Narrado por Ester
Com o passar dos anos fui perdendo o meu espaço entre os holofotes e passarelas, a lente das cameras buscavam mais que olhos bonitos, queriam um padrão de beleza que não é muito comum. E com isso os trabalhos foram diminuindo, os custos não estavam dando para serem mantidos e mesmo com a grana que eu havia feito eu não tinha como manter no exterior. A solução foi voltar. Mas isso não era um motivo muito convincente, por isso antes de marcar as passagens de volta para o Brasil eu pesquisei sobre a vida dos Santana's.
Luan Santana estava casado há anos com a advogada gostosona, fora Melissa eu soube que os dois tinham mais filhos, Arthur e Maria Luísa. Ele cada vezais rico, ela cada vez mais doméstica e minha filha, minha única filha... era minha cópia fiel na adolescência. Loira naturalmente, olhos lindos, corpo escultural e sem dúvida alguma tão lindo quanto o meu.
(...)
Escolhi uma data especial para a minha volta, o dia em que a coloquei no mundo e ja sabia onde seria a festa porque minha linda irmã me contou tudo, inclusive que meu nome não estava na lista. Marina era a única que durante o ultimo mês teve contato comigo.
Enfim... foi um desastre! Me senti mal, rejeitada pela minha propria filha e sabia que a culpa era minha e só minha. É aquele negócio de escolhas, mas ela tinha que me entender. Eu não podia criar uma criança, não tinha estrutura emocional pra isso e se a deixei com o pai é porque sabia que ele assumiria bem melhor essa missão até que eu estivesse pronta para voltar à essa vida.
(...)
As coisas não foram tão bem quanto eu esperava, mas eu não desistiria tão fácil. Não mesmo.
Esperei alguns dias e apareci no condomínio, o porteiro nunca havia me visto só disse que era uma amiga da Fernanda que estava voltando de viagem e queria fazer uma surpresa. Fui barrada porque a casa estava vazia, todos viajando. Então fui um tanto esperta, esperei mais três dias e apareci por lá com uma corretora de imoveis, comprei uma casa duas ruas à baixo da deles.
Narrado por Melissa
Não que viajar com os meus avós estivesse sendo ruim, mas a verdade é que eu aproveitaria bem mais se tivesse a idade dos meus irmãos que sequer pensavam em voltar pra SP. Estávamos em família eu sei, mas eu queria minhas amigas e meu amigo lindo/ficante e meus pais.
_ Está tão lindinha de vestidinho rosa querida.
_ Parece até que sou uma mocinha.
_ Não é, mocinha sou eu. -Maria Luísa disse brava.-
_ O vovô estava falando comigo sua anã de jardim. -baguncei seus cabelos e ela odiava que fizessem isso, tanto que chorou.-
_ Melissa, não faz assim... ela é pequena. -meu avô a pegou no colo.- Para de chorar princesa.
_ Eu sou sua princesa vovô?
_ É. A minha princesinha. -beijou seu rosto e eu fiz careta.-
_ O vovô nem te chama de princesa, cê tá é velha já.
_ Pelo menos eu posso ir no shopping sozinha. -mostrei a lingua.-
_ Chega né meninas? Que tal uma corrida até o quintal?
_ Ah não vô, esquece. -ele riu e correu com a Maria.
{...}
Meus avós e nós voltamos no domingo à noite, e eles viajariam na segunda de manhã para NYC. Meus irmãos e eu ficamos com a minha avó Mari, porque a bonitona que atende pelo nome de Fernanda mais conhecida como minha mãe, estava viajando com o meu pai e voltaria na quarta-feira. Quarta!
_ E como foi de viagem? Voltou quietinha demais.
_ Aí vô, estava com saudades de casa já. -deitei minha cabeça em seu colo.- E vocês? Ficaram por aqui?
_ Ficamos sim, fazendo programa de casais.
_ Vovó ama teatro.
_ Negócio um pouco chatinho, mas ela gostou e eu mais ainda. -risos.-
_ Vocês são uns lindos juntos. Quero um amor assim, igual o de vocês, do papai, meu vô Hugo.
_ Só não correr, tem que ir devagar que o amor vem de encontro. Não vale a pena ter pressa.
_ O senhor acha?
_ (ri) Tenho certeza. Mas chega de papo, bora dar uma volta.
_ Onde?
_ Mercado, sua vó pediu pra comprar umas coisas e eu tava com preguiça e não fui antes.
_ Amarildo, você fez o que eu pedi?
_ Tô indo mulher, Melissa ficou enrolando aí oh. -risos.-
_ Sei bem que foi culpa dela. NÃO demorem. -e voltou pra cozinha.-
_ Vovô, leva eu?
_ Não. Você vai ficar com a vó Maria Luísa, quem vai com o vovô sou eu.
_ Vô?
_ Vô? -também lhe chamei.-
_ Oh minha princesinha, hoje a Melissa vai, mas da próxima é você. -beijou a testa dela e pegou as chaves na mesa.-
_ Haha! Vai ficar aí bobona.
_ Ôh vô, olha ela!
_ Melissa, para hein. -riu.- Vamos logo, vem.
_ Tchau chata. -e corri para porta, ela me olhou bem brava e saiu correndo.-
_ Só tem tamanho, né?
_ É vô. Só tamanho. -risos.
Meu avô era super de boa e conversava pra caramba também e nossa, eu gostava de conversar com ele sempre que tinha a oportunidade, todos os meus avós eram assim, experientes.
_ Não vai levar nada?
_ Aí vô, vou ficar toda inchada.
_ Por que? -riu igualzinho meu pai.-
_ Aquelas coisinhas de mulher, sabe?
_ Entendo. -riu ainda mais.- Vou levar pros seus irmãos então, o que eles gostam?
_ Aquelas formiguinhas comem de tudo, vô. Até carne crua...
_ Carne crua? E comida japonesa é o que?
_ Tô falando a comida do Lupy, vô. Maria Luísa é um perigo.
_ Ela come bem, né...
_ Bem demais. -risos.
Ele acabou levando salgadinhos, Ruffles e Doritos, e eu não levei nada não. Eu peguei balas Fini e uma coca e ainda passamos numa padaria e peguei pão de queijo.
_ Ôh vô, quando eu vou saber que é a pessoa certa?
_ Esse segredo eu não posso contar, terá que descobrir sozinha. -e voltou a dirigir.
Fiquei com isso na cabeça, mas não perguntei mais nada. Assim que descemos do carro o furacão de pêlos ficou pulando nas minhas pernas, Maria Luísa se juntou com ele e quase que eu caio de bunda no chão.
_ Para, os dois. Mas que chatisse.
_ Cê que é chata, sua feia.
_ Ridícula. -dei as costas e voltei a ajudar meu avô a guardar as coisas na cozinha.- Vó, cadê meu irmão?
_ Dormindo. Por quê?
_ Meu vô trouxe coisa de comer. -ri.-
_ Eu tamém quero. Cadê vô?
_ Tá com a Melissa. -falou e ela veio toda faceira, cheia de dengo.-
_ Ôh Mel, eu quero doce tamém.
_ Não vou te dar é nada, você não me chamou de chata?
_ Ôh vó, ela não quer me dar o doce logo.
_ Nem é doce, sua coisa.
_ Vó... -vencida pelo cansaço acabei entregando.-
_ Vou subir vó, e vô muito obrigada. Você é um lindo.
_ O que seu avô andou fazendo?
_ Ele vai te contar, mas eu tenho vergonha então estou subindo. -beijei seu rosto e subi.
No celular haviam algumas mensagens das meninas, do Leo, mas eu queria mesmo falar com a minha mãe. Estava com saudades dela, do cheiro, da risada, até das broncas. Só que chamava e ela não atendia, e quando atendeu estava mais que ofegante.
_ Mãe, o que você estava fazendo?
_ Uma coisa que você atrapalhou, mas pode falar filha... para, Luan... deixa eu falar com a menina...
_ Eu ligo depois, deixa... -falei quase desligando.-
_ Eu vou desligar e te ligo de volta, cinco minutinhos... -desligou. E realmente não demorou, eu estava saindo da cama quando o celular vibrou.- Pronto, pode falar...
_ Não era nada, quer dizer, eu...
_ Você...
_ Estou com saudades, é isso mãe. Tô duas semanas sem ver a senhora e o papai.
_ Ôh meu anjo, não precisa falar assim com essa voz de choro. Eu volto essa semana.
_ Que dia?
_ Na terça ou quarta-feira, não sei direito.
_ Tudo isso ainda? Mãe...
_ Tem certeza que não está acontecendo nada? Pode me contar, não está no viva-voz e mesmo que estivesse, seu pai está no banho.
_ Queria saber se você está bem, se sentiu minha falta e essas coisas... -aluguei minha mãe por mais de uma hora, contei tudo sobre a viagem, falei sobre aquela semana que seria de provas e mais provas na escola, disse também sobre os meus irmãos, avós e o Lupy... Só desligamos porque ela teve que ir se arrumar pro show, mas meu pai me ligou e conversamos até eles saírem do hotel.-
_ Mê? Está tudo bem?
_ Pode entrar, vó. Está sim... só saudades da minha mãe.
_ Ôh minha linda, a vó te entende... -cheguei mais pro lado e ela sentou na cama, perto de mim, e começou a contar como se sentia quando meu pai ia pra estrada e ficava dias por fora. Que no começo ela foi em um show e outro, e que agora só pedia à Deus que o guardasse mas que a saudade continua a mesma.
Descemos pra comer, depois foi banho e cama, porque no dia seguinte eu teria aula e dois seminários.
(...)
Como minha mãe chegaria de madrugada meu avô ficou de ir buscá-la no aeroporto e eu fui junto, mesmo com sono.
_ Ôh mocinha, você deveria estar dormindo. Não acha? -sorri e lhe abracei forte.- Também estava com saudades. -retribuiu.- Tudo bem?
_ Agora sim. -sorri outra vez.-
_ Linda. Oi sogro, muito obrigada por ter vindo. -o abraçou também e depois de pegar suas malas nós fomos para o carro.- E aí, se comportaram?
_ Muito, quer dizer, eu sim né. Agora seus filhos...
_ Deixa de coisa que eles são quietinhos.
_ (risos) Nem quando estamos sozinhos em casa. Agora conta como foi a viagem, mãe. -ela não se opôs e fomos o caminho inteiro assim, no papo. Quando chegamos meu avô ainda foi tomar um cafézinho e minha mãe jantar, eu já deveria estar na cama eu sei. Só que não queria, queria conversar.-
_ Agora vamos deitar, né? Já já você tem aula.
_ Nem me fala mãe, pensa só como vai ser... E é o único dia que eu vou ter seminários em todas as aulas.
_ Estudou?
_ Sim, muito.
_ Então tá bom, agora boa noite. -nos deitamos na cama do meu pai e dormimos. Pelo menos eu que estava morta de cansada, não deveria ter esperado nem um minutinho.
Narrado por Fernanda
Minha viagem com o Luan havia sido bem tranquila, ao voltar pra casa também estava tudo em ordem com o Lupy e as crianças... na empresa tudo corria bem, estávamos nos programando para o recesso e festa de final de ano.
_ Sempre fizemos no clube, acho que as pessoas se sentem bem mais à vontade.
_ Sim, Fê. Mas deveríamos mudar o clube, o que você acha?
_ Olha, por mim mesmo eu bancaria uma viagem para outro estado. Mas, papai teria que liberar.
_ Sugere onde?
_ Beach park. -Maria Luísa que estava desenhando quietinha, se manifestou.-
_ Isso Maria, mandou bem.
_ Podemos fazer a cotação, o que acha?
_ Acho ótimo, até porque o nosso quadro de funcionários não ultrapassa 100 pessoas.
_ Então fechou, vamos para o Beach Park hein Maricotinha.
_ Eba! Eu quero muito, quero nadar.
_ Peixinho da mãe. -apertei suas bochechas.- Vamos almoçar meninas?
_ Vamos, quero batata!
_ Quer comer comida direito... vem...
Almoçamos e voltamos ao trabalho, por volta de 16h da tarde recebi uma mensagem da Melissa dizendo que o irmão tinha ido para a casa dos avós e que no tempo em que ela ficou sozinha a Ester apareceu e que as duas haviam conversado.
_ Estou indo pra casa e quando eu chegar aí nós podemos conversar melhor. Beijos, filha. -mandei o áudio e desliguei o computador, chamei a Maria e nos despedimos do pessoal indo pra casa em seguida.
~.~
Não sei falar nada, só que quero mais.
Continua �� Cada vez melhor!!
ResponderExcluirVou continuar ammr
ExcluirOnde isso vai dar. Continua
ResponderExcluirVocê nem imagina Daii
ExcluirAi já estou ansiosa pra saber o que elas conversaram
ResponderExcluirAltos papos Thai
ExcluirEstou amando a Mel narrando.
ResponderExcluirÑ acredito que a vadia da Ester comprou uma casa no mesmo condominio que da Fer, e que foi atras da Mel.
Conttt bjoos
acho que fica mais real rs
ExcluirQue Ester interesseira, e pegajosa fica tentado em todo canto arrancar dinheiro essa volta dela ainda vai dar coisa.
ResponderExcluirSerá Fran??
Excluircontttt por favvoor
ResponderExcluirSiiiiiim
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