{...} Abre mais a blusa, me usa! Só não pede pra parar... ♪♫

sábado, 3 de novembro de 2018

Capítulo 269

Narrado por Fernanda
 Embora tenha tido minha fase de loucuras no início da vida adulta, eu sempre fui muito família, meus pais me ensinaram assim desde muito cedo e trago isso até hoje com os meus filhos, meus afilhados e os sobrinhos também. E neste ano de 2037 não abri mão de ficarmos em São Paulo, ao invés de irmos para a chácara em Londrina, e comemorarmos na nossa casa.
  Levou um tempo para que eu organizasse uma festa natalina e não por dinheiro, mas porque as pessoas se programam para as festas de final de ano. E minha ideia desde o começo foi reunir todos os nossos familiares e amigos da família, dos quais os filhos eram nossos afilhados.
Ganhei noites em claro –ansiosa– para tudo sair perfeitamente como imaginei, divertido e memorável.


(...)

_ Pensou só na bagunça que vai ser? -Luan dizia sorrindo.- Mas vai ser muito massa.
_ Meu, é muita gente amor. Fui colocando nome que não acabava mais. Mais de trinta pessoas.
_ Bem mais. Minha família, a sua, meus amigos, os seus. E isso que colocamos os mais próximos e mesmo assim nem todos poderão participar do amigo secreto, mas chegam pra bagunça.
_ Sim, mas você viu que todos os nossos sobrinhos e afilhados estarão presentes.
_ Ai é criança hein.
_ Demais, viu a lista de sobremesas?
_ Primeira coisa que eu olhei, pudim, pavê, manjar... hmm... vai tá boa a coisa, muié. -beijou meu rosto.- E os pratos salgados?
_ A mesa vai estar cheia, meu deus eu quero comer muito, muito e muito.
_ Até o ano novo (risos). E nossas férias, hein?
_ Nós dois poderíamos sair de férias, né? -sugeri, me aninhando no colo dele que estava encostando na cabeceira da cama.- Queria muito ir para o Tocantins, ô paraíso de lugar.
_ Bora uai, vamo nóis.
_ Mas fico pensando nas crianças... -olhei pra ele que deu risada.- Você não?
_ Helena é a única criança da casa, vida.
_ Minha bebezinha, ela tá doidinha pra ir com o avô pro Pantanal.
_ Meu pai gosta de silêncio pra pescar, não gosta de ninguém falando na orelha dele não.
_ Já não dá pra ela ir.
_ Vamos ver com calma, né? Ainda temos uns dias.
_ Uns dias nada, se vamos mesmo temos que nos organizar. 
_ Como quiser, lindeza. Agora bora dormir que eu tô cansado, trabalhei muito hoje.
_ Acompanhei seu stories, passou mais da metade do dia no escritório. Tá aprontando é?
_ Pode-se dizer que sim, estamos vendo umas coisas aí.
_ Que coisas, Luan?
_ Ainda não é nada certo, não, mas tô pensando.
_ Ah, entendi, é surpresa até pra mim.
_ Mais ou menos, não quero falar antes de estar tudo acertado.
_ Já deu certo, amor. -o beijei.- Hmmm... o Arthur me ligou, disse que vai dormir na Julia.
_ E cê num pediu pra ele vir embora não?
_ Não. Se ela dorme aqui em casa não tem problema ela dormir na casa dele, não é?
_ Tá tudo bem com você, vida? Não tá sentindo nada?
_ Não, por quê? -perguntei sem entender, mas quando caiu a ficha ele já estava rindo.- Como você é besta, nada a ver.
_ Sua única nora, né.
_ Grande coisa, nossa.
_ Oh sem desdenhar da mãe dos netos hein.
_ Todo engraçadinho, você não queria dormir?
_ Eita, precisa me morder não.
_ Os únicos cachorros da casa são você e o Thor, mas nenhum.
_ Olha que eu mordo mesmo hein, muito cuidado minha gatinha.
_ Miau pra você. Sabe o que eu queria?
_ Não, o que?
_ Assistir Silêncio dos Inocentes, vamos?
_ Esse filme é velho, Fer.
_ Um dos poucos que são de terror e eu ainda assisto.
_ Bora descer então?
_ Pra estourar pipoca?
_ Pra assistir na sala de cinema, eu levo a coberta.
_ E eu faço o docinho. Tô numa vontade de comer chocolate, um brigadeirinho cairia bem.
_ Se quiser fazer um beijinho eu também não ligo.
_ Vem me ajudar então.


  Já estava tarde, as meninas dormindo. Descemos para a cozinha e Luan me ajudou com os doces, eu quem fiz e ele ficou com a louça. Tudo pronto, pegamos as colheres e fomos assistir o filme.

(...)

  Mais alguns dias e chegamos à véspera do natal, eu estava com tudo devidamente preparado. Tanto para a ceia do dia 24 que aconteceria na casa dos meus sogros, quanto para o dia 25, a festa natalina que eu tanto planejei juntamente com o amigo secreto. 
  Estávamos todos nos arrumando, e meu marido largado na cama de cueca e meias, no celular.


_ Tá dando dez horas, viu bonitão. Eu tô pronta.
_ Vem de vermelho tô passando mal. -cantou levantando da cama e me puxando pra dançar.- Faz carinha de santa, despede do pai...
_ Vai Luan, vamos sair daqui atrasados. Sua irmã já está indo pra lá.
_ Bruna só não dormiu lá na Xumba de ontem pra hoje porque o Rafael tá em casa. Senão... -Luan deu corda pro assunto, mas pelos foi se trocando. Ficou pronto em quarenta e cinco minutos contados no relógio, pegou o celular, a chave e a carteira, descemos.
_ Tá faltando quem? -perguntei.
_ Ninguém, mãe. Tô indo, tá? -Melissa falou se despedindo de nós com um forte abraço.- Feliz natal, mãe. Te amo. -e deu um beijo na minha testa.
_ Feliz natal minha filha, aproveita lá hein. -falei olhando-a caminhar até a porta.
_ Aproveitar nada, tomara que lá esteja chato e ela pense que teria sido melhor ficar com a família dela.
_ Amor, agora eles são família dela também.
_ Ela ainda não está casada. -disse todo bicudo.
_ Agora você sabe como eu me sentia. -meu pai bateu no ombro dele, rindo.- Vamos?
_ Bora sogrão, vamo nóis.


  Thor iria conosco, pois eu não deixaria meu baby em casa sozinho na noite de natal. Chegamos na minha sogra e a casa estava bem movimentada, cumprimentei à todos e fui até a cozinha ver se ainda precisavam de ajuda.

_ Uau, cabelão solto é? -perguntei brincando.
_ Ô meu deus, nem fui receber vocês na porta.
_ Já somos de casa, Mari. Tudo bem? -nos abraçamos.
_ Está linda, gostei muito do vestido.
_ Digo o mesmo, olha só essa saia. -peguei na mão dela e ela deu uma voltinha, rindo.- Sem contar no salto, está maravilhosa.
_ Tem dias que damos uma caprichada a mais, não é? -sorriu.
_ Xumba, cheguei. Uau, tá gata demais essa minha mãe.
_ Você achou, filho? -colocou o cabelo atrás da orelha sem jeito, sorrindo toda delicada.
_ Demais. Dá um beijo aqui. -se cumprimentaram.- E já vou contar pra senhora, Melissa preferiu ir pra casa do Leonardo.
_ Mari não foi bem assim, ela foi pra lá porque amanhã estarão todos lá em casa. Inclusive o noivo dela que hoje também estará na casa dos avós.
_ Filho, ela está no começo do relacionamento. Nos primeiros anos, deixa ela curtir esses momentos. Você teve os seus também.
_ Meu natal eu sempre passei com a senhora e meu pai, sempre que eu estava de folga. Agora tá tudo mudado, mamusca.
_ Pensa pelo lado bom, meu filho, ela está em casa. Com a família do noivo e não comemorando em noitadas, daqui uns anos ela formará a própria família.
_ Dará continuidade, né sogra? -perguntei retoricamente, vendo Luan revirar os olhos e fingir me imitar.
_ Esse Luan não vai soltar as crianças do colo nunca. -deu risada.
_ Não tô entendendo essa panela aqui na cozinha, tá todo mundo na sala. Vem Pi, vem cunha, bora pra lá a senhora também mãe.


  Bruna não perdia esse jeito dela, mesmo depois de mãe e esposa. Voltamos para a sala e ali comemoramos a chegada do feriado, brindamos com um espumante sem álcool para as crianças participarem e depois fomos jantar, todos à mesa nos servimos e fizemos a melhor coisa da noite que foi encher a barriga até não caber mais nada. Minha pancinha aparecendo, dura. E eu de olho nos doces de abacaxi e morango que faziam parte da mesa de frutas e sobremesas.

(...)

  Foi uma noite muito gostosa e tranquila, diferente do nosso almoço do dia 25 que foi uma verdadeira festa. Eu não me aguentava de tão feliz que estava, era muito muito muito bom reunir os amigos, nossos sobrinhos, pais e afilhados também. Sem contar que rolou um pouco de tudo, tivemos música, muita dança e o que quebrou o gelo mesmo foi a entrega dos presentes de Amigo Secreto. Foi a parte em que eu mais gostei, sim, foi um momento de recordações mais que antigas.
  Luan quem começou, tirou o Davi. Sim, meu Davizinho que tirou a Isa e assim foi indo até que a Julia tirou minha avó de coração, a Betinha que tirou o Rafa —marido da Bru— que entregou seu presente ao meu pai e depois de mais algumas pessoas queridas, finalmente chegou a minha vez e faltavam duas pessoas. Meu maridão e o Dudu. Claro que fiz uma graça, um suspense e rasguei meu amigo de elogios. Não era segredo pra ninguém que ele era uma pessoa incrível, batalhadora e muito amiga para toda e qualquer situação. Meu amigo secreto era o Eduardo, um cunhado de coração.
  Terminada a troca de presentes voltamos a nos divertir, as crianças aproveitando os novos brinquedos e o restante se dividindo entre comer e registrar os momentos juntos. Foi uma grande festa, a maior festa do ano todo! Eu não queria que acabasse tão cedo.


_ Lila! Muito obrigada por ter vindo, estava cheia cheia cheia de saudades de ver todos juntos. -falei abraçando minha amiga sem pressa alguma em soltá-la.
_ Foi gostoso demais, me senti tão na adolescência sabe? Quando meus pais se juntavam com os seus e sempre fazíamos alguma coisa.
_ Agora fazemos isso com os nossos filhos.
_ Sim! E isso não tem dinheiro no mundo que pague, são momentos tão gostosos, tão família. AH! Foi um natalzão mesmo. -me apertou ainda mais, rindo.
_ Mãe, meu pai tá chamando a senhora.
_ Tô me despedindo Miguel, calma. -escutamos a buzina outra vez.- Rodrigo depois se velho tá chato. -fez careta.- Amiga vou indo, e nos encontramos em 2038! Feliz ano novo, ótima viagem, trepe muito com o maridão.
_ Sempre (risos)! Você também aproveite muito Amsterdã, viu.
_ Já fechamos os passeios turísticos, não vejo a hora.
_ Muitas fotos.
_ Minha filha é blogueira, disse que fará vários vlogs.
_ Crianças. -ri.
_ Mãe?
_ Tchau, Nanda. Até mais.
_ Até mais, beijos. Tchau Miguel.
_ Tchau tia, feliz ano novo. -me abraçou e foi para o carro junto com a mãe, eles acenaram e saíram.
_ A sós. -Luan disse assim que me sentei ao lado dele, colocando seu ombro por cima do meu e me beijando.- Cansada?
_ Não sei se cansada, amor. Mas com certeza realizada!
_ Tô vendo os olhinhos brilharem, linda (selinho). Bora tomar um banho?
_ Bem juntinhos?
_ É.
_ Tentador, não é?
_ Demais. -falou mordendo minha orelha, rindo.- O pessoal viaja amanhã mesmo?
_ Sim, viajam depois do almoço sua mãe disse.
_ E nós vamos dia 27, né?
_ Isso aí, dia 27! Não arrumei a mala de ninguém, nem a minha.
_ Por que, hein?
_ Porque eu estava ansiosa para o natal. Estava mais que empenhada! Saiu tudo tão lindo, mas sou suspeita pra falar... amei tudo. Até a Betinha veio, Luan. A Betinha.
_ Vieram todos! Gostei demais, cara.
_ Pensei que o Douglas não viria, amor. Nem o Fernando.
_ Meus amigos, pô. Tão comigo qualquer hora.
_ Esses sim, desde novinho né amor? -ri.
_ Ainda tô na idade boa.
_ Sim, você está em uma idade ótima. Ótima!
_ Cê acha nega?
_ Tenho certeza. -beijei seu rosto e me levantei.- Tô subindo, você vem?


  Ele não respondeu, só se levantou e subiu comigo. Tomamos um banho demorado, trocando carícias e muitos beijos molhados de tirarem o fôlego, saímos e depois de me vestir com um pijama de calor me deitei com ele na cama.

_ Até que não seria uma má ideia nós viajarmos sozinhos. -ele falou e eu assenti.- Mas queria um lugar longe de tudo, tudo mesmo.
_ Mas que seja calor, né? Porque frio ninguém merece, amor. Ninguém! -falei me sentando. 
_ Taipus de Fora, Bahia.
_ Taipus? Nunca ouvi falar.
_ É lindo, andei pesquisando. Não é tão deserto, mas é muito sossegado.
_ Já quero arrumar as malas, sabia?
_ Não, você quer dormir e eu também. -falou me derrubando de volta no colchão e beijando minha boca, abraçou minha cintura e dormimos.




Narrado por Melissa
  Todo e qualquer feriado era ótimo, mas os de dezembro eram sensacionais sempre. E digo isso com toda a certeza do mundo.
  Além de estarmos de férias, são os feriados em que não temos desculpas para não nos reunirmos com a família e amigos. Eu mesmo passei a noite de véspera com a família do Leo, o feriado com a minha família e no dia seguinte (26) iria almoçar fora com o Leo e as crianças.


_ Melissa! Acorda! Já tá o sol lá fora. -continuei de olhos fechados só escutando a voz da minha irmã cada vez mais perto até que ela estava em cima da cama, abrindo meus olhos com os dedos.- Bom dia.
_ Bom dia. -respondi bocejando.- Bom dia Lolô.
_ Bom dia. -respondeu me olhando e com a mão na boca.
_ Acordaram cedo hein, o Leo está dormindo ainda.
_ Preguiçoso a mamãe disse que homens são. 
_ É verdade. -falei me sentando na cama.- Vocês já tomaram café?
_ Sim, a mamãe comprou aquele pão que a Lolô gosta.
_ Croissant o nome.
_ Não sei falar isso não, Mê. -riu.- A gente vai sair né?
_ Sim, mas só na hora do almoço.
_ Dá tempo de brincar?
_ Sim, senhorita.
_ Então eu vou lá. -e saíram as duas, olhei para o lado e Leo nem se mexia, dorminhoco. Dei um beijo em sua nuca, seus ombros, estava passando as unhas nas costas dele quando ele resolveu acordar.
_ Bom dia loirão. -meu "bom dia" teve como resposta um beijo lento e firme, com toques por todo o meu corpo me deixando mais que excitada. Não segurei o gemido quando seus dedos me tocaram por dentro da calcinha e daí foi um passo para começarmos o dia com uma transa muito gostosa e quente, muito quente. Eu estava suando quando terminamos e ainda assim não me soltei dele, voltamos a nos beijar e só depois de nos recuperarmos foi que levantei para tomar um banho... onde tive sua companhia  até para ajudar lavar os cabelos.
_ Bom dia casal. -Malu entrou no quarto rindo.- Fechar a porta é bom, sabia?
_ O que aconteceu? -perguntei enxugando os cabelos com a toalha enquanto o Leo reinava o banho dele.
_ Helena chegou no quarto e falou assim "eu acho que a Mê tá machucada, ela tá chorando". Aí eu venho toda preocupada, chego na porta e pego vocês no bem bom.
_ Menina.
_ Da próxima vez tranca, bom dia safadinha.
_ Para Malu. -bati nela com a toalha.- Sem graça.
_ Agora é para né? "Ãn vai Leo". -me imitava fechando os olhos e fingindo gemer.
_ Aí que vergonha, menina deixa eu me trocar vai.
_ A vontade, só tranca a porta né. Vai que de repente você sei lá tem vontade de continuar né.
_ Troxa, sai daqui vai. -falei pondo ela pra fora. Leonardo saiu do banheiro mais que tranquilo, já estava de cueca e calça jeans.- Nossa, tá bonitão hein.
_ Com um roxo enorme bem aqui. -falou puxando um pouco a calça e mostrando.
_ Faz parte, né? Tá com fome?
_ Muita. Mas acho que nem vou tomar café, nós não vamos almoçar fora?
_ Yes. Inclusive as acompanhantes já vieram aqui nos acordar.
_ Elas madrugam. -falou indo se trocar, fiz o mesmo.- Loira, atende aí... é minha mãe. -jogou o celular pra mim, atendi.
_ Ô tio, cadê você hein? -era a Analu.
_ Oi Analu, é a Mel. Tudo bem?
_ Oh vó esse telefone tá com problema, não é meu tio não. -escutei ela gritar, dei risada.
_ Ele está terminando de se trocar, vocês estão prontas?
_ É, e com muita fome.
_ Nós já estamos terminando aqui e vamos aí buscar você e a Ceci, tá?
_ Tá bom. Eu espero.
_ Beijos, gatinha.
_ Tchau tia. -e desligou.
_ Acho fofo ela me chamar de tia. -falei sorrindo.
_ Eu me sinto velho. -disse colocando a camisa e secando os cabelos.- Tava com vontade de comer mesmo baião de dois.
_ Quer ir lá pra zona norte, é isso?
_ CTN, vamos?
_ Claro que sim, vamos com toda certeza. -falei prendendo o cabelo e esperando por ele para sair do quarto.- Bom dia, bom dia. -cumprimentei os parentes e fui para a cozinha.- Oi mãe, bom dia.
_ Bom dia, dormiu bem? -me deu um beijo no rosto.
_ Ainda estou com sono, acredita? Mas a minha fome é maior.
_ Fala de fome não, sua irmã acordou era cedo e me perguntando quanto faltava para o almoço.
_ Vamos almoçar lá na zona norte, Centro de Tradições Nordestinas.
_ Nossa e nem convidam?
_ Convidam pra que? -meu pai entrou na cozinha perguntando, entrando entre meu noivo e eu.- Bom dia princesa. -beijou meu rosto.
_ Bom dia, pai. -o abracei.- Vamos almoçar no CTN com as crianças.
_ E ninguém me chama, é isso?
_ Amanhã o senhor viaja, tem que descansar. -ri.- Cadê as meninas, já estão prontas?
_ Só precisam se trocar, estão de banho tomado.
_ A senhora que vai trocar eles? -perguntei e ela assentiu.- Tá bom, a gente só vai tomar café.
_ Essa hora? Que horas você acordou?
_ Bem tarde, pai. Bem tarde. -ele olhou desconfiado e o Leo nos entregou, já que ficou dando risada junto com a minha mãe.
_ Melissa, Melissa... toma jeito não, viu. 
_ É gracinha, pai. Eu estava cansada demais pra fazer qualquer outra coisa que não fosse dormir.
_ Assim espero.
_ Onde vamos? -Maria Luísa perguntou abraçando o Leo pela cintura e apoiando o queixo no ombro dele.- Cunhado, me leva?
_ Ah pronto, que folga hein. -falei brincando.
_ Não me deixa ficar de vela, irmã. Arthur já subiu pra tomar banho.
_ E onde ele pensa que vai?
_ Buscar a Julia, ela vai passar a virada do ano com a gente na chácara.
_ Assim de boa, mãe? -começamos rir e ela mandou todo mundo ir a merda, dando as costas.- Eles bem que poderia ir, né? Porque não vai dar todo mundo em um carro só.
_ Só um minuto. -pegou o celular.- Art, vamos almoçar fora? Eu sei que você vai buscar a Julia... isso, isso mesmo. Tô pronta já, desce logo. -e desligou.
_ Não tem vergonha de ligar pro seu irmão que está no andar de cima.
_ Sem estresse, mãe. Ela ainda tá no banheiro.
_ Aí ceedo, nojentos.
_ A senhora não leva o celular não?
_ Eu não, Thor me faz companhia as vezes.


  Acabou que fomos eu, meu noivo, meus irmãos, a cunhada e as outras crianças. Chegamos lá e o cardápio era de ficar confuso pra escolher e ainda sim, começamos com uma polenta frita e uma porção de fritas para os babys.

_ Eu quero uma batida, a daqui é muito gostosa a mãe falou.
_ Menina, você não tem nem idade pra essas coisas. Tinha que tomar era suco. -ela deu risada.
_ Não custa experimentar, eu tô com vocês. -falou toda manhosa, dei risada e pedimos uma.- Vai tomar suco, Mê?
_ Eu vou, tô de olho nas crianças. Eles não vão sair correndo Melissa.
_ Não mesmo, mas mesmo assim.
_ A mãe do rolê, ela. -beijou meu rosto.
_ Sou mesmo, a mãezona. Deixa eu perguntar, vocês já arrumaram a mala de vocês.
_ Nem sei onde tá a minha. -Arthur disse rindo.- A mãe disse que ia ver se arrumava.
_ É mais ela viaja amanhã pro Rio com o pai, não sei se ela vai ter tempo de arrumar não.
_ Ué, e quem vai levar a gente então?
_ Escutei o pai conversando de alugar uma van, igual foi da outra vez... lembra?
_ Que fizemos paradas e tudo mais, lembro sim.
_ Então... acho que vai ser isso. Mais gente esse ano.
_ Bem mais gente, o tio Heitor vai não vai?
_ Ele, a Lívia e as crianças. Aí tem a Julia e o Leo, a irmã do tio Rafa parece que vai também.
_ Caramba, é gente hein.
_ Tio Max está aqui em São Paulo vai com a gente também. Tudo amanhã, de madrugada ainda.
_ Quero bem ir dormindo, chegar lá com todo o gás e ficar na piscina o dia todo.
_ Até porque não tem muitas outras coisas pra gente fazer.
_ Você não tem né Maluzinha.
_ Aí credo, nojento.
_ Pergunta pro seu irmão como funciona. -Julia foi ficando vermelha de vergonha, pegando o copo para disfarçar.
_ Poderíamos levar jogos, não é? 
_ De videogame?
_ Não maninho, Just Dance... Twister... Uno, mas aquele que dá pra jogar na piscina sabe? E levar bola, de vôlei e de futebol.
_ Dama também, mas aquele que coloca doses.
_ Loirão, é uma viagem em família.
_ Eu sei, mas alguma coisa pra distrair seria bom. Não precisamos beber todos os dias.
_ Não mesmo. Mas não temos muito tempo pra ver isso se formos amanhã de manhã.
_ Vamos depois daqui, aí passamos no shopping.
_ Eu fico com as crianças, naquela piscina de bolinhas para adultos! -Malu disse toda empolgada.
_ Eu também quero. -Julia se animou.
_ Até eu, daora aquele escorregador cara.
_ Enorme, mas vai estar lotado.
_ Ninguém aqui tem pressa. -Malu deu de ombros.- Vamos então?
_ Fechou.


  Almoçamos por ali e matamos a vontade de comer o baião de dois com aquela carne assada maravilhosa e a mandioca frita. Hmmm muito bom, muito gostoso. Saindo de lá seguimos para o shopping e as crianças foram as que mais se divertiram no espaço kids enquanto íamos comprar nossos jogos e descobrimos mais outras coisas. 
  Antes de irmos embora passamos na praça de alimentação e tomamos sorvete. Fomos para o estacionamento e seguimos para nossas casas, primeiro Leo foi nos deixar e depois seguiu para a dele.


_ Acordada ainda dona Fernanda. -perguntei entrando e encostando a porta.
_ Esperando vocês, né? -sorriu, olhei para o sofá e meu pai dormia com ela fazendo carinho nos cabelos dele.- E aí Nena, como foi o passeio?
_ Muito bom, mamãe. A gente brincou muito muito muito e comemos doce, a Mê deixou.
_ Que delícia, mas comeu comida direitinho?
_ Sim! -respondeu toda alegre e sem um pingo de sono.
_ E você Lolô, gostou do passeio? -ela fez que sim com a cabeça e virou para mim pedindo colo.- Acho que tem alguém com soninho hein.
_ Tenho a certeza mesmo, meu tio foi dormir?
_ Quem dormiu foi seu pai, minha filha. Seus avós foram visitar uns amigos e seu tio foi para um barzinho com a Lívia.
_ E eu vou ficar de babá, é isso?
_ Não. -riu.- Eu fiquei com esse cargo hoje. -falou se levantando depois de dar um beijinho na testa do meu pai.
_ Por isso que eu te amo, vou subir, boa noite mãe. 




Narrado por Fernanda
  Assim que Melissa chegou com as crianças eu deixei o Luan dormindo no sofá e subi com os três para o quarto da Nena. Tirei a roupa, dei aquele banho e vesti o pijama nos três.


_ Mamãe agora a gente vai dormir?
_ Eu acho que sim, né? Você não está cansada?
_ Não, mamã... -bocejou, começando a coçar os olhinhos.- Eu queria dar boa noite pro vovô.
_ Você pode dar bom dia, amanhã. -pisquei.- A Lolô já está dormindo, oh.
_ Ela é neném pequeno mamãe, eu já sou mocinha o papai falou.
_ E mocinha dorme cedo também, pra descansar que amanhã vamos viajar... você lembra?
_ Pra cachoeira, né mamãe? -perguntou despertando de novo, subindo em cima da cama e se pendurando em mim.- Mamãe eu queria água.
_ Espera aqui então que eu vou lá buscar.

Busquei a água na cozinha e quando voltei ela estava jogada na cama, com as pernas para fora e dormindo. Ajeitei as duas bonecas e quando ia arrumar o Derick vi que ele estava acordado e com carinha de choro.
_ O que foi meu amor? -ele nem falou nada, esticou os braços pedindo colo, não resisti.
_ Mamãe, tia.
_ Mamãe vem daqui a pouco, tá? Vamos descer com a tia.
_ Ô mulher, me largou aqui sem carinho é?
_ Estava dando banho nas crianças, chegaram grudando de suor e de doces.
_ Eu imagino. -se sentou.- As meninas dormiram?
_ Sim, só esse neném que não. -falei sentando no sofá e deitei a cabeça dele no meu peito.
_ Tá com sono não cara? -ele virou o rosto, dei risada.- Cê não é mais meu amigo, é?
_ Ele quer a mãe dele.
_ Agora lascou. -começou a rir.
_ Besta.
_ Boa noite pra vocês. -Maria Luísa foi entrando em casa.
_ Tava com quem? -Luan perguntou franzindo a testa e já cruzando os braços.
_ Com o meu irmão, pai. 
_ Sair daqui você saiu com ele, né... agora vai saber da volta.
_ Ele foi levar a Julia, aí me deixou lá dentro do carro uma vida e viemos pra casa.
_ É mentira dela, mãe.
_ Mentira nada não, deveria ter vindo com o Leo. Melissa já está até dormindo.
_ Eu não duvido. -falei rindo.- Tudo bem Julia?
_ Tudo sogra, e a senhora?
_ Bem também. Bom, vocês já chegaram... eu vou subindo.
_ O Derick está no colo por que?
_ Quer a mãe dele, vem Luan. Boa noite pra vocês, e não esqueçam que amanhã vocês saem cedo para Londrina hein.
_ Mãe, a senhora arrumou minha mala?
_ Não, nem a sua, nem a da Melissa e muito menos da Malu.
_ Por que mãe? A senhora sempre arruma.
_ Ué, estava descansando. Fui arrumar a minha agora de noite, mas deixei uma listinha para vocês não esquecerem nada.
_ Ainda bem, vou subir e arrumar agora.
_ Me ajuda bebê?
_ Tô com sono. -falou bocejando e foi subindo também. Luan foi na frente, abriu a porta e nós entramos.
_ Amanhã vamos sair daqui umas 10 da manhã, tá bom?
_ Ótimo, dá pra dormir muito... muito mesmo.
_ Tá que tá no sono. -riu.
_ Ainda não tô cem por cento não amor, de verdade.
_ Teremos uns dias para isso.


  Pensei que rolaria um beijo, mas meu sobrinho não largou de mim e foi dormir quando estávamos no começo do terceiro episódio de um desenho que ele gostava muito. Falei que iria esperar ele pegar no sono para trocá-lo de cama, mas Derick dormia tão gostoso que eu não tive coragem. Ou seja, não namorei meu marido aquela noite.
  Na manhã do dia 27 acordei com o meu irmão batendo na porta, entrou e disse que foi buscar o pequeno para trocar de roupa e tomar tetê antes de irem. Deveria ser em torno de 06h30 da manhã. Levantei e fui ao banheiro fazer xixi, lavei as mais, o rosto e fiz um coque antes de sair, calçar os chinelos e descer para a cozinha.

_ Bom dia, bom dia. -cumprimentei a todos.- Prontos?
_ Sim, estamos esperando sua filha preguiçosa.
_ Cheguei vô, sem pressa. -falou rindo.- Leo está chegando também.
_ Decidiram ir de carro mesmo, pai?
_ Era minha vontade, mas você conhece sua mãe. 
_ Estou pensando na comodidade, você descansar e não se preocupar em dirigir durante horas.
_ Não falei nada. -se defendeu.
_ Eu bem te conheço, Hugo. Ia querer revezar o volante e eu não vou dirigir hein.
_ Como você quiser minha velhinha linda. -deu um beijão nela ignorando minha presença ali.
_ Que indecência na frente da filha hein.
_ Você faz pior, que eu tenho certeza.
_ Pai!
_ Papai te ama. -falou me abraçando de lado.
_ Olha vovó, meu vô tá abraçando minha mãe igual o papai me abraça.
_ Como que ele está abraçando, Nena?
_ Com carinho, vovó. -disse toda fofa.- E eu gosto muito de carinho, vovó.
_ Eu também minha pequena.
_ Bom dia família, bom dia.
_ Já acordou amor?
_ Roberval me deixa dormir? Lógico que não.
_ Ih papai tá com aquele negócio mamãe.
_ Que negócio, filha?
_ Estresse, mamãe.
_ É verdade, dá um beijo nele com carinho que passa.
_ Bom dia papai. -e foi para o colo.


  Nos reunimos a mesa e tomamos café juntos, quando terminamos ajeitamos a cozinha toda e fomos para a sala. O ônibus que havíamos alugado estava pra chegar, ajudei a descer todas as malas para a sala e subi para me arrumar afinal sairíamos em seguida praticamente.

_ Saudades quando você me chamava pra tomar banho com você.
_ Falei que eu ia tomar banho, você continuou no sofá. -ri.- Não ia chamar na cara dura, meu pai é um senhor de idade.
_ (risos) Mais ligeiro que nós dois juntos, certeza.
_ Mãe, o ônibus chegou e minha vó também.
_ Vai lá amor, eu só vou me trocar e estou descendo.
_ Beleza.


  Coloquei um macaquinho e uma sandália rasteirinha, mantive os cabelos em um coque e acrescentei um brinco discreto e meu relógio. Estava pronta.

_ Todos animados?
_ Oi tia Fê! -Lucas veio me abraçar.- Você tá bonita.
_ Obrigada meu lindo, você está gatão também.
_ Mamãe, gatão é um gato bem grande?
_ Quase isso, Nena. -ri.- Oi Bru, oi Rafa... -os cumprimentei assim como fiz com os meus sogros e o tio do Luan.
_ Vamos?
_ Bora.
_ Melissa, olha sua irmã e nosso cachorro?
_ Fica em paz mãe, tudo sob controle. Tchau. -nos abraçamos.- Feliz ano novo.
_ Pra você também, beijo.


...

  Viajamos para o Rio de vôo comercial, sem problemas. Desembarcamos em solo carioca às 13 horas e 47 minutos, mortos de fome.

_ Ô Rober, cadê minha amiga?
_ Não quis vir não, disse que a Marina ainda é pequena pra ela ficar na bagunça.
_ Ela não está errada, mas estaríamos aqui pra ajudar né?
_ Fala isso pra ela. -riu.- Luan me falou hein.
_ O que?
_ Das férias em casal, cuidado pra não voltar grávida.
_ Já aceitei que estou na idade de ser avó. -ri.- Ficaremos por lá 10 dias, contando com o dia 03.
_ Gostoso lá, pra caramba.
_ Já conhecia?
_ Sim, mas com uma namorada.
_ Que não era minha amiga, é?
_ Isso aí, com uma ex. -coçou a cabeça sem graça.
_ Deixa ela saber disso viu. -brinquei.- Luan tá demorando viu, quero comer logo.
_ Negão tá lá, deve estar atendendo o pessoal.


  E ele não estava errado. Já havia uma galera aguardando por ele em São Paulo e a notícia rapidamente se espalhou, pois encontramos um pessoal no aeroporto do Rio e na chegada do hotel.
  Desci do carro e não parei para fotos, só acenei e deixei Luan ficar mais a vontade com os fãs. Rober e eu seguimos para o restaurante logo depois que o check in foi feito e nos acomodamos para esperar meu digníssimo marido chegar para pedirmos a comida.


_ Porra boi, demorou hein.
_ Foi chegando gente e chegando gente, mas deu pra atender todo mundo. -dizia sorrindo.- Esse aqui é pra você. -estendeu uma sacolinha pequena, mas bem delicada.
_ Muito obrigada.
_ Abre, deixa eu ver o que é... me disseram que eu ia gostar muito.
_ É lingerie, depois eu mostro. -pisquei para ele e fechei a sacola de volta.- Bora comer?
_ Agora, tô varado de fome.
_ Amém, bora caprichar no almoço e depois passear. Marquei um passeio pra gente.
_ Folga hoje?
_ Hoje, amanhã e depois.
_ Delícia.
_ Vou ficar bronzeadinho, da cor do pecado.
_ Sim, do meu pecado. -demos um selinho e voltamos a falar do tal passeio, iríamos para uma praia próxima dali. Então almoçamos e subimos para nos trocar, combinando de nos encontrar dentro de 15 minutos no hall do hotel.






~.~

  Eita, mais um ano acabando na fanfic e mais uma viagem casal para a conta. Quero muito essa "lua de mel" beeeeeem fora de época, porém que nosso casal mais que precisa! UHUUL! 
  Quanto ao natal? Achei lindo, bem família e muito gostoso. ❤️💜


PS: Um mês e onze dias sem atualizar a fanfic. Eu sei, é muito, muito tempo. Não irei me estender muito, a intenção não é essa. Só queria me desculpar pelo sumiço, mesmo que não tenha sido proposital... tive meus motivos e nada relacionado ao blog ou vocês fãs/leitoras que o acompanham. Enfim, obrigada por esperarem e não percam os próximos estamos chegando ao fim, depois de anos prorrogando, agora é real. LuNanda está se despedindo! Grande beijo, se cuidem.

domingo, 23 de setembro de 2018

Capítulo 268

Narrado por Fernanda
  Os dias do mês de agosto pareciam demorar a passar, minha nossa. Dormia e acordava e ainda era agosto. O famoso mês com 365 dias!
  Mas não posso reclamar, afinal minha afilhada estava chegando. Sim, Marina tinha data prevista para nascer até o dia 21 e todos nós estávamos ansiosos por sua chegada. Pais, avós e padrinhos.
 Isa estava tranquila nesse final de gravidez, embora bem mais inchada e preguiçosa, mas com um barrigão lindo. E Rober já estava em casa, ao lado dela e cuidando do outro bebê da casa, senhor Bernardo. Meu Bê.

_ Ô dinda, sabia que a Manina tá quase nascendo? -ele me contava enquanto tomava seu café da tarde.- É verdade, meu pai que disse.
_ E o que você acha disso Bê? -perguntei ajeitando-o na cadeira.
_ A mamãe disse que ela vai ser minha amiguinha e meu e falou dinda que eu tenho que ajudar cuidar dela e da mamãe.
_ E tem mesmo, você está crescendo e é um homenzinho. A mamãe e a Marina vão precisar da sua ajuda.
_ Eu sô forte também, dinda.
_ Eu sei, meu amor. -beijei seu rosto.
_ Tudo bem por aqui? -a mãe da Isa perguntou sorrindo, deixando algumas louças dentro da pia.- Comendo direitinho, Bernardo?
_ Tô vovó, a dinda tá me ajudando. -falou voltando a comer.- Ô dinda, meu padrinho tá em casa?
_ Hoje não meu amor, hoje só vai estar a gente pra fazer muita bagunça.
_ Mas... -franziu a testa pensativo.- ... não posso fazer bagunça, a mamãe briga. 
_ Um pouquinho só ela não briga não. -levantei a mão e ele bateu em comemoração, rindo.
_ Bê, você contou pra dinda o que você fez já?
_ O que você aprontou, mocinho?
_ Disse que queria fazer um desenho bem lindo, o pai dele no videogame deixou. Quando eu entrei no quarto dele a parede estava toda riscada de giz de cera, riscos e riscos e mais riscos. Gritei com o Roberval todinho, ah gritei.
_ Ô amiga, coitado.
_ De mim né, onde já se viu? Rober é muito bobão, Bernardo faz o que quer nesse apartamento.
_ Isso é normal, eu sempre fui mais chata que o Luan nessa parte. Menos quando se tratava dos instrumentos dele, aí ele virava bicho.
_ Eu imagino. -riu.- Por falar nele, ele nunca mais veio aqui.
_ Tá com saudades do compadre, amiga?
_ Ele faz um creme de abacate maravilhoso, fiquei com vontade essa semana inteirinha.
_ Não acredito nisso, minha afilhada nascendo com cara de creme de abacate.
_ Eu espero a próxima folga dele. -brincou.- Acabou bebê?
_ Sim! -disse deixando o copo em cima da mesa e limpando a boca com a manga da blusa de frio, todo feliz.
_ Então dá tchau pra mamãe, pra vovó e pro papai também que sua madrinha está esperando.
_ Tá bom. -o ajudei descer da cadeira e já recolhi as coisas da mesa, guardando o que tinha que guardar e passando uma água no que ele tinha usado.
_ Sabe que não precisava, né?
_ Já sou de casa, Isa. E não vai cair meu dedo por isso. -riu.- Eu já vou indo, tá? Mas qualquer coisa me liga.
_ Pode deixar, amiga eu ligo sim. -nos despedimos e fomos para a casa da Mari depois de buscar Helena na escola.
_ Oi Mari, tudo bem? -nos cumprimentamos.
_ Tudo ótimo, querida. Como estão meus dois bebês?
_ Oi vovó, o Bê vai dormir lá em casa hoje. -deixei que eles entrassem e fechei a porta. Puff veio arranhando minha perna, pedindo colo e eu o peguei.
_ Oi sogrão, tudo bem?
_ Velho, mas de pé né? -riu.- E você, filha, está melhor?
_ Graças a Deus, sim. Estava comentando com o Luan esses dias, né... que ainda sinto falta, vez ou outra penso como teria sido levar a gestação até os nove meses. Mas estou bem, sogro.
_ Não é fácil não, minha filha. Mas você é uma mulher forte e mais que isso, tem uma família que te ama muito viu. -me abraçou.- E os meninos?
_ Bem, querendo férias já (risos). Arthur está estudando bastante por conta do vestibular, né. Maria Luísa ainda não está esquentando a cabeça com isso, mas está em dia com os seminários. E a Mê está ficando doida com a faculdade.
_ Daqui uns dias estão todos formados, não é? Helena já está na primeira série e daqui a pouco acaba o ensino médio também.
_ Tô ficando velha. -ri.
_ E eu então, tô vovô mesmo. Daqui uns dias bisavô.
_ E eu avó.
_ Vocês dois, vem jantar.
_ Mas já sogra?
_ Rapidinha, né? -brincou.- Podem ir se servindo, já estou levando o nosso prato principal.
_ Mamãe, a gente vai jantar aqui na vovó?
_ Delícia a comida dela, né?
_ Muito.
_ Vamos lavar as mãos para comer, vem.

  Jantamos com os meus sogros e fomos para casa. Dei banho nos pequenos, tomei meu banho e descemos pra assistir filme antes de dormir. E minhas companhias não aguentaram nem a metade do filme para dormirem.
  Os levei para o quarto da Nena e fui para o meu, pelo horário Luan deveria estar terminando o show. Mandei uma mensagem desejando boa noite e fui ler um pouco.


Dezembro de 2037


Narrado por Luan
  Cara de agosto à dezembro tive a impressão de ter passado num estalar de dedos, sem muitas novidades, a não ser comemorar mais um ano de vida do pai e do sogrão. Nascimento de mais duas afilhadas e comemorar agora no final do mês de novembro o aniversário da primogênita da casa. E isso que ainda faltavam algumas semanas para o natal e minha agenda estava apertada demais, já conciliando com os compromissos que teríamos em casa. Arthur se formava esse ano no ensino médio e ainda teria a apresentação do TCC. Minha Helena tinha a apresentação anual de ballet, assim como a Maria Luísa. E tinhamos os batizados das nossas mais novas afilhadas, Marina e Gabriela. Marina era filha do Rober com a Isa, estava com quatro meses minha bolotinha, e a Gabi filha do Davi com a Carina, completaria um mês agora em dezembro.

(...)


_ Oi, pai. Tudo bem? -Malu atendeu.
_ Tudo bem sim, Malu. E você? Está em casa?
_ Estou, é sábado né pai. -riu.- E ainda é cedo... tinha gravação hoje?
_ Ontem não tive show, dormi mais cedo. -falei me levantando da cama e indo para o banheiro.- Sua mãe está por aí? Não estou conseguindo falar com ela.
_ Pai ela está dormindo ainda. -frazi a testa.- Ontem ela ficou com enxaqueca o dia todo e  trancada no quarto, não foi nem pra empresa e ainda pediu pro Art levar a Nena na escola.
_ Mas o que ela tem?
_ TPM. E das bravas, viu. Ela até vomitou o almoço, depois não quis comer mais nada. Voltou a dormir.
_ Mas minha nossa... pede pra ela me ligar quando acordar?
_ Peço sim, pai. Assim que ela destrancar a porta. -riu.- Um beijo, tá?
_ Onde a senhorita está indo?
_ Minha irmã tá boazinha hoje, me chamou pra comer pastel na feira.
_ Panelinha, cêis duas.
_ Nunca pai, é que eu tô cheia de vontade e ela está indo com o Leo. Me ofereci pra ir.
_ Tá certa. -ri.- Nos falamos mais tarde, se cuidem.
_ Tá bom, o senhor também. Um beijo.
_ Beijos.

  Desligamos, e segui com o programado. Mais pro final de dia, antes do show liguei outra vez em casa e quem atendeu foi Arthur. Disse que a mãe estava no banho, mas continuava na dela. Nos falamos mais um pouco, eu desliguei e fui jantar. A caminho do show fui tentando e nada, ao chegarmos lá enquanto ia pro camarim o telefone tocou e para o meu alívio era ela.

_ Oi amor, boa noite. -bocejou.
_ Boa noite, vida. Melhorou?
_ Não. Essa dor de cabeça que não me deixa, uma cólica horrível, horrível. E eu já tomei remédio, desde ontem eu mal saio daquele quarto.
_ Não foi no médico não?
_ Eu pensei em ir e sei lá tomar alguma medicação na veia, mas não gosto de fazer alarde e não ser nada. Você sabe.
_ Eu sei que você não está bem. -falei preocupado.- Queria cuidar de você sabia?
_ Queria você aqui me dando atenção, me fazendo carinho... tô carente também amor. TPM esse mês me deixou um caco, tô ruinzinha.
_ Mas ainda não desceu?
_ Ainda não, mas quando descer também vai ser daquele jeito. Tô até imaginando.
_ Buscopan. -falei o nome do médico que a Melissa sempre me pedia.- Como estão as coisas por aí?
_ Arthur não para de falar no TCC que é no final dessa semana, né. E ainda tem a formatura na noite seguinte, não tive nem tempo de olhar as coisas.
_ Que coisas?
_ Nossas roupas, né Lu. O do Arthur é padronizado, ele está vendo com os amigos. Agora os convidados estarão de azul, ninguém pode ir de preto.
_ Por que não?
_ As alunas estarão de preto, no caso formandas.
_ Entendi. Eu tenho camisa azul?
_ Com certeza sim, mas eu tenho que ver se está inteira e ver seu sapato. As meninas eu sei que tem vestidos, saias... e eu tenho que ver o que tenho no closet.
_ Não quer comprar um?
_ Não. Tem coisa com etiqueta naquele guarda roupa, amor.
_ E cabelo, vai no salão?
_ Claro, é a formatura do meu filho. Tenho que estar linda.
_ E quem vai?
_ Todo mundo. Meus pais, os seus. Todo mundo aqui em casa, sua irmã e o Rafa, meu irmão e a Lívia.
_ O Derick e a Louise, não?
_ Mas são crianças de colo, não contam. A Laura e o Lucas vão estar com os pais do Rafa.
_ O padrinho dele?
_ Vai também com a esposa, as meninas não vão. E nós daqui de casa, incluindo o Leonardo, porque a Julia e o Henrique são formandos.
_ Gente pra caramba, se for contar são...
_ 15 pessoas.
_ Grande família. Dalila não vai não?
_ Ela não vai poder amor, vai estar viajando, mas ela estará na apresentação do TCC.
_ Então tá tudo certo?
_ Ah sim. Depois na outra semana já tem as apresentações de ballet e depois férias e natal.
Vai fazer aquilo mesmo?
_ Tenho que ligar pra eles amanhã, mas tenho toda a lista com todos os convidados que estou em mente. Faz um tempo que não passamos aqui em São Paulo.
_ Mas ano novo vamos pra Londrina, né?
_ Por mim sim, eu só queria ver o que seria melhor pra você que tem show né amor.
_ Mas o show é aqui Rio, de avião não é mais que duas horas até Londrina.
_ E a banda?
_ Vão todos pra casa.
_ Então eu vou com você, e voltamos juntos.
_ Só nós dois, é?
_ Só nós dois em um quarto de hotel. -brincou.
_ Sabe que eu viajo pro Rio dia 28, né?
_ Você comentou, eu não lembrava não. Quem mais vai estar lá?
_ Lembro não muié, mas uma galera viu.
_ Você vai tocar na virada?
_ Não, antes disso. Foi o que eu pedi pra Lelê, né?
_ Umas 22h?
_ Por aí.
_ Luan! -Arleyde entrou no camarim, fiz sinal para que esperasse.
_ Vida, preciso desligar... nos falamos depois?
_ Tô indo dormir, amor. Te ligo assim que acordar. Fica com Deus, bom show.
_ Amém, boa noite minha princesa. Amo você.
_ Também te amo. -desligamos.
_ O que manda pra nós?
_ Você tá atrasado, pensei que já estivesse atendendo no camarim.
_ Não tava conseguindo falar com a Nanda o dia todo, ela estava com dores e foi a única hora que ela me ligou.
_ O que ela tem?
_ Cólica, enxaqueca.
_ Coisinhas de mulheres, ainda bem né?
_ Isso é. Bora lá?
_ Agora, anda.

...

  A van me deixou na porta de casa o relógio marcava 03h47 da madrugada de sexta-feira. Peguei as coisas, entrei em casa e como era de se esperar tudo em silêncio no andar debaixo.
Passei na cozinha, tomei água. Voltei pra sala e subi para o meu quarto.
  Empurrei a porta devagar e Fernanda dormia abraçada ao meu travesseiro, sentindo meu cheiro. Deixei a mala e minha mochila encostada num canto e fui usar o banheiro, tirar a roupa e me juntar a ela. Subi na cama, puxei o travesseiro e ela abriu os olhos no meio do escuro e continuou quieta.

_ Oi. -ela não disse nada, levou as mãos até o meu rosto e me beijou com todo carinho, estava com saudades de suas mãos delicadas tocando meu rosto. Prendi meus dedos entre os seus cabelos, puxando-a pra mim e dando mais calor ao beijo, terminando com selinhos demorados. Ela jogou a perna por cima da minha e colocou o braço na minha cintura.
_ Que horas são?
_ Ainda de madrugada, deve ser nem quatro horas.
_ Foi tudo bem? -perguntou bocejando, se referindo a viagem.- Soube que estava chovendo na estrada do Mato Grosso, tentei te ligar.
_ Perdi o sinal, mas foi tudo bem. -respondi.
_ Com sono?
_ Não muito, tava com frio só.
_ Aumenta o ar, controle está aí do lado. -foi se aninhando como uma gatinha, achando espaço e me prendendo com as pernas, seus braços e fechando os olhos.- Te amo, tá?
_ Eu que amo você. -passei a mão em seus cabelos até que ela dormisse, o que não demorou e um tempo depois fiz o mesmo.

  Algumas horas depois acordei com ela se mexendo na cama, se soltou de mim e levantou indo para o banheiro. Olhei no celular e eram 06h07, a apresentação do TCC seria aberta ao público e começaria às 08h30. Cocei a cabeça, virei de um lado pro outro e acabei me sentando na cama. Fernanda saiu do banheiro já vestida com a lingerie e com a toalha enrolada no corpo.

_ Te acordei, né? -assenti e ela se aproximou me dando um selinho.- Bom dia. 
_ Levantou cedo, vida.
_ Acidente menstrual, levantei apertada e quando cheguei no banheiro já estava daquele jeito. Aproveitei pra tomar um banho, já vou ficar trocada.
_ Melhorou da enxaqueca?
_ Sim, mas da cólica não. Mas não está tão forte, dá pra ignorar.
_ Isso é bom.
_ Muito. Aproveita que já acordou e vai tomar seu banho, vou me trocar e acordar o Arthur. Maria Luísa disse que não vai e eu vou deixar a Helena dormindo com ela.
_ Tem certeza?
_ É entediante pra ela. E ela não teve aula hoje.
_ Férias, já? 
_ A partir de terça, sim. Segunda tem a reunião de pais.
_ Eita.
_ É neguinho, nossa semana está bem cheia. Não demora.


Narrado por Fernanda
  Luan foi pro chuveiro e eu precisava encarar o closet que embora estivesse cheio, estava um pouco bagunçado. Eu não escolhi muito o que vestir, peguei uma calça jeans preta e uma blusa vinho com alguns detalhes, uma sapatilha nude e acessórios. Penteei os cabelos deixando-os soltos, passei um batom mais claro e estava pronta. Guardei minhas coisas que estavam um pouco espalhadas e separei uma troca de roupa para o Luan, jeans escuro, camisa polo vermelha e tênis branco.

_ Mãe, tá acordada? -escutei a voz do Arthur, sai do closet e ele entrou no quarto.- Que camisa eu ponho?
_ Pensei que ainda estivesse dormindo, filho. Bom dia. -beijei seu rosto e coloquei as coisas do Luan em cima da cama.- Vamos lá ver?
_ A senhora já está pronta? Tá bonitona.
_ Obrigada, acordei cedinho. Você já tomou banho?
_ Já tô pronto, falta a camisa. Rosa ou lilás?
_ Você fica tão lindo de azul bebê, filho.
_ Não achei no meio das roupas.
_ Não procurou, não é? Porque eu guardei ela na sua gaveta antes de ontem. -falei indo até o guarda roupa, procurei pela blusa e encontrei.- Aqui. Põe ela.
_ Amassada?
_ Eu passo pra você, meu bebezão. -ri.- E o seu sapato?
_ Sapatênis, só vou usar sapato social amanhã a noite.
_ Tudo bem senhor Arthur Santana.
_ Por isso que eu te amo. -ele ia sentar pra colocar o sapato e o telefone tocou, pronto, esqueceu da vida e ficou no celular. Levei a blusa para o meu quarto e passei o ferro, Luan ainda estava com o chuveiro ligado e eu bati na porta apressando ele. Voltei ao quarto do Arthur para deixar a blusa em cima da cama e ele deitado.
_ Arthur, você tem horário né? Vamos desligando e depois vocês conversam? -ele ia me pedir pra esperar, mas acabou se despedindo e desligando.- Ela já está pronta?
_ Ainda vai tomar banho dona Fernanda. -riu.
_ Fica enrolando viu, você e seu pai são iguaisinhos. Meu deus!
_ A senhora que é apressada, cadê a blusa?
_ Folgado. -entreguei a ele.- Tô descendo pra cozinha, vai tomar café?
_ E vai dar tempo?
_ Se você não enrolar.

  Desci para a cozinha troquei a água do Thor e coloquei mais ração, enquanto ele dormia. Entrei na cozinha e Melissa já estava beijando o noivo, os dois prontos. Dei bom dia, preparei um café simples e rápido, esperamos os dois bonitos descerem para comermos e irmos para a escola.

_ Bom dia família. -Lila entrou no auditório sorridente, nos cumprimentando e sentando do meu ladinho.- Tudo bem amiga?
_ Ótima, cheia de orgulho do meu menino.
_ Passa rápido, né? Eu não perderia por nada, uma pena eu não estar na festa de formatura.
_ Só não te xingo porque ainda tem a do curso superior.
_ Ele andou me falando dos vestibulares, estudou tanto o bichinho.
_ De tanto eu e a namorada ficar na cabeça dele, porque o Arthur é meio preguicinha.
_ Eu sei, nós também éramos. -riu.- Mas graças à Deus tomamos um rumo.
_ Era o mínimo, né Dalila. Já pensou sermos duas perdidas?
_ Seríamos prostitutas, certeza. Porque olha.
_ Xiiiu, vai deixar meu marido horrorizado.
_ Tô acostumado com as duas já, nada mais me assusta.
_ Ô cunhado, você sabe que eu te amo.
_ Eu amo meus afilhados. -riu.
_ Sempre engraçadinho.
_ Silêncio vocês dois, vão começar as apresentações.

  Desde a primeira apresentação em que participei como mãe estive presente em todas as outras e era diferente sempre, eu era umas das dezenas de mães babonas que filma e fotografa também. Mas na apresentação do TCC não foi preciso porque uma empresa foi contratada para essa parte, estava ali apenas como espectadora.
  Os temas abordados foram sensacionais e muito bem explicados, sai de lá satisfeita e ainda mais certa de que todo o investimento que Luan e eu fizemos não havia sido em vão.
  Parabenizamos nosso menino, que estava mais leve e não suava tanto. 
  Saímos dali e voltamos para casa, Lila foi conosco e no caminho fomos decidindo qual seria o nosso almoço. Pensamos bem e optamos por almoçar fora, só passaríamos em casa para pegar as meninas.

(...)

  A parte nova iorquina da família chegou no final da tarde de sexta, todos muito cansados do voo e da longa, então só tomaram um banho rápido, jantaram e acomodaram-se nos quartos para descansarem. Só fomos matar a saudade mesmo no dia seguinte com o nascer do sol, depois de um bom café da manhã inclusive.
  Eu estava muito feliz por tê-los bem pertinho e saber que iriam ficar praticamente o mês inteiro conosco, meus grudinhos.
  Esperamos a noite de sábado para o nosso primeiro passeio, que foi a formatura do Arthur, dançamos, cantamos e registramos grande parte disso tudo. E nos dias que seguiram ainda tivemos outros compromissos como a apresentação de ballet das minhas meninas, o batizado das mais novas afilhadas e agora todo meu foco estava voltado para o feriadão do dia 25/12
  Eu vinha conversando com o Luan há um tempo, dizendo à ele que neste natal eu queria algo diferente. E ele comprou a ideia junto comigo. Bom, tínhamos entre os sobrinhos de sangue e de coração muitos afilhados, e que com a correria do dia-a-dia e as vezes nossos desencontros de agendas não estávamos sempre juntos. Então quis que a ceia de almoço de Natal com todos bem juntinhos. Os pais, os filhos, a minha família e a família do maridão.
  Foi trabalhoso, tive que listar nome por nome para não deixar ninguém de fora e procurar por um buffet que além da comida cuidasse de toda a parte decorativa. Seria uma grande festa e no quintal de casa, onde tínhamos espaço de sobra e seria bem mais aconchegante por termos privacidade.

_ O que acha de irmos dormir só um pouquinho? -Luan perguntou beijando meu ombro e baixando a tela do notebook.- Já está tarde e seu marido está carente.
_ Carente, é?
_ Luan Jr. também, sabia?
_ Tá um quase cinquentão safado, né amor?
_ Só sei te amar, e é gostoso demais quando nos amamos juntinhos. -abraçou minha cintura e beijou minha nuca.
_ Vai me levar no colo? Tô numa preguiça.
_ O que você quiser meu anjo. -me beijou e em seguida subimos para o nosso quarto, nos deitando na cama e tivemos um ao outro sem nenhuma pressa.












~.~

  Olha quem voltou! Euzinha mesma com um capítulo fofinho pra gente matar a saudade dessa família linda de bonita e toda intensa, não é?
Capítulo tranquilinho, bem na paz, com o avanço de alguns meses, mas sem tretas. Amo, quero muito que as coisas continuem assim! <3

sexta-feira, 14 de setembro de 2018

Capítulo 267

Narrado por Fernanda
  Voltar pra casa foi muito bom, tudo o que eu precisava. Contar com o apoio da minha família em um momento não muito fácil que estávamos enfrentando, independente da idade. 
  Luan ficou aquela semana conosco em casa e no domingo seguinte ele voltou a viajar, assim como as crianças retornaram das férias na segunda-feira.


_ Bom dia, Maria.
_ Bom dia, Fernanda. Acordou cedo hoje... já está até trocada minha filha.
_ Acabei de chegar, fui deixar a galerinha na escola. Chega de férias, né Maria? -brinquei. 
_ Bom dia mãe, bom dia Maria. -disse Melissa entrando na cozinha e sentando à mesa.- Pulou da cama, mãe?
_ Fim de férias. -sorri.- Tenho que estar na empresa já já.
_ Oba, então eu tenho carona (risos)?
_ Abusada.
_ Não vai comer?
_ Vou fazer xixi antes. -pisquei e sai da cozinha, deixei as chaves em cima da mesinha de centro e fui para o meu quarto. Usei o banheiro, tomei um banho, coloquei outra roupa e desci.
_ Que xixi demorado hein.
_ Tomei banho pra já descer de uma vez. -expliquei me sentando à mesa e comendo também.- Suas aulas voltam hoje também, não é Melissa?
_ Sim e meu psicológico não está preparado, mãe.
_ Cara de pau, estuda direito hein.
_ Eu estudo, só estou sofrendo porque não terei uma vida social por mais seis meses.
_ Aí que drama, Melissa. Com coisa que você sai todo final de semana.
_ Ah, eu sou viajante, prefiro praia do que balada, mas vou uma vez ou outra.
_ Eu conhecia todas, nossa. Eu e a Lila saímos de domingo, vínhamos pra casa e eu entrava de fininho, tomava um banho e tirava um cochilo de uma meia horinha e tinha que ir pra empresa.
_ E meu vô?
_ Nunca gostou, mas não sabia que eu aprontava assim. -dei de ombros.- Mas agora eu sou mãe, sei bem como é isso.
_ A gente nem sai. Nem meu irmão que é homem apronta.
_ Vocês gostam de viajar, viagem pra lá e pra cá.
_ Tem coisa melhor?
_ Não. Eu amo, amo, amo viajar.
_ Tá vendo.


  Terminamos o café e seguimos para a empresa.   Rotina, estou de volta! Nosso quadro de funcionários era muito bom e o funcionamento da empresa até mesmo quando eu não estava presente era maravilhoso. Profissionais competentes, eu poderia dormir despreocupada.

_ Reunião daqui 25 minutos, Fer. -a secretária avisou.
_ Beleza, estou finalizando a revisão da apresentação.
_ Precisa de ajuda?
_ Está tudo ok? Na sala? Com o coffee?
_ Sim, os clientes estão chegando... todos pontuais.
_ Ótimo, gosto assim.
_ Mais alguma coisa?
_ Por enquanto não, muito obrigada. -ela saiu e eu voltei ao que fazia.


...

_ Em nome da Company agradeço a presença de todos, espero ter esclarecido dúvidas e aguardamos tê-los conosco mais vezes. -falei encerrando a reunião com os futuros clientes, sorrindo e me despedindo de cada um deles.
_ Sala cheia hein, me conta... quem são?
_ Clientes novos. -respondi Melissa.
_ Bonitões hein mãe, meu pai sabe disso?
_ Não (risos). Nem vai, tadinho.
_ Ele me ligou hoje, perguntou quem ia me buscar na faculdade porque agora ele estava viajando.
_ Ele ficou todo preocupado, nossa.
_ A senhora vai viajar com ele esse fim de semana?
_ Estava pensando em ir na quinta-feira, mas vocês tem aula normal na sexta ainda.
_ Ah mãe, eu não vou. -falou me olhando toda desconfiada.
_ Não tá afim?
_ Voltei de férias agora não posso ficar faltando.
_ Ah entendo. -falei rindo.- Antes você chorava pra ir viajar com o seu pai, agora...
_ Agora tô estudando, trabalhando... eu posso até ir, mas só aos finais de semana.
_ Tá certa, concordo. Bora almoçar?
_ Pensei que não fosse me fazer essa pergunta hoje. -faliu se levantando e pegando o meu celular, saindo da minha sala.

  Melissa estava tão crescida, nem parece aquele toquinho que vivia abraçada na minha perna. Como o tempo voou, muito depressa.

_ Mãe, vamos.
_ Tô indo, Melissa. Tô indo.




Narrado por Luan
  Domingo voltei pra estrada e a cada dez perguntas que respondia, pelo menos três delas eram referente a perda do nosso bebê. Recebi o apoio de todos os amigos da equipe, banda e dos meus fãs que me abraçavam com amor e passando todo o carinho, desejando que tivéssemos força.
  Passou-se uma semana e eu já estava no ritmo outra vez, tivemos show na quinta-feira e sexta eu acordei tarde pra caramba, tinha passado até o horário de almoço. Arleyde ligando no meu celular e eu com preguiça até de atender, escutei batidas na porta.


_ Luan? -levantei do jeito que estava e olhei pelo olho mágico, era ela.
_ Bom dia Lêzinha, tava com saudade já?
_ Não, bom dia. -riu e foi entrando, sem nem me dar um beijo.
_ O que manda? -deitei outra vez.
_ A produção de um programa entrou em contato com a gente ontem à noite, quer dizer no final da tarde e perguntaram se você não poderia fazer uma participação no quadro.
_ Que programa Lelê?
_ Fábrica de Casamento.
_ Casar quem hein?
_ O casal participante se conheceu em 2018 e foi num show seu, ela é muito sua fã, já participou do camarim e o pessoal queria dar esse presente que seria você aparecendo na festa.
_ Mais rapaiz, sério mesmo Lelê?
_ Sério mesmo. Tudo vai acontecer lá em São Paulo, tá? Em uma segunda-feira... tô te perguntando porque é sua folga, e você faz o que quiser com ela.
_ Eu topo uai.
_ Beleza, então. Agora vai tomar um banho que eu tô pedindo seu almoço hein.
_ Fritas e bife acebolado, hmmm...
_ Frango grelhado, salada e um arroz integral né?
_ Pô Lêzinha, é sexta! -cobri o rosto.
_ Tem uma torta holandesa de sobremesa, hmmm... está uma delícia.
_ Fechado. Mas queria um sorvetinho também com uma calda de chocolate quente.
_ Abusado. Já foi?
_ Tô indo, tô indo.


  Levantei e fui direto pro chuveiro, estava calor demais na cidade em que estávamos e eu estava suando. Sai e fui me secando, vesti uma cueca boxer e enrolei a toalha na cintura pra procurar alguma roupa dentro da mala. A campainha do quarto tocou e eu imaginei ser a Lelê, fui abrindo e quase morro de susto.

_ Pai, isso é jeito de abrir a porta? -Malu perguntava de braços cruzados, séria igual a mãe dela.- Vai pôr roupa.
_ Uai, mas o que é isso? Surpresa boa hein rapaiz. -puxei minha pequena pra um abraço apertado.
_ Acredita que minha mãe me deixou faltar na aula? Pois é nem eu. -riu.- Boa tarde, pai.
_ Veio sozinha? -quando ela pensou em responder vi Helena chorando de braços cruzados e um bico enorme.
_ E engole esse choro que você nem apanhou. -ouvi Fernanda dizer.
_ Xiii rapaiz o que foi hein princesa? Conta pro papai. -peguei ela no colo, deitando sua cabeça no meu ombro.
_ A mamãe tá uma chata hoje.
_ Helena, não faz eu te pegar não. -disse se aproximando.- Oi amor, tudo bem?
_ Eu tô ótimo e vocês?
_ Muito bem. -disse sentando na cama e tirando os sapatos.
_ Posso saber o que aconteceu?
_ Eu tô falando pra ela Helena não corre, espera a porta abrir... e ela correndo desde que descemos do táxi, caiu no chão e ficou com o bocão.
_ Ô vida ela é criança.
_ Por ser criança ela tem que aprender ouvir os mais velhos. Vai, desce e vai lá lavar esse rosto.
_ Mas mamãe...
_ Tenho que falar de novo?
_ Eita que a muié tá braba demais rapaiz. -segurei seu rosto e dei um beijão.- Surpresa boa demais da conta, tava nem esperando.
_ Que bom que não estava aprontando, né? -riu me dando outro beijo.
_ Arthur e Melissa não vem?
_ Não, agora se denominam maiores de idade... tudo deles é "Ah não sei não" "ah mãe, fazer o que lá?" "ah não vai dar pra eu ir, não posso faltar". Larguei tudo lá e falei que não quero zona na minha casa.
_ Nem uma socialzinha, mãe?
_ Nem nada (risos). Amor, vamos embora no domingo depois do show.
_ Eu também. -falei indo me vestir, coloquei uma bermuda e deitei na cama.- Já almoçaram?
_ Ainda bem que o senhor perguntou, porque minha mãe me apressou tanto que nem café da manhã eu tomei.
_ Mentirosa. Eu te chamei era 10h20 da manhã, ainda avisei que nosso voo estava para às 11h45. Que horas você levantou?
_ 11h.
_ Respondido. -peguei o celular e liguei pra Lelê, deixando no viva-voz.
_ Oi Lêzinha linda, já pediu meu almoço?
_ Ainda não, por quê?
_ Vou descer pra almoçar.
_ Luan o que você tá aprontando?
_ Uai, nada. É que as meninas chegaram aqui e não comeram ainda.
_ Meninas? Que meninas, Luan?
_ Minha lindíssima esposa e minhas duas princesas.
_ E você nem avisa? Quer que coloque mais uma cama no seu quarto?
_ Não tia! Pelo amor de deus, não. -Malu se manifestou nos fazendo rir.
_ Ouviu, né? O quarto do lado está vago, né?
_ Sim, pelo menos até ontem de manhã estava.
_ Pode ser ele. É só as duas mesmo.
_ Tudo bem, vou buscar a chave. -e desligou.
_ Pronto, Maria Luísa. Resolvido.
_ Ótimo, porque vocês dois não dá.
_ Quando você casar você vai entender. -falei rindo.
_ Amor, ela já entende né filha? -parei de rir e olhei sério, Maria Luísa foi ficando com vergonha, querendo disfarçar.
_ Maria Luísa deu pra ficar fazendo essas poca vergonha agora é?
_ Minha mãe que fala demais, deus me livre. -disse indo para o banheiro e fechando a porta.
_ Ela tá grande, né?
_ Grande e namorando. -falei deitando a cabeça no colo da Nanda.- Vou ter companhia nos shows então?
_ Sim! -respondeu empolgada.- Quero ficar no backstage.
_ A senhora né? Porque eu e a Nena vamos assistir de frente pro palco.
_ E posso saber com quem? -Fernanda perguntou.
_ Sozinhas, ué.
_ Eu ainda sou sua mãe.
_ Que graça tem ver meu pai de costas? -cruzou os braços.


...

  Almoçamos no restaurante do hotel e depois as meninas queriam aproveitar a piscina, Fernanda e eu ficamos no quiosque conversando com o Juliano e o Testa. O sol foi embora e nós subimos pra tomar um banho e nos arrumar para o show que seria um pouco mais tarde, por volta de 00h30.

_ Mais rapaiz, que isso hein? -Fernanda saiu do banheiro já vestida com a lingerie, com uma toalha enrolada nos cabelos e descalça. Peguei sua mão e ela deu uma voltinha.
_ Tenho uma bunda bonita, né? -riu.
_ Lindíssima.
_ Bobo (risos). Comprei tem um tempo, nunca tinha usado.
_ Por que não?
_ Estava esperando pra usar com você e fora de casa. Já que eu vivo sem calcinha. -piscou.
_ Delícia. -abracei sua cintura e desci as mãos para a sua bunda.
_ Para, você tem que se trocar.
_ Eu sei, mas ainda são 19h34... -falei olhando no relógio.
_ Eu ainda tenho que dar banho na Helena e me maquiar.
_ Tô até duro sabia?
_ Tô sentindo mesmo, mas não posso te atrasar. -deu um selinho e me empurrou na cama.- Me ajuda escolher uma roupa?
_ Tem calça?
_ Com esse body aqui. -levantou a peça mostrando os detalhes.
_ E a saia preta? -ela fez o mesmo.- Não, muito curta. -falei "sério".- Brincadeira vida, tá linda.
_ Com qual blusa?
_ Qualquer uma. -dei de ombros.
_ Tem cinco blusas aqui, amor.
_ A preta combina mais com a minha.
_ Vou toda de preto? -cruzou os braços, me olhando de cara feia.
_ Vermelha, eu gosto de vermelho.
_ Com o salto nude?
_ Ah Fernanda e eu que sei?
_ Eu te ajudo escolher suas roupas, custa dar uma opinião?
_ Qual é mais confortável?
_ O azul.
_ Pronto, vai com ele. -falei dando as costas e vestindo a camisa.
_ Homens. -resmungou e voltou a se vestir. Demoramos uns quarenta minutos dentro daquele quarto e ainda faltava ela terminar a bendita da maquiagem... continuei no twitter fuçando e me antenando das coisas.
_ Atende pra mim por favor. -olhei para a tela do celular e Maria Luísa estava ligando.- Amor, atende?
_ Pronto.
_ Pai vocês já saíram do hotel?
_ Onde você tá, Melissa?
_ Na recepção e ainda fui informada que você já fez até checkout.
_ Mas... quem te falou isso?
_ O cara que está com a recepcionista. Eu tô com mochila, de salto e plantada aqui tem quase uma hora.
_ Tô descendo aí, me espera no balcão.
_ Tá, tchau pai. -e desligou.
_ Cê sabia que a Melissa vinha vida?
_ Ela não tinha dado certeza não, não tinha deixado nem eu comprar a passagem.
_ Tá aí embaixo.
_ Escutei vocês dois conversando, vai ir lá?
_ Agora rapaiz. -levantei da cama e em passos largos logo sai do quarto, Well estava parado perto da porta no celular e quando me viu logo desligou.
_ Já vai descer?
_ Buscar a Melissa, tá lá embaixo.
_ Eu vou lá.
_ Precisa eu ir?


  E acabou que nós dois descemos, ela estava escorada no balcão e no celular com cara de poucos amigos, quis dar risada.

_ Boa noite, boa noite. -cumprimentei os funcionários do hotel e ela me reconheceu pela voz.- Tá triste, é?
_ Lógico, ninguém nem deixou minha reserva feita. 
_ Cê disse que vinha?
_ Falei pra minha mãe que eu ia ver.
_ Então não reclama. Vem cá, me dá um abraço.
_ Eu estava com saudades do senhor, sabia?
_ Vamos subir, deixar essas coisas lá em cima.
_ Tá bom. -falei com o pessoal na recepção e eles se desculparam pelo ocorrido, eu disse que tudo bem e que entendia o trabalho deles. Disse que Melissa ficaria conosco e no quarto ao lado, com as irmãs, e assim subimos.- Como foi a semana de volta às aulas e ao trabalho?
_ Exaustivamente cansativa, pai. Dei graças à Deus que não teria aula hoje e mesmo se tivesse eu não iria... comprei minha passagem agora no fim da tarde.
_ Nem avisou sua mãe que vinha né?
_ Só avisei o Arthur e isso porque passei em casa correndo pra tomar um banho e pegar minhas coisas voando.
_ Ele não quis vir?
_ O aniversário da sogra dele é amanhã e ele ficou pra festa, almoço... sei lá.
_ Sendo trocado por uma mulher. -brinquei.
_ Ah, mas nós viemos. Todo mundo já está pronto?
_ Eu sim, já as outras três... -o elevador parou no nosso andar e nós descemos, bati na porta do quarto das meninas e minha pequena quem veio abrir só de calcinha e meias.- Ainda?
_ Papai. -riu colocando a mão na boca e correndo de volta pra cama, entrei no quarto e Maria Luísa estava se maquiando.
_ E sua irmã, nada ainda Maria Luísa?
_ Ué e eu que tenho que vestir ela? Cadê minha mãe?
_ Custava ajudar?
_ Pai, eu estava ocupada ué... minha mãe quem tinha que ver isso.
_ Ela é sua irmã, sabia?
_ Mas não é minha filha. -respondeu no mesmo tom, não falei nada. Chamei Helena, ajudei a se vestir e fomos para o meu quarto.
_ E aí, tudo certinho lá amor?
_ Sim, tá pronta?
_ Tô, só fecha aqui pra mim por favor... -disse virando de costas e segurando os cabelos no alto, fechei a gargantilha e esperei ela pegar a bolsa para fecharmos o quarto e descermos todos.





Narrado por Fernanda
  Quinta-feira à noite decidi que viajaria para o estado de Espírito Santo na tarde seguinte para acompanhar o Luan em um final de semana todo. Estava com saudades de vê-lo fazer o que mais amava e que o deixava mais apaixonante, sim era incrível e mesmo com o passar dos anos eu não me cansava nunca de assisti-lo.
  Arrumei minhas coisas e esperei Helena dormir para arrumar as dela, falei com Arthur e Maria Luísa que já estavam em seus quartos e esperei Melissa chegar da faculdade para fazer o convite.
Arthur disse que tinha compromisso e não iria. Melissa ficou no "vou, não vou" e eu não fiquei insistindo. Maria Luísa prontamente disse que iria e que não iria nem pra escola pra gente pegar o voo mais cedo e chegarmos lá ainda de tarde. Helena acordou bem cedo na sexta e me chamando pra levá-la na escola que tinha educação física e ela ia jogar muito vôlei. Ri.
Contei que iríamos ver o papai e ela ficou ainda mais animada, despertou e não dormiu mais. Queria que eu levantasse, lhe fizesse companhia no café e pintasse suas unhas pra ela não ir pro show feia.

  Chegamos tranquilas, aproveitamos a tarde e de noite estávamos prontas para curtir o show do meu maridão. Seguimos em duas van para a casa de shows, fomos separadas do Luan e ao chegarmos descemos pela frente, acenando para alguns fãs e entrando rumo ao camarim.

_ Meu deus, imenso. -Malu falou se jogando no sofá.- Macio! -deitou.- E esse cheiro? -levantou e indo para a mesa e tirando as tampas das travessas.
_ O que tem de gostoso aí? -perguntei.
_ Eu. -Luan respondeu empurrando a porta, rindo.- Que cê tá fuçando aí Maria Luísa?
_ Tô com fome, né pai. O que é isso aqui?
_ Comida saudável. Lêzinha que pediu.
_ Não vi a tia Lê ainda. -dizia pegando um copo e indo abrir o refrigerante.
_ Malu eu também quero. -Leninha pediu.
_ Começou a bagunça aqui, se comportem hein. -pedi.
_ Deixa elas amor, gosto tanto quando viajam comigo. -me abraçou pela cintura e quando aproximou seus lábios para me beijar a Arleyde entrou procurando por ele.- Bem na hora. -colocou a testa no meu ombro, rindo.
_ Oi Fer, tudo bem? -me cumprimentou com um beijo e um abraço, fazia um tempinho que não nos víamos.
_ Ótima e você Lê? Cuidando desse meninão arteiro?
_ Tentando né, ele dá mais trabalho que os meus. -riram.- Oi meninas, tudo bem? Boa noite.
_ Oi tia Lê. -Melissa a cumprimentou, Helena e Malu fizeram o mesmo.
_ Pedi uma coisa pra vocês, tudo que vocês gostam... mas só vai chegar durante o show.
_ Porcarias, né Lêzinha? -Luan perguntou rindo.
_ Elas podem, queimam calorias brincando. E o senhor já comeu?
_ Tive tempo nem de dar um beijão gostoso na boca da minha mulher. -brincou me dando uma juntada.
_ Aproveita pra beijar agora e não esquece de comer hein... você terminando a janta, atende as meninas e se prepara pro show.


  E foi o que fizemos. Jantamos ali, Luan e eu, as meninas não quiseram nada além de refrigerante e docinhos. Ele escovou os dentes e trocou de blusa para o atendimento no camarim que ainda acontecia e era beeeeem mais tranquilo que anos atrás.

_ Mamãe eu posso ir lá?
_ Não, você vai fazer bagunça.
_ Mas eu queria ver as meninas também.
_ Vamos lá. -levantei e dei uma olhada no espelho, ajeitei o cabelo e saímos de mãos dadas. O espaço era duas salas depois, tinha uma fila com alguns fãs e os cumprimentei antes de pedir licença ao Well para entrarmos.
_ Papai, também quero foto. -falou entrando na frente dele e pedindo colo.
_ Você pode tudo minha princesa, fala oi pra ela.
_ Oi, você veio abraçar meu pai?
_ Bem sua filha né? -Rober perguntou de canto, rindo.
_ Sua sobrinha, não sei o que você tá falando. -ri.
_ Como cresce rápido, Bernardo já está com quatro anos.
_ Aí é a melhor fase, Rô. E agora vai vir uma pitica pra te deixar de cabelos em pé.
_ Tô numa ansiedade que você não tem ideia.
_ Está bem perto hein, ela vai ficar em casa?
_ Vai, a mãe dela chega amanhã já. -fez careta.
_ Só minha sogra que é legal?
_ Ah, ela não é chata, mas até hoje não vai muito com a minha cara não.
_ Isso que vocês estão casados e com dois filhos. 
_ Nem ligo, deixo ela pra lá.


  Ficamos ali papeando, o atendimento chegou ao fim e voltamos para o camarim dele. As meninas esperaram Luan se aquecer, fomos para o camarim da banda e depois da oração fui ao banheiro, estava apertada.

_ Mãe, quero assistir o show de frente pro palco. -Malu disse.
_ Coloca a pulseira, a gente sobe pro camarote.
_ Tem uma pista VIP aqui, não precisa a gente subir.
_ Eu vou ver.
_ Ah sério, mãe?
_ O que foi que tá bicuda aí?
_ Quero assistir o show aqui em baixo e minha mãe não quer deixar, tio.
_ Tem um espaço reservado, é tipo um camarote. Bem aqui na frente, se quiserem eu converso com o pessoal.
_ Eu topo, Melissa também.


   E acabamos que descemos todas, mais o Rober e um segurança da casa. Nossa presença rapidamente foi notada, mas o assédio não foi tanto de início porque estávamos todos concentrados em assistir o show... e foi lindo do começo ao fim, lindo mesmo e não é porque ele é meu marido não. A turnê estava linda, as músicas incríveis e eu cantei todas do começo ao fim do show.

_ Tá chorando, Mê? -ela olhou pra cima sorrindo, dizendo que não.- Eita amor hein.
_ Mandei um áudio do show pra ele e olha o que ele me respondeu. Mostrou o áudio cheio de declarações ao estilo Leonardo.- Eu amo muito esse homem.
_ Boba apaixonada. -Malu disse brincando.- Será que eu vou ficar assim, mãe? -me perguntou enquanto saímos dali e íamos pra o corredor de acesso aos camarins.
_ Vai ficar pior (risos). Cansou, Nena?
_ Cansei, mamãe. Tô com sono, já. -bocejou. Olhei no relógio de pulso e realmente estava bem tarde, se estivéssemos em casa Helena já estaria em seu 15° sono.
_ O jantar das minhas meninas chegaram, tá? -Arleyde avisou.- Depois me falem se gostaram. -piscou e saiu.
_ Quer comer, filha? -ela fez que não e deitou no sofá.- Nem um pouquinho?
_ Não, mamãe.
_ Come um pouquinho, você nem jantou comigo e com o papai.


  Depois de eu muito insistir, ela comeu metade de um lanche, tomou suco e comeu algumas batatas. Dormiu encostada no sofá, coloquei a blusa de frio por cima dela e me sentei na poltrona, conversando com as meninas. Luan estava demorando a voltar e eu fui procurar saber onde é que ele estava para irmos embora.

_ Com licença, boa noite. -falei ao chegar em uma sala e me deparar com um grupo de pessoas. Todas elas minha bem vestidas, homens e mulheres. Um deles me encarou, olhando de cima a baixo como se eu fosse um pedaço de carne, encontrei Luan de costas falando com algum deles e Rober fuçando na câmera fotográfica.- Quem são? -cochichei.
_ Contrante, sócios... aquela ali é a acompanhante dele. -se referia a ruiva que estava tirando selfie com uma taça de espumante na mão.- Queria falar com o Luan?
_ Saber onde ele estava, né? Tá tarde. Nena já dormiu e as meninas estão lá comendo.
_ Xii eles entraram num papo ali agora, nem foto tiraram ainda.
_ Vai demorar então. -ri.
_ Fer? -olhei e ele me chamava.- Vem cá. -caminhei até ele toda desconfiada, mas sem deixar isso tão na cara.
_ Oi, boa noite. -o cumprimentei.- Tudo bem? -sorri.
_ Depois de um show desses não teria como estar ruim, Luan já é de casa. -me estendeu a mão.- Júlio César.
_ Fernanda, esposa do Luan. -sorri.
_ Esposa? -perguntou surpreso.- Pensei que fossem irmãos.
_ Não, nos casamos tem alguns anos. -ele puxava assunto, Luan continuou ali conosco e eu sentindo olhares me devorarem. Júlio pediu licença, dizendo precisar atender uma ligação e eu virei de frente para o meu marido.
_ Que foi? -riu.
_ Que horas nós vamos embora, lindo? -perguntei alisando seu rosto, falando baixinho.- Já deu de assunto, né?
_ Eu já est... -ele foi interrompido.
_ Luan! Será que se importaria de tirar uma foto com a gente? -perguntou me empurrando com a bunda e já abraçando o meu marido na minha frente, como se eu nem lá estivesse. Dei licença, deixei que tirassem a tal foto e até peguei um copo d'água pra ver se abstraia.
_ Você é nova aqui? -escutei um homem perguntar, olhei por cima do ombro e ele estava atrás de mim.
_ Não sou daqui, só vim pro show.
_ Acompanhante do Luan.
_ Esposa. -respondi indo para o outro canto da mesa.
_ Você é uma mulher muito bonita, jovem...
_ Sim, obrigada.
_ Me desculpa a pergunta, mas quantos anos você tem? Deixa eu ver se acerto... 23?
_ Não, essa é a idade da minha filha.
_ Filha?
_ Sou casada, tenho filhos com o meu marido. Quatro.
_ Não pensei que... -ele não sabia o que dizer.- É que você...
_ Amor, vem cá.
_ Licença. -e sai.- Cara chato.
_ O que foi?
_ Cheio de assunto pro meu lado, não gostei dele.
_ Ele estava te olhando desde a hora que você atravessou a porta. Sócio do Júlio César, marido dela morena ali.
_ Coitada, ter um marido canalha desses.
_ Para amor. -riu.- Você está linda mesmo. -nos beijamos rapidamente.- Quer ir embora, né?
_ Tudo bem, eu espero.


  Luan fez mais uma sala e dei graças a Deus quando a Arleyde chegou e deu um jeito de ir logo com aquilo, tiramos fotos e se despediram. O mesmo infeliz veio pondo a mão na minha cintura e sussurrou o número do telefone dele.

_ Eu não sei qual o relacionamento que você tem com a sua esposa, mas eu não traio meu marido. Então se puder ser menos inconveniente e manter a postura, eu agradeço. -sussurrei de volta.- Tenha uma ótima noite. -sorri e me afastei.
_ O que ele te disse? -Luan perguntou sério.
_ Nada demais, já coloquei ele no lugar dele. Vamos?
_ Sim senhora. Não vejo a hora de chegarmos.
_ Sabe que eu também não? -nos beijamos e acidentalmente sua mão foi parar na minha bunda dando aquela apalpada discreta e muito gostosa. Não fiquei atrás, alisei seu pau por cima da calça e segurei firme.- Na van a gente conversa melhor, né? -sai na frente e fomos chamar nossas meninas.
_ Demoraram hein, meu deus.
_ Já vamos voltar pro hotel? -Melissa perguntou.
_ É, né? Queria ir pra onde?
_ Balada né mãe, aqui têm?
_ E você não entra. -falei rindo.


  Luan pegou Helena que ainda dormia no colo e seguimos para a van, dessa vez fomos juntos, porque a banda havia ido na frente. Chegamos, as meninas foram para o quarto e depois de deixar Helena na cama voltamos para o nosso e fomos namorar a noite toda e dormimos quando já amanhecia. E acordamos próximo ao meio-dia, mas demoramos um pouco para levantar.

_ O que acha de irmos pra piscina? -perguntei animada.
_ Vai nem dar graça, viajamos daqui umas três horas pro Rio. -bocejou.- Quer descer?
_ Então não, né? Queimo minha bunda lá. -brinquei.
_ Cê nunca gostou de tomar sol, lembra? -riu.
_ E você de passar protetor solar, até hoje é uma briga.
_ Nem tanto vai. -falou sorrindo.- É que gruda.
_ Mas protege do sol. Amor, pega meu celulsr por favor.
_ Vai ligar pra quem se eu estou bem aqui do seu lado?
_ Pro meu filho que está sozinho em casa.
_ Ah bom, tá certo. -me entregou o aparelho e eu disquei o número. Chamou, chamou e nada. Caixa postal. Disquei outra vez e quando estava pra cair a ligação ele me atendeu.
_ Oi mãe.
_ Demorou pra me atender, tá tudo bem? Tá em casa?
_ Tá tudo bem sim, e senhora? Sai de casa agora, tô indo pra casa da Julia e com o seu carro.
_ Arthur!
_ Relaxa, estou indo aqui por dentro e está no viva-voz.
_ Dormiu bem? Ela dormiu em casa?
_ Dormi na minha vó porque ontem fui jantar na tia Bruna com ela e meu vô. Aí fui embora hoje de manhã, tomei um banho e tô indo pro aniversário da sogra.
_ Ah tá... amanhã a gente já está voltando, viu?
_ Meu pai também?
_ Sim, segunda-feira ele está de volta.
_ E ele tá bem? O pessoal aí? -conversamos um pouco, ele disse que tinha chego e que depois me ligava e desligou.
_ Não estou sabendo lidar. Ele saiu com o meu carro, Luan.
_ Ele sabe dirigir, e sabe que não pode beber.
_ Ele não é louco, eu mato ele.
_ Mata nada. -me roubou um selinho.- E as meninas com os namorados?
_ Melissa já está vendo casa, viu? E lá pelo condomínio mesmo, mas aquelas ruas mais pra cima e no fundo.
_ Mas ela não ia esperar?
_ Ela tá ansiosa, quer que passe logo. Quer casar logo.
_ Tô ficando até com dor de barriga. Tô ficando véio, Fernanda.
_ Estamos sim, casando nossa menina.
_ A mais parecida com você. -sorriu.- Vocês se deram tão bem.
_ Muito bem, Melissa foi amor a primeira vista. Nem nos meus melhores sonhos imaginei que fossemos tão próximas. Pensei que ela sentiria muito ciumes do Arthur, mas são um grude que só.
_ E que grude, minha nossa senhora, Arthur não tem paz.
_ Tem sim, elas cuidam direitinho dele.
_ Igual você cuida de mim.
_ Uhum, sempre que puder. -nos beijamos com carinho, safadeza e levantamos para arrumar nossas coisas e partir rumo à cidade maravilhosa.













~.~

  Gente não estou sabendo lidar com essas crianças crescidas, e vocês? Melissa quase casando, Arthur já está dirigindo, Maria Luísa namorando e a Nena com quase 10 anos! Sim, estamos velhas. Haha 
  Fora o casal que se ama mais a cada dia é mesmo nas situações inconvenientes se saem muito bem, não é? O que foi aquele sócio cara de pau? E as mulheres empurrando a Nanda na hora da foto? KK se fosse uns anos antes isso seria um problemão, não é?