{...} Abre mais a blusa, me usa! Só não pede pra parar... ♪♫

sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

Capítulo 248 - Parte II

Narrado por Fernanda
  Nossa viagem por Campo Grande se estendeu e no dia de irmos embora nosso piloto não estava se sentindo bem e um vôo comercial demoraria bem mais, resumindo, ficamos mais um dia por lá e iríamos embora no dia 15 pela manhã.

_ Mamãe, eu não quero. Cansei. -Helena dizia de seu café da manhã.
_ Você nem comeu direito, nós vamos pegar o avião já já.
_ Eu não quero, não tô com fome mamãe.
_ Helena. -ela arregalou os olhos, mas não comeu, cruzou os braços fazendo birra.
_ Deixa ela amor, ela tá cheia. Né filhota?
_ É papai, só queria um doce.
_ Você não vai comer doce nenhum, não disse que tá cheia? -falei colocando o leite do copo dela no meu.
_ Parece que nunca foi criança. -Luan resmungou.
_ E você tá parecendo pai de primeira viagem, tudo que ela quer você dá, tudo o que ela faz você acha bonito. -falei séria, o clima não ficou dos melhores, mas ele também não retrucou.

  Terminei meu café e juntei as coisas da mesa, levei para a pia e passei uma água. Luan saiu da mesa com a Nena e foi para o quintal. Passei um pano na mesa, levantei as cadeiras e varri todo o chão.

_ Tô indo tomar banho, o testa ligou e falou que já está tudo certo.
_ Tá bom.
_ Amor, vem aqui. -fui até ele.- Me desculpa, tá?
_ Pelo que?
_ Mais cedo com a Nena, ela tá ficando muito sem vergonha.
_ Eu sei. -suspirei.- Onde ela está?
_ Minha mãe, as duas estão na rede.
_ E seu pai, cadê?
_ Dormindo no sofá. -me deu um selinho.- Quer vir junto não?
_ Não, vai lá que eu tenho que ajeitar as malas.
_ As minhas eu já arrumei.
_ Mentira.
_ Mentira mesmo, não sei nem onde ela tá.
_ Trate de procurar e juntar suas coisas, não sou sua empregada.
_ Ô amor, vamos nos atrasar.
_ Sua mãe é a Marizete e minha filha é a Helena.
_ Ah, é assim? Depois de anos de casados?
_ Você é muito folgado, vida. E bagunceiro ao extremo, adora largar as coisas jogadas.
_ Tá legal, já entendi. Nada de bagunça, estou subindo, vem comigo. -segurou minha mão e mesmo eu relutante, ele me levou para o andar de cima da casa e correndo.

  Entramos no quarto e o banho dele teve um pequeno atraso, graças a nossa foguetisse e muito tesão. Sei que foi uma rapidinha, mas eu fiquei jogada na cama mais alguns minutos me recuperando depois que o Luan foi para o banho.

_ Mamãe!
_ Oi.
_ Cadê o papai hein? Ele disse que ia me dar um negócio.
_ Ele está tomando banho, e você vai depois dele com a mamãe.
_ Não queria tomar banho. -fez careta.
_ Se você não tomar banho, os mosquitos vão ficar tudo atrás de você.
_ Aí mamãe, eu não gosto de mosquitos não.
_ Então tem que tomar banho, neguinha.

  Acelerei o Luan e assim que ele saiu, Helena e eu tomamos banho. Lavei bem seus cabelos, ensaboei bem o corpo dela cheio de grana dela ter ficado rolando com o pai dela e depois de escovar seus dentes, tomei uma ducha rápida e saímos.

_ Papai, não pode ver menina trocar de roupa.
_ Mas cê num é mais minha neném?
_ Não papai, eu sou mocinha a mamãe falou. -disse toda cheia de razão, fazendo Luan dar risada e eu disfarçar.- Não é mamãe?
_ É filha, é uma mocinha da mãe. -falei passando a toalha no corpo dela.- Luan.
_ Hmm...
_ Sai desse celular, amor. Ajeita suas coisa, por favor?
_ Caralho, Fernanda eu vou arrumar. Que pressa da porra. -falou todo irritado, levantando da cama e jogando o celular.
_ Papai! -levou as duas mãos na boca.- Você falou palavra feia.
_ Helena, fica quieta. -ela fez bico de novo e ficou calada. Terminei de secar minha pequena, coloquei um jeans e camiseta, tênis e liguei o secador para passar nos cabelos dela.
_ Mamãe, o papai tá bravo?
_ Xiiu, fica quietinha meu amor. -falei penteando os cabelos dela, distraindo-a com o meu celular.
_ Mas mamãe...
_ Pronto, vai ver se a vovó tá pronta. -dei um tapinha na bunda dela e ela saiu do quarto.
_ Não olha com essa cara pra mim não.
_ Não posso mais falar com você? É isso? Precisava dessa grosseria toda?
_ Odeio que fiquem falando na minha cabeça, já falou uma vez.
_ Se tivesse adiantado eu não teria falado a segunda, nem a terceira. -cruzei os braços.- Seu grosso.
_ Ah, eu sou grosso? Tenho que aguentar você enchendo o saco e ainda sou grosso?
_ Enchendo o saco, Luan? 
_ Chega né? Já deu.
_ Já deu o caralho, mas quer saber? Foda-se também, arruma sozinho a porra da mala e aí de você se esquecer alguma coisa aqui e vier reclamar pra mim.
_ Tá, já falou?
_ Luan, você não brinca comigo não... odeio quando você faz isso.
_ Então para de gritar na minha cabeça!
_ Tá bom, como quiser. -e sai.
_ Está tudo bem, querida?
_ Não, mas acontece não é sogra?
_ Vocês dois são muito cabeça dura. -riu de um jeito tão gostoso, até eu tive vontade de rir.
_ Ele não gosta que fala nada, por isso a gente discute.
_ Vocês já passaram dessa fase, pensem nisso. -foi sua frase final, concordei e descemos.

(...)

   No avião, Luan teria vindo calado se não fosse a foto que a Malu tinha postado no instagram com os amigos do Arthur em uma boate, pronto.

_ Seu problema é achar que você fez filho sozinha, não é possível.
_ Luan o dono do lugar é meu amigo.
_ É um irresponsável, isso que ele é. Não interessa se é seu amigo ou não, ela não tinha que ter ido. Quer comemorar? Já não vai ter a festa?
_ Ah, você e eu sabemos que é muito diferente.
_ Fernanda do céu, eu sei que você não quer prender nossas filhas, mas pelo amor da minha nossa senhora! A Maria Luísa fez 15 anos agora, ela não tem wu ficar socada em baladas, nem nessas festas dos amigos do Arthur... eu já falei.
_ Não é questão de não querer prender. Eu me conheço, se minhas filhas forem iguais a mim elas farão escondido e nós nunca iremos saber. Eu tenho um ótimo relacionamento com as meninas, confio de deixar elas saírem.
_ Melissa também era assim, lembra bem o que ela fez na viagem com as amigas né? Ficou com o seu ex. -Luan não estava brincando, ele falou sério e de um jeito nada delicado. Eu odiava que ele mencionasse o relacionamento entre a Melissa e o Murilo, e não por ciúmes, mas porque foi uma fase muito difícil para todos nós.

  Eu não falei mais nada a viagem inteira.
  Chegamos em São Paulo e o tempo estava bastante abafado, mas aquele cheiro de chuva... nos despedimos do piloto, pedimos um táxi e fomos para casa.
  Chegamos e nem parecia dia de semana.   Tinham uns cinco carros estacionados em frente a nossa casa e um barulho que sabíamos que vinha do quintal. Abri a porta e Thor veio pulando em cima de nós três, não sabia com quem falar primeiro.

_ Oi mamãe, eu tava com saudade de você vidinha. -o beijei muito e apertei demais.
_ Mãe! -Arthur veio me abraçar e me tirou do chão, me enchendo de beijo.- Até que enfim voltou, não aguento mais comida de restaurante.
_ Cada de pau. -ri.- Que bagunça é essa aqui em casa?
_ Melissa chamou uns amigos da faculdade, estão fazendo churrasco lá fora. -disse me soltando.- E aí, paizão! -se abraçaram.
_ Amigos?
_ É mãe, resenha. Sabe?
_ Sei, Arthur. E tão bebendo?
_ O que a senhora acha? -riu.
_ Arthur, onde você deixou a... -Julia apareceu com um sorriso enorme e quando nos vimos eu fechei a cara.- ... dona Fernanda, oi.
_ Oi, tudo bem?
_ Sim e com vocês? Fizeram boa viagem?
_ Nada melhor como chegar em casa. -dei um sorriso fechado e peguei minha mala, puxando a alça e indo na direção da escada.
_ Não vai ir lá fora?
_ Daqui a pouco, juízo hein.
_ Mamãe, vou ver a Melissa! E o Leo!

  Subi para o quarto sabendo que meu marido vinha logo atrás, calado. Entrei, ele entrou e encostou a porta. Tirei o tênis, as meias e sentei na cama.

_ Olha eu sei que falei besteira, sou um idiota por isso, me desculpa.
_ Eu não me perdôo pelo que aconteceu até hoje e vem você esfregar na minha cara. Isso me chateia tanto, de uma forma que você não imagina. Não faz ideia! -disse sincera, olhando nos olhos dele com o choro entalado na garganta.- Foi uma droga! Pior do que qualquer outra coisa que já havia me acontecido na vida.
_ Eu sei.
_ Aé? Não pareceu.
_ Eu estava com raiva e não pensei no que estava falando, não quis te magoar, te deixar mal desse jeito. Fernanda... de verdade, me perdoa.
_ Tudo bem. -levantei e entrei no banheiro.




Narrado por Melissa
  Soube que meus pais chegaram porque a Helena atravessou o quintal correndo pra vir nos cumprimentar e a primeira coisa que perguntou foi da Cecília.

_ Ceci está em casa, com a minha mãe. -Leo falou.
_ Ah, traz ela na minha casa. Eu queria muito muito muito brincar.
_ Vou pensar. Agora me dá um abraço bem apertado aqui, vem.
_ Tá bom, vai. -e pulou no colo dele. 
_ Cadê a mãe?
_ Com o papai, ela tá bem triste. -franzi a testa.- Papai disse palavra feia pra ela.
_ É mesmo?

  Ela fez que sim com a cabeça, mas eu mudei de assunto porque ali não era o momento, meus colegas de faculdade estavam vindo ver minha pequena e não ia ficar bacana... mas fiquei pensativa, porque pra Leninha perceber minha mãe triste é porque foi coisa séria.
  Mas eu aproveitei primeiro o churrasco com o pessoal e só fui entrar em casa mesmo pra acompanhar as pessoas até a porta e depois de recolher a bagunça do quintal.

_ Vai dormir aqui, loirão?
_ Nada, loira. Amanhã ainda é sexta.
_ E o escritório está fechado. -cruzei os braços.- Fica vai... -sentei no colo dele.
_ Não. -apertou minha bochecha.- Tem dois dias que eu não durmo em casa, levei uma bronca da Cecília.
_ Bronca? -ri.
_ "Nado, você me prometeu que amanhã ia dormir comigo." "Eu gosto da Mel, mas você só fica na casa dela." Desse jeitinho.
_ Que fofa, juro que vou morder muito aquelas bochechas.
_ Ela não gosta.
_ Nenhuma criança gosta, mas eu mordo mesmo assim. -mordi a boca dele e deu uma puxada.
_ Porra, doeu. -deu um tapa na minha testa.- Tchau, dá um beijo.
_ Tá cedo, ainda... você nem viu minha mãe.
_ Ela deve estar é dormindo, quase meia noite. -disse olhando no relógio.- Amanhã eu tô aqui, eu acho.
_ Tá pensando em ir pra onde?
_ Festa de um amigo, vamos?
_ Não vou não amor, sábado tenho que acordar cedo por causa do aniversário da minha irmã. Mas vai sim, só se comportar.
_ Isso sempre, com ou sem você.
_ Hmm coisa linda. -íamos nos beijar quando minha irmã apareceu, e eu pensando que ela tinha dormido.
_ Melissa, eu queria leite com chocolate.
_ No copo, né?
_ É, no meu, né. -falou como se fosse óbvio, sentando no sofá e pegando meu celular.
_ Pra que senhas, né? -dei de ombros, vendo ela colocar a digital e desbloquear.
_ Ligeira, ela.
_ Demais.

  Ainda enrolei minha irmã uns minutos, mas assim que meu loirão foi embora eu me aventurei na cozinha e preparei o leite com chocolate que ela tanto queria.

_ Malu, você viu a mãe?
_ Dormindo, mas não a vi também.
_ Eu hein, não deu nem um oi pra gente.
_ Vai ver foi cansaço, o pai também não desceu mais. -Arthur deu de ombros e abraçou a Julia pela cintura, beijando o rosto dela.
_ Tudo bem, né? Eu vou tomar um banho e cama... vamos Nena?
_ Sim.

  Helena e eu fomos para o meu quarto, deixei ela na minha cama e tomei um banho de gato, rapidinho. Vesti o pijama, enrolei a toalha na cabeça e fui para a cama também.

_ Como foi lá na casa do tio?
_ Bem legal, eu fui na piscina sozinha e sem bóia.
_ Aé?
_ Sim, eu gostei! Bem muito.
_ Voltou até pretinha, toda bronzeada. 
_ É o biquíni, né Mê! A vovó fez um doce bem gostoso, lá... -Helena amava conversar e não vi problemas em bater papo com ela, até que dormisse.

  Leonardo chegou em casa e disse que tomou banho e ainda jantou, que a mãe dele tinha feito lasanha de frango com brócolis. Trocamos mais algumas mensagens e ele foi assistir filme com as meninas, Analu e Ceci.

  Fiquei com sede e levantei da cama, ainda no escuro, calcei os chinelos e sai do quarto. Abri a porta e vi a luz do quarto dos meus pais acesa, cheguei de fininho e quando ia curiar minha mãe abriu a porta e eu levei as duas mãos no peito.

_ Pensei que fosse seu pai. -ela disse sorrindo.
_ Não, era eu mesmo. Ele não está dormindo?
_ No quarto de hóspedes...
_ Por que?
_ Estávamos precisando. -deu de ombros.- É melhor pra evitar o desgaste.
_ Desgaste do que mãe? Vocês acabaram de voltar de viagem, estavam super bem até ontem.
_ Pensei que estivesse, mas uma fase da nossa vida ainda não foi superada. -deu de ombros, saiu da porta e voltou para a cama, deixei a porta encostada e a segui.- Tô bastante chateada.
_ Você traiu meu pai?
_ Não!
_ Ele te traiu, mãe?
_ Também não, o assunto é outro... não queria tocar nesse assunto.
_ Ah mãe, somos amiga. Não sou só eu que posso chegar e chorar no seu colo, te contar tudo... você também pode me falar as coisas.
_ Foi exatamente isso, estávamos falando da comemoração da Malu em uma boate.
_ Ele não sabia, mãe?
_ Não achei que fosse um problema, filha. Eu confio em vocês, sabia que estariam no camarote e entre amigos... que você cuidaria dos seus irmãos, das amigas da Maria Luísa.
_ E foi por isso que discutiram, mãe?
_ Também. Na verdade a treta foi ele dar a entender que eu deixava vocês fazerem tudo com a desculpa de não prender vocês e eu "bati" o pé que não era nada disso, que se vocês fossem iguais a mim... fariam escondidas.
_ Você falou? -perguntei surpresa.
_ Falei e disse que confiava em vocês...
_ E isso foi motivo?
_ Foi motivo pra ele jogar na minha cara que eu confiava tanto em você que quando você viajou com as amigas ficou com o meu ex. -quando minha mãe falou isso eu fiquei de boca aberta, olhei para o lado desviando meu olhar do dela.- Foi tão seco, tão natural que eu fiquei remoendo aquilo em silêncio e durante toda a viagem.
_ Mas vocês subiram depois e juntos, o Art viu.
_ Nós conversamos, ele se desculpou. Mas eu tô chateada, me dei esse direito.
_ Sério, mãe? Isso é passado nas nossas vidas.
_ Um passado que ainda me atormenta.
_ Não deveria. Tantos anos se passaram, sabe? Eu amadureci demais com toda essa história e nos aproximamos mais, apesar dos pesares. O Murilo foi passado na sua vida e também na minha, mesmo que de maneiras diferentes.
_ Maneiras diferentes?
_ Mãe, isso pode até soar frio, mas ele não me fez nada de ruim... nada, pelo contrário. O curto tempo que nós passamos juntos foi muito bom pra mim, talvez da maneira intensa que foi.
_ Melissa, o Murilo não ama ninguém.
_ Ele te amou, e não foi recíproco. Isso foi o que definiu a maneira que tudo terminou entre vocês e causou todo o transtorno da volta dele na sua vida através de mim. Eu sei.
_ Você fala de um jeito tão... sei lá... tão simples, Melissa.
_ Agora né, porque o tanto que eu chorei que questionei... mãe foi uma coisa assim que eu não sei definir até hoje, mas que de alguma forma eu acreditava. 
_ Como assim?
_ Eu me lembro perfeitamente do que conversamos na noite em que você me contou que tudo aconteceu entre vocês três, a traição, a agressão, o fim. Não vou dizer que o que ele fez é justificável, não é. Mas explica. Enfim... ele pagou por isso e nada o impedia de ter uma nova vida, seguir um novo caminho... -eu buscava as melhores palavras para quê minha mãe entendesse o que eu queria dizer e ela escutava cada uma delas, atenta ao que eu dizia.- ... foi uma puta coincidência eu me apaixonar por ele, e quando ele soube que eu estava ligada a vocês correu de mim. -dei de ombros.- Minha bronca maior foi não aceitar que você sendo sempre tão cabeça aberta não aceitasse que ele poderia ter mudado e não me deixou na época dar uma explicação para o que aconteceu. Precisou um acidente pra isso mudar, para as coisas começarem a voltar ao que era e chegar até aqui. -ela estava se segurando a todo instante para não chorar.- A questão é que eu superei essa parte da minha vida, acho que você e meu pai deveriam ter feito o mesmo e não deixar que esse fantasma abalasse a relação dos dois. -ela assentiu, fechou os olhos e se permitiu chorar. Não tive outra reação se não lhe dar um abraço forte, mas bem apertado mesmo e dizer com todas as letras que eu a amava muito.
_ Eu também amo você. -beijou meu rosto e se afastou, secando as lágrimas.- Você cresceu tanto.
_ Precisava, né mãe? -sorri.- Promete que vai ficar bem?
_ Por vocês, sim.
_ Assim não, mãe. -ri.- A festa da Malu é amanhã e vocês dois nesse climão?
_ Já enfrentamos a imprensa em crises piores que essa.
_ É, mas se trata de uma festa de família e vocês estarão juntos o tempo inteiro. Não faça disso um martírio, por favor.
_ Está tarde, amanhã quem sabe a gente conversa não é?
_ Já entendi que a senhora quer ficar sozinha, mas pensa no que eu te disse tá? -me coloquei de pé, beijei sua testa e sai fechando a porta.

  Ia voltar para o quarto, mas lembrei que estava com sede e desci. Thor dormia, as luzes apagadas e um som de violão ao fundo. Acendi a luz da cozinha, tomei água e depois de ir ao banheiro pensei em falar com o meu pai. Isso se ele estivesse afim. 
  Não queria forçar ninguém e nem me meter demais onde não havia sido convidada.

_ Ei. -coloquei a cabeça dentro do quarto.- Posso entrar?
_ Depende... -colocou o violão de lado e olhou sorrindo.- Vai me dar um abraço antes?
_ Hmm... dou ate mais que um. -falei entrando e fechando a porta, o abracei e deitei ao lado dele, que continuou sentado.
_ Sem sono?
_ Mais ou menos. -falei brincando com os dedos, rodeando pra falar e ele percebendo deu risada.
_ Fala vai...
_ Nada demais, estava com saudade. Vocês chegaram quietinhos, não foram nem dar um oi para os meus amigos da faculdade, pro Leo.
_ Sabe como são as viagens, né? Chego querendo cama.
_ Hmm... mesmo depois de descansar por mais de uma semana?
_ Você não tem jeito, dona Melissa.
_ O que? -perguntei rindo.
_ O que você tá querendo hein?
_ Saber como foi a viagem, como está a família em Campo Grande... essas coisas, pai.

  A ideia pareceu funcionar. Conseguimos desenrolar um assunto daqueles, porque se tinha uma coisa que meu pai gostava era de contar sobre suas viagens e mesmo sabendo que as vezes a rotina era cansativa ou que as coisas às vezes pareciam ser as mesmas, nós escutávamos.
  Falamos sobre os parentes, sobre os lugares, o famoso Pantanal e a parte cômica da viagem (que sempre tem). E comentei sobre São Paulo também, da minha viagem com as meninas, a semana com os irmãos sem a Maria e sem minha mãe.

_ Viveram a base de fast food?
_ Ah, as vezes sim. Mas pedimos comida também, pai.
_ Comida japonesa não conta.
_ E mexicana (risos)?
_ Vocês três viu, nem falo nada. -riu.- O malacabado dormiu aqui? -perguntou enciumado, tentando parecer descontraído.
_ Em alguns dias sim, mas não todos.
_ E você dormiu lá?
_ Também, mas dormi mesmo. -falei sentindo minhas bochechas ficarem vermelhas, não curtia falar de sexo com o meu pai.
_ Sei que fizeram mais que isso, já tive sua idade. -piscou pra mim, me fazendo rir.
_ Podíamos pular essa parte, né? Por que não pergunta do Arthur? Posso ser a irmã mais velha que fofoca dos irmãos.
_ Começa contando quem foi pra boate ontem... -ele não estava brincando.- ... comemorar, né?
_ Bastante gente até. Daqui de casa, todo mundo, o Leo e a Ju. Até a Tacy com o Bruno, Nay com o Cacá. Henrique, Matheus, Carlos, Kevin, Caroline e Letícia.
_ Só?
_ Era um camarote, pai. E a festa dela é esse sábado, foi só uma coisinha pra não passar em branco.
_ Coisinha? Lá é openbar você sabia?
_ Maria Luísa não bebeu, eu vi.
_ E as amigas dela?
_ Pai, ninguém passou mal. Estávamos de olho.
_ Tava mesmo? Maria Luísa não ficou de agarramento com ninguém não né?
_ Pai, ela beijou sim... e isso é normal.
_ Normal? E sua mãe ainda diz que confia.
_ Você tem uma visão muito errada de não ter confiança, pai. Não é porque gostamos de sair e beijar na boca que estamos escondendo algo.
_ Eu conheço a noite, sua mãe até melhor que eu.
_ E daí? Quando foi que mentimos pra vocês? -ele me olhou e eu ri.- Sobre coisa séria, pai.
_ Você escondeu um namoro, um namoro com o ex namorado da sua mãe. E ela ainda diz que confia, que não prende vocês para não fazerem escondido.
_ De novo esse assunto? Ele não é passado pra você não?
_ Pra você é?
_ Sim.
_ Hm.
_ Pai, achei muita sacanagem jogar isso na cara da minha mãe.
_ Ela já foi te falar?
_ Não, foi eu quem perguntei e nós conversamos e conversamos muito. Tive a oportunidade de dizer muitas coisas, coisas que em anos atrás eu não pensava e não teria a mesma escolha de palavras. -ele ia dizer algo, mas pedi para que me deixasse falar.- Temos visões muito muito diferentes sobre o que aconteceu, mas de um modo geral? Passou.
_ Simplesmente, passou?
_ Pra mim sim. Eu deixei lá trás, chorei muito, na época me senti incompreendida e várias outras coisas... mas isso só serviu para nos dividir, nos afastar, desconstruir o laço que tínhamos desde quando eu era pequena...
_ E passou?
_ Passou! Não tem sentido voltar nisso, ainda mais agora que anos de se passaram, novas histórias foram construídas e que voltamos ao que éramos. -ele respirou fundo, concordou comigo.- Eu superei essa fase, pai. Você e minha mãe deveriam se conversar e fazer o mesmo.
_ Você tem razão.
_ A mãe me disse a mesma coisa. -ele sorriu.- Rasgue essa página, vai. Façam as pazes, não deixem que isso interfira no bom relacionamento de vocês dois. Me dói ver minha mãe triste e o senhor distante e os dois fingindo que tudo está bem, que tudo está as mil maravilhas.
_ Tá me dando um esporro?
_ Tô, você pegou pesado. É um assunto que ainda mexe com ela.
_ Eu sei, me desculpei por isso.
_ Foi sincero, pai? -ele ficou pensando, pensando e me deu um beijo na testa.- Vou subir, tá? -levantei da cama e sai do quarto, quis comemorar a "missão cumprida", mas meu pai me chamou.- Oi.
_ Obrigado.
_ As vezes os pais também precisam de um puxão de orelha, sabia? -ele fez uma careta e deu risada.- Tchau. 
_ Durma com Deus.
_ Amém. -e subi levando a bolinha de pêlos que estava resmungando na caminha.- Ei, nada de bagunça no meu quarto hein. -ele baixou as orelhinhas e foi se aninhando no meu tapete.
_ Mê?
_ Oi, pequena.
_ Eu quero fazer xixi, me leva?

  Ela veio toda preguiçosa e no colo ainda, um bebezão. Fomos ao banheiro e voltamos logo para a cama, nos deitamos e dormimos.




Narrado por Fernanda
  Melissa fechou a porta e saiu do quarto me deixando sozinha com os meus pensamentos e reflexões, ela cresceu. Cresceu e amadureceu muito.
 Suas palavras me deixaram mais que pensativa, me fizeram enxergar um lado de toda essa história que eu não tinha pensado. Talvez eu realmente precisasse disso, precisasse que minha filha mais velha desse esse chacoalhão e falasse "acorda, mãe".
  Perdi o sono que achei que tinha, deitei e rolei de um lado para o outro da cama e nada. Decidi então fazer como nos velhos tempos e me levantei para preparar um banho na banheira. Sais relaxantes, água bem quente... deixei as torneiras abertas enquanto me despia, prendi os cabelos e liguei o som baixinho, tocando músicas da minha playlist favorita. Fechei a torneira, entrei na água e ao me deitar apenas com a cabeça para fora fechei os olhos e me perdi no tempo. 
  Na verdade eu me permiti reviver em memórias tudo o que tinha acontecido, rapidamente, mas revivi. Nosso encontro na faculdade, assumir nosso relacionamento, a primeira vez em que o trai... não foi difícil admitir que eu gostei, talvez a imaturidade na época não me deixou pensar nas consequências e davam aquela sensação gostosa de pura adrenalina. Mas o fim disse foi triste! E não preciso dizer o "por quê?". Levei um susto, fiquei surpresa e completamente louca quando vi que minha filha estava apaixonada por ele, eu não conseguia colocar na minha cabeça que o tempo havia passado, que ele poderia ter mudado e que aquilo não passava de uma vingança, um plano bem arquitetado. Tive medo. 
  Mas Melissa tinha razão, eu não levei a sério o amor que ele dizia sentir por mim e nunca o amei da maneira que eu hoje assumo amar o meu marido. Foi aquela coisa louca, intensa e sei lá qual outro nome daria. Tanto tempo passou, mas a pedra nunca havido posta no assunto.

_ Luan? -abri os olhos ao escutar passos pelo quarto e julgando por estar tarde, só poderia ser ele.- É você? -me sentei na banheira e ele entrou no cômodo.
_ Não consegui dormir e me parece que você também não, né?
_ Tive muito o que pensar. -disse brincando com a espuma.- Melissa está certa, precisamos acabar com isso não é?
_ Posso começar me desculpando. -falou se sentando.- Foi idiotice da minha parte.
_ Foi mesmo, mas foi um erro nosso não encerrar esse assunto no tempo em que aconteceu.
_ E precisou nossa filha mais velha nos dizer isso. -sorriu sem mostrar os dentes.- Odeio te ver triste, e me sinto ainda pior quando o motivo foi eu quem causou.
_ Não se culpe tanto, eu só... olha, já passou. -respirei fundo e ele sorriu de lado.
_ Eu te amo, tá? -ele inclinou para me dar um selinho e acabou na água juntomigo.- Você me molhou inteiro.
_ Não molhei não. -o segurei pelo pescoço e virei ficando por cima dele.- Já deu desse assunto, tá bom?
_ Tudo bem, mas você me desculpa? -pediu todo sem jeito, me olhando nos olhos.
_ Sim, eu te amo. -ele segurou minha cintura e eu espalmei minhas mãos em seu peito, debruçando mais o corpo sobre o dele e dando selinhos em sua boca.- E amo muito... -nos beijamos.- ...mesmo você sendo um idiota as vezes. -mordi seus lábios.- O meu idiota. -arranhei seu peito.
_ O que você quiser minha linda.
_ Não me chama assim, vai. -o empurrei.
_ Por que amor? -perguntou alisando minhas costas, beijando meu pescoço.- Tão linda e minha. -beijou meu queixo e em seguida me deu um beijo na boca, beijo quente e que em segundos me deixou excitada. Gemi.- Gostosa.
_ Uhuum... -desci minha mão por sua barriga e coloquei por dentro da calça sentindo seu pau querendo dar sinal de vida.
_ Porra, você é rápida... -ofegou.
_ Não gosto de perder tempo. -o soltei e encaixei meu corpo no dele, sorrindo enquanto o beijava.
_ Cheia de espuma...
_ Toda molhada. -sussurrei no ouvido dele, rindo.- Bem sugestiva (risos)...
_ Mas sabe que eu gosto. -deslizou a mão apalpando minha bunda e causando uma sensação maravilhosa quando encontrou meu sexo.- Assim é sacanagem.
_ Você está muito vestido, isso sim é uma sacanagem Luan.
_ (riu) Tá me provocando?
_ Tô conseguindo. -respondi rebolando no colo dele que já estava bem animadinho.-  Tira logo essa bermuda, Luan. -ele não tirou a bermuda, mas o pau sim e não demorou para que estivesse dentro de mim.- Ah, que delícia. -fechei os olhos.
_ Quente...
_ Pegando fogo. -o beijei outra vez e voltei a rebolar, sentindo toda sua extensão dentro de mim. Fazíamos amor de uma maneira intensa, voraz e marcados pelo desejo.

  Aquela banheira ficou pequena para o que fizemos naquela madrugada, ainda mais depois que a esvaziamos e fomos para o chuveiro com a desculpa de tirarmos a espuma. Chupei ele outra vez, sentindo o jato de água no rosto e suas mãos segurando meus cabelos com firmeza até gozar.

_ Ainda estou duro. 
_ Isso foi um convite? -pulei no colo dele que me segurou pelas coxas e encostou na parede do box.- Que gelo!
_ Daqui uns segundos você nem sente. -e meteu com força, mordi seu pescoço para abafar o grito, segurando seus ombros com fincando bem as unhas a cada bombada rápida e funda.- Isso... você nunca me decepciona. -deu um tapa com força, revirei os olhos querendo mais.
_ Eu quem deveria dizer isso.
_ Ah, Fernanda...

  Se o chuveiro desse quarto falasse... teria inúmeras histórias sobre nós dois. Ali tudo era ainda mais radical, no improviso. Eu adorava!

_ Minhas pernas ainda estão moles. -falei abraçando seu pescoço enquanto ele me segurava pela cintura.
_ Safadinha. 
_ Eu tô com fome.
_ Tô ouvindo mesmo sua barriga roncar.
_ Desnecessário, você.
_ Sincero. -ele me soltou e eu terminei o banho, enrolei a toalha no corpo e sai.

  Entrei no closet e optei por um pijama, sem sutiã ou calcinha. Passei o hidratante corporal e sai enrolando a toalha na cabeça.

_ Luan, eu tô descendo.
_ Pra que?
_ Vou comer alguma coisa, vai querer?
_ Não, tô de boa.
_ Tá bom.

  Desci para a cozinha e preparei um lanche acompanhado de um copo grande refrigerante. Sentei na bancada mesmo e quando ia começar a comer, Luan apareceu pedindo um pedaço.

_ Você disse que não queria, eu não vou dividir. 
_ Nossa amor, pra que isso cara?
_ Tô com fome, sai fora.
_ Depois quer ensinar a Leninha dividir, nem você divide.
_ Porque você é folgado. -mostrei a língua.
_ Folgado é esse seu shorts e essa blusinha mostrando todo seu peito.
_ Meu corpo, minhas regras. -ri.
_ Nosso corpo, nossas regras. Porque a mulher é minha. -brincou me abraçando e quando pensei que ele fosse me beijar, Luan pegou meu lanche e correu pra sala.- Tá muito bom isso aqui hein...
_ Ótimo, eu que fiz.
_ Tudo o que você faz é gostoso.
_ Ah, com certeza vida. -ri.- Tô subindo...
_ Espera eu vai neguinha...
_ Não deveria, você roubou minha comida, seu gordo.
_ Dei uma engordadinha nessa viagem mesmo, tá sumindo até meu tanquinho.
_ Hm... e você tinha um é?
_ Palhaça. -fez bico.
_ Me leva no cavalinho, amor? -pedi e ele levou, chegamos no quarto e nos deitamos depois de apagarmos as luzes.- Bom dia.
_ Pra você também minha linda. -e riu antes de fechar os olhos e dormir, coisa que fiz em seguida.









~.~
Migas, que capítulo foi esse? Hein? Achei babado atrás de babado. O que acharam?

domingo, 21 de janeiro de 2018

Capítulo 248 - Parte I

Narrado por Melissa



  Até despertei com a mensagem da minha mãe. Maria Luísa por mais que não parecesse, sempre foi um grude com os meus pais. E pra não responder minha mãe, sinal de que estava puta, muito chateada mesmo.
  Levantei e ainda de pijamas, cabelos bagunçados e pantufas... larguei o celular em cima da cama e fui para o quarto dela.


_ Toc, toc. -bati antes de entrar, abri uma fresta e empurrei. Ela continuou quieta, fechei a porta e caminhei até a cama.- Malu? -ela não respondeu, mas eu ouvi seu choro e soluços.- Não fica assim... -puxei a coberta e me enfiei por baixo, abraçando minha irmã bem apertado pela cintura.- Malu... não chora assim, eu choro também.
_ Você fala isso porque no seu aniversário a mãe estava do seu lado o tempo inteiro... e eu?
_ Aconteceu, ué. Eles estão fazendo de tudo para voltarem hoje...
_ Sei bem o tudo. -foi sua última frase antes de voltar a chorar. Ficamos ali um bom tempo, muito tempo mesmo até ela dormir e eu levantar pra fazer xixi.


  Voltei para o meu quarto e liguei pro Leo, ele estava em casa mesmo. Primeiro me desculpei por ter acordado ele tão cedo, depois pedi pra ele passar na padaria e comprar umas coisinhas para vir tomar café conosco (já que a Maria ainda estava de férias). 
  Desci e troquei a água do Thor, coloquei mais ração para ele e fui lavar as mãos para mexer nas coisas da cozinha.
  Montei a mesa com as louças contadas, para mim, Maria Luísa, Arthur, Julia e Leonardo. Arrumei até uma vela de unicórnio para colocar no cupcake que pedi pro Leo trazer.


_ Bom dia, Melissa. -Julia me cumprimentou com um aceno.- Acordou cedo hein. -bocejou.
_ Aniversário da Malu, tô preparando o café.
_ Precisa de ajuda?
_ Ajuda é sempre bem vinda. -dei de ombros e ela não correu. Lavou as mãos e me ajudou em mais algumas coisinhas.
_ A campainha tá tocando.
_ É o Leo, vou lá abrir. -peguei o pano de prato para secar as mãos e corri para abrir a porta e dar de cara com um noivo com a cara inchada, mas cheio de sacolas e com um urso de pelúcia abraçando um coração cheio de chocolates.- Então a Malu ganha presentes, é isso?
_ Ela me defende, corre comigo. Ela merece. -me deu um beijão.- Cadê?
_ No quarto, chorou tanto tadinha.
_ Não é TPM, não né? Porque porra... é foda.
_ Leo!
_ Deixa eu entrar, vai. -dei licença e deixei que ela entrasse para eu fechar a porta e terminar de pôr a mesa.
_ Pronto, tudo certo.
_ Leo me solta, você vai me derrubar no chão! Melissa! Olha o Leo! -escutei os gritos e não demorou para eu ver meu noivo com ela sobre os ombros.
_ Chegamos! -disse pondo Maria Luísa no colo, segurando sua cintura e as pernas.
_ Parabéns pra você! -Arthur chegou batendo palmas e puxando o bonde. Cantamos parabéns, acendi a vela para ela soprar e em seguida Leo entregou o presente dela.- Puxando o saco da cunhada, você já foi melhor alemão.
_ Malu é de anos. -beijou seu rosto.- Mas eu quero discurso.
_ Discurso nenhum, apenas muito obrigada. -disse com os olhos marejados.- E tô com fome (risos).
_ Gorda, só come.
_ Cala a boca, come mais. -enfiou um suspiro na boca dele.- Isso aqui tá gostoso. -mordeu um marshmallow.
_ Olha a foto! -falei erguendo o celular.
_ Tô horrível, descabelada. -Julia disse segurou o braço do meu irmão.
_ Tá linda, amor.
_ Não tá não, ele mente. -Malu disse rindo.
_ E aí, o que tem pra hoje Maluzinha?
_ Nada.
_ Você não ia levar ela pra dar uma volta, amor? -perguntei colocando a mão no ombro do Leo.
_ Ia, só ia passar em casa pra tomar aquele banho e trocar de roupa.
_ E posso saber onde é que nós vamos?
_ Vem comigo. -piscou.- Consegue se arrumar em uma hora?
_ Consigo.
_ Fechado. Loira, vou indo nessa então. -disse me dando um selinho e se levantando.- Uma hora hein cabeção. -bagunçou o cabelo dela e saiu.


  Ainda fiz uma horinha na mesa e levantei quando todos haviam comido. Retirei as coisas, deixei a louça toda na pia para o Arthur lavar e subi para tomar um banho.

_ Melissa, pra onde o Leo vai me levar?
_ Não faço ideia.
_ Sabe sim, me conta Mê!
_ Não sei, de verdade. -falei secando os cabelos, ainda enrolada na toalha.- Mas divirtam-se.
_ Você não vai?
_ Não senhora. -respondi e ela saiu desconfiada.

Não deu meia hora e o Leonardo já estava lá embaixo buzinando, enchendo meu saco mandando mensagem e ligando.
_ Oi, amor.
_ Tô aqui já. Vou levar ela no shopping.
_ Af, pensei que você fosse mais criativo.
_ Pensei num parque, mas essa hora?
_ Hopi Hari.
_ Ah, tá. Já estou lá...
_ Lá pelo menos tem brinquedos, você odeia ficar pulando de uma loja em outra e assim... minha irmã ama gastar.
_ Tô com a carteira preparada, ela não gastando mais que você tá tranquilo.
_ Como você é ridículo, Leonardo.
_ Tô brincando, você nem gosta de gastar meu dinheiro.
_ Disse bem, seu dinheiro. -falei sentando na cama.- Acha que uma festa surpresa vai ficar muito na cara?
_ Na sua casa sim.
_ Eu não vou alugar um salão, a festa dela é sábado agora.
_ Não rola uma balada?
_ Ela ainda é menor de idade, sabia?
_ Mas é filha do Luan Santana, conheço uma show.
_ Aí não sei... se ela for vai querer levar alguma amiga.
_ Caroline!
_ Tá sabendo bem hein, Leonardo.
_ Ah não, você não tá com ciúmes de uma menina de 15 anos, né?
_ Não, seu tonto.
_ Acho bom, odeio mulher ciumenta. -fiquei quieta e ele começou a rir.- Te amo, tá? Tchau, ela chegou.
_ Bom passeio pra vocês.




Narrado por Maria Luísa
  Acordei com a ligação da minha mãe e chorei muito, muito mesmo. Eu sei que imprevistos acontecem, mas era meu aniversário e eu tinha sim o direito de ficar puta, chorar... mas mesmo assim minha irmã deu um jeito de me arrancar um sorriso, fora que ela ficou me abraçando e falando coisas fofinhas.
  Gostei muito do nosso café da manhã e estava curiosa demais para saber onde estava sendo levada pelo Leo. Fui bem a vontade, shorts, all star e camiseta.


_ Feliz aniversário, né pequena? -me abraçou forte assim que entrei no carro, antes de eu colocar o cinto.- Tudo de maravilhoso pra você e nada de namorado, nem aquele safado que tava te agarrando aqui na frente.
_ Ai Leo, você é desnecessário... tava falando tão bonitinho.
_ Eu falo bonito, ando bonito, faço tudo bonito. -piscou.- Vai, põe o cinto ai.
_ Não vai falar?
_ Shopping?
_ Ah não, sério?
_ Parque de diversões?
_ Aí eu quero, sério?
_ Fazer o que né... o aniversário é seu, você que escolhe.


  Eu não coloquei muita fé que iríamos para um parque, mas nós fomos e por ser dia de semana  mesmo em mês de férias, estava "tranquilo".

_ Tá, vamos comprar os VIPs porque eu não fico numa fila mais de uma hora nem fodendo.
_ Ô boca hein.
_ Linda, limpa...
_ Quero ir em todos.


  Eu passei um dia praticamente inteiro com o meu cunhado, não consegui atender ligações por conta do barulho e nem responder mensagens pela adrelina de correr da fila de um brinquedo para outro. Correr mesmo, de chegar ofegante do outro lado. Mas foi gostoso, saímos de lá antes de anoitecer e fomos comer no shopping perto de casa.

_ Para, que saco. -ele não me deixava comer e ficava tirando foto, gravando vídeos.
_ As pessoas querem saber como é fazer 15 anos, conta pra gente.
_ Chato. -cobri o rosto com as mãos e ele rindo.- Leo!
_ OK, parei. -colocou o celular na mesa.- Tô podre, querendo cama.
_ Eu também, mas um banho antes.
_ Sem dúvidas... olha a rota lingando. Oi, loira, estamos no shopping... Comendo ué, rodamos aquele parque inteiro... daqui a pouco. Tá bom, tchau.
_ Espero que minha festa surpresa já estava pronta.
_ Também viu, quero comer salgado de festa. -falou tranquilo. Terminamos de comer, ele pagou a conta e nós fomos para o carro e seguimos para casa.


  Abri a porta e estava tudo aceso, o único que fez festa quando eu cheguei foi o Thor. Fora isso, nada de anormal.
  Melissa estava sentada no sofá, Julia pintando as unhas e meu irmão no vídeo game.


_ Cadê meu bolo surpresa?
_ Cantamos parabéns de manhã. -Melissa se defendeu.- Até pensando em jantar fora, mas o Leo disse que vocês estavam cansados.
_ Ah, vamos poxa! Eu quero.
_ Então sobe, vai tomar um banho fedida.
_ Fui...




Narrado por Melissa
  Liguei pra minha mãe que conhecia muito mais pessoas que eu e falei da ideia de levarmos a Malu numa balada. Primeiro ela me deu um sermão, coisa que ela não costumava fazer, mas depois passou o telefone de um amigo que tinha uma casa noturna e disse que era pra combinar com ele.
 Entrei em contato, reservamos um camarote e fechei com 15 pessoas dentre elas só a Malu, Caroline e a Letícia eram menores de idade e precisou de toda uma "autorização" para liberar a entrada das bonitas. Bom, o esquema estava todo formado. Sairíamos de casa às 23h30.

  Enquanto ela tomava seu banho, coisa que iria demorar uma vida, escolhi uma foto dentre muitas as que tínhamos para escrever algumas coisinhas no Instagram. Leonardo não ficou atrás, eu abri o aplicativo e estava lá a legenda dele com uma foto linda dos dois, um grude que só. Deixei minha postagem e mandei mensagem para as meninas para saber se estava tudo certo e elas disseram que estavam a caminho da minha casa. Ótimo.

_ Você não ia na sua casa, Leo? -perguntei vendo-o deitado no meu colo no sofá.
_ Tô cansado, loira. Brinquei pra caralho hoje, corri muito.
_ Não tô acreditando que você vai ficar em casa, Leonardo. -cruzei os braços.
_ Eu vou, mas não vou ficar muito não.
_ Ah, você que sabe. Levanta um pouco, eu vou me trocar... as meninas já estão chegando.


  Subi as escadas e fui para o meu quarto, a roupa que vestiria estava em cima da cama, sapatos no chão e acessórios na penteadeira. Tirei o pijama e coloquei uma calcinha pequena, escolhi um vestido com alcinha bem fininha e coladinho ao corpo, todo preto. Saltos pretos também. Pulseiras, brincos e cabelos soltos. Maquiagem básica, exceto meu batom bem cheguei.

_ Melissa, não trouxe nada de maquiagem. -Julia apareceu na porta quase pronta senão fosse os chinelos e o cabelo preso em um coque.- Empresta?
_ Empresto sim, entra aí. Está tudo na penteadeira. 
_ Obrigada. -respondeu se sentando e começando a make toda.
_ Eu vou descendo, mas qualquer coisa grita.
_ Tudo bem.


  Cheguei na sala e o Leo não estava mais lá, nem meu irmão. Escutei a buzina e segurei o Thor na hora de abrir a porta, eram as meninas, Carol e Letícia. Falei rapidamente com a mãe da Lê e entramos, pedi que elas fizessem silêncio.

_ Corpão hein, Melissa. 
_ Achou?
_ Uhuum, esse vestido ficou maravilhoso. Combinou com você.
_ Valeu, também gostei dos looks de vocês. Mas estão perigosas, viu?
_ Nada a ver, tô de calça. -Letícia se defendeu.
_ E essa blusinha de periguete?
_ Ah, faz parte. -respondeu rindo.- E minha amiga hein? Cadê?
_ Terminando de se trocar, senta e espera... vocês jantaram antes de vir? -perguntei já pensando no que iria fazer para elas comerem.
_ Minha mãe levou a gente no drive-thru comemos lanche.
_ Olha lá é openbar, se controlem.
_ Vou tomar caipirinha só. -Letícia dizia.
_ Caipirinha? Gente, nem eu bebo assim... -falei besta e elas rindo.- E você, Carola?
_ Água, porque o importante é ficar hidratada. -gargalhamos juntas.- Mas relaxa, Mê. Vamos nos comportar.
_ Assim espero. -falei me sentando no sofá.
_ Mê, tô pronta. Vamos? -ela desceu toda perfumada, vestido e tênis (isso sempre), maquiada e com os cabelos com alguns cachos.
_ Uau, você que fez esse cabelo?
_ Não, a Julia quem fez pra mim. Ficou bom, né? -perguntou passando a mão.- Ela é boa nisso.
_ Ótimo.
_ Amiga, parabéns!


  O tempo de ela cumprimentar as amigas foi o mesmo que o Leo levou para chegar na minha casa. Deixei o Thor dormindo quando saímos, tranquei a porta e fomos para o carro do meu pai. O Durango, por saber que ele acomodaria melhor nós oito.

_ Não vamos no P6, né?
_ Não, graças a Deus. -Leo comemorou.
_ Obrigada. -agradeceu.
_ Vocês estão muito cheios de querer, isso sim.
_ Ih, Melissa tá falando igualzinha a mãe. Tá ficando velha.
_ Seu passado, Arthur. Ele tá velho (risos).


  Leonardo rodou, enrolou até não dar mais até que chegamos em frente a casa noturna. Maria Luísa não estava nem acreditando, mas ficou na dela cochichando com as amigas. Ele estacionou e eu fui até o segurança e fiz conforme tinha combinado com o conhecido de mamãe, paguei e peguei as pulseiras. Voltei para onde estavam os outros e esperamos até que toda nossa galera chegou e nós subimos.



Narrado por Maria Luísa
  Um camarote VIP.
  Minha irmã pra organizar surpresas era a melhor pessoa do mundo, nossa senhora! Uma festa, nem parecia ser quarta-feira.


_ Parabéns, Maluzinha! -Henrique me abraçou forte, apertando muito.- Tudo de muito bom, linda. -beijou meu rosto e sussurrou no meu ouvido.- Tô me segurando pra não beijar sua boca agora.
_ Obrigada, Rique. Fico feliz que você esteja aqui. -pisquei.- Também quero beijar você. -e me afastei.
_ Eu vi, e acho bom você parar. -Arthur mudou, estava todo de cara fechada e me olhando de lado.
_ Ei, ei, ei. Vamos parar, né? -Melissa percebendo o clima querendo se formar, interveio.- Estamos aqui para nos divertir em amigos!
_ Amigos? -riu ironicamente.
_ Arthur, para com isso.
_ Para com isso você, olha a idade dele. -falou ainda mais sério, dando as costas e indo para a grade.
_ Mal chegamos... -comentei.
_ É ciúmes, relaxa. -falou tranquila.- É seu aniversário, poxa. Aproveita!


  Sim, minha irmã mais velha deu carta branca.
  Sabe o que isso significa? Eu sei. Diversão a noite toda.
  Eu não gosto de beber, pelo menos não me desperta o interesse em encher a cara. Eu gosto de dançar, dar risada... essas coisas. E foi o que eu fiz. Nesta noite eu me desliguei real da internet e me deixei levar, dancei, cantei, pulei... me diverti muito. E me dei conta disso quando sentei um pouco para descansar, Henrique estava ao meu lado e nós nos beijamos.


_ Hmmm... meu irmão tá aqui, esqueceu? -falei rindo.
_ Com a namorada dele. -falou me dando selinhos, mexendo no meu cabelo, voltando a me beijar.
_ Mas...
_ Mas nada, me beija. -mordeu meus lábios e eu retribuí beijando-o com ainda mais vontade, sentei na perna dele e ficamos um tempinho assim.- Eu poderia te dar um presente de aniversário sabia?
_ Posso saber qual?
_ Uma aliança. -eu ri.- É sério...
_ Não acho que combinaria, não tô pronta pra isso.
_ Namorar?
_ É. Tô na fase conhecer, curtir...
_ E não poderia ser comigo?
_ Pode, mas sem a pressão de um relacionamento... estamos indo bem assim... do jeito que estamos.
_ Se você diz. -deu de ombros e voltou a me beijar, pôs a mão na minha nuca e puxou um pouco meus cabelos me deixando arrepiada e com um pouco de calor. Senti a mesma coisa na casa dele aquele dia.- Gostosa, essa boca...
_ Eu fico sem graça você falando desse jeito.
_ Não deveria. -com a outra mão apertou minha coxa e foi gostoso, eu sorri entre outro beijo e nos afastamos.- Quer tomar alguma coisa?
_ Ainda não, vou ir no banheiro. -levantei e fui. Na minha volta estava tocando uma sequência de funk e até minha irmã dançou, foi muito bom. Saímos de lá com os pés cansados, suada e cabelos presos.
_ Eu poderia te deixar em casa, né?
_ Porra, Henrique dá um tempinho vai. -Matheus falou rindo, dando um tapa no ombro dele.- Já beijou demais, tem nada de levar pra casa não.
_ Vocês são chatos, hein. -falei fazendo bico e minha irmã riu, mas não disse nada, foi buscar o carro com o meu cunhado. Os meninos tinham vindo com o Rique e voltariam com ele, se despediram e foram embora assim como as meninas com os namorados. Carol e eu estávamos exaustas, Letícia tinha sono, mas estava mais inteira que nós duas.- Por hoje é só. -falei pegando o celular e desbloqueando, liguei os dados móveis e esperei uns minutos para carregarem as notificações.- Não respondi ninguém ainda, acredita?
_ Sim, acredito. -Carol disse bocejando.- Vem cá, sai namoro ou não sai?
_ Com quem? Comigo?
_ Comigo, Maria Luísa. Eu que tô pegando o Henrique né? -tapei a boca dela e a Lê deu risada.
_ Ah, estamos ficando... ficando, meu pau detesta isso.
_ Ele sabe que você não é mais BV.
_ Saber ele sabe, mas não comenta. -dei de ombros.
_ Você é novinha pra namorar, tem que aproveitar mais... -Julia se envolveu no assunto e eu olhei meio de lado, mas continuamos a conversa até a Melissa lembrar que tínhamos que ir embora pra casa.
_ Aí, como você tá gay, Leonardo. -segurei seus ombros e beijei sua bochecha aproveitando o semáforo fechado.- E essa foto?
_ São Miguel, chatinha.
_ Você me ama, a verdade é essa. Sou a melhor cunhada que você tem na vida.
_ Tá lado a lado com a Nena, vai. -riu.- Ela chora quando eu vou embora.
_ Não tô nessa fase mais né? São anos de relacionamento (risos).
_ Vocês dois são ridículos. -Melissa resmungou pegando o celular dela.
_ Ah, fedô... não fica com ciúmes, vai. É que ele foi tão lindinho... você viu?


@leopicon: 15 anos do dia que você nasceu. Desculpe o transtorno, preciso falar da Malu. Amo você e odeio ser repetitivo, mas ver você crescer é encantador! Sou um cunhado apaixonado por você que me enche de orgulho com toda esse carisma, esse carinho e essa cumplicidade. Feliz aniversário, Maria Luísa. ❤️


_ Não sei vocês, mas eu amo meu cunhado. Leo, casa comigo vai (risos).
_ Da minha mensagem de aniversário ninguém fala nada. -Carol revirou os olhos.
_ Aí amiga, é que a dela apareceu primeiro... tô lendo as outras agora. 
_ Mentirosa, safada. -dei risada.- E seu namoradinho, mandou alguma coisa?
_ Troxa. -foi a minha vez de revirar os olhos antes de mudar de assunto e durante o caminho ir mostrando outras mensagens, lendo para eles.- Mê, eu tô cansada. 
_ Tô morta também, nossa. -ela disse bocejando, Leo era o único tranquilão, sem sono no carro.


  Chegamos em casa e meu irmão subiu com a namorada, Leo ligou a TV e minha irmã foi tomar banho. Eu e as meninas subimos para o meu quarto depois de passarmos na cozinha e fazer uma boquinha.
  Fechei a porta, trocamos de roupa e nos sentamos na cama. O sono pareceu ter ido embora e começamos a comentar sobre a balada, rir e essas coisas.


_ Socorro, estão ouvindo isso? -Leticia perguntou pedindo que fizéssemos silêncio e fizemos.- Gente, seu cunhado hein... -me joguei na cama cheia de vergonha e coloquei o travesseiro no rosto.
_ Isso são gemidos? -Carol correu para a porta e ainda abriram bem devagar, ainda apagaram a luz do quarto.
_ Qual a graça de escutar minha irmã transando com o noivo?
_ Mas tá vindo dos dois quartos. -Carol disse pasma.- Ô família hein.
_ Concurso de quem geme mais alto, Melissa tá ganhando hein...
_ Ah, porque se sente mais a vontade né. A Júlia está na casa da sogra, ainda tá tímida (risos).
_ Vocês são ridículas, nossa.
_ Em casa nem meu pais transam.
_ Ou você quem não escuta. -dei de ombros e voltei minha atenção para o celular. Henrique ainda estava online e tinha acabado de postar um status e eu comentei sim.
_ Hmmm então quer dizer que a aniversariante ainda não dormiu? -respondeu com o áudio.
_ Sem sono, me distrai conversando com as meninas.
_ Poderia ter se distraído de outro jeito. -riu.
_ Com certeza, comendo por exemplo. -ri antes de enviar, trocamos mais algumas mensagens antes de ele dizer que iria tomar banho e dormir.


  As meninas voltaram a cama e foi a hora de falar besteiras, Letícia estava contando de um boy que ela tinha dado uns beijos e que ele havia mandado mensagem querendo vê-la outra vez. Caroline soltou uma bomba na verdade, disse que antes da virada do ano quase perdeu a virgindade com um "amigo" dela,  que só não fez coisinhas porque bem na hora o pai dela ligou dizendo que em cinco minutos chegava pra buscar ela.

_ Tão nova. -brinquei.- O mais perto que eu cheguei de sexo foi na casa do Rique, que eu contei pra vocês.
_ Queria entender porque você não retribuiu.
_ Porque não, credo.
_ Credo? Ele não falou credo na hora de te chupar e você bem gostou.
_ É que eu não sei explicar. Foi uma coisa diferente, diferente das outras sensações que havia tido. Não tive coragem, quem sabe numa próxima. -dei de ombros.
_ Safadinha você tá hein.
_ Ah, minha irmã me deu umas dicas.
_ Você contou? Você é doida?
_ Eu conto tudo pra Mê, tudo mesmo. Desde o berço é assim.
_ Aí que legal, minha irmã não fala nada... ela nem sabe que não sou mais BV. -Leticia riu.- Minha mãe sim.
_ Por falar em mãe... você contou?
_ Ela não voltou de viagem, né... então não sabe de nada e acho que nem vai.
_ Ué, sua mãe parece ser muito liberal.
_ Toda mãe é até a página seguinte...

Engraçado como o assunto muda e depressa, isso é bom. Foi um gatilho para o sono que não demorou a chegar, nos ajeitamos na cama e dormimos.







~.~
Hmmm rolou uma bad com os papais que não conseguiram voltar de viagem, mas também rolou um dia cheio de diversões, primeiro no parque depois na balada. Ê Malu, tá crescendo rápido demais! ❤️


domingo, 7 de janeiro de 2018

Capítulo 247

Narrado por Maria Luísa
  Não aguentei a madrugada toda acordada, até porque eu estava cansada do dia todo. Então quando minha mãe disse que ia deitar com a minha irmã eu aproveitei a carona e desci.
  Tirei o vestido, sutiã, coloquei uma calcinha e pijama, escovei os dentes e cama.


_ Tudo bem, Malu?
_ Comigo sim, por que? -franzi a testa.
_ Não te vi falar nada desde que sua irmã trocou a aliança.
_ Ela é nova. -minha mãe riu.
_ E isso é um problema?
_ Não um problema, mãe. Mas não acho que ela deveria se casar antes de terminar a faculdade.
_ Também não, mas ela é madura e vai saber o momento certo.
_ Amém.
_ Mais alguma coisa?
_ A Julia disse que daqui uns meses poderia ser ela e meu irmão.
_ Nunca nessa vida, seu irmão nem na faculdade entrou ainda.
_ Mesmo se tivesse entrado, ele não vai casar com ela. Eu não gosto dela, mãe.
_ Motivo específico?
_ Meu senso de irmã não falha, pra mim aquela cara de anja não me engana. 
_ Seu pai diz que é puro ciúmes nosso.
_ Confesso que também, quando a Melissa começou namorar o Leo eu também fiquei meio assim... mas ele era praticamente da família, estava nos almoços, nos aniversários... eu já estava familiarizada. Agora quem é essa garota?
_ Aí Malu, melhor irmos dormir. Não é?
_ A senhora querendo mudar de assunto? Mãe, a senhora está me traindo sabia?
_ Sei que você tem que falar baixo pra não acordar a Helena e que eu tô com sono.


  Nos ajeitamos, ela apagou a luz e nos deitamos na cama. Minha mãe apagou assim que se acomodou, e eu fiquei no celular um tempo ainda.
 Recebi e respondeu mensagens de amigos, principalmente no grupo da escola. E também recebi uma mensagem do Rique desejando uma boa entrada de ano, respondi desejando o mesmo e por ele estar online trocamos mais algumas mensagens. Ele perguntou como tinha sido o natal e como estava sendo o primeiro dia de ano novo.


_ Mentira que você vai ficar em casa, pensei que fosse viajar. -mandei áudio.
_ Ia mesmo, mas meus pais desistiram no dia 30. Ligaram para alguns amigos e resolveram passar a virada em um hotel aqui perto.
_ E tá legal pelo menos?
_ Ah, tá tranquilo. Tem uns colegas aqui mais ou menos da minha idade... então tá de boa.
_ Poderia ter vindo pra Alagoas com a gente. Além de ser lindo aqui, meu irmão ia curtir a companhia do amigo.
_ É, mas agora ele namora. 
_ Grande coisa. -riu.- Nada contra ela, juro.
_ Imagino que não mesmo (risos), vocês mulheres...
_ Nada a ver, é cuidado de irmã.
_ Seu irmão também fala isso quando a gente pergunta pra ele se você é solteira.
_ Mentira, sério?
_ "É solteira e vai continuar solteira, nem vem.
_ Ríspido, né? -ri.- O papo está ótimo, mas tô com sono. Boa festa aí e boa noite, Rique.


  Ele já não estava mais online, bloqueei a tela do celular e aí colocar em cima do criado mudo quando ele vibrou e pude ler a mensagem "bons sonhos Maluzinha, boa noite".
  Nem abri, guardei o celular e dormi.

  No dia 01 de manhã acordei e quase pisei em cima do meu pai que estava em um colchão no chão do lado da cama. Fui ao banheiro, usei. Escovei os dentes, lavei o rosto e tirei a maquiagem e passei uma escova nos cabelos.

_ Malu eu quero fazer xixi. -minha irmã batia na porta.- Abre aqui.
_ Tô abrindo. -falei girando a chave no trinco.- Bom dia, Nena.
_ Bom dia, Malu. -e entrou levantando o vestido e baixando a calcinha.- Aí levanta aí, Malu!
_ Tô levantando, calma. -levantei a tampa do vaso e ela se sentou e ficou me olhando.- O que?
_ Deu vontade de fazer cocô.
_ Aí credo, sua nojenta! -falei levantando e saindo de perto.- Nem espera eu sair.
_ A mamãe falou que não pode ter vergonha, que fazer cocô, é saúde.
_ Duas nojentas, tchau. -e sai.- Bom dia, pai. -ele estava sonolento, ainda deitado.
_ Bom dia, dormiu bem?
_ Eu sim, já o senhor... tá com uma cara.
_ Ressaca. -virou para o outro lado.- O que a Nena está fazendo?
_ Cocô, pai.
_ Ah, tá. Deixa ela lá... -falou levantando do colchão e indo para a cama, deitou e abraçou minha mãe que já estava acordada.- Amor...
_ Não vem não, bebeu porque quis. Eu falei pra tomar pelo menos um engov antes e você fez de surdo.
_ Eu esqueci, amor.
_ Problema seu, vai ficar com dor de cabeça pra aprender. -tive vontade de rir, mas me contive. Falei que ia voltar para o meu quarto e tomar um banho.
_ AI MEU DEUS, VOCÊS ESTÃO PELADOS! -foi a primeira coisa que eu gritei quando fechei a porta e acendi as luzes por estar tudo escuro no quarto.
_ Para de gritar, não fizemos nada demais.
_ Nada demais? Eu dormia nessa cama, sabia? -falei cruzando os braços, virei de costas e ela falando.- Eu vou pro quarto da mãe, aí tchau. -bati a porta e voltei para o quarto dos meus pais.
_ Não ia tomar banho, Maria Luísa? -minha mãe perguntou.
_ Posso tomar banho aqui e dormir aqui hoje?
_ Ué, não disse que queria ficar no quarto com a sua irmã?
_ Em casa a gente te vai ter tempo para dormir juntas. Se bem que...
_ Que?
_ Nada não mãe, onde tem toalha?
_ No armário debaixo da pia.
_ Fui. -entrei e fechei a porta, encostei e sacudi a cabeça tirando aquela imagem da minha cabeça. Eu vi meu cunhado e minha irmã pelados, pelados em cima da cama que eu estava dormindo com ela. Aí credo!
_ Filha, abre aqui. -minha mãe deu batidinhas na porta e eu abri toda desconfiada.- O que tá acontecendo?
_ Nada mãe.
_ Nada? Eu te conheço. Anda, fala logo...
_ Eu entrei no quarto e... -sussurrei.- vi a Melissa na cama, pelada com o Leo. -cochichei.
_ Malu...
_ Não sou obrigada, é intimidade demais. -me arrepiei toda.- Não volto pra lá.
_ (riu). Olha, filha. Eu vou conversar com a sua irmã, mas vou te contar uma coisinha... quando você experimentar não vai querer parar mais.
_ Mãe, preciso tomar banho. Tchau, te amo.
_ Hmmm tá fugindo, é? 
_ De que, mãe? Tá doida?
_ Tá ficando com alguém Maria Luísa? -senti minhas bochechas esquentarem e ela começou a rir, rir muito.- Quem é ele?
_ Não estou ficando com alguém, a gente ficou uma vez e nos falamos as vezes.
_ Eu conheço?
_ É o Henrique, mãe. Satisfeita?
_ O amigo do seu irmão? -fiz que sim com a cabeça.- Acho ele uma gracinha, gostei.
_ Gostou de nada mãe, não somos namorados. Só beijamos na boca, apenas.
_ Tudo começa assim, com um beijo.
_ Ah tá, até parece mãe.
_ Toma cuidado hein, Maria Luísa.
_ Eu ia tomar banho, sabia?
_ Já está se depilando?
_ Mãe!
_ Tô saindo, tchau.


  Assim que minha mãe saiu eu pude tomar um rápido banho. Lavei os cabelos e depois de tirar todo o sabonete do corpo me enrolei na toalha, desliguei o chuveiro e sai.

_ Até que enfim, que demora da por...
_ Luan! -minha mãe o repreendeu, olhando para a Nena que estava bem atenta ao que ele dizia.
_ Fui. -e entrou no banheiro. Sentei na beirada da cama e peguei meu celular.- Vai se trocar, guarda esse celular.
_ Perai, mãe.
_ Agora, Maria Luísa. -quis revirar os olhos, mas não o fiz. Levantei e troquei de roupa, vesti biquíni e shorts. Peguei a regata do meu pai e estava pronta depois de calçar os chinelos.
_ Pronto dona Fernanda.
_ Ótimo, agora junta suas bagunças. Tô esperando seu pai pra gente tomar café.
_ No restaurante?
_ Não, lá na cobertura mesmo. Pedimos para servirem lá, assim todos podemos comer juntos.
_ Então eu vou subindo. Leninha, vamos tomar café?
_ Não gosto de café, Malu.
_ Tem suco pra você, pão de queijo...
_ Tchau mamãe, preciso muito tomar café. -levantou largando a boneca lá e indo em direção a porta. Peguei o celular e fui junto, fechamos a porta do quarto... cumprimentei o Well desejando bom dia e subimos de elevador até a cobertura.
_ Bom dia Bela Adormecida. -meu avô Hugo brincou.
_ Bom dia vô, bom dia vó Ana. -beijei o rosto dele e me sentei na mesma mesa.- Cadê todo mundo?
_ Do jeito que foram dormir tarde duvido muito que apareça alguém para o café.
_ Vovô, tem pão de queijo?
_ Tem minha princesa, vamos lá com o vovô pegar.
_ Vô, faz meu prato? -pedi toda fofa, ele assentiu e foi. Minha vó já estava comendo, eu peguei o celular e ela "tossiu".
_ Ô mania feia, né?
_ O que vó?
_ Não largar o celular nem pra comer, isso é vício sabia?
_ É nada vó, só estava vendo as mensagens que me mandaram ontem ué.
_ Não pode fazer isso depois de comer? -ergueu as sobrancelhas e eu revirei os olhos, mas bloqueei a tela e esperei meu avô voltar com a comida e meu leite com café.


  Comemos nós quatro, aí depois subiram meus pais, o tio Rober com o Bê e a tia Isa. Dei meu lugar para os outros e sentei na beirada da piscina, vi meus irmãos chegarem acompanhados e sentarem na mesma mesa. Nicolas e a Laura chegaram juntos também, minha tia Bruna, o Lucas, e de um a um foi enchendo o espaço.

_ Buuh! -assustei quando o Leo pegou meus ombros fingindo que iria me jogar na água.
_ Besta!
_ Óia, tá bravinha tá? -apertou minhas bochechas.
_ O que foi hein? Vai tomar seu café...
_ Vim me desculpar por mais cedo. -sentou do meu lado, continuei olhando para a água.- Ei, olha aqui.
_ Não, tô com vergonha por vocês. Nossa gente! Meu quarto, meu.
_ Estávamos comemorando né. -riu.- Ficamos um tempo na piscina, quando descemos você não estava no quarto... ai não deu outra, aproveitamos.
_ Mesmo assim, credo. -me arrepiei inteira mais uma vez ao relembrar a cena.
_ Ah, não faz assim. Tô me sentindo péssimo, já. Pegamos pesado, mas não fizemos nada demais.
_ Aí não fala mais disso, por favor. Tá tudo bem, minha mãe falou que é normal.
_ Você contou?
_ Ela ficou perguntando e perguntando e perguntando... -acabou que conversamos, ele tirou o celular da minha mão, me empurrou na água e eu segurei no braço dele e caímos os dois.- Trouxa!
_ Caralho, Malu. Minha carteira estava no bolso.
_ Mentiroso. -ri.
_ Que bonito as crianças na água depois de comer.
_ Ele que me derrubou, pai. Me ajuda aqui. -meu pai estendeu as mãos e eu subi, tirei a roupa e fiquei só com o biquíni.
_ Minha nossa senhora, olha isso meu pai.
_ O que foi, pai?
_ Tá pequeno, não acha?
_ Não.
_ Então tá bom, eu vou comer. -e saiu. Olhei para a água e Leo dava risada, ri também.
_ É mulher demais pro meu sogro administrar, tá louco.
_ Fica quietinho, fica. -falei pegando a roupa molhada, meu celular e indo sentar na sombra.
_ Olha o tamanho da bunda dessa menina, Fer. -minha tia Bruna falou.
_ Não fala não, cunha. Fala não que meu marido nem dorme de preocupação (risos).
_ Tô ficando velho, peguei essas meninas no colo cara. -tio Dudu falou coçando a cabeça.
_ Elas cresceram muito rápido. -minha mãe disse.- Melissa tá até noiva, minha bebezinha.


  O dia se resumiu no convívio com os amigos e familiares. Ai no dia 02 uma galera foi embora e no dia 03 depois do almoço nós voltamos para São Paulo.
  Um calor que não tinha igual, eu estava grudando de tanto suor e cansada de ter ficado no aeroporto porque nosso voo atrasou pra cacete e de quebra pegamos um trânsito lentíssimo para chegarmos em casa.


_ Amém, chegamos Thor. -soltei meu cão pela casa e me joguei no sofá, exausta.
_ Mamãe, tô com sono.
_ Quer tomar um banho antes de deitar? -ele assentiu e as duas subiram. Meu irmão sentou no outro sofá com a namorada e ficaram se pegando. Meu pai e o Leo ajudaram o tio Well trazerem as malas para a sala e Melissa foi a última a entrar, toda chata e caçando motivo pra brigar com deus e o mundo.
_ Melissa, já deu. Cê tá nervosa? Vai tomar uma água, um banho, dormir... ninguém tem culpa, nem é obrigado não. -meu pai falou todo sério e ela subiu ainda mais puta.- Valeu, negão. Boas férias, cara. -se despediram e ele foi embora.- Bom, tô subindo.
_ Pai! Queria esfiha.
_ Toma, a senha você sabe. -jogou o cartão e subiu.


  Ainda estava cedo, deveria ser pouco mais que 18h.  Liguei no Habib's e fiz meu lindo pedido, não esquecendo do beirute da minha mãe. 
  Deixei o cartão em cima do criado mudo e subi para tomar um banho, trocar de roupa e ir comer.


_ Mãe, tô com cólica. -falei invadindo o quarto do meu casal.
_ Tomou o Buscopan?
_ Não. O que estava na minha bolsa acabou.
_ Aqui tem, pega aqui na gaveta. -apontou com a cabeça, abri a gaveta e quase não achei o remédio no meio daquele monte de preservativos.- Achou, xereta?
_ Sim. -falei pegando um comprimido e devolvendo a caixinha de volta na gaveta.- Pedi seu beirute, mãe.
_ Obrigada, tô com fome mesmo. Pediu quantas esfihas?
_ 60 de carne e 30 de queijo.
_ Maria Luísa, que exagero filha.
_ Ah, olha o tanto de gente... todo mundo quer comer.
_ Tá certo. Quando chegar me dá um toque, vou deitar um pouco.
_ Vai dormir, né?
_ Acho que sim. -bocejou.- Se não melhorar da dor me avisa. -disse pendurando a toalha e subindo na cama, abraçou meu pai e fechou os olhos.


  Desci com a toalha enrolada na cabeça, descalça. Sentei e fiquei vendo TV com o pessoal até a campainha tocar, peguei o cartão e quando abri a porta levei um sustinho.
  Henrique estava em pé na minha porta.


_ Não vai falar comigo não? -riu.- Feliz ano novo. -me abraçou.
_ Feliz ano novo, tudo de bom Rique. -retribui o abraço e lhe dei um beijo no rosto.- Entra, aí. Meu irmão está na sala.
_ Beleza. -e foi entrando. Fechei a porta e voltei, mas fui direto para a cozinha. Tomei água, sentei na bancada e fiquei fazendo hora até minha irmã gritar da sala que o motoboy tinha chego para fazer a entrega.
_ Obrigada, boa noite. -agradeci e fechei a porta.- Sai Thor, não pula. -falei para ele que ficava pulando e passando entre as minhas pernas.
_ Vem cá, amigão. -Leo o chamou e ele nem aí. Deixei as esfihas na mesa de centro da sala, levei para a cozinha só o beirute da minha mãe. Peguei na geladeira o refrigerante, no armário os copos e voltei para a sala.
_ Agora já podem levantar e se servir, não vou servir ninguém. -enchi meu copo, sentei no tapete e comecei comer.


  Os minutos foram passando e eu assistindo o filme, mas de orelha em pé para a conversa dos bonitos. Henrique falando que não sei quem iria fazer aniversário e como os pais dele iriam viajar, a festa seria na casa dele. Meu irmão confirmou presença junto com a namorada, Melissa foi convidada e não deu certeza se iria porque tinha combinado de viajar com as amigas... e eu continuei calada.
  Mais tarde, Leo se despediu e foi para casa. Pensei que a Julia dormiria em casa, mas ela estava só esperando o pai vir buscá-la. Ficamos eu, meu irmão e o Rique. Fomos jogar.


_ Ganhei! -Arthur disse jogando a última carta no monte do baralho.
_ Mais uma? -perguntei.
_ Sim, mas vou no banheiro antes. Tô apertado cara. -levantou e saiu.
_ E você?
_ O que tem eu? -perguntei de volta, arrumando o baralho para embaralhar.
_ Não disse se iria ou não na festa.
_ Eu não sei, ainda tenho que ver com os meus pais. E nem sei se já estaremos viajando também.
_ De novo? Eita família que viaja (risos).
_ As férias dos meus pais é em Janeiro, aí sempre rola alguma coisinha.
_ Hm... mas se der certo você vai, né?
_ Acho que sim. -dei de ombros.- Tutu?
_ Fala.
_ Você corta. -entreguei o monte a ele.


  Ainda jogamos mais quatro partidas antes de eu me despedir e subir para dormir. Deixei o celular de lado e apaguei mesmo, estava cansada.
 Nos outros dias da semana pude curtir minha preguiça, mas isso não durou muito porque assim que amanheceu segunda-feira minha mãe tinha marcado uma reunião em casa para falarmos da minha festa de aniversário. Fizemos listas, vimos as cores, modelos de convites... tudo, tudo o que teríamos.


_ Cansei, sabia?
_ Até que você decidiu rápido. O da sua irmã foram meses planejando.
_ Ah, festa é festa. Não tem segredo. -ri.- Vamos jantar?
_ Yes. -seguimos para a sala de jantar e a comida de vovó estava na mesa, comi cheia de vontade e depois voltei para a sala.
_ Malu tá mexendo aqui, não tô conseguindo jogar. -Helena reclamou, ri pegando o celular e eram mensagens no Whatsapp.- Não vou jogar mais?
_ Calma aí, deixa eu responder.

Grupo da escola, Carol... e Henrique. "E aí, vai ser esse final de semana. Vc vem?" deixei a mensagem sem responder, dei o celular de volta pra Nena e chamei minha mãe.
_ Hm...
_ Sabe o Henrique? Vai dar uma festa na casa dele esse final de semana, fui convidada.
_ E está me pedindo pra ir?
_ É mãe, tô pedindo pra senhora.
_ Sabe que tinha que ver com o seu irmão, né? Ele que vai.
_ O ir é de menos, tem uber e meu pai deixou eu cadastrar no cartão dele.
_ E você vai sozinha?
_ Tô vendo se a Carol vai comigo igual foi da outra vez.
_ Tá bom, pode ir sim. Mas nós não estaremos aqui, estaremos em Campo Grande. Viajamos na sexta e voltaremos só no domingo, eu acho.
_ Quem vai?
_ Daqui de casa só eu, seu pai e a Leninha. Melissa vai descer pra praia, você e o Art vão pra essa festa aí.
_ Ah, sim. E meu vô?
_ Eles voltam pra Nova Iorque na quinta à noite.
_ Vou ficar uma semana sozinha com o meu irmão?
_ É. Muito cuidado, hein. E não vá fazer besteira.
_ Besteira de que tipo?
_ Não sei, Malu. Não sei. -beijou minha testa e saiu.


(...)

_ Você vai assim? -foi a primeira coisa que meu irmão disse quando abriu a porta do meu quarto e eu estava terminando de arrumar meu cabelo.- Malu...
_ É um shorts, uma blusa e um sutiã. -falei tranquila.
_ Uma blusa transparente, mostrando um sutiã colorido e um shorts que mais parece uma calcinha.
_ Tudo bem Arthur, eu troco de roupa. -falei desligando a prancha e abrindo o guarda roupas. Peguei uma calça cintura alta clara, no lugar da blusa transparente peguei um cropped que tinha um decote na frente e era mais aberto nas costas e não precisava de sutiã.- Pronto.
_ É né, trocou seis por meia dúzia. -dei risada e um beijo no rosto dele.- Cadê a Carol?
_ Não vai poder ir hoje. -fiz bico.
_ Julia também não vai, disse que está com cólica e não tá afim de sair.
_ Que pena, né? -demos risada.
_ Ela é legal, vai. Você e a mãe que arruma defeito com tudo.
_ Eu tô quieta. -me defendi.- Tchau bebezinho lindo, amanhã a gente volta.


  Realmente.
  Chegamos na casa do Henrique e estava duas vezes mais cheia do que o aniversário dele, entrei de mãos dadas com o meu irmão e encontramos os amigos dele. Cumprimentei todos e sentei na perna do meu irmão já que não tinha outra cadeira livre.


_ Malu, você veio. -olhei para trás e era a Larissa, a amiga do meu irmão que estava na outra festa.
_ Tudo bom?
_ Ótima, vamos dançar hoje?
_ Claro. -bati na mão dela, rindo.- É festa que chama?
_ Assim que se fala.
_ Maria Luísa, Maria Luísa. -Matheus falou com a mão no queixo.- Tá saidinha hein.


  Os amigos mais próximos do meu irmão, me tinham como irmã. Então era como ter vários irmãos mais velhos "eu tô de olho hein" "oh cuidado com esse shorts" "se alguém olhar fica sem os olhos" "não mexe não que é minha irmã". Matheus era um deles.

_ Chegaram que eu nem vi. -Rique nos cumprimentou depois de um tempão que estávamos lá sentados.- Fiquem a vontade.
_ Já estamos. -respondi.
_ Ótimo. -piscou e saiu.


  Tocou uns funks e quando começaram as músicas de axé Lari me puxou pra dançar com ela, uma, duas, três, quatro músicas e a gente lá. Ai Matheus foi entrando na coreografia junto com o Carlos, Kevin e até meu irmão pra zuar.
  Com mais algumas horas de festa as pessoas estavam mais alteradas, meu irmão mesmo estava alegre demais. Nem percebeu quando eu saí de perto dele e entrei para encontrar o Rique.


_ Pensei que não ia ficar com você hoje. -franzi a testa e ele deu risada.- Chato, né?
_ Não. -sorri.- Mas por que aqui? -perguntei sentando na cama dele, ele deu de ombros... trancou a porta e sentou do meu lado.
_ Porque aqui eu sei que trancando a porta ninguém pega a gente no flagra.
_ Sei. -ri.
_ É sério, pô. Já tinha gente no nosso cantinho, não quis atrapalhar (risos). Gostei dessa blusa. -beijou entre os meus seios e eu gelei, fiquei olhando para ele, atenta a cada movimento.- Desculpa, não quis te assustar.
_ Também não quero que você me assuste. -ele não disse nada, colocou a mão na minha cintura e a outra apoiou no colchão, do outro lado do meu corpo. Sentia sua respiração quente no meu pescoço, orelha, bochecha e por fim sua língua na minha boca.


  Foi um beijo sem pressa diferente dos outros que rolaram na minha casa e fomos pegos, e no dia do aniversário dele. Sei lá, eu não estava tão afoita, ofegante e querendo terminar logo com receio de alguém ver e contar para o meu irmão. Sua língua passeava na minha boca, a mão que estava na minha cintura subia pela minha barriga acariciando minha pele descoberta. Comecei a ficar tensa.   Estávamos no quarto dele, na cama e eu sei bem o que as pessoas fazem numa cama além de dormir.
Pelo menos ele deve ter percebido, porque tirou a mão de lá e colocou na minha nuca, deitando um pouco o corpo sobre o meu e me cobrindo toda. Segurei seus ombros, voltamos ao início do beijo e a coisa foi andando.
  Com mais alguns minutos ali pude perceber o volume que estava na calça dele e o calor que se fazia presente entre nós. Ele estava sem camisa e eu sem meus sapatos e meias, não me pergunte como.


_ Eita, Malu... só você mesmo viu. -ofegou.
_ Não tô fazendo nada.
_ Estava dançando, imaginei tanta coisa. -beijou  meu decote outra vez, passando a língua por dentro da blusa e eu fiquei ansiosa, esperando mais, talvez.
_ Imaginando o que?
_ Você. Dançando pra mim. -eu engasguei com a minha própria saliva, pensei que ia morrer de tanto que tossia.- Foi mal.
_ Imaginação bem fértil (risos), não costumo dançar se não for em festas. -pisquei.
_ Estamos em uma, se quiser. -deitou de costas na cama apoiando as mãos atrás da cabeça.
_ Não, tenho vergonha.
_ Ah, de mim você não precisa.
_ Eu sei, mas mesmo assim. -deitei também, jogando a perna por cima da dele. Outra vez nos beijamos, minha mão estava na barriga dele e foi conduzida à sua calça... ao mesmo tempo que estava receosa, estava curiosa e muito. Encostei naquela região rochosa e de imediato quis tirar a mão, mas ele segurou e juntos apertamos.
_ Ah! -ele gemeu, um gemido abafado, mas gemeu. E eu fiquei sem saber se fazia de novo ou deixava a mão paradinha.- Pode tocar, ele não morde (selinho).


  Já que estava na chuva. Apalpei por inteiro enquanto dávamos outro beijo, senti a extensão, cabeça e a base... não soube o que fazer, só acariciava. Fechei os olhos para não sentir ainda mais vergonha e continuamos nos beijando. A mão dele passeava pela minha barriga, abriu o botão da minha calça e tocou por cima da minha calcinha, soltei um grunhido que nem eu mesma esperava.

_ Nossa... tá quente aqui, né? -comentei.
_ Muito. -beijou outra vez meu pescoço, afundando mais o dedo. Contrai a musculatura e ele tirou a mão, na verdade foi para ter as duas mãos na hora de tirar minha calça. Eu estava com uma calcinha normal, de ursinhos marrons e ela era toda rosa. Quis enfiar minha cara no travesseiro, mas não tive tempo.- Linda, hein. -deu um beijinho.
_ Não mente, vai. -ri de nervoso.
_ Eu gostei, parece ser bem de menininha.
_ Eu sou uma menininha. -falei o óbvio.
_ Tô vendo. -ele levantou da cama e tirou a calça, eu olhei de boca aberta vendo um volume ainda maior. Voltou para a cama, sentou e me colocou no colo e eu estava meio desconfortável. Estava em cima, bem em cima do membro dele e sentindo aquele mesmo calor de antes. Coloquei as mãos em seu pescoço e nos beijamos mais, outras vezes. Henrique segurou minha cintura, pressionando para baixo e roçando nele. Meu corpo indo para frente e para trás, pulsando.
_ Nossa. -respirei fundo depois de morder sua boca. Ele foi deitando o meu corpo e trazendo o dele, beijou meu queixo, pescoço, entre os seios... desceu para a barriga. Levantou minhas pernas, juntando-as e puxou minha calcinha pelas laterais.


  Estar sem calcinha na frente de um "desconhecido" não era a melhor sensação do mundo, mas eu não estava com tanta vergonha como imaginei que estaria. Eu estava gostando. Gostando quando ele me tocou com a ponta dos dedos e eles deslizaram, eu estava molhada. Molhada mesmo, sentia isso.
  Deitada estava, deitada continuei. Ele beijou minha pélvis, lambeu minha boneca e chupou. Fiquei sem ar, com a boca aberta. Estava relaxando ainda mais e querendo mais, fechei os olhos e me segurei no lençol da cama. Estava uma delícia, muito gostoso. Pela primeira vez na vida sentia espasmos musculares, contraindo e relaxando, querendo fechar as pernas e ele segurando meus joelhos, sem pausar os movimentos com a língua até que eu relaxei.


_ Você ainda é virgem, não é?
_ Sim. Por quê?
_ Você estava tensa, muito nervosa.
_ Ainda estou. -ele beijou minha boca, minha testa e deitou na cama.- Mas eu gostei.
_ Você gozou. -piscou.- E eu tô louco pra te fazer gozar de novo. -todo o meu corpo se arrepiou outra vez, mas fomos interrompidos com o meu celular tocando.
_ Meu irmão. -atendi.
_ Tá tudo bem? Você sumiu, já rodei essa casa inteira e não te achei.
_ Eu vi no banheiro aqui em cima, tinha uma fila no debaixo.
_ Ah, tá... mas tá tudo bem?
_ Sim, já vou descer.
_ Tá bom, tchau. -e desligou.
_ Melhor a gente ir, né?
_ Vou precisar de um tempinho ainda, mas te vejo lá embaixo (selinho).
_ Tudo bem. -levantei da cama e fui vestindo minha roupa, entrei no banheiro e depois de fazer xixi, lavei as mãos, o rosto e prendi os cabelos. Sai do banheiro, calcei o tênis, peguei o celular e sai do quarto.
_ Entrou na porta errada, lindinha? -uma menina que eu nunca vi na vida cutucou meu ombro.
_ Não, por que?
_ Aí é o quarto do Henrique.
_ E?
_ O que você estava fazendo aí?
_ Meu quarto, entra quem eu quero. -Henrique respondeu abrindo a porta.- Algum problema com isso?
_ Não, nenhum. 
_ Ótimo. -fechou a porta e descemos.- Minha ex.
_ Sério? Acha que ela espalha?
_ Ué, deixa ela. Tem banheiro no meu quarto também, lembra? -piscou e me abraçou de lado. Chegamos no quintal e meu irmão estava todo sério, mas não falou nada.
_ Malu, vamos lá dentro comigo?
_ Bora lá, Lari.


  Entramos, ela preparou um drink e voltamos para perto dos meninos. Meu irmão estava sentado e eu puxei o banco sentando na frente dele, abracei sua cintura e deitei a cabeça em seu peito e ficamos. A madrugada toda para ser mais exata, fomos embora quatro e pouco da manhã. Assim que chegamos em casa, cada um foi para o seu quarto. 
  Fechei a porta e tentei ligar pra Mê, mas estava dando fora de área em todas as setes tentativas, o jeito foi mandar SMS.


"Mê, tô tentando te ligar e não tô conseguindo. Preciso te contar uma coisa que aconteceu na festa ontem a noite."

  Larguei o celular e fui tomar um banho, entrei no chuveiro de cabeça e fiquei uns segundos assim sem fazer nada. Depois lavei os cabelos, ensaboei todo o corpo, escovei os dentes, joguei uma água e sai.
  Passei o secador para não deitar com a cabeça molhada, vesti meu pijama e cama. Estava com sono, então nem vi mensagens. Deitei e dormi.





Narrado por Melissa
  Acordei no domingo e depois de um banho frio para espantar o calor e a preguiça, vesti um biquíni e passei protetor, peguei óculos de sol, celular e desci.


_ Bom dia, lindas. -falei me sentando à mesa.- Dormiram bem?
_ Teria dormido bem melhor se meu namorado não tivesse ligado bêbado e a gente tivesse discutido.
_ Por que Nay?
_ Ai, porque ele me irrita. Eu sei que ele estava bêbado, mas foda-se. Ele sabia que eu ia viajar e com as minhas amigas, aí ligou falando que eu nunca priorizo nosso namoro. 
_ Hmm... complicado.
_ O caralho que é complicado, ele é muito folgado, tem horas que me irrita. -ela toda nervosa e nem assim parecia estar falando sério.
_ Foca na viagem, depois vocês se acertam. -aconselhei.- E você Tacy?
_ Aquele drink me deu piriri, mas fora isso estou tranquila. E você?
_ Dormi muito bem, pronta pra hoje já. -disse enchendo meu copo de suco, peguei também o celular e tirei do modo avião.- Meu deus.
_ O que? -perguntaram juntas.
_ 7 ligações perdidas da Malu e um SMS dela me dizendo que precisa me contar uma coisa que aconteceu na festa.
_ Ela deu, certeza.
_ Será, Nay?
_ Minha filha, quem tenta falar com a irmã mais velha de madrugada? Ainda insiste...
_ As vezes ela estava com saudades, teve pesadelos...
_ Aí Tacy, meu deus... Eu conheço a Malu, ela não ligaria se não fosse pra contar um bafão.
_ Vou ligar pra ela. -disquei o número e esperei completar a ligação.- Malu? Oi, bom dia.
_ (bocejou) Bom dia, Melissa. O que foi que você tá ligando? Aconteceu alguma coisa?
_ Eu que te pergunto... o que aconteceu na festa ontem? Acabei de ver sua mensagem.
_ Foi na casa do Henrique.
_ A festa, né? Isso eu já sabia... mas o que tem demais nisso?
_ Tava muito cheio (bocejou)... 
_ E aí? Ficou com alguém?
_ No quarto (bocejou).
_ Malu, acorda... fala comigo direito. Você ficou com quem no quarto de quem? -quando perguntei isso a Nay olhou com uma cara de "eu disse", enquanto a Tacy olhava tipo "eu não acredito" e eu preocupada, mas não histérica.
_ Com o Rique, Mê. No quarto dele... a gente quase foi.
_ Você não transou com ele?
_ Ele me chupou, isso conta?
_ Ele fez o que? Maria Luísa! 
_ Não briga comigo, eu precisava contar pra alguém... não ia falar disso com o Art, né?
_ Obrigada. -Malu me contou detalhes de toda a festa, mas pra falar o que aconteceu naquele quarto ela deu voltas e voltas e mais voltas e eu com uma dificuldade imensa de entender.- Fala, pode falar comigo.
_ Depois que ele ficou pelado e tirou a minha calcinha, ele passou a mão assim em mim né... e eu gostei, até gemi.
_ E aí?
_ E aí que ele... ele... ficou lambendo e chupando até eu sentir umas coisas estranhas e g-o-z-a-r.
_ Sério? E você não chupou ele?
_ Eu não credo!
_ Credo por que? Ele era peludo?
_ Peludo? Como assim?
_ Ah, você passou a mão você sabe... ele se depila?
_ Sim, lisinho.
_ Era fedido?
_ Não, ele é muito cheiroso.
_ Então, por que não?
_ Porque eu não sabia, né? Não é igual chupar sorvete.
_ Não pensei que fosse falar disso com você tão cedo, mas... vamos lá... não tem segredo. É só chupar sem raspar os dentes, porque machuca.
_ Sério? Mas... e se eu fizer errado.
_ Não tem erro, Malu. É que assim... -contei pra ela como eu fazia com o meu namorado e ela ficava "uhuum, entendi", mas pediu para mudarmos de assunto.- Tá, mas me conta. Você perdeu com ele?
_ Não.
_ Ele não enfiou o dedo?
_ Nem o pinto.
_ Você não quis?
_ Não tive coragem.
_ Você ficou pelada na cama dele e não teve coragem?
_ Pra isso não, pelo menos não ontem. Era uma festa, a casa estava cheia e o Art poderia aparecer né.
_ Aí meu deus, eu sabia que não ia dar certo você aí sozinha com o Arthur. Malu...
_ Eu tô bem, só queria contar pra alguém. A mãe antes de viajar me fez prometer que não faria besteira.
_ Ah, não foi uma puta besteira. Relaxa. 
_ Certeza?
_ Sim, certeza. Eu sei que vocês vão conversar quando ela voltar de viagem.
_ Eu não teria tanta certeza assim... eu contei pra você porque você é minha irmã mais velha e...
_ Tudo bem, segredo nosso. 
_ Obrigada.
_ De nada, danadinha. Mas e de resto, tudo bem?
_ Uhuum, tranquilo. Estou descendo pra tomar café e vamos almoçar com o Leo.
_ Meu noivo? -ri.
_ Sim, ele e o namorado da Nay. Vamos no Rap Burguer.
_ Que lindos.
_ Também acho (risos). E as meninas?
_ Estão bem, estamos tomando café pra depois irmos para a praia... tá uma delícia aqui.
_ Aproveitem, beijos.
_ Beijos, qualquer coisa me liga. 
_ Tá bom, tchau.
_ Tchau, Malu. Beijo. -e desliguei.
_ E aí? -as meninas perguntaram e por confiar nelas, contei e elas disseram que realmente é coisa da idade e não sei o que mais. Sei que o assunto estendeu até terminarmos de comer, irmos para a praia e um banhista levar um rola na areia nos arrancando muitas risadas.


  Almoçamos em um dos quiosques perto da casa e depois disso voltamos para casa. Passamos o tempo de espera para digestão definindo a marquinha do biquíni. Aproveitei os minutos para ligar pro Leo, mas não nos falamos porque ele estava no cinema com os meus irmãos e o Cacá.

_ Gente, acreditam que nem comigo fora de casa o Leonardo sai de lá? -falei bloqueando a tela do celular.
_ Isso desde sempre, né (risos)? Desde quando vocês era só amigos.
_ Verdade, tenho que concordar com a Nay. -Tacy disse.
_ Loiro safado. Gente, vamos ficar aqui mais uma semana. Não vamos fazer nada? -perguntei.
_ Impossível que começo de ano não tenham shows por aqui.
_ Aqui não, mas Guarujá é certeza. -falei.
_ Aí, vamos ter que viajar outra vez. -Nayara já falou revirando os olhos.- Tenho preguiça.
_ Então não temos nada pra fazer, fim. -dei de ombros.
_ Se bronzear é uma boa, bora voltar para a praia...

Tacy sugeriu e foi o que fizemos.

  Mais dias se passaram e nós aproveitamos a nossa maneira. Apareceu um luau para irmos e foi muito gostoso, outro dia um vizinho nos convidou para um churrasco e fomos também. E um dia antes de irmos embora para São Paulo, passamos no iate do meu pai. Mergulhamos, tiramos várias fotos e quando estava pra anoitecer, depois de vermos o pôr do sol fomos para uma boate que ficava a mais ou menos 45 minutos de casa.


_ Cansada estou. -falei fechando a mala.- O Leo falou que já está chegando.
_ Aí que vergonha, três cavalonas que não sabem dirigir.
_ Verdade, concordo. Esse ano eu, você e a Mê precisamos tirar a carta.
_ Amém. Podemos nos inscrever assim que a auto escola voltar do recesso.
_ Tá, até lá a gente senta e espera seu boy.


  O combinado era o bonito chegar antes do almoço, mas ele chegou de manhãzinha. Assim que tínhamos terminado o café e lavado a louça.

_ Oi amor, saudades. -o abracei.- Tá com uma carinha.
_ Carinha de quem fodeu com as costas jogando bola ontem a noite.
_ Machucou muito?
_ Até ralei, ficou vermelho pra porra. 
_ Nossa loirão, tem que tomar cuidado né? Deixa eu ver.
_ Não, tá de boa. Vamos?
_ Não quer descansar um pouco?
_ Não loira, eu tô bem. -falou me beijando.- Tá queimadinha hein.
_ Pretinha, pretinha. Olha essa marca.
_ Tô vendo, tá ardendo? -neguei.- Beleza. Cadê as meninas?
_ Aqui meu bem, cheguei. -Nayara o abraçou pelo pescoço e deu um beijo no rosto dele.- Já carregou as malas, motorista?
_ Trouxa.
_ Vocês dois tem um caso sério de amor, né?
_ Sim, não se mete amiga. Taciane! Vamos antes que o uber cancele a viagem por causa da sua demora.
_ Idiota. Para de me agarrar, vai.

 Colocamos as coisas no bagageiro e nos acomodamos e seguimos viagem.
  Em São Paulo ele deixou as meninas em casa e foi me deixar em casa, chegamos lá era quase oito da noite. Só estávamos nós dois e o Thor.

_ Oi meu amor, que saudades! -sentei no chão e peguei ele no colo.- Coisinha brava da irmã.
_ Aí é lugar de parar?
_ Sim. -continuei brincando com o Thor e ele subiu para deixar a mala no meu quarto, quando desceu estava com o meu celular na mão.- Onde a gente vai jantar?
_ Na minha casa, meu pai está fazendo lasanha.
_ Aí que delícia. E as meninas, estão lá?
_ Ana Luísa e Cecília?
_ É.
_ Estão, sim. Desde o natal minha mãe falou, meu irmão foi viajar com a Jessica.
_ Lua de mel?
_ Brigaram, estão se reconciliando em Manhattan.
_ Nossa, que chiques. A gente briga e se reconcilia aqui né amor?
_ A gente nem briga, Melissa. -levantei do chão e sentei com ele no sofá.- Como foram esses dias na praia?
_ Ótimos, participamos de duas festinhas (risos).
_ Festinhas sexuais?
_ Não, churrasco no vizinho. E um luau, muito bom.
_ Nós poderíamos ir viajar, né?
_ Sim, mas depois do aniversário da minha irmã amor. Ela está animada com a festa.
_ 15 anos de Maria Luísa.
_ 15 anos do seu grude, porque nunca vi alguém defender tanto o cunhado igual a ela.
_ Sou muito amável.
_ E gostoso também. -mexi no cabelo dele.- Cheiroso. -beijei seu rosto.
_ Tá carinhosa, o que tá acontecendo?
_ Saudades, né. Tô uma semaninha sem te ver, sem dar uns beijinhos, dormir agarradinha.
_ Vai dormir lá em casa hoje?
_ Não, Malu tá sozinha aqui com o Arthur... esqueceu?
_ Eles ficaram esses dias sozinhos e estão vivos.
_ É mesmo, né? Mas amor, o Thor vai com a gente. -falei "séria".
_ Não vai mesmo, querendo dar uma foda e você que o cachorro durma com a gente.
_ Bem carinhoso, você né?
_ Eu sou. -me beijou. Deitamos no sofá e ficamos namorando, nem percebemos a porta abrir. Notamos que tinha alguém quando a Malu pulou em cima da gente.
_ Melissa! 
_ Oi, Malu. -sentei.
_ Oi, cunhado.
_ E aí, Malu. Oi, Julia.
_ Oi, Leo. Oi, Melissa.
_ Oi, Julia. -levantei para cumprimentar minha cunhada e voltei a me sentar com o Leo.- Onde vocês estavam?
_ Na casa da Julia. -Malu respondeu e eu olhei toda preocupada, afinal minha irmã não gostava dela.
_ Almoço em família? -perguntei brincando.
_ Que engraçada você, nossa. Tô morrendo de rir, Melissa.
_ Aí Malu, deixa de ser ranzinza vai.
_ Arthur inventou de almoçar na sogra dele e falou que não ia me deixar sozinha aqui, acredita?
_ Qual era o problema de você ficar aqui?
_ O problema é que ele pegou uma ligação do Henrique pra mim. Foi isso, gritou comigo. "Porque ele já é maior de idade e você uma criança." 
_ Tá brincando, né?
_ Não, não tô. -se ajeitou no sofá e pegou o celular.
_ Tô indo lá no Leo, quer ir?
_ Não, vou subir e tomar banho. Tô cansada, tive que ficar sorrindo e conversando enquanto os lindos estavam no quarto.
_ Aí o Arthur viaja. -revirei os olhos.- Vamos, loirão?
_ Partiu. Tchau, Malu. -beijou a testa dela e pegou na minha mão.
_ Eu volto, tá?
_ Pode curtir seu noivo. -riu.- Só mais uma noite. -deu de ombros.
_ E aquela nossa conversa?
_ Fica pra depois. -foi ficando vermelha e o Leo franziu a testa. Saímos de casa e entramos no carro, antes mesmo de tirar da garagem ele perguntou que conversa era aquela.
_ Coisas de irmãs, você não conversava com o seu?
_ Tá me enrolando pra dizer que minha cunhada não é mais virgem?
_ Ela é virgem, Leonardo. Fica tranquilo, papai.
_ Eu me preocupo, com ela, Analu, Helena e a Ceci.
_ Muitas mulheres, né amor?
_ É. Muita mulher.
_ Relaxa, nosso assunto é tranquilo. É sobre sexo sim, mas dúvidas.
_ Melissa, ela só tem 14 anos.
_ Eu sei, sei que na idade dela eu não tinha essa foguetisse... mas cada um é de um jeito, amor.
_ Eu sei. Mas eu fico pensando nisso e morrendo de ciúmes. Quando minha irmã for namorar, puta que pariu. Vai ser foda!
_ Você não é tão ciumento assim, pelo menos não comigo.
_ Não tenho motivos, eu confio em você.
_ Eu também confio em você, loirão.
_ Só na Bia que não, né? -começou a rir.
_ Idiota. 

  A casa dele era perto, uns 10 minutos e ele estava estacionando. Fomos entrando e a bagunça estava formada, as meninas pulavam na sala ouvindo um DVD de músicas infantis.

_ Melissa! -Analu gritou e as duas vieram correndo e pularam no meu colo.- Feliz ano novo! -Cecilia disse beijando minha bochecha.
_ Feliz ano novo princesas. -beijei o rosto das duas e as coloquei no chão.- Stephanie, linda! Tava com saudades, sogra. -dei um abraço bem forte e apertado nela, beijando muito seu rosto.
_ Eu também sua sem vergonha, sumiu daqui de casa tem mais de 10 dias.
_ Viajando, com a família, com as amigas... -ri.
_ Tem que aproveitar mesmo, eu e o Matheus estamos programando a nossa de mais um ano de casamento.
_ Que lindos. -sorri.
_ Por falar nisso, parabéns pelo noivado. Leonardo nem pra me falar, fiquei sabendo porque mandaram fotos no grupo da família.
_ Aí, Leo. Como isso?
_ Esqueci, tava nervoso pra porra.
_ Leonardo!
_ Desculpa, mãe.
_ Menino sem modos (risos). Estávamos esperando vocês, Matheus já serviu a mesa.
_ Sogro, lindo. Como eu amo. -fomos indo para a sala de jantar, cumprimentei o sogrão e nos sentamos à mesa.

  Era muito gostoso estar ali. 
 Falamos sobre as festas de fim de ano, comentei com eles das duas viagens e do nosso noivado também. Recebi conselhos, Leo alguns puxões de orelha e tudo. Depois ajudei minha sogra a retirar a mesa e lavar a louça, nos juntamos na sala para a sobremesa e aí subi para o quarto do Leo.

_ Nem vi suas costas. -falei vendo ele deitar na cama de barriga pra baixo.
_ Vermelha, bem vermelha. -sentou e tirou a camisa que vestia. Ele estava com as costas raladas, tadinho.
_ E o que você tá passando?
_ Uma pomada aí da Cecília, acredita?
_ Acredito. Parou de arder?
_ Só quando esquenta muito. -ele voltou a deitar, dessa vez com a cabeça na minha perna e ficou recebendo carinho.- Tava pensando no que minha mãe disse.
_ O que? Que casar é uma grande responsabilidade?
_ Também. Eu quero me casar, mas pensando em muita responsabilidade eu sou um cara que sei lá, é meio imaturo pra algumas coisas.
_ Tipo?
_ Coisas de casa, relacionamento... não gosto de frescura, de ficar caçando pelo em ovo.
_ Por isso tem eu. -beijei a testa dele.- Vamos aprender muitas coisas juntos, muita mesmo.
_ Tomara. -fechou os olhos, bocejando.
_ Tira essa calça jeans, dorme direito.
_ Eu não queria dormir não.
_ Mas você tá cansando, deita amor. -ele tirou a calça, ficou só de cueca. Trancou a porta e veio para a cama, nos deitamos e ficamos nos beijando até ele dormir. O que não demorou.

  Aproveitei para mandar mensagem para os meus pais e avisar que já estava em São Paulo e dormiria no Leo.












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  Hellow, hellow! 
  Maria Luísa narrando é maravilhoso, eu dou muita risada. Mas vem cá, e esse incidente no quarto? Achei que ela fosse perder a virgindade logo de cara, mas vimos pela conversa dela com a irmã que faltou coragem... e aí? 
  Ainda tivemos uma viagem entre amigas e um final fofo, românticozinho Menardo. SCRR, estou achando os dois maduros demais. Ai! Estão noivos, quando sai o casório? 
  Muitas perguntas, prometo responder algumas delas nos próximos capítulos. 

PS: É feliz 2018 que fala? O gente, desculpem o mega sumiço. Mas é que além de viajar no ano novo, eu voltei de viagem e não me organizei com quase nada. :S   Enfim, voltei! Desejo à nós um ótimo ano, que façamos dele um ano melhor que 2017. Cheio de bons momentos, boas conversas e um ano de realizações.