Capítulo 196 - Parte I

Narrado por Fernanda

  Quando você começa a gostar de alguém a sua maneira de ver o mundo e as pessoas mudam. A pessoa não tem defeitos, não comete erros e quando erra nunca foi intencionalmente. Na verdade você sempre busca justificativas para tornar um ser humano falho em um ser de outro mundo, perfeito. Mas aí você começa amar e o que muda? Muda tudo. As escamas de seus olhos caem e você passa a enxergar a verdade que sempre existiu e esteve o tempo inteiro bem debaixo do seu nariz. Comigo foi assim!

  Quando pus meus olhos no Luan a primeira vez que nos vimos enxerguei seu sorriso cafajeste, seu olhar cheio de malícia e imaginava como seria sua pegada em uma cama... Eu idealizava o perfeito!   Não me importava se ele era galinha, machista, não prestava... Eu o desejava e nada mais. E quando o sentimento em mim mudou, notei a grande diferença que havia em nós e então o desejo, a vontade de fazer com que esse nosso amor desse certo foi maior que as tentativas que fracassamos. Foram muitos tombos, muitas águas rolaram, muitas surras da vida e muitas decepções também, não vou mentir. E isso que me fez querer insistir e por mais vezes me jogar de cabeça na nossa relação, para que hoje estivéssemos aqui: casados e construindo nossa família. Ou melhor, nos readaptando à essa vida em família.

(...)

  Dizem que o tempo voa quando estamos com quem amamos e estou começando levar fé nisso. Pra mim num piscar de olhos tanta coisa aconteceu, meus pequenos cresceram tanto. Maria Luísa estava com três anos, Arthur com cinco e Melissa estava caminhando para o seu décimo primeiro aniversário. Até que eu e Luan nos viramos muito bem.

_ Mamãe, tetê!

_ Aí sá manhosa, só porque a mamãe tá comigo. -Maria Luísa além de ignorar o irmão continuou pedindo tetê até levantar do sofá e ir fazer.- Mamãe, eu tamém quero.

_ Você não toma mamadeira mais meu amor, o que tá acontecendo?

_ No copo do Batman!

_ Ah tá, desculpa grandão. -ri.- Sabe se a Lê já acordou?

_ Acordei (bocejou). -olhei e ela estava com um pijama curto, bonito, mas curto. Sem sutiã e despenteada.- Bom dia.

_ Bom dia senhorita, tá tudo bem?

_ Uhum... E você?

_ Ótima. -ri e continuei fazendo a mamadeira.- Não teve aula hoje?

_ Acordei indisposta, dores abdominais.

  Letícia agora cursava fisioterapia em uma das melhores universidades de São Paulo, eu lhe dei esse presente mesmo sabendo que agora ela não teria tempo para olhar os meninos. Mas, como eu super diminui minha carga horária e fazia a maior parte do trabalho em casa... Não vi problema em ajudar.

_ Eu vou precisar sair com as crianças hoje e você vai ficar sozinha em casa. Qualquer coisa você tem meu número... Vai sair?

_ Não, vou estudar. -sorriu pegando uma maçã e indo lavar na pia.-

_ Precisa se divertir também, não gosta de baladas?

_ Não tenho companhia mesmo.

_ Hm... Bons estudos então. -dei a mamadeira para a Maria Luísa e o copo do Batman pro Arthur.- Melissa...

_ Oi mãe... -minha loirinha descia as escadas devagar, toda patricinha mexendo no celular.-

_ Já tomou banho?

_ Sim. Por que? Vamos sair? Ir no shopping.

_ Shopping é coisa de mulherzinha, eu não vou. -disse Arthur parando de tomar o leite.-

_ Quem te chamou na conversa? Xereta!

_ Olha ela mamãe, chamou eu de xereta!

_ Parem os dois, e não vamos pro shopping, vamos visitar a Lila.

_ A gente só vai lá mãe. -disse com tédio.-

_ Você não quer ir?

_ Não, quero ir pra casa da minha tia Bruna.

_ Se ela estiver melhor, pode ir...

_ Eu falei pra ela não comer daquele jeito, viu o tamanhão da barriga dela mamãe? -dizia ele preocupado, surpreso.-

_ Aquilo é um bebê. Agora você não é mais o único neto, agora tem o Lucas.

_ Não tem nada sá mentirosa.

_ Eu não tô mentindo bebêzão, ninguém mais vai ligar pra você.

_ Melissa, chega né?

_ Parô..  -Malu disse autoritária e se eu não estivesse cansada dessa briguinha besta, teria dado risada.-

_ Eu vou contar tudo pro meu pai quando ele chegar e você vai ficar de castigo. -mostrou a lingua e voltou a se deitar no sofá para terminar seu leite.-

_ Não vai mesmo? Aproveita que ainda não foi quase ninguém visitar a Sofi...

_ Ela é igual os outros bebês, chora e mama no peito...

_ Tá chata hoje hein Melissa, que bicho te mordeu?

_ Meu pai não quer me atender, é isso. -jogou o celular no sofá.-

_ Ele chega hoje de viagem, por que a pressa? Cansou de mim?

_ Nada a ver mãe, nada a ver.

_ Sei. -ri.- Vem Maria, tirar essa fralda e colocar uma calcinha de mocinha.

_ Calcinha!

_ Eu não uso calcinha, credo.

_ Poque cê tem pipiu. -riu.-

_ Maria Luísa, deixa de foguetisse.

_ Eu vou contar pro meu pai tamém, ah vou.

_ Contar o que?

_ Que essa menina  tá me vendo pelado! Eu sou um rapazinho meu vô disse.

_ Continua sendo meu neném. -ri.

(...)

  Terminei de me arrumar e fomos visitar minha afilhada, mais uma na verdade. Cheguei lá e ela estava dormindo, na verdade tinha acabado de dormir então fiquei conversando com a Lila.

_ Tem mais um besta. -risos.- O da Bruna é um menino, né?

_ Lucas...

_ Paixão da adolescência?

_ Cuidado pra não morder a língua e morrer envenenada.

_ É verdade, colocar o nome do filho o mesmo nome do ex é foda.

_ Dalila...

_ Parei. -mudamos de assunto e ficamos falando se outras coisas até a Sofi acordar, brinquei um pouco com ela e mimei um pouquinho até que ela voltou a dormir.-

_ Oi, oi galera.

_ Tio! -Rodrigo tinha acado de chegar, sinal de que Luan também estaria em casa.- 

_ Beleza?

_ Assim é di minino, tem que da bejinho. -Malu virou a bochecha pra ele beijar toda meiga.-

_ Amiga, vou indo. Tô com saudades do meu marido.

_ Eu te entendo, vai lá... Amei a vida e a Sofi também.

_ Eu volto ainda essa semana. -nos despedimos e fomos pra casa.

Narrado por Luan

  Chegando de mais uma rotina de shows encontrei a casa vazia, subi tomei um banho e depois de vestir uma calça de pijama mesmo desci e fui comer alguma coisa.

_ Aí meu deus! -assustei ao ver uma bela bunda empinada não era da minha mulher.- 

_ Oi seu Luan... -ela se ergueu sorrindo e eu tomei outro tiro.- Não sabia que você tinha hoje... -ela estava linda, com um top de academia e um shorts minusculo, meias e um coque, um oculos de grau lhe deixando extremamente sexy.-

_ Cheguei faz pouco tempo. -falei desviando dela e indo até a pia.-

_ Hm... A Fernanda saiu, não disse que horas voltava. -se apoiou na bancada e ficou me olhando com cara de safada, eu conhecia aquele olhar.-

_ Ela está na Dalila, vou subir e esperar no quarto.

_ Como foi a viagem? Soube que está com a turnê nova. Show novo... -respirei fundo.-

_ Oh. Eu vou falar uma vez só e não se faça de desententida. Sou casado e muito bem casado, e se você considera minha mulher como diz... Vai parar de dar em cima de mim.

_ O que? Não, você entendeu tudo errado eu...

_ Letícia, estamos eu e você aqui. Não tenta esconder.

_ Me desculpa. -abaixou a cabeça.- Eu não sei o que deu em mim, eu... Desculpa seu Luan. -e saiu dali em passos largos. Respirei fundo e aliviado, tomei quase a garrafa de água inteira. Estava pra sair da cozinha quando esbarrei na Nanda e gritei um palavrão.-

_ Assim que sou recebida? -riu.- Tudo bem amor? Você tá pálido, quente... E sem camisa.

_ Acabei de tomar banho. -posicionei minhas mãos em sua cintura.- Tudo bem meu anjo?

_ Meu anjo? Acho que você está com sono. -nos beijamos, mas foi diferente abri os olhos e pareci ter visto aquela menina de 23 anos.- Não gostou de me beijar?

_ E quando é que eu não gosto? -ela abraçou-me pela cintura e mordeu meu peitoral que estava bem descoberto.

_ Seus filhos não vieram, ainda passei na sua mãe e eles quiseram ficar por lá.

_ Então podemos aproveitar só eu e você?

_ Uhum... Queria sair, cansei de ficar dentro de casa.

_ Um jantar?

_ Teatro, que tal? Está passando uma peça ótima.

_ Vou onde você for, mas ainda quero jantar com você. -ri e lhe beijei.- Tava com saudades de vocês.

_ Melissa está uma pilha, Arthur continua o mesmo engraçadinho e a Maria... Aí Luan, ela  está muito sem vergonha. Vê se eu posso com isso?

_ O que ela fez?

_ O Berton chegou e eles todos foram cumprimentar ele, ela ficou sentada de pernas cruzadas, aí ele foi tocar na mão dela e ela falou assim: Assim é di minino, tem que da bejinho. Acredita?

_ Você que ensina essas coisas.

_ Ensino mesmo, ela é uma mocinha delicada.

_ Coisa que a mãe dela não é e nunca foi.

_ Não se pode ser delicada tendo um marido como você. -riu.

  Estávamos em casa e tínhamos a liberdade de fazer o que quiséssemos. Mas eu não tirava a imagem daquela menina da cabeça, não adiantava negar que ela tinha um belo de um corpo e um voz provocadora até demais. Eu não quero e nem vou trair a Fernanda, mas ia dar um jeito de tirar essa menina daqui antes de cometer uma loucura.

(...)

  Fomos ao teatro Frei Caneca e depois jantamos em um restaurante próximo dali. Passamos nos meus pais e estavam todas as crianças dormindo.

_ De boa meu velho? Oi Mamusca..  -os cumprimentei.-

_ Tudo bem filho? Oi nora linda.

_ Oi sogra, tranquilo?

_ Sempre. Como foi o jantar?

_ Comer é sempre bom. -risos.- E a Bru?

_ Ah menina, tá lá com aquele barrigão. Tô achando que esse menino naace antes da hora.

_ Magina. -riu.- Ele espera bonitinho pra nascer.

_ Tomara...

_ Vocês vão ficar aqui, né? Acho uma judiação levar meus pequenos... Eles estão dormindo tão gostoso.

  Mamusca continuava com o jeitinho dela todo carinhoso e ainda mais atencioso, mas se fosse preciso mostrava as "garras" para proteger os netos. E seu Amarildo não era muito diferente dela não, não desgrudava dos quatro nunca.

_ Tô querendo namorar mamusca. -falei e recebi um tapa tão forte no braço que ficou vermelho na hora.- Grossa.

_ Precisa ficar com vergonha não, acho linda a relação de vocês e quero mais netos. -Fernanda ficou vermelha e eu ria muito.-

_ Como você é ridículo. -e saiu de perto, foi na direção da cozinha. Sentei no sofá e fiquei conversando com os meus pais até ela voltar, nos despedimos e voltamos pra casa.- Vai ficar aqui na sala?

_ Uhuum, e você nem pense em subir. -segurei sua cintura e sentei no sofá trazendo-a para o meu colo.- Um amorzinho aqui até que não seria nada mal.

_ Seria péssimo, Letícia está em casa.

_ Deixa essa menina pra lá, tô mais preocupado no estado em que eu estou.

  Fernanda dificilmente negava, então não precisei de muito para fazê-la ceder. Namoramos naquele sofá por horas, em posições diferentes até nos cansarmos. Sentei no sofá e ela se ajoelhou entre as minhas pernas e veio me chupando, fazendo loucuras com aquela língua. Segurei sua cabeça e ergui o quadril bombando na sua boca mais forte até jorrar o jato quente em sua garganta, ela continuou chupando até não ter mais nada e eu estar completamente satisfeito.

_ Nossa, tá com a língua afiada hein.

_ Fica quietinho, tá? -riu e sentou no meu colo, segurando meus ombros enquanto deslizava no meu pau. Tomamos fôlego, e começamos tudo de novo. Fernanda parecia uma máquina e acompanhar seu ritmo exigia muito de mim, chegamos ao clímax gemendo alto.- Nossa...

_ Eu te amo, promete nunca se esquecer?

_ (me beijou) Eu também te amo, meu homem. -ficamos ainda abraçados, fazendo caricias um no outro, trocando beijos e depois fomos nos deitar no quarto e dormir.

  Na manhã seguinte acordei e Fernanda não estava na cama. Escutei o barulho do chuveiro e deduzi que ela estaria ali, levantei e fui ao banheiro estava apertado demais. O banheiro cheio de vapor, ela estava cantando não demorei a me juntar à ela.

_ Bom dia minha gatinha.

_ Bom dia meu gatinho, acordou cedo hein...

_ Se fosse repôr o sono só ia acordar daqui uma semana. -ri.- Vai sair?

_ Buscar as crianças, na verdade, nós todos vamos sair.

_ Vamos?

_ Você esqueceu, Luan?

_ Sim. O que tem hoje?

_ Apresentação de ballet das meninas. E estamos quase atrasados.

_ Quem vai?

_ Todo mundo, meus pais devem estar chegando no aeroporto.

_ Você vai buscar eles?

_ Sim, mas é rapidinho. Aí você termina de se arrumar e espera a Letícia, ai vão direto pra casa dos seus pais. 

_ Eu tenho que ir com ela mesmo?

_ Por que? Aconteceu alguma coisa?

_ Não, eu... Não quer que eu vá buscar seus pais?

_ Tá, eu vou direto pra casa dos seus pais. Mas isso foi bem estranho... Ela te desrespeitou?

_ Não foi nada Fernanda. -falei enfiando a cabela debaixo do chuveiro, ela me deu um selinho e saiu.

~.~

  Em alguns anos muita coisa muda e máscaras caem. Aí aí, dona Letícia colocou as asinhas de fora. Hm... Vai dar rolo? Claro ou com certeza?

PS: Gatinhas, postando mais um hoje porque amanhã é dia das mães, e acredito eu que muitas estarão com as suas. Aí pretendo voltar na segunda, beleza? Um beijão, e feliz dia das mães para as mamães de vocês. ♥