{...} Abre mais a blusa, me usa! Só não pede pra parar... ♪♫

terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Capítulo 208

Narrado por Melissa
  Leonardo e eu sempre nos demos bem, o que nunca foi de se espantar. Mas quando me envolvi com o Murilo foi natural que eu me afastasse dele, porque chegamos a ficar algumas vezes. E isso passou, então fiquei muito feliz quando ele mandou mensagem, veio me visitar e voltamos a nos aproximar. Somos amigos, melhores amigos, confidentes mesmo.
  Passamos a tarde com a Malu no shopping e fomos jantar na minha vó e meu pai ficou "louco", bem louco mesmo daqueles que abraçam e fica olhando feio. Mas eu amo meu velhinho ciumento, amo tanto que morri de preocupação quando disse que iria embora com o Leonardo e ele não questionou, não pediu pra eu levar meus irmãos, não foi contra nem por implicância. 


_ Meu pai não está bem. -falei enquanto ele dirigia.- Ele não falou nada, nem pra eu trazer a Maria Luísa. Será que ele tá doente?
_ Seu pai tá de boa, deixa de ser louca Melissa. -riu.- Ele só estava quieto, não foi o que você disse?
_ Foi, estava no maior clima com a minha mãe na cozinha tipo namorados.
_ Meus pais também são assim. -comentou sorrindo.- Tem dias que eu e meu irmão não aguentamos, é muito grude.
_ Eles se amam, acho tão lindo casais assim. Meus avós, os bisos, meus pais, os seus. É fofo, foram feitos um pro outro.
_ Por que mulher tem que ser toda romântica?
_ Minha mãe mudou muito, meu pai conta que ela era muito ogra, daquelas que não chamava de amor, nem vida, quase nunca dizia que amava. Agora tá aí, uma romântica nata. Principalmente depois que casaram.
_ Isso é bom, não é?
_ Ótimo. -respondi trocando a música. E seguimos caminho, paramos no drive thru do Mc pra eu pegar um sorvete e com isso perdemos um tempinho, quando entramos no condomínio que ele foi me deixar em casa, o carro do meu pai já estava na garagem.- Puta que pariu.
_ O que foi?
_ Meus pais já chegaram, primeiro que a gente, tem noção disso?
_ Paramos pra comprar sorvete, não foi? Nem demoramos tanto.
_ Para o meu pai demoramos uma vida, vou entrar. Beijos loirão, até mais.
_ Até amanhã, não esquece hein.
_ Não sei loirão, meu papis está em casa pode ser que queira fazer algo em família.
_ Hm... se mudarem de ideia, vou sair de casa às 13h.
_ É longe?
_ Ubatuba.
_ Gostoso hein, aquela praia é uma delícia. 
_ Eu sei, sempre que posso tô lá.
_ E nunca me levou. -revirei os olhos e ele riu.- Tchauzinho. -beijei seu rosto, dei um abraço e desci do carro.


  Corri para dentro de casa e para minha surpresa não tinha ninguém na sala, ninguém na cozinha e nem na sala de jogos/cinema. Subi levando os sapatos na mão e entrei no quarto bem rápido, fechei a porta e fui tirando a roupa e jogando na poltrona, coloquei meu pijama e deitei rápido. Nem mexi no celular, abracei meu travesseiro e dormi.
  No sábado de manhã acordei pensando que estava tarde e não era nem nove da manhã, levantei só pra fazer xixi e voltei para a cama. Meu celular estava apitando e era o grupo com as duas lindas da minha vida perguntando o que eu faria hoje.

"Acho que está bem cedo para as duas estarem acordadas, mas OK."
"Fui convidada para uma festa na praia. Mas não sei se vou porque meu papis está em casa."


"Festa de quem?" -Tacy perguntou colocando mil e um emojis curiosos.-

"Amigo do Leo da facul."

"Mas que grude os dois hein, tá ficando com ele dnv?"

"Não Nay, somos amigos. Amigos! AMIGOS. Vcs estão igual minha mãe."
"Sempre tivemos amizade."


"AH! Para vai, ele sempre te cantou. Na brincadeira, na amizade, mas bem que te deu uns pegas."

"Bem isso Nay, ela fala fala fala... mas ficou com ele."

"$:"

"Ele é lindo, deve beijar muito bem e embora tenha aquele jeito bem cretino, babaca é uma pessoa legal."



  E elas ficaram nessa conversa mole até umas dez e pouco, chamei as duas para virem pra cá. Se eu fosse pra festa bem, se não ficaríamos em casa mesmo.
  Levantei e entrei logo no banheiro para jogar uma água no corpo, lavar os cabelos e vestir uma roupa limpa. Penteei os cabelos, vesti um shortinho de malha, regata e desci de chinelos.


_ Bom dia Nelissa.
_ Bom dia coisa pequena, cadê seu chinelo?
_ Não sei... -minha mãe nunca gostou que ficassemos descalços ao acordar.- Não quelu dormir.
_ Vamos procurar seu chinelo linda, vem...
_ Não, põe meia só. -atendi seu pedido e descemos, Maria não vinha de final de semana só se minha mãe lhe pedisse. Então o café não estava prontinho, a mesa não estava pronta... entramos na cozinha e encontrei torta de frango no forno, suco de manga na geladeira e um pedaço de bolo de milho que minha irmã gostava. Então não passamos fome, comemos, ela ainda quis mamar. Preparei sua mamadeira e voltamos pra sala, deitamos no sofá e ficamos assistindo "Doky". Afinal Discovery Kids nunca saia de moda.-
_ Bom dia meninas.
_ Bom dia. -respondemos sem tirar os olhos da TV.- 
_ Já tomaram café?
_ Comemos assim, não foi aquele café que a Maria prepara, mas deu pra encher a barriga. Helena tá até quieta. -risos.-
_ Preguiçosa. Vão lá comprar pão vocês duas.
_ Ah não, o Art vai. -falei.-
_ Seu irmão está dormindo minha filha, dormindo um sono gostoso. Porque eu entrei naquele quarto, mexi nas malas, tirei as roupas, abri janela e ele não acordou.
_ Viajar cansa.
_ Falando em viajar, e a Ester.
_ Tá bem, mandou mensagem quando eu recebi alta, falando que não estaria aqui em São Paulo por uns tempos, mas que mandaria mensagem.
_ Hm... entendi.
_ Meu pai vai querer sair hoje?
_ Não sei não, por quê?
_ Eu e as meninas fomos convidadas para uma festa na praia, em Ubatuba. 
_ Isso hoje? -assenti.- Com quem?
_ Leonardo, é um amigo dele da faculdade.
_ Vai e se divirta sem dar PT ou dar a piriquita. 
_ Mãe!
_ Eu sei o que rolam nessas festas, eu dava esse tipo de festa. Sei do que eu tô falando.
_ Meu deus, mãe.
_ Já tive sua idade Melissa, não vem pensando que me enrola não.
_ Jamais pensei isso dona Fernanda, longe de mim. -ri.-


"Bom dia loirão."
"Acordou cedo hein..."

"Tbm achei."

"O convite ainda está de pé?"


"Sim, vc vai?"

"Nós vamos."
"Chamei a Nay e a Tacy, podia?"


"Mulher bonita nunca é demais."

"Idiota." -respondi.- "Vou arrumar aqui, beijos."

"Só aceito se for na boca."

"Vemk que eu vou te dar vários. Kkkk"

"Troxa kkk até daqui a pouco."




_ Tá rindo pra quem ai? -meu pai perguntou descendo as escadas.-
_ Ninguém não pai, bom dia. -sorri guardando o celular.- 
_ Bom dia. -Helena nem a mamadeira tinha terminado, mas foi meu pai chegar perto do sofá que ela estendeu os bracinhos e foi pro colo.- Minha neném mais linda. -beijou seu rosto e eu cruzei os braços.- Você também é filha, sem ciúmes. -riu.- E ontem hein... chegou que horas?
_ Uns minutos depois de vocês.
_ Posso saber por que?
_ Passamos no Mc Donalds, pai. Eu queria sorvete.
_ Hm... estou de olho, nos dois. Esteja avisada. -e foi para a cozinha. Continuei na sala, Malu desceu e foi para a cozinha e eu seguida as meninas chegaram em casa, trouxeram pão de queijo a meu pedido, frios também e pão de forma.- Vão sair é?
_ Vamos pra Ubatuba, amo aquele lugar. -Nayara falou empolgada fazendo meu pai rir de seu jeito de falar.-
_ Pra nossa casa que vocês vão?
_ Dessa vez não papis, um amigo do Leo está fazendo aniversário e a festa vai ser lá.
_ Festa de universitário na praia? Eu achava melhor nenhuma das três irem. -o sorriso sumiu de seu rosto e me minha mãe se manifestou.-
_ Deixa as meninas, é só um dia. Daqui a pouco elas estão aqui de novo.
_ Prometem que não vão beber e nem beijar ninguém?
_ Eu prometo, meu namorado não vai mesmo.
_ Olha tio, não dá... essa promessa não. -risos.-
_ Pai, pega leve. Não vamos beber.
_ Não mesmo?
_ Mesmo, mesmo. -falei partindo um pedaço de pão e enfiando na boca.-
_ Nelissa tem que papa devagarinho. 
_ Tô com fome. -ri.-
_ Mê, deixa eu ir com vocês?
_ Mas é claro que não né Maria Luísa. Só vai ter adultos lá, você fica em casa.
_ Af pai, o que custa? 
_ Não tô confiando nem da sua irmã ir, quem dirá te levar junto. -resmungou voltando a tomar seu café. Terminamos de comer e subimos para o meu quarto, arrumei uma mochila levando três trocas de roupas, calcinha e sutiã, biquínis e uma rasteirinha.-
_ Mê, o Leo tá te ligando.
_ Atende aí que eu preciso fazer xixi. -falei indo para o banheiro, quando eu voltei as duas se acabavam de rir e eu sem entender.- Qual a graça?
_ Amiga, ele atendeu falando "bom dia princesa". 
_ E isso é engraçado?
_ Isso não, mas ele perguntar o que estávamos fazendo na casa da sogra dele sim. 
_ Bestas. Ele ligou pra que?
_ Avisar que está vindo aqui nos buscar.
_ Ué, não era só uma da tarde? Eu queria almoçar antes de ir, vai que chegando lá só tenha cachaça? Eu gosto de comer, encher a barriga de comida mesmo.
_ Gulosa.
_ Sempre. -risos.- Faltou pegar uma coisa. -disse voltando para o banheiro, peguei minha necessarie, voltei para o quarto peguei o carregador e meu RG. Enfiei tudo dentro da bolsa e fechei.-
_ Vai assim?
_ Estou linda. 
_ Vai arrumar um namorado como desse jeito? -dizia enquanto nós descíamos as escadas.-
_ Meninas, juízo lá em... Podem curtir sim, beijar na boca, transar se for de camisinha e beber se tiver vontade. Cuidado com essas brincadeiras bestas na piscina, não usem drogas e voltem numa boa senão meu marido surta.
_ Cadê ele?
_ Foi levar o Thor pra passear com a Helena.
_ Tudo que ela pede meu pai faz, meu Deus.
_ Com você era pior. -riram.- 
_ Bom dia, bom dia. -meu loirão entrou na sala todo gatinho, bermuda branca, camiseta azul e chinelos.-
_ Bom dia genro, veio buscar minhas meninas?
_ Isso aí sogra, levar as gatinhas para dar aquele passeio. -falou abraçando minha mãe, depois cumprimentou minha irmã, as meninas e por último eu.- Vamo aí?
_ Sim. Tchau mãe, tchau Malu.
_ Tchau. -disseram e nós fomos para o carro, me surpreendendo ao ver um cara sentado no banco ao lado do motorista. Leo nos apresentou dizendo ser seu amigo de longa data e que acabou reencontrando agora na faculdade porque ele morava no Rio.


  O caminho para Ubatuba não foi demorado, chegamos pouco mais de meio dia e o som estava altíssimo, muitos carros na entrada e uma mansão bem perto da praia. Próximo onde meus pais tinham comprado uma casa, alguns quarteirões pra frente. 
  Leo desceu na frente e falou que podíamos deixar as coisas no carro, fomos entrando logo atrás dele e do Felipe. Deveria ter no mínimo umas dez pessoas só na entrada, passamos para a área que dava acesso a piscina e mais umas trinta/vinte pessoas. Eles iam cumprimentando todo mundo e nós também, mesmo percebendo umas olhadas de canto, umas frangas torcendo o nariz e uns caras babando.


_ Cacá, essas são as amigas que eu disse que viriam. Melissa, Nayara e Taciane. Meninas, o aniversariante do dia!
_ Prazer lindas, oh fiquem à vontade viu. A casa é de vocês, os quartos também. Vocês vão ficar né?
_ Ficar? Tipo dormir? -perguntei surpresa.-
_ É pô, vamos ficar até amanhã de noite. Muita gente vai embora, mas quem quiser dormir o que não falta é espaço.
_ Vamos subir de noite, tenho que deixar as belezuras em casa.
_ Ah para vai. -risos.- Então você é a namorada do Leozinho aqui?
_ Namorada? Quem te disse isso?
_ Só vejo os dois no maior amor, era pra esse viado vir ontem e ele não veio porque tava na casa da vó da Melissa.
_ Aí que vergonha. -falei o abraçando.- 
_ A gente namora sim, só não assume. -beijou meu pescoço e eu fiquei ainda mais vermelha.-
_ Besta. 
_ Vou mostrar a casa pra vocês. -e foi nos mostrando tudo, quartos, cozinha, salão de festas e terminou na entrada mesmo. Aproveitamos para tirar as coisas do carro e levar para os quartos, ficamos eu e as meninas, Leo e Felipe.- 
_ Aniversariante gato e cheio de sorrisos. 
_ Começou cedo hein Nay.
_ Não sou cega. -falou trancando a porta e tirando a roupa ali mesmo pra colocar o biquíni.- Meu minha esteticista saiu de férias, e a menina que ficou no lugar dela quase arrancou minha pele pra fazer minha virilha. Fiquei muito vermelha quase uns três dias.
_ Tem umas açougueiras mesmo. -fiz careta.- Mas eu vou em um que minha mãe sempre vai, ele é homem e depila como ninguém.
_ Eu tenho vergonha. -disse a Tacy.- Prefiro mil vezes uma mulher.
_ Eu também, agora essa aí é mais arreganhada, vai com homem mesmo. 
_ Vão a merda, vão. -disse me sentando na cama e abrindo a bolsa para pegar minha roupa.- 
_ Aperta aqui. -deixei as coisas em cima da cama e levantei para ajudar as duas que desceram e me deixaram sozinha. Aproveitei pra ligar pra minha mãe e avisar que eu tinhamos chegado bem e estava tudo em ordem.- 
_ Ôh... vai descer não?
_ Vou me trocar ainda, tá pronto? 
_ Tô até de sunga. -riu se jogando na cama.- Vai por isso? -levantou a calcinha do meu biquíni.-
_ Sim.
_ Pequeno, muito pequeno.
_ Baixou meu pai agora?
_ Vai colocar um shorts né?
_ Não. -peguei minhas coisas e fui me trocar.- Leo, aperta aqui... -fiquei de costas e ele apertou um pouco mais.- Valeu. -guardei minha roupa na mochila, peguei o protetor solar e coloquei um pouco nas mãos espalhando pelo rosto.-
_ Passa nas minhas costas? -assim fiz, depois ele passou nas minhas, coloquei um shorts jeans e descemos.-
_ Que demora hein.
_ Tá com inveja né?
_ Ôh, muita. Quer? -ofereceu um copo com uma bebida azul e um canudo.-
_ Taciane Alves bebendo?
_ Leonardo Picon sozinho no quarto com a Melissa?
_ Dois troxas. Cadê a Nay?
_ No banheiro, estava apertada.
_ Quero coca, vamos lá comigo Tacy.


  Entramos na cozinha e peguei coca-cola na geladeira, quando voltamos para a sala vi um monte de estranhos, esperamos a Nay e fomos para perto da piscina em uma mesa que estava vazia. Nos sentamos e ficamos olhando as pessoas transitando, conversando e bebendo. Leo sumiu, Felipe não parava de olhar para a nossa mesa e eu conversando com as minhas amigas.
  Quando o almoço ficou pronto eu fui uma das poucas pessoas que se interessaram pela comida, fiz meu prato e voltei a me sentar.


_ Mas já? Nem me esperou.
_ Não te achei aqui fora. -falei ignorando seu sorriso.-
_ Estava lá dentro com as meninas da facul.
_ Xiii... resposta errada. -Nayara zuou.- Apresenta uns amigos, né?
_ Tá brava loira? -sentou do meu lado, não falei nada, continuei comendo.- Vai falar comigo não?
_ Tô comendo, Leo.
_ Leo? Não é loirão não?
_ Leo, vem aqui! -uma loira o chamava do outro lado da piscina, não falei nada.- 
_ Miga tá saindo fumacinha da sua cabeça.
_ Vai a merda vai. 
_ Ôh Leo, vem aqui meu.
_ Daqui a pouco, daqui a pouco. -respondeu puxando a cadeira e sentando do meu lado.- Desfaz essa cara, não tá gostando daqui não?
_ Não falei nada, não estou com cara nenhuma... vai lá com a sua amiga.
_ Chata. -beijou meu rosto e saiu, viado.


  Terminamos de comer e fomos dar uma volta na praia, as três. Ubatuba era lindo, eu amava aquela praia. Entramos na água e demos um mergulho, voltamos para a mansão. Tirei o sal do corpo, pulei na piscina e fiquei na beirada.

_ Sumiu hein, vocês estavam ali na mesa e de repente. -riu.-
_ Fomos dar uma volta na praia.
_ Leo tá te procurando ainda.
_ Deixa ele, estava ocupado com as amigas dele toda hora chamando.
_ Ciúmes?
_ Lógico, ele me convidou pra vim, encheu o saco e quando chega aqui ele some.
_ Galera tá toda aqui.
_ Grande merda, vê todo mundo todos os dias. -falei revirando os olhos.-
_ Assume logo Melissa, fica aí espumando de raiva.
_ Cala a boca Nayara, vai beijar na boca.
_ Quero é cerveja, pega pra gente Fê.
_ Quer alguma coisa Mel?
_ Coca-cola. -ele saiu da piscina e entrou, as meninas vieram pra perto rindo e ficamos comentando dos acontecimentos até o bonitão aparecer com as nossas bebidas, ficamos trocando ideia até o final da tarde. Ri muito, até tomei caipirinha com as meninas, espanhola e caipirinha de maracujá.- Deu calor.
_ Pula aqui, dá a mão. -Felipe segurou minhas mãos e desci para a água gelada fazendo caras e bocas.- Puta, que gelo!
_ Tá nada, tá gostosa a água. -soltei das mãos dele e mergulhei, quando voltei ele me abraçou pela cintura olhando nos meus olhos.-
_ Posso te roubar um beijo?
_ Não, eu não estou sóbria. -ri.-
_ Também não, tudo certo.
_ Ê Felipe, chega aqui.
_ Já volto. -beijou minha testa e saiu da piscina.-
_ Se eu fosse você pegava.
_ Ah, pegava? Fica à vontade que eu não quero não.
_ Mentira! Por quê amiga? -Nayara perguntou.- 
_ Não sei, não consigo ficar com ele.
_ Aí meu Deus, Melissa!
_ Sério. Não tenho vontade não.
_ Eu sei quem você quer ficar.
_ Quem não sabe, né? -revirei os olhos. Sai da piscina e fui ao banheiro, depois entrei na cozinha e peguei um copo pra beber água. Encostei na pia e ele entrou na cozinha, ficou me olhando.- O que foi que tá aí me olhando com essa cara?
_ Você fica tão linda brava.
_ Eu brava? Se liga Leonardo.
_ Ôh loira, fica brava comigo não. Desculpa.
_ Tá.
_ Então me dá um abraço. -virei de costas, deixei o copo na pia e quando me virei pra sair ele me prensou na parede e abraçou minha cintura.- Olha aqui pra mim, para com isso tá?
_ Parar com isso o que? Você me convidou pra vir na festa do seu amigo ai chega aqui você simplesmente some, fica na sua rodinha da faculdade e eu dane-se, tô com as minhas amigas então...
_ Desculpa vai, não fica assim.
_ Eu quero ir embora. -me soltei dele e voltei para junto das meninas.-
_ Melissa.
_ O que?
_ Vem aqui, vamos conversar... -coçou a cabeça, levantei e fui até ele quieta, de braços cruzados e fomos assim até o quarto.- Desculpa loira, eu não pensei que você fosse ficar tão chateada por causa disso. Sério, são meus amigos e eu quis te deixar à vontade... quis que...
_ Eu entendi e fiquei morrendo de ciúmes daquelas vacas te chamando toda hora, cheias de sorrisinho e eu aqui. 
_ Não fala assim delas, nem precisa ter ciúmes Mel. De verdade, nenhuma delas me interessa como mulher se quer saber. -falou coçando a cabeça, soltei os braços e fiquei quieta olhando pra ele. Não sei, mas senti uma coisa estranha sabe?- Olha pra mim, eu gosto é de você.
_ Eu sei, também gosto de você. Você é meu amigo Leo.
_ É sou sim, quase um irmão. -disse beijando minha testa e me puxando para um abraço.- Ainda quer ir embora?
_ Eu não avisei minha mãe que iria ficar.
_ Liga pra ela. Se ela não quiser a gente vai embora, sem problemas... -peguei meu celular e disquei o número de casa, quem atendeu foi meu irmão e aí eu pedi que chamasse meu pai.- Pai?
_ Oi Mê, tá tudo bem?
_ Tá sim pai. Estou ligando pra avisar que vou ficar por aqui e vou embora amanhã, tudo bem? -falei apressada e tensa, ele ficou quieto.- Pai...
_ Você vai ficar bem aí? As meninas também vão ficar? Por que você não vai vir mais pra casa?
_ A festa mesmo é essa noite, dessa noite pra amanhã. Tomo mundo vai ficar.
_ Estão bebendo aí?
_ Pai, o senhor sabe que eu não bebo.
_ Você não, mas o restante...
_ Estamos bem, nos divertindo... não precisa se preocupar.
_ Pais sempre se preocupam...
_ Eu sei, mas fica tranquilo, estamos nos comportando. 
_ Juízo hein, e nada de desligar o celular.
_ Tchau pai, te amo. Manda um beijo pro pessoal aí. -e desliguei, deixando o celular no mesmo lugar.- Ele ficou todo preocupado.
_ Vai ficar tudo bem e oh... para de encher a cara hein, e principalmente de ficar misturando bebidas. -me advertiu.- Vem, vamos descer.
_ Tá.


  Descemos abraçados e chegamos na piscina com a zoação dos bobões que estavam na piscina. Ele beijou meu rosto e pulou na água me levando junto, prendi minhas pernas na cintura dele e segurei seus ombros com as mãos.

_ Que pegada hein Leo, puta que pariu, me arruma uma amiga dessa caralho. -Cacá gritou me deixando sem graça.- Fica com vergonha não loirinha, pode beijar que ninguém está vendo.
_ Todos os seus amigos são assim?
_ A maioria deles. -riu deixando um beijo em meu pescoço.- Você...
_ Eu o que?
_ Tem ficado com alguém?
_ Por que isso agora?
_ Curiosidade ué...
_ Curioso... mas não, não estou ficando com ninguém.
_ Hm... e ficaria?
_ Depende, com quem seria?
_ Ninguém, só pra saber...


  Não toquei mais no assunto, ficamos ali mais alguns minutos e subimos para nós arrumar para a festa, sei que não precisava de uma grande produção porque estávamos numa praia, mas um banho, uma rasteirinha ajudaria, sem dúvidas.
  Os cabelos cheio de creme, soltos, o look pronto e uma maquiagem não muito chamativa. Eu estava pronta. Mas as minhas amigas não, então sentei na varanda e fiquei no celular vendo as fotos e vídeos que estavam me marcando e acabei repostando uma das fotos que mais gostei.


Meu amorzinho loiro. 💑

  Choveu de comentários na foto assim como as marcações, deixei quieto e fui responder algumas mensagens no Messenger. As meninas ficaram prontas, os meninos também e nós descemos. 
  Parecíamos estar em um outro lugar. A mansão estava com uma decoração de festa mesmo, balada. Salão grande, mesas bem dispostas, pista de dança, um DJ e ao fundo a área da piscina com balões grandes e coloridos na água, puffs espalhados pela grama. Fora a mesa com comida, barman e tudo. Eu teria me arrumado mais se soubesse que seria essa produção toda. Estava me sentindo básica demais.


_ Amiga, olha esse salão. Que sonho!
_ Sonho mesmo, amei. -falei me sentando na primeira mesa vazia que mais me agradou. Aos poucos o pessoal foi descendo para o salão, a música ficando mais alta, alguns bêbados desde cedo, outros se perdendo na pista. Estava legal, eu estava curtindo e enchendo a barriga de suco.- 
_ Pelo amor de Deus, eu não fiquei com a minha bunda sentada dentro do carro pra chegar aqui e continuar sentada. Então por favor, levantem e vamos dançar. -Nayara disse séria nos fazendo rir.- Não tô brincando, vem vai amiga.


  E nós fomos, dançamos bastante até, paramos para cantar o parabéns pro Cacá, e voltamos para a pista. Eu estava com calor, meu cabelo grudando na nuca e na minha testa. Parei um pouco para respirar e meu loiro foi chegando, estávamos zoando e eu voltei a dançar com ele.

_ Eu preciso te ter, meu fechamento é você loirão. -cantei de frente pra ele.- Eu não preciso mais beber e nem fumar maconha... que a sua presença me deu onda. -as meninas me acompanhavam em toda a coreografia, até o final quando viramos as três de costas pra ele que cobriu os olhos.- Gosto de você, fazer o quê? -neguei com a cabeça e voltei a tomar meu suco de boa. Acabou aquela musica, começou outras e as frangas foram se aproximando. Fechei a cara. Um tal de Leo pra cá, meu loiro isso, Picon aquilo, pegando aqui, roçando ali.-
_ Você que é a Melissa né? -fiz que sim.- Namorada do Leozinho?
_ Não.
_ Hm... então posso investir?
_ Fica pelada logo, porque já estava rebolando nele com essa saia subindo e mostrando esse fio que você chama de calcinha. E agora que você vem perguntar?
_ Nossa, não precisa morder não, fiz uma pergunta só.
_ Perguntasse pra ele. Não é seu amigo? -as meninas olharam sem entender, e ele sequer notou, talvez pela música alta.-
_ Além de tudo é grossa.
_ Vai se foder, não tenho que ser simpática com você e nem com ninguém aqui.
_ Hm... perde a linha fácil hein loira. Coisa de menininha mimadinha, ele precisa de uma mulher de verdade. -não falei nada, dei as costas e voltei pra dentro da casa que estava vazia, corri em direção as escada, entrei no quarto e bati a porta indo me sentar na cama.-
_ Tá, queria entender o que foi aquilo lá embaixo? -Taciane entrou no quarto com sua melhor cara de surpresa e veio se sentar ao meu lado.- Que você tem ciúmes dos amigos eu sabia, mas aquilo foi bem intenso, super desnecessário.
_ Desnecessário, Tacy? Você viu aquilo?
_ Ele é lindo sim, solteiro, você não deu bola. Mulher não perde tempo e ele não é de ferro.
_ Você não está falando nada que preste, tá querendo insinuar que nós... que el-eu... enfim... você entendeu.
_ Posso te falar uma coisa? Essa mansão inteira percebeu que ele tá afim de você e eu que sou amiga dos dois sei que não é mentira. E ele tem um jeito tão carinhoso de te tratar, um amor lindo, sem contar no cuidado com você. E me fode tudo com essa história de somos amigos, ele é como um irmão pra mim.
_ O que não é mentira, né? Tudo o que ele faz comigo eu faço com os meus irmãos.
_ Ah não com os olhos brilhando, se policiando pra não te magoar... ele tem uma preocupação com você igual o Bruno comigo. Acorda, né Melissa.
_ Tacy...
_ Você sabe que não estou mentindo. Mas eu não entendo o porquê, sério mesmo.
_ Eu amo o Leonardo, a companhia, os conselhos, os momentos. Só que não sei, quanta ficamos aquela vez depois foi tudo estranho... até porque em seguida ele saiu da escola, eu conheci o Murilo, aí tem toda a história que você já sabe e agora que nós nos reaproximamos. Não quero ficar com ele de novo e balançar a amizade, também não quero ficar com ele sem compromisso e acabar chateando porque eu não quero um relacionamento agora, eu quero aproveitar os passeios, as viagens, as baladas, outras bocas, transar outra vez...  é isso que eu quero entendeu.
_ Meu deus, menina!
_ Não me leve a mal, eu só não quero perder essa coisa muito foda e que eu gosto muito que é a nossa amizade assim do jeito que tá. Eu implico com ele, ele comigo, a gente assiste filme em casa, assiste no cinema, anda de bicicleta, viaja... dorme na mesma cama, coisa que nunca aconteceu. Mas eu sei que vai chegar o dia seguinte e ele não vai estar esquisito tipo "e agora como a gente fica?"
_ Eu entendo. Mas se fosse está tão decidida porque está com essa cara de choro?
_ Eu não estou acostumada a dividir e aquela loira dadeira está cobiçando o meu loirão.
_ Você é demais para a minha compreensão. Não quer ficar com o cara, mas se outra investe você não gosta. Que  porre hein.
_ O que é Taciane? Nunca sentiu isso?
_ Senti sim, no começo do namoro. -riu.- Levanta, lava esse rosto e vamos voltar pra aproveitar a festa amiga. -assim fiz e quando descemos a loira dadeira estava de braços cruzados e o Leo não estava perto dela, voltei a sentar na mesa com o Felipe.- Cadê a Nay?
_ Ali com o Picon, daqui a pouco eles voltam.

Ainda fiquei uns minutos sentadas, quando a Nay falou que o Leo disse que ia tomar um ar e dali a pouco subiria. Tirei minha rasteirinha e desci pela grama chegando por trás e tapando sua visão.
_ É uma loirinha bem bicuda. -riu.-
_ Desculpa vai, estou sendo uma péssima companhia pra festa. Nunca mais você vai querer me trazer.
_ Eu falei pra você não ligar pra nenhuma delas. São minhas amigas, ponto. Estudam comigo, mesmo que uma delas dê em cima, fique se esfregando... eu não estou nem aí, tô levando na zoeira.
_ Ah tá... amiga, tão sua amiga que veio me falar que eu era mimada e que você precisava de uma mulher de verdade. -ele riu.-
_ Meu, esquece ela. Foda-se o que ela pensa, eu não ligo.
_ Não é tão fácil assim eu...
_ Vem aqui loira. -falou me dando a mão e me levando para um lugar mais "reservado" perto da casa de bombas da piscina.-
_ Me trouxe pra cá pra me dar serm... -antes que eu pudesse concluir minha fala as duas mãos dele estavam no meu pescoço e sua língua dentro da minha boca, eu tentei falar pra ele parar... mas estava tão bom, segurei sua camisa nos dois lados e suas mãos escorregaram para as minhas costas, puxando mais meu corpo para o dele num beijo apressado e intenso. Coloquei a mão por dentro da sua blusa e arranhei sua barriga sem que parasse o beijo, sua boca se desgrudou da minha e desceu para o meu pescoço.- Por quê estamos nos beijando?
_ Se quiser a gente para...
_ Não. -falava devagar tentando recuperar pouco do fôlego.- Continua loirão. -ele riu e deu uma mordida. Voltei a beijá-lo e jurei ter sentido seu pau duro mesmo com a bermuda o cobrindo, tive a certeza quando levei a mão que estava livre e apalpei devagar deixando gemer no meu ouvido e intensificar mais o beijo.- 
_ Sossega essa sua mão, por favor? -pediu entre o beijo, agarrando meus pulsos e os colocando para trás.- 
_ Eu estava gostando do que estava sentindo. 
_ Eu sei, eu também... mas não precisaríamos ter pressa, não é?
_ Fala menos e me beija mais. -eu gostava assim, beijo bom, misturado com uma pegada gostosa e safada que deixava o corpo quente, com vontade de mais. E ele era sim, sabia exatamente o que fazer. Quando pegar no meu pescoço, prender meus cabelos entre os dedos, apalpar minha bunda e beijar meu pescoço (perto dos seios também). E eu ainda que com um pouco de vergonha não fiquei na vontade e me excedi um pouco o trazendo para mais perto de mim e abrindo sua bermuda, mordi seus lábios e voltei a beijá-lo chupando sua língua quando o toquei por cima do tecido fino da cueca, deslizando os dedos e sentindo cada centímetro. Eu não tinha muito ao que comparar, mas estava bom, muito mesmo. Eu estava suando, com muito calor e ainda assim a vontade de beijar não passava.- 
_ Caralho. Isso é hora de celular tocar...
_ Deixa pra lá... se for importante vai ligar de novo.
_ É o seu, tem certeza que não quer atender? -bufei e ele se afastou, encostando na parede e fechando a bermuda. Ri do seu descontrole e atendi um tanto ofegante, fazendo eu me arrepender em seguida.-
_ Oi... pai...
_ Tá ofegante por quê? Tava correndo ou estava aprontando?
_ Corri pra um lugar mais tranquilo pra poder falar com o senhor. -coloquei a mão no peito.- Aconteceu alguma coisa?
_ Não aconteceu nada, eu avisei que iria ligar. 
_ Eu sei, e eu atendi. Tudo bem agora?
_ Tá me dispensando Melissa?
_ Não foi isso pai, é que estou comendo, dançando e você me segurando no telefone. Eu tô bem.
_ Então tá bom, tô indo dormir. Boa noite.
_ Ótima. -falei e depois de ele me dar a benção, desliguei o guardei o celular no bolso e foi aí que bateu minha vergonha e mesmo no escuro eu estava roxa de vergonha.-
_ O que você tem nessa sua nova hein? -deu um selinho, que se transformou em um beijo rápido.- 
_ Acho que deram falta da gente.
_ Vamos voltar então, porque se eu ficar aqui.
_ É né, vai ir na frente?
_ Tudo isso é vergonha?
_ Para... -não falei nada e ele só dava risada, entramos no salão e as meninas me olharam curiosas.- O que?
_ Amiga, vi o beijo de vocês e deu uma vontade beijar... se um homem me pega gostoso daquele jeito eu arrancava logo a roupa.
_ Como você?
_ Fui tentar chamar vocês, mas escutei umas coisas meio estranha e sai de fininho. Mas que beijo hein.
_ "ele é meu amigo." -Tacy me imitou.- essa amizades de hoje em dia.
_ Gostosas. -respondi rindo.-
_ Agora que tudo se resolveu, vamos voltar pra pista de dança que tá tocando minha música.
_ Qual Nay?
_ Num lembro o nome não, o importante é que é dançante. -risos.
















~.~
   Forninhos caindo? O meu está no chão! O que foi isso? Hein?

domingo, 29 de janeiro de 2017

Fanfics

    OK! Vocês pediram e aí está uma lista de fanfics que eu leio/tenho o link salvo no meu celular gatchenhas. Só vou avisando que não conseguir habitar o hiperlink, então pra ler vocês vão precisar copiar daqui e colocar no navegador.

Entrelaçados: http://fanficentrelacados.blogspot.com.br/?m=1

Chamas da Paixão: http://chamasdapaixaols.blogspot.com.br/?m=1

Cantada: http://cantadals.blogspot.com.br/?m=1

Promete que vai ser só minha?: http://fanficmeuanjo7.blogspot.com.br/?m=1 (a Gii tem outros blogs, mudem o número sete e sejam felizes).

Desperta em mim meu lado bom: http://despertaemmimmeuladobom.blogspot.com.br/?m=1

O destino: http://odestinofanficls.blogspot.com.br/?m=1

Jogo do amor: http://fanficjogodoamor.blogspot.com.br/?m=1

Grades do amor: http://web-gradesdoamor.blogspot.com.br/?m=1

Questões do coração: http://questoesdocoracaofanficls.blogspot.com.br/?m=1

Fica: http://fanficfica.blogspot.com.br/?m=1

Sob a mesma lua: http://unidospelopensamento.blogspot.com.br/?m=1

Não... era pra ser?: http://perto-devoce.blogspot.com.br/?m=1

O amor coloriu: http://amorcoloriufanfic.blogspot.com.br/?m=1

Você me ensinou o significado do amor: http://fanfic-infinitelr.blogspot.com.br/?m=1

Amor inocente: http://fanfic-infinitelr2.blogspot.com.br/?m=1

O preço dos seus erros: http://oprecodosseuserros.blogspot.com.br/?m=1

Outras: https://www.blogger.com/profile/16486715710686174313

   Prontinho meninas, se vocês tiverem mais sugestões, deixem o link nos comentários. Pode ser? Um beijão! ❤

sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Capítulo 207

Narrado por Luan
  Entrei no quarto quando estava amanhecendo, as crianças dormiam e eu ia para o banho. Joguei uma água no corpo, coloquei uma cueca e uma bermuda, sequei os cabelos na toalha mesmo e tratei de colocar o celular pra carregar e deitei.


_ Pai, acorda! -Arthur me sacudia de um lado pro outro.- Pai.
_ Hm, pode falar tô te ouvindo. -continuei de costas e olhos fechados.-
_ Queremos ir pro parque, já até tomamos café e você aí dormindo. Onde você tava?
_ Que horas são?
_ Quase dez horas e ainda demora um tempão pra chegar, lá... pai, vamos!
_ Todo mundo já desceu?
_ Só o você, o tio Rober, Dudu e Nicolas que não. Vocês saíram ontem não foi?
_ Que saímos o que menino, viemos juntos pro quarto depois do jantar.
_ Aé? E por que quando minha vó ligou no celular do vô você não estava aqui? A mamãe estava lá na casa dela até.
_ Ôh puta que pariu, que horas foi isso?
_ Viu só, mentindo pra mim. Coisa feia pai.
_ Mentindo nada, estávamos por aqui.
_ Sei. Agora levanta ou vamos te deixar aí dormindo, preguiçoso.


  Vencido pelo cansaço de Arthur ficar balando na minha cabeça levantei da cama e mal tive tempo de tomar um banho. Joguei uma água, escovei os dentes, coloquei uma roupa qualquer e sai. Não tomei café, também não estava com fome. Entramos nos carros e seguimos para o parque, entrei no insta e fiquei dando uma olhada pra ver como estavam as coisas e tudo estava na paz.

_ Quase que eu não venho hoje.
_ Percebi cara, dormiu que só a porra.
_ Mal dormi, não descansei foi nada.
_ Tem amanhã pra fazer isso, agora deixa de assunto e vamos curtir o passeio.
_ Agora!
_ Eu não queria ir naquele não padrinho, vamo em outro. -Lucas se manifestou.-
_ Também quero ir. -Guilherme concordou com o amigo.-
_ Ah não, é muito de criancinha. Quero um mais legal!
_ Eu também, o elevador.
_ Não, tem que ser a montanha russa.
_ Quero ir naquele rio doidão.
_ Pai... -eles começaram a falar todo mundo junto e eu não estava raciocinando direito, fiquei uns segundo em silêncio até que decidi.-
_ Ou, vamo organizar isso aqui rapaz! Vamos nos separar pra não dar problema e todo mundo aproveitar pode ser?
_ Sim. -responderam em coro.- Uns vem comigo, outros com o Rober e assim vai.


  Dividimos a turminha e seguimos com as atrações. Ainda tinha muito o que ver, muitos brinquedos para ir. Como fiquei com os menores, fomos primeiro no carrinho de bate-bate onde eu me diverti mais que eles, depois fomos na roda gigante e ele pediram pra ir no carrossel. Pouco mais de meio dia nos reunimos todos na praça de alimentação e cada um foi onde se sentiu mais à vontade pra escolher a refeição e depois nos sentamos juntos. Fernanda não ligou desde cedo o que me fez ficar com uma pulga atrás da orelha, mas não liguei, queria focar ali no momento com o meu filho, meu pai e amigos.

_ Pai, tem um zoológico aqui. Vamos?
_ Tem elefante, né padrinho?
_ Deve ter Lucão. Bora terminar de comer e podemos ir lá juntos.
_ Ficar andando todo mundo junto é chato, parece um monte de criancinha pai.
_ Vocês são crianças. -o respondi.- Agora come aí cara. -almoçamos sem pressa alguma, depois quem quis ir ao banheiro foi e seguimos com o passeio.- Não querem ver o show dos carros hoje?
_ Ah não, quero ver os animais e a parte dos piratas, que tem um tubarão grandão.

  O zoológico foi uma das partes mais legais, os animais acordados e as crianças vendo de pertinho e se encantando cada vez mais. Arthur queria mesmo ver o tigre branco e ficou todo emocionado lembrando do nosso amigão, Lupy. Até tirou selfie com o bicho, pela grade de proteção. Exploramos de acordo com o nosso mapa e deu muito certo, seguimos a "trilha" e conhecemos a área pirata do parque com pontes de madeiras, baú e um tubarão de brinquedo que tinha uma boca enorme e data até pra tirar fotos engraçadas. Depois disso nos sobrou para visitar o memorial do Beto Carrero que foi massa demais, levamos até lembrancinhas. Quando estava dando seis da tarde fomos para onde aconteceria o último show do dia e enfim iríamos nos despedir do parque.

_ Que daora! Eu quero vim de novo. -Pedro Murilo dizia.-
_ Você viu o tamanho daquele bicho, e o Art ainda tirou foto. Louco!
_ Minha mãe tinha um, e ele era muito bonzinho. Né pai? -assenti.-
_ Sei, bicho enorme e com a boca cheia de dentes e ainda carnívoro. -Felipe não escondeu seu espanto, e aqui entre nós, eu entendia.-
_ O importante foi ir de novo naquela montanha russa irada.
_ Não, Vini. Prefiro o elevador! -e ficaram naquela de qual brinquedo tinha sido melhor. Como a saída estava congestionada, decidimos esperar esvaziar um pouco antes de chamar os táxis. Fomos comprar doces, tirei muitas fotos com os funcionários de lá e pessoas que acabaram me reconhecendo, cheguei até gravar uns áudios e só sossegou quando entrei no banheiro pra mijar. Aí ninguém veio atrás.

  Na hora de voltar pro hotel não perdi ninguém, estavam todos lá, falando pelos cotovelos o que tinham achado e como tinha sido o outro dia nesse mesmo parque, e viam as fotos, davam risadas e eu finalmente recostei no banco. Cansado. Fechei os olhos pra dar aquela cochilada e o celular tocou, era o Dudu que estava no outro carro.

_ Fala aí cara.
_ Procura aí no insta... @lsinforma.
_ Pra que?
_ Procura aí, depois você me fala. -e desligou, viado.

  Não perdi tempo de coloquei na busca do app, quando vi a última foto, uma montagem na verdade. Mas pra ver a história eu precisaria seguir a conta e foi o que eu fiz. Alguns flashes da noite passada estavam lá, vídeos também. Dei risada ainda sem acreditar, sai do insta e liguei de volta pro Dudu.

_ Cara...
_ Puta que pariu, Luan. Todo lugar que você vai te acham.
_ Eu nem vi que tinha gente tirando foto.
_ Muito menos eu, fala sério cara. Será que minha mulher viu?
_ Acho que não. -disse rindo.- Mas a Fernanda sim, certeza.
_ Xii... deu ruim.
_ Fudeu foi tudo. Deve ser por isso que ela não me ligou hoje.
_ Olhei no daily e tem foto também, "registro da madrugada".
_ Vou começar sair disfarçado, será que cola? -brinquei.-
_ Tenta a sorte, viado. Vou desligar. Tchau.
_ Falou, cara. Até já. -e desliguei dando risada das marcações, Fernanda estava na maioria.

  Chegando no hotel foi aquela correria pra saber quem ia tomar banho primeiro, os deixei à vontade (se matando) e fui até a sacada ligar pra Nanda.

_ Oi amor. -atendeu toda feliz.- 
_ Oi vida, tudo bem? Nem me ligou hoje.
_ Ué, vocês não estavam no parque? Tô bem sim e você?
_ Tô cansadão, chegamos agora e tô esperando pra tomar um banho.
_ Se divertiram? -o assunto foi se estendendo e estava tudo numa boa, ela não falou nada de foto nenhuma ou vídeo.- E os meninos como estão?
_ Ótimos. Dormindo bem, comendo de tudo, escovando os dentes e tomando banho duas vezes no dia.
_ Mentiroso, Arthur não faz isso nem aqui em casa comigo no pé dele. Imagina aí com você, dois porquinhos.
_ É isso que você pensa de mim, amor?
_ Sim. -riu.- Amor, fala um pouco aqui com a Helena que eu preciso fazer uma coisa e ela não desgruda.
_ O que você vai fazer que ela não pode tá junto?
_ Cocô. 
_ Como você é nojenta, nossa senhora cara. Precisava falar que ia cagar?
_ Respondi o que você perguntou.
_ Fosse mais discreta, né? 
_ Na próxima quem sabe. Vou desligar e ligar do Whatsapp pra você fazer chamada de vídeo, tá? Ótimo. -e desligou. Quando voltou a ligar, aceitei a chamada e as duas apareceram, estavam no nosso quarto, Helena só de calcinha com a boneca no colo e de chupeta, Fernanda com um micro shortinho, top e cabelos presos.- Oi papai!
_ Segura direitinho, filha. Já volto hein. 
_ Tá, vai lá mamãe... eu fico com o papai. Papai. -tirou o cabelo do rosto.- Quando cê vem embora? Já é outro dia, já.
_ Mas já uai?
_ É, e eu tô com saudade.
_ Muita saudade? -ela fez que sim com a cabeça, coçando os olhinhos.- O papai também. Mas preciso te contar uma coisa... o papai vai ficar aqui agora, pra sempre.
_ Não vai!
_ Tô te falando.
_ Não papai. -falou com voz de choro.-
_ É sério, trouxe até roupa oh. -mostrei minha camisa.- Vou ficar. -ela me olhou fazendo bico e abriu a boca, chorando.- Filha, escuta o papai.
_ Não. Você não gosta mais de mim. -largou o celular e saiu de cima da cama.-  Mamãe! -depois disso não ouvi mais nada, o barulho estava abafado.- 
_ Seu filho da puta, pra que fazer a menina chorar? -olhou para a câmera me fuzilando enquanto eu segurava a risada.-
_ Ah, eu estava só brincando vai.
_ Ela tem dois anos e meio, não sabe o que é uma brincadeira como essa seu idiota.
_ Para de me xingar, daqui a pouco ela para.
_ Eu espero mesmo, tchau.
_ Nem um beijo?
_ Não. -e desligou.

   Deixei o celular de canto e dei uma cochilada, acordei com as crianças fazendo bagunça no quarto. Levantei e fui para o meu banho, depois fomos jantar e aí dormir. 
  Quando foi sexta-feira assim que o dia amanheceu Fernanda já estava me ligando, fez eu dar uma geral no quarto e arrumar as malas. Vê se tem cabimento uma coisa dessas, não satisfeita ainda disse pra eu arrumar a do Arthur. Depois acordei os meninos e fomos nos arrumar, só iríamos tomar café e ir para o aeroporto, nosso vôo sairia às 11h45.

_ Pai, minha mãe vai buscar a gente no aeroporto?
_ Acho que não viu filho, disse que esperava a gente em casa. -falei terminando de comer.- Come aí rapaz, tô tentando ligar pra ela.
_ Cansei tio.
_ Dorme agora no avião, cara. Até chegar em casa dá pra puxar um ronco daora. 
_ Tá bom. 
_ Minha mulher não quer me atender e a culpa é sua.
_ Para vai, ela viu alguma coisa? -perguntei rindo.-
_ "O que você quer Eduardo?" tá bom pra você?
_ Foi pro pau. -risos.-
_ Ri mesmo, não é a sua. -dei risada. Terminamos de comer, pegamos as malas e rumamos ao aeroporto sentido São Paulo.



Narradora
  Enquanto o clube do Bolinha embarcava rumo à Terra da Garoa, Fernanda estava em casa brincando com Thor e Helena aproveitando que dona Maria preparava o almoço.

_ O papai chega daqui a pouco hein Leninha.
_ Não quelu mais fala com ele não.
_ Por que filha? A mamãe explicou pra você o que aconteceu, que ele falou aquilo brincando.
_ Eu fiquei triste, chorei de monte assim oh... -imitava seu choro, fazendo a mãe segurar a risada.- ... e a mamãe xingou o papai.
_ Passou meu amor, agora tá tudo bem. 
_ Não quelu mais ele. Ponto. -disse pegando a boneca e virando para dar papa.- 
_ Meu pai arrumou hein, Helena dando desprezo é o fim. -Malu comentou rindo muito junto com a irmã mais velha.- Ainda vamos pra casa da minha vó?
_ Só mais tarde pra um jantar.
_ O Thor também vai né?
_ Lógico né Melissa, que pergunta hein.
_ Vai saber. E outra coisa, eu vou sair daqui a pouco hein.
_ É a sétima vez que você fala isso. É um encontro?
_ Não, nós vamos assistir um filme. Só isso mãe, que coisa.
_ Sem estresse, eu hein. Menina mal humorada, e é nova viu.
_ Leva eu Mê?
_ Levo, mas vamos almoçar antes, não perco a comida da Maria por nada.
_ Maria é um passeio de namoradinhos, depois não reclama se ver beijo na boca hein.
_ Mãe, eu sei o que é um beijo viu e ao contrário do que meu pai pensa, não tenho nojo.
_ Fala isso pra ele... -brincou Fernanda.- Chama ele pra jantar na sua vó, assim vocês ganham uns minutinhos no shopping.
_ Se ele quiser. 
_ Farei o maior gosto e seus avós também.
_ Tá mãe, entendi. -assim os minutos seguiram, logo a comida estava na mesa e todas elas almoçavam estrogonofe de carne com arroz, batata palha e salada de alface com tomate tenho como acompanhamento suco de maracujá com leite.

  Luan e sua galera haviam aterrissado, pego as bagagens e já se acomodavam na van que havia sido disponibilizada à eles. Deu ao motorista o percurso e foi deixando cada um dos amigos do filho em suas casas, agradecia a companhia, dava um "Oi." para os pais e voltava para a van. Quando chegou em casa era pouco mais que duas da tarde, Melissa e Maria Luísa tinham saído e Fernanda estava no quarto de brinquedos com Helena.
  Ele deixou as malas em um canto da sala e foi para a cozinha onde encontrou Maria ajeitando as coisas por lá. Ele e Arthur beberam água e subiram.

_ Senhoritas, chegamos. -falou e as duas olharam sorrindo. Fernanda levantou e deu um beijo e um abraço apertado no filho, cumprimentando o maridão em seguida com um longo beijo. Helena continuou no meio das bonecas e não quis falar com nenhum dos dois, o que os fez estranhar.- E o papai não ganha beijo não?
_ Tô de mal com os dois. -cruzou os braços fazendo a mãe segurar o riso e Luan ficar desacreditado.-
_ Até de mim? Eu tava com saudade de você pequena, vim aqui só ver você. -ela levantou desconfiada, foi andando devagar e se jogou no colo do irmão.- Manhosa. Tá de bem agora?
_ Maizomenos, desce eu Atur! -assim ele fez e saiu indo descansar em seu quarto.-
_ Acho que o papai aqui vai ter um pouco de trabalho. -falou baixo para que só ele escutasse, Luan coçou a cabeça e deu um selinho nela.- Vou deixar vocês a sós, olha lá em Luan, ela tem 2 anos. Dois.

  Fernanda saiu e ele tirou o tênis ficando somente de meias, entrou totalmente no quarto e se sentou no tapete emborrachado de frente para a filha que deu uma olhadinha e voltou a servir o papa das bonecas.

_ Oi neném. 
_ Oi. 
_ O que você tá fazendo?
_ Dando papa pra Tina, você quer tamém?
_ Não, obrigado meu anjo. Conta pro papai o que tem de gostoso nesse papa.
_ Danone! -Luan sorriu todo babão com a empolgação da filha e continuou puxando assunto até que Helena ficou séria.- Papai eu não posso falar, tô de mal de você. 
_ Mas por que?
_ Cê falou que não ia vim mais pra casa, aí eu fiquei bem triste e chorei muito. 
_ O papai estava só brincando, não foi de verdade. Tô com saudade, sabia?
_ Tá bom vai, vamo ficar de bem. -levantou e pulou no colo do pai o abraçando pelo pescoço e beijando seu rosto todinho fazendo-o sorrir.-
_ Eu te amo, muito minha neném.
_ Amo você também papai.
_ Papai tá perdoado?
_ Perdoado? -franziu a testa intrigada.- Que isso?
_ Nada não pequena, e aí... vai ficar brincando?
_ Eu tenho que dar papa pra Rosinha também papai, mas ele quer salgadinho.
_ Ah, é ela que quer?
_ Sim. -riu sapeca com as duas mãos na boca.-
_ Qual? Batatinha?
_ Não, salgadinho de coxinha. 
_ E a Rosinha não quer comer outra coisa não é? -perguntou coçando a cabeça.-
_ Não.
_ E o que a gente faz agora?
_ Tem que fazê igual o vovô.
_ E o que o vovô faz?
_ Compra o que eu pido pra ele.
_ Mas ele é seu vô, eu sou seu pai. 
_ Papai você é vovô da Rosinha. 
_ Mas cê não acha que tô novo pra ser avô não?
_ Não, tá tudo certinho papai. Vamo senão ela chora, a Rosinha é chorona.
_ Igual a mamãe dela. -se levantou e pegou Helena no colo saindo do quarto de brinquedos e indo buscar a carteira e as chaves do carro.- 
_ Onde vocês vão?
_ Ragazzo.
_ Pra que? Ela acabou de almoçar Luan.
_ Minha neta quer comer coxinha.
_ Sua neta Luan?
_ Ai papai, a Rosinha ficou lá em cima.
_ Vai lá buscar ela lindinha. -Luan voltou a colocá-la no chão e ela saiu correndo.- 
_ Fizeram as pazes?
_ Ela é você todinha.
_ Obrigada. -continuou o que fazia.- Você vai levar a boneca pra comer coxinha, Luan?
_ Ah amor, deixa ela dar uma volta. Nem vamos demorar.
_ Você está sem segurança.
_ É sexta-feira, nem vai tá cheio. E existe drive thru. -falou despreocupado.-
_ Juízo os dois, por favor.
_ Deixa comigo amor. 
_ Papai, vamos...

   Luan desceu a escada de mãos dadas com a neta, ao entrarem no carro Helena e Rosinha foram na cadeirinha, cantando e conversando enquanto o vovô bocejava de tanto cansaço. Chegando no restaurante Helena soltou o cinto de segurança e destravou a porta, Luan foi mais rápido e a trouxe para o seu colo no banco da frente.

_ Tem que esperar o papai hein.
_ Tá. Ouviu né Rosinha, nada de desbedecer o vovô. 
_ Isso mesmo. -ao entrarem atraíram olhares curiosos e surpresos, Luan cumprimentou-os com um aceno de cabeça e procurou uma mesa para se acomodar.- O que você vai querer?
_ Coxinha! Coxinha!
_ E pra tomar? Suco?
_ Figelante papai.
_ Helena...
_ Deixa papai, o vovô deixa sabia?
_ Refrigerante é ruim, vamos pedir um suco? De morango com leite?
_ Credo!
_ Laranja então... -chamou o garçom, pediu 20 coxinhas e os dois sucos.-
_ Papai, a Rosinha vai tomar o que?
_ Suco de mentirinha.
_ Ah, papai.
_ Não vai molhar a boneca hein Helena.
_ Tá, tá, entendi papai. -revirou os olhos como a mãe costumava fazer quando estava insatisfeita.- Papai.
_ Oi.
_ Tira uma foto minha e da Rosinha.

  Durante a espera Luan foi pai, avô e motorista. Logo que a coxinha chegou Helena deixou o brinquedo de lado e mandou ver (do jeito dela, bem devagar). Depois de alguns minutos Helena pediu pra ir ao banheiro, depois brincar no barco viking que tinha no fundo e esqueceu da tal da coxinha. Uma pessoa e outra começou se aproximar pedindo uma foto, para elogiar Luan e para que não houvesse tumulto ele preferiu ir pra casa.

_ Papai, vem, vamos brinca mais.
_ Ah não, o papai tá cansado.
_ A mamãe brinca comigo, papai.
_ Chama ela então, vamos procurar sua mãe.
_ Eu quelia você papai. –fez bico e Luan não resistiu, acabou indo brincar mais. Helena mudou todo o cenário da brincadeira, agora seria um salão de beleza. Pegou pente, escovas e lacinhos para prender os cabelos. Luan era o cliente, ficou deitado com a cabeça no travesseiro enquanto a filha penteava. Alguns minutos e o cansaço o venceu, Luan dormiu e a filha aproveitou para pintar suas unhas de rosa, passar maquiagem e ele só veio acordar quando Helena estava terminando de passar o batom.- Amiga, você tá linda.
_ O que é isso que você passou na minha boca hein filha? -passou a língua e sentiu um gosto estranho, passou a mão e viu que era vermelho, arregalou os olhos ao ver suas unhas todas pintadas.- Puta que pariu. -falou sem pensar e se repreendeu por Helena ter escutado em alto e bom tom.- Onde você achou essas coisa?
_ Na bolsa da mamãe.
_ Filha da mãe... Terminou aqui meu anjo?
_ Tem que tira foto, igual a mamãe faz quando arruma meu cabelo. Dá o telefone papai. -ele deu e sozinha, sem que ele dissesse nada, colocou na câmera frontal e tirou muitas fotos.- Nóis dois agora. Xis. -e tirou mais.- Agora pronto papai.
_ Obrigado viu meu anjo. -e saiu do quarto indo onde encontraria Fernanda.-
_ Amor, que isso? 
_ Você me paga. Agora me ajuda a tirar tudo isso aqui vai, Fernanda.
_ Tá tudo no quarto, vem cá. -sentou na cama e sua esposa tirou toda a maquiagem, esmalte das unhas e acessórios que estavam no cabelo.- Vou dar um banho nela, vai tomando banho e acorda o Arthur pra ele tomar um banho também.




Narrado por Luan
   Não tive tempo de tirar um cochilo na minha cama e já tinha que sair de novo. Mas fui numa boa, tomei banho, troquei de roupa e entrei no quarto do Arthur para acordar aquela preguiça. Deixei a roupa dele separada e segui para o quarto da minha mocinha.

_ Ai tá doendo minha cabeça mamãe.
_ Tô falando pra você ficar quietinha, obedece Helena.
_ Tá.
_ Pronto gatinhas?
_ Mamãe tá pentiando meu cabelo. -fez um bico enorme, Fernanda nem ligou, prendeu os cabelos dela num rabo de cavalo e colocou uma presilha para prender a franja, passou perfume e saímos do quarto.- Atur, vamos na vovó Malizete!
_ Tô indo, e para de gritar escandalosa.
_ Thor! Vamo na vovó! -nosso amigo apareceu correndo, latindo e querendo pular na Helena.- Não ôh. Meu vestido.
_ Thor, sentado!
_ Não biga papai, ele tá brincano tadinho.
_ Tadinho nada, você sossega também. -falei sério e ela ficou quietinha, querendo o colo da mãe.-
_ Mamãe, o papai tá bigando comigo.
_ Ele não está brigando, está falando pra você ficar quietinha pra não sujar sua roupa. Amor? Vamos no seu carro ou no meu? -dei de ombros.- Grande opinião. -revirou os olhos, ri.- 
_ Vamos no meu Fernanda, na Ferrari.
_ No durango. -falou abrindo a porta e saindo, peguei a chave e fui pro carro.- Helena, pelo amor de Deus! 
_ Eu não quero colocar, vai massar tudo meu vestido.
_ Sem manha neném, é rapidinho. Todo mundo tá de cinto, até o papai.
_ Não. 
_ Filho, fecha o cinto dela aí. -pedia o olhando pelo retrovisor, ele colocou a mão e ela bateu no rosto dele. Virei pra trás sério, segurando sua mão.- Se você bater no seu irmão eu vou bater em você, coisa feia. -deu dó ver ela tremendo os lábios e de olhos arregalados, mas não era certo ela estapear o irmão por pirraça.- E senta direito pra pôr esse cinto. -num instante ela sentou, deixou Arthur colocar o cinto e abriu a boca a chorar.-
_ Deixa, daqui a pouco ela para. -Nanda disse dando a chupeta.- Ela só assustou.

  Não gostava de brigar com nenhum deles, então fiquei quieto o restante do caminho. Chegando na casa dos meus pais o carro do meu cunhado estava estacionado, parei o meu do lado e descemos.

_ Tio! -Laura foi a primeira que me viu chegar, cumprimentei ela, minha mãe e minha irmã, os outros eu só falei um "Oi." enquanto me sentava.-
_ Cadê as meninas?
_ Boa pergunta. -vi Fernanda rir e ignorei pegando o celular, chamou duas vezes e caiu, depois nem chamou e na terceira tentativa ela atendeu.- Onde você tá?
_ Oi pai, tô bem e o senhor?
_ Menina...
_ Estamos entrando no condomínio da vó, já chegaram?
_ Sim, não demora hein. 
_ Sim senhor. -riu e desligou.-
_ E aí amor?
_ Disse que está chegando, tá no condomínio.
_ Só tá ela e a Mel?
_ Não Mari, o Leo está com as duas.
_ É o que Fernanda? Não escutei direito.
_ Amor, não pira. Eles foram no cinema, os três.
_ Tudo pra você é normal. -me limitei a dizer isso e liguei a TV.-
_ Ah não, quero saber da viagem filho. 
_ Foi ótima, uma delícia.
_ Ele só está com ciúmes sogra, daqui a pouco melhora né amor?
_ Para de me encher hein. -falei e as quatro riram da minha cara. Não me importa quantos anos minhas filhas tenham, eu vou ter ciúmes delas e ponto. E isso ninguém entendia, ainda mais com aquele diabo loiro que andava frequentando minha casa, coisa que tinha tempo que ele não fazia.- 
_ Cheguei família. -abriu a porta e foi entrando de mãos dadas com ele, fechei a cara e ela riu se soltando.- Paizinho, meu amor. Que saudades! -veio me abraçando, beijando meu rosto.-
_ Demorou demais pra quem já estava no condomínio. Não acha não? -perguntei sério, cruzando os braços.-
_ Malu queria cachorro quente. -falou apontando com a cabeça para a irmã que entrava logo atrás com o lanche nas mãos.- 
_ Hm... sei.
_ Não tá esquecendo nada não?
_ Também estava com saudades de você, fiquei bastante tempo longe. Perdi alguma coisa?
_ Ôh sogrão, tava cheio de saudade oh! -tocou minha mão e me puxou pra um abraço, bati em suas costas e me afastei.-
_ Fica esperto hein, minha filha não é qualquer uma não e pra arrebentar essa sua cara não precisa muito.
_ Vou cuidar dela direitinho, do jeito que ela merece.
_ Não abusa não, não tô brincando. -e voltei a me sentar.-
_ Pai, ele tá zoando. Não somos namorados, não somos ficantes, somos amigos. 
_ Amigos que beijam na boca sogrão.
_ Melissa, isso é verdade? -perguntei sério e minha mãe segurava a risada.-
_ Claro que não, para de ser besta Leo. Ele acredita, meu. -riram.- Pai, tô de boa. Bem quieta na minha.
_ Acho bom, acho ótimo. Continue assim, estudando e sem tempo pra pensar em pensar em pensar em beijar na boca desse viado.
_ Luan!
_ Não vem defender ele não Fernanda, muito menos ela.
_ Nossa tio, parece que a Mel tem a idade da Helena. Ela já é uma adulta.
_ Desmiolada, isso sim.
_ Tá legal, chega de falar de mim... vocês ficaram uma semana fora e eu quero muito saber como foi essa viagem. -puxou o gancho mudando de assunto, comentamos sobre os dias em Santa Catarina até depois de irmos para a mesa e começarmos o jantar, aquele falatório na mesa como de costume mas senti minha irmã mais calada, falava bem pouco e não falava diretamente com o marido. Continuei na minha, não queria me meter até porque não gostava que fizessem isso comigo e minha mulher.-
_ Papai a mamãe tá chamando você na cozinha. -Helena veio avisar, levantei do sofá e fui ver o que ela queria. Cheguei lá e encontrei um bolo, com uma vela de 13 anos acesa. Peguei o bolo e fomos para a sala cantando parabéns para o Arthur, com direito a "com quem será" e pedido antes de soprar a vela. O primeiro pedaço foi para a caçula da casa e minha mãe cortou o restante. Lucas estava pulando feito pipoca com os dois cachorros e Helena pro meio, num descuido nosso (adultos) os dois caíram, Rafael chamou a atenção da Bruna que falou mais alto com ele que revidou e ela saiu indo para o quintal.-
_ Nossa pensei que fosse bater na minha irmã. -falei sério me levantando, Fernanda me olhou repreendendo meu comentário, mas foda-se é minha irmã e homem nenhum tem que gritar com ela.-
_ Não me leve a mal, mas é coisa minha e dela. -preferi ignorar seu comentário e ir atrás da minha irmã. Ela estava sentada na beira da piscina e de cabeça baixa, os pés na água e eu sabia que estava chorando.- 
_ Bruna?
_ Oi, eu tô bem.
_ Se estivesse bem não estava chorando. -falei me aproximando mais, porém continuei de pé.- O que tá acontecendo?
_ Meu casamento está uma merda! Dias mais de um mês que eu e o Rafa não estamos em um clima legal, nos tratando feito dois estranhos. -falou triste, com angústia na voz.-
_ Mais de um mês? E você não fala nada?
_ Eu vou falar o que Luan? 
_ Somos irmãos sabia? Mais que isso... somos amigos, podemos contar um com o outro sempre.
_ Não gosto de incomodar, nossa família viveu um momento tão chato com a situação da Mê, aí viria eu com mais problemas. Problemas de casal ainda. É chato, eu não gosto.
_ Quem não gosta sou eu de te ver assim. -me agachei, sentando no piso frio.- Você sempre foi tão alegre, pra cima, falante e agora tá aí toda murcha.
_ Ai eu amo o Rafa, mas não tô sabendo lidar com todo esse clima. Estamos caindo na rotina, sabe? Não saímos juntos, ele fica dias viajando e quando volta é sempre seco, indiferente... as vezes eu acho que ele tem outra e não me larga por causa das crianças. -engoli seco e fechei o punho só de pensar naquele viado traindo minha irmã, minha única irmã.- Quando penso em alguma coisa pra gente, ele joga um balde de água fria. Eu não sei o que fazer. -ela soluçava de chorar, puxei-a para o meu peito e deixei que chorasse enquanto mexia em seus cabelos.- Você é homem, cantor... sabe como é a rotina, sabe como é voltar pra casa e encontrar os filhos, mulher...
_ Ôh pequena, me dói demais te ver assim... saber que está chorando por causa de um homem me dá vontade de encher a cara dele de socos. -falei o que deu vontade mesmo sabendo que não era de brigar.- A rotina cansa... eu sei que ele te ama, se não te amasse não estaria com você e nem você com ele.
_ Então por que ele faz isso? -chorava.- Luan tem dias que nós não fazemos... ah você sabe.
_ Meu, você conversou com ele?
_ Tenho medo do que ele tenha a me dizer, e se for pra acabar tudo?
_ Bru, sua imaginação é sua maior inimiga. Eu tô casado há tempos e cara, não tem receita mágica pra levar um casamento. Mas uma coisa é fato, se não tem conversa, não tem diálogo, não tem casamento. Eu e a Nanda temos nossos momentos de estarmos mais afastados sim, brigados de um não querer nem ligar pro outro... mas alguém sempre tem que ceder, tentar enxergar o lado do outro e até mesmo se pôr no lugar. Falar o que mais está incomodando, o que está atrapalhando... e até mesmo o que está faltando.
_ Pi...
_ Deixa eu falar... nós homens somos devagar demais quando o assunto é decifrar sentimentos, não é porque ele não fala que ele não sente. As vezes ele não sabe como dizer ou está esperando por um momento. Sei lá. Não estou defendendo o cara, estou pensando no que é melhor pra você.
_ Eu sei. -ficou quieta.-
_ Sabe que eu tô aqui, né?
_ Sei sim, meu anjo. -conversamos por mais um tempo, ela chorou, riu e quando estava recomposta, entramos.-
_ Vou ao banheiro. -e saiu, Fernanda estava conversando com a minha mãe e continuou como se não tivesse notado. Rafael me olhou, mas não disse nada. Segui para a cozinha e tomei um pouco de água, coloquei o copo em cima do balcão e fiquei pensando no quanto minha irmã tinha crescido e o quanto o tempo tinha passado.-
_ Amor? -olhei e ela estava parada na entrada da cozinha.- Está tudo bem?
_ Vai ficar. -suspirei.-
_ Quer conversar? -neguei.- Certeza?
_ Não é nada vida, tá tudo bem.
_ Luan eu te conheço, sei que tem alguma coisa te incomodando amor. -se aproximou passando a mão nos meus cabelos e beijou meu rosto.- Não fica assim não amor.
_ É minha irmã. -falei com os olhos marejados e aos sussurros.- É maior de idade, casada, mãe... mas continua sendo minha irmã que tava chorando por causa desse filho da puta. -fechei os olhos, apertei os lábios e ela me pediu pra falar baixo.- Vamos pra casa? Quero descansar...
_ Pensei que íamos dar uma namorada. -mordeu minha orelha.-
_ Fernanda, eu tô morto. Helena não me deu descanso hoje.
_ Aceita minha massagem pelo menos?
_ Ah sim, naquela nossa banheira. -abracei-a pela cintura, aproximando seus lábios dos meus, puxando seu lábio inferior com os dentes e dando-lhe um beijo.- Eu te amo muito.
_ Eu sei, sou muito amável. -riu.-
_ Sem dúvidas. -beijei seu pescoço, quando sua boca encontrou a minha novamente escutamos alguém tossir, olhei e Melissa nos olhava de braços cruzados.- Pois não.
_ Tô indo pra casa. -franzi a testa.- Leo vai me deixar lá.
_ Tá, tchau. -elas me olharam como se eu tivesse duas cabeças, mas a verdade é que eu estava cansado e não ia discutir com a minha filha por causa de um amigo.-
_ Não vai nem pedir pra levar algum dos meus irmãos?
_ Precisa?
_ Não. Tchau pra vocês. -e saiu.-
_ Você tá bem?
_ Tô cansado.
_ Então eu volto dirigindo... vem, vamos nos despedir dos seus pais e da sua irmã.
_ Vai indo lá, vou tomar mais água.
_ Luan...
_ Eu tô bem amor, tô bem...

   Enrolei um pouco mais na cozinha, deixei o copo na pia e voltei para a sala onde as crianças davam tchau para os tios, os avós e os primos. Fiz o mesmo dando um abraço apertado na minha loira, pedindo que ela ficasse bem e que me mandasse mensagem a qualquer momento. Entramos no carro e entreguei as chaves pra Fernanda o que fez meus filhos maiores estranharem, não falei nada. Recostei a cabeça no banho e fui o caminho todo de olhos fechados, pensando, refletindo, imaginando. Eu sei que vemos uma situação de maneira diferente quando estamos de fora dela e isso que me incomodava mais. 
  Chegamos em casa, colocamos as crianças para dormir e fomos tomar um banho na banheira juntos. Fernanda tinha mãos maravilhosas e soube tirar toda a tensão dos meus ombros e me deixar totalmente relaxado, trocamos de roupa e nos deitamos e ali em seus braços, com seus carinhos, eu peguei no sono.













~.~

  Gente, não estou sabendo lidar com esse Luan! Ou melhor com esse capítulo bem bipolar. ❤

PS: Posso colocar as indicações no final do próximo capítulo? Ou melhor fazer post esperado?  Comentem aqui o que acham melhor, beijos.

domingo, 22 de janeiro de 2017

Capítulo 206

Narrado por Fernanda
  Luan viajando com Arthur, Melissa e Maria Luísa bem amiguinhas na piscina e dona Helena quietinha desde cedo. Acordou e não quis leite, levantou na cama e deitou no sofá abraçando o cachorro e se não fosse por insistência minha, nem almoçar ela iria. Isso tudo não era por manha e sim por saudades. 
  Meu marido mesmo diminuindo a agenda de shows, nunca passava tanto tempo em casa porque sempre tinha alguma compromisso. E devido ao que aconteceu  ele passou a dormir em casa todos os dias, ficar os finais de semana com as crianças, buscá-los na escola e mimar demais a caçula da casa. E isso ele não fazia por mal, era o jeito dele e Helena sempre foi muito apegada ao papai dela.

  Vendo que ela estava toda cabisbaixa liguei pro Davi e pedi pra ele trazer a Tatá pra dormir em casa. E ele trouxe. As duas brincaram o dia todo no quintal e eu sempre de olho, quando foi acabando a tarde entrei com elas, dei banho e as deixei assistindo enquanto preparava o jantar. Nada demais, bife em tiras, arroz e feijão, saladinha de cenouras raladas e beterraba e uma coca cola trincando. Não sou de ferro!

_ Coca cola em plena terça-feira? -Melissa franziu a testa e eu assenti sorrindo. Nós dificilmente tomávamos refrigerante durante a semana, costumava ser suco.-
_ Dinda, quero refri.
_ Figelante só depois do papa, Tatá. -Helena explicava baixinho pra amiga.-
_ Isso mesmo, primeiro a gente come e depois toma o refrigerante. -reforcei enquanto colocava comida para as duas, deixei-as comendo e fiz o mesmo.


  Maria Luísa retirou a mesa e se dividiu com a irmã para lavarem a louça, secar e guardar. Subi com as pequenas e o pequeno, ia colocar as duas comigo na cama, mas a grandona da casa disse que iam dormir no quarto dela. Deixei e fui tomar meu banho, quando voltei Luan estava ligando, atendi e conversamos um pouco. Soube dos meninos e levei um susto daqueles, fiquei toda preocupada por serem bastante crianças e ele não estar acostumado com essa rotina de cuidar de um monte delas. Mas passou, desliguei quando Leninha apareceu coçando os olhos e com uma conversa mole de quem queria chorar.

_ Neném da mãe.
_ É mamãe. -me corrigiu se aninhando.- Mamãe?
_ Oi meu amor.
_ A Tatá tá sozinha com o Thor.
_ Fica aqui que a mamãe vai trazer eles pra cá. -assim fiz trouxe todo mundo pra minha cama, Tais já dormia e Helena não demorou para pegar no sono. Desci para ver as duas moças e elas estavam na cozinha ainda, Melissa sentada no celular e Maria Luísa secando a pia.- E aí, vamos dormir né? 
_ Mãe, fala "Oi." pro Léo.
_ Leonardo, minha filha precisa dormir. -brinquei.- Tudo bem, Leo?
_ Tudo ótimo sogra. -riu.-
_ Para Léo, depois ela fica me enchendo o saco.
_ Ôh genro, traz a Ceci amanhã pra brincar com as meninas?
_ Seu pedido é uma ordem.
_ Sua mãe vai estar em casa? -Melissa revirou os olhos por eu atrapalhar sua conversa e ficar no maior papo com o Léo, devolvi o celular e fui até o filtro beber água e esperar as donzelas.-
_ Não vai dormir, não?
_ Eu vou e vocês também, não quero ninguém no celular hein... olha lá.
_ Mãe!
_ Deus me livre, fica nessa porcaria o dia todo. A noite foi feita pra dormir, dormir.
_ Tchau, Léo. Amanhã você vem mesmo, né? -olhei e a Mê estava toda meiga, colocando uma mecha de seu cabelo atrás da orelha. Ôh juventude viu, que delícia, que saudades.- Então tá, tchau.
_ Tchau cunhado. -Malu gritou e saiu correndo, fazendo Thor latir do topo da escada.- Cala a boca, vai acordar as meninas Thor.
_ Menina besta, af. -falou revirando os olhos e saindo da cozinha, apaguei as luzes e fomos para a escada.-
_ Melissa, Melissa...
_ O que mãe?
_ Leonardo.
_ Para mãe, ele sempre foi o meu amigo.
_ Eu sei. Mas ele sempre quis ser mais e você não deu bola. Boa noite, dorme com Deus.
_ Amém.
_ Malu?
_ Tô no seu quarto. -entrei e lá estava ela, na cama também.- Deu saudades, aproveitar que meu pai não está aqui.
_ Sem vergonha, escovou os dentes?
_ Mãe...
_ Você que sabe, boa noite. -falei apagando as luzes e indo pra cama.




Narrado por Luan
  No dia seguinte não nos preocupamos com horários, como foi o dia de descanso acordamos tarde e colocamos as roupas de banho, descemos para o restaurante e almoçamos e ficamos pelo hotel que era bem grande e além das piscinas tinham outras coisas como: sala de jogos, academia, salão de danças e karaokê. Deixamos passar os minutos pós almoço e os meninos entraram na piscina e ficaram brincando, e eu fiquei de olho tomando uma loira geladinha.




Narrado por Melissa
  Acordei bem cedo com o Thor lambendo minha boca batendo a pata no meu peito alternando tudo isso com seus latidos. Levantei na maior preguiça fui ao banheiro, lavei o rosto, escovei os dentes e desci.


_ Bom dia, Maria. -beijei seu rosto e fui beber água.- Ninguém acordou ainda?
_ Ainda não, nem a dona Fernanda.
_ Se minha mãe te escuta chamando ela de dona, ai ai viu Maria. -risos.-
_ Bom dia, Maria. -minha mãe entrou na cozinha trocada, cabelos molhados e rasteirinha.-
_ Vai sair?
_ Vou levar as meninas no parque, vamos?
_ E vou fazer o que lá?
_ E você quer ficar fazendo o que aqui?
_ O Léo está em casa, mãe.
_ Ah, entendi. -riu.- Podem ficar, mas juízo os dois.
_ Vamos assistir filme.
_ Aqui em casa?
_ Ele queria ir no cinema, mas não quero sair não mãe. Sou bem mais ficar em casa e temos uma sala de cinema aqui...
_ Sala essa bem escondida, com isolamento de som... juízo em Melissa. Tranca pelo menos a porta.
_ Mãe! -fiquei vermelha com aquelas insinuações, ainda mais por Maria estar na cozinha preparando alguma coisa.- Somos amigos.
_ Também fui muito amiga do seu pai. -riu.- Volto num segundo. -e saiu.-
_ Doida.


  Não demorou e logo minha mãe estava de volta com as duas nenéns, Tais e Helena, as duas estavam de shorts e regatinhas, chinelos (daqueles com elástico atrás, bem fofos) e cabelos soltos. Helena com os cachinhos e Tais com aquele black maravilhoso que eu amo. As duas estavam cheias de sono, mal disseram um "bom dia" para mim e a Maria, sentaram e comeram.
Quando a campainha tocou ainda estávamos à mesa, Maria foi atender e não demorou para que o cachorro começasse latir. Levantei pra curiar e encontrei a Ceci, toda linda de sapatilhas, shorts saia e camisetinha.


_ Bom dia, Mê. -veio para o meu colo dando um beijo gostoso na minha bochecha.- 
_ Bom dia, Ceci. Tudo bem?
_ Tudo, cadê as meninas?
_ Tomando café, vai lá. -a coloquei de volta no chão e olhei pra porta.- Vai ficar parado na porta? Entra, Léo.
_ É assim que você atende a porta? -levantou a sobrancelha, franzi a testa e olhei minha roupa. Um pijama, shortinho e blusa de alcinha.- 
_ Bom dia pra você também, seu chato. -me pendurei em seu pescoço e para que eu não caísse ele colocou as duas mãos na minha cintura e beijou minha testa.-
_ Bom dia. -entrou e foi comigo até o sofá, me jogando como se eu fosse uma almofada.-
_ Quer tomar café?
_ Não obrigado. Vou tomar água. -falou indo para a cozinha e eu continuei deitada, liguei a TV e me ajeitei por lá mesmo.-
_ Você não vai?
_ Não. 
_ Chata. Agora só sai com as suas amigas, você era mais legal quando brincava comigo de boneca. -falou indo pra cozinha.-
_ Nelissa, vamo no banheiro comigo? Eu quero fazer cocô.
_ Precisa falar?
_ Precisa. -falou dando de ombros, fui com ela e fiquei sentada esperando na porta do banheiro e ela lá bem tranquila, balançando os pés e cantando.- Eu já acabei. -me levantei para ajudar, coloquei sua roupa e ela saiu sem nem agradecer. Bem ingrata essa minha irmã.- 
_ Melissa, nós já estamos indo. Tô com o celular, a Maria também... então qualquer coisa você liga.
_ Tá.
_ E se for sair, avisa.
_ Tá.
_ Fala direito comigo hein. -falou cruzando os braços.- Leonardo, lembra que eu tenho um marido muito ciumento com as filhas, tudo bem?
_ Tudo ótimo, ele está bem longe daqui mesmo. -brincou.- Tchau sogra, e Cecília já sabe né?
_ Não pode desbdecer a tia.
_ Aí que linda. -beijei seu rosto.-
_ Igual o irmão.
_ Bobão.


  Minha mãe e as meninas saíram, nos sentamos no sofá e terminamos de assistir o filme que passava, depois ficamos conversando sobre o meu irmão estar comemorando no Beto Carrero, e ele disse que o irmão dele, mulher e sobrinha estavam por SC também.

_ Sério que vamos ficar aqui dentro? Vamos dar uma volta? Eu tô com o carro aí.
_ Quer ir aonde Leonardo?
_ Naquela pista de skate, vamos?
_ Não. -falei convicta.-
_ Almoçar fora?
_ Acabamos de tomar café.
_ Caralho, eu só queria andar.
_ Ui bravinho. -apertei suas bochechas.- Vamos na minha vó então?
_ Não. 
_ Você disse que queria andar, deixa de ser confuso.
_ Bora tomar açaí?
_ O de io. E você deveria saber disso. -cruzei os braços.- Já sei... 
_ Lá vem...
_ Vamos levar o Thor pra dar uma volta.
_ De carro? -girou a chave em seu dedo, dei risada.-
_ De bicicleta, eu com a minha e você com a do meu pai. Vamos? -ele era mais preguiçoso que o meu pai, jogou a cabeça pra trás e colocou o boné no rosto.- Idiota.
_ Não falei nada. Ou falei? -riu.- 
_ Vou subir e tomar um banho que eu tô desde cedo de pijama. Não demoro, cuida direitinho do nosso baby.
_ Nosso?
_ Da minha mãe na verdade, o Thor é dela. Eu sou tia apenas. 
_ Não seria irmã?
_ Não dificulta, Leonardo. Daqui a pouco eu volto.
_ Sei bem o daqui a pouco.


  Dessa vez eu realmente não demorei, ao sair vesti um shorts de malha fria, blusa de alcinha e calcei meu tênis. Não precisaria de maquiagem, nem perfume... prendi os cabelos num coque e desci pronta pra pedalar e encontrei o Léo com o Thor em seu colo, batendo o maior papo.

_ Rapazes, vamos?
_ Tudo isso pra andar de bicicleta?
_ Tá feio? Largada demais?
_ Não, está linda. -levantou do sofá.- 
_ Você não está nada mal também. -ri.-
_ Palhaça.


  Pegamos as bicicletas no quintal e fomos. Andamos por várias ruas do condomínio, Thor se divertia e eu mais ainda. Sair com o Léo era bem diferente do que com as meninas, além de ele não ter uma vagina, óbvio. Mas digo diferente, um diferente que eu sentia falta e não queria admitir. Depois de muito pedalar, nosso destino foi uma bomboniere muito gostosa que tinha duas ruas depois do condomínio, estacionamos as bikes e íamos entrar quando o segurança nos barrou, porque não era permitido a entrada de animais. Mesmo nós dois ocupando a mesa externa. O jeito foi ir em outro lugar, voltamos para o condomínio e fomos até o mini mercado que um pouco antes de casa, ele comprou aquele pote de um litro de flocos e sensação, brigadeiro e pipoca de microondas.

_ Só pra nós dois?
_ Não, né. E se as meninas chegam? Elas gostam de sorvete rosa com chocolate.
_ Quem te disse essa mentira?
_ Minha irmã, e ela não mente.
_ É sua irmã meu amor, claro que ela mente. A pedido seu ainda, certeza.
_ Claro que não, se minha pega ela mentindo apanha eu e ela. -riu.- Vamos ver um filme?
_ As branquelas, vem logo. -ele revirou os olhos e me imitou indo para a sala depois de guardarmos as bikes e pegar o sorvete. Nos sentamos no tapete e coloquei o filme, tomamos sorvete e ele deitou a cabeça no meu colo. Fiquei mexendo em seu cabelo, logo ele estava cochilando e teria pegado no sono se o furacão de meninas pequenas não tivessem invadido a casa.- Já?
_ Atrapalhamos o casal? -Malu perguntou cruzando os braços.-
_ Não atrapalhou casal nenhum, estávamos assistindo filme.
_ No chão? 
_ O que tem? 
_ Nada ué, só achei estranho. -falou rindo e indo para o quarto dela.
_ Voltamos, Mê. E eu não estava aguentando mais. Elas não pararam de correr um único minuto, rolaram na grama, no barro seco e fizeram a maior meleca pra chupar sorvete. -falou se sentando no braço do sofá.- Cansei.
_ É a idade. -brinquei.-
_ Dá banho nelas pra mim?
_ Ah mãe, por que eu?
_ Você ficou o dia inteiro dentro de casa enquanto eu passei o dia torrando no sol, tô até com marca.
_ Eu sai também, andei de bicicleta e levei o Thor pra passear.
_ Vocês são tão gays. -riu.- Beijaram pelo menos?
_ Mãe!
_ Ela não me quer sogra. -falou com a voz rouca, ri.- 
_ Eu sei, mas não desiste não gatinho. Ele se faz de difícil, mas tá querendo. -falou se levantando e saindo da sala.-
_ Nelissa! Olha o que a mamãe me deu.
_ O que?
_ Uma bola rosa bem grandona! -mostrou a bola de plástico ainda vazia.- Enche pra mim, Leo? -deixei ele enchendo e levantei já juntando as coisas e levando pra cozinha.- 
_ Melissa, seu pai ligou?
_ Nem sei onde tá meu celular?
_ Oi? Como assim? Você não sabe onde está o que Melissa? Repete que eu acho que ouvi errado. -zombou.-
_ Não dona Fernanda, deixei ele em algum canto da cama.
_ Tudo isso pra ficar perto do amiguinho, mas você não tá valendo nada mesmo viu.
_ Por que a senhora acha que eu e o Leo temos alguma coisa? Ele não pode ser só meu amigo?
_ Eu vejo como ele te olha, com um carinho especial, um cuidado sabe? Eu olhava seu pai assim e olha que meu lema não era esse. Nunca fiz a linha romântica.
_ Imagino, você toda ogra e meu pai o romântico da relação. 
_ Exatamente assim... vou subir com as meninas.
_ Vai dar banho nelas?
_ Vou sim, é rapidinho. Só uma passada de água no chuveiro, trocar e dar janta.
_ Vamos jantar aqui?
_ Sim, por quê?
_ Queria ir na minha vó, ela está sozinha.
_ Sua tia Bruna esta dormindo lá com ela.
_ E daí?
_ Liga pra ela Melissa, liga...
_ Vou terminar aqui primeiro.


  Terminei as coisas na cozinha rapidinho, peguei o telefone e liguei pra minha vó comunicando que estávamos indo jantar na casa dela e desliguei. Olhei no cômodo e não vi o Leo, mas seu chinelo estava no tapete, franzi a testa e dei uma procurada o encontrando no quintal falando no celular com alguém.

_ Hoje a noite não, eu não tô em casa... -riu.- ...ah, você que sabe... beleza, tchau. 
_ Quem era?
_ Uma amiga da faculdade.
_ Hm...
_ Por que esse bico?
_ Você vai sair com ela?
_ Hoje não, por quê?
_ Hoje não? É por minha causa?
_ Eita. Pra que esse interrogatório? Ela é minha amiga, quando saímos vamos juntos com outros amigos. Não somos um casal, nem quero que sejamos um.
_ Ela é feia?
_ Não.
_ Então por que?
_ Gosto de outra, pequena. -segurou meu queixo e me deu um beijo na testa.- Vou pra casa.
_ Ah não, vamos jantar na minha vó.
_ Nem pensar, mais de cinco mulheres em uma mesma casa e só eu de homem.
_ Nossa, Leo...
_ Vou dormir, amanhã ainda é quinta e eu tenho aula.
_ Você faltou hoje?
_ Sim. Mas já me passaram a matéria. -falou olhando para o celular que voltou a tocar, cruzei os braços e fiquei olhando sem dizer nada.- Oi mãe.
_ Hora de vir pra casa, não é? Sua irmã chegou do parque?
_ Chegou e não fez questão de falar comigo.
_ Ótimo. Dá tchau e vem pra casa, beijos pra você e para as meninas.
_ Beijos dona Stephanie, tchau. -e desligou.- Cadê a Ceci?
_ Lá dentro, quer que eu chame ela?
_ É. Vou levar ela em casa.
_ Só ela vai ficar em casa, é? 
_ Eu também, deitado na minha cama e dormindo pra cacete. -riu.- Enquanto você come muito.
_ Sempre.
_ Mê, falou com a sua vó?
_ Sim, ela disse que está nos esperando. Vamos?
_ Não vai tomar banho?
_ Tô cheirosa ainda, tô com o desodorante em dia. -falei levantando o braço e cheirando a axila.-
_ Que nojenta, meu deus Melissa.
_ Oxe, o sovaco é meu. -ri.-
_ Cecília, pega suas coisas e vem dar tchau pras meninas.
_ Ah, por que Nado? -perguntou toda fofa, e eu tive muita vontade de sair apertando.- 
_ Porque você já brincou bastante, agora tem que descansar. A mamãe até já ligou.
_ Poxa, Nado. Eu queria fica. -fez bico.-
_ Amanhã eu te trago se elas estiverem aqui, pode ser? -ela assentiu.- Então dá tchau pra elas. -assim ela fez bonitinha, depois pegou a bolsinha e foi dar a mão pro irmão. Léo deu tchau pra Tata, Helena, Malu e minha mãe e eu fiquei por último indo acompanhar ele até a porta.- 
_ Então quer dizer que amanhã você volta?
_ Falei pra ela não chorar. Sua mãe tá cansada, tá de folga e quer descanso.
_ Claro que não.
_ Leva sua irmã em casa amanhã, eu passo aqui pra buscar vocês quando sair da facul.
_ Tá bom, então. -concordei.- Tchau, hein. Dirige com cuidado.
_ Tchau, se cuida. -nos abraços e ele se foi. Entrei em casa e minha mãe estava rindo junto com a minha irmã, ignorei as duas e peguei meu celular voltando lá pra fora onde o carro estava estacionado para esperar as bonitas. Fomos pra casa da minha vó e no jantar o assunto foi a minha tarde, elas me encheram de perguntas sem pé nem cabeça, falando sobre o namoro delas e incluindo eu e a Lau nos assuntos até que tivemos a oportunidade de fugir pra sala e ficar no celular.

_ Não desgruda não é?
_ Aí que susto madrinha, eu hein.
_ Tá aprontando né?
_ Não, estava no insta... e olhando o whats.
_ Falando com o namoradinho?
_ Não tenho namoradinho tia Bru.
_ E o Leo?
_ Chega né... você e minha mãe estão demais, minha nossa senhora. -riram da minha cara de tédio, mas pelo menos mudaram de assunto. A viagem de aniversário do meu irmão, hoje eu soube que ele não foram no parque ficaram pelo hotel que era enorme e tinha bastante coisas pra fazer, mas muitos preferiram dormir para aproveitar o dia seguinte. Depois de fofocar mais, fomos pra casa. As meninas dormiram, minha mãe também e eu fiquei assistindo minhas séries.







~.~
  Dia tranquilo durante a viagem, dia produtivo com as meninas em São Paulo, dia bem tranquilo para a pessoa mais agitada dessa fanfic e ao lado do amigo. O que rola hein? Ai ai.


PS: Sobre o post com as indicações de fanfics, peço desculpas pela demora, ainda não parei pra fazer. Mas nessa semana ele sai amores. Beijos!