Narrado por Melissa
Leonardo e eu sempre nos demos bem, o que nunca foi de se espantar. Mas quando me envolvi com o Murilo foi natural que eu me afastasse dele, porque chegamos a ficar algumas vezes. E isso passou, então fiquei muito feliz quando ele mandou mensagem, veio me visitar e voltamos a nos aproximar. Somos amigos, melhores amigos, confidentes mesmo.
Passamos a tarde com a Malu no shopping e fomos jantar na minha vó e meu pai ficou "louco", bem louco mesmo daqueles que abraçam e fica olhando feio. Mas eu amo meu velhinho ciumento, amo tanto que morri de preocupação quando disse que iria embora com o Leonardo e ele não questionou, não pediu pra eu levar meus irmãos, não foi contra nem por implicância.
_ Meu pai não está bem. -falei enquanto ele dirigia.- Ele não falou nada, nem pra eu trazer a Maria Luísa. Será que ele tá doente?
_ Seu pai tá de boa, deixa de ser louca Melissa. -riu.- Ele só estava quieto, não foi o que você disse?
_ Foi, estava no maior clima com a minha mãe na cozinha tipo namorados.
_ Meus pais também são assim. -comentou sorrindo.- Tem dias que eu e meu irmão não aguentamos, é muito grude.
_ Eles se amam, acho tão lindo casais assim. Meus avós, os bisos, meus pais, os seus. É fofo, foram feitos um pro outro.
_ Por que mulher tem que ser toda romântica?
_ Minha mãe mudou muito, meu pai conta que ela era muito ogra, daquelas que não chamava de amor, nem vida, quase nunca dizia que amava. Agora tá aí, uma romântica nata. Principalmente depois que casaram.
_ Isso é bom, não é?
_ Ótimo. -respondi trocando a música. E seguimos caminho, paramos no drive thru do Mc pra eu pegar um sorvete e com isso perdemos um tempinho, quando entramos no condomínio que ele foi me deixar em casa, o carro do meu pai já estava na garagem.- Puta que pariu.
_ O que foi?
_ Meus pais já chegaram, primeiro que a gente, tem noção disso?
_ Paramos pra comprar sorvete, não foi? Nem demoramos tanto.
_ Para o meu pai demoramos uma vida, vou entrar. Beijos loirão, até mais.
_ Até amanhã, não esquece hein.
_ Não sei loirão, meu papis está em casa pode ser que queira fazer algo em família.
_ Hm... se mudarem de ideia, vou sair de casa às 13h.
_ É longe?
_ Ubatuba.
_ Gostoso hein, aquela praia é uma delícia.
_ Eu sei, sempre que posso tô lá.
_ E nunca me levou. -revirei os olhos e ele riu.- Tchauzinho. -beijei seu rosto, dei um abraço e desci do carro.
Corri para dentro de casa e para minha surpresa não tinha ninguém na sala, ninguém na cozinha e nem na sala de jogos/cinema. Subi levando os sapatos na mão e entrei no quarto bem rápido, fechei a porta e fui tirando a roupa e jogando na poltrona, coloquei meu pijama e deitei rápido. Nem mexi no celular, abracei meu travesseiro e dormi.
No sábado de manhã acordei pensando que estava tarde e não era nem nove da manhã, levantei só pra fazer xixi e voltei para a cama. Meu celular estava apitando e era o grupo com as duas lindas da minha vida perguntando o que eu faria hoje.
"Acho que está bem cedo para as duas estarem acordadas, mas OK."
"Fui convidada para uma festa na praia. Mas não sei se vou porque meu papis está em casa."
"Festa de quem?" -Tacy perguntou colocando mil e um emojis curiosos.-
"Amigo do Leo da facul."
"Mas que grude os dois hein, tá ficando com ele dnv?"
"Não Nay, somos amigos. Amigos! AMIGOS. Vcs estão igual minha mãe."
"Sempre tivemos amizade."
"AH! Para vai, ele sempre te cantou. Na brincadeira, na amizade, mas bem que te deu uns pegas."
"Bem isso Nay, ela fala fala fala... mas ficou com ele."
"$:"
"Ele é lindo, deve beijar muito bem e embora tenha aquele jeito bem cretino, babaca é uma pessoa legal."
E elas ficaram nessa conversa mole até umas dez e pouco, chamei as duas para virem pra cá. Se eu fosse pra festa bem, se não ficaríamos em casa mesmo.
Levantei e entrei logo no banheiro para jogar uma água no corpo, lavar os cabelos e vestir uma roupa limpa. Penteei os cabelos, vesti um shortinho de malha, regata e desci de chinelos.
_ Bom dia Nelissa.
_ Bom dia coisa pequena, cadê seu chinelo?
_ Não sei... -minha mãe nunca gostou que ficassemos descalços ao acordar.- Não quelu dormir.
_ Vamos procurar seu chinelo linda, vem...
_ Não, põe meia só. -atendi seu pedido e descemos, Maria não vinha de final de semana só se minha mãe lhe pedisse. Então o café não estava prontinho, a mesa não estava pronta... entramos na cozinha e encontrei torta de frango no forno, suco de manga na geladeira e um pedaço de bolo de milho que minha irmã gostava. Então não passamos fome, comemos, ela ainda quis mamar. Preparei sua mamadeira e voltamos pra sala, deitamos no sofá e ficamos assistindo "Doky". Afinal Discovery Kids nunca saia de moda.-
_ Bom dia meninas.
_ Bom dia. -respondemos sem tirar os olhos da TV.-
_ Já tomaram café?
_ Comemos assim, não foi aquele café que a Maria prepara, mas deu pra encher a barriga. Helena tá até quieta. -risos.-
_ Preguiçosa. Vão lá comprar pão vocês duas.
_ Ah não, o Art vai. -falei.-
_ Seu irmão está dormindo minha filha, dormindo um sono gostoso. Porque eu entrei naquele quarto, mexi nas malas, tirei as roupas, abri janela e ele não acordou.
_ Viajar cansa.
_ Falando em viajar, e a Ester.
_ Tá bem, mandou mensagem quando eu recebi alta, falando que não estaria aqui em São Paulo por uns tempos, mas que mandaria mensagem.
_ Hm... entendi.
_ Meu pai vai querer sair hoje?
_ Não sei não, por quê?
_ Eu e as meninas fomos convidadas para uma festa na praia, em Ubatuba.
_ Isso hoje? -assenti.- Com quem?
_ Leonardo, é um amigo dele da faculdade.
_ Vai e se divirta sem dar PT ou dar a piriquita.
_ Mãe!
_ Eu sei o que rolam nessas festas, eu dava esse tipo de festa. Sei do que eu tô falando.
_ Meu deus, mãe.
_ Já tive sua idade Melissa, não vem pensando que me enrola não.
_ Jamais pensei isso dona Fernanda, longe de mim. -ri.-
"Bom dia loirão."
"Acordou cedo hein..."
"Tbm achei."
"O convite ainda está de pé?"
"Sim, vc vai?"
"Nós vamos."
"Chamei a Nay e a Tacy, podia?"
"Mulher bonita nunca é demais."
"Idiota." -respondi.- "Vou arrumar aqui, beijos."
"Só aceito se for na boca."
"Vemk que eu vou te dar vários. Kkkk"
"Troxa kkk até daqui a pouco."
_ Tá rindo pra quem ai? -meu pai perguntou descendo as escadas.-
_ Ninguém não pai, bom dia. -sorri guardando o celular.-
_ Bom dia. -Helena nem a mamadeira tinha terminado, mas foi meu pai chegar perto do sofá que ela estendeu os bracinhos e foi pro colo.- Minha neném mais linda. -beijou seu rosto e eu cruzei os braços.- Você também é filha, sem ciúmes. -riu.- E ontem hein... chegou que horas?
_ Uns minutos depois de vocês.
_ Posso saber por que?
_ Passamos no Mc Donalds, pai. Eu queria sorvete.
_ Hm... estou de olho, nos dois. Esteja avisada. -e foi para a cozinha. Continuei na sala, Malu desceu e foi para a cozinha e eu seguida as meninas chegaram em casa, trouxeram pão de queijo a meu pedido, frios também e pão de forma.- Vão sair é?
_ Vamos pra Ubatuba, amo aquele lugar. -Nayara falou empolgada fazendo meu pai rir de seu jeito de falar.-
_ Pra nossa casa que vocês vão?
_ Dessa vez não papis, um amigo do Leo está fazendo aniversário e a festa vai ser lá.
_ Festa de universitário na praia? Eu achava melhor nenhuma das três irem. -o sorriso sumiu de seu rosto e me minha mãe se manifestou.-
_ Deixa as meninas, é só um dia. Daqui a pouco elas estão aqui de novo.
_ Prometem que não vão beber e nem beijar ninguém?
_ Eu prometo, meu namorado não vai mesmo.
_ Olha tio, não dá... essa promessa não. -risos.-
_ Pai, pega leve. Não vamos beber.
_ Não mesmo?
_ Mesmo, mesmo. -falei partindo um pedaço de pão e enfiando na boca.-
_ Nelissa tem que papa devagarinho.
_ Tô com fome. -ri.-
_ Mê, deixa eu ir com vocês?
_ Mas é claro que não né Maria Luísa. Só vai ter adultos lá, você fica em casa.
_ Af pai, o que custa?
_ Não tô confiando nem da sua irmã ir, quem dirá te levar junto. -resmungou voltando a tomar seu café. Terminamos de comer e subimos para o meu quarto, arrumei uma mochila levando três trocas de roupas, calcinha e sutiã, biquínis e uma rasteirinha.-
_ Mê, o Leo tá te ligando.
_ Atende aí que eu preciso fazer xixi. -falei indo para o banheiro, quando eu voltei as duas se acabavam de rir e eu sem entender.- Qual a graça?
_ Amiga, ele atendeu falando "bom dia princesa".
_ E isso é engraçado?
_ Isso não, mas ele perguntar o que estávamos fazendo na casa da sogra dele sim.
_ Bestas. Ele ligou pra que?
_ Avisar que está vindo aqui nos buscar.
_ Ué, não era só uma da tarde? Eu queria almoçar antes de ir, vai que chegando lá só tenha cachaça? Eu gosto de comer, encher a barriga de comida mesmo.
_ Gulosa.
_ Sempre. -risos.- Faltou pegar uma coisa. -disse voltando para o banheiro, peguei minha necessarie, voltei para o quarto peguei o carregador e meu RG. Enfiei tudo dentro da bolsa e fechei.-
_ Vai assim?
_ Estou linda.
_ Vai arrumar um namorado como desse jeito? -dizia enquanto nós descíamos as escadas.-
_ Meninas, juízo lá em... Podem curtir sim, beijar na boca, transar se for de camisinha e beber se tiver vontade. Cuidado com essas brincadeiras bestas na piscina, não usem drogas e voltem numa boa senão meu marido surta.
_ Cadê ele?
_ Foi levar o Thor pra passear com a Helena.
_ Tudo que ela pede meu pai faz, meu Deus.
_ Com você era pior. -riram.-
_ Bom dia, bom dia. -meu loirão entrou na sala todo gatinho, bermuda branca, camiseta azul e chinelos.-
_ Bom dia genro, veio buscar minhas meninas?
_ Isso aí sogra, levar as gatinhas para dar aquele passeio. -falou abraçando minha mãe, depois cumprimentou minha irmã, as meninas e por último eu.- Vamo aí?
_ Sim. Tchau mãe, tchau Malu.
_ Tchau. -disseram e nós fomos para o carro, me surpreendendo ao ver um cara sentado no banco ao lado do motorista. Leo nos apresentou dizendo ser seu amigo de longa data e que acabou reencontrando agora na faculdade porque ele morava no Rio.
O caminho para Ubatuba não foi demorado, chegamos pouco mais de meio dia e o som estava altíssimo, muitos carros na entrada e uma mansão bem perto da praia. Próximo onde meus pais tinham comprado uma casa, alguns quarteirões pra frente.
Leo desceu na frente e falou que podíamos deixar as coisas no carro, fomos entrando logo atrás dele e do Felipe. Deveria ter no mínimo umas dez pessoas só na entrada, passamos para a área que dava acesso a piscina e mais umas trinta/vinte pessoas. Eles iam cumprimentando todo mundo e nós também, mesmo percebendo umas olhadas de canto, umas frangas torcendo o nariz e uns caras babando.
_ Cacá, essas são as amigas que eu disse que viriam. Melissa, Nayara e Taciane. Meninas, o aniversariante do dia!
_ Prazer lindas, oh fiquem à vontade viu. A casa é de vocês, os quartos também. Vocês vão ficar né?
_ Ficar? Tipo dormir? -perguntei surpresa.-
_ É pô, vamos ficar até amanhã de noite. Muita gente vai embora, mas quem quiser dormir o que não falta é espaço.
_ Vamos subir de noite, tenho que deixar as belezuras em casa.
_ Ah para vai. -risos.- Então você é a namorada do Leozinho aqui?
_ Namorada? Quem te disse isso?
_ Só vejo os dois no maior amor, era pra esse viado vir ontem e ele não veio porque tava na casa da vó da Melissa.
_ Aí que vergonha. -falei o abraçando.-
_ A gente namora sim, só não assume. -beijou meu pescoço e eu fiquei ainda mais vermelha.-
_ Besta.
_ Vou mostrar a casa pra vocês. -e foi nos mostrando tudo, quartos, cozinha, salão de festas e terminou na entrada mesmo. Aproveitamos para tirar as coisas do carro e levar para os quartos, ficamos eu e as meninas, Leo e Felipe.-
_ Aniversariante gato e cheio de sorrisos.
_ Começou cedo hein Nay.
_ Não sou cega. -falou trancando a porta e tirando a roupa ali mesmo pra colocar o biquíni.- Meu minha esteticista saiu de férias, e a menina que ficou no lugar dela quase arrancou minha pele pra fazer minha virilha. Fiquei muito vermelha quase uns três dias.
_ Tem umas açougueiras mesmo. -fiz careta.- Mas eu vou em um que minha mãe sempre vai, ele é homem e depila como ninguém.
_ Eu tenho vergonha. -disse a Tacy.- Prefiro mil vezes uma mulher.
_ Eu também, agora essa aí é mais arreganhada, vai com homem mesmo.
_ Vão a merda, vão. -disse me sentando na cama e abrindo a bolsa para pegar minha roupa.-
_ Aperta aqui. -deixei as coisas em cima da cama e levantei para ajudar as duas que desceram e me deixaram sozinha. Aproveitei pra ligar pra minha mãe e avisar que eu tinhamos chegado bem e estava tudo em ordem.-
_ Ôh... vai descer não?
_ Vou me trocar ainda, tá pronto?
_ Tô até de sunga. -riu se jogando na cama.- Vai por isso? -levantou a calcinha do meu biquíni.-
_ Sim.
_ Pequeno, muito pequeno.
_ Baixou meu pai agora?
_ Vai colocar um shorts né?
_ Não. -peguei minhas coisas e fui me trocar.- Leo, aperta aqui... -fiquei de costas e ele apertou um pouco mais.- Valeu. -guardei minha roupa na mochila, peguei o protetor solar e coloquei um pouco nas mãos espalhando pelo rosto.-
_ Passa nas minhas costas? -assim fiz, depois ele passou nas minhas, coloquei um shorts jeans e descemos.-
_ Que demora hein.
_ Tá com inveja né?
_ Ôh, muita. Quer? -ofereceu um copo com uma bebida azul e um canudo.-
_ Taciane Alves bebendo?
_ Leonardo Picon sozinho no quarto com a Melissa?
_ Dois troxas. Cadê a Nay?
_ No banheiro, estava apertada.
_ Quero coca, vamos lá comigo Tacy.
Entramos na cozinha e peguei coca-cola na geladeira, quando voltamos para a sala vi um monte de estranhos, esperamos a Nay e fomos para perto da piscina em uma mesa que estava vazia. Nos sentamos e ficamos olhando as pessoas transitando, conversando e bebendo. Leo sumiu, Felipe não parava de olhar para a nossa mesa e eu conversando com as minhas amigas.
Quando o almoço ficou pronto eu fui uma das poucas pessoas que se interessaram pela comida, fiz meu prato e voltei a me sentar.
_ Mas já? Nem me esperou.
_ Não te achei aqui fora. -falei ignorando seu sorriso.-
_ Estava lá dentro com as meninas da facul.
_ Xiii... resposta errada. -Nayara zuou.- Apresenta uns amigos, né?
_ Tá brava loira? -sentou do meu lado, não falei nada, continuei comendo.- Vai falar comigo não?
_ Tô comendo, Leo.
_ Leo? Não é loirão não?
_ Leo, vem aqui! -uma loira o chamava do outro lado da piscina, não falei nada.-
_ Miga tá saindo fumacinha da sua cabeça.
_ Vai a merda vai.
_ Ôh Leo, vem aqui meu.
_ Daqui a pouco, daqui a pouco. -respondeu puxando a cadeira e sentando do meu lado.- Desfaz essa cara, não tá gostando daqui não?
_ Não falei nada, não estou com cara nenhuma... vai lá com a sua amiga.
_ Chata. -beijou meu rosto e saiu, viado.
Terminamos de comer e fomos dar uma volta na praia, as três. Ubatuba era lindo, eu amava aquela praia. Entramos na água e demos um mergulho, voltamos para a mansão. Tirei o sal do corpo, pulei na piscina e fiquei na beirada.
_ Sumiu hein, vocês estavam ali na mesa e de repente. -riu.-
_ Fomos dar uma volta na praia.
_ Leo tá te procurando ainda.
_ Deixa ele, estava ocupado com as amigas dele toda hora chamando.
_ Ciúmes?
_ Lógico, ele me convidou pra vim, encheu o saco e quando chega aqui ele some.
_ Galera tá toda aqui.
_ Grande merda, vê todo mundo todos os dias. -falei revirando os olhos.-
_ Assume logo Melissa, fica aí espumando de raiva.
_ Cala a boca Nayara, vai beijar na boca.
_ Quero é cerveja, pega pra gente Fê.
_ Quer alguma coisa Mel?
_ Coca-cola. -ele saiu da piscina e entrou, as meninas vieram pra perto rindo e ficamos comentando dos acontecimentos até o bonitão aparecer com as nossas bebidas, ficamos trocando ideia até o final da tarde. Ri muito, até tomei caipirinha com as meninas, espanhola e caipirinha de maracujá.- Deu calor.
_ Pula aqui, dá a mão. -Felipe segurou minhas mãos e desci para a água gelada fazendo caras e bocas.- Puta, que gelo!
_ Tá nada, tá gostosa a água. -soltei das mãos dele e mergulhei, quando voltei ele me abraçou pela cintura olhando nos meus olhos.-
_ Posso te roubar um beijo?
_ Não, eu não estou sóbria. -ri.-
_ Também não, tudo certo.
_ Ê Felipe, chega aqui.
_ Já volto. -beijou minha testa e saiu da piscina.-
_ Se eu fosse você pegava.
_ Ah, pegava? Fica à vontade que eu não quero não.
_ Mentira! Por quê amiga? -Nayara perguntou.-
_ Não sei, não consigo ficar com ele.
_ Aí meu Deus, Melissa!
_ Sério. Não tenho vontade não.
_ Eu sei quem você quer ficar.
_ Quem não sabe, né? -revirei os olhos. Sai da piscina e fui ao banheiro, depois entrei na cozinha e peguei um copo pra beber água. Encostei na pia e ele entrou na cozinha, ficou me olhando.- O que foi que tá aí me olhando com essa cara?
_ Você fica tão linda brava.
_ Eu brava? Se liga Leonardo.
_ Ôh loira, fica brava comigo não. Desculpa.
_ Tá.
_ Então me dá um abraço. -virei de costas, deixei o copo na pia e quando me virei pra sair ele me prensou na parede e abraçou minha cintura.- Olha aqui pra mim, para com isso tá?
_ Parar com isso o que? Você me convidou pra vir na festa do seu amigo ai chega aqui você simplesmente some, fica na sua rodinha da faculdade e eu dane-se, tô com as minhas amigas então...
_ Desculpa vai, não fica assim.
_ Eu quero ir embora. -me soltei dele e voltei para junto das meninas.-
_ Melissa.
_ O que?
_ Vem aqui, vamos conversar... -coçou a cabeça, levantei e fui até ele quieta, de braços cruzados e fomos assim até o quarto.- Desculpa loira, eu não pensei que você fosse ficar tão chateada por causa disso. Sério, são meus amigos e eu quis te deixar à vontade... quis que...
_ Eu entendi e fiquei morrendo de ciúmes daquelas vacas te chamando toda hora, cheias de sorrisinho e eu aqui.
_ Não fala assim delas, nem precisa ter ciúmes Mel. De verdade, nenhuma delas me interessa como mulher se quer saber. -falou coçando a cabeça, soltei os braços e fiquei quieta olhando pra ele. Não sei, mas senti uma coisa estranha sabe?- Olha pra mim, eu gosto é de você.
_ Eu sei, também gosto de você. Você é meu amigo Leo.
_ É sou sim, quase um irmão. -disse beijando minha testa e me puxando para um abraço.- Ainda quer ir embora?
_ Eu não avisei minha mãe que iria ficar.
_ Liga pra ela. Se ela não quiser a gente vai embora, sem problemas... -peguei meu celular e disquei o número de casa, quem atendeu foi meu irmão e aí eu pedi que chamasse meu pai.- Pai?
_ Oi Mê, tá tudo bem?
_ Tá sim pai. Estou ligando pra avisar que vou ficar por aqui e vou embora amanhã, tudo bem? -falei apressada e tensa, ele ficou quieto.- Pai...
_ Você vai ficar bem aí? As meninas também vão ficar? Por que você não vai vir mais pra casa?
_ A festa mesmo é essa noite, dessa noite pra amanhã. Tomo mundo vai ficar.
_ Estão bebendo aí?
_ Pai, o senhor sabe que eu não bebo.
_ Você não, mas o restante...
_ Estamos bem, nos divertindo... não precisa se preocupar.
_ Pais sempre se preocupam...
_ Eu sei, mas fica tranquilo, estamos nos comportando.
_ Juízo hein, e nada de desligar o celular.
_ Tchau pai, te amo. Manda um beijo pro pessoal aí. -e desliguei, deixando o celular no mesmo lugar.- Ele ficou todo preocupado.
_ Vai ficar tudo bem e oh... para de encher a cara hein, e principalmente de ficar misturando bebidas. -me advertiu.- Vem, vamos descer.
_ Tá.
Descemos abraçados e chegamos na piscina com a zoação dos bobões que estavam na piscina. Ele beijou meu rosto e pulou na água me levando junto, prendi minhas pernas na cintura dele e segurei seus ombros com as mãos.
_ Que pegada hein Leo, puta que pariu, me arruma uma amiga dessa caralho. -Cacá gritou me deixando sem graça.- Fica com vergonha não loirinha, pode beijar que ninguém está vendo.
_ Todos os seus amigos são assim?
_ A maioria deles. -riu deixando um beijo em meu pescoço.- Você...
_ Eu o que?
_ Tem ficado com alguém?
_ Por que isso agora?
_ Curiosidade ué...
_ Curioso... mas não, não estou ficando com ninguém.
_ Hm... e ficaria?
_ Depende, com quem seria?
_ Ninguém, só pra saber...
Não toquei mais no assunto, ficamos ali mais alguns minutos e subimos para nós arrumar para a festa, sei que não precisava de uma grande produção porque estávamos numa praia, mas um banho, uma rasteirinha ajudaria, sem dúvidas.
Os cabelos cheio de creme, soltos, o look pronto e uma maquiagem não muito chamativa. Eu estava pronta. Mas as minhas amigas não, então sentei na varanda e fiquei no celular vendo as fotos e vídeos que estavam me marcando e acabei repostando uma das fotos que mais gostei.
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Meu amorzinho loiro. 💑 |
Choveu de comentários na foto assim como as marcações, deixei quieto e fui responder algumas mensagens no Messenger. As meninas ficaram prontas, os meninos também e nós descemos.
Parecíamos estar em um outro lugar. A mansão estava com uma decoração de festa mesmo, balada. Salão grande, mesas bem dispostas, pista de dança, um DJ e ao fundo a área da piscina com balões grandes e coloridos na água, puffs espalhados pela grama. Fora a mesa com comida, barman e tudo. Eu teria me arrumado mais se soubesse que seria essa produção toda. Estava me sentindo básica demais.
_ Amiga, olha esse salão. Que sonho!
_ Sonho mesmo, amei. -falei me sentando na primeira mesa vazia que mais me agradou. Aos poucos o pessoal foi descendo para o salão, a música ficando mais alta, alguns bêbados desde cedo, outros se perdendo na pista. Estava legal, eu estava curtindo e enchendo a barriga de suco.-
_ Pelo amor de Deus, eu não fiquei com a minha bunda sentada dentro do carro pra chegar aqui e continuar sentada. Então por favor, levantem e vamos dançar. -Nayara disse séria nos fazendo rir.- Não tô brincando, vem vai amiga.
E nós fomos, dançamos bastante até, paramos para cantar o parabéns pro Cacá, e voltamos para a pista. Eu estava com calor, meu cabelo grudando na nuca e na minha testa. Parei um pouco para respirar e meu loiro foi chegando, estávamos zoando e eu voltei a dançar com ele.
_ Eu preciso te ter, meu fechamento é você loirão. -cantei de frente pra ele.- Eu não preciso mais beber e nem fumar maconha... que a sua presença me deu onda. -as meninas me acompanhavam em toda a coreografia, até o final quando viramos as três de costas pra ele que cobriu os olhos.- Gosto de você, fazer o quê? -neguei com a cabeça e voltei a tomar meu suco de boa. Acabou aquela musica, começou outras e as frangas foram se aproximando. Fechei a cara. Um tal de Leo pra cá, meu loiro isso, Picon aquilo, pegando aqui, roçando ali.-
_ Você que é a Melissa né? -fiz que sim.- Namorada do Leozinho?
_ Não.
_ Hm... então posso investir?
_ Fica pelada logo, porque já estava rebolando nele com essa saia subindo e mostrando esse fio que você chama de calcinha. E agora que você vem perguntar?
_ Nossa, não precisa morder não, fiz uma pergunta só.
_ Perguntasse pra ele. Não é seu amigo? -as meninas olharam sem entender, e ele sequer notou, talvez pela música alta.-
_ Além de tudo é grossa.
_ Vai se foder, não tenho que ser simpática com você e nem com ninguém aqui.
_ Hm... perde a linha fácil hein loira. Coisa de menininha mimadinha, ele precisa de uma mulher de verdade. -não falei nada, dei as costas e voltei pra dentro da casa que estava vazia, corri em direção as escada, entrei no quarto e bati a porta indo me sentar na cama.-
_ Tá, queria entender o que foi aquilo lá embaixo? -Taciane entrou no quarto com sua melhor cara de surpresa e veio se sentar ao meu lado.- Que você tem ciúmes dos amigos eu sabia, mas aquilo foi bem intenso, super desnecessário.
_ Desnecessário, Tacy? Você viu aquilo?
_ Ele é lindo sim, solteiro, você não deu bola. Mulher não perde tempo e ele não é de ferro.
_ Você não está falando nada que preste, tá querendo insinuar que nós... que el-eu... enfim... você entendeu.
_ Posso te falar uma coisa? Essa mansão inteira percebeu que ele tá afim de você e eu que sou amiga dos dois sei que não é mentira. E ele tem um jeito tão carinhoso de te tratar, um amor lindo, sem contar no cuidado com você. E me fode tudo com essa história de somos amigos, ele é como um irmão pra mim.
_ O que não é mentira, né? Tudo o que ele faz comigo eu faço com os meus irmãos.
_ Ah não com os olhos brilhando, se policiando pra não te magoar... ele tem uma preocupação com você igual o Bruno comigo. Acorda, né Melissa.
_ Tacy...
_ Você sabe que não estou mentindo. Mas eu não entendo o porquê, sério mesmo.
_ Eu amo o Leonardo, a companhia, os conselhos, os momentos. Só que não sei, quanta ficamos aquela vez depois foi tudo estranho... até porque em seguida ele saiu da escola, eu conheci o Murilo, aí tem toda a história que você já sabe e agora que nós nos reaproximamos. Não quero ficar com ele de novo e balançar a amizade, também não quero ficar com ele sem compromisso e acabar chateando porque eu não quero um relacionamento agora, eu quero aproveitar os passeios, as viagens, as baladas, outras bocas, transar outra vez... é isso que eu quero entendeu.
_ Meu deus, menina!
_ Não me leve a mal, eu só não quero perder essa coisa muito foda e que eu gosto muito que é a nossa amizade assim do jeito que tá. Eu implico com ele, ele comigo, a gente assiste filme em casa, assiste no cinema, anda de bicicleta, viaja... dorme na mesma cama, coisa que nunca aconteceu. Mas eu sei que vai chegar o dia seguinte e ele não vai estar esquisito tipo "e agora como a gente fica?"
_ Eu entendo. Mas se fosse está tão decidida porque está com essa cara de choro?
_ Eu não estou acostumada a dividir e aquela loira dadeira está cobiçando o meu loirão.
_ Você é demais para a minha compreensão. Não quer ficar com o cara, mas se outra investe você não gosta. Que porre hein.
_ O que é Taciane? Nunca sentiu isso?
_ Senti sim, no começo do namoro. -riu.- Levanta, lava esse rosto e vamos voltar pra aproveitar a festa amiga. -assim fiz e quando descemos a loira dadeira estava de braços cruzados e o Leo não estava perto dela, voltei a sentar na mesa com o Felipe.- Cadê a Nay?
_ Ali com o Picon, daqui a pouco eles voltam.
Ainda fiquei uns minutos sentadas, quando a Nay falou que o Leo disse que ia tomar um ar e dali a pouco subiria. Tirei minha rasteirinha e desci pela grama chegando por trás e tapando sua visão.
_ É uma loirinha bem bicuda. -riu.-
_ Desculpa vai, estou sendo uma péssima companhia pra festa. Nunca mais você vai querer me trazer.
_ Eu falei pra você não ligar pra nenhuma delas. São minhas amigas, ponto. Estudam comigo, mesmo que uma delas dê em cima, fique se esfregando... eu não estou nem aí, tô levando na zoeira.
_ Ah tá... amiga, tão sua amiga que veio me falar que eu era mimada e que você precisava de uma mulher de verdade. -ele riu.-
_ Meu, esquece ela. Foda-se o que ela pensa, eu não ligo.
_ Não é tão fácil assim eu...
_ Vem aqui loira. -falou me dando a mão e me levando para um lugar mais "reservado" perto da casa de bombas da piscina.-
_ Me trouxe pra cá pra me dar serm... -antes que eu pudesse concluir minha fala as duas mãos dele estavam no meu pescoço e sua língua dentro da minha boca, eu tentei falar pra ele parar... mas estava tão bom, segurei sua camisa nos dois lados e suas mãos escorregaram para as minhas costas, puxando mais meu corpo para o dele num beijo apressado e intenso. Coloquei a mão por dentro da sua blusa e arranhei sua barriga sem que parasse o beijo, sua boca se desgrudou da minha e desceu para o meu pescoço.- Por quê estamos nos beijando?
_ Se quiser a gente para...
_ Não. -falava devagar tentando recuperar pouco do fôlego.- Continua loirão. -ele riu e deu uma mordida. Voltei a beijá-lo e jurei ter sentido seu pau duro mesmo com a bermuda o cobrindo, tive a certeza quando levei a mão que estava livre e apalpei devagar deixando gemer no meu ouvido e intensificar mais o beijo.-
_ Sossega essa sua mão, por favor? -pediu entre o beijo, agarrando meus pulsos e os colocando para trás.-
_ Eu estava gostando do que estava sentindo.
_ Eu sei, eu também... mas não precisaríamos ter pressa, não é?
_ Fala menos e me beija mais. -eu gostava assim, beijo bom, misturado com uma pegada gostosa e safada que deixava o corpo quente, com vontade de mais. E ele era sim, sabia exatamente o que fazer. Quando pegar no meu pescoço, prender meus cabelos entre os dedos, apalpar minha bunda e beijar meu pescoço (perto dos seios também). E eu ainda que com um pouco de vergonha não fiquei na vontade e me excedi um pouco o trazendo para mais perto de mim e abrindo sua bermuda, mordi seus lábios e voltei a beijá-lo chupando sua língua quando o toquei por cima do tecido fino da cueca, deslizando os dedos e sentindo cada centímetro. Eu não tinha muito ao que comparar, mas estava bom, muito mesmo. Eu estava suando, com muito calor e ainda assim a vontade de beijar não passava.-
_ Caralho. Isso é hora de celular tocar...
_ Deixa pra lá... se for importante vai ligar de novo.
_ É o seu, tem certeza que não quer atender? -bufei e ele se afastou, encostando na parede e fechando a bermuda. Ri do seu descontrole e atendi um tanto ofegante, fazendo eu me arrepender em seguida.-
_ Oi... pai...
_ Tá ofegante por quê? Tava correndo ou estava aprontando?
_ Corri pra um lugar mais tranquilo pra poder falar com o senhor. -coloquei a mão no peito.- Aconteceu alguma coisa?
_ Não aconteceu nada, eu avisei que iria ligar.
_ Eu sei, e eu atendi. Tudo bem agora?
_ Tá me dispensando Melissa?
_ Não foi isso pai, é que estou comendo, dançando e você me segurando no telefone. Eu tô bem.
_ Então tá bom, tô indo dormir. Boa noite.
_ Ótima. -falei e depois de ele me dar a benção, desliguei o guardei o celular no bolso e foi aí que bateu minha vergonha e mesmo no escuro eu estava roxa de vergonha.-
_ O que você tem nessa sua nova hein? -deu um selinho, que se transformou em um beijo rápido.-
_ Acho que deram falta da gente.
_ Vamos voltar então, porque se eu ficar aqui.
_ É né, vai ir na frente?
_ Tudo isso é vergonha?
_ Para... -não falei nada e ele só dava risada, entramos no salão e as meninas me olharam curiosas.- O que?
_ Amiga, vi o beijo de vocês e deu uma vontade beijar... se um homem me pega gostoso daquele jeito eu arrancava logo a roupa.
_ Como você?
_ Fui tentar chamar vocês, mas escutei umas coisas meio estranha e sai de fininho. Mas que beijo hein.
_ "ele é meu amigo." -Tacy me imitou.- essa amizades de hoje em dia.
_ Gostosas. -respondi rindo.-
_ Agora que tudo se resolveu, vamos voltar pra pista de dança que tá tocando minha música.
_ Qual Nay?
_ Num lembro o nome não, o importante é que é dançante. -risos.
~.~
Forninhos caindo? O meu está no chão! O que foi isso? Hein?