Capítulo 195 - Parte X

Narrado por Fernanda

(...)

  Com a chegada da Maria em nossas vidas algumas coisas mudaram: para melhor, eu acredito. Eu havia reservado um tempo maior e tenho dedicado-o apenas a minha casa, meus filhos e meu marido. É mais fácil? Não. Mas quando se quer algo, damos um jeito.

  Enfim... Estava ausente da empresa, porém a pessoa que estava ocupando meu lugar era de minha inteira confiança e confiança dos meus pais. A Isa, que tinha o que o cargo requeria e precisava apenas de uma oportunidade, fiquei feliz porque sabia que a CDM estava em boas mãos. Mas vamos ao que interessa, minha vida como dona de casa e mãe de três filhos: Melissa, a tagarela. Arthur, o arteiro. E Maria Luísa, a comilona.

  No começo foi complicado me adaptar à rotina de cuidar de três crianças de idades diferentes. Maria Luísa sem nem um mês, Arthur com quase dois anos e Melissa faria oito anos. Pensa... Meu apoio maior foi o Luan estar de férias para acompanhar tudo isso e estar comigo quando eu precisasse. Ele era um amor, além de prestativo, psicólogo, motorista particular, cozinheiro nas horas vagas e um ótimo massagista.

_ Aí que linda, mamãe... -Malu era bem espertinha pro tamanho dela, um amor de criança exceto quando trocava o dia pela noite e eu me fodia, porque no dia seguinte não dormia porque tinha um Arthur pela casa.-

_ Só queria saber como ela foi nascer com os olhos claros, só o Arthur puxou eu nisso.

_ Nem minha mãe acreditou quando viu... Há quem diga que eu andei pulando a cerca. -brinquei.-

_ Pulou nada, nossa filha que é uma gatona mesmo. -lhe pegou no colo.- Minha gata. -beijou sua bochecha gorda.-

_ Aí menino! -escutamos Melissa gritar, fui até a sala e ele estava jogando os carrinhos nela.- Manhê... Aí. Não belisca.

_ Arthur, filho. Assim faz dodói.

_ Dói? -assenti.- 

_ Dá um beijinho pra sarar. -ele deu beijo, fez carinho e se jogou em cima dela.- Isso, não bate mais na Mê, Arthur.

_ O que tá acontecendo aqui? -Luan raramente falava "sério", então Arthur que entendia muito bem correu na minha direção e se escondeu atrás das minhas pernas.- Arthur.

_ Oiiiiii. -risos.-

_ Vou te pegar viu. 

_ Não.

_ Papai, a Maria tá vomitando.

_ Kedo! -Arthur disse fazendo careta.-

_ Aí nojentinho da mãe, vem no colo...

_ Malia!

_ É a Maria meu amor, sua irmãzinha...

_ Minha tamém, uai. 

_ Claro né Melissa. Ah! Hoje nós vamos, passear.

_ Onde?

_ Vamos visitar a Betinha. 

_ Eba! -Melissa comemorou e Luan ficou calado, eu sabia que ele não queria ir. E eu não o obriguei a nada. Só disse que queria ir, porque era um lugar que a presença da minha avó era muito mais intensa e as coisas ainda tinham o seu jeitinho. Era como se eu estivesse levando a Maria Luísa para que ela também a conhecesse.

  Pegamos estrada pouco depois que o horário de almoço e fomos chegar lá às 16h e alguns minutos. Betinha nos esperava na entrada, lhe cumprimentamos e passamos pra dentro.

_ Que menino preguiçoso. -ri.- Não vai levantar não?

_ Muito sono. -risos.- Trouxe a pequena?

_ Não saio mais sem ela, besta.

_ Posso? -se levantou e depois de me dar um beijo no rosto e um abraço, pegou Maria Luísa no colo.- Que boneca, hein... -sorriu.-

_ Obrigada. -sorri.- Tudo bem?

_ Ótimo, estou oficialmente de férias. -comemorou.- Você é uma princesinha, sabia?

_ Igual eu. -Melissa se manifestou.-

_ Oi outra princesa, vem cá falar comigo... -ela foi meio receosa e o beijou no rosto.- E esse garotão? Tudo certo?

_ Ceito! -tocou a mão dele.-

_ E aí, Luan. Tranquilo?

_ Beleza cara. -os dois se cumprimentaram de um jeito tão másculo, que eu e Betinha até nos olhamos com ar de riso.-

_ Betinha vem ver minha filha de pertinho, vem...

_ Dá até vontade de ter uma netinha...

_ Na verdade você tem três. -risos.-

_ Tem eu, o Art e a Lulu, Betinha. Precisa de mais não.

_ Como crescem, né? -assenti e me sentei com o Luan no sofá que estava vazio.- Melissa já vai fazer...

_ Oito anos, quase dez!

_ E esse garotinho lindo aqui?

_ Axim oh! -mostrou a mão aberta.-

_ Daqui uns anos, né? -risos.-

  Nos acomodamos ali, conversamos um bom tempo antes de irmos para a sala de jantar para tomarmos café da tarde em família. Depois eu subi pro meu quarto e me deitei um pouco com a Malu, Luan ficou lá embaixo com as crianças que estavam longe de querer dormir. Acabei dormindo, acordei com o chorinho da pequena, Maria Luísa só chorava quando estava com fome ou com a fralda suja e como meu seio estava vazando, sabia que era hora de mamar.

_ Calma meu amor, mamãe já vai te dar mama. -"Que fôlego é esse? Menina, você não tem nem cinco meses. Eu hein..."- Pronto neném, pronto. -lhe peguei no colo e esperei que se acalmasse antes de amamentar.- Devagar, filha. -ajeitava sua boquinha no meu seio.- 

_ Tudo bem por aqui, Fê?

_ Tá sim, Betinha. A gatinha está mamando agora. -alisava seus cabelos, ela se sentou na beirada da minha cama e viajamos durante nossa conversa.- Era engraçado, nossa como a dona Olga faz falta.

_ Sua filha é bem parecida com ela, Maria Luísa. Ôh nome lindo, gostei demais.

_ Foi uma briga, Luan queria Nicole. Acredita?

_ É bem difícil escolher um nome, sua avó mesmo quando foi seu pai... Demorou viu.

_ Você os conhece desde aquela época, Betinha?

_ Eu e sua avó sempre fomos amigas. -e então mais conversa, depois ela saiu do quarto disse que iria tomar um banho. Maria estava alimentada, fralda limpa e quentinha, voltou a dormir e eu pude descer para olhar meus outros amores.-

_ No chão, Luan? Tá anoitecendo...

_ Que tem demais? Ele é criança.

_ Ele qualquer friagem fica espirrando, tira ele do chão...

_ Ele vai colocar o pijama e dormir, né garotão?

_ Bang, bang!

_ Isso, do Wood. Cowboy! Como que I cavalo faz? -os dois relincharam, aquilo foi demais pra mim. Nunca ri tanto.-

_ Cadê a Mê?

_ Dormindo, acredita? Deve ser nem oito horas da noite.

_ Ela cansa muito viajando de carro.

_ Dois, mas a diferença é que eu não posso dormir.

_ Isso aí paizão. -risos.-

_ Bora garotão... -eles subiram e eu fui até a cozinha em busca do que comer, peguei uma maçã e andei até o quintal. Tinha um balanço, na verdade dois. Me sentei ali e fiquei olhando a lua que no interior era ainda mais bonita, as estrelas brilhavam bem mais... Não tinha como descrever, o legal mesmo era sentir.- Um beijo pelos seus pensamentos.

_ Acho que vamos passar uma noite só beijando. -brinquei e ele se sentou de frente pra mim na grama.-

_ Alguma garantia?

_ Não. -ri.- Estava pensando em como a lua está linda.

_ Muito linda, não mais que a minha mulher.

_ Mesmo com uma barriguinha inchada de gravidez? -ele assentiu.- Te amo também. 

_ Mesmo ficando mais gostoso a cada dia?

_ Sim, bobo. -ficamos em silêncio, aproveitando a serenidade que o lugar nos transmitia, fechei os olhos por alguns segundos.-

_ Nunca imaginei que daríamos tão certo...

_ Em que sentido?

_ Todos. Eu cantor, você advogada... Eu mulherengo e você... homerenga. -ri.- Mas tô feliz demais.

_ E eu mais ainda, agora posso dizer que tenho uma família. Pra chamar de minha, mesmo sabe? Meus filhos, meu marido.

_ Está feliz?

_ E qual é a mulher que não estaria? Tudo bem que demoramos um bocado pra ajeitar a vida, mas deu tão certo que estamos no terceiro filho.

_ Ainda acho que vem mais um neném por aí. 

_ Não, Maria Luísa fez nem um ano. Tô bem assim...

_ Se sente realizada?

_ Estou realizada e com os anos isso aumenta os meus objetivos... Pensa que louco eu e você acompanhando a Mê em seu primeiro dia da faculdade, ou se formando em uma.

_ Nosso maior orgulho como pais. -falou, sai do balanço e me sentei entre as suas pernas, sentindo seus braços me abraçarem.- Não tem felicidade maior do mundo do que fazer vocês felizes.

_ Em outros tempos eu te chamaria de gay por me dizer coisas tão fofas e bonitas, hoje eu acho lindo.

_ Eu te amo, amo muito.

_ Obrigada por ser mais que meu marido, ser meu companheiro e meu melhor amigo também, além de ser o pai dos meus maiores tesouros.

_ Estar casado com você é melhor que ganhar na loteria. -nos beijamos e ficamos em clima de namoro, bem gostoso até a hora de eu amamentar outra vez.

(...)

  Os dias que passamos com o Arthur e a Betinha foram bons, eu gostei demais e me fez um bem enorme. Quando voltamos pra casa, em uma sexta-feira, Lila ligou dizendo que iria em casa.

Pedi pra Rúbia caprichar no almoço porque meus outros dois filhos viriam também e a casa ficaria cheia de baixinhos.

_ Aí gente, olha que fofa! Fer, ela é sua cara.

_ Pode ser sincera, ela é o Luan todinho. -ri.- Né meu amor... 

_ Eu não achei, ela é delicada. -risos.-

_ Cala a boca vai loira.

_ Chato.

_ Dinda! -os meninos vieram até mim cheio de sorrisos, partiram pro abraço e eu os apertei muito. Muito mesmo, até eles pedirem para eu soltá-los.- Ela que é a Maria?

_ É Luísa, Predo!

_ Maria...

_ Luísa...

_ É Malu meus amores, podem chamar ela de Malu.

_ Beleza. -pareciam homenzinhos.-

_ Como vocês estão pequenos?

_ Dinda, eu sou do tamanho do papai!

_ Aé?

_ Eu também, dinda! Grandão.

_ Quase passando a dinda, né?

_ O que não é muito difícil, né amiga. -risos.- Aí tava com saudades de você. 

_ Eu também, não temos nos visto com tanta frequência.

_ O que eu não acho certo, porque até nossos 22 anos, nós nos víamos todo final de semana sem excessão.

_ Casa, marido, filhos... Trabalho... Te lembram algo?

_ Que estamos envelhecendo. -risos.- Mas é verdade... Eu voltei com a carreira de modelo, e isso tem me tomado mais tempo do que você imagina. -passou a mão por seus cabelos jogando-os para o lado e fazendo bico.-

_ Acompanho pelo snap...

_ Queria você comia, aí como eu sinto falta. Mas entendo que crescemos e pode não parecer, mas amadurecemos  também. Sexo no banheiro da balada nunca mais, só quando a vontade tá demais.

_ Nem sei o que é balada mais, mas agora o sexo no banheiro é rotina. -Luan ficou quase roxo de tanta vergonha.-

_ Tô vendo, Maria chegou antes do previsto hein. -risos.-

_ Lua de mel é um perigo.

_ Vocês dois são. -risos.-

_ Eu não vou ficar aqui ouvindo as duas, nada disso. -e saiu levando as crianças lá pra fora, ficamos na sala somente eu, Lila e a Maria Luísa que estava no colo dela.-

_ E essa vida de casada? Sem brigas?

_ Estou me surpreendendo a cada dia, nós não brigamos. O máximo que chegamos é uma discussão e isso assusta um pouco. 

_ Ah amiga, vocês terão a vida inteira pra brigar. Então aproveita e curte muito meu amor, senta mesmo, quica bastante e relaxa.

_ Sua vida de casada se resume em sexo?

_ Não, eu também vou na minha sogra, na minha mãe, no shopping... Vamos à shows juntos... Viajamos. É gostoso vai.

_ Melhor que as pirocas que você já provou na vida?

_ Bem melhor, porque essa eu sei que é minha e só minha pra eu fazer o que eu quiser e não preciso me preocupar com camisinha..

_ Meu deus, amiga.

_ É que eu tô tentando engravidar de novo, Fer. Quero um neném pra mim, de novo!

_ Mas os meninos estão novinhos ainda.

_ Melhor do que quando eles forem velhos. Assim o bebê tem com quem brincar.

_ Tá tentando desde quando?

_ Ele ainda não sabe que eu estou tentando, parei de tomar o remédio essa semana.

_ Louca, você é maluca.

_ Não é um crime uma mulher casada querer engravidar.

_ Não mesmo. -sorri olhando Maria.- Tanto que já fiz isso sem nem me dar conta.

_ E não é uma delícia?

  Dalila sempre foi louca, mas sempre foi minha melhor amiga. A sintonia que tínhamos era o que fortalecia nossa amizade e o que permitia que ela sobrevivesse "à distância"... E passar aquele dia inteiro com ela, foi o máximo. Colocamos todo e qualquer assunto em dia, cuidamos das crianças e dei uma folga pro Luan. Só fui acordá-lo de noite, Lila e os meninos tinham acabado de ir embora. Dei banho nas crianças e os coloquei pra dormir e em seguida fiz o mesmo.

~.~

  Como sobreviver a tanta fofura? Tanto amor? Tanto LuNanda?

PS: Na boa, faltou responder os comentários. Mas cheguei agora, cansada demais, cheia de dor porque gripe é um saco e dor de garganta é pior ainda. Enfim... Respondo tudo amanhã! Blza? Um beijo..