -subiu na cama e ficou em cima de mim, sem deixar que seu peso caísse sobre mim, sua boca veio ao encontro da minha e o beijo aconteceu.- Tava com saudades do seu beijo, como você tá?
_ Manhosa, uma esposa carente do meu maridão. -joguei meus braços em seu pescoço e o puxei pra mim.-
_ Espera eu tomar um banho? Cê tá quentinha e eu todo suado e gelado.
_ Se eu não estivesse com preguiça iria com você. Vai lá, estou esperando.




Narrado por Luan
  Cheguei tarde e por mais que eu estivesse louco de saudades da Nanda e das crianças eu sabia que estava tarde e eles precisavam dormir. Então fui tomar um banho de boa e quando saí a senhorita "Vai lá, estou esperando." estava dormindo abraçada ao meu travesseiro, toda linda. Troquei a toalha por uma cueca, uma regata e fui me deitar.


_ Durma bem meu anjo. -beijei sua testa e dormi.

  Minha rotina, embora que fosse monitorada e eu fazia um esforço para que tudo saísse regrado: sono, alimentação e essas coisas; quando eu estava em casa meu corpo parecia realmente relaxar, meu sono pesado e eu de fato dormia, dormia um sono bom, gostoso e muito mais confortável que qualquer cama de quartos em hotéis. Dormi tanto que no outro dia acordei era quase noite, mas estava tudo tão quieto naquela casa que eu imaginei estar sozinho.
  Lavei o rosto, escovei os dentes e vesti uma bermuda, calcei meus chinelos e desci.


_ Uai,  cadê o povo dessa casa?
_ Luan? Você em casa?
_ Luci, sua linda. -lhe dei um abraço apertado e gostoso.- Tudo certo?
_ Muito certo e você? Descansou?
_ Opa... Quero saber de dormir mais não, só de namorar. -na hora ela ficou vermelha e eu rindo.-
_ Sem graça. -risos.-
_ Cadê minhas cria? Minha muié?
_ Melissa foi passar a tarde na casa de uma amiguinha e a Fê foi buscá-la, levou Arthur junto.
_ Então está só nós dois, é?
_ Nada disso. A Rúbia está terminando a janta. -sorriu e foi atender o telefone que estava tocando. Respirei fundo e senti o cheiro de comida, meu estômago roncou e pensei comigo mesmo que era hora de atacar a geladeira, os armários e vê o que sai.-
_ Cê tá aí mulher? Fazendo o que de bom pra nós?
_ Caldo de Mocotó, farofa e arroz fresquinho.
_ Ôh muié, assim eu largo da patroa e caso com  você.
_ Sou muito bem casada, viu. -entrou na brincadeira.- Com fome?
_ Muita.
_ Tem pão integral, queijo branco, peito de peru e tomates cortados na geladeira.
_ Cê que fez?
_ E suco de laranja. Dona Fernanda falou que o senhor acordaria com fome e é judiação te fazer esperar até a janta.
_ Por isso que eu amo as mulheres dessa casa. -lavei as mãos e fui até a geladeira, peguei as coisas para colocar no pão, o suco e fui preparar meu lanche que eu não aguentava mais de fome.


  Depois de estar satisfeito, lavei o que tinha sujado e fui assistir Tv. Nada de bom nos canais convencionais, coloquei em um de filmes e estava passando um de terror que estava praticamente no começo.

Alguns minutos depois...

  A tropa chegou fazendo o maior barulho, Melissa corria na frente e falando "Mamãe não conta." já Fernanda estava vermelha de tanto rir e Arthur olhando as duas sem entender nada, assim como eu.

_ Amor, a Melissa recebeu uma cartinha de um menino na escola. -ria mais ainda.- E sabe o que ele escreveu no final? "Não conta pro seu pai que ele é muito bravo." Ôh amor, você é bravo?
_ Melissa, vem aqui.
_ Ele é meu amigo, e mamãe não era pra ter contado. Ele vai achar que eu tô namorando.
_ E não tá?
_ Estamos se conhecendo ainda. 
_ Se conhecendo? Vai conhecer meu cinto já já.
_ A senhora é uma fofoqueira.
_ Somos seus pais, temos que saber da sua vida.
_ Meu vô por acaso sabe dos seus namorados?
_ Sabe do meu marido. -riu.- Né amorzão?
_ É. -selinho.- E nada de esconder as coisas da gente.
_ Cêis vão brigar comigo.
_ Não vamos, iremos conversar se for preciso. -falei e ela deu de ombros, falou que ia pro quarto e subiu.- O que deu nela?
_ Tá namorando? Você não ouviu?
_ Acho bom você ir lá em cima e acabar com essa palhaçada de namoro na primeira série antes que eu faça isso.
_ O namoro deles é inocente amor.
_ Se na minha época não era imagina agora... Não quero a Melissa namorando nem de só pegar na mão.
_ Ciumento.
_ Cuidadoso.
_ Vai com o papai Arthur, vou levar essa coisas pra cozinha... -o soltou no chão.- E por falar em cozinha..  Você comeu bonito?
_ Sim.
_ Lavou o que sujou? Porque aqui você não tem empregada.
_ Tenho uma linda esposa que pode fazer isso por mim.
_ Espera, mas espera sentado que em pé cansa. -e saiu.-
_ Tá vendo né garotão? A gente assume a muié, namora, se declara, casa e ela ainda reclama de lavar a louça que você suja.
_ Eu escutei isso.
_ Não falei mentira, tô contando pro meu filho as verdades da vida.
_ Ridículo.
_ Essa é sua mãe meu filho. -risos.-
_ Ôh pai!
_ Pois não...
_ Leva eu no cinema amanhã?
_ Você e quem?
_ Minhas amigas.
_ Eu? Tem certeza?
_ Sim, cada vez é o pai de uma e agora é a sua.
_ E quando você ia me contar isso? Sabe se eu vou ficar em casa por acaso?
_ Cê nunca saí, só vai na minha vó. Isso não é sair.
_ Ôh língua afinada, minha nossa senhora. Fernanda!
_ Oi!
_ Que horas é isso?
_ Isso o que Luan?
_ Levar essas meninas no shopping.
_ Horário de almoço, elas comem lá, assistem o filme, comem outra vez e depois você as leva em casa.
_ Cada uma? Não posso trazer pra cá e cada pai que pegue a sua?
_ Você que sabe... Vai sair ligando pra avisar?
_ Droga.
_ Reclamão.


  Eu sei que poderia estar reclamando, mas um pai com uma vida normal está acostumado com isso... Então não deve ser muito difícil e a Fernanda vai junto, com toda certeza do mundo. Ela só não sabia disso ainda.
  Arthur assim como eu não tirava os olhos da Tv, podia até não entender nada do filme, mas tava lá olhando.


_ Isso mesmo, põe filme com muito sangue, muito susto pro menino assistir. Aí quando ele acordar chorando de madrugada você que vai levantar essa bunda grande da cama pra ir olhar.
_ Nossa, ele nem tá entendendo.
_ Você está avisado.
_ Senra aí, vamos assistir tamém. Está quase no final. -ela até ia se sentar conosco, mas foi ver o que Melissa estava fazendo.




Narrado por Fernanda
  Cheguei no quarto e Melissa estava arrumando a roupa pra ir tomar banho, pijama da Minnie e calcinha.


_ Já vai tomar banho? Brincou muito lá?
_ Brinquei, tô com sono.
_ A mamãe te ajuda no banho, aí a gente já aproveita e lava esse cabelo. Né?
_ Tá limpinho...
_ Ahaam, muito. -Melissa não enrolava no banho, era se ensaboar, escovar os dentes e sair. Demorava um pouco quando eu lavava o cabelo dela. Terminamos, sequei seu cabelo com o meu secador e fomos nos juntar aos homens da casa.-
_ Amorzinho...
_ Hm..
_ Arthur precisa trocar a fralda que a coisa aqui tá feia.
_ Pausa seu filme, sobe e troca ele.
_ Ôh amor, só hoje vai... Tenho uma semana pra trocar as fraldas dele.
_ Vem filho. -ele não pensou duas vezes, veio pro meu colo, troquei sua fralda na sala mesmo e tudo certo.-
_ Dona Fernanda já coloquei a mesa, e há estou indo pra casa também viu.
_ Que isso muié, fica aí. Come com a gente e depois eu te levo em casa.
_ Magina que eu vou ficar, precisa disso não.
_ Faço questão, amo a mesa cheia de comida e de gente. -riu.- Cadê a Luci?
_ Tô indo embora. -falou rindo.-
_ Tá nada, vai jantar tamém.


  Jantamos juntos com as meninas, depois Luan foi levar as duas em casa e eu fui tirar a mesa e depois colocar as crianças na cama, Arthur mesmo já caía de sono e Melissa estava cochilando no sofá.

_ Deixa ele dormir comigo, mãe...
_ Sem bagunças?
_ É. Eu prometo.
_ Então tá bom. -subimos para o quarto da Melissa, ajeitei a cama e depois de os dois deitarem fiquei com eles até que pegassem no sono. Voltei pra sala e fiquei esperando meu marido chegar. Meu marido, quem diria né?-
_ Uai, cadê?
_ Dormiram. Agora você é só meu.
_ Vai fazer o que comigo?
_ Muitas coisas.
_ Não vai contar?
_ Vamos pro quarto que lá eu te mostro.
_ Pro de hóspedes que é mais rápido, né. -ri da sua pressa, mas não me opus e tivemos uma noite maravilhosa.


  No sábado, Melissa acordou toda acelerada e falando pra eu acordar logo o pai dela, que se não ela ia perder a bora do filme. Que o Luan era muito enrolado pra se arrumar e mais um caminhão de coisas.

_ Filha calma, seu pai não esqueceu.
_ Tem certeza?
_ Absoluta. E tá cedo ainda.
_ Eu acordo cedo pra ir pra escola.
_ As vezes me esqueço disso, desculpa filha. E seu irmão?
_ Tomando mamadeira.
_ Quem fez?
_ A Lê, ela tá lá embaixo e ele tá com ela. Mãe, ela tem medo do Lupy.
_ Medo?
_ Eu cheguei lá embaixo e ela tava em cima da cadeira com uma vassoura na mão.
_ E você fez o que Melissa?
_ Coloquei ele pra fora ué. -disse na maior naturalidade.- Mãe...
_ Oi.
_ A senhora não vai levantar não?
_ Levantar pra que? O que você quer de mim?
_ Que você me ajuda a escolher uma roupa e acorda meu pai.
_ Posso dormir mais uns minutinhos?
_ A senhora nunca volta a dormir depois que acorda e eu não tenho com quem conversar, sabe... eu queria pintar a unha, mãe.
_ Tá, você venceu! -abri os olhos, tirei a coberta e me sentei na cama.- Tá feliz?
_ Rosa ou vermelho?
_ Eu vou tomar um banho, a senhorita também e nada de molhar o cabelo hein. 
_ E depois?
_ Depois eu vou comer, ué.
_ De novo?
_ Quando que eu comi?
_ Ontem de noite e muito ainda.
_ Da pra falar mais baixo as duas?
_ Bom dia papai.
_ Ele ainda tá dormindo, espera a mamãe lá embaixo junto com a Lê e o Art.


  Melissa depois que acordava não voltava a dormir e eu também, por conta do trabalho e mais ainda depois que me tornei mãe. Só que com a gravidez, eu já estava sentindo um pouco mais de sono. Como faz?
  Levantei e fui tomar um banho para despertar logo de cara, depois coloquei uma roupa fresquinha já que eu estava com calor e fui tomar café, mas não consegui. Fiquei enjoada, não quis comer mais.


_ Letícia pelo amor de deus! Onde desliga essa menina?
_ Boa pergunta. -risos.-
_ Mãe! A mãe da Isa quer falar com você.
_ Falar o que?
_ Do shopping.
_ Dá esse telefone aqui, vai...


  Falei com a mãe da Isabela, com a mãe da Bianca, com a da Francielly e com a mãe da Giovana. Depois fomos escolher uma roupa, pintar as unhas da cor que ela quis, depois sentei no chão e brincamos de cabeleireiro e por obra divina, Luan acordou, levantou da cama e estava de banho tomado.

_ Não tá pronta ainda?
_ Pronta pra que?
_ Eu não vou sozinho e se você não for, eu não vou, Melissa não vai também.
_ Ah Luan, eu não tô bem pra ir bater perna.
_ Mas você disse que ia papai... -ela já disse com voz de choro, ele continuou me olhou e ela passou por ele correndo e saiu do quarto.-
_ E aí, vai ou não?
_ Eu já falei.
_ São  algumas horinhas só.
_ O Arthur tem um ano, ele não fica quieto nem em casa. Quem dirá no cinema. Não vai dar!
_ A Lêzinha poderia ir junto.
_ Luan não inventa...
_ Ela fica com as meninas na sala do filme e nós vamos dar uma volta pelo shopping com o Art.
_ Tenho uma opção?
_ Você sempre tem. -riu.-
_ Te odeio. -e saí do quarto.


  Eu nunca tive frescuras com roupas, mas tinham dias que eu não sabia o que vestir e hoje era um deles. Até porque eu não estava saindo apenas com o meu marido, estava saindo com o meu marido, meus filhos e amigas da minha filha.

Somente vestido e sapatilhas. ♥

  Coloquei algo bem básico mesmo, penteei os cabelos e prendi em um coque perfeito, passei uma base para disfarçar a cara de sono e minha palidez pelo enjôo, uma sapatilha e estava pronta.
  Troquei as crianças e enquanto esperávamos Letícia se arrumar, aproveitei para preparar uma bolsa para as crianças.


_ Não vai comer nada? 
_ Já tomei café. -menti.-
_ Certeza? Não enjoou?
_ Vamos ir ou não?
_ Tá mudando de assunto, por que?
_ Por que eu quero, deixa de ser chato.
_ Só perguntei sua grossa. -mordeu minha bochecha.-
_ Para Luan...
_ Mas tá manhosa, minha nossa senhora.
_ Vai precisar dos dois carros?
_ Não, vamos no Floquinho.
_ Tá. Vem Melissa.


  Eu mesma peguei as chaves e fui abrindo o carro, sentei Arthur na cadeirinha e prendi a Mê com o cinto de segurança. Letícia era só sentar e pôr o cinto. Coloquei a bolsa do Art no bagageiro e fui pro meu lugar, me sentando e pondo a bolsa no colo. Liguei o ar condicionado, o som e o GPS, coloquei o endereço das meninas e estávamos esperando o senhor bonitão fechar a casa e entrar no carro.

_ Vamos logo, Luan! -gritei de dentro do carro apertando a buzina.- Luan!
_ Tava no banheiro, posso?
_ Com tanta hora pra cagar, tinha que ser quando estivéssemos todos no carro? Me poupe.
_ Ridícula. Estava mijando, tomei tanto água que não queria parar mais.
_ Credo, vocês são nojentos. -olhamos pra trás e Melissa tapava os ouvidos.-
_ Bora, bora... Que meu pai falou que hoje tem jogo e ele comprou os ingressos.
_ Você vai pra um estádio e vai me deixar em casa?
_ Amor, você tem que entender.
_ Não quero entender porra nenhuma, já tô brava. Liga logo esse carro e vamos.


(...)

  O caminho foi longo, mas foi bom.
  Chegamos no shopping por volta de 13h e fomos primeiro almoçar, eu havia comprado os ingressos pela internet e começava às 14h45min.


_ Comida? -perguntaram juntas.-
_ Sim, almoço meus amores. -falei entrando no restaurante.- Vamos entrando...
_ A tia, comida não.
_ Eu gosto de comida.
_ Viu, agora vamos sentar e vocês escolhem o que vão querer.


  Era um restaurante que tinha self-service e prato feito, e pra não virar bagunça elas pediram prato feito. Nenhuma verdura, nenhum legumes, só fritas com filé de frango ou carne, arroz e feijão, nem suco quiseram.

_ Aí tô cheia.
_ Eu também. -Francielly dizia.-
_ Por mim eu comeria mais. -Bianca comentou e Luan iria rir se eu não o beliscasse.-
_ Quer comer mais Bia?
_ Não tia, tava brincando. Vamos pro filme?
_ Ainda está cedo, vamos dar uma voltinha.
_ Tem aquele negócio de brinquedos aqui, eu já vim aqui com o meu pai. -as cinco saíram correndo, correndo e eu não gritei.-
_ Crianças...


   Alcançamos as meninas e elas já queriam ir para a piscina de bolinhas gigante. Eu não entrei, mas Luan foi e levou Arthur junto.

_ Você queria estar descansando né Lê?
_ Eu gosto de passear com vocês, é bem divertido.
_ Isso. -risos.- Sorvete?
_ Eu quero.
_ Vem cá. -fomos até o quiosque e pegamos um cada uma, paguei e voltamos a nos sentar e passamos um tempinho conversando ainda. Faltavam alguns minutos para o filme começar, chamamos as crianças e as deixamos na fila.- Cansou neném?
_ Eu que cansei.
_ Deixa de ser idoso, Luan. Você tem 30 anos meu amor, 30.
_ Para de falar alto.
_ Como se ninguém no Brasil soubesse sua idade. -ria.-
_ Tô melhor que muitos de 18.
_ Com mais bunda também. -apertei e ele riu.-
_ Sempre, marca registrada. E ai, o que faremos?
_ Sapatos!
_ Não.
_ Roupas!?
_ Piorou.
_ Maquiagem?
_ Nunca.
_ Jóias?
_ Por que só coisas de mulher? 
_ Bonés?
_ Pra mim ou pra você?
_ Pra você e se um dia eu quiser, pego os seus. -selinho.-
_ Ah cara...


  Andamos aquele shopping inteiro, de cima à baixo, entre uma loja e outra, algumas sacolas e depois de guardar tudo no carro nós voltamos para nos encontrar com as meninas no Outback, meu vício.

_ É nesse que tem cebola frita?
_ É sim, Gi. E é uma delícia.
_ Eu nunca comi, não gosto de cebola. -Isabela disse.- Aqui tem lanche?
_ Tem uma batata frita muito gostosa.
_ Gordurosa também. -Luan mencionou.- Eu vou querer uma cerveja.
_ Você bebe? -Francielly perguntou chocada.- 
_ E dirige? -segurei a risada.-
_ É contra a lei. -Bianca finalizou.-
_ Meu pai sabe dirigir tá!?


  Nossos pedidos chegaram, Arthur com certeza não comeu batata, nem costelinha, tomou milkshake junto comigo. Luan ficou na cerveja e a Lê pediu um drink, que eu fiquei com muita vontade de tomar e beberiquei um pouco.
  Depois de estômago cheio, elas estavam cansadas demais. Fomos para o estacionamento subterrâneo e de lá fomos deixar as meninas em casa e seguimos para a casa dos meus sogros.


_ Jogo, é sogro?
_ Tenho que aproveitar o filhão em casa. -riu.-
_ Ôh sogra, me ajuda.
_ Amarildo desse jeito ela vai querer devolver nosso filho.
_ Acaba cedo, meia noite.
_ Pensei da mamusca ir lá pra casa, aí vocês podem pedir alguma coisa pra comer.
_ Sua vida é comida, né?
_ Também. -risos.- Bora galera que eu preciso de um banho antes de ir.


  Amarildo, Mari e Puff foram no carro dele e nós voltamos com o Luan mesmo. Chegando em casa ele subiu pra se arrumar e eu fui recepcionar bem minhas visitas com um bolo de chocolate branco que estava à nossa espera na geladeira. Todos comendo felizes e eu sentindo meu estômago revirar, foi dar mais uma garfada e corri para o banheiro.

_ Nanda?
_ Oi Mari... -abaixei a tampa do vaso dando descarga e fui escovar os dentes.-
_ Tudo bem aí?
_ Enjôo, sogra... O dia todo assim.
_ Quer um chazinho pra melhorar?
_ Preciso mesmo de comer algo que pare no meu estômago. -brinquei ao sair do banheiro e encontrar seu olhar preocupação.-
_ Vou preparar alguma coisinha pra você comer. -agradeci porque minha sogra na cozinha é mais que maravilhoso. Ela arrasa, sempre.


  Luan em poucos minutos estava pronto e logo ele e meu sogro despediram-se de nós. As crianças estavam vendo filme na sala e Letícia estava com eles, eu fiquei pela cozinha, Mari cozinhava e eu beliscava alguns dos ingredientes. Acabamos não pedindo nada de fast food ou qualquer outro restaurante, Mari fez uma comida rápida da qual nos deliciamos e depois fomos dormir.


















~.~

  Esse clima família que eu tanto amo.
  Aí aí, dona Fernanda ainda não contou das fotos. E agora?

domingo, 24 de abril de 2016

Capítulo 195 - Parte III

Narradora
  Prontos, Luan e sua família seguem para o show da noite em um veículo particular. Ao chegarem o carro não passou despercebido, mas uma corrente de seguranças os ajudaram a entrar. Direcionaram então para o camarim onde estava o fotógrafo, Rober, Well e Arleyde.

_ Aí como ela está uma princesa.
_ Eu sou uma princesa, tia. -Melissa ria.-
_ Filha do Luan mesmo, não nega. -risos.- Oh, atender a imprensa e depois os fãs.
_ Tem muita gente ai?
_ Não, uma única emissora. Querem acompanhar esse seu preparo antes do show.
_ Eles não cansam disso? -o próprio Luan pergunta divertido.- Não mudou muita coisa.
_ Muda quando temos visitas, sua mulher e filhos.
_ Não quero aparecer, Lê...
_ Mas precisa mulher. -risos.- Não precisa falar se não quiser, mas pelo amor de Deus não se esconda.
_ Por que Lê? Adoro ficar escondidinha...
_ Nada disso, vão pensar que nós te orientamos para que não desse nenhuma entrevista.
_ Povo fala muito, né?
_ Você nem imagina. Não imagina mesmo. -risos.- Vai ficar aqui boneca?
_ Vou tia, quero comer os doces.
_ Não inventa hein.
_ Mamãe eu sou uma criança...
_ Por isso tem que  maneirar no doce.
_ Mas é tão gostoso.
_ E dá muitas cáries também...


(...)

  O câmera mostrou cada canto do camarim vazio, depois com Luan e os outros dentro. A entrevista durou até o início do espetáculo. Fernanda falou algumas coisas, Melissa também, Rober entrou nessa também e por fim alguns dos fãs que foram atendidos no camarim.
  Durante o show Fernanda preferiu ficar do camarote, de onde enxergava melhor, e foi praticamente o show inteiro assim.


_ Mamãe o Art fez sujeira. -dizia Melissa pondo o nariz na fralda do irmão e fazendo a maior careta.-
_ Vou descer pra trocar a fralda dele, vem com a mamãe.
_ Eu queria ficar aqui, mamãe...
_ Não, você vai comigo.


  Mesmo não concordando muito, Melissa foi toda emburrada. Fernanda seguiu para o camarim onde trocou a fralda do filho.

_ Mãe, quero água...
_ A mãe vai pegar pra você... -Fernanda que estava sentada se levantou e sentiu uma tontura muita forte, se apoiou no sofá e respirou fundo.-
_ Mamãe?
_ Oi...
_ Cê tá bem?
_ Uhum... -ergueu a cabeça e foi até a mesa onde estavam as bebidas. Pegou o copo e quando pegou a jarra sua mão estava trêmula, sua visão foi escurecendo e não deu tempo de mais nada, ela desmaiou e levou pro chão o jarro de vidro e o copo.-
_ MAMÃE! -Melissa assustou e gritou, foi até Fernanda e tirou seu cabelo do rosto.- ACORDA! -quando viu que sua mãe não estava acordando, ela se levantou e não pensou duas vezes em correr até alguém maior que ela e pedir por ajuda.- ÔH TIIIA!


  O show já estava chegando ao fim, então Rober que voltava para o camarim acabou correndo ao escutar Melissa gritar.

_ O que houve aqui?
_ Ela caiu e não acorda pra levantar! 
_ Vou chamar os médicos, não saí daqui. -e saiu.


  Vieram dois homens que estavam na ambulância e prestaram o primeiro atendimento. Fernanda estava desacordada, mas respirava e sua pressão estava boa. Do jeito em que estava deitada no chão ergueram suas pernas, e aos poucos ela foi voltando, embora estivesse sonolenta e confusa mentalmente, estava bem. O enfermeiro foi lhe fazendo algumas perguntas, verificando os batimentos e sua tontura ainda presente.



Narrado por Fernanda
  Aquele enfermeiro ficou acompanhando minha respiração de minuto em minuto, ouvia meus batimentos, sentia meu pulso, colocava aquela luz nos meus olhos e foi me soltando aos poucos. Arleyde, Rober, Well e Luan estavam na sala me encarando e eu fui ficando sem graça, muito sem graça. Já perdi as contas de quantas vezes o enfermeiro me  perguntou o que senti antes de apagar e o que estava sentindo naquela hora.


_ Senti uma tontura muito forte, minha vista foi escurecendo e eu desmaiei...
_ E agora?
_ Muito enjôo. -fiz careta.- Preciso vomitar... -Arleyde me ajudou a chegar até o banheiro e eu coloquei tudo e mais um pouco pra fora. Enxaguei a boca e voltei a me sentar no sofá.-
_ Os sintomas não enganam, por isso lhe recomendo repouso e uma alimentação mais leve ainda mais em um calor como este.
_ Calor? Sintomas? Do que cêis tão falando?
_ Você tá doente? -Rober perguntou.-
_ Não estou doente, estou grávida. -a atmosfera daquela sala pareceu mudar, o silêncio era absurdo e num piscar de olhos Luan estava sendo socorrido. Ele estava mais branco que o normal, quase transparente e respirando bem rápido.- 
_ Não infarta não cara, respira fundo aí, calma. -e lá se foram mais alguns minutos.-
_ Grávida? Outra vez? -falou baixo e quando se levantou me olhou sorrindo, um sorriso enorme me deixando confusa.-
_ Você não está bravo?
_ Claro que não meu amor.  Eu tô é muito feliz, mais um filho cara. Eu vou ser pai gente. -comemorou, veio me abraçar e me apertou bastante.-
_ Luan...
_ Desculpa, eu só estou muito contente...
_ Acho que percebi. -sorri fraco e ele nem notou, aliás estava recebendo os cumprimentos dos colegas de estrada.


  Enquanto eu ao receber a notícia fiquei desnorteada, confusa e totalmente sem reação. Luan estourou uma champanhe, brindou e se emocionou. E eu não estava 100% recuperada para entrar no clima, então fiquei mais na minha. 
  Quando conseguimos sair do camarim e voltar pro hotel, as crianças já dormiam. Luan levava Melissa e Letícia estava com Arthur no colo e Luan levando as bolsas e segurando minha mão. Deixamos as crianças com a Lê, mas deixamos também o telefone do quarto e fomos para o nosso.
  Ia tirando minha roupa para entrar no banho e Luan falando na minha cabeça sem parar.


_ Amor, desacelera. -selinho.-
_ Você nem parece estar animada. Conta pro Luanzinho aqui o que está te incomodando?
_ As crianças. -falei a verdade e ele franziu a testa sem entender, então procurei uma maneira de explicar melhor.- Amor, você lembra que a Mê não recebeu muito bem a notícia de uma gravidez e amor, o Arthur fez um ano tem quase um mês. Ele é muito novinho e daqui nove meses vem outro bebê, entende?
_ Ôh amor, que bobagem. Melissa agora está amando o irmãozinho e tenho certeza que vai amar mais ainda ter mais um.
_ Será?
_ Ia acontecer de um jeito ou de outro, mais cedo ou mais tarde. Temos uma vida bem ativa. -brincou.- E ela sempre vai ser nossa princesinha.
_ Eu sei que vai, meu medo é ela não entender isso. Sabe...
_ Quanto à isso fique tranquila...
_ Mesmo? -ele assentiu.- Será que vou dar conta de dois nenéns?
_ Bom... Tem eu, Melissa, Letícia, Lucila, Rúbia, meus pais, seus pais... Acho que tem bastante gente. -riu quando lhe dei um tapa no braço e escondi meu rosto entre as mãos.-
_ Sabe que eu não estou falando nesse sentido.
_ Gatinha, nós casamos. Somos um só, no que precisar eu vou te ajudar e pode ter certeza que nessa gravidez eu vou estar ao seu lado.
_ Sério?
_ Ainda pensou que não? Sou lerdo, preguiçoso, mas acompanhei a chegada dos meus filhos.
_ E mimou muito tanto a Mê quanto o Arthur.
_ E vou mimar a Nicole ou o Breno.
_ Nem Breno, nem Nicole. Nem vem.
_ Não vamos falar disso agora. Que agora eu tô feliz e vou contar pra todo mundo.
_ Luan são quase três da manhã.
_ Dane-se! -pegou o celular do bolso e veio até mim.- Tá chamando... -deixou no viva-voz.- 
_ Alô? Filho?
_ Oi Xumba. Te acordei?
_ Uhum... Aconteceu alguma coisa? Que horas são?
_ Quase três da manhã segundo sua nora (riu).
_ Oi sogra.
_ Oi querida, tudo bem?
_ Tô melhor agora, juro. 
_ Passou mal no show? Aí meu deus, foi no médico? Melhorou?
_ Culpa do seu futuro netinho ou netinha. -contei e alisei minha barriga ainda por cima da roupa.-
_ Netinho ou netinha? Eu tô ouvindo direito?
_ Sim, você vai ser vovó mais uma vez! -Luan contou ainda mais empolgado e gritou, louco.- 
_ Luan, não deixou nem fazer um ano de casado.
_ Sabe como é né mamusca, não pode perder tempo. O terceiro de 11, ainda faltam 8.
_ Seu rabo, não sou coelho não.
_ É minha gatinha. -risos.-
_ Comemorem aí que eu vou contar pro seu pai e ligar pra Bruna.
_ Pode anunciar que eu vou ligar pro sogrão.
_ Ele vai te capar.
_ Vai não. Ele me ama! -risos.- Beijos, fica com Deus mamusca.
_ Amém querido, vocês também. E parabéns seus danadinhos.


  Desligou e ligou pro meu pai e foi a conversa mais engraçada da história. Meu pai fez um drama, disse que demorou mais de dez anos pra engravidar minha mãe de novo e Luan não esperou nem dois anos. Os dois ainda acordaram minha mãe que ficou toda chorosa e eu acabei chorando. Luan ainda ligou pra Dalila e fez "O Suspense" para dar a notícia e quando ele ia ligar pra irmã (mais uma vez) ela foi quem ligou e não se conteve, comemorou tanto quanto o pai da vez.

_ Amores, tenho uma Laura em casa. Preciso dormir. -risos.- Beijos, se cuidem e cuidem muito bem do meu pequenininho ou pequenininha que vem por aí e não esqueçam dos meus outros bebês que a tia está com saudades. -e desligou.-
_ Posso tomar meu banho agora?
_ Posso ir junto?
_ Não, você quer fazer outras coisas além do banho e eu preciso dormir.
_ Tá negando fogo?
_ Pela primeira vez admito que sim, não aguento mais nada hoje.
_ O que aconteceu com você?
_ Bom... Tô enjoada. Se quiser levar vômito na cara, vamos...
_ Pode ir na frente. -falou fechando a cara e se jogando na cama.-
_ Outro dia benzinho.
_ Outro dia eu que não vou querer.
_ Du vi do! -e fui pro banho.


(...)


@luansantana: O mundo em nove meses torna a renascer. @fermarques <3


  Nossa semana juntos foi cheia de surpresas. Melissa estava murchinha desde o fim do show e sabíamos o porquê, conversamos com ela e contamos que ia ser igual o Arthur, a Laura... que ela não ia ser deixada de lado por conta disso e seu humor melhorou, em compensação sua manha foi grande mas compreensível.
  Voltamos pra casa no domingo à tarde e diferente de Salvador, em São Paulo chovia muito e fazia um frio do caramba.

_ Olha mamãe! -Arthur estava deitado no sofá e cobria até seu nariz, de frio tadinho.-
_ Ôh môdeuso, o neném tá com frio.
_ Deita aqui Art, com o Lupy. Ele tem pêlos. -ria.-
_ Se comportem os dois, eu vou arrumar a cama de vocês. Os dois vão tomar banho, jantar e cama.
_ Eu vou pra escola amanhã?
_ Sim.
_ E quem vai me levar?
_ Eu.
_ Não posso ficar em casa pra ver sua barriga crescer?
_ Muito esperta, mas não mocinha... Escola amanhã sim senhora.
_ Tô com dor de barriga mamãe.
_ Deixa de ser sem vergonha Mê, olha seu irmão e nada de doces.
_ Ah mamãe...
_ Tem pudim na geladeira, mas só depois da comida.
_ Sério?
_ Muito sério, e obedeçam hein...


  Vocês devem se perguntar como uma mãe que se diz mãe, deixa duas crianças com um tigre. Mas, ele é dócil e tudo que não faria, era mal às crianças.
  Subi e ajeitei as camas, separei os pijamas e deixei na minha cama. Quando desci os dois estavam em cima do Lupy e ele andando pela casa, meu coração nem sei onde foi e voltou pro peito. Os danadinhos se divertiam com a brincadeira e eu aqui quase infartando... Filhos... Devo ter feito muito isso com a minha mãe, essa é a verdade.


_ Vocês dois, vamos pro banho...
_ Upy! 
_ Leva ele mamãe...
_ Não. Lupy você fica, e os dois já pra cima.
_ Ah... -disseram juntos e subiram. Arthur não tinha nem tamanho e queria ir sozinho, Melissa segurou sua mão e com a outra ele foi se apoiando na parede e eu atrás pra nenhum dos dois cair.


 Os dois de banho tomado, alimentados e agora dormiam como dois anjos e na minha cama. Eu sei que tinham o quarto deles, mas mãe é mãe e se eu pudesse os deixaria dormir comigo todos os dias.
 Na manhã seguinte estava mais frio ainda, não tive coragem de mandar a Mê pra escola e muito menos ainda com coragem de levantar da minha cama.
  Com isso fomos levantar era quase onze da manhã, dentes escovados e rostos limpos, descemos e fomos tomar café.


_ Mamãe, cadê a Lê?
_ Dormindo Melissa...
_ Ainda?
_ Você estaria dormindo mais se eu não te acordasse. -ri.- Come..
_ Tô comendo uai...
_ Acho bom. -Arthur de manga quase não comia, tomava leite na mamadeira e comia alguma fruta e pronto, estava alimentado. Melissa por ser maior tinha que comer mesmo, mas não exagerava. Misto frio, suco ou leite com chocolate,  pães de queijo e vez ou outra comia um bolo pra encher o estômago.-
_ Terminei! Posso brincar com o Lupy?
_ Ele está dormindo na sala de jogos, não.
_ Ah mamãe... Por favor!
_ Não, deixa ele lá Melissa.
_ Eu vou ficar fazendo o que?
_ Brincando com os seus brinquedos, assistindo filme ou pode estudar.
_ Vou assistir Frozen.
_ Vai lá... -ela saiu e a pessoinha de meio metro quis descer da cadeira também, o ajudei e ele foi pra sala ainda com a mamadeira na boca.- Mê?
_ O que é mãe?
_ Seu irmão tá indo aí também.
_ Já chegou aqui, veio correndo esse tampinha.
_ Falou a gigante. -falei pra mim mesma ainda rindo, voltei a tomar meu café e bem devagar porque eu estava enjoando muito rápida e era pior quando eu acordava.

  Depois de comer eu mesma tirei a mesa e fui me juntar aos dois bonitos na sala, liguei pra Isa e na empresa tudo ia bem, com os meus pais também, Mari ficou de passar em casa mais o Amarildo e minha cunhada estava bem ocupada, assim como Dalila que inventou de colocar os filhos como modelos. Louca! Pode até não parecer, mas sou chatinha com essas coisas de fotos. Ainda mais com os meus babys, meu irmão, meus sobrinhos e suas mães malucas.





















~.~

  Gravidinha mais linda.
  Impressão minha ou Luan está mais babão? Ansiosas? Eu também. Porque AMO essa fase.

sábado, 23 de abril de 2016

Capítulo 195 - Parte II

 Antes da leitura, o link que algumas pediram das outras fanfics: Fanfic Infinite LR e Parceria


Narrado por Luan
  Essa semana graças à Deus foi show atrás de show, público sempre me surpreendendo e isso era bom demais. Saber que depois de anos ainda estou no auge, com os fãs antigos e os mais novos na mesma sintonia cara.
  Ainda tive gravação externa para um programa de TV local no fim de semana, e segunda era minha folga. Não deu pra ir pra casa, então tomei um banho assim que cheguei no hotel e depois cai na cama dormindo até onde meu sono permitisse.
  Tanto que acordei eram mais de quatro da tarde, estava todo suado por causa do calor. Ainda fiquei deitado no celular e estranhei não ter nenhuma chamada perdida de lá de casa, nenhuma mensagem no whats, foto, snaps, nada mesmo. A bateria estava acabando e aproveitando que havia levantado para pegar e colocar no carregador já segui para um banho bem refrescante, e agora sim tava de boa.


_ Acordou boneca? -Rober zoava.-
_ Ainda estou dormindo, tá vendo não?
_ Trocou as ferradura hoje não? -mostrei o dedo do meio.- Ui, nossa.
_ Vai a merda, vai..  -ainda secava meus cabelos, mas a preguiça de arrumar era muita. Só penteei e larguei o pente em cima da pia do banheiro.- Vou descer pra comer alguma coisa. Cê vai ficar aí?
_ Vim te chamar pra tomar alguma coisa, muito calor cê tá maluco.
_ Tá calor mesmo, acho que vou até dar um mergulho.
_ Aproveita que hoje é dia de descanso.
_ Pior que eu preciso mesmo. -ri.- Bora.


  Nós dois descemos e ao invés de ir para o restaurante do hotel nós seguimos para a piscina, lá tinha um outro restaurante e com as mesinhas ao ar livre. Pedimos cerveja mesmo e petiscos.

_ Personal não tá e neguinho faz a festa, né?
_ Faço mesmo, vontade de tomar uma loira gelada.
_ Vou contar pra Nanda.
_ Essa loira ela deixa. -risos.- Nem reparei que a paisagem aqui era bonita desse jeito. -bem na hora passou duas mulheres de biquínis fio-dental, olharam para nós e sorriram.- Tá louco viu.
_ Achou que você tava falando delas.
_ Nem em sonho, prefiro a minha.
_ Tá mais apaixonado que antes?
_ Bem mais. Tô curtindo pra caramba essa vida de casado. Sei lá, me imaginava preso e na prática nada mudou, quer dizer mudou minha consciência.
_ É isso aí cara, tô gostando de ver.
_ E você casa quando?
_ Tá muito cedo pra eu pensar nisso, deixa eu curtir mais meu namoro.
_ Só enrolando a loirinha.
_ Ela já é ciumenta namorando, casado então eu não vou poder nem trabalhar mais.
_ Uai, mas ela parece ser tão calma.
_ Vai nessa, aquilo ali quando cisma é cruel demais. Quebra o pau comigo mesmo.
_ Tá fudido.
_ Eu tô mesmo, muito. -risos.- Oxê... -falou olhando para o celular.- Já venho boi... -e se afastou. Fiquei olhando mesmo que de longe, Rober não era de sair de perto pra atender o telefone e por isso eu estava curioso para saber quem era. Tanto que perguntei quando ele voltou.- Coisas da sua agenda, confidenciais.
_ Aham, sei... -risos.-
_ Bom apetite. -o garçom serviu nossa mesa e saiu.-
_ Agora é mandar pra dentro...




Narrado por Fernanda
  Essa semana foi ainda mais cansativa, ainda mais que tive um dia inteiro só fazendo exames, e tira sangue pra isso, tira sangue pra aquilo, tomei uma bela de uma injeção na bunda... Sei que na sexta-feira à noite eu estava podre, tanto que cheguei em casa e fui jantar com as crianças, pedi pra Lê ficar com eles e subi. Tomei um banho rápido, troquei de roupa e apaguei depois de tomar um calmante.


...

  Sábado ainda foi dia de trabalhar, mas só no horário da manhã para que eu conseguisse acabar com a demanda da semana, tanto que fiquei em casa no escritório. 
  As crianças estavam prontas, fomos para o carro e fomos passear, visitar meus avós.


_ Olha meus amores chegaram.
_ Sim dona Elize, aqui estamos nós. -nos cumprimentamos.-
_ Oi vó, cadê meu vô?
_ Cochilando no sofá, vai lá acordar ele filha. -Melissa não pensou duas vezes e entrou correndo, Arthur estava com um pouco de manha e não quis descer do colo não. Letícia cumprimentou minha avó e entrou.- Uma babá?
_ Não por capricho, vovó. Só precisava de alguém para ficar com os dois porque querendo ou não, eu não paro em casa. A empresa me consome demais e eu tenho que estar por dentro de tudo.
_ Mas filha...
_ Diga doninha.
_ Por mais que seja necessário você administrar de perto, não deve deixar eles muito tempo sozinhos com uma estranha.
_ Aí vó, a Lê é muito tranquila e nos foi muito bem recomendada.
_ Certeza?
_ Sim. Fica tranquila que os seus bisnetos estão em boas mãos.
_ Assim espero. -riu.- Vem, entre.
_ Obrigada. -entramos e fomos para a sala, falei com o vovô e ficamos no maior papo contando as novidades da vida, da nossa semana e coisas assim. Almoçamos juntos e fomos passear um pouco mais durante nossa tarde, fomos visitar minha tia Kátia e acabou que meu tio foi para lá também e estávamos reunidos.-
_ Tá namorando Mê?
_ Eu não tio, não posso. Sou uma criança só. -risos.- Agora a mamãe.
_ Sua mãe namora, é?
_ Namora meu papai. -dizia envergonhada.- Ela pode né.
_ Pode sim. -risos.-


  Desde o aniversário do Arthur que eu não os via, então aproveitei cada segundo e sequer lembrei que tinha um celular. Voltamos para casa era de noite e eu vim muito devagar por não estar sozinha no carro. Chegamos por volta de meia-noite e fomos direto pra cama, sem banho nem nada.
  Passei o domingo na casa dos sogros, junto com os cunhados e um irmão do seu Amarildo. E foi bagunça o dia todo, Arthur juntou com a Laura, Tobias e o Puff... Não tinha quem os segurasse, quer dizer, tinha sim, a Mê. Sempre alguém ficava de olho, mas os deixamos à vontade. Ao anoitecer fomos embora eu e a Lê, deixei as crianças por lá porque eu iria buscar os resultados dos exames na manhã seguinte e a Letícia me pediu para dar uma saída na parte da manhã, mas voltaria de tarde para ficar com os babys e arrumar as malas para viajarmos um pouquinho.


(...)

  E lá vai eu acordar mais que cedo em uma segunda-feira. Tomei um banho, me vesti de acordo com o tempo e segui para a clínica onde foram realizados os exames e esperei a minha vez para pegar os resultados que já estavam prontos.

{...} Duas horas mais tarde {...}

  Com todos em mãos saí da clínica e segui para o consultório do doutor Roberto, já que era o único retorno que estava marcado para segunda-feira mesmo.

_ Bom dia, doutor.
_ Bom dia, como vai você?
_ Bem graças à Deus, e o senhor?
_ Também, o fim de semana acaba recuperando as energias perdidas. Conseguiu fazer os exames que eu pedi?
_ Sim, todos eles! -falei aliviada e com certa emoção na voz.- Aqui estão. -tirei da bolsa e entreguei à ele que os abriu e analisou em silêncio, um a um.- E aí doutor? Tudo certo?
_ Como eu suspeitava desde a sua primeira consulta.
_ O que?
_ Você não pode mudar o anticoncepcional por um motivo simples.
_ Qual seria ele?
_ Você está grávida. -"Você está GRÁ VI DA. Ok, eu não esperava por isso."-
_ Grávida? Meu deus... -fiquei meio sem ter o que falar.-
_ Aceita uma água? Vejo que a peguei de surpresa e você está ficando pálida...
_ Foi o susto com a notícia, acabo de descobrir que estou grávida e faz menos de um mês que meu filho mais novo completou um ano.
_ Bem novinho.
_ Muito e agora... um outro bebê. -falei baixo.- Estou de quantas semanas?
_ Três semanas.
_ E como é que eu não percebi antes? Nenhum enjôo, alteração de humor... Só uma dorzinha de cabeça...
_ É que nenhuma gravidez é igual, muda de acordo com o tempo e os hormônios. Pode ser que isso explique a ausência de alguns dos sintomas mais comuns, como sonolência, enjôos e etc.
_ Podemos ver o bebê?
_ Claro, me acompanhe. -o acompanhei até que estava com a roupa de exame mesmo, troquei e voltei para a maca. E então ele fez a ultrassonografia, mostrando tudo sobre o bebê. Depois de me dar algumas orientações eu pude me vestir, e ir para a casa.


  A notícia me pegou de surpresa e talvez se eu não houvesse marcado um ginecologista não saberia que estava esperando um bebê. Um bebê... Meu deus, Arthur completou um ano agora, Melissa por mais que seja grandinha ainda é minha bebezinha manhosa. E agora os dois ganharão um irmãozinho ou irmãzinha. Estou muito sem reação, tudo bem que eu e Luan queríamos mais um filho, mas não tão cedo, não tão rápido assim... Estamos casados há apenas três meses e alguns dias.
  Deitei a minha cabeça no volante e respirei fundo, pensando no que deveria fazer. E decidi que iria voltar pra casa e ficar no meu quarto sozinha um pouco deixando minha  cabeça relaxar e meus pensamentos ficarem em ordem, porque eu Fernanda estava mais que confusa.

  Cheguei em casa e ninguém me viu chegando. Fui para o meu quarto, tomei um banho e coloquei uma roupa bem fresquinha e fui me deitar um pouco, mandei uma mensagem pra Isa dizendo que não iria para a empresa hoje e dormi.
  Acordei pouco tempo depois com a Melissa na cama, se deitando ao meu lado e me abraçando.


_ Ei...
_ A Lê disse que você tava dodói, vim fazer companhia. Pode?
_ Claro que pode meu anjo. -tirei seu cabelo do rosto e beijei sua testa.- Tudo bem? Como foi a escola?
_ Tô bem. E foi bom, fiz o dever todinho e falei pra prof que não ia mais conversar na hora da lição.
_ Isso aí minha gatinha. -voltei a fechar os olhos.- E seu irmão?
_ Tomando banho, ele se sujou quando tava almoçando.
_ Você já comeu?
_ Sim... -ficou quietinha e depois de um pouco de carinho, dormiu. Eu fiquei acordava, mexendo em seus cabelos e pensando num futuro não tão distante. Melissa não reagiu tão bem assim à minha primeira gravidez e agora não é só ela né. Respirei fundo e fui saindo da cama de mansinho. Calcei meus chinelos e desci.-
_ Nossa Fernanda que cara é essa? -Davi perguntou entrando na cozinha, onde só estava eu e ele.-
_ Coisas da vida, tenho pensado muito na vida nas últimas horas.
_ Sobre o que?
_ Minha vida de casada?
_ Briga?
_ Não, estamos até muito bem. É só a questão de tudo ser muito recente. -falei sem muita animação, abri a geladeira e peguei um suco de maracujá.- Entende?
_ Efeitos colaterais do casamento. -brincou.- Mas oh, se precisar de um amigo, eu estarei sempre aqui. -jogou um beijo pra mim e foi tomar água.-
_ Irei contar sempre.


  Tomei um suco e comi maçã, estava sem fome de comida. Pensar em como contar ao Luan e nossa família me deixou sem apetite. Se eu fui pega de surpresa, imagina ele.

(...)

  Pouco antes de dormir fui arrumar minha mala para passar os seis dias na estrada, ainda olhei a das crianças e depois fui dormir com os dois na minha cama.
  Acordamos pouco mais de dez da manhã e havíamos perdido o vôo e até conseguirmos outro foram quase três horas. E nós ficamos esperando na sala, as crianças e a Lê ainda comeram e eu o tempo inteiro em silêncio.


*E aí?*
*Pensei que estava chegando já...*


*Se eu não tivesse acordado atrasada e perdido o vôo, quem sabe né...*
*Agora só vamos conseguir sair daqui 13h20min.*
*Vamos chegar aí no fim da tarde eu acho.*


*Não vou estar no hotel, Luan tem um pocket show às 16h em uma rádio que fica há duas horas do hotel... Mas o Heman vai ficar por aqui.*

*Reservou nossos quartos?*

*No mesmo andar que o nosso. Reservei no meu mesmo, aí você chega e fala que é o quarto 221 no 9° andar.*

*E qual é o dele?*

*220.* 
*O seu é o último do andar.*


*Sabe que estamos em quatro pessoas.*

*Pensei que você fosse ficar com o Luan e pedi para ter duas camas de solteiro e um berço. Letícia vem também, não é?*

*Ah sim, então beleza. Valeu hein.*

*Quando chegar dá um toque.*

*Eu ligo, pode deixar...*


  Paramos por ali. Como pelo visto iria demorar, fomos almoçar em um restaurante de comida chinesa ali no aero mesmo. Arthur não curtiu muito, então depois de comer eu o amamentei e voltamos para a sala de embarque. Chamaram nosso vôo e então entramos e nos acomodamos.

_ Mamãe, papai tá lá já?
_ Não, ele está indo para uma rádio e depois volta pro hotel.
_ Tá bom então...
_ Vem aqui, deixa eu limpar sua boca que tá suja de molho. -limpei e ela voltou a se sentar.




Narrado por Luan
  Depois de participar de um pocket show no qual cantei músicas minha de grande sucesso: novas e do início da carreira, voltei para o hotel e fui direto para o quarto. Tirei sapatos, camisa e abri o zíper da calça e acabei ficando de cueca.
  Fernanda estava bem sumida e não era de hoje, mandei mensagem e ela demorou uma vida para responder.


*Mô, você não me ama mais?*
*Você abandonou o seu marido um fim de semana inteiro, uma segunda-feira inteira... Tá na TPM?*
*Me ama mais não?*


*Seu bobo. Claro que eu te amo. Te amo tanto que viajei quase três horas só pra ver você.*

*Você o que?*
*Veio pro MS?*


*Sim, estou no quarto 221. Bjos.*


  Não respondi a mensagem, larguei o celular em cima da cama e fui atrás de uma roupa para eu vestir, coloquei uma bermuda e regata, calcei meus chinelos e fui para o quarto dela. Bati na porta e esperei.

_ Quem é? -escutei a voz da minha pequena.-
_ É o papai, abre aqui a porta.
_ E se for mentira?
_ É o papai, princesinha linda.
_ Então qual é o meu nome?
_ Melissa.
_ E o da minha mãe?
_ Fernanda.
_ E o seu nome?
_ Luan.
_ Melissa, deu pra ficar falando sozinha?
_ Tem alguém na porta e tá falando que é meu pai...
_ Dá licença, deixa eu abrir.
_ Não! E se for um louco?
_ É seu pai. -riu e abriu.- Tá vendo?
_ Papai! -pulou no meu colo.-
_ Acredita agora?
_ Tô te vendo né cabeção. -risos.- Oi.
_ Oi, dá um beijo no papai.
_ Até dois. -nos abraçamos outra vez e a desci.-
_ Oi meu amorzinho lindo. -selinho.- Sabe que eu estava com saudades suas?
_ Muitas? -ela assentiu.- Mesmo? -assentiu outra vez.- Então vem cá... -lhe puxei pela cintura e nos beijamos.- 
_ Tá quente hein.
_ Lá fora não parece, mas tá muito quente.
_ Hm... Como foi lá?
_ Bom demais da conta, vocês deveriam ter ido.
_ Iremos mais uma tarde no show.
_ Nem vou atrasar hoje. -risos.- Mê...
_ Fala papai...
_ Vem ficar um pouco comigo, papai tava com saudades.
_ Tô pondo biquíni.
_ Biquíni? -Fernanda perguntou rindo.- Onde você pensa que vai?
_ Eu e a Lê vamos na piscina.
_ Ah vão? E ninguém avisa?
_ Eu ia pedir uai, cê nem deixou eu terminar.
_ Melissa agitada, eu te falei pra pedir antes. Desculpa, don... Fernanda. Oi seu Luan.
_ Oi Lêzinha e tira esse seu muié, pode chamar de Luan mesmo.
_ Você deixa a menina sem jeito falando assim.
_ Assim como? Sexy?
_ Ridículo. -selinho.- Preciso comer.
_ Precisa é?
_ Uhum, tô com fome.
_ Algo em específico?
_ Salada de frutas, deu até água na boca.
_ Desejo?
_ Não, que ideia hein... É que nós já almoçamos comida chinesa no aero, quero algo mais leve.
_ Não quer ligar e pedir pra trazerem aqui no quarto?
_ Quero andar, e não vai demorar nem 20min. Vamos comigo?
_ Tá, me convenceu.


  Esperei ela trocar sua calça jeans por um shorts, calçar os chinelos e saímos do quarto. Ainda tivemos que esperar o elevador, quando entramos estava vazio mas uns dois andares pra baixo encheu e tivemos que ficar bem agarradinhos.

_ Preciso de ar, odeio elevador cheio. -cochichou no meu ouvido, abracei sua cintura e disse que ficaria tudo bem. Chegamos no térreo e de longe vi três meninas e um menino na recepção do hotel.- O que foi?
_ Olha ali.
_ Tá um coroa bem requisitado, devo ter ciúmes disso amor?
_ De jeito nenhum. 
_ Ah bom. -ficamos nos olhando.- Tá esperando o quê?
_ Pra que?
_ Ir lá Luan, deixa de ser lerdo. Vai logo. Te encontro no restaurante, vou escolher uma mesa.
_ Tá.


  Ao ponto que ia me ia me aproximando a recepcionista me encarava ainda mais, cheguei no balcão e dei um beijo de surpresa na menina que ali estava pedindo informações.

_ Aí seu louco, deu pra sair beijando a bochecha de qua... qualqu... Luan? Aí meu deus! É o Luan! -me olhou e foi impossível não sorrir, ela estava desacreditada.- 
_ Eu acho que eu vou desmaiar... -disse a outra.-
_ Ninguém merece. -o único rapaz se manifestou.-
_ Tudo bem minhas lindas? Cade meu abraço.
_ O meu primeiro... -as abracei, recebi cartas e dois bichinhos de pelúcia, tiramos uma foto todos juntos e eu me despedi dizendo que iria encontrar com a Nanda.-
_ Nem me esperou? -perguntei puxando a cadeira.-
_ Estava com fome e você demorou muito.
_ Muito? Não fiquei nem dez minutos lá...
_ Para a minha fome pareceu uma eternidade, sinceramente amor.
_ Tá bom né. -ri.- Vou pedir um suco.
_ Abacaxi com hortelã.
_ O meu?
_ Não, o meu. Pedi aí. -e voltou a comer sua salada de frutas, que por sinal era bem grande.


  Ficamos um tempinho ali, uma pessoa ou outra se aproximava de nós e por mais que não reclamasse, eu sabia que a Nanda não curtia muito. Então fiquei apressando ela até que conseguimos subir para o meu quarto. Arthur dormia com a Arleyde, a pedido de Melissa que deveria estar na piscina com a Lê.
  Fiquei curtindo minha amada esposa, até dormi com ela me fazendo carinho depois de muitos beijos. E só fui acordar na hora de me arrumar pro show.

















~.~

  Oi? Uma gravidez? Hmmm... Como será que o Luan irá descobrir? Do jeito tradicional ou do jeitinho LuNanda?