Narrado por Fernanda
Embora tenha tido minha fase de loucuras no início da vida adulta, eu sempre fui muito família, meus pais me ensinaram assim desde muito cedo e trago isso até hoje com os meus filhos, meus afilhados e os sobrinhos também. E neste ano de 2037 não abri mão de ficarmos em São Paulo, ao invés de irmos para a chácara em Londrina, e comemorarmos na nossa casa.
Levou um tempo para que eu organizasse uma festa natalina e não por dinheiro, mas porque as pessoas se programam para as festas de final de ano. E minha ideia desde o começo foi reunir todos os nossos familiares e amigos da família, dos quais os filhos eram nossos afilhados.
Ganhei noites em claro –ansiosa– para tudo sair perfeitamente como imaginei, divertido e memorável.
(...)
_ Pensou só na bagunça que vai ser? -Luan dizia sorrindo.- Mas vai ser muito massa.
_ Meu, é muita gente amor. Fui colocando nome que não acabava mais. Mais de trinta pessoas.
_ Bem mais. Minha família, a sua, meus amigos, os seus. E isso que colocamos os mais próximos e mesmo assim nem todos poderão participar do amigo secreto, mas chegam pra bagunça.
_ Sim, mas você viu que todos os nossos sobrinhos e afilhados estarão presentes.
_ Ai é criança hein.
_ Demais, viu a lista de sobremesas?
_ Primeira coisa que eu olhei, pudim, pavê, manjar... hmm... vai tá boa a coisa, muié. -beijou meu rosto.- E os pratos salgados?
_ A mesa vai estar cheia, meu deus eu quero comer muito, muito e muito.
_ Até o ano novo (risos). E nossas férias, hein?
_ Nós dois poderíamos sair de férias, né? -sugeri, me aninhando no colo dele que estava encostando na cabeceira da cama.- Queria muito ir para o Tocantins, ô paraíso de lugar.
_ Bora uai, vamo nóis.
_ Mas fico pensando nas crianças... -olhei pra ele que deu risada.- Você não?
_ Helena é a única criança da casa, vida.
_ Minha bebezinha, ela tá doidinha pra ir com o avô pro Pantanal.
_ Meu pai gosta de silêncio pra pescar, não gosta de ninguém falando na orelha dele não.
_ Já não dá pra ela ir.
_ Vamos ver com calma, né? Ainda temos uns dias.
_ Uns dias nada, se vamos mesmo temos que nos organizar.
_ Como quiser, lindeza. Agora bora dormir que eu tô cansado, trabalhei muito hoje.
_ Acompanhei seu stories, passou mais da metade do dia no escritório. Tá aprontando é?
_ Pode-se dizer que sim, estamos vendo umas coisas aí.
_ Que coisas, Luan?
_ Ainda não é nada certo, não, mas tô pensando.
_ Ah, entendi, é surpresa até pra mim.
_ Mais ou menos, não quero falar antes de estar tudo acertado.
_ Já deu certo, amor. -o beijei.- Hmmm... o Arthur me ligou, disse que vai dormir na Julia.
_ E cê num pediu pra ele vir embora não?
_ Não. Se ela dorme aqui em casa não tem problema ela dormir na casa dele, não é?
_ Tá tudo bem com você, vida? Não tá sentindo nada?
_ Não, por quê? -perguntei sem entender, mas quando caiu a ficha ele já estava rindo.- Como você é besta, nada a ver.
_ Sua única nora, né.
_ Grande coisa, nossa.
_ Oh sem desdenhar da mãe dos netos hein.
_ Todo engraçadinho, você não queria dormir?
_ Eita, precisa me morder não.
_ Os únicos cachorros da casa são você e o Thor, mas nenhum.
_ Olha que eu mordo mesmo hein, muito cuidado minha gatinha.
_ Miau pra você. Sabe o que eu queria?
_ Não, o que?
_ Assistir Silêncio dos Inocentes, vamos?
_ Esse filme é velho, Fer.
_ Um dos poucos que são de terror e eu ainda assisto.
_ Bora descer então?
_ Pra estourar pipoca?
_ Pra assistir na sala de cinema, eu levo a coberta.
_ E eu faço o docinho. Tô numa vontade de comer chocolate, um brigadeirinho cairia bem.
_ Se quiser fazer um beijinho eu também não ligo.
_ Vem me ajudar então.
Já estava tarde, as meninas dormindo. Descemos para a cozinha e Luan me ajudou com os doces, eu quem fiz e ele ficou com a louça. Tudo pronto, pegamos as colheres e fomos assistir o filme.
(...)
Mais alguns dias e chegamos à véspera do natal, eu estava com tudo devidamente preparado. Tanto para a ceia do dia 24 que aconteceria na casa dos meus sogros, quanto para o dia 25, a festa natalina que eu tanto planejei juntamente com o amigo secreto.
Estávamos todos nos arrumando, e meu marido largado na cama de cueca e meias, no celular.
_ Tá dando dez horas, viu bonitão. Eu tô pronta.
_ Vem de vermelho tô passando mal. -cantou levantando da cama e me puxando pra dançar.- Faz carinha de santa, despede do pai...
_ Vai Luan, vamos sair daqui atrasados. Sua irmã já está indo pra lá.
_ Bruna só não dormiu lá na Xumba de ontem pra hoje porque o Rafael tá em casa. Senão... -Luan deu corda pro assunto, mas pelos foi se trocando. Ficou pronto em quarenta e cinco minutos contados no relógio, pegou o celular, a chave e a carteira, descemos.
_ Tá faltando quem? -perguntei.
_ Ninguém, mãe. Tô indo, tá? -Melissa falou se despedindo de nós com um forte abraço.- Feliz natal, mãe. Te amo. -e deu um beijo na minha testa.
_ Feliz natal minha filha, aproveita lá hein. -falei olhando-a caminhar até a porta.
_ Aproveitar nada, tomara que lá esteja chato e ela pense que teria sido melhor ficar com a família dela.
_ Amor, agora eles são família dela também.
_ Ela ainda não está casada. -disse todo bicudo.
_ Agora você sabe como eu me sentia. -meu pai bateu no ombro dele, rindo.- Vamos?
_ Bora sogrão, vamo nóis.
Thor iria conosco, pois eu não deixaria meu baby em casa sozinho na noite de natal. Chegamos na minha sogra e a casa estava bem movimentada, cumprimentei à todos e fui até a cozinha ver se ainda precisavam de ajuda.
_ Uau, cabelão solto é? -perguntei brincando.
_ Ô meu deus, nem fui receber vocês na porta.
_ Já somos de casa, Mari. Tudo bem? -nos abraçamos.
_ Está linda, gostei muito do vestido.
_ Digo o mesmo, olha só essa saia. -peguei na mão dela e ela deu uma voltinha, rindo.- Sem contar no salto, está maravilhosa.
_ Tem dias que damos uma caprichada a mais, não é? -sorriu.
_ Xumba, cheguei. Uau, tá gata demais essa minha mãe.
_ Você achou, filho? -colocou o cabelo atrás da orelha sem jeito, sorrindo toda delicada.
_ Demais. Dá um beijo aqui. -se cumprimentaram.- E já vou contar pra senhora, Melissa preferiu ir pra casa do Leonardo.
_ Mari não foi bem assim, ela foi pra lá porque amanhã estarão todos lá em casa. Inclusive o noivo dela que hoje também estará na casa dos avós.
_ Filho, ela está no começo do relacionamento. Nos primeiros anos, deixa ela curtir esses momentos. Você teve os seus também.
_ Meu natal eu sempre passei com a senhora e meu pai, sempre que eu estava de folga. Agora tá tudo mudado, mamusca.
_ Pensa pelo lado bom, meu filho, ela está em casa. Com a família do noivo e não comemorando em noitadas, daqui uns anos ela formará a própria família.
_ Dará continuidade, né sogra? -perguntei retoricamente, vendo Luan revirar os olhos e fingir me imitar.
_ Esse Luan não vai soltar as crianças do colo nunca. -deu risada.
_ Não tô entendendo essa panela aqui na cozinha, tá todo mundo na sala. Vem Pi, vem cunha, bora pra lá a senhora também mãe.
Bruna não perdia esse jeito dela, mesmo depois de mãe e esposa. Voltamos para a sala e ali comemoramos a chegada do feriado, brindamos com um espumante sem álcool para as crianças participarem e depois fomos jantar, todos à mesa nos servimos e fizemos a melhor coisa da noite que foi encher a barriga até não caber mais nada. Minha pancinha aparecendo, dura. E eu de olho nos doces de abacaxi e morango que faziam parte da mesa de frutas e sobremesas.
(...)
Foi uma noite muito gostosa e tranquila, diferente do nosso almoço do dia 25 que foi uma verdadeira festa. Eu não me aguentava de tão feliz que estava, era muito muito muito bom reunir os amigos, nossos sobrinhos, pais e afilhados também. Sem contar que rolou um pouco de tudo, tivemos música, muita dança e o que quebrou o gelo mesmo foi a entrega dos presentes de Amigo Secreto. Foi a parte em que eu mais gostei, sim, foi um momento de recordações mais que antigas.
Luan quem começou, tirou o Davi. Sim, meu Davizinho que tirou a Isa e assim foi indo até que a Julia tirou minha avó de coração, a Betinha que tirou o Rafa —marido da Bru— que entregou seu presente ao meu pai e depois de mais algumas pessoas queridas, finalmente chegou a minha vez e faltavam duas pessoas. Meu maridão e o Dudu. Claro que fiz uma graça, um suspense e rasguei meu amigo de elogios. Não era segredo pra ninguém que ele era uma pessoa incrível, batalhadora e muito amiga para toda e qualquer situação. Meu amigo secreto era o Eduardo, um cunhado de coração.
Terminada a troca de presentes voltamos a nos divertir, as crianças aproveitando os novos brinquedos e o restante se dividindo entre comer e registrar os momentos juntos. Foi uma grande festa, a maior festa do ano todo! Eu não queria que acabasse tão cedo.
_ Lila! Muito obrigada por ter vindo, estava cheia cheia cheia de saudades de ver todos juntos. -falei abraçando minha amiga sem pressa alguma em soltá-la.
_ Foi gostoso demais, me senti tão na adolescência sabe? Quando meus pais se juntavam com os seus e sempre fazíamos alguma coisa.
_ Agora fazemos isso com os nossos filhos.
_ Sim! E isso não tem dinheiro no mundo que pague, são momentos tão gostosos, tão família. AH! Foi um natalzão mesmo. -me apertou ainda mais, rindo.
_ Mãe, meu pai tá chamando a senhora.
_ Tô me despedindo Miguel, calma. -escutamos a buzina outra vez.- Rodrigo depois se velho tá chato. -fez careta.- Amiga vou indo, e nos encontramos em 2038! Feliz ano novo, ótima viagem, trepe muito com o maridão.
_ Sempre (risos)! Você também aproveite muito Amsterdã, viu.
_ Já fechamos os passeios turísticos, não vejo a hora.
_ Muitas fotos.
_ Minha filha é blogueira, disse que fará vários vlogs.
_ Crianças. -ri.
_ Mãe?
_ Tchau, Nanda. Até mais.
_ Até mais, beijos. Tchau Miguel.
_ Tchau tia, feliz ano novo. -me abraçou e foi para o carro junto com a mãe, eles acenaram e saíram.
_ A sós. -Luan disse assim que me sentei ao lado dele, colocando seu ombro por cima do meu e me beijando.- Cansada?
_ Não sei se cansada, amor. Mas com certeza realizada!
_ Tô vendo os olhinhos brilharem, linda (selinho). Bora tomar um banho?
_ Bem juntinhos?
_ É.
_ Tentador, não é?
_ Demais. -falou mordendo minha orelha, rindo.- O pessoal viaja amanhã mesmo?
_ Sim, viajam depois do almoço sua mãe disse.
_ E nós vamos dia 27, né?
_ Isso aí, dia 27! Não arrumei a mala de ninguém, nem a minha.
_ Por que, hein?
_ Porque eu estava ansiosa para o natal. Estava mais que empenhada! Saiu tudo tão lindo, mas sou suspeita pra falar... amei tudo. Até a Betinha veio, Luan. A Betinha.
_ Vieram todos! Gostei demais, cara.
_ Pensei que o Douglas não viria, amor. Nem o Fernando.
_ Meus amigos, pô. Tão comigo qualquer hora.
_ Esses sim, desde novinho né amor? -ri.
_ Ainda tô na idade boa.
_ Sim, você está em uma idade ótima. Ótima!
_ Cê acha nega?
_ Tenho certeza. -beijei seu rosto e me levantei.- Tô subindo, você vem?
Ele não respondeu, só se levantou e subiu comigo. Tomamos um banho demorado, trocando carícias e muitos beijos molhados de tirarem o fôlego, saímos e depois de me vestir com um pijama de calor me deitei com ele na cama.
_ Até que não seria uma má ideia nós viajarmos sozinhos. -ele falou e eu assenti.- Mas queria um lugar longe de tudo, tudo mesmo.
_ Mas que seja calor, né? Porque frio ninguém merece, amor. Ninguém! -falei me sentando.
_ Taipus de Fora, Bahia.
_ Taipus? Nunca ouvi falar.
_ É lindo, andei pesquisando. Não é tão deserto, mas é muito sossegado.
_ Já quero arrumar as malas, sabia?
_ Não, você quer dormir e eu também. -falou me derrubando de volta no colchão e beijando minha boca, abraçou minha cintura e dormimos.
Narrado por Melissa
Todo e qualquer feriado era ótimo, mas os de dezembro eram sensacionais sempre. E digo isso com toda a certeza do mundo.
Além de estarmos de férias, são os feriados em que não temos desculpas para não nos reunirmos com a família e amigos. Eu mesmo passei a noite de véspera com a família do Leo, o feriado com a minha família e no dia seguinte (26) iria almoçar fora com o Leo e as crianças.
_ Melissa! Acorda! Já tá o sol lá fora. -continuei de olhos fechados só escutando a voz da minha irmã cada vez mais perto até que ela estava em cima da cama, abrindo meus olhos com os dedos.- Bom dia.
_ Bom dia. -respondi bocejando.- Bom dia Lolô.
_ Bom dia. -respondeu me olhando e com a mão na boca.
_ Acordaram cedo hein, o Leo está dormindo ainda.
_ Preguiçoso a mamãe disse que homens são.
_ É verdade. -falei me sentando na cama.- Vocês já tomaram café?
_ Sim, a mamãe comprou aquele pão que a Lolô gosta.
_ Croissant o nome.
_ Não sei falar isso não, Mê. -riu.- A gente vai sair né?
_ Sim, mas só na hora do almoço.
_ Dá tempo de brincar?
_ Sim, senhorita.
_ Então eu vou lá. -e saíram as duas, olhei para o lado e Leo nem se mexia, dorminhoco. Dei um beijo em sua nuca, seus ombros, estava passando as unhas nas costas dele quando ele resolveu acordar.
_ Bom dia loirão. -meu "bom dia" teve como resposta um beijo lento e firme, com toques por todo o meu corpo me deixando mais que excitada. Não segurei o gemido quando seus dedos me tocaram por dentro da calcinha e daí foi um passo para começarmos o dia com uma transa muito gostosa e quente, muito quente. Eu estava suando quando terminamos e ainda assim não me soltei dele, voltamos a nos beijar e só depois de nos recuperarmos foi que levantei para tomar um banho... onde tive sua companhia até para ajudar lavar os cabelos.
_ Bom dia casal. -Malu entrou no quarto rindo.- Fechar a porta é bom, sabia?
_ O que aconteceu? -perguntei enxugando os cabelos com a toalha enquanto o Leo reinava o banho dele.
_ Helena chegou no quarto e falou assim "eu acho que a Mê tá machucada, ela tá chorando". Aí eu venho toda preocupada, chego na porta e pego vocês no bem bom.
_ Menina.
_ Da próxima vez tranca, bom dia safadinha.
_ Para Malu. -bati nela com a toalha.- Sem graça.
_ Agora é para né? "Ãn vai Leo". -me imitava fechando os olhos e fingindo gemer.
_ Aí que vergonha, menina deixa eu me trocar vai.
_ A vontade, só tranca a porta né. Vai que de repente você sei lá tem vontade de continuar né.
_ Troxa, sai daqui vai. -falei pondo ela pra fora. Leonardo saiu do banheiro mais que tranquilo, já estava de cueca e calça jeans.- Nossa, tá bonitão hein.
_ Com um roxo enorme bem aqui. -falou puxando um pouco a calça e mostrando.
_ Faz parte, né? Tá com fome?
_ Muita. Mas acho que nem vou tomar café, nós não vamos almoçar fora?
_ Yes. Inclusive as acompanhantes já vieram aqui nos acordar.
_ Elas madrugam. -falou indo se trocar, fiz o mesmo.- Loira, atende aí... é minha mãe. -jogou o celular pra mim, atendi.
_ Ô tio, cadê você hein? -era a Analu.
_ Oi Analu, é a Mel. Tudo bem?
_ Oh vó esse telefone tá com problema, não é meu tio não. -escutei ela gritar, dei risada.
_ Ele está terminando de se trocar, vocês estão prontas?
_ É, e com muita fome.
_ Nós já estamos terminando aqui e vamos aí buscar você e a Ceci, tá?
_ Tá bom. Eu espero.
_ Beijos, gatinha.
_ Tchau tia. -e desligou.
_ Acho fofo ela me chamar de tia. -falei sorrindo.
_ Eu me sinto velho. -disse colocando a camisa e secando os cabelos.- Tava com vontade de comer mesmo baião de dois.
_ Quer ir lá pra zona norte, é isso?
_ CTN, vamos?
_ Claro que sim, vamos com toda certeza. -falei prendendo o cabelo e esperando por ele para sair do quarto.- Bom dia, bom dia. -cumprimentei os parentes e fui para a cozinha.- Oi mãe, bom dia.
_ Bom dia, dormiu bem? -me deu um beijo no rosto.
_ Ainda estou com sono, acredita? Mas a minha fome é maior.
_ Fala de fome não, sua irmã acordou era cedo e me perguntando quanto faltava para o almoço.
_ Vamos almoçar lá na zona norte, Centro de Tradições Nordestinas.
_ Nossa e nem convidam?
_ Convidam pra que? -meu pai entrou na cozinha perguntando, entrando entre meu noivo e eu.- Bom dia princesa. -beijou meu rosto.
_ Bom dia, pai. -o abracei.- Vamos almoçar no CTN com as crianças.
_ E ninguém me chama, é isso?
_ Amanhã o senhor viaja, tem que descansar. -ri.- Cadê as meninas, já estão prontas?
_ Só precisam se trocar, estão de banho tomado.
_ A senhora que vai trocar eles? -perguntei e ela assentiu.- Tá bom, a gente só vai tomar café.
_ Essa hora? Que horas você acordou?
_ Bem tarde, pai. Bem tarde. -ele olhou desconfiado e o Leo nos entregou, já que ficou dando risada junto com a minha mãe.
_ Melissa, Melissa... toma jeito não, viu.
_ É gracinha, pai. Eu estava cansada demais pra fazer qualquer outra coisa que não fosse dormir.
_ Assim espero.
_ Onde vamos? -Maria Luísa perguntou abraçando o Leo pela cintura e apoiando o queixo no ombro dele.- Cunhado, me leva?
_ Ah pronto, que folga hein. -falei brincando.
_ Não me deixa ficar de vela, irmã. Arthur já subiu pra tomar banho.
_ E onde ele pensa que vai?
_ Buscar a Julia, ela vai passar a virada do ano com a gente na chácara.
_ Assim de boa, mãe? -começamos rir e ela mandou todo mundo ir a merda, dando as costas.- Eles bem que poderia ir, né? Porque não vai dar todo mundo em um carro só.
_ Só um minuto. -pegou o celular.- Art, vamos almoçar fora? Eu sei que você vai buscar a Julia... isso, isso mesmo. Tô pronta já, desce logo. -e desligou.
_ Não tem vergonha de ligar pro seu irmão que está no andar de cima.
_ Sem estresse, mãe. Ela ainda tá no banheiro.
_ Aí ceedo, nojentos.
_ A senhora não leva o celular não?
_ Eu não, Thor me faz companhia as vezes.
Acabou que fomos eu, meu noivo, meus irmãos, a cunhada e as outras crianças. Chegamos lá e o cardápio era de ficar confuso pra escolher e ainda sim, começamos com uma polenta frita e uma porção de fritas para os babys.
_ Eu quero uma batida, a daqui é muito gostosa a mãe falou.
_ Menina, você não tem nem idade pra essas coisas. Tinha que tomar era suco. -ela deu risada.
_ Não custa experimentar, eu tô com vocês. -falou toda manhosa, dei risada e pedimos uma.- Vai tomar suco, Mê?
_ Eu vou, tô de olho nas crianças. Eles não vão sair correndo Melissa.
_ Não mesmo, mas mesmo assim.
_ A mãe do rolê, ela. -beijou meu rosto.
_ Sou mesmo, a mãezona. Deixa eu perguntar, vocês já arrumaram a mala de vocês.
_ Nem sei onde tá a minha. -Arthur disse rindo.- A mãe disse que ia ver se arrumava.
_ É mais ela viaja amanhã pro Rio com o pai, não sei se ela vai ter tempo de arrumar não.
_ Ué, e quem vai levar a gente então?
_ Escutei o pai conversando de alugar uma van, igual foi da outra vez... lembra?
_ Que fizemos paradas e tudo mais, lembro sim.
_ Então... acho que vai ser isso. Mais gente esse ano.
_ Bem mais gente, o tio Heitor vai não vai?
_ Ele, a Lívia e as crianças. Aí tem a Julia e o Leo, a irmã do tio Rafa parece que vai também.
_ Caramba, é gente hein.
_ Tio Max está aqui em São Paulo vai com a gente também. Tudo amanhã, de madrugada ainda.
_ Quero bem ir dormindo, chegar lá com todo o gás e ficar na piscina o dia todo.
_ Até porque não tem muitas outras coisas pra gente fazer.
_ Você não tem né Maluzinha.
_ Aí credo, nojento.
_ Pergunta pro seu irmão como funciona. -Julia foi ficando vermelha de vergonha, pegando o copo para disfarçar.
_ Poderíamos levar jogos, não é?
_ De videogame?
_ Não maninho, Just Dance... Twister... Uno, mas aquele que dá pra jogar na piscina sabe? E levar bola, de vôlei e de futebol.
_ Dama também, mas aquele que coloca doses.
_ Loirão, é uma viagem em família.
_ Eu sei, mas alguma coisa pra distrair seria bom. Não precisamos beber todos os dias.
_ Não mesmo. Mas não temos muito tempo pra ver isso se formos amanhã de manhã.
_ Vamos depois daqui, aí passamos no shopping.
_ Eu fico com as crianças, naquela piscina de bolinhas para adultos! -Malu disse toda empolgada.
_ Eu também quero. -Julia se animou.
_ Até eu, daora aquele escorregador cara.
_ Enorme, mas vai estar lotado.
_ Ninguém aqui tem pressa. -Malu deu de ombros.- Vamos então?
_ Fechou.
Almoçamos por ali e matamos a vontade de comer o baião de dois com aquela carne assada maravilhosa e a mandioca frita. Hmmm muito bom, muito gostoso. Saindo de lá seguimos para o shopping e as crianças foram as que mais se divertiram no espaço kids enquanto íamos comprar nossos jogos e descobrimos mais outras coisas.
Antes de irmos embora passamos na praça de alimentação e tomamos sorvete. Fomos para o estacionamento e seguimos para nossas casas, primeiro Leo foi nos deixar e depois seguiu para a dele.
_ Acordada ainda dona Fernanda. -perguntei entrando e encostando a porta.
_ Esperando vocês, né? -sorriu, olhei para o sofá e meu pai dormia com ela fazendo carinho nos cabelos dele.- E aí Nena, como foi o passeio?
_ Muito bom, mamãe. A gente brincou muito muito muito e comemos doce, a Mê deixou.
_ Que delícia, mas comeu comida direitinho?
_ Sim! -respondeu toda alegre e sem um pingo de sono.
_ E você Lolô, gostou do passeio? -ela fez que sim com a cabeça e virou para mim pedindo colo.- Acho que tem alguém com soninho hein.
_ Tenho a certeza mesmo, meu tio foi dormir?
_ Quem dormiu foi seu pai, minha filha. Seus avós foram visitar uns amigos e seu tio foi para um barzinho com a Lívia.
_ E eu vou ficar de babá, é isso?
_ Não. -riu.- Eu fiquei com esse cargo hoje. -falou se levantando depois de dar um beijinho na testa do meu pai.
_ Por isso que eu te amo, vou subir, boa noite mãe.
Narrado por Fernanda
Assim que Melissa chegou com as crianças eu deixei o Luan dormindo no sofá e subi com os três para o quarto da Nena. Tirei a roupa, dei aquele banho e vesti o pijama nos três.
_ Mamãe agora a gente vai dormir?
_ Eu acho que sim, né? Você não está cansada?
_ Não, mamã... -bocejou, começando a coçar os olhinhos.- Eu queria dar boa noite pro vovô.
_ Você pode dar bom dia, amanhã. -pisquei.- A Lolô já está dormindo, oh.
_ Ela é neném pequeno mamãe, eu já sou mocinha o papai falou.
_ E mocinha dorme cedo também, pra descansar que amanhã vamos viajar... você lembra?
_ Pra cachoeira, né mamãe? -perguntou despertando de novo, subindo em cima da cama e se pendurando em mim.- Mamãe eu queria água.
_ Espera aqui então que eu vou lá buscar.
Busquei a água na cozinha e quando voltei ela estava jogada na cama, com as pernas para fora e dormindo. Ajeitei as duas bonecas e quando ia arrumar o Derick vi que ele estava acordado e com carinha de choro.
_ O que foi meu amor? -ele nem falou nada, esticou os braços pedindo colo, não resisti.
_ Mamãe, tia.
_ Mamãe vem daqui a pouco, tá? Vamos descer com a tia.
_ Ô mulher, me largou aqui sem carinho é?
_ Estava dando banho nas crianças, chegaram grudando de suor e de doces.
_ Eu imagino. -se sentou.- As meninas dormiram?
_ Sim, só esse neném que não. -falei sentando no sofá e deitei a cabeça dele no meu peito.
_ Tá com sono não cara? -ele virou o rosto, dei risada.- Cê não é mais meu amigo, é?
_ Ele quer a mãe dele.
_ Agora lascou. -começou a rir.
_ Besta.
_ Boa noite pra vocês. -Maria Luísa foi entrando em casa.
_ Tava com quem? -Luan perguntou franzindo a testa e já cruzando os braços.
_ Com o meu irmão, pai.
_ Sair daqui você saiu com ele, né... agora vai saber da volta.
_ Ele foi levar a Julia, aí me deixou lá dentro do carro uma vida e viemos pra casa.
_ É mentira dela, mãe.
_ Mentira nada não, deveria ter vindo com o Leo. Melissa já está até dormindo.
_ Eu não duvido. -falei rindo.- Tudo bem Julia?
_ Tudo sogra, e a senhora?
_ Bem também. Bom, vocês já chegaram... eu vou subindo.
_ O Derick está no colo por que?
_ Quer a mãe dele, vem Luan. Boa noite pra vocês, e não esqueçam que amanhã vocês saem cedo para Londrina hein.
_ Mãe, a senhora arrumou minha mala?
_ Não, nem a sua, nem a da Melissa e muito menos da Malu.
_ Por que mãe? A senhora sempre arruma.
_ Ué, estava descansando. Fui arrumar a minha agora de noite, mas deixei uma listinha para vocês não esquecerem nada.
_ Ainda bem, vou subir e arrumar agora.
_ Me ajuda bebê?
_ Tô com sono. -falou bocejando e foi subindo também. Luan foi na frente, abriu a porta e nós entramos.
_ Amanhã vamos sair daqui umas 10 da manhã, tá bom?
_ Ótimo, dá pra dormir muito... muito mesmo.
_ Tá que tá no sono. -riu.
_ Ainda não tô cem por cento não amor, de verdade.
_ Teremos uns dias para isso.
Pensei que rolaria um beijo, mas meu sobrinho não largou de mim e foi dormir quando estávamos no começo do terceiro episódio de um desenho que ele gostava muito. Falei que iria esperar ele pegar no sono para trocá-lo de cama, mas Derick dormia tão gostoso que eu não tive coragem. Ou seja, não namorei meu marido aquela noite.
Na manhã do dia 27 acordei com o meu irmão batendo na porta, entrou e disse que foi buscar o pequeno para trocar de roupa e tomar tetê antes de irem. Deveria ser em torno de 06h30 da manhã. Levantei e fui ao banheiro fazer xixi, lavei as mais, o rosto e fiz um coque antes de sair, calçar os chinelos e descer para a cozinha.
_ Bom dia, bom dia. -cumprimentei a todos.- Prontos?
_ Sim, estamos esperando sua filha preguiçosa.
_ Cheguei vô, sem pressa. -falou rindo.- Leo está chegando também.
_ Decidiram ir de carro mesmo, pai?
_ Era minha vontade, mas você conhece sua mãe.
_ Estou pensando na comodidade, você descansar e não se preocupar em dirigir durante horas.
_ Não falei nada. -se defendeu.
_ Eu bem te conheço, Hugo. Ia querer revezar o volante e eu não vou dirigir hein.
_ Como você quiser minha velhinha linda. -deu um beijão nela ignorando minha presença ali.
_ Que indecência na frente da filha hein.
_ Você faz pior, que eu tenho certeza.
_ Pai!
_ Papai te ama. -falou me abraçando de lado.
_ Olha vovó, meu vô tá abraçando minha mãe igual o papai me abraça.
_ Como que ele está abraçando, Nena?
_ Com carinho, vovó. -disse toda fofa.- E eu gosto muito de carinho, vovó.
_ Eu também minha pequena.
_ Bom dia família, bom dia.
_ Já acordou amor?
_ Roberval me deixa dormir? Lógico que não.
_ Ih papai tá com aquele negócio mamãe.
_ Que negócio, filha?
_ Estresse, mamãe.
_ É verdade, dá um beijo nele com carinho que passa.
_ Bom dia papai. -e foi para o colo.
Nos reunimos a mesa e tomamos café juntos, quando terminamos ajeitamos a cozinha toda e fomos para a sala. O ônibus que havíamos alugado estava pra chegar, ajudei a descer todas as malas para a sala e subi para me arrumar afinal sairíamos em seguida praticamente.
_ Saudades quando você me chamava pra tomar banho com você.
_ Falei que eu ia tomar banho, você continuou no sofá. -ri.- Não ia chamar na cara dura, meu pai é um senhor de idade.
_ (risos) Mais ligeiro que nós dois juntos, certeza.
_ Mãe, o ônibus chegou e minha vó também.
_ Vai lá amor, eu só vou me trocar e estou descendo.
_ Beleza.
Coloquei um macaquinho e uma sandália rasteirinha, mantive os cabelos em um coque e acrescentei um brinco discreto e meu relógio. Estava pronta.
_ Todos animados?
_ Oi tia Fê! -Lucas veio me abraçar.- Você tá bonita.
_ Obrigada meu lindo, você está gatão também.
_ Mamãe, gatão é um gato bem grande?
_ Quase isso, Nena. -ri.- Oi Bru, oi Rafa... -os cumprimentei assim como fiz com os meus sogros e o tio do Luan.
_ Vamos?
_ Bora.
_ Melissa, olha sua irmã e nosso cachorro?
_ Fica em paz mãe, tudo sob controle. Tchau. -nos abraçamos.- Feliz ano novo.
_ Pra você também, beijo.
...
Viajamos para o Rio de vôo comercial, sem problemas. Desembarcamos em solo carioca às 13 horas e 47 minutos, mortos de fome.
_ Ô Rober, cadê minha amiga?
_ Não quis vir não, disse que a Marina ainda é pequena pra ela ficar na bagunça.
_ Ela não está errada, mas estaríamos aqui pra ajudar né?
_ Fala isso pra ela. -riu.- Luan me falou hein.
_ O que?
_ Das férias em casal, cuidado pra não voltar grávida.
_ Já aceitei que estou na idade de ser avó. -ri.- Ficaremos por lá 10 dias, contando com o dia 03.
_ Gostoso lá, pra caramba.
_ Já conhecia?
_ Sim, mas com uma namorada.
_ Que não era minha amiga, é?
_ Isso aí, com uma ex. -coçou a cabeça sem graça.
_ Deixa ela saber disso viu. -brinquei.- Luan tá demorando viu, quero comer logo.
_ Negão tá lá, deve estar atendendo o pessoal.
E ele não estava errado. Já havia uma galera aguardando por ele em São Paulo e a notícia rapidamente se espalhou, pois encontramos um pessoal no aeroporto do Rio e na chegada do hotel.
Desci do carro e não parei para fotos, só acenei e deixei Luan ficar mais a vontade com os fãs. Rober e eu seguimos para o restaurante logo depois que o check in foi feito e nos acomodamos para esperar meu digníssimo marido chegar para pedirmos a comida.
_ Porra boi, demorou hein.
_ Foi chegando gente e chegando gente, mas deu pra atender todo mundo. -dizia sorrindo.- Esse aqui é pra você. -estendeu uma sacolinha pequena, mas bem delicada.
_ Muito obrigada.
_ Abre, deixa eu ver o que é... me disseram que eu ia gostar muito.
_ É lingerie, depois eu mostro. -pisquei para ele e fechei a sacola de volta.- Bora comer?
_ Agora, tô varado de fome.
_ Amém, bora caprichar no almoço e depois passear. Marquei um passeio pra gente.
_ Folga hoje?
_ Hoje, amanhã e depois.
_ Delícia.
_ Vou ficar bronzeadinho, da cor do pecado.
_ Sim, do meu pecado. -demos um selinho e voltamos a falar do tal passeio, iríamos para uma praia próxima dali. Então almoçamos e subimos para nos trocar, combinando de nos encontrar dentro de 15 minutos no hall do hotel.
~.~
Eita, mais um ano acabando na fanfic e mais uma viagem casal para a conta. Quero muito essa "lua de mel" beeeeeem fora de época, porém que nosso casal mais que precisa! UHUUL!
Quanto ao natal? Achei lindo, bem família e muito gostoso. ❤️💜
PS: Um mês e onze dias sem atualizar a fanfic. Eu sei, é muito, muito tempo. Não irei me estender muito, a intenção não é essa. Só queria me desculpar pelo sumiço, mesmo que não tenha sido proposital... tive meus motivos e nada relacionado ao blog ou vocês fãs/leitoras que o acompanham. Enfim, obrigada por esperarem e não percam os próximos estamos chegando ao fim, depois de anos prorrogando, agora é real. LuNanda está se despedindo! Grande beijo, se cuidem.
Depois dessa terá uma próxima?
ResponderExcluirAmo essa família...
ResponderExcluirTeremos nova fic??
não tá nem terminando essa.. imagina uma nova :(
ExcluirMalu terminou com o Henrique? ��
ResponderExcluirLargou a fic? :(
ResponderExcluirJess
Um mês :/
ResponderExcluirVoltei depois de fica um tempinho longe kkkkkkk mais senti saudades 😊😊
ResponderExcluirSobre a fic sempre falo ela é maravilhosaaaaaa, e uma pena que tem que acabar 😔😔😔😔
Tomara que vc volte com um outra fic maravilhosaa como essa 🙏🙏🙏
Continua por favor ❤
Cade vc ❤😭😭
ResponderExcluirVai ter capítulo só ano que vem?
ResponderExcluirEu sinto saudades 😭😭
ResponderExcluirNão vai ter mais capítulo 😭😭😭😭
ResponderExcluirAcho que acabou mesmo ��
ResponderExcluirFala sério ��
ResponderExcluirVoltaaaq
Abandonou? 😭😭
ResponderExcluirAcabou a história ��
ResponderExcluirCadê????
ResponderExcluirMeninas!
ResponderExcluirProgramei 05 postagens para esse final de semana. Não sei se vocês ainda tem interesse em acompanhar o final da história, mas estou passando para avisar vocês.