{...} Abre mais a blusa, me usa! Só não pede pra parar... ♪♫

quarta-feira, 29 de junho de 2016

Capítulo 198 - Parte IV

{...} 3 meses mais tarde {...}

Narrado por Luan
  Saí do aeroporto com o dia amanhecendo, estava morrendo de saudades de todos os meus amores e queria fazer uma surpresa logo pela manhã. Passei em uma floricultura, depois em uma padaria menos movimentada e pedi pro taxista me deixar em casa. Assim que cheguei e depois de descer do carro vi a fechadura arrombada, deixei as coisas todas no chão e entrei sem pensar muito e tudo estava em silêncio, por ser tão cedo imaginei que estivessem dormindo... vidros fechados, janelas também e nada de barulho, fui vasculhando lá embaixo com cuidado... escutei o Lupy na sala e corri até ele...


_ O que aconteceu com você amigão? -seu pêlo branco estava com uma mancha vermelha, ele que deixou de se apoiar nas patas dianteiras e caiu.- Droga! -ele tinha sido esfaqueado e estava sangrando muito, tanto que eu me sujei.- Guenta aí cara, vou procurar ajuda... -levantei pra pegar meu celular e Davi entrou pela porta. Eu o chamei e não tive muito o que explicar, ele viu e prestou os primeiros socorros.-
_ Papai?
_ Oi minha princesa...
_ Por que ele tá assim?
_ Não é nada meu anjo, sobe pro quarto...
_ Ele tá machucado?
_ Maria Luísa, agora não... -não teve jeito, ela correu até o tigre que chorava, acredito que de dor. Olhei pro Davi que negou com a cabeça e se levantou.- Precisamos fazer alguma coisa...
_ Ele está fraco demais, quase não tem pulso. E nós dois não temos força...
_ Não cara, não pode ser. Tem que ter um jeito.
_ Eu sinto muito por não poder te ajudar, amigão. -as lagrimas rolavam pelo meu rosto, Maria Luísa também chorava alisando seu ferimento e olhando pra cima, Melissa descia correndo as escadas.-
_ Pai... por que você está chorando?
_ Não é nada... -virei de costas.-
_ Lupy, levanta... Lupy... aí meu deus pai, faz alguns coisa! Pai!
_ Não deixa ele morrer papai, não deixa ele. 
_ Lupy... -passei por eles e subi pro quarto, Fernanda dormia mas tive que acordá-la e foi de partir o coração. Ela desceu devagar por causa da barriga, quando chegou na sala sentou no chão e colocou a cabeça dele no colo e não passou cinco minutos e ele se foi, soube pelo grito que ela deu e seu choro.-
_ Por que meu amor, meu gatinho lindo... eu te amava tanto, você viveu anos comigo... conheceu meu marido, meus filhos e agora me deixou sem conhecer nossa Helena... ela ia te amar muito.
_ Mãe, traz ele de volta! -Melissa pedia ainda chorando.-
_ Como eu queria... -chorava.- queria muita... 
_ Amor, levanta daí vai...
_ Eu quero ficar com ele, Luan... -Maria Luísa beijou a cabeça dele e veio pro meu colo chorando, subi com ela e lhe dei banho.- 
_ Papai, ele não vai voltar mais?
_ Não meu anjo, agora ele vai ser só uma lembrança.
_ Vai ser uma coisa da minha cabeça? -expliquei pra ela assim como havia explicado pra Melissa sobre a morte da dona Olga, sei o quanto foi doloroso, mas eu não podia mentir.- Eu nem tenho fotos com ele, papai.
_ Tem sim minha pequena, vem aqui com o pai. -fomos até o meu quarto, peguei meu notebook que eu quase nem usava, liguei e digitei a senha.- Quando você sentir muita saudade, olha essas fotos aqui oh...


  Eles todos tinham um ensaio fotográfico com o Lupy, e tínhamos as fotos no computador e em um álbum maior. Fernanda também tinha da gravidez da Helena, da Malu e do Art, fora a que fez com a Melissa e eu.

...

_ Amor... vamos subir um pouco?
_ Vão levar ele daqui? -perguntou de cabeça baixa ainda alisando todo aquele pêlo.- Eu não quero que ele vá...
_ Amor, ele precisa ir...
_ Como uma pessoa é capaz de ferir e tirar a vida de um animal tão inocente? Quem fez isso com ele merece morrer da mesma forma, pagar com a vida. -secava suas lagrimas, beijou seu focinho e então ajudei para que ela se levantasse.- Cadê o Arthur?
_ Ele não quis descer mãe. -disse Melissa abraçada à Maria Luísa.- Falou que seria melhor ter a lembrança dele brincalhão e travesso. -sorriu.





Narrado por Fernanda 
  Era como se eu estivesse dilacerada, 10x pior do que ser espancada, uma parte de mim de mim foi embora e por mais que eu soubesse que chegaria este dia, sabia que não estava preparada e não imaginava que fosse de uma maneira tão brutal e cruel. Tiraram a vida do meu melhor amigo, meu tigre, meu primeiro filho, meu guarda costa... como eu vou sentir falta dele... muita falta. Ele era uma grande parte de mim, mais que um bichinho de estimação. A pessoa que tirou a vida dele, levou também parte da minha deixando um buraco que mesmo que seja cuidado deixará uma enorme cicatriz.


(...)

  O corpo do meu grandão foi levado para o zoologico de São Paulo, onde ele seria empalhado e deixado como uma exposição... acabei aceitando por ser menos doloroso do que ver um coveiro jogar Terra e enterrar as alegrias de toda uma vida...

_ Meu amor eu entendo que você está triste, de luto... eu também estou, mas você precisa comer.
_ Eu já comi, Luan. 
_ E não segurou nada no estômago, vou te levar no hospital se continuar assim... -não falei nada, abracei ainda mais meu Lupy de pelucia e fechei os olhos.- Ôh minha linda, doi tanto te ver assim...
_ Eu só queria ele de volta... mais nada. 
_ Preciso falar com você igual falei com a Maria? -assenti, ele veio e começou a conversar comigo como se eu fosse uma criança de sete anos e me arrancou algumas risadas, se esforçou em não me deixar triste.- Podemos ir?
_ Não queria sair, amor...
_ Você não daqui de casa tem uma semana, depois quer que eu não me preocupe... me diz como?
_ Desculpa, eu só não estou no clima e nossa pequena também não... ela nem se mexeu hoje... né, filha?
_ O papai aqui vai conversar com ela. -subiu na cama e se inclinou beijando minha barriga.- Oi minha princesinha linda... você ainda está dormindo é mocinha? Heleninha... vem conversar com o papai. -senti o chute.- Tudo bem meu amor, tá quentinha aí na barriga da mamãe... -Luan quando parava pra conversar com a Helena perdia a noção de tempo, eu sorria feito boba porque é nosso quarto bebê e ele brinca, conversa, como se fosse o primeiro.-
_ Já tá falando com a Helena de novo, papai? Conversa comigo...
_ Maria, que feio. É sua irmãzinha, não precisa ter ciúmes.
_ Pra que outra? Já tem eu, eu e a Melissa, agora vem essa Helena... -franzia a testa.-
_ Quando você estava na minha barriga sua irmã ficou muito feliz, sabia?
_ Era eu né mamãe, eu Malu. E não Helena. 
_ Deixa de ser nojenta vai, toda cheia de ciúmes. Seu pai te ama, eu também te amo... e amamos a Helena também.
_ Mas quando ela sair da sua barriga vai ser igual a Sofi, todo mundo só vai querer saber dela e vai esquecer de mim... até você e o papai?
_ Não vamos meu amor, você vai continuar recebendo todo amor do mundo.
_ Vamos gente, vocês dois demoram demais... -Melissa apareceu no quarto.- ... a peça vai começar daqui uma hora e meia, e eu ainda tenho esperanças de me sentar na frente.
_ Bora lá...


  Eu estava pronta, só lavei o rosto e fiz uma maquiagem discreta somente para esconder as olheiras causadas pelo meu choro. Descemos e eu os encontrei dentro do carro, Arthur sentou com o pai na frente e eu atrás com as meninas que estavam cantando...

_ Nossa mãe, socializa linda...
_ Deixa eu terminar aqui...
_ Ah não, você vai chorar de novo.
_ Não vou, fica tranquila.]


(...)

@fermarques: Agora sei que pra te encontrar eu só preciso fechar os olhos e deixar que os meus pensamentos me levem até você... vai ser estranho seguir em frente sem você ao meu lado, vou sentir muito sua falta meu amigo, muito. Porque você não foi apenas um tigre siberiano e selvagem, que eu mantive em minha casa por luxo, você foi mais que um bichinho de estimação... você foi meu primeiro: irmão/filho/segurança particular. Foi o meu confidente mesmo sem falar uma única palavra me conhecia melhor que muita gente, acompanhou todos os momentos importantes da minha vida: término da faculdade, primeiro namorada, meus filhos, meu noivado, casamento e 7 meses da nossa nova princesinha. Você ainda é especial e na minha memoria, no meu coração e nas minhas lembranças... estará sempre presente. Te amo Lupy Gurgell ❤


  Guardei o celular e durante todo o caminho conversei com as minhas crianças, eles contavam sobre a escola e a Maria Luísa já estava falando de sua festa junina. Assim que chegamos Luan buscou os ingressos e logo entramos.
  O espetáculo foi lindo, chorei horrores e com a Mê não foi diferente.

_ Aí mãe, lindo.
_ Também achei, mas não precisei chorar não.
_ Pai, toda grávida chora. -quando ela disse isso meu marido engasgou, começou tossir e ficar vermelho.-
_ Amor calma, tenta respirar... um, dois... -minha contagem foi até dez.- Tá tudo bem?
_ Toda mulher grávida? Você tá grávida Melissa?
_ Não, pai! Eu hein... nada a ver.
_ Que susto cara, quase morro.
_ Percebemos amor, fica tranquilo viu.
_ É pai, ainda sou virgem.
_ E vai continuar, vou te colocar num convento.
_ Já estou lá... -risos.- Vamos no P6?
_ Ah não, pelo amor né... enjoei de lá, vamos comer um japa?
_ Minha mãe, a louca da comida japonesa. Eu hein...
_ Eu não enjôo, é mais fácil de comer.
_ Quando a Helena nascer você não vai querer nunca mais.
_ Difícil hein. -risos.- Quando você era pequena e nós íamos passear, sempre você escolhia Outback por causa da batata.
_ Outback é vida mãe, vida!
_ Comida japonesa também.
_ Eu quero ir no Johnny Rocket's mamãe!
_ O que acham meninos?
_ Escolham aí vocês... -Luan nunca se metia no assunto quando eu, Melissa e Malu estávamos escolhendo algo.-
_ Johnny Rocket's, sem dúvidas mãe.
_ Então vamos, sei de um shopping que tem um.


(...)

_ Mãe!
_ Oi...
_ Estamos bem atrasadas, quero ir pra escola hoje.
_ Menina, hoje você nem aula tem. -ela me olhou confusa e eu mais ainda... "Acorda minha filha. Vai investigar que tem coisa aí viu?"- 
_ Não? Como não mãe? Hoje é...
_ Sábado, Melissa.
_ Jurei que fosse dia de semana, sonhei que estava atrasada mãe. Aí acordei no susto.
_ Volta a dormir, vai lá...
_ Ah não, deixa eu dormir aqui com vocês?
_ Seu pai poderia estar pelado, sabia?
_ Papai não dorme mais pelado desde muito tempo, porque temos uma Maria Luísa que entra no quarto sem avisar.
_ Sua irmã é uma figura...
_ Mesmo assim vocês dois fizeram mais uma. Eu não aguento assim, mãe você não toma remédio não?
_ Não mais. Só servia pra me deixar inchada e os seios sensíveis e me deixar pior na TPM... aí parei.
_ Eu não vou precisar tomar, né?
_ Geralmente quem toma é aquela mulher que tem o ciclo irregular, tem muita cólica mesmo ou alguma coisinha tipo um cisto ou para não engravidar.
_ Entendi... você parou de tomar logo que deixou de ser virgem?
_ Está bem interessada... quer me contar alguma coisa?
_ Curiosidade, mãe... ainda sou virgem. Não sei até quando, mas...
_ Curiosidade só?
_ Tenho uma amiga que não é mais, e ela ficou com o maior corpão.
_ Isso vai de pessoa pra pessoa... -não voltamos a dormir, ficamos conversando até o Luan levantar bravo que nós tínhamos o acordado.- Mas você entendeu?
_ Sim, obrigada.





Narrado por Melissa 
  Eu e minha mãe conversamos pra caramba, muito mesmo e ela me disse muita coisa mano. Falou de como tinha sido a primeira vez dela e tudo... eu não estava pensando em perder minha virgindade tão cedo, mas tinha uma curiosidade do cão porque meus professores e os homens da minha família tratam o assunto como algo proibido. E minha mãe não enxergava dessa mesma forma.


_ Sua mãe é a melhor pessoa, de verdade.
_ Já sei com quem vou tirar minhas dúvidas.
_ Vocês duas não valem nada, affe.
_ Quando o clima der uma esquentada com o Leo você vai saber do que estamos falando e acredite amiga, é muito bom. -Nayara dizia fazendo caras e bocas.-
_ Melhor que chocolate. -Tacy continuou.- Muito gostoso, você faz uma vez e quer fazer sempre.
_ Meu deus gente, parem com isso. -ri sem jeito.- 
_ Nunca rolou nada? -Nayara perguntou de boca aberta, como se isso fosse um verdadeiro absurdo.- Nem uma passadinha de mão?
_ Você nunca sentiu ele excitado na hora do beijo ou quando arranhou o pescoço dele?
_ Não. Nem sei se ele fica. -as duas me olharam como se eu fosse um ET.-
_ Preciso conversar sério com o Leonardo. 
_ Nem vem hein... 
_ Você não tem vontade não?
_ Pra ser sincera... não. Eu não tenho. Não me sinto pronta, segura sabe.
_ Então espera amiga, guarda mesmo a pepeca.
_ Doeu gente?
_ Olha... não doeu nada, eu estava tão relaxada que só senti prazer... -minhas amigas contando sobre a vida sexual e eu comparando com o que minha mãe havia dito horas mais cedo.- Mas vai de pessoa pra pessoa.
_ Sei, entendi.
_ Mas doendo ou não, é muito bom...
_ Vamos mudar de assunto, né? Cansei de falar sobre sexo. -as duas começaram a rir, olhei pra trás e o Leo estava em pé de braços cruzados.- Tá aí muito tempo?
_ Safadas desde menor. -ria.-
_ Safadas ôh caramba... me respeita menino.
_ Ui, ficou bravinha então? -risos.- Vocês não cansam de fofocar não?
_ Primeiro que não é fofoca, é comentário... e mais gatinho, você também conversa com a gente...
_ Ou seja, se nós fofocamos você também fofoca. 
_ Qual a boa de hoje?
_ Nenhuma, estamos entediadas.
_ Reclama quando você entrar numa faculdade... tô acabado mano, não vejo a hora de acabar esse primeiro semestre.
_ Pra que?
_ Viajar gatona, férias!
_ Minhas férias estão meio que programadas...
_ Vai com quem Nay?
_ Meus parentes e talvez o boy...
_ Que eu nem sei quem é... -fiz careta.-
_ Pedro. -sorriu de orelha à orelha.-
_ Bruno, Pedro... aí aí viu.
_ E o seu amiga, Leozito.
_ Não é bem assim não, né loiro?
_ Exato. -beijou meu pescoço.- Bora lá em casa?
_ Pra?
_ Minha irmã veio pra casa hoje, chegaram hoje de manhã.
_ Não acredito e você nem pra me avisar antes?
_ Ela dormiu o dia todo, acordou agora que minha mãe deu banho e vai amamentar. Bora lá? -assentimos.- Não vai avisar sua mãe?
_ Tenho que avisar, né? Espera aqui... -entrei e conversei com a mamis, e fui. Chegamos lá e o seu Matheus estava dormindo no sofá, nem nos veria entrando se o filho dele fez questão de acordá-lo.- Aí Leo, como você é besta.
_ Ele faz isso sempre que tem a oportunidade. -disse indo pra cozinha.-
_ Oi seu Matheus, tudo bem?
_ Tudo, e vocês? -respondemos que estávamos bem também e ele nos disse que poderíamos subir, que a Stephanie estaria no quarto da pequena Cecilia.-
_ Oi sogra linda. -entramos.-
_ Oi minha querida, tudo bem?
_ Melhor agora que vamos conhecer essa princesinha linda, muito fofa. -Cecilia estava terminando de ser trocada.- Vim com as meninas também. -ri.-
_ Fiquem à vontade viu.
_ Nem precisa pedir, já sou de casa. -Nayara disse se sentando no sofá que tinha no quarto.-
_ Todas somos. -Tacy sentou no colo dela e eu fiquei em pé, queria pegar a pequena logo.-
_ Quer pegar ela no colo? -assenti e logo Cecilia estava em meus braços, toda linda, cabeluda, narizinho vermelhinho e pequenina.-
_ Como eu sou uma princesinha tia, toda linda... com esses meus olhos claros, toda gatinha, tia. -brincava com ela enquanto Stephanie guardava as coisas que haviam ficado espalhadas.-
_ Toda babona assim, quando a irmãzinha nascer então...
_ Dessa vez eu tô muito de boa, curtindo mais a gravidez da minha mãe. Quando eu era mais novinha eu era muito ciumenta, nossa senhora.
_ É a idade viu, e mesmo assim tem uns grandão que faz bico.
_ Seu caçulinha né, um neném ainda.
_ Leonardo é pior que minha neta, Ana Luísa.
_ Ela não ficou com ciúmes não?
_ Não, pelo menos não durante a gravidez... mas não sei agora, né... ela ainda é novinha.
_ Muito novinha, fez seis né?
_ Dia 14 de março, um dia depois do seu pai.
_ Como você sabe?
_ Minha mãe é...
_ Fica quieto Leonardo, silêncio. -disse séria e ele rindo.- Você é muito linguarudo.
_ Eu nem falei ainda. -risos.- Vou bem contar pra Fernanda e você vai ver só.
_ Ôh menino sem graça, meu deus viu. -r saiu.

  Cecilia foi passando de colo em colo até que dormiu, e nós descemos pra comer bolo. Porque o pai do Leo além de cozinheiro era também confeiteiro e havia preparado um café da tarde para nós, suas visitas.
  Sentamos e conversamos enquanto íamos comendo, Leonardo não saia do celular, toda hora de risadinha e ficava sem jeito quando eu ou as meninas olhávamos pra ele sem disfarçar.
  Beleza, passou. Quando estávamos indo embora ele pediu pra falar comigo e disse que não queria que nossa amizade acabasse mas que precisa ser sincero e que ele estava interessado na Ana. Falei que tudo bem e que da minha parte nada iria mudar, nos abraçamos e fomos assim até minha casa.

_ Demoraram hein, pediram pra vir na frente pra darem uns beijos?
_ Não posso beijar um cara comprometido.
_ Comprometido? Com a galinhagem, né?
_ Com a Ana, ele está com ela agora. -falei normal e as duas me olharam de boca aberta, sem o que dizer.- O que foi gente?
_ Nada. Só que é estranho, esse papo de ser a mesma coisa não rola.
_ Com a gente sim, né princesa?
_ Tomara que sim. -ele beijou minha testa e foi pra casa. As meninas me puxaram pra dentro e eu contei à elas da nossa conversa e disse que realmente da minha parte estava de boa.- Foi isso.
_ Agora bola pra frente amiga.
_ Bola pra frente mesmo, começando pelo professor.
_ Não tem medo de dar alguma merda não? 
_ Não, nenhum... porque ninguém fora daqui precisa saber das minhas investidas. -risos.-
_ Cuidado hein, homens acima de vinte só querem pepeca e a sua está bem, mas muito bem lacrada.
_ Acha que eu vou fazer o que? Eu hein, até parece que não me conhece.
_ Te conhecer a gente conhece, mas vai saber né... toma cuidado.






















~.~

  Foi difícil escrever sobre essa perda, meu... o Lupy permaneceu conosco durante anos (contando o tempo descrito na fanfic) e mais de um ano real aqui no blog. E doeu viu, mas infelizmente tinha que acontecer... #choremos
  Agora vamos pra outra parte do capítulo... Nandinha grávida de outra menina, nossa boneca Helena.   E a dona Melissa mais curiosa do que nunca quando o assunto é homens... e agora? Só curiosidade mesmo ou ela pensa em fazer alguma coisa? Ê gente, essa reta final está me surpreendendo viu. Haha!


PS: Continuem comentando, até o próximo capitulo respondo todos viu. Beijos meus amores

quarta-feira, 22 de junho de 2016

Capítulo 198 - Parte III

Narradora
  Passado o natal não demorou muito para que 2029 chegasse ao fim, e tudo estava normal... quer dizer, 2030 começou com algumas novidades.
  Logo que Fernanda voltou de viagem anunciou de fato sua quarta gravidez e toda a familia estava feliz por terem mais um bebezinho, os amigos mais ainda.
Analice acabou vindo comemorar seu aniversário no Brasil onde poderia ficar próxima de todos e com isso não houve brigas entre o casal LuNanda.


(...)

  A viagem de férias teve como destino o Caribe mais uma vez, a diferença foi que as "crianças" aproveitaram muito mais e o casal fogoso também. Quando retornaram ao Brasil, Fernanda marcou um jantar no qual teve como convidados dona Jane e seu Alexandre, os pais de Ester, Marina e a própria Ester.



Narrado por Melissa 
  Eu de início não queria que minha mãe "preparasse" um jantar de reencontros. Mas, ela conversou comigo na viagem e foi franca. Falou que eu nunca saberia se a Ester realmente tinha mudado se não me desse a chance de conhecê-la melhor, criar um laço. E por isso eu fiquei, em respeito à ela e meu pai.


(...)

@mel_msantana: Bem vindo 2030❣


  Sim, mais um ano estava literalmente iniciando e eu tinha planos, metas e sonhos... mas uma coisa de cada vez. E no momento eu estou aproveitando minhas férias em família, chegamos faz três dias e minha mãe veio com esse jantar para "selar a paz", melhorar nosso convívio.

_ Você está muito na defensiva. Independente do que aconteceu, ela é a sua mãe. E bom, se não fosse ela você não estaria aqui hoje... não seria a mesma coisa, entende? -Leo dizia enquanto andávamos de bicicleta pelo condomínio.- Lógico que não é fácil, porra a mulher te largou. Mas se você for pensar nisso toda hora não vai seguir a sua vida, porque sempre vai ficar com essa mágoa idiota.
_ Não é idiota, eu só não sei como reagir.
_ Naturalmente, para de ser ignorante com a mulher, ela pode ser a pessoa que for... mas... você entendeu.
_ Você está muito que defendendo ela, não estou entendendo.
_ Loiras me atraem. -riu, bati em seu braço e parei de pedalar.- É brincadeira.
_ Pode ser verdade, normal não é? -ele parou e veio até mim.- Nem vem.
_ Você fica linda com ciúmes. -beijou minha boca, segurou meu queixo e lambeu minha boca.-
_ Para Leonardo, não estou com brincadeira.
_ Você é muito ciumenta cara, ainda mais depois que a Nay te contou da Ana.
_ Queria que eu ficasse como? Não gostei.
_ Chata. -apertou o meu nariz.- Não faz esse biquinho.
_ Você não me leva a sério, chato.
_ Eu levo, mas você tem que ser menos ciumenta. Tá igual minha mãe quando o Chris apresentou a primeira namorada.
_ Sua mãe não tem cara de ser ciumenta.
_ Ela é possessiva. -selinho.- Vamos continuar andando?
_ Só mais dez minutos, preciso me arrumar... esqueceu?
_ Não, mas não precisa postar foto não...
_ E depois a ciumenta sou eu. -ri.

  Chegando em casa fui direito para o banho, escolhi uma roupa normal e quando digo normal, estou falando de shorts e regata e coloquei chinelos mesmo. Desci e fiquei jogando videogame com o meu pai.

_ Luan...
_ Pode falar. -minha mãe falou quase uma biblia e ele nem piscou, ele não estava prestando a atenção em nada. Quando ela terminou e saiu, ele pausou o jogo.- O que ela disse?
_ Que a Ester chega daqui uma hora e meia, e que você não está pronto e nem foi dar banho no meu irmão. E disse também que está cansada de você ficar nessa merda de videogame e não escutar nada do que ela fala.
_ Vou subir. -beijou minha testa e correu.-
_ Lupy, vem cá... -ele olhou, mas sua preguiça foi maior e ele continuou deitado.- Maria, vem jogar comigo.
_ Esse jogo é chato e de luta, a mamãe não gosta. -cruzou os braços e eu ri.- Do que cê tá rindo tonta?
_ Aí menina, você é filha da sua mãe mesmo. Senta aí.
_ Tá.

  Os minutos passaram e não tive como escapar, meus avós e minha tia Marina chegaram, depois a Ester. Conversamos um pouco antes do jantar, durante o jantar e depois que terminamos de comer também. Até que não foi de todo uma chatisse, nos demos bem.

_ E aí, como foi pra você?
_ Normal.
_ Normal, Mê? Pensei que teria uma opinião mais sei lá...
_ Não que tenha sido chato, mas foi muito estranho ela, você e meu pai na mesma mesa... ela não foi chata e se mostrou bem interessada em recuperar o tempo perdido. Mas, não me convenceu. Não vou me abrir toda e depois levar outro pé na bunda.
_ Entendo. Foi o que a mãe te disse, eu não quero forçar uma boa relação entre vocês, mas não custa você tentar se dar bem.
_ Eu sei qual a sua intenção, mas ainda assim é estranho. -ela riu, beijou minha testa e subiu.

(...)

_ Vai demorar muito pra entrar lindona?
_ Estou apenas dando tchau amiga. -Tacy estava de namorado, ele era uma graça e já tinha habilitação, foi deixar ela na minha casa.- Tchau gatinho.
_ Bruno, depois vocês beijam. Queria muito poder conversar com a minha amiga.
_ Juízo meninas, tchau. -e saiu, ela veio toda sorridente.-
_ Aí amiga, ele é lindo.
_ Percebi que está apaixonada. -risos.- Vem, vamos entrar logo.
_ Tá. -entramos, fechei a porta.- Oi tia Fê.
_ Me sinto uma idosa quando você me chama de tia, na boa. Sou casada, mãe de quatro filhos, mas não sou tão velha Tacy.
_ É costume, sorry. -risos.- Você está bem?
_ Enjoada, mas vai passar... e Melissa, sem escandalo vocês duas.
_ Nem vamos ficar aqui, estamos indo no cinema.
_ Sem a Nayara?
_ Bom, ela está com o boy mãe.
_ E cadê o Leonardo?
_ Viajando com os pais...  e mãe, ele é meu amigo.
_ Já tive muitas dessas amizades e era uma delícia, nossa senhora. -falou fechando os olhos, fiquei bem horrorizada e subimos as escadas de fininho.-
_ Não vou demorar amiga, fica à vontade.



Narrado por Fernanda 
  Ao término de 2029 pedi ao Senhor sabedoria em todo e qualquer sentido, pessoal e profissionalmente. E tenho plena consciência de que para excitar minha sabedoria, aperfeiçoá-la, os problemas virão... as situações em que eu terei que ter mais que uma graduação para não errar no momento de decidir. Enfim... chegamos em 2030 e com ele veio a confirmação da minha gravidez, eu estava de 3 meses e meio. E isso me fez pensar na Ester, porque assim quando você é mãe você pode até não concordar com certa decisões e escolhas, mas você entende o "por quê?" delas. E foi pensando nisso que senti que ela precisava se aproximar da Melissa e ter a oportunidade de sentir o melhor amor do mundo, o de um filho.
  É eu sei que parece loucura, que a Melissa tem mágoa. Mas eu me sentiria mal por saber que poderia ter ajudado e não fiz nada, então fiz a minha parte e continuarei em oração para que dê certo à maneira dele e não dá minha. 

(...)

_ Você ainda está acordada, é?
_ Esse neném está enjoando muito a mamãe, é eu deitar que a ânsia de vômito vem. -fiz careta.- Mas eu estou com sono amor, muito sono.
_ Assim não pode bebê, a mamãe precisa dormir. -falou alisando minha barriga, sorri.- Dormir bastante inclusive.
_ Não posso dormir muito não, amanhã tem reunião no colégio deles. 
_ Se quiser eu posso ir, não é só pra pegar a lista de materiais e saber os horários?
_ Não amor. Tem que ver a nova professora dos meus pequenos e ver o que a coordenadora de classe vai falar da turma desse ano da Melissa.
_ Nesse caso, eu vou junto com você.
_ Pode ser. -falei levantando da cama, estava com sede e desceria para tomar água.- 
_ Xumba falou que limão ajuda a melhorar o enjôo. -apareceu na cozinha me surpreendendo.- Desculpa, minha Pitchuletinha.
_ Eu tomei limão e além de deixar minha boca azeda deu vontade de comer fubá com sal.
_ Tá é doida, onde já se viu...
_ É sério... -disse enquanto já estava a procura, ele sentou e me esperou comer, esperou eu colocar pra fora e fomos dormir.

  Horas mais tarde eu estava em pé, de banho tomado e devidamente vestida, Luan descia as escadas para irmos às reuniões.

_ Não vamos demorar, obedeçam a Melissa.
_ Tá. -fechamos a porta e fomos. 

  Todo começo de ano a reunião era mais demorada porque contava as normas do colégio, falava sobre o uso do uniforme, o que foi feito de melhoria durante as férias, e isso era mostrado a todos os pais no auditório. Após essa "apresentação geral" cada pai se dirigia a sala de seu filho para entrega da lista de materiais e algumas observações... bom, saímos de lá na hora do almoço.

_ Pastel e caldo de cana não é comida.
_ Estou com vontade, só isso.
_ Fica comendo igual uma descontrolada e depois fica aí vomitando.
_ Não precisa falar nesse tom comigo... vamos pra casa, por favor.
_ Você não vai comer?
_ Perdi a fome. -não tocamos mais nesse assunto, depois que chegamos em casa eu subi e me deitei, dormi.



Narrado por Melissa
  Minha mãe voltou da reunião quieta, subiu pro quarto sem falar nada enquanto o meu pai foi para a cozinha. Continuei na sala, ele voltou e sentou, conversamos e ele disse sobre as novidades do meu lindo colégio, inclusive que o uniforme tinha mudado. Falou também sobre os materiais e que meus professores de educação física, literatura, inglês e geografia seriam professores substitutos nesse primeiro mês, mas que em março/abril os efetivos assumiriam as aulas.

_ Quando vamos comprar nossas coisas?
_ Internet e manda entregar aqui em casa.
_ Nossa pai, deixa de preguiça.
_ Preguiça nada não, viajo depois de amanhã e preciso dormir.
_ Dormir, só fala disso.
_ Sou quase um senhor de idade.
_ Pai, você é muito exagerado e preguiçoso, vou ligar pro meu vô.
_ Nem eu ligo tanto pro meu pai, eu hein...
_ Relação de avô e neta, não se meta. -ele me olhou todo bicudo, mas não segurou a risada por muito tempo.- Pai... o que você vai fazer no seu aniversário?
_ Não sei, pode ser que eu tenha show... por quê?
_ Quero ir pra Orlando.
_ Outra vez?
_ Quando eu fui deveria ter uns quatro anos, o que significa que já se passaram mais de dez.
_ Vamos ver né... -peguei o controle e tirei do TWD que ele tanto ama pra colocar em um filme de romance, deitei no colo dele e passaríamos a tarde ali os dois se a Maria Luísa não chegasse se jogando no colo dele e deitando a cabeça em seu peito.-
_ Pai, vamos?
_ Onde Art? -perguntei curiosa.-
_ Passeio de homens o pai disse.
_ Ou me contam ou eu conto tudo pra mãe...
_ Churrasco Melissa, na casa do Marquinhos.
_ E você não ia me levar?
_ Não vou, porque vai ser futebol e churrasco. Você não vai...
_ Affe pai, nada a ver...
_ Tudo a ver.
_ Papai eu tamém quero.
_ Nós não vamos Maria, vamos na cozinha... -fomos para a cozinha e nos arriscamos a preparar um bolo de brigadeiro.-
_ Tá cheirando isso hein... -meu pai chegou na cozinha já trocado, muito cheiroso.- Vão guardar pra mim?
_ Não, cê tá bem gordinho papai.
_ Maria, o papai tá gostoso. Um coroa gato as fãs disseram.
_ Igual o Justin?
_ Maria Luísa!
_ Que foi?
_ Para com essas conversas.
_ Oxê, a Mel que disse pra mim que ele era uma delícia.
_ Melissa, sua irmã só tem oito anos.
_ Já tem que conhecer o que é bom desde cedo pai, para de chatisse. -dei risada e ele bem sério, depois riu.-
_ Tá querendo me testar, né? 
_ Vendo se o seu coração é forte.
_ Ele é, mas não abusa. Tô indo tá? Qualquer coisa me liga que eu volto pra casa.
_ Minha mãe está sabendo disso?
_ Está Melissa, mas ela não quis ir... por isso vocês duas vão ficar.
_ Vou fazer uma festa aqui em casa também, chamar uns gogoboys e me divertir.
_ Chama sim, fica à vontade. -ri, eu e minha irmã recebemos uma beijo na testa e ele saiu.

  O bolo assou por mais alguns minutos e quando tiramos do forno estava lindo, colocamos uma cobertura bem gostosa e subimos pra chamar minha mãe.

_ Mãe, fizemos bolo!
_ De que?
_ Brigadeiro...
_ Com requeijão deve ficar uma delícia. -disse como se fosse a coisa mais gostosa do mundo, Maria e eu fizemos caretas, mas não dissemos nada e descemos. Minha mãe cortou uma fatia de bolo, pegou o requeijão e passou com muita vontade e comeu sem fazer careta.-
_ Mãe, meu pai não quer ir comprar nosso material na loja. Quer comprar pela internet, nem tem graça.
_ Podemos ir hoje, já que eles saíram.
_ A senhora está bem mesmo? Não está com enjôo?
_ Estou bem, sempre com fome. Mas tenho que me controlar... seu pai me deu uma bronca hoje.
_ Ele é todo alteradinho, nunca vi.
_ Seu avô, é pior. -risos.- Podemos ir depois de comer?
_ Eu vou assim mesmo. -falei e ela me olhou rindo.- Ah mãe, tô limpinha poxa.
_ Então vamos Melissa, sem estresse.

(...)

  O que era pra ser apenas uma compra de materiais escolares se transformou em um dia de compras qualquer. Sapatos, roupas, acessórios... ainda paramos para comer pizza e teríamos ido no cinema se meu pai não nos ligasse dizendo que tinha ele mesmo preparado o jantar.

_ Então quer dizer que as bonitas foram gastar?
_ Fazer coisas de menina, papai, coisa de mocinha.
_ Isso aí Maria, assim mesmo.
_ Ôh minha bebê linda, não pode fazer isso não. Sua irmã e sua mãe não tem juízo quando o assunto é shopping... -falou pegando a Maria Luísa no colo, ri.-
_ Nada a ver, pai. Eu sou a que menos gasta nessa casa.
_ Ah é sim. -risos.- Com fome?
_ Mamãe nunca está sem fome. 
_ Eu quieta e vocês falando de mim, por favor hein...
_ É porque te amamos muito. -se beijaram.-
_ Papai eu só vou poder beijar na boca quando namorar?
_ Só depois de casada e deu desse assunto, vamos comer.

  Mesmo sem fome comi um pouco, e estava uma delícia. Depois cada um foi pro seu canto, e eu subi pra dormir.

...

  Bem... O restante das minhas férias não tive tantas novidades, viajamos pro Guarujá para comemorar mais um ano de casamento e namoro dos meus pais, na volta fiquei três dias em Salvador com os pais do Leo e elas chegaram ao fim, minhas aulas começariam no dia seguinte.
  O diretor dessa escola é louco, quem inicia o ano letivo antes do carnaval e em uma quinta-feira?   Fiquei bem puta porque não queria ir mesmo, mas quando era 6h10 minha mãe já estava me chamando.

_ Bom dia preguicinha linda da mamãe. -beijou minha testa e sorriu.- Dormiu bem?
_ Mãe... por que eu não posso ir só na segunda? Todo mundo faz isso sabia?
_ Sei sim, mas você não é todo mundo... 
_ Por que toda mãe diz isso?
_ Eu não sei, mas sempre quis dizer isso. -risos.- Levanta, vai...
_ Nossa mãe...
_ Não vou chamar outra vez, vou acordar seus irmãos.
_ Meu pai vai levar a gente? 
_ Bom, ele está lá no quarto e dormindo... 
_ Eu acordo ele, deixa comigo. -levantei, tomei um banho e depois de vestir o uniforme e pentear meus cabelos, fui pro quarto do meus pais.- Pai... acorda. -ele nem se mexeu, chamei de novo e nada.- Papi... acorda lindo, temos que ir pra escola.
_ Hm...
_ Pai... pai... pai...
_ Melissa... o que você quer? -virou de costas pra mim e colocou o travesseiro no rosto.- 
_ Que você leve a gente na escola.
_ Não vou levar ninguém, sua mãe já levantou.
_ Pai... eu queria que você me levasse...
_ Pra que? Eu nem ia descer do carro...
_ Você volta a viajar amanhã e não quer levar a gente na escola? Ah pai, depois você pode voltar e dormir, por favor... vamos?
_ Você não tinha que está tomando café?
_ Não, você vai me dar dinheiro pra eu comer na escola.
_ Menina, você tá muito folgada. -falou jogando o travesseiro em mim, sentou na cama ainda de costas e se espreguiçou. "Puta que pariu, meu pai é muito gostoso."- 
_ Não dá tempo de você tomar banho.
_ Não? Vou ter que ir assim?
_ É... você nem vai descer do carro. -ele me grudou pela cintura e bagunçou todo o meu cabelo.- Só coloca uma blusa pra não pegar uma gripe. -risos.- Você tá velhinho, né pai?
_ Pergunta pra sua mãe... -"Opa, calma aí papis... estamos caminhando pra um assunto avançado para nós dois. Breca isso aí lindo, sua vida sexual não me interessa."- Vai pentear essa juba que você chama de cabelo.
_ Nossa pai... credo.
_ Credo nada, vai logo.
_ Você que bagunçou, affe.
_ Mi mi mi mi... -foi pegando uma camisa e levantou, estava de calça de moletom.- Tá olhando o que aí?
_ Pai, eu sei que deveria reparar nisso, só que eu não sou cega. 
_ Fala logo... -já disse rindo.-
_ Você tem mó bundão, caramba mano.
_ Sua mãe também tem.
_ Mas você é homem, pensa eu com uma bunda dessa? Ia fazer muito sucesso.
_ Com a sua bunda? -assenti.- Vamos descer vai, já escutei demais por essa manhã. 

  Tomamos café da manhã e eles nos levaram até a escola, entramos e fui pra minha sala. Sozinha, porque as meninas não estavam e a Nay não era da minha sala, e a bonitona da Tacy ainda estava viajando.

_ Bom dia, aluna nova? -"Uau, se você for meu professor eu já ganhei o ano meu filho."- Oi? -sai do transe e percebi que estava com o sorriso do gato da Alice.-
_ Bom dia e eu não sou aluna nova, mas você é professor novo. -ele estava sentado, levantou e deu a volta na mesa, cruzou os braços e encostou na lousa.-
_ Sou um dos professores substitutos.
_ Sério? Affe, nem pra ser efetivo. -falei sem pensar e ele riu, que dentes lindos.- Qual a matéria?
_ Você é bem curiosa, mas vamos com calma senhorita...
_ Melissa, essa coisa de chamar pelo sobrenome não é comigo.
_ Normas da escola, devem ser seguidas.
_ Uhuum, sei...

  A sala não estava lotada, algumas pessoas estavam na minha turma do ano anterior e acabei me sentando próxima à eles. Deu 7h30, ele desencostou da lousa e fechou a porta, sentou-se e primeiro fez a chamada e se apresentou, falou a matéria e explicou o porque de estar substituindo um de nossos professores e aquela ladainha de todo começo de ano: uniformes, horários de entrada e saída, horário das aulas e depois pediu para nós nos apresentarmos, e eu, chata que sou imaginei que a aula fosse uma merda e não, eu gostei muito. Porque além de lindo, ele tinha uma voz bem... excitante... aí ele poderia me dar aula o ano inteirinho que eu não me importaria.

_ Bom, chegamos ao fim da primeira aula do ano e semana que vem começamos com o conteúdo. -sorriu e saiu da sala.-
_ Professor maravilhoso. -Gabi deixou escapar e eu ri.-
_ Todo ano é isso, colocam os galãs pra dar aula e vem com as vovós. Põe uma gostosa aqui, solteira e...
_ Bom dia, pessoal. -olhamos e uma morena muito parecida com a minha mãe entrou na sala, eu fiquei de boca aberta e os punheteiros de plantão mais ainda.- 
_ Bom dia. -respondemos.-
_ Sou a nova professora de vocês e... 

  Olha ela era linda, mas não calou a boca durante uma hora e quarenta minutos. Quando deu o horário de intervalo fui a primeira sair da sala e ir pra quadra.

_ Seus professores mudaram? -assenti.- Os meus também e eu não curti.-
_ Mas Nay, algumas mudanças valem a pena minha amiga.
_ Safada. Tá falando do bonitão, né? Jurei que fosse aluno.
_ Seria no mínimo repetente, mas ele é gostoso.
_ Ê Melissa, sossega essa periquita amiga. É só o primeiro dia de aula.
_ E com um professor daqueles eu não quero que chegue nem minhas férias, quero ter que repor aula porque eu sou dessas. -risos.

























~.~


   Melhor pessoa narrando? Melissa.
 Eu estou amando tudo e bem empolgada. Quero mais E vocês? Mudou o ano e as coisas começaram a mudar também, Ester se fazendo mais presente, Nandinha grávida pela quarta vez e a Melissa mais desinibida... Luan vai saber lidar com isso?

domingo, 19 de junho de 2016

Capítulo 198 - Parte II

Narrado por Melissa 
  Na noite do dia 21 fomos levar minha mãe até o aeroporto e de lá seguimos para a casa da minha vó Mari. Meu pai iria viajar ainda e do show do dia 23 já iria direto para Londrina.


_ Maria para de chorar, que saco. -falei não aguentando mais aquele chororô.-
_ Eu quero a minha mamãe... -limpava o rosto, mas não fechava aquela boca.-
_ Nossa mãe foi viajar, ela vai voltar daqui uma semana.
_ Papai, leva eu com a mamãe de novo?
_ Pequena, a mamãe foi visitar seus avós só que ela vai voltar.
_ E por que ela não me levou? Eu tamém queria. -não tinham argumentos, então meu pai mudou o assunto e ela ficou entretida com outras coisas.-
_ Pai, vão ser três shows não é? -ele assentiu.- Deixa eu ir?
_ Não sei, viu.
_ O que te custa? Continua sendo castigo, tô sem celular esqueceu? Pelo menos viajando eu posso fazer outras coisas.
_ É, pode ser. Mas, vamos amanhã bem cedo.
_ Tudo bem, não ligo.
_ Suas coisas estão arrumadas?
_ Mais ou menos... já é pra eu levar a mala que vai pra Londrina?
_ Pra você não perder nada pega uma mochila e coloca algumas roupas, só vamos viajar por dois dias.
_ Então eu vou? -lhe abracei e quase morri quando ele pisou no freio.- 
_ Faz isso de novo e todos morremos. Tem juízo não menina?
_ Fiquei empolgada, só isso.
_ Eu também quero ir papai.
_ Não, eu vou e vocês dois vão ficar.
_ Não é justo, ela consegue tudo que ela quer... se fosse minha mãe ela deixaria eu ir. Ou vai todo mundo ou não vai ninguém. -Arthur disse e colocou os fones de ouvido.-
_ Tô lascado viu, tô com moral nenhuma.
_ Depois eu sou a bocuda da casa...
_ Eles fazem igual você, a culpa continua sendo sua. 
_ Você e minha mãe são bem exagerados, nossa senhora viu. -virei o rosto pra janela e não falei mais nada até que chegamos na minha avó. Jantamos e eu subi pro meu quarto, arrumei a mochila e dormi.


(...)

_ Bom dia padrinho. -o abracei e entrei na van.- Oi Negão.
_ Tudo bem, Mê? -assenti.- 
_ E não é que ela veio mesmo? -risos.- Tá contente?
_ Olha tio, estaria melhor se tivesse meu celular. Seu amigo teve um surto, ele e minha mãe. Por causa de uma coisinha de nada cancelaram até minha viagem de final de ano, e pra completar ainda estou de castigo.
_ Seu pai não faria isso à toa.
_ Pois fez... ele e minha mãe estavam todo esquisitos e no dia eu sai, só que naquele dia eu cheguei tarde por acaso... -conversei com o meu padrinho a viagem inteira, quando chegamos no hotel eu entrei direto estava apertada fazer xixi e queria comer.- Cadê meu pai?
_ Atendendo as meninas, quer ir lá?
_ Não. Eu nunca sei o que dizer...
_ Oi, né cabeção.
_ Ah não tio, eu falo com elas no show de hoje. Quero ir pro meu quarto.
_ Quarto do senhor seu pai, ele não quis te deixar sozinha.
_ Affe.
_ Depois você acostuma. -risos.-


  Uns minutos depois meu pai apareceu e subimos juntos, largamos as bolsas no chão e fomos comer.   Era legal viajar com o meu pai, tudo bem que eu não tinha toda a atenção do mundo, mas o sorriso dele não tinha preço. Ele sempre falava da estrada com admiração, com amor e muito mais carinho.
Voltamos pro quarto e eu dormi, estava com sono e só fui acordar na hora de ir pro show.

_ Melissa, vai se vestir...
_ Vou tomar um banho. -falei levantando da cama, ele estava penteando os cabelos em frente ao espelho.- Nossa pai.
_ O que foi menina?
_ Tá em dia hein. -passei a mão em seu abdômen.- Tanquinho dá pra lavar um corpo?
_ Menina, me respeita vai... -nem ele aguentou e riu muito, entrei no banheiro e tomei um banho rápido. Ao sair troquei de roupa, demorei um pouco nos cabelos, mas não atrasei ninguém e isso que importa.-
_ Pai...
_ Hm...
_ Tá bom assim? -ele me olhou, passou a mão nos cabelos, olhou de novo e respirou fundo.- 
_ Não acha que cresceu rápido demais não, está o maior mulherão. Meu Deus me ajuda, não quero morrer de infarte.
_ Empresta o celular aí...
_ Pra que?
_ Tirar uma foto e postar, já que não posso usar o meu celular... pego o seu. -ele nem falou nada, me deu e voltou a se arrumar.-

@luansantana: Boa noite ♥ #Pronta #Invadindo 

_ Você é folgada, né?
_ Pouquinho. -ri.- Meu padrinho já está ligando.
_ Então vamos e muito cuidado com o meu celular.

  Meu pai era um amor, mas muito ciumento. Descemos, de mãozinhas dadas até entrarmos na van. O lugar onde seria o show não era tão longe, só que teve um congestionamento básico e nos atrasamos, ao chegar descemos e entramos de mãos dadas outra vez e fomos direto para o camarim. Ele acabou deixando pra atender os fãs depois do show e logo se preparou para subir no palco.

_ Você vai ficar aqui no palco?
_ Tem problema eu ver de lá de baixo?
_ Não, mas é que...
_ Não vai acontecer nada, juro... 
_ Coloca isso aqui. -colocou uma pulseira, do camarote e deu um beijo na minha testa.- Tô confiando em você hein, pelo amor de Deus não apronta Melissa.
_ Só vou assistir o show, relaxa meu velho.

   Meu padrinho riu e saiu. Saí do camarim e fui pro meio do povão mesmo, quando cheguei perto da grade uma galera estava me olhando e mesmo depois de muito tempo eu ainda não sabia como reagir, mas me aproximei, conversei e até posei para algumas fotos e acabei não indo pra camarote nenhum, fiquei junto à um fã-clube que estava ali na frente.

_ Sua mãe não veio?
_ Não, ela foi visitar os meus avós em NYC. Volta ano que vem só... -fiz beicinho e elas riram.-
_ Nem seus irmãos vieram?
_ Não, eles vão pra Londrina amanhã né... -foi minha resposta antes de curtir o show, era outra vibe e eu amava. Quando acabou meu padrinho desceu pra me buscar, acabou nem falando direito com as meninas e me levou de volta pro camarim.- Pai!
_ Pai? Esse mulherão é a sua filha?
_ Minha pequena, vem aqui Mê. -me aproximei.- Esse é o Carlos, contratante do show... -meu pai e toda essa lábia, ôh assunto chato... juro que agora entendia quando minha mãe dizia que ele era arreganhado demais. Fomos voltar pra casa depois de muito demorar no camarim, porque tinha apenas uma saída e estava lotada de fãs... chegamos mais tarde ainda no hotel, jantamos e fomos nos deitar.-
_ Pai, deixa eu dormir abraçada com você?
_ Não. 
_ Por favor... juro que não te aperto.
_ Vem cá... -"Não sei como é dormir com o namorado, mas com o meu pai não tinha explicação, me sentia segura e muito mais amada." Dormi feito uma neném, e acordamos algumas horas eu ainda estava com muito sono, mas tínhamos que viajar, meu pai estava no banho e eu mexendo no celular dele, até tirei uma foto.

@luansantana: Quando seu pai demora no banho...  #bomdia 

(...)

  Rio de Janeiro lindo, maravilhoso com um sol que me faz querer piscina.

_ Vamos poder ir na praia, pai?
_ Não, deve estar muito cheia...
_ Quem é que vem pro Rio e não dá nem um mergulho?
_ Eu. Mas tem a piscina do hotel, se você quiser...
_ Não é a mesma coisa pai... -eu falei tanto na cabeça que nós fomos, mais pro final da tarde e foi muito bom, comi muito camarão e fritas, ainda tomei açaí e voltei pro hotel feliz.



Narrado por Luan
  Melissa não tinha jeito, havia crescido mas quando estávamos nós dois ainda era aquela menininha que eu conseguia pegar no colo sem que parecesse minha mulher. Ela me deixou louco esse dois dias, era com as fotos no instagram, no caminho até o show ou na volta que eu sempre escutava um comentário idiota. Mas foi gostoso, estávamos precisando desse tempo nosso, conversamos muito e me desculpei por ter sido tão rígido, tão durão e não ter dado à ela uma chance de se explicar, e também por ter tomado a decisão de cabeça quente já que estava "brigado" com a Nanda...
  Chegamos em Londrina no dia 23, mas como eu iria dirigindo precisa descansar, então deixei ela à vontade e fui dormir.

_ E aí, bora?
_ Pai, eu tô com fome e não tem comida aqui.
_ Passamos em um restaurante e depois seguimos viagem, pode ser.
_ Comida mexicana?
_ Pode ser, vamos?
_ Agora?
_ Ou amanhã de manhã...
_ Acho melhor... Ah, ligou uma amiga sua, se disse amiga né... Uma tal de Ana. disse que é amiga da madrinha também...
_ Tá falando com desdém por que?
_ Amiga pai? Se o senhor estiver traindo a minha mãe com ela, eu conto tudo. Onde já se viu...
_ Ela é uma amiga da família quase, de muito antes de eu conhecer sua mãe... vou ligar de volta... -liguei e ela disse que soube que eu estava na cidade e que teria uma baladinha onde iriam amigos nossos, falei que estava com a Mê e ela disse que não tinha problema, que ela poderia ir da mesma forma... chamei minha filha e ela não pensou duas vezes, correu pra se arrumar e eu fiz o mesmo.

























~.~

  Ôh família que eu amo, e vocês?

PS: Não respondi os comentários ainda, mas li todos amores, obrigada.

sábado, 18 de junho de 2016

Capítulo 198 - Parte I

Indicando pra vocês, fanfic nova quem escreve é a Dêe (Andreza): Cantada Boa leitura xuxus! ♥


(...)

Narrado por Fernanda 
  Estávamos assistindo filme quando meu sogro chegou em casa trazendo Melissa com ele. Pausamos o filme e fomos almoçar, conversa vai e conversa vem, ele perguntou sobre a viagem à Floripa.


_ Foi como eu disse pai, Melissa não está merecendo. Se depender de mim fica em casa.
_ O que? Pai! 
_ Ela está muito bocuda, cheia de querer e não é merda nenhuma. -falei e ela me olhou horrorizada.- Eu nem tinha pensado nessa viagem... mas acho que seria bom que ela ficasse em casa.
_ Eu fiz planos sabia? Agitei para todos os meus amigos irem e não vou? Sério isso?
_ Sem negociações.
_ Mãe...
_ É a verdade, eu sei que está tudo pago... mas de imediato você não vai. Acabou. 
_ Vô, me ajuda... 
_ Não posso ir contra os seus pais, querida. -ela nos olhou, levantou da mesa e saiu correndo pra sala.- Tô vendo que a coisa foi feia por aqui hein...
_ O senhor nem imagina o quanto. -coloquei o garfo de volta no prato, tomei um pouco do suco e continuei falando.- Eu e o Luan tivemos um estresse... e bem no dia ela tinha saído com alguns amigos e chegou em casa quase três da manhã, sem necessidade nenhuma. 
_ Que amigos? As meninas?
_ Não, pai. Foi com o tal do Leonardo, o irmão dele e a cunhada. Chegaram tarde pra caramba, briguei com a Fernanda por causa disso e o clima só piorou...
_ Piorou mesmo, porque ontem quando fui falar com a bonita ela foi toda irônica, ficou me imitando. Tirando sarro da minha cara, pensando que estava demais, que estava muito bonito. Eu não falei mais nada, também não coloquei castigo nenhum. Só falei que ela não ia sair... Luan foi quem deu a ideia de cancelar a viagem.
_ Ela não agiu certo, eu sei disso. Mas a viagem era algo que já estava planejado há meses, vocês pagaram e não foi pouco... sem contar que ela com certeza já comprou coisas pra levar.
_ Mas pai...
_ Não quero influenciar vocês nem nada, mas deixa pra ela ficar de castigo quando voltar. E por enquanto, deixar a Melissa sem sair mesmo, sem celular e notebook só pra fazer trabalhos de escola.
_ Pensando bem amor, é até melhor.
_ Sim, bem melhor. Ela vai aprender a lição, porq... -ficamos ali de papo até mesmo depois de terminarmos a refeição. Minha sogra ligou perguntando do marido e ele se despediu de nós, dizendo que iria sair com a esposa.-
_ Você fica com a louça. -beijei sua bochecha e subi, bati na porta do quarto dela e entrei.- Bom, você vai pra Floripa.
_ Sério? Jura que meu avô conseguiu.
_ Você não vai porque está merecendo e sim porque já pago. Então se controle, e mais... você está de castigo. Não vai sair, nada de celular, e notebook só para trabalhos de escola e quando eu ou seu pai estiver em casa podendo monitorar.
_ Mãe, não...
_ Ou me entrega ou dê adeus a sua viagem...  Você que escolhe.
_ Preciso tirar a senha?
_ Sim, estou esperando. -ela olhou pra minha mão estendida, olhou o celular e pra mim outra vez.- Anda Melissa, não tenho o dia todo.
_ Isso é realmente necessário? Mãe, eu vou me comportar. Juro.
_ Não jura nada. -falei indo até ela e pegando o celular, cadastrei a minha digital para desbloqueio do aparelho.- Tem mais algum trabalho de escola?
_ Não, nenhum.
_ O notebook... 
_ Quem se comunica assim? Me diz, mãe...
_ Não digo nada e um dia você vai me agradecer. E olha, nada de ir na casa de ninguém.
_ Nem da minha vó?
_ Por enquanto não, só escola e volta pra casa. -sai do quarto, e o celular vibrando.- Olha pra essa menina Luan, eu também fazia isso sabia?
_ O que?
_ Colocar foto de homens gostosos de plano de fundo. 
_ Palhaça. Deixa eu ver...
_ Não, Luan. Ela não vai mexer, nem eu e muito menos você. -entrei no closet e coloquei tudo dentro da minha gaveta, fechei e voltei pro quarto.- Terminou a louça?
_ Terminei. Está lá pra secar e guardar.
_ E você está fazendo o que, que não fez isso?
_ Tô indo buscar o Arthur e a Maricotinha. -saiu.


  O tempo de ele buscar as crianças era o tempo que eu teria pra lavar os meus cabelos, fazer uma hidratação e começar a secar...

(...)

_ Mamãe, eu cheguei!
_ Chegou e vai já pro banho sua porquinha. -apertei seu nariz.-
_ Eu nem tô suja, só tô com chulé.
_ Credo... vai lá, rapidinho pra você comer alguma coisa.
_ Tá bom... -e saiu. Prendi metade do cabelo e desci, Arthur já estava jogado no sofá... tênis de um lado, camisa do outro, shorts do outro.- 
_ Arthur, levanta desse sofá agora!
_ Tô cansadão, mãe. Cinco minutos!
_ Nem cinco segundos. Pega suas roupas sujas e coloca na lavanderia, sobe e toma um banho muito bem tomado se você não quiser que eu suba e te esfregue.
_ Eu já sou um homem, preciso de mãe me dando banho não.
_ Menino, você nem pêlo no pinto tem.
_ A senhora não sabe. -riu.-
_ Menino, você para com isso e vá pro seu banho antes que eu me irrite.
_ Tá de TPM, é? -risos.-
_ Aí credo, vai por roupa menino. -Melissa jogou nele uma almofada.- Não sou obrigada ver essas coxas brancas.
_ Se fosse do Leo você ia fazer questão de olhar... e ainda falar que tava linda. -saiu correndo.-
_ Seu troxa!
_ Não comecem hein... -dizia Luan entrando na sala.- Amor, já decidi.
_ O que você decidiu, Luan?
_ Precisamos de outro filho, eles estão crescendo rápido demais.
_ Arruma outra mulher, porque daqui nada sai, só entra. -Luan começou a rir, Melissa ficou vermelha como um pimentão.- 
_ Isso é nojento, não quero imaginar a cena de vocês dois na cama. Aí meu deus! -e saiu.-
_ Você não muda. -colocou a mão na minha cintura, deu-me um selinho.- Continua impossível.
_ Você provoca, depois não quer ouvir?
_ Não pensei que fosse dizer algo na frente das crianças.
_ Eles tem que aprender desde cedo. 
_ Vai devagar com isso amor, devagar que se não meu coração não aguenta.
_ Bobo. -nos beijamos.-
_ Mamãe, tô com fome.
_ Tô beijando sua mãe... (selinho) ...espera.
_ Para papai, para que eu não gosto disso. -abri os olhos e ela estava de braços cruzados, cara fechada.- Não vai parar? Tá bom então... -e subiu.-
_ Amor, vai chamar ela.
_ Já já ela desce, ela está com fome.


  Segui para a cozinha onde montei o prato dos dois "pequenos" e deixei no microondas, subi e continuei secando meu cabelo.

_ Mãe, a Maria não quis comer. -disse Arthur entrando no quarto.- E ainda dormiu, lá na minha cama. Comi minha comida e a dela.
_ Gula é feio sabia?
_ Feio é jogar comida fora, e eu estou em fase de crescimento.
_ Uhum, sei... cadê seu pai?
_ Saiu.
_ Saiu? -desliguei o secador, peguei meu celular e liguei pra ele.- Oi amor, onde você tá indo?
_ Depende... o que você quer?
_ Saber onde você está indo e não me enrola.
_ Levar meu carro no mecânico.
_ Ah é? Tem certeza?
_ O que você quer?
_ Tem como dar uma passadinha no mercado? Coisa rápida, amor...
_ O que você quer?
_ É a terceira vez que você me faz essa pergunta e com as mesmas palavras... quem tá aí com você?
_ Não é uma mulher se é isso que interessa. Na verdade estou sozinho no carro, Arthur não quis vir comigo.
_ Ele tá aqui deitado na minha cama, sem camisa. 
_ Bem seu filho mesmo, ama andar pelado.
_ Falou o cara que queria morar sozinho pra fazer a mesma coisa.
_ Fala logo coração, o que você quer?
_ Anota aí...
_ Vamos fazer melhor... quando eu chegar no mercado, eu te ligo. Tchau, beijos, te amo. -e desligou.-
_ Ele desligou na minha cara.
_ Normal, mãe... normal.
_ Normal o cacete... -voltei ao que fazia e nada dele retornar a ligação, quando estava anoitecendo meu celular tocou. Mas eu já não queria mais nada, estava sentada com o prato de brigadeiro e um pote de sorvete.- Nada não. Já estou comendo outra coisa.
_ O que você queria comer, fala que eu compro.
_ Uma pizza de brócolis com queijo e bacon, e outra de camarão com catupiry.
_ E o que mais?
_ Empada de palmito e coxinha de frango, mas daquela que sua mãe faz...
_ Pra hoje isso?
_ É amor, hoje. Por que?
_ Muita coisa não acha?
_ Não. Não acho... vai trazer?
_ Vou Fernanda... mais alguma coisa?
_ Não meu anjo, só isso.


  Desligamos e continuei comendo. Quando Luan chegou, isso lá pelas 21h da noite, a pizza estava quentinha, as coxinhas e as empadas também. Dei um beijão nele e fui pra cozinha com as coisas.   Arrumei a mesa e subi pra chamar as crianças para comerem também.

_ Pizza? Na segunda? -Arthur perguntou.-
_ De arvore eu não quero! -Maria Luísa disse fazendo careta e indo pro colo do pai.-
_ Mãe, tá tudo bem? Você nunca pede pizza no começo da semana.
_ Gente, me deixa comer. Querem comida?
_ Não. -responderam os três juntos.- 
_ Então sentem e comam.


  Comi e matei minha vontade, mas passei a madrugada inteira acordando com o estômago revirando, coloquei pra fora tudo o que tinha comido acho que o dia inteiro. Fiquei pálida, fraca e estava suando.

_ Vou te levar no médico, chega né?
_ Eu tô com muita dor na boca do estômago.
_ Não sei pra que comer tudo de uma vez, não precisa disso, cara.
_ Vai brigar comigo?
_ Não. Vou pegar sua bolsa.
_ E quem vai ficar com as crianças?
_ Não sei se você reparou, mas temos um tigre em casa... sobe aqui. -ele me levou no colo até o carro, fomos para o pronto socorro e eu amanheci no soro.- Está se sentindo melhor?
_ Quero ir pra casa logo.
_ A enfermeira disse que você precisa acabar o soro.
_ Estou com intoxicação alimentar?
_ Ela disse que é suspeita de gravidez. -falou sorrindo e eu olhei sem palavras, engoli seco e pisquei diversas vezes.- Já pensou cara?
_ Não. -ele riu.- Tá achando engraçado?
_ Ôh amor, um bebezinho é tudo de bom e eu já estou amando a ideia. -veio me beijando.-
_ Se eu já surto com os três que estão em casa, imagina com mais um. Aí meu Deus...
_ Foi uma suspeita, precisa fazer o exame pra saber.
_ Será? Faz tempo que não pego um bebezinho no colo, amor...
_ Cara eu nem sei o que dizer. -me abraçou emocionado.- 
_ Luan, você tá chorando?
_ Não, é só... -beijou minha testa e se afastou.- Tô animado.
_ Como você é besta, menino. -risos.-
_ Bom dia, tudo bem Fernanda? Vamos tirar esse soro?
_ Por favor... -ele tirou, viu se estava tudo certo e enfim pude ir pra casa. E chegando lá estava tudo em absoluto silêncio, todos dormindo, haviam perdido a hora de ir pra escola.- Aí, preciso dormir...
_ Eu também, vamos... -subimos para o quarto, troquei de roupa e dormimos agarradinhos.-
_ Papai, acorda... -escutei Luísa sussurrar.- Telefone pra você ou a mamãe.
_ Vou atender, obrigada. -disse ele saindo da cama e puxando a ligação.- Oi... É ele... Sim, entendo... Quando foi isso?  Ontem?  Tá, mas... Nós iremos sim, obrigada. Tchau, tchau. -não me aguentei de curiosidade e abri os olhos.- Te acordei?
_ A Maria me acordou... o que foi? Quem era?
_ Ontem a Melissa foi colocada pra fora da sala e o pior é que não foi a primeira vez... como eu não estava sabendo se nada, marquei de ir até lá conversar com a professora dela que é a coordenadora da classe.
_ Aí meu deus viu, ela resolveu dar trabalho é?
_ É o que parece... vou tomar um banho.
_ Outro?
_ Posso ir no quarto dela e dar uns gritos...
_ Não ligue o chuveiro muito quente...


(...)

  Chegando na escola nos reunimos com a professora que falou-nos sobre a Melissa, que ela como aluna era boa, mas seu comportamento e disciplina precisava ser revisto pois isto estava mostrando um lado dele que o corpo docente não conhecia. Uma aluna com notas altas que ia no minimo duas vezes na semana para a sala do diretor.
  Sei que ela nos contou tudo o que aconteceu nesse ultimo bimestre, eu e meu marido saímos de lá com a cara no chão. Luan estava quieto, sinal de que estava nervoso. Chegamos em casa ele entrou e foi direto até ela.


_ Você passou dos limites!
_ O que eu fiz agora?
_ Não está bom ser rebelde dentro de casa, agora deu pra mostrar as asinhas na escola?
_ Pai, seja lá o que te disseram... é mentira.
_ É mentira que você foi expulsa da aula ontem por ter desrespeitado a professora?
_ Não foi assim que aconteceu, tá?
_ Eu não quero saber o que aconteceu agora. Se escondeu de nós foi porque você estava errada sim e é por isso que você não vai pra viagem nenhuma em lugar nenhum. Acabou! E não tem mãe, não tem vô, não tem ninguém. Agora eu tô falando que você não vai. Estamos entendidos? E mais, você vai continuar de castigo até aprender como as coisas realmente funcionam. 
_ Mas pai... 
_ Não quero escutar, já ouvi demais hoje. Tive que ouvir de uma estranha minha filha era uma mimada, mal educada... você deveria ter vergonha. Porque eu mesmo não sabia onde enfiar a minha cara.





Narrado por Melissa 
  Aquele momento em que os meus pais querem me matar de desgosto. Mas, OK. O que mais eu poderia fazer? A viagem aconteceria em três dias e eu não iria, e pior não ia adiantar em recorrer aos meus avós. Tudo bem que eu me excedi um pouco, talvez muito, só que foi de momento e não por birra.
  Eu sei que poderia tentar reverter a situação, mas preferi ouvir tudo calada... mas isso não ficaria assim, não mesmo!


(...)

_ Meu, você perdeu... foi muito bom, Mê. Muito mesmo, a melhor viagem que eu fiz na vida. -Nayara contava toda empolgada.- Tinham dançarinos, salva-vidas e garçons na beira da piscina. Eu não precisava de mais nada. -risos.-
_ Eu imagino, porque foi bem tedioso ficar em casa. Fui na casa da minha madrinha, mas nada de extraordinário.
_ Mas o melhor você ainda não sabe...
_ Melhor?
_ Bom, melhor bomba. O Leo foi né e depois que ele ficou fácil por causa da bebida... a Ana roubou um beijo dele.
_ Ela sempre quis ficar com ele.
_ E aproveitou a viagem porque sabia que você não iria. 
_ É uma puta mesmo, mas não posso fazer nada amiga. Não somos namorados.
_ Ah, foda-se! Não tem essa, ele está ficando com você e ja era.
_ Ele nem aqui apareceu ainda.
_ Chegou derrubado, dormiu o vôo todo, cochilou no bus... Leozinho tá só o bagaço amiga.
_ Tô com saudades dele... e a Tacy hein?
_ Falou que passa aqui mais tarde ou amanhã antes de ir pra Orlando.
_ Bateu até uma saudade... bem que eu poderia ficar de castigo lá, né?
_ Haha... não quer mais nada, não? -risos.- Mas, eu te falei que ia dar merda. Tinha a última reunião de pais...
_ Eu sei que vocês me avisaram... mas meu...
_ Meu nada. Você pensou que sua mãe não ia saber, mas gata, tudo que acontece naquela escola os nossos responsáveis ficam sabendo. Tudo!
_ Percebi. Bando de futricas...
_ Também acho... -falou se jogando na minha cama, deitei ao lado dela.- ... o que foi?
_ Poderíamos fazer alguma coisa, não é?
_ Sua mãe disse que não iríamos sair.
_ Ela disse que eu não poderia ir pro shopping, nem ir na casa dos meus amigos... mas não disse que eu não poderia andar pelo condomínio.
_ Andar?
_ De bicicleta..  vamos?
_ Prefiro filme. Tô com preguiça...
_ OK. Qual?
_ Pega um pornô dos que sua mãe assiste com o seu pai. -riu.-
_ Que nojo, credo.
_ Acha que a cegonha te trouxe?
_ Minha ingenuidade não chega a tanto... 
_ Bestona. 
_ Cadê sua irmã?
_ Foi na minha tia com a minha mãe.
_ Seu irmão? 
_ Saiu com o papis, não sei quando voltam...
_ Então vamos andar, vamos na doceria daqui mesmo.

  Saímos e fomos andando no maior papo, chegamos e fizemos nossos pedidos, esperamos e comemos por lá mesmo.

_ Mas e você, não ficou com ninguém na viagem?
_ Fiquei, mas amiga, ele namoro... mas ainda assim eu gosto daquele traste, é uma merda isso.
_ Ele namora, não é casado.
_ É errado do mesmo jeito, porque eu como namorada não gostaria de levar chifres. Tipo, eu fique com ele porque eu gosto dele, mas me senti muito usada. A namorada dele não foi, então ficamos os quatro dias.
_ Mentira, né?
_ Pior que não... -conversamos bastante, quando me lembrei de voltar pra casa estava um pouco tarde mas quando meu viu que eu estava com a Nayara não disse nada. Logo ela foi pra casa e eu subi pro meu quarto depois de assistir o episódio de um desenho com o Art.


















~.~

  Ôh família viu, uma treta aqui, uma discussão ali, um clima chato um castigo... Pelo amor, né?
 Viagem da Mê foi pro saco, Nanda com suspeita de uma gravidez... aí aí... será que tem mais coisas pra acontecer? Hm...