Capítulo 194 - Parte V

Narrado por Luan

@luansantana: E hoje ,imha rainha completa seus 28 anos. Parabéns minha Morena, te amo! ♥

  Mesmo com muito frio e chuva consegui chegar em casa ainda de madrugada, todos dormiam e Lupy passeava pela sala (notei isso por seus olhos atentos à porta), acendi as luzes da cozinha e fui tomar uma água.

  A mochila continuou na sala, subi pro quarto e tirei a roupa que vestia e me deitei com ela na cama.

_ Aí que isso...

_ Sou eu amor.

_ Eu tô sonhando?

_ Não, tô aqui... 

_ Por que estamos sussurrando?

_ Não sei. -risos.- Feliz aniversário.

_ Obrigada amor. -lhe dei um beijo rápido e dormimos.

  Algumas horas depois acordamos juntos, Arthur estava puxando nossa coberta e chorou quando caiu de bunda no tapete.

_ Ê bocão, acordou sua mãe. -o peguei no colo.-

_ Acordou mesmo e eu tava dormindo tão gostoso. -falou se levantando ainda sonolenta e indo na direção do banheiro, me dando a visão privilegiada de sua camisola de cetim toda lilás, mostrando que por baixo havia apenas uma calcinha fio dental.-

_ Papá...

_ Só pensa em comer é? Tinha que dar a bênção menino.

_ Pá...

_ Pá nada, deita aí... -ele fazia que não com a cabeça.- Deita, tá cedo e muito frio.

_ Chovendo. -falou ela saindo do banheiro.- Vou ser obrigada a cancelar minha comemoração.

_ Podemos ir pro Villa e comemorar lá...

_ E desde quando no Villa entram crianças?

_ Uai, a festa é sua... Vai quem você quiser.

_ Não sei, não... Desanimei. -voltou pra cama e deitou de costas pra mim.-

_ Mamãe quer beijo filhão, dá um beijão nela. -ele foi e puxou Fernanda pelos cabelos até ela virar o rosto e beijou sua bochecha.-

_ Meio litro de baba, mas foi com carinho. -escutamos um grito vindo do quarto da Melissa e eu num pulo já estava lá.-

_ Papai, apagou a luz!

_ Mas tá de dia.

_ E daí? Cabô o WiFi!

_ Tem crédito não? -perguntei rindo.- Vem, vamos ficar lá no quarto.

_ Num tô nem te enxergando... Me pega no colo?

_ Manhosa. -peguei Melissa e voltamos pro quarto Arthur se divertia com a lanterna do celular, Fernanda continuava deitada de olho nele.-

_ Bom dia mamãe, bom dia Art. E bom dia tamém papai.

_ Bom dia... -respondemos.-

_ Papai, tô com fome.

_ Tamém amor, faz alguma coisa pra nóis?

_ "Nóis" não come nada, nós comemos. E não vou fazer nada, hoje eu quero receber apenas. -falou ficando ajoelhada na cama, demos risada.-

_ Tá vendo filha, fica assim quando cê crescer não.

_ Vou tomar meu banho que eu tô quase pelada e por mais incrível que pareça, está frio e chovendo no MEU ANIVERSÁRIO que bosta! -levantou da cama e saiu.-

_ É o seguinte, nós vamos fazer uma festa surpresa pra mamãe e eu preciso de ajuda.

_ Pra chamar as pessoas? Chama a tia Jade, a tia Lila, minha madrinha tamém... O tio Testa, tem minha vó e meu vô. -disparou a falar que não parava mais, até achei engraçado.-

_ A lista eu já tenho, quero ajuda pra ela não desconfiar de nada.

_ Posso falar que tô com dor de barriga?

_ (ri) Pode.

_ Tá bom, deixa nóis comer que eu falo.

  Fernanda saiu do banheiro com uma cara que minha nossa senhora, deu até medo. Entrou no closet e saiu de lá vestida de verdade, com legging, blusa de moletom e meias. Cabelos presos e carinha de choro, e eu acho que é TPM.

_ Mamãe, quero comer.

_ A Rúbia deve ter colocado a mesa já. Vamos descer, vem Arthur. -Arthur não olhou não, do jeito que estava foi engatinhando de olhos fechados. O peguei pela blusa.- Para de aprontar menino.

_ Ele nem começou amor, nem começou. -falei rindo.- Bora?

_ Sim.

(...)

  Passamos um dia inteirinho juntos, brincando com o Lupy e as crianças no chão da sala. No fim da tarde as crianças pegaram no sono e nós tivemos um tempinho só nosso, e foi bom demais.

_ Existe uma coisa chamada camisinha e nós nunca mais usamos.

_ Incomoda, gosto de pele com pele. -mordi seu ombro ao mesmo tempo que apertava sua coxa.- Curto um atrito.

_ Nessa brincadeira perigosa que eu tive o Arthur.

_ E vai ter mais uns vinte.

_ Saindo do seu útero pode ter trinta.

_ Uns três tá ótimo.

_ É, Deus é quem sabe... Mas por enquanto daqui não sai mais nada.

_ Você ficou tão linda grávida, dava tudo pra te ver assim outra vez.

_ Ah amor, não acha que tá muito cedo não? Nosso filho ainda vai fazer um ano.

_ Ah mas, assim...

_ Para de me enrolar. -riu.- Vou tomar um banho, você vem?

  Minha mente queria aceitar o convite, mas meu corpo precisava de um curto descanso e se que se entrasse com ela não iríamos tomar banho nenhum. Deixei ela no banho e fui me vestindo enquanto mandava mensagem pra Bruna, querendo saber se estava tudo certo para mais tarde.

Narrado por Fernanda

(...)

  Melissa acordou chorando muito, dizendo estar com dor de barriga e disse que não estava conseguindo ir ao banheiro.

_ O que você comeu, fala pra mamãe...

_ Eu num lembro, mas tá doendo muito. Aí. -ela estava toda encolhida na cama, tentei massagear sua barriga e ela gritou.-

_ Não grita Mê, mamãe tá tentando te ajudar.

_ Eu sei, mas dói. Acho que eu vou morrer! -cobriu os olhos com o braço e com o outro abraçou a barriga.-

_ Sem drama, filha.

_ Ai mamãe, faz alguma coisa. Leva eu no seu Dino.

_ Você não disse que não estava conseguindo andar? -perguntei cruzando os braços.-

_ Você me pega no colo. -esticou os braços.-

_ Até parece neguinha, nada disso.

_ Vai me deixa sofreno, mamãe?

_ Vou pedir pro seu pai ir até a farmácia e trazer o remédio.

_ Você não quer cuidar de mim, é isso? Se fosse o Art eu aposto que você ia. -revirei os olhos e deixei ela deitada na cama, voltei pro quarto, peguei as chaves do carro e meu celular, passei no quarto do Arthur e falei pro Luan que estava saindo e fui.

  Demorei um pouco por causa da chuva e o seu Dino ainda queria puxar assunto. Inventei uma desculpa qualquer e sai. Na volta para casa a chuva apertou e eu sempre tive medo de dirigir na chuva, então fui para casa ainda mais devagar. Quando cheguei só a luz do meu quarto estava acesa, desci do carro, tranquei e caminhei na direção da porta.

_ Mamãe, cê chegou é?

_ Cheguei Melissa e para de gritar que a mamãe não é... -pressionei o interruptor e quase morri de susto.-

_ SURPRESA!!!

_ Aí gente, sério? Tudo isso é pra mim? -falei realmente surpresa ao olhar meus amigos mais próximos ali, meus sogros e meus pais. E uma mesa cheia de coisas gostosas para comer. Eles cantaram parabéns e vieram até mim com o bolo, fiz um rápido pedido e soprei a vela.-

_ Amiga! Parabéns pelo seu dia. E só não vou te desejar muitos homens porque você é uma mulher casada. -todos riram e eu de branca fiquei vermelha.-

_ Ainda bem né Dalila, senão eu ia ter um papo sério com você.

_ Cunhadinho, relaxa meu anjo. Não vou levar sua mulher pra balada, vou levar sua filha. -risos.- 

_ Pego as duas pelos cabelos.

_ Filha, parabéns meu anjo!

  Recebi muitos cumprimentos dos que ali estavam presentes, ganhei algumas coisinhas também. Mas o melhor foi estar com as pessoas que eu amava e queria o bem sempre.

(...)

  Fomos nós deitar era mais de uma da manhã, Arthur estava longe de estar com sono assim como Melissa. Os dois estavam brincando no quarto dela, com os monta-monta e pelúcias. Os coloquei deitadinhos na cama e fiquei junto até que dormissem e eu enfim pudesse ir para o meu quarto.

_ E aí?

_ Acho que nessa missão eu tive um pouco de sucesso. -me joguei de costas na cama, com os braços abertos e olhos fechados.-

_ Gostou da surpresa?

_ Sim, amei. -senti seus lábios nos meus e um beijo sem malícia teve início, bem tranquilo mesmo e muito gostoso.- Preciso tomar banho pra dormir?

_ Tá com toque? Quantos banhos em um único dia?

_ Eu tô me sentindo suada, amor.

_ Tem problema não, pode ficar que eu não ligo de dormir agarradinho com você mesmo fedida.

_ Trouxa.

_ Prefiro quando me chama de Ridículo, é uma marca registrada desde que te conheço de fato.

_ Minha coisa ridícula! Te amo. -me levantei e caminhei até o closet.-

_ Se num tava com sono? Vem dormir, chega de coisa.

_ Eu preciso trocar de roupa bonitão, por um pijama, uma camisola, uma camiseta sua... Essas roupas assim sabe?

_ Dorme pelada!

_ Ah não, te visita em casa. -tirei a roupa que estava, sutiã e vesti uma camisola mais comportada e soltinha.- Tô pronta. -ele estava cochilando em pé, parado na entrada do closet.- Vem amor, dorme na cama.

_ Cê demora uma vida pra chegar aqui.

_ Meu velhinho resmungão. -apertei suas bochechas e fomos nos deitar e assim dormimos.

Narrado por Luan

(...)

_ Não vai falar meu nome não? Ôh papai!

_ Melissa ele ainda está aprendendo.

_ Ele fala o nome do Lupy e o meu NÃO.

_ Upy! -gargalhava e batia palmas.-

_ Sabe de uma coisa Art? Não fala mais comigo. -pegou os brinquedos dela e saiu da sala.-

_ Xii rapaiz, a muié ficou braba. -Arthur nem deu confiança, continuou a brincadeira como se nada tivesse acontecido.-

_ Melissa pelo amor de deus. O que você quer? Me fala!

_ Eu quero a minha vó, ela não fica gritando comigo igual uma maluca. -olhei em direção a cozinha e não demorou para Fernanda passar pelo corredor bufando e entrar no banheiro, enquanto Melissa subia as escadas correndo.-

_ Quero nem saber o que aconteceu, né garotão?

_ Upy! -jogou as mãos pro alto.-

_ Tudo é Upy agora, é?

_ Upy! Au au...

_ (ri) Não filho, ele não late. -ria ainda mais.

  Estava de folga por uns dias por causa do aniversário de um ano do Arthur, estávamos acertando os últimos detalhes e por isso eu fiquei mais próximo aproveitando a baixa de shows. Fernanda andava bem estressada e Melissa quando cisma também fica um côco e junta as duas dá curto.

 Arthur e eu continuamos na sala, minha criança era tranquila demais da conta (quando queria). Escutei o grito da Melissa de onde estava e já me levantei indo na direção da escada, ela apareceu e estava com a testa vermelha, boca vermelha e chorando escandalosamente.

_ Calma, o que aconteceu?

_ Eu... Fui papai... Pegar minha boneca em cima do... do armário de perfume da mamãe e caí. -chorava ainda mais.-

_ O que o papai já te falou?

_ Pra eu pedir, mas eu tava nervosa! A mamãe tá chata, só sabe ficar gritando comigo!

_ Não pode chamar sua mãe de chata não, e fica tranquila que eu vou conversar com ela. -lhe peguei no colo.- Agora vamos lavar esse rosto, essa boca e ir ver se está tudo certinho.

_ Que barulho foi esse? E que cheiro de perfume é esse? -"É agora que eu morro!"- Você que fez isso, Luan?

_ Melissa caiu am... -ela já estava do meu lado, tirando a Mê do meu colo.- mor...

_ Eu te falei pra esperar que eu ia pegar pra você, olha aí agora.

_ Cê fica enrolando, eu quero brincar e sozinha! Não tenho mais irmão. -cruzou os braços toda nervosa, segurei a risada.-

_ Não interessa, quando eu falar com você, trate de obedecer. Entendeu?

_ Para de brigar comigo (chorava) tá doendo minha boca e meu braço e as perna tamém.

_ Vamos subir, tomar um banho e eu vou te levar na farmácia.

_ Aí não. Vai arder é tudo! Papai socorro. Não deixa ela fazer isso comigo.

_ Nossa senhora viu, nunca vi fazer tanta graça. Dá banho nela você que hoje eu não estou com paciência. -e saiu pisando duro.-

_ Cê tamém não ajuda hein.

_ Até você papai? O que eu fiz pra ser tratada assim nessa casa?

_ Sua boca não estava doendo? Fica quietinha vai. -voltei a pegar Melissa no colo e subimos para o quarto dela, fomos para o banheiro e ela chorou, mas consegui concluir a missão com sucesso.- 

_ Eu não quero bota essa roupa não.

_ O que você quer vestir?

_ Meu vestido da Mônica!

_ Não acha muito curto não?

_ Não. -revirou os olhos.-

_ Folgada.

  Coloquei a calcinha nela e sentei na cama pra esperar a bonita achar o vestido. Demoramos mais de vinte minutos, as roupas todas reviradas, mas ela saiu vestida. Descemos para a sala e agora Arthur estava pelado, tomando água no copinho e Fernanda voltando do corredor da cozinha.

_ Uai, cadê a roupa do neném?

_ Deixa ficar assim com a bunda pelada pra dar uma refrescada.

_ Meu sonho é fazer isso um dia. -disse e quando olhei Melissa fazia careta.- Que foi menina?

_ Imagina você pelado papai, aí credo. 

_ Fica quieta que isso não é assunto pra criança.

_ Chato.

_ Vamos amor?

_ Vamos aonde Luan?

_ Levar a Melissa na farmácia.

_ Tem bandaid na gaveta do banheiro e uma pomada para machucados lá também.

_ Vai arder?

_ Não. -de limitou a isso fazendo um bico enorme. Ôh mulher brava e manhosa!-

_ Senta aí com a sua mãe que eu já venho.

Narrado por Fernanda

  Enquanto Luan não vinha eu aproveitei pra colocar uma fralda no Arthur e uma regatinha. O deixei brincando descalço e sentei Melissa no sofá.

_ Deixa eu ver sua boca... -ela ficou com um corte nos lábios e na gengiva.- Tá doendo ainda?

_ Não muito.

_ E os ralados?

_ Tá ardendo, saiu sangue!

_ Ê Melissa viu, o que a mamãe te disse.

_ Desculpa eu tava muito brava.

_ Brava com o que? Você só tem seis anos. -disse eu na maior calma enquanto Luan se aproximava com a pomada e o bandaid.-

_ O Art não quer falar o meu nome, mas falou o do Lupy.

_ Ele não fala nem o meu nome. E olha que eu fiquei com ele nove meses na barriga, senti enjôos, não conseguia dormir e comia muito.

_ Ah que ingrato mamãe, fica sem falar com ele tamém.

_ Não amor, ele é pequeno e ainda está aprendendo. Foi assim com você também.

_ Claro que não! Eu já nasci falando meu pai disse.

_ Gracinha dele, porque bebê nenhum fala.

_ A Laura já fala, a Manu também.

_ Elas estão crescendo e aprendendo, assim como o seu irmãozinho.

_ Vou ter que pedir desculpas pra ele?

_ Não meu anjo, só não briga com ele por causa disso. -beijei sua testa e me levantei indo para a cozinha, estava com sede.-

_ E aí?

_ E aí o que Luan?

_ Se resolveram?

_ Sim.

_ Hmm... Bom saber. -me abraçou e beijou meu pescoço.- Tudo certinho?

_ Sim, fechei com o buffet hoje. E escolhi a decoração também.

_ Do que?

_ Essa aqui, vem ver na foto. -o mostrei e fizemos alguns comentários. Voltamos para a sala e Melissa estava cochilando no sofá e Arthur fazendo carinho nela, todo fofo.- Olha que princeso...

_ Príncipe, não é?

_ Shiu você.

_ Ok...

[...]

Alguns dias depois...

@fermarques: 1 aninho do príncipe ♥

  Era chegado o dia da festa de aniversário e por mais que fosse algo apenas para os mais chegados, acabou sendo correria. Parentes hospedados em casa, crianças fazendo baderna desde cedo e eu justo naquele dia estava morrendo com dores de cabeça.

_ Tomou remédio cunhada?

_ Sim, mas está doendo mesmo assim. -falei ao sair do banho.- Vou me trocar e descer pra comer, pode ser que seja fome.

_ Verdade. Cadê o Pi?

_ Piscina... Pensa que é peixe.

_ Sozinho?

_ Melissa e Laura.

_ Minha filha tá ficando sem vergonha demais, nossa cara.

_ Puxou a mamãe né lindona, não tinha como ser diferente. -risos.-

_ Engraçadinha. Melissa é sua cópia também.

_ Sim, minha versão em miniatura.

_ Ainda bem que você sabe... -fui me vestir e pedi pra Bru dar uma olhadinha no Arthur, quando voltei pro quarto ele estava no colo da tia.- Cadê o neném da tia? -brincavam.-

_ Bom dia meu amor, feliz aniversário! -beijei sua bochecha.-

_ Não sei se é porque faz uns dias que eu não venho aqui, mas assim, ele está maior.

_ Cada dia cresce mais, daqui a pouco está maior que nós duas.

_ Realmente. Vamos descer?

  Fomos tomar café e junto conosco estavam meus avós e meus pais também, Heitor ainda dormia. Comemos e depois eles foram comprar os presentes, ficaram quase o dia todo fora. Já eu fiquei na minha, arrumei nossas coisas para a festa, inclusive a roupa do aniversariante e deixei separado.

#1AninhodoBaby ❤