Capítulo 177

Narradora
  Luan saiu batendo a porta do camarim e seguiu direto para a van que o levaria de volta para o hotel, enquanto Fernanda ainda continuava em pé e chorando em silêncio. Ela não acreditava que levaria a culpa de algo que não fez intencionalmente, não tinha o que ser dito, Luan não voltou quando ela o chamou...

_ Cadê a Fernanda? -Isadora perguntou segurando o braço dele que passava sem falar com ninguém.- Hein?

_ No meu bolso que não.

_ Idiota, não acredito que a deixou sozinha.

_ O que você tem a ver com isso? -perguntou tirando a mão dela de seu braço e seguindo para a van, onde entrou e se sentou no ultimo banco e pegou o celular fingindo não se importar com nada a sua volta quando na verdade não conseguia tirar de sua cabeça a imagem do telão de outro homem pegando na cintura de sua amada, tocando seus lábios enquanto a plateia que antes gritava permanecia em silêncio, tão perplexa quanto ele.

  Isadora ao imaginar que a amiga poderia estar precisando dela foi direto para o camarim, assim que empurrou a porta encontrou Fernanda lhe encarando com o rosto inchado de tanto chorar e olhando pra ela frustrada, havia pensado que Luan tinha voltado.

_ O que foi que aconteceu? Por que você está chorando desse jeito, Fernanda? -ela não conseguia falar, toda vez em que a abri a boca chorava mais ainda deixando a amiga preocupada.- Não sei o que rolou aqui dentro, muito menos o que ele te disse. Mas, você não pode ficar nesse estado... Pensa no seu filho! -disse séria e Fernanda não deu muita atenção, estava tão chateada que as palavras de Isadora naquele momento não faziam sentido, na verdade em sua mente vagavam as palavras dele antes de deixar a sala.-

_ Ele não confia em mim, nunca confiou... -foi o pouco que conseguiu dizer depois de minutos em silêncio.- Foram seis anos. Nos conhecemos há seis anos, estamos juntos mais de dois anos... Pra ele na primeira mentira contra mim me virar as costas como se eu fosse uma qualquer (soluços), ele não se importou nem mesmo com o filho dele que eu carrego na barriga.

_ Toma uma água, amiga. -Isadora chegou com o copo, mas foi surpreendida com a mão de Fernanda batendo no mesmo e jogando-o longe.-

_ Eu não quero água, eu quero ele.

_ Ele já foi embora pro hotel, vamos pra casa... Eu vou com você, vem amiga. Você precisa descansar foi uma noite muito intens...

_ NÃO! VOCÊ NÃO ENTENDE... -gritou.- 

_ Fernanda! Para de gritar, estamos só nós duas aqui e nós vamos embora. -disse saindo da sala e indo até o corredor que dava acesso ao estacionamento e pediu ajuda à um segurança, pediu um táxi e voltou lá pra dentro. Fernanda não disse nada, apenas se levantou e do jeito que estava saiu deixando tudo pra trás e Isadora pegando tudo. As duas entram no táxi e seguem pra casa.

Enquanto isso no hotel...

_ Eu sei o que rolou... E não achei certo voc... 

_ Não começa você também não querer me dar lição de moral. -Luan interrompeu Rober que o olhou assustado.- Muito fácil abrir a boca e falar que eu fiz merda, que eu falei demais quando quem não tomou chifre foi você...

_ Sou seu amigo, parceiro, como você diz. E vou te falar uma coisa que talvez seu ciúmes não deixou que você enxergasse... A Fernanda está grávida de nove meses, ela só foi nesse show porque você insistiu muito... Ela sempre foi uma mulher linda, porque mentiria ao dizer que foi agarrada?

_ Cara... Para de defender, vai... Para...

_ Não é defender não Luan. É ser racional. Você quando fica com ciúmes não pensa no que fala e acaba falando merda... Só que se esquece de que palavras uma vez lançadas não voltam atrás... Pensa que saiu de dentro do camarim deixando pra trás uma mulher grávida de nove meses que pelo nervosismo poderia ter ido parar no hospital.

_ Agora quer me fazer sentir culpado? Ela não vai pra um hospital, tá legal e eu não deixei ela sozinha... Sua namorada está lá.

_ Reze muito pra ela não precisar mesmo. Porque se alguma coisa acontecer com ela ou com a criança, quem não vai te perdoar sou eu. -e saiu do quarto deixando Luan em pé e encarando o nada, todo pensativo. Com o sentimento de culpa... Fazendo-o pegar o celular e discar o número da Fernanda.-

_ O que você quer? -Isadora atendeu.-

_ Onde vocês estão? Queria saber se...

_ Ela está bem sim, e não que você mereça saber... Mas, estamos indo pra casa dela. -e desligou deixando mais aliviado, porém ele optou por tomar um banho frio para esfriar mais a cabeça e assim poder dormir... Era o que ele pensava que aconteceria.

(...)

  Chegando em casa Fernanda sobe para seu quarto junto com Isadora que diz à ela para tomar um banho morno quase frio e colocar uma roupa fresquinha e se deitar para dormir e assim ela faz. Durante o banho mais lágrimas foram derramadas, mas ao desligar o chuveiro elas cessaram.

_ Se sente melhor? -ela apenas assente e vai se vestir. Isadora aproveita para tomar uma ducha rápida, põe seu pijama e vai se deitar com ela e fica ali consolando Fernanda até que a mesma pega no solo e ela acaba cochilando também.

  As horas passam e por volta de três da manhã Isadora acorda para ir ao banheiro e repara que seu pijama está todo molhado, então acende a luz e olha para a cama e encontra Fernanda soando muito, o que era estranho já que o ar condicionado estava ligado.

  Receosa ela tenta acordar a amiga e fica mais atenta ainda em suas respostas.

_ Nanda, olha pra mim...

_ Hm... -respondia meio mole.-

_ Tá passando mal?

_ Me ajuda... -sussurrava.-

_ Claro que ajudo, me fala o que foi! 

_ Meu filho Isa... O Arthur... -Isadora arregala os olhos e começa olhar em volta procurando pelo celular.- Tá doendo muito.

_ Calma, respira que vai ficar tudo bem amiga. Tudo bem com você e com o nosso pequeno. -disse pegando o celular dela e discando o número da única pessoa que ela sabia... Roberval.- Bê? Te acordei, né?

_ Ahaan... -ele estava sonolento, ainda nem tinha aberto os olhos enquanto Isadora caminhava para fora do quarto para falar mais abertamente sobre o que estava acontecendo.-

_ Olha, me escuta... A Nanda acordou soando muito, muito mesmo que deixou minha blusa do pijama toda molhada e quando eu perguntei ela disse "me ajuda... meu filho." eu tô com medo, estamos aqui sozinha e eu não sei pra quem ligar! 

_ Onde vocês estão?

_ Na casa dela, né Bê... Me ajuda!

_ Te ligo em cinco minutos... Fica de olho nela. -e desligam.

  Roberval ligou na recepção do hotel e com o endereço de Fernanda conseguiu ter contato com o hospital mais próximo de sua casa, pedindo assim que uma ambulância fosse até lá e foi se trocar.

_ Onde você foi, Isa?

_ Falar com o Rober, eu não tinha o número de ninguém e...

_ Tô sentindo uma dor muito forte no pé da barriga, me leva pra um hospital... -dizia Fernanda preocupada, até porque não costumava sentir dores e sabia que a presença delas era sinal de alerta.-

_ Tenta se levantar, eu te ajudo... -Isadora lhe dá apoio para que ela se levante e quando olha para a cama vê uma mancha de sangue no lençol, seus olhos ficam marejados e ela ainda se mantém em silêncio, tentando tirar Fernanda do quarto para que ela não veja.

  A ambulância que está a caminho chega pouco mais de meia hora depois, encontram Fernanda deitada no sofá, pálida e muito mole. A levam para o carro e Isadora que já estava trocada apenas pega sua bolsa, a carteira da amiga e os seguem.

(...)

  Roberval sabia que não poderia sair do hotel e deixar Luan ali sem saber de nada, então depois de trocado ele vai até o quarto de Wellington e avisa o que está acontecendo e diz que irá na frente, para que ele acorde Luan e sigam para o endereço indicado.

  Luan havia demorado para pegar no sono e acordou no susto com um pesadelo horrível. Sentou-se na cama e ficou pensando, pegou o celular e era mais de três da manhã... O andar em que eu estava permanecia em silêncio, como era de se esperar... Mas, algo o dizia que nem tudo ia bem.

Foi ao banheiro e quando voltou a luz estava acesa e o Well tava parado em pé na porta.

_ Caiu da cama foi? -perguntou rindo.- Ninguém invadiu meu quarto. -riu mais e parou quando percebeu o quão sério Wellington estava.- O que foi negão?

_ Fernanda está no hospital.

_ A Fernanda o que ?

_ Eu não entendi muito bem, o Roberval foi me acordar e disse que estava indo pro hospital encontrar com a namorada dele porque a Fernanda estava sentindo dores e estaria sendo levada pra lá.

_ Mas, dores? Ainda não está na hora do meu filho nascer, ela nem completou nove meses.

_ Foi de repente... Ele foi indo na frente, pediu que eu te chamasse e fôssemos pra lá.

_ Tá, eu... -ele estava perdido, sentia-se estranho e em sua cabeça as palavras de Roberval estava em sua cabeça, dizendo que se algo acontecesse ele não o perdoaria.- Vou me trocar...

(...)

  O caminho até o hospital parecia interminável, assim como os minutos naquele corredor de hospital... Isadora nada dizia, apenas abraçou o namorado e ficaram os dois em silencio, bastante preocupados por causa do sangramento e agoniados pela ausência de notícias.

_ Eu não aguento mais esperar... Faz horas que ela está dentro daquela sala e ninguém fala nada, ninguém deixa eu ver minha amiga.

_ Calma Isa, essas coisas levam tempo... Vai ficar tudo bem. -disse mexendo em seus cabelos. No final do corredor entrava Luan que em passos largos chegou até eles, estava até mesmo ofegante e com o semblante assustado quando soube que ela estava na sala de emergência.-

_ Eu espero que agora esteja feliz! Era isso que você queria, não é? -Isadora se levantou ficando de frente com ele.- Por culpa sua e somente sua ela está aqui agora... Por culpa de uma coisa que ela não fez!

_ O que houve?

_ Ela deu entrada no hospital quase inconsciente, com dores no pé da barriga e muito pálida... -ele engoliu seco, continuando sem reação.- O que você tinha na cabeça hein?

_ Você não estava lá, não sabe o que aconteceu então não vem jogar a culpa toda em cima de mim.

_ Ah! Agora você é inocente? -riu de nervoso.- Se alguma coisa acontecer com a Fernanda ou com o Arthur você...

_ Não vai acontecer nada com eles... Não pode acontecer nada. -disse num fio de voz.-

_ Como tem tanta certeza? -chorava querendo socar Luan, e teria conseguido se o seu segurança não tivesse entrado na frente.-

_ Eu não tenho. -respondeu triste.

(...)

  Os médicos estancaram o sangue e com medicamentos conseguiram estabilizar sua pressão, porém ela permanecia desacordada e sob efeito dos remédios. Com tubos em suas narinas, soro na veia de seu braço e uma aparência totalmente sem vida. Ela foi encaminhada para a UTI e assim que acordasse seria levada para o quarto de internação.

  Dr. Renato após retirar os EPIs trocou o avental e saiu ao encontro do acompanhante de sua paciente da madrugada. Assim que o viram se aproximar, Luan levantou-se e estava pronto para lhe fazer uma pergunta quando Isadora se adiantou e perguntou como estava Fernanda.

_ Vocês são os familiares? -perguntou.-

_ Sou o noivo dela. -Luan respondeu.-

_ Agora é noivo? Quando mandou ela ir embora sozinha não pensou nisso, não é mesmo? -Isadora respondeu.- Foi eu quem estava com ela, sou amiga dela e da família. -mentiu. "Porque na verdade ela era amiga da Fernanda e não dos pais dela, embora tivesse uma boa relação."-

_ Pode me acompanhar por favor?

_ Claro. -os dois seguiram para a sala dele, Isadora estava apreensiva. Mas, Renato não enrolou e disse o que estava acontecendo.-

_ Sua amiga está na UTI e ao que tudo indica está fora de perigo.

_ Fora de perigo em uma UTI?

_ Por estar desacordada, mas assim que acordar será transferida para um quarto de internação.

_ Ela ficou pálida e desmaiou porque teve uma queda brusca de pressão e ficou assustada com alguma situação. E um alarme falso, que poderia ter como consequência algo pior, porque como ela passou por uma situação de estresse e nervosismo muito grande e intensa,  isso poderia ter acarretado um parto prematuro ou até mesmo o nascimento de um bebê que já nasce sem vida ou seja morreu dentro do útero da mãe ou durante o trabalho de parto. 

_ Meu deus Dr. minha amiga ainda corre risco de vida? -perguntou e o Dr. assentiu e voltou a explicar.-

_ O risco ele está sempre presente, o recomendado é que ela não faça nenhum tipo de esforço e permaneça em repouso absoluto. Ou seja, nada de escadas, nada de pesar peso... Tem que ficar quietinha.

_ Ela vai Dr. eu mesma cuidarei disso.

  Ambos ficaram conversando e do lado de fora Luan andava de um lado pro outro, não conseguia ficar quieto. Rober embora preocupado, estava cochilando por estar realmente cansado.

  Quando Isadora saiu da sala foi até eles e contou aquilo que o médico tinha dito, acrescentando que ela ainda ficaria no hospital e explicou o motivo. O rosto de Luan suavizou, porém ele ainda queria vê-la.

Narrado por Fernanda

(...)

  Sabe quando você está dormindo, tem a sensação de estar caindo e acorda assustada? Foi assim que eu acordei e meu desespero foi maior quando senti aquele monte de fios no meu corpo. Braço, nariz, meu peito... Quis tirar tudo e me levantar.

_ Fernanda, calma. Está tudo bem... -respirava de maneira acelerada e não havia dito nada, só passava com os olhos pelo ambiente e deduzi que estava em um hospital. "Uh! Gênia!"- Você passou mal e te trouxeram pra cá. Sou o Dr. Renato e estou acompanhando você desde que chegou. -dizia calmo.- Você está na UTI, mas daqui meia hora irá subir para o quarto. Tudo bem? -pisquei.- Pode falar comigo viu, não precisa ter medo. -brincou.-

_ Meu filho... -sussurrei.-

_ Oi?

_ Meu filho... -levei a mão até minha barriga e não senti seu chute.-

_ Ah, sim! O garotão está muito bem, forte... Pode ficar tranquila. Viu te examinar, OK?

  Eu não tinha muita opção considerando que já estava ali. Aos poucos fui despertando mais e estava "acordada", depois de todos os exames feitos naquela sala, fui transferida para um quarto espaçoso e aconchegante.

_ Quem me trouxe pra cá? -perguntei para o Renato.-

_ Isadora Mattos, sua amiga não é?

_ Sim, mas ela veio sozinha?

_ Não, está com mais três homens e um dele identificou-se como seu noivo. -"Ou ex, né Dr. porque do jeito que ele me mandou embora acho dificil ser atual."-

_ Hm... E o que eu tive? -ele puxou uma cadeira e se sentou, conversamos e ele explicou em detalhes o que tinha acontecido comigo e com o meu filho, orientou que eu ficasse em repouso e não pegasse peso algum em hipótese alguma. Disse também que eu ficaria em observação por alguns dias e quando melhorasse iria para casa.-

_ Eles ainda estão aí fora esperando para te verem, devo deixá-los entrar?
_ Ainda? Que horas são? -perguntei ajeitando-me na cama.-
_ Para ser mais exato, 7h13min. Foi uma longa madrugada.
_ Eles devem estar exaustos...
_ Sim, estão. E preocupados com você também.
_ Eu queria conversar com a Isa, a sós. -falei decidida e ele assentiu, abriu a porta da sala e saiu.

  Do jeito que estava permaneci, olhando em volta em silêncio, Não lembrava como havia ido parar ali, nem mesmo me lembrei do desmaio. Mas, depois de conversar com Renato e ele explicar em detalhes o que havia acontecido eu soube que se agora eu estava ali, foi por causa da minha discussão com o Luan. "Discussão? Linda você nem teve a oportunidade de abrir a boca, o boy te esculachou e sozinho." Seria um erro meu culpá-lo? Eu poderia ter perdido meu filho, o primeiro gerado por mim,,, Olhei para o teto e minha boca estava trêmula, sentia os olhos marejados e num piscar de olhos as lágrimas foram derramadas.
  Alguém abriu a porta e rapidamente limpei o rosto, não era Isadora.

_ Posso entrar?
_ Vai embora, por favor... -não estava preparada para encará-lo depois da noite anterior e todas as palavras pesadas que ele me disse, tratou-me como se eu fosse uma qualquer.- você não tinha que estar aqui.
_ Estava preocupado, passei a noite inteira aqui esperando para te ver outra vez.
_ Engraçado que ontem até me mandar embora você mandou... -ele fechou a porta e se aproximou, virei o rosto.- Por favor, vai embora... -não aguentaria segurar as lágrimas se ele continuasse ali.-
_ Fernanda, não faz isso...
_ Não faz isso? Queria o que? Aliás, o que você pensou? Me disse um caminhão de coisas e não se importou em como eu estava, se estava chorando, se estava sofrendo, se estava concordando ou não com aquilo que você dizia. E agora que eu vim parar em um hospital por culpa sua e você passou a madrugada aqui se sente no direito de entrar, me ver, pedir desculpas da boca pra fora que tudo vai ficar bem, que eu irei esquecer... Não. Não, Luan. As coisas não funcionam da sua maneira, nem mesmo da minha. Eu te amo muito e por te amar tanto que soube que precisava mudar a minha postura como mulher, exigir de você fidelidade porque eu sempre fui fiel à você. Mas, você não soube ser sincero e verdadeiro comigo, sempre desconfiando, sempre de olho pra ver se eu iria cair na tentação de voltar ao passado... E isso que me machucou mais, eu mudei por você e você? Fez o que por mim?
_ Eu te amei, cada segundo.
_ Amou? As vezes tenho a impressão que não, que nossa relação se tornou cômoda.. Durante toda volta pra casa eu fiquei pensando onde foi que eu errei, onde foram parar todos os momentos bons que tivemos juntos, para onde foram os nossos momentos de superação e amadurecimento como casal. -ele estava quieto somente me escutando.- Foram reais? Ou não foram intensos o suficiente para que em um momento como esse fossem simplesmente apagados, deletados da sua memória como se nunca tivessem existido?
_ Eu não falei aquilo por querer foi por...
_Reflexos da sua mente, você disse num momento de raiva tudo aquilo que talvez sempre teve vontade. Fala a verdade pra mim, fala olhando nos meus olhos que se arrepende... Vai embora, não temos nada pra conversar...
_ Como ficamos?
_ Não sei, mas também não tenho cabeça pra isso agora, Saí daqui, vai pensar, refletir em tudo que me disse e tudo o que eu te disse...
_ Fernanda, eu não quero que...
_ Eu que não quero... -ele me olhou assustado.- Cansei de passar por cima do meu orgulho e parecer me doar sozinha para sustentar o nosso relacionamento... -respirei fundo e fiquei quieta, fechei os olhos e não escutei mais nada além se sua respiração pesada e em seguida a porta abrindo e fechando.
_"Não desliga sem antes escutar o que eu tenho pra te dizer. -era ele.- Sou muito feliz de ter te conhecido e ter tido o privilégio de compartilhar muitos momentos ao seu lado e um deles é o seu aniversário. Parabéns por mais um ano de vida, pelo seu vigésimo sexto ano. Com toda felicidade, toda autenticidade, beleza e sabedoria. Queria ser o primeiro a te desejar muita saúde, muitos sorrisos e muitos beijos meus. Que Deus continue te protegendo a cada dia, que te conceda novas conquistas e principalmente me presenteie com a sua volta. Ainda te amo, feliz aniversário Fernanda." -vieram na minha mente momentos em que coisas tão lindas foram ditas, como no meu aniversário.- "Saudades de ter você por perto. Você não imagina o quanto sinto sua falta. Sabe que eu te amo." -nosso jantar em Jericoacoara, quando estávamos nos reconciliando.- "Eu te amo! E vou estar ao seu lado independente de qualquer coisa." -frases e momentos tão lindos que foram desfeitos no ar com palavras tão simples, mas que feito laminas afiadas machucaram aquilo que eu acreditava ter de mais bonito... Eu sei que relacionamentos tem seus momentos de um clima um pouco mais tenso, que enfrentava suas crises. Mas, será que eu consigo passar por cima de tudo isso assim? Como é dificil...

























~.~

  Sem estrutura emocional para esse clima tenso e esse final bem triste. Aí socorro!

PS: Respondo os comentários anteriores e esses quando for postar o próximo capítulo pode ser? Porque tenho uma formatura ainda hoje e já deveria estar me arrumando, mas não.. tô aqui escrevendo uma crise #LuNanda kkk enfim, é isso, Beijos, e muito muito muito obrigada pelos 12 comentários, fiquei muito feliz. Continuem nesse ritmo, logo eu volto.