{...} Abre mais a blusa, me usa! Só não pede pra parar... ♪♫

sexta-feira, 14 de setembro de 2018

Capítulo 267

Narrado por Fernanda
  Voltar pra casa foi muito bom, tudo o que eu precisava. Contar com o apoio da minha família em um momento não muito fácil que estávamos enfrentando, independente da idade. 
  Luan ficou aquela semana conosco em casa e no domingo seguinte ele voltou a viajar, assim como as crianças retornaram das férias na segunda-feira.


_ Bom dia, Maria.
_ Bom dia, Fernanda. Acordou cedo hoje... já está até trocada minha filha.
_ Acabei de chegar, fui deixar a galerinha na escola. Chega de férias, né Maria? -brinquei. 
_ Bom dia mãe, bom dia Maria. -disse Melissa entrando na cozinha e sentando à mesa.- Pulou da cama, mãe?
_ Fim de férias. -sorri.- Tenho que estar na empresa já já.
_ Oba, então eu tenho carona (risos)?
_ Abusada.
_ Não vai comer?
_ Vou fazer xixi antes. -pisquei e sai da cozinha, deixei as chaves em cima da mesinha de centro e fui para o meu quarto. Usei o banheiro, tomei um banho, coloquei outra roupa e desci.
_ Que xixi demorado hein.
_ Tomei banho pra já descer de uma vez. -expliquei me sentando à mesa e comendo também.- Suas aulas voltam hoje também, não é Melissa?
_ Sim e meu psicológico não está preparado, mãe.
_ Cara de pau, estuda direito hein.
_ Eu estudo, só estou sofrendo porque não terei uma vida social por mais seis meses.
_ Aí que drama, Melissa. Com coisa que você sai todo final de semana.
_ Ah, eu sou viajante, prefiro praia do que balada, mas vou uma vez ou outra.
_ Eu conhecia todas, nossa. Eu e a Lila saímos de domingo, vínhamos pra casa e eu entrava de fininho, tomava um banho e tirava um cochilo de uma meia horinha e tinha que ir pra empresa.
_ E meu vô?
_ Nunca gostou, mas não sabia que eu aprontava assim. -dei de ombros.- Mas agora eu sou mãe, sei bem como é isso.
_ A gente nem sai. Nem meu irmão que é homem apronta.
_ Vocês gostam de viajar, viagem pra lá e pra cá.
_ Tem coisa melhor?
_ Não. Eu amo, amo, amo viajar.
_ Tá vendo.


  Terminamos o café e seguimos para a empresa.   Rotina, estou de volta! Nosso quadro de funcionários era muito bom e o funcionamento da empresa até mesmo quando eu não estava presente era maravilhoso. Profissionais competentes, eu poderia dormir despreocupada.

_ Reunião daqui 25 minutos, Fer. -a secretária avisou.
_ Beleza, estou finalizando a revisão da apresentação.
_ Precisa de ajuda?
_ Está tudo ok? Na sala? Com o coffee?
_ Sim, os clientes estão chegando... todos pontuais.
_ Ótimo, gosto assim.
_ Mais alguma coisa?
_ Por enquanto não, muito obrigada. -ela saiu e eu voltei ao que fazia.


...

_ Em nome da Company agradeço a presença de todos, espero ter esclarecido dúvidas e aguardamos tê-los conosco mais vezes. -falei encerrando a reunião com os futuros clientes, sorrindo e me despedindo de cada um deles.
_ Sala cheia hein, me conta... quem são?
_ Clientes novos. -respondi Melissa.
_ Bonitões hein mãe, meu pai sabe disso?
_ Não (risos). Nem vai, tadinho.
_ Ele me ligou hoje, perguntou quem ia me buscar na faculdade porque agora ele estava viajando.
_ Ele ficou todo preocupado, nossa.
_ A senhora vai viajar com ele esse fim de semana?
_ Estava pensando em ir na quinta-feira, mas vocês tem aula normal na sexta ainda.
_ Ah mãe, eu não vou. -falou me olhando toda desconfiada.
_ Não tá afim?
_ Voltei de férias agora não posso ficar faltando.
_ Ah entendo. -falei rindo.- Antes você chorava pra ir viajar com o seu pai, agora...
_ Agora tô estudando, trabalhando... eu posso até ir, mas só aos finais de semana.
_ Tá certa, concordo. Bora almoçar?
_ Pensei que não fosse me fazer essa pergunta hoje. -faliu se levantando e pegando o meu celular, saindo da minha sala.

  Melissa estava tão crescida, nem parece aquele toquinho que vivia abraçada na minha perna. Como o tempo voou, muito depressa.

_ Mãe, vamos.
_ Tô indo, Melissa. Tô indo.




Narrado por Luan
  Domingo voltei pra estrada e a cada dez perguntas que respondia, pelo menos três delas eram referente a perda do nosso bebê. Recebi o apoio de todos os amigos da equipe, banda e dos meus fãs que me abraçavam com amor e passando todo o carinho, desejando que tivéssemos força.
  Passou-se uma semana e eu já estava no ritmo outra vez, tivemos show na quinta-feira e sexta eu acordei tarde pra caramba, tinha passado até o horário de almoço. Arleyde ligando no meu celular e eu com preguiça até de atender, escutei batidas na porta.


_ Luan? -levantei do jeito que estava e olhei pelo olho mágico, era ela.
_ Bom dia Lêzinha, tava com saudade já?
_ Não, bom dia. -riu e foi entrando, sem nem me dar um beijo.
_ O que manda? -deitei outra vez.
_ A produção de um programa entrou em contato com a gente ontem à noite, quer dizer no final da tarde e perguntaram se você não poderia fazer uma participação no quadro.
_ Que programa Lelê?
_ Fábrica de Casamento.
_ Casar quem hein?
_ O casal participante se conheceu em 2018 e foi num show seu, ela é muito sua fã, já participou do camarim e o pessoal queria dar esse presente que seria você aparecendo na festa.
_ Mais rapaiz, sério mesmo Lelê?
_ Sério mesmo. Tudo vai acontecer lá em São Paulo, tá? Em uma segunda-feira... tô te perguntando porque é sua folga, e você faz o que quiser com ela.
_ Eu topo uai.
_ Beleza, então. Agora vai tomar um banho que eu tô pedindo seu almoço hein.
_ Fritas e bife acebolado, hmmm...
_ Frango grelhado, salada e um arroz integral né?
_ Pô Lêzinha, é sexta! -cobri o rosto.
_ Tem uma torta holandesa de sobremesa, hmmm... está uma delícia.
_ Fechado. Mas queria um sorvetinho também com uma calda de chocolate quente.
_ Abusado. Já foi?
_ Tô indo, tô indo.


  Levantei e fui direto pro chuveiro, estava calor demais na cidade em que estávamos e eu estava suando. Sai e fui me secando, vesti uma cueca boxer e enrolei a toalha na cintura pra procurar alguma roupa dentro da mala. A campainha do quarto tocou e eu imaginei ser a Lelê, fui abrindo e quase morro de susto.

_ Pai, isso é jeito de abrir a porta? -Malu perguntava de braços cruzados, séria igual a mãe dela.- Vai pôr roupa.
_ Uai, mas o que é isso? Surpresa boa hein rapaiz. -puxei minha pequena pra um abraço apertado.
_ Acredita que minha mãe me deixou faltar na aula? Pois é nem eu. -riu.- Boa tarde, pai.
_ Veio sozinha? -quando ela pensou em responder vi Helena chorando de braços cruzados e um bico enorme.
_ E engole esse choro que você nem apanhou. -ouvi Fernanda dizer.
_ Xiii rapaiz o que foi hein princesa? Conta pro papai. -peguei ela no colo, deitando sua cabeça no meu ombro.
_ A mamãe tá uma chata hoje.
_ Helena, não faz eu te pegar não. -disse se aproximando.- Oi amor, tudo bem?
_ Eu tô ótimo e vocês?
_ Muito bem. -disse sentando na cama e tirando os sapatos.
_ Posso saber o que aconteceu?
_ Eu tô falando pra ela Helena não corre, espera a porta abrir... e ela correndo desde que descemos do táxi, caiu no chão e ficou com o bocão.
_ Ô vida ela é criança.
_ Por ser criança ela tem que aprender ouvir os mais velhos. Vai, desce e vai lá lavar esse rosto.
_ Mas mamãe...
_ Tenho que falar de novo?
_ Eita que a muié tá braba demais rapaiz. -segurei seu rosto e dei um beijão.- Surpresa boa demais da conta, tava nem esperando.
_ Que bom que não estava aprontando, né? -riu me dando outro beijo.
_ Arthur e Melissa não vem?
_ Não, agora se denominam maiores de idade... tudo deles é "Ah não sei não" "ah mãe, fazer o que lá?" "ah não vai dar pra eu ir, não posso faltar". Larguei tudo lá e falei que não quero zona na minha casa.
_ Nem uma socialzinha, mãe?
_ Nem nada (risos). Amor, vamos embora no domingo depois do show.
_ Eu também. -falei indo me vestir, coloquei uma bermuda e deitei na cama.- Já almoçaram?
_ Ainda bem que o senhor perguntou, porque minha mãe me apressou tanto que nem café da manhã eu tomei.
_ Mentirosa. Eu te chamei era 10h20 da manhã, ainda avisei que nosso voo estava para às 11h45. Que horas você levantou?
_ 11h.
_ Respondido. -peguei o celular e liguei pra Lelê, deixando no viva-voz.
_ Oi Lêzinha linda, já pediu meu almoço?
_ Ainda não, por quê?
_ Vou descer pra almoçar.
_ Luan o que você tá aprontando?
_ Uai, nada. É que as meninas chegaram aqui e não comeram ainda.
_ Meninas? Que meninas, Luan?
_ Minha lindíssima esposa e minhas duas princesas.
_ E você nem avisa? Quer que coloque mais uma cama no seu quarto?
_ Não tia! Pelo amor de deus, não. -Malu se manifestou nos fazendo rir.
_ Ouviu, né? O quarto do lado está vago, né?
_ Sim, pelo menos até ontem de manhã estava.
_ Pode ser ele. É só as duas mesmo.
_ Tudo bem, vou buscar a chave. -e desligou.
_ Pronto, Maria Luísa. Resolvido.
_ Ótimo, porque vocês dois não dá.
_ Quando você casar você vai entender. -falei rindo.
_ Amor, ela já entende né filha? -parei de rir e olhei sério, Maria Luísa foi ficando com vergonha, querendo disfarçar.
_ Maria Luísa deu pra ficar fazendo essas poca vergonha agora é?
_ Minha mãe que fala demais, deus me livre. -disse indo para o banheiro e fechando a porta.
_ Ela tá grande, né?
_ Grande e namorando. -falei deitando a cabeça no colo da Nanda.- Vou ter companhia nos shows então?
_ Sim! -respondeu empolgada.- Quero ficar no backstage.
_ A senhora né? Porque eu e a Nena vamos assistir de frente pro palco.
_ E posso saber com quem? -Fernanda perguntou.
_ Sozinhas, ué.
_ Eu ainda sou sua mãe.
_ Que graça tem ver meu pai de costas? -cruzou os braços.


...

  Almoçamos no restaurante do hotel e depois as meninas queriam aproveitar a piscina, Fernanda e eu ficamos no quiosque conversando com o Juliano e o Testa. O sol foi embora e nós subimos pra tomar um banho e nos arrumar para o show que seria um pouco mais tarde, por volta de 00h30.

_ Mais rapaiz, que isso hein? -Fernanda saiu do banheiro já vestida com a lingerie, com uma toalha enrolada nos cabelos e descalça. Peguei sua mão e ela deu uma voltinha.
_ Tenho uma bunda bonita, né? -riu.
_ Lindíssima.
_ Bobo (risos). Comprei tem um tempo, nunca tinha usado.
_ Por que não?
_ Estava esperando pra usar com você e fora de casa. Já que eu vivo sem calcinha. -piscou.
_ Delícia. -abracei sua cintura e desci as mãos para a sua bunda.
_ Para, você tem que se trocar.
_ Eu sei, mas ainda são 19h34... -falei olhando no relógio.
_ Eu ainda tenho que dar banho na Helena e me maquiar.
_ Tô até duro sabia?
_ Tô sentindo mesmo, mas não posso te atrasar. -deu um selinho e me empurrou na cama.- Me ajuda escolher uma roupa?
_ Tem calça?
_ Com esse body aqui. -levantou a peça mostrando os detalhes.
_ E a saia preta? -ela fez o mesmo.- Não, muito curta. -falei "sério".- Brincadeira vida, tá linda.
_ Com qual blusa?
_ Qualquer uma. -dei de ombros.
_ Tem cinco blusas aqui, amor.
_ A preta combina mais com a minha.
_ Vou toda de preto? -cruzou os braços, me olhando de cara feia.
_ Vermelha, eu gosto de vermelho.
_ Com o salto nude?
_ Ah Fernanda e eu que sei?
_ Eu te ajudo escolher suas roupas, custa dar uma opinião?
_ Qual é mais confortável?
_ O azul.
_ Pronto, vai com ele. -falei dando as costas e vestindo a camisa.
_ Homens. -resmungou e voltou a se vestir. Demoramos uns quarenta minutos dentro daquele quarto e ainda faltava ela terminar a bendita da maquiagem... continuei no twitter fuçando e me antenando das coisas.
_ Atende pra mim por favor. -olhei para a tela do celular e Maria Luísa estava ligando.- Amor, atende?
_ Pronto.
_ Pai vocês já saíram do hotel?
_ Onde você tá, Melissa?
_ Na recepção e ainda fui informada que você já fez até checkout.
_ Mas... quem te falou isso?
_ O cara que está com a recepcionista. Eu tô com mochila, de salto e plantada aqui tem quase uma hora.
_ Tô descendo aí, me espera no balcão.
_ Tá, tchau pai. -e desligou.
_ Cê sabia que a Melissa vinha vida?
_ Ela não tinha dado certeza não, não tinha deixado nem eu comprar a passagem.
_ Tá aí embaixo.
_ Escutei vocês dois conversando, vai ir lá?
_ Agora rapaiz. -levantei da cama e em passos largos logo sai do quarto, Well estava parado perto da porta no celular e quando me viu logo desligou.
_ Já vai descer?
_ Buscar a Melissa, tá lá embaixo.
_ Eu vou lá.
_ Precisa eu ir?


  E acabou que nós dois descemos, ela estava escorada no balcão e no celular com cara de poucos amigos, quis dar risada.

_ Boa noite, boa noite. -cumprimentei os funcionários do hotel e ela me reconheceu pela voz.- Tá triste, é?
_ Lógico, ninguém nem deixou minha reserva feita. 
_ Cê disse que vinha?
_ Falei pra minha mãe que eu ia ver.
_ Então não reclama. Vem cá, me dá um abraço.
_ Eu estava com saudades do senhor, sabia?
_ Vamos subir, deixar essas coisas lá em cima.
_ Tá bom. -falei com o pessoal na recepção e eles se desculparam pelo ocorrido, eu disse que tudo bem e que entendia o trabalho deles. Disse que Melissa ficaria conosco e no quarto ao lado, com as irmãs, e assim subimos.- Como foi a semana de volta às aulas e ao trabalho?
_ Exaustivamente cansativa, pai. Dei graças à Deus que não teria aula hoje e mesmo se tivesse eu não iria... comprei minha passagem agora no fim da tarde.
_ Nem avisou sua mãe que vinha né?
_ Só avisei o Arthur e isso porque passei em casa correndo pra tomar um banho e pegar minhas coisas voando.
_ Ele não quis vir?
_ O aniversário da sogra dele é amanhã e ele ficou pra festa, almoço... sei lá.
_ Sendo trocado por uma mulher. -brinquei.
_ Ah, mas nós viemos. Todo mundo já está pronto?
_ Eu sim, já as outras três... -o elevador parou no nosso andar e nós descemos, bati na porta do quarto das meninas e minha pequena quem veio abrir só de calcinha e meias.- Ainda?
_ Papai. -riu colocando a mão na boca e correndo de volta pra cama, entrei no quarto e Maria Luísa estava se maquiando.
_ E sua irmã, nada ainda Maria Luísa?
_ Ué e eu que tenho que vestir ela? Cadê minha mãe?
_ Custava ajudar?
_ Pai, eu estava ocupada ué... minha mãe quem tinha que ver isso.
_ Ela é sua irmã, sabia?
_ Mas não é minha filha. -respondeu no mesmo tom, não falei nada. Chamei Helena, ajudei a se vestir e fomos para o meu quarto.
_ E aí, tudo certinho lá amor?
_ Sim, tá pronta?
_ Tô, só fecha aqui pra mim por favor... -disse virando de costas e segurando os cabelos no alto, fechei a gargantilha e esperei ela pegar a bolsa para fecharmos o quarto e descermos todos.





Narrado por Fernanda
  Quinta-feira à noite decidi que viajaria para o estado de Espírito Santo na tarde seguinte para acompanhar o Luan em um final de semana todo. Estava com saudades de vê-lo fazer o que mais amava e que o deixava mais apaixonante, sim era incrível e mesmo com o passar dos anos eu não me cansava nunca de assisti-lo.
  Arrumei minhas coisas e esperei Helena dormir para arrumar as dela, falei com Arthur e Maria Luísa que já estavam em seus quartos e esperei Melissa chegar da faculdade para fazer o convite.
Arthur disse que tinha compromisso e não iria. Melissa ficou no "vou, não vou" e eu não fiquei insistindo. Maria Luísa prontamente disse que iria e que não iria nem pra escola pra gente pegar o voo mais cedo e chegarmos lá ainda de tarde. Helena acordou bem cedo na sexta e me chamando pra levá-la na escola que tinha educação física e ela ia jogar muito vôlei. Ri.
Contei que iríamos ver o papai e ela ficou ainda mais animada, despertou e não dormiu mais. Queria que eu levantasse, lhe fizesse companhia no café e pintasse suas unhas pra ela não ir pro show feia.

  Chegamos tranquilas, aproveitamos a tarde e de noite estávamos prontas para curtir o show do meu maridão. Seguimos em duas van para a casa de shows, fomos separadas do Luan e ao chegarmos descemos pela frente, acenando para alguns fãs e entrando rumo ao camarim.

_ Meu deus, imenso. -Malu falou se jogando no sofá.- Macio! -deitou.- E esse cheiro? -levantou e indo para a mesa e tirando as tampas das travessas.
_ O que tem de gostoso aí? -perguntei.
_ Eu. -Luan respondeu empurrando a porta, rindo.- Que cê tá fuçando aí Maria Luísa?
_ Tô com fome, né pai. O que é isso aqui?
_ Comida saudável. Lêzinha que pediu.
_ Não vi a tia Lê ainda. -dizia pegando um copo e indo abrir o refrigerante.
_ Malu eu também quero. -Leninha pediu.
_ Começou a bagunça aqui, se comportem hein. -pedi.
_ Deixa elas amor, gosto tanto quando viajam comigo. -me abraçou pela cintura e quando aproximou seus lábios para me beijar a Arleyde entrou procurando por ele.- Bem na hora. -colocou a testa no meu ombro, rindo.
_ Oi Fer, tudo bem? -me cumprimentou com um beijo e um abraço, fazia um tempinho que não nos víamos.
_ Ótima e você Lê? Cuidando desse meninão arteiro?
_ Tentando né, ele dá mais trabalho que os meus. -riram.- Oi meninas, tudo bem? Boa noite.
_ Oi tia Lê. -Melissa a cumprimentou, Helena e Malu fizeram o mesmo.
_ Pedi uma coisa pra vocês, tudo que vocês gostam... mas só vai chegar durante o show.
_ Porcarias, né Lêzinha? -Luan perguntou rindo.
_ Elas podem, queimam calorias brincando. E o senhor já comeu?
_ Tive tempo nem de dar um beijão gostoso na boca da minha mulher. -brincou me dando uma juntada.
_ Aproveita pra beijar agora e não esquece de comer hein... você terminando a janta, atende as meninas e se prepara pro show.


  E foi o que fizemos. Jantamos ali, Luan e eu, as meninas não quiseram nada além de refrigerante e docinhos. Ele escovou os dentes e trocou de blusa para o atendimento no camarim que ainda acontecia e era beeeeem mais tranquilo que anos atrás.

_ Mamãe eu posso ir lá?
_ Não, você vai fazer bagunça.
_ Mas eu queria ver as meninas também.
_ Vamos lá. -levantei e dei uma olhada no espelho, ajeitei o cabelo e saímos de mãos dadas. O espaço era duas salas depois, tinha uma fila com alguns fãs e os cumprimentei antes de pedir licença ao Well para entrarmos.
_ Papai, também quero foto. -falou entrando na frente dele e pedindo colo.
_ Você pode tudo minha princesa, fala oi pra ela.
_ Oi, você veio abraçar meu pai?
_ Bem sua filha né? -Rober perguntou de canto, rindo.
_ Sua sobrinha, não sei o que você tá falando. -ri.
_ Como cresce rápido, Bernardo já está com quatro anos.
_ Aí é a melhor fase, Rô. E agora vai vir uma pitica pra te deixar de cabelos em pé.
_ Tô numa ansiedade que você não tem ideia.
_ Está bem perto hein, ela vai ficar em casa?
_ Vai, a mãe dela chega amanhã já. -fez careta.
_ Só minha sogra que é legal?
_ Ah, ela não é chata, mas até hoje não vai muito com a minha cara não.
_ Isso que vocês estão casados e com dois filhos. 
_ Nem ligo, deixo ela pra lá.


  Ficamos ali papeando, o atendimento chegou ao fim e voltamos para o camarim dele. As meninas esperaram Luan se aquecer, fomos para o camarim da banda e depois da oração fui ao banheiro, estava apertada.

_ Mãe, quero assistir o show de frente pro palco. -Malu disse.
_ Coloca a pulseira, a gente sobe pro camarote.
_ Tem uma pista VIP aqui, não precisa a gente subir.
_ Eu vou ver.
_ Ah sério, mãe?
_ O que foi que tá bicuda aí?
_ Quero assistir o show aqui em baixo e minha mãe não quer deixar, tio.
_ Tem um espaço reservado, é tipo um camarote. Bem aqui na frente, se quiserem eu converso com o pessoal.
_ Eu topo, Melissa também.


   E acabamos que descemos todas, mais o Rober e um segurança da casa. Nossa presença rapidamente foi notada, mas o assédio não foi tanto de início porque estávamos todos concentrados em assistir o show... e foi lindo do começo ao fim, lindo mesmo e não é porque ele é meu marido não. A turnê estava linda, as músicas incríveis e eu cantei todas do começo ao fim do show.

_ Tá chorando, Mê? -ela olhou pra cima sorrindo, dizendo que não.- Eita amor hein.
_ Mandei um áudio do show pra ele e olha o que ele me respondeu. Mostrou o áudio cheio de declarações ao estilo Leonardo.- Eu amo muito esse homem.
_ Boba apaixonada. -Malu disse brincando.- Será que eu vou ficar assim, mãe? -me perguntou enquanto saímos dali e íamos pra o corredor de acesso aos camarins.
_ Vai ficar pior (risos). Cansou, Nena?
_ Cansei, mamãe. Tô com sono, já. -bocejou. Olhei no relógio de pulso e realmente estava bem tarde, se estivéssemos em casa Helena já estaria em seu 15° sono.
_ O jantar das minhas meninas chegaram, tá? -Arleyde avisou.- Depois me falem se gostaram. -piscou e saiu.
_ Quer comer, filha? -ela fez que não e deitou no sofá.- Nem um pouquinho?
_ Não, mamãe.
_ Come um pouquinho, você nem jantou comigo e com o papai.


  Depois de eu muito insistir, ela comeu metade de um lanche, tomou suco e comeu algumas batatas. Dormiu encostada no sofá, coloquei a blusa de frio por cima dela e me sentei na poltrona, conversando com as meninas. Luan estava demorando a voltar e eu fui procurar saber onde é que ele estava para irmos embora.

_ Com licença, boa noite. -falei ao chegar em uma sala e me deparar com um grupo de pessoas. Todas elas minha bem vestidas, homens e mulheres. Um deles me encarou, olhando de cima a baixo como se eu fosse um pedaço de carne, encontrei Luan de costas falando com algum deles e Rober fuçando na câmera fotográfica.- Quem são? -cochichei.
_ Contrante, sócios... aquela ali é a acompanhante dele. -se referia a ruiva que estava tirando selfie com uma taça de espumante na mão.- Queria falar com o Luan?
_ Saber onde ele estava, né? Tá tarde. Nena já dormiu e as meninas estão lá comendo.
_ Xii eles entraram num papo ali agora, nem foto tiraram ainda.
_ Vai demorar então. -ri.
_ Fer? -olhei e ele me chamava.- Vem cá. -caminhei até ele toda desconfiada, mas sem deixar isso tão na cara.
_ Oi, boa noite. -o cumprimentei.- Tudo bem? -sorri.
_ Depois de um show desses não teria como estar ruim, Luan já é de casa. -me estendeu a mão.- Júlio César.
_ Fernanda, esposa do Luan. -sorri.
_ Esposa? -perguntou surpreso.- Pensei que fossem irmãos.
_ Não, nos casamos tem alguns anos. -ele puxava assunto, Luan continuou ali conosco e eu sentindo olhares me devorarem. Júlio pediu licença, dizendo precisar atender uma ligação e eu virei de frente para o meu marido.
_ Que foi? -riu.
_ Que horas nós vamos embora, lindo? -perguntei alisando seu rosto, falando baixinho.- Já deu de assunto, né?
_ Eu já est... -ele foi interrompido.
_ Luan! Será que se importaria de tirar uma foto com a gente? -perguntou me empurrando com a bunda e já abraçando o meu marido na minha frente, como se eu nem lá estivesse. Dei licença, deixei que tirassem a tal foto e até peguei um copo d'água pra ver se abstraia.
_ Você é nova aqui? -escutei um homem perguntar, olhei por cima do ombro e ele estava atrás de mim.
_ Não sou daqui, só vim pro show.
_ Acompanhante do Luan.
_ Esposa. -respondi indo para o outro canto da mesa.
_ Você é uma mulher muito bonita, jovem...
_ Sim, obrigada.
_ Me desculpa a pergunta, mas quantos anos você tem? Deixa eu ver se acerto... 23?
_ Não, essa é a idade da minha filha.
_ Filha?
_ Sou casada, tenho filhos com o meu marido. Quatro.
_ Não pensei que... -ele não sabia o que dizer.- É que você...
_ Amor, vem cá.
_ Licença. -e sai.- Cara chato.
_ O que foi?
_ Cheio de assunto pro meu lado, não gostei dele.
_ Ele estava te olhando desde a hora que você atravessou a porta. Sócio do Júlio César, marido dela morena ali.
_ Coitada, ter um marido canalha desses.
_ Para amor. -riu.- Você está linda mesmo. -nos beijamos rapidamente.- Quer ir embora, né?
_ Tudo bem, eu espero.


  Luan fez mais uma sala e dei graças a Deus quando a Arleyde chegou e deu um jeito de ir logo com aquilo, tiramos fotos e se despediram. O mesmo infeliz veio pondo a mão na minha cintura e sussurrou o número do telefone dele.

_ Eu não sei qual o relacionamento que você tem com a sua esposa, mas eu não traio meu marido. Então se puder ser menos inconveniente e manter a postura, eu agradeço. -sussurrei de volta.- Tenha uma ótima noite. -sorri e me afastei.
_ O que ele te disse? -Luan perguntou sério.
_ Nada demais, já coloquei ele no lugar dele. Vamos?
_ Sim senhora. Não vejo a hora de chegarmos.
_ Sabe que eu também não? -nos beijamos e acidentalmente sua mão foi parar na minha bunda dando aquela apalpada discreta e muito gostosa. Não fiquei atrás, alisei seu pau por cima da calça e segurei firme.- Na van a gente conversa melhor, né? -sai na frente e fomos chamar nossas meninas.
_ Demoraram hein, meu deus.
_ Já vamos voltar pro hotel? -Melissa perguntou.
_ É, né? Queria ir pra onde?
_ Balada né mãe, aqui têm?
_ E você não entra. -falei rindo.


  Luan pegou Helena que ainda dormia no colo e seguimos para a van, dessa vez fomos juntos, porque a banda havia ido na frente. Chegamos, as meninas foram para o quarto e depois de deixar Helena na cama voltamos para o nosso e fomos namorar a noite toda e dormimos quando já amanhecia. E acordamos próximo ao meio-dia, mas demoramos um pouco para levantar.

_ O que acha de irmos pra piscina? -perguntei animada.
_ Vai nem dar graça, viajamos daqui umas três horas pro Rio. -bocejou.- Quer descer?
_ Então não, né? Queimo minha bunda lá. -brinquei.
_ Cê nunca gostou de tomar sol, lembra? -riu.
_ E você de passar protetor solar, até hoje é uma briga.
_ Nem tanto vai. -falou sorrindo.- É que gruda.
_ Mas protege do sol. Amor, pega meu celulsr por favor.
_ Vai ligar pra quem se eu estou bem aqui do seu lado?
_ Pro meu filho que está sozinho em casa.
_ Ah bom, tá certo. -me entregou o aparelho e eu disquei o número. Chamou, chamou e nada. Caixa postal. Disquei outra vez e quando estava pra cair a ligação ele me atendeu.
_ Oi mãe.
_ Demorou pra me atender, tá tudo bem? Tá em casa?
_ Tá tudo bem sim, e senhora? Sai de casa agora, tô indo pra casa da Julia e com o seu carro.
_ Arthur!
_ Relaxa, estou indo aqui por dentro e está no viva-voz.
_ Dormiu bem? Ela dormiu em casa?
_ Dormi na minha vó porque ontem fui jantar na tia Bruna com ela e meu vô. Aí fui embora hoje de manhã, tomei um banho e tô indo pro aniversário da sogra.
_ Ah tá... amanhã a gente já está voltando, viu?
_ Meu pai também?
_ Sim, segunda-feira ele está de volta.
_ E ele tá bem? O pessoal aí? -conversamos um pouco, ele disse que tinha chego e que depois me ligava e desligou.
_ Não estou sabendo lidar. Ele saiu com o meu carro, Luan.
_ Ele sabe dirigir, e sabe que não pode beber.
_ Ele não é louco, eu mato ele.
_ Mata nada. -me roubou um selinho.- E as meninas com os namorados?
_ Melissa já está vendo casa, viu? E lá pelo condomínio mesmo, mas aquelas ruas mais pra cima e no fundo.
_ Mas ela não ia esperar?
_ Ela tá ansiosa, quer que passe logo. Quer casar logo.
_ Tô ficando até com dor de barriga. Tô ficando véio, Fernanda.
_ Estamos sim, casando nossa menina.
_ A mais parecida com você. -sorriu.- Vocês se deram tão bem.
_ Muito bem, Melissa foi amor a primeira vista. Nem nos meus melhores sonhos imaginei que fossemos tão próximas. Pensei que ela sentiria muito ciumes do Arthur, mas são um grude que só.
_ E que grude, minha nossa senhora, Arthur não tem paz.
_ Tem sim, elas cuidam direitinho dele.
_ Igual você cuida de mim.
_ Uhum, sempre que puder. -nos beijamos com carinho, safadeza e levantamos para arrumar nossas coisas e partir rumo à cidade maravilhosa.













~.~

  Gente não estou sabendo lidar com essas crianças crescidas, e vocês? Melissa quase casando, Arthur já está dirigindo, Maria Luísa namorando e a Nena com quase 10 anos! Sim, estamos velhas. Haha 
  Fora o casal que se ama mais a cada dia é mesmo nas situações inconvenientes se saem muito bem, não é? O que foi aquele sócio cara de pau? E as mulheres empurrando a Nanda na hora da foto? KK se fosse uns anos antes isso seria um problemão, não é?

2 comentários:

Girls, fiquem à vontade. Esse espaço é de vocês!