Capítulo 221

Narradora

  Passados os dias em que Luan estava de folga, em casa e curtindo com a família e alguns amigos, tudo voltou ao normal. As crianças iam para a escola, Fernanda administrava bem a empresa e Melissa voltou a se dedicar aos estudos.

  Agora ela estava matriculada em um curso preparatório para vestibulares, empenhada em passar com uma boa pontuação, mesmo sabendo que os pais tinham condições de pagar a mensalidade integralmente.

  Em Julho vieram as férias e as crianças viajaram para Orlando, na Flórida com os avós. A única que não pode ir foi Helena, que ainda era um bebê e não conseguiria ficar longe da mãe por muitos dias. E Melissa que preferiu viajar por quatro dias para Porto Seguro, Bahia.

_ Porto Seguro, loirinha? -Leonardo perguntou franzindo a testa, pensativo.

_ Sim. Não é o máximo? -perguntou a retoricamente, empolgada demais com a viagem.

_ Ah. É daora, das vezes que viajei pra lá aproveitei muito.

_ Eu imagino. -falou dando um tapa no braço dele.- Vai passar as férias onde?

_ Viajando com os meus pais e meus irmãos. 

_ O mês todo? -perguntou bicuda.-

_ Uns quinze dias, depois vou pra Floripa.

_ Com quem bonitão?

_ Os caras da faculdade, umas amigas ai.

_ Amigas né seu cachorro, sem vergonha.

_ Ah, solteiros né. Sabe como é...

_ Sei também sou solteira, esqueceu.

_ Porque quer, ou melhor, porque não me leva a sério. -ela revirou os olhos e ele riu segurando seu rosto e dando uma mordida forte em sua bochecha.

_ Você é um ridículo, nossa Leonardo. Tá doendo, filho de uma mãe.

_ Acho tão bonitinho que você não fala palavrão, não bebe feito uma louca. Em compensação, dança pra caralho. Puta que pariu, Melissa.

_ Sou bailarina meu amor, esqueceu?

_ Esquecer não né, te conheço uns anos já.

_ Muitos, né cabeção. -riam.

_ Nelissa, vamos! -Helena apareceu na sala de meia-calça, minissaia jeans, cropped de pandinha e sapatilhas.

_ Vamos buscar a Ceci e o Luquinhas na tia Bruna, tá bom?

_ Tá bom. Mamãe?

_ Oi filha. -Fernanda apareceu na escada, descendo devagar, estava cansada.

_ Cadê minha jaqueta?

_ Ali em cima. Perto da sua cama, depois a mamãe pega.

_ Tem que ser logo, mamãe. Senão a Nelissa vai sem eu no shopping.

_ Eu não deixo não, lindinha. -falou Leonardo encantado com a pequena que estava a coisa mais linda.- Deixa eu ver se você tá cheirosa.

_ Passei perfume, mais não muito senão coça meu nariz bem forte.

_ Herança de família, eu tinha renite e melhorou muito depois da natação, que eu não fiz nem cinco semanas seguidas.

_ Você é muito preguiçosa loirinha, não sei como fazia dança.

_ Eu gostava muito, minha mãe dançava, minha bisavó foi bailarina profissional e tudo. Era muito lindo, gostoso as apresentações... só que eu cresci e gosto mesmo de direito, aprendi a gostar.

_ Sua mãe é advogada, não é?

_ É. Uma advogada muito foda, nossa senhora. Ela arrebenta em tudo o que faz.

_ Claro, fiz quatro filhos lindos. -Fernanda se manifestou no assunto deixando Melissa sem graça e Leonardo rindo muito.- Olha, enquanto vocês estão aí eu vou com a Isa ver esse neném que tem quase nove meses e anda se escondendo.

_ A dinda, mamãe.

_ Outro dia ela vem aqui com a mamãe ou a mamãe leva você lá com o tio Rober.

_ Ela ainda tá gorda, né mamãe? -perguntou inocente.- Papai disse que ela tá gandona porque comeu de gulosa.

_ Seu pai não tem o que fazer, isso sim.

Fernanda pegou sua bolsa e depois de se despedir seguiu para a garagem, se acomodou em seu carro e foi ao encontro de Isadora na clínica onde seria realizada a ultrassonografia.

_ E aí doutora, é hoje? -perguntava empolgada.- Quero comprar mais coisinhas para o meu bebê.

_ É a madrinha? -a doutora perguntou sorrindo, enquanto espalhava o gel por toda a barriga de Isadora.-

_ Ai doutora, uma madrinha muito dá babona. E olha que é mãe de quatro filhos, com a caçula tendo só 3 aninhos.

_ Nova desse jeito? Não parece, quantos anos você tem?

_ Quase meio século. -risos.

_ Inteirona ainda, um corpão desses tá em alta, com tudo em cima. -conversavam animadamente, ansiosas a todo instante para saber quem chegaria dali um mês.

  Em casa, Melissa terminava de se trocar enquanto Leonardo brincava na sala com Helena e o pequeno Thor, de corrida com obstáculos.

_ E passa por aqui, e quando chega na almofada?

_ Pula! Pula! -Leninha gritava dando as mãos para ele, pegando impulso.-

_ Esse foi alto hein. -lhe pegou no colo.- Tá animada pro filme?

_ Desenho, né?

_ É, filme de desenho.

_ Eu gosto de desenho, muito.

_ Melissa, tô indo buscar minha irmã. -avisou da ponta da escada.

_ Me espera, tô quase pronta.

  Meia hora depois quando Leonardo e Helena cochilava no sofá, Melissa desceu pronta. Toda maquiada, com um vestido curto, mas mangas cumpridas e botas sem salto, uma bolsa tira-colo e o celular.

_ Vamos?

_ Já perdemos uma sessão, vamos logo antes de perder as outras duas.

_ Nossa, tá bravo é?

_ Minha mãe ligou tem dez minutos, disse que minha irmã tá chorando porque não fui buscar ela. -respondeu se colocando de pé.- Vamos, né?

_ Vamos Leonardo, vamos... -disse se agachando para pegar Thor no colo.- E você se comporta na casa da madrinha, hein. Você e o Tobias. -dizia séria, em tom de repreensão.

_ Ele é só um cachorro.

_ Ele é da família, e minha família tem modos.

_ O que é modos Nelissa?

_ Pessoas que se comportam direitinho.

_ Ah tá.

  Leonardo foi na frente com Helena no colo, desligou o alarme do carro, abriu a porta de trás e deixou ela sentada na cadeirinha, já com o cinto. Deu a volta e se sentou no banco do motorista, ajeitando os espelhos e ligando o som.

_ Bota aquela música lá. -Helena pedia.

_ Que música?

_ Que a mamãe falou que não podia que era feio. -ria.-

_ Se a mamãe não deixa, não pode né. Senão depois ela briga.

_ Briga? Mais por que?

_ Porque não é música de crianças.

_ Qui é música de crianças?

_ Do sapinho, borboletinha...

_ Boletinha não, não gosto.

_ É bonitinha. -riu.- Caralho, que demora da porra. -falou baixinho, resmungando.

_ Pronto, podemos ir agora.

_ É, isso faz mais de uma hora né. Não sei que tanto se arruma.

_ Queria fazer uma coisa diferente, ué. -Leo deitou a cabeça no volante entediado.- Você não reparou?

_ No que?

_ Meus cílios estão mais curvadinhos, oh. -fechou os olhos e aproximou a cabeça dele.- Rímel novo.

_ Aham... Fecha ai a porta. -ela fechou e eles seguiram rumo a casa, de lá foram até a casa de Bruna e enfim seguiram para o shopping.

(...)

_ Você é muito assanhadinha, pro meu gosto. -Leo dizia mordendo o lábio de Melissa.- Para vai, assiste o filme.

_ Você poderia dormir lá em casa hoje, né?

_ Ah não, você vai abusar de mim igual das outras vezes. -ria.-

_ Mentiroso, safado.

_ Só um pouco. -segurou sua cabeça e dessa vez lhe deu um beijo no rosto.- Não quer você dormir na minha? -disse pondo a mão na perna dela.-

_ O que sua mãe vai pensar de mim?

_ Nada demais. -riu despreocupado.-

_ Vou precisar passar em casa antes.

_ Pra quê?

_ Deixar minha irmã, pegar um pijama.

_ Não precisa pegar nada não. Primeiro que não vamos usar roupas, segundo que se quiser pode pegar uma camiseta minha, uma cueca.

_ Você não faz nem um charme.

_ Não somos mais criança, né? 

_ Ainda bem que não. -o beijou.

Narrado por Fernanda

(...)

  Após a consulta cheguei em casa não me aguentando de felicidade, afinal descobrimos o sexo do bebê da Isa e do Rober. Eu até chorei de tão emocionada e cheguei em casa querendo contar pra Deus e o mundo, mas estava sozinha com o Thor que só sabia latir e abanar o rabinho, pular e correr pela minha sala.

_ Oi mamãe, eu tava aqui sozinho, tadinho de mim. -me agachei pegando-o e me sentando no sofá.- Tá até cansado, né meu bebê? -ele colocou a língua pra fora e se jogou no meu colo. Fiquei uns minutos com ele, batendo o maior papo e depois subi para trocar de roupas.

_ Mamãe! 

_ Oi meu amor.

_ Eu cheguei na casa. -escutei seus passos correndo pelas escadas até que empurrou a porta.- Oi.

_ Oi neném, como foi lá?

_ Ganhei um brinquedo, oh! 

_ Bem linda, né?

_ É mamãe, minha bebê a Nelissa falou.

_ E cadê sua irmã?

_ Na casa da Ceci. 

_ Hm... vem trocar de roupa, depois vamos ligar pro papai e pro Art.

  Vesti um pijaminha nela e voltamos para o meu quarto, para debaixo das cobertas depois de conferir se todas as portas da casa estavam fechadas. Peguei o celular e liguei pro meu homem que já atendeu a chamada de vídeo dando risada.

_ Oi papai! -começou o bate papo, conversaram a beça, eu também e desligamos. Liguei para os meus bebês e a mesma coisa, Arthur e Maria Luísa contaram da loucura que foi o dia no parque e a volta pra hotel depois do último show lá. Helena ficou empolgada, mas estava com muito sono e acabou dormindo sem se despedir dos irmãos. Fiz isso instantes depois e a ajeitei na cama, dormindo em seguida.

Narrado por Melissa

  Depois de deixar meu primo com a minha madrinha, Nena em casa, fomos para a casa do Leonardo e chegando lá eu fiquei toda sem jeito porque já estava de noite.

 Entrei e cumprimentei seus pais novamente, falei com a Analu e a Jessica, o Chris estava no banho e demoraria demais segundo o seu Matheus. Subimos para o quarto dele e nos deitamos na cama, ele me abraçou deitando a cabeça sobre os meus seios e ficamos conversando enquanto eu mexia em seus cabelos, deixando-o com sono.

_ Eu vou dormir assim... -bocejou.

_ Tá com soninho, é? Igual a Ceci... quer dormir?

_ Não. -levantou a cabeça me roubando um selinho, depois outro e riu partindo para um beijo bem demorado e gostoso.-

_ Delícia.

_ Bruta. -mordeu meu lábio inferior, dando-me outro beijo, descendo sua mão devagar pela lateral do meu corpo, alisando e apertando nos lugares certos. Joguei minha perna por cima da dele, ficando mais a vontade e tentando puxar sua blusa.- Vai rasgar minha blusa com essa unha aí.

_ Você tem várias, uma não vai fazer diferença. -ri entre o beijo.-

_ Vou falar a mesma coisa quando rasgar sua calcinha. -piscou se levantando da cama, indo até a porta e passando a chave e voltou para a cama tirando a camisa.- Cheguei. 

_ Então vem cá loirão. -o puxei pelos ombros, derrubando-o em cima de mim e rolando na cama até que estava por cima dele, com as mãos espalmadas em seu peitoral, rindo.- Gostoso. -abaixei a cabeça mordendo perto do seu pescoço, recebendo um tapa forte na bunda por isso.- Ai, doeu sabia?

_ A mordida também. Daqui a pouco dou beijinhos pra sarar. -risos.

  Neguei e continuei com os beijos e carícias, foi tudo aos poucos, curtindo cada sensação, desde o beijo até as chupadas e investidas. Não foi tão fácil ficar quieta, não gritar e nem gemer muito alto de tão gostoso que estava. Ele investia com força, fundo, abrindo mais as minhas pernas e beijando minha boca para abafar os sons emitidos por mim. Meus olhos reviravam mesmo, minhas unhas cravaram em suas costas com a mesma intensidade do sexo que fazíamos. Chegar ao clímax foi mais que gostoso e confesse que só aumentou o meu tesão, foi muito bom. Tão bom que repetimos tudo no chuveiro, acabei saindo de lá com os cabelos molhados por causa de umas brincadeirinhas que fizemos e fomos nos deitar depois de arrumar a cama.

_ Mano, minhas costas estão ardendo, Melissa.

_ Deixa eu ver. -ele deitou de barriga pra baixo e meu espanto foi grande, as marcas estavam bem vermelhas ainda.-

_ Tá muito?

_ Tá sim, bastante. Parecendo que você ralou as costas. -ri.- 

_ Quero ver como vou pra praia com as costas toda fodida. Já tô até vendo.

_ Acontece. -dei de ombros.-

_ Sei bem, chupões acidentais também né? 

_ Ninguém vai ver se você não mostrar.

_ Digo o mesmo, danadinha.

_ Para vai Leo, vamos dormir. Tá tarde.

_ Boa noite, chata. -mordeu meu ombro e abraçou forte minha cintura, virei ficando de frente para ele, entrelaçando minha perna nas suas e fechando os olhos para dormir agarradinha com o meu loirão.

~.~

  Uns dias e as coisas estão voltando pro eixo. Melissa voltou a estudar, mas vieram as férias e viagens estão acontecendo. E aí?

PS: Leonardo tá devagar, pelo amor, pede logo a Melissa em namoro amigo! rs