{...} Abre mais a blusa, me usa! Só não pede pra parar... ♪♫

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Capítulo 215

Narrado por Luan
  Finalizado mais um show na semana vesti o roupão, sequei o suor do rosto em uma toalha que pendurei no ombro em seguida e peguei uma garrafinha de água. Estava andando por trás do palco para descer as escadas que dava acesso ao corredor do camarim e vi uma mulher conversando com o Testa e a Lelê. Cheguei mais perto e levei um susto, na verdade fiquei surpreso. Era a Fernanda.


_ Oi. -disse baixo, sem jeito, ajeitando uma mecha do cabelo atrás da orelha. Eu não ia falar nada, mas todo mundo estava olhando. Lhe dei um selinho e peguei em sua mão, entrelaçando na minha e indo para o camarim, entramos e me soltei dela indo trocar de roupa.- Como você tá?
_ Bem e você? Parece ótima, teve tempo até de ir no salão. -alfinetei e ela se sentou me olhando através do espelho.-
_ Eu já tive dias melhores. Odeio ficar assim com você. -passou as mãos pelos cabelos.-
_ Aqui não é lugar né? -ela assentiu e pegou o celular discando o número de alguém. Continuei de costas me trocando minha blusa, ajeitando a touca e pegando meu celular.- Vamos?
_ Uhuum... -abri a porta e deixei que ela fosse na frente, quando saímos no estacionamento peguei na mão dela outra vez e ficamos de mãos dadas até entrarmos na van.- Não deixa ela dormir tarde, tá bom? Ele tá aí? Pode ué, tudo bem... Tchau.
_ Nem sabia que você viria Nanda. -Rober puxou assunto, eu quieto estava, quieto continuei. Meu jogo estava bem interessante, estava quase completando a fase.- Ainda bem que veio, porque o humor do chefe tá um saco. -riam.-
_ Luan tá é cansado, deixem ele. -Lelê falou sorrindo. Fiquei na minha até chegarmos no hotel, desci na frente mesmo, atendi os fãs e subimos para o quarto. Entramos no quarto e pensei que ela fosse falar alguma coisa, mas entrei no banheiro antes de ter certeza. Tomei um banho rápido, escovei os dentes, desliguei o chuveiro, me sequei, coloquei a cueca e enrolei a toalha na cintura.-
_ Tá mais calmo?
_ Não estava nervoso.
_ Ah não Luan, eu não sai de São Paulo pra chegar aqui e continuar brigada com você. -levantou da cama cruzando os braços.- 
_ Hm... sério?
_ Sério seu idiota. Eu toda preocupada, passei dias chorando por causa disso. Imbecil.
_ Bem feito, sabe por quê? Porque quando é comigo você faz pior e eu não preciso nem estar em balada, basta a pessoa aparecer na entrada do show. 
_ Você está me dando o troco, é isso?
_ É bom me dar gelo, né? Gostoso.
_ Filho duma ótima mãe, que é minha sogra.
_ Concordo. -virei de costas tirando a toalha da cintura e secando a cabeça.- Mas não foi só por isso não, foi porque eu não gostei mesmo. Aliás, te avisei e você nem aí pra minha opinião.
_ Amor, era aniversário da sua irmã.
_ Desceu do camarote pra dar voltinha por quê? Hein? Queria caçar assunto, você e aquela loira maluca.
_ Não fala da minha amiga, nós só fomos andar... foi coincidência encontrar o Leonardo.
_ Tá. E precisa sentar pra conversar? Ficar de agarramento?
_ Deixa de ser exagerado, Luan.
_ Não é exagero não, é realidade. E digo mais, não pensa que vou ceder fácil... sou uma pessoa muito difícil.
_ Sei disso, muito difícil. -falou se aproximando de mim e tirando a toalha das minhas mãos, nos olhamos, olhei sua boca e fiquei perdido.- Luan.
_ Hm... -murmurei sem tirar os olhos da sua boca.-
_ Que quer terminar mesmo comigo?
_ Eu?
_ Uhum... 
_ Não, na verdade eu... eu... -ela foi pondo as mãos na minha nuca e arranhando com suas unhas.- Fernanda... -ela ficou na ponta dos pés roçando seus lábios nos meus.-
_ Fala Luan... -coloquei minhas mãos na sua bunda juntando-a a mim e beijando sua boca, ela sorriu e correspondeu deixando minha entrar e passear por ela. Como eu estava com saudades, sua língua chupando a minha, seus lábios de encontro com os meus.- Amor... -grunhiu quando passei minha boca por todo o seu pescoço espalhando os beijos.- Vamos conversar, vai...
_ Você vem, provoca e quer correr? Ah, Fernanda... de mim não. -voltei a segurar seu rosto e beijar sua boca com ainda mais vontade, soltei sua bunda e fui tirando seu blazer sem parar com o beijo. Estava sendo correspondido, mais gostoso e excitante. Logo sua blusa estava no chão e seus seios cobertos apenas pelo tecido fino da lingerie que usava.- Hm... você está linda.
_ Tudo isso pra você. -disse mordendo o lábio inferior e puxando meu cabelo.-
_ Safada, já veio pensando nisso né?
_ Uhuum... vim do jeito que você gosta. -pulou prendendo as pernas na minha cintura.- Gostoso.


  Segui com ela até a cama, deixando-a cair sobre o colchão, subi em cima e voltei a beijar seu pescoço, passar a lingua entre os seus seios e deixar uma mordidinha que fez com que ela gemesse. Abaixei as alças do sutiã e aos poucos fui tirando-o de seu corpo, Fernanda estava ofegando com os meus dedos passeando por sua pele, mamilos rijos e prontos para estarem na minha boca. Passei a lingua nos lábios e baixei a cabeça chupando com firmeza, ela soltou um gritinho e arqueou o tronco, continuei chupando enquanto massageava o outro com a mão cobrindo-o por inteiro. Fernanda gemia, pedia para que eu a beijasse e puxava meu cabelo na tentativa de me trazer para cima.

_ L-luan...
_ Hm... -segurei suas mãos acima da cabeça continuei saboreando aquele momento gostoso, sem pressa.- 
_ Luan...
_ Hmm...
_ Por favor...
_ Por favor o que? -levantei a cabeça sorrindo.-
_ Esperei muito por isso, tô muito excitada.
_ Pra que pressa? Quem esperou um mês não pode esperar mais uns minutinhos?
_ Safado. -nos beijamos outra vez e ela conseguiu se soltar abrindo a própria calça e tirando-a com muita pressa.- Amor...
_ Deixa que eu tiro. -e tirei, seus sapatos, sua calça e sua calcinha fina, Fernanda estava nua bem na minha frente, meu pau pulsando dentro da cueca e ela provocando. Abriu as pernas e passou seus dedos mostrando o quanto estava excitada, gemendo.- Molhadinha, né? 
_ Ahaam, louca pra ser chupada. -ri de sua sinceridade. Puxei sua perna e chupei com força cada um de seus dedos, vendo-a se contorcer ainda mais quando o massageei com tesão sabendo que ela gostava.- Filho da puta. Ãn... -subi na cama outra vez beijando toda sua perna dando chupadas na parte interna de sua coxa chegando próximo de seu sexo e voltando minha atenção para outra perna. Outra vez quando estava na cara do gol, subi beijando sua barriga, passei a lingua em seu umbigo e continuei subindo até sua boca onde calei seus gemidos com um beijo voraz, com a ponta dos dedos toquei sua boceta molhadinha e senti sua excitação. Acariciei, espalhando seu mel por ela inteira em movimentos leves e circulares, Fernanda gemia entre o beijo e mexia seu quadril no mesmo ritmo que os meus dedos.- Não brinca assim comigo.
_ Quem tá brincando aqui? -apertei sua cintura. Levantei colocando-a mais pra cima na cama erguendo seus joelhos e afastando suas pernas.- Não gosto de brincar em serviço. -lambi sua virilha, os lábios e beijei seu clitóris.-
_ Ôh... -suspirou. Delícia. Ela sempre estava pronta, gostosa, molhadinha e muito receptiva. Chupava com vontade, sem o mínimo de pressa deixando minha língua ir de um lado pro outro, subir e descer, entrar e sair fazendo estalos deixando Fernanda se contorcer e levantar o quadril rebolando na minha boca. Segurei sua bunda apertando mais, ela empurrando mais minha cabeça dizendo que iria gozar, parei tudo o que fazia e levantei os olhos vendo sua frustração.-
_ Aos poucos né?
_ Amor. -me olhou fazendo beicinho.- Me chupa gostoso, chupa... bem forte, socando muito sua língua. -pediu safada, e eu ri voltando ao que fazia, introduzi nela dois dedos acelerando o ritmo e dando atenção total ao clitóris até sua boceta prender meu dedos ao se contrair com espasmos.- Ah! -gritou ainda se contorcendo, chupei todo seu gozo e me levantei da cama tirando a cueca, olhei em seus olhos e ela ofegante me pediu calma.- Você quer me matar, é isso?
_ Só se for de prazer. -puxei seus pés e quando ela estava na ponta da cama segurei atrás de seus tornozelos levando seus pés ao encontro de seus ombros. Deixei as mãos espalmadas em suas coxas e coloquei a cabecinha inchada, sorrindo para ela que mordia a boca de um jeito selvagem e sexy, continuei penetrando até estar por inteiro dentro dela.- Tava com saudades sabia?
_ Uhum... agora me fode, vai. -sorriu sacana usando seus dedos para abrir mais sua boceta molhadinha pra mim.- Vai Luan, me come gostoso. -Fernanda nunca foi delicada na cama e muito menos fora dela, gostava daquele sexo selvagem, bruto e muito rápido. Fiz diferente, penetrava e saia devagarinho, vendo-a revirar os olhos e me xingar pedindo mais velocidade, brinquei mesmo, metia lentamente massageando os seios e beijando sua boca, pescoço, orelhas. Estava uma delícia, meu pau pulsava dentro dela.-
_ Assim né? -flexicionava os quadris.-
_ Uhuum... -cravava suas unhas em meus ombros cada vez que eu ia mais fundo, quando seu corpo se acomodou com o ritmo lento comecei a ir mais rápido e mais forte, me perdendo dentro dela e gemendo tanto quanto ela.- Isso, assim... Oh! Meu deus, que delícia, Luan... Ah, ah... Ãn... -grunhia feito uma gatinha, sorri agora me apoiando em sua cintura e vendo seu desespero ao se segurar no lençol que cobria parte da cama.- Meu deus, nossa... -revirava os olhos, gemendo cada vez mais alto, gozando enquanto eu não parava.- Ah! Mais forte. -dei uma tapa em sua bunda e ela pediu por mais, safada.- Bate, amor. Bate e me fode que eu gosto. 
_ Safada.
_ Sua. 
_ Isso mesmo, só minha. Nem de Leonardo, nem de ninguém.
_ Isso, ninguém. Só sua. -dizia com um pouco de dificuldade, fechando os olhos e tentando fechar as pernas. Respirei fundo, fechei os olhos e penetrei algumas vezes mais lentamente antes de chegar ao ápice e deixar meu corpo cair ao lado do dela.- Tá cansado? -assenti.- Então fica deitadinho tá. -me deu um selinho, continuei de olhos fechados, tentando regular minha respiração, o corpo quente, coração em ritmo acelerado. Queria parar um pouco, encher os pulmões de ar.-
_ O que você tá aprontando? -perguntei abrindo os olhos e tendo a visão de sua bunda e as costas toda nua. Ela olhou pra trás sorrindo, me apertou com a mão e me masturbava devagar, sentindo cada veia, cada pulsar trazendo o calor novamente.- Fernanda... puta que pariu...
_ Não estava cansado? -risos.- Não tá parecendo. -empinou a bunda e senti sua língua, logo sua boca estava me chupando me deixando louco sem deixar de me masturbar com as mãos. Acariciando meu pau e minhas bolas.- 
_ Caralho, que boca gostosa. 
_ Uhuuum. -levei meus dedos até sua boceta deixando-a molhada outra vez, puxei suas pernas pra trás fazendo um 69 gostoso e muito intenso, ela não parava de me chupar, também não deixava de gemer gostoso.- Ah! -apoiou as mãos nas minhas coxas.- Luan... porra... -ofegou.- Não para. -ela não parava, mulher fogosa, insaciável. Deixou eu gozar assim, rebolou na minha cara, sentou de frente quicando gostoso até chegarmos ao ápice juntos. Fernanda espalmou as mãos no meu abdômen, baixou a cabeça gemendo. Olhou pra mim sorrindo e me deu um beijo antes de se deitar sobre o meu peito e ficar mexendo em meus cabelos.- Nunca mais você termina comigo por telefone.
_ Você vai vir atrás de mim se ligar?
_ Besta. É sério, pensei que fosse verdade.
_ Deixa isso pra lá, eu te amo, não conseguiria ficar longe de você. Eu só... -fui calado com um beijo, mas foi só isso. Estávamos cansados, ficamos na cama até termos força nas pernas para ir para o banheiro tomar uma ducha, juntos.- Gostei dessa cor. -beijei sua nuca.-
_ Queria mudar um pouco, viu que eu cortei também? -falou inocente.-
_ Percebi, não tá nem na sua cintura.
_ Não gostou?
_ Gostei, tá bonito. Mas não precisava. -fiz careta.-
_ Cabelo cresce.
_ Tô vendo ursinha. -ri.-
_ Ursinha por que? Tô peluda amor? -falou olhando pra baixo, e eu rindo.-
_ Tá não, mas tá crescendo.
_ Você é tão desnecessário, Luan... vadio.
_ Temos intimidade pra isso, mas sabe que não me incomoda?
_ Ainda bem. -nos beijamos.- Tô com fome.
_ Também né... haja fôlego.
_ Para Luan. -me empurrou contra a parede fechando a cara.- Idiota. -disse saindo do box e pegando uma toalha.-
_ Que bundão, hein amor.
_ Vai se foder, Luan.
_ Vem comigo que a gente fode.
_ Ridículo. -disse abrindo a porta e saindo, escovei os dentes e sai em seguida.-
_ Minha camisa?
_ Não trouxe pijama e não vou dormir pelada.
_ Tá com medo de eu te agarrar?
_ Medo não amor, uma vontade. -risos.- Tô com fome.
_ Tá desde quando sem comer?
_ Bastante tempo. Vou ligar na recepção, quer alguma coisa?
_ Você.
_ Luan!
_ Suco de laranja.
_ Tá bom. -abri a mala, peguei uma cueca e vesti passando a toalha na cabeça e jogando em cima da poltrona.- Em até vinte minutos eles trazem aqui. -pulou na cama fazendo bico.- Tá tudo bem?
_ Melissa ficou sozinha com as crianças?




Narrado por Melissa
  Minha mãe decidiu ir atrás do meu pai é a babá da vez foi eu, de novo. Tudo bem que por uma boa causa, ótima na verdade, porque minha mãe com certeza era uma pessoa mais feliz depois de um bom sexo. Ou como diz ela, uma boa foda. Só que eu tinha marcado de sair com o Leonardo, tanto que ele estava em casa quando ela chegou com a minha tia, subiu arrumou as malas e "tchau".


_ Já era nosso passeio. -falei alguns minutos depois olhando minha irmã brincar com o cachorro em cima da mesa de centro da sala.-
_ A gente marca outro dia, não tem problema. -disse tranquilo, fixado no jogo que estava jogando com o meu irmão.-
_ Nem parece que você quer sair comigo. -falei cruzando os braços.-
_ Tem alguma solução? Quer deixar eles lá em casa? Por mim, de boa.
_ Grosso. -disse levantando do sofá e indo para a cozinha. Tomei água, comi um pão e lavei a louça que estava na pia.-
_ Tá bravinha, tá? -riu.-
_ Não.
_ Então olha pra mim.
_ Não.
_ Aé? Vou ir embora então... sair com uns amigos.
_ Bem sua cara. -ele riu e veio me abraçando pela cintura, me virando de frente pra ele e ficou olhando pra minha cara.- O que é?
_ Olho lindo hein. Boca linda também. -selinho.- Dá um beijinho, dá... -veio me beijar e eu virei o rosto, o beijo acertou meu pescoço e eu arrepiei inteira.- Hm... então ela fica arrepiadinha? -riu.-
_ Muito. -estava amolecendo, ele me beijou e eu correspondi, fui encostada no balcão, já estava abraçando seu pescoço, curtindo pra caramba o beijo até escutar latidos e mãos pequenas na minha perna.-
_ (gargalhada) Para au au, a Nelissa falou que não é pra correr. -Helena brincava correndo pela cozinha, Leonardo riu colocando o rosto na curvatura do meu pescoço, chupando de leve, passando os dentes.- Ôh Leo, brinca comigo?
_ Vai indo na sala se esconder que eu vou procurar você. -falou e não precisou repetir, ela pegou o Thor de ponta cabeça e foi.-
_ Sério que você vai ir brincar com ela?
_ Você não tá com ciúmes da sua irmã, né?
_ Não. -falei empurrando ele de um jeito nada educado e pegando o pano de prato para secar a louça e guardar nos armários.-
_ Daqui a pouco ela dorme.
_ É, dá última vez eu dormi primeiro que ela.
_ Coisa linda. -me deu um tapa na bunda e correu para a sala.


  Terminei o que tinha que fazer na cozinha e voltei para a sala. Ficamos eu, Arthur e Maria Luísa vendo TV enquanto Leonardo e Helena estavam no quarto de brinquedos com o Thor, brincando de alguma coisa. 
  Minha mãe ligou pedindo pra eu não deixar Helena dormir tarde e acabei perguntando sobre o Leo dormir comigo e ela levou numa boa, falou que não teria problema. Acabando o filme nós pedimos pizza e ficamos jogando até o entregador chegar, levantei pra atender e fiquei muito sem graça quando ele começou dar em cima de mim na cara dura.


_ Você é muito linda.
_ Linda e namora também. -Leo chegou pondo a mão na minha cintura, beijou meu ombro e falou que ia pagar enquanto eu poderia ir entrando. Entrei e levei para a cozinha, coloquei em cima da mesa, peguei o refrigerante na geladeira, os copos, pratos e talheres no armário e nos sentamos pra comer.-
_ Nelissa, quelo tetê. Esse não...
_ Eu faço pra você amor. -deixei minha pizza no prato, fiz uma mamadeira rapidinho e entreguei a ela que tomou tudo e veio pro meu colo, com sono.


  Depois que terminamos de comer, Leo foi colocar Helena no berço, Malu subiu dizendo que iria tomar um banho e deitar. Meu irmão deveria fazer o mesmo, mas estava vendo filme conosco.
  Leo estava sentado no mesmo sofá que eu e Arthur no outro, não dei muita importância, trocamos alguns beijos, risadas e meu irmão de olho. Fiquei sem graça porque ele estava de cara feia. Leo virou pra me beijar outra vez e Arthur "tossiu", outra tentativa e um espirro. Revirei os olhos.


_ Vão ficar aí se agarrando ou assistir o filme?
_ Menino, deixa de ser intrometido.
_ Intrometido nada, vou contar pro meu pai, você vai ver só.
_ Fofoqueiro.
_ Assanhada. -Leo deu risada, e eu brava, cruzei os braços e fiquei quieta. Ele demorou bastante pra dormir e ainda subiu todo desconfiado. Continuei lá embaixo, agora mais a vontade, sentada no colo dele e beijando mesmo de verdade e sem interrupções.-
_ O que acha da gente subir hein?
_ Acho uma boa, tô com sono.
_ Não pra dormir, né bobinho. -mordi sua bochecha.- Em?
_ Acho arriscado.
_ Por que? Meus pais nem estão em casa Leonardo.
_ Seus irmãos sim, uma irmã pequena ainda.
_ Helena não vai acordar se não fizermos barulho. -falei insistente, mas ele todo relutante me fez perder o tesão e sair de cima dele pegando o controle e procurando outro filme.- 
_ Tá brava?
_ Não, tô de boa.
_ Tô vendo, tá com a maior cara ai. 
_ Não é nada, sério mesmo. -disse prendendo o cabelo.- Vou tomar um banho, tá? -e subi, entrei no banheiro e fiquei me olhando no espelho procurando saber o que tinha de errado comigo e juro que não achei nada. Ele que era muito devagar, isso me dava nos nervos. Não que eu seja safada, assanhada. Mas ele não ligava pra sexo, não ficava insistindo nisso ou demonstrando querer, sempre fugia do assunto. Era broxante. Terminei meu banho, vesti uma calcinha minúscula e um pijama de calor sem sutiã e com um micro shorts, e voltei para a sala vendo-o babar enquanto eu descia as escadas.- Quer subir?
_ Não, deita aqui. -me deitei no meio das pernas dele, ele abraçou minha cintura e realmente vimos filme até altas horas da madrugada. Subimos para o meu quarto, deitamos e dormimos.




Narrado por Fernanda
  Não tive como mentir para o meu marido, mas omiti que ele dormiria no quarto da nossa filha. Luan ficou desconfiado, sim, mas o que eu iria fazer? Ele fechou um pouco a cara, mas depois que a comida chegou eu mudei de assunto, fomos conversar sobre outra coisa e ele acabou esquecendo.
  No dia seguinte acordei mais tarde do que previa e perdi o voo, tendo que alterar meu horário de embarque e consequentemente o horário dos compromissos que teria. Resultado, passei o dia acompanhando meu marido lindo em seus compromissos e peguei o voo de volta pra casa no dia seguinte.










~.~
  Ufá, que susto hein!
 Ainda bem que tudo acabou bem, LuNanda fizeram as pazes e Menardo ainda na enrolação. Socorro! O que acontece com esses dois? Ainda teve um pai desconfiado e uma mãe acobertando a filha. Não quero nem ver viu. rs

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

Capítulo 214

Narrado por Fernanda
 Luan estava me irritando com essa palhaçada de não me atender, não me responder e de ligar para os nossos filhos quando queria saber de alguma coisa. Não falei nada, deixei passar pra evitar uma briga logo agora que ele estava longe e Helena não melhorava.
  Na noite de ontem quando desci do banho Helena estava falando com ele pelo celular da Malu, não falei nada e entrei na cozinha.


_ Que cara é essa mãe?
_ Seu pai quer me ver louca, surtada.
_ Por que? -perguntou rindo.-
_ Ele não me liga, também não me atende, nem me responde e visualiza todas as minhas mensagens.
_ Ih mãe, o que a senhora aprontou hein?
_ Eu não aprontei nada, olha minha cara de quem apronta.
_ Sei não hein. Meu pai tá bem puto com a senhora, ligou todos esses dias e nem perguntou na senhora.
_ Ele ligou?
_ Ligou, queria saber da Leninha, perguntou do Art, da Malu.
_ Filho da puta.
_ Mãe!
_ O que me dá raiva é que ele não me fala as coisas, eu não tenho bola de cristal. Como vou saber o que aconteceu?
_ Liga pro meu padrinho, ué...
_ Nem assim eu consigo falar com o seu pai, ele fica arrumando desculpas o tempo inteiro. Fica fugindo de mim.
_ Será que não é porque você saiu aquele dia com a tia Bruna?
_ Pelo amor, aquele dia eu... eu... Aí meu deus!
_ Você não traiu meu pai, né?
_ Claro que não, Melissa. Mas encontrei um amigo lá, amigo da época de escola e faculdade.
_ É o carinha das fotos?
_ Que fotos?
_ Ê mãe, tá dormindo? -riu pegando o celular, mexeu, mexeu, mexeu e virou pra mim.- Esse carinha? -estava em uma conta do insta que tinham feito várias marcações minha e do Léo, com legendas bem desnecessárias e insinuantes. Tinha até o post de um print de uma matéria (uma das né). Eu li aquilo e fiquei sem acreditar.- É ele?
_ Sim, mas somos só amigos.
_ Nunca ficou com ele?
_ Fomos... muito amigos, amantes na verdade. Já saí muito com ele, mas isso faz anos. Você não tinha nem um ano de idade.
_ Ele é bonitão, meu pai tem razão de sentir ciúmes. Eu sentiria.
_ Filha, você não está ajudando.
_ É verdade mãe, pensa só. Ele está do outro lado do país e com certeza viu um monte de fotos sua conversando ao pé do ouvido com um cara que já ficou com você, os dois na maior intimidade.
_ Fazia tempo que não eu não o via. Estávamos conversando, contando da nossa vida.
_ Numa balada? Ah, mãe...
_ Você é igualzinha seu pai, meu deus do céu. Vocês não tem amigos não?
_ Até parece que se fosse ele que tivesse encontrado uma ex toda bonitona você não ia ficar brava.
_ Eu já ia ligar xingando mesmo, soltando os cachorros. E não ficar nessa viadagem, ignorando meu marido.
_ A senhora vai ligar pra ele?
_ Vou, e do seu celular. Me dá isso aqui.
_ Não vai brigar, né?
_ Não pretendo. Só quero tirar isso a limpo. -ela deixou o celular comigo e saiu da cozinha. Eu sabia que ele tinha show, então fiz o que tinha que fazer e quando foi perto da uma da manhã disquei o número dele e esperei até que ele atendeu.- 
_ Filha? Aconteceu alguma coisa?
_ Luan, posso saber o que eu te fiz pra você me ignorar por mais de um mês?
_ Fernanda, tá tarde... eu tô cansado...
_ Mentira... você nunca dorme essa hora e eu preciso tirar isso a limpo.
_ Não quero falar disso agora, é coisa minha.
_ Sua o caralho, somos casados ou não?
_ Que diferença isso faz agora?
_ Não entendi.
_ O que você não entendeu? 
_ Essa sua ironia me mata.
_ Me mata eu passar por corno no país inteiro, isso que me mata.
_ Eu não acredito que você fez tudo isso por ciúmes. Luan, eu não estou acreditando.
_ Eu não posso ter ciúmes da minha mulher?
_ Pode, mas pra que esse ciúmes doentio? Somos casados mais de anos, anos, não são dias. Muito se evita com uma conversa.
_ Eu não sei conversar quando o assunto é ciúmes, não sei medir minhas palavras e acabo te ofendendo. Você sabe que eu não queria que você fosse justamente por isso, não foi pra não comemorar o aniversário da minha irmã. Mas tá, você quis ir e foi, aí ao invés de ficar no camarote igual todas as outras fizeram você foi dar uma volta. Pra que caralho? Queria ver o que lá embaixo? Homem?
_ Você parece que não me conhece.
_ Eu te conheço e me conheço. Fiquei com ciúmes mesmo, ainda mais quando vi aquelas fotos toda dele falando no seu ouvido, com a mão na sua cintura, te abraçando... lindo pra mim né?
_ Luan era meu amigo.
_ Tô cheio de amigas que eu comi bastante quando era solteiro. Cheio.
_ O problema foi ele ter ficado comigo há mais de 19 anos atrás?
_ Justamente esse. Eu evito falar com as mulheres que eu já fiquei e você não gosta, e você não tá nem aí... é bem foda-se. Eu tenho que entender essas suas amizades loucas não é de hoje, e tenho que ficar calado porque é errado eu expor isso.
_ Por que você está levando as coisas pra esse lado amor? Você nunca foi disso. Ficamos praticamente um mês sem se falar e...
_ Porque eu estou cansado. Entendeu? Cansei de bater na mesma tecla, de falar a mesma coisa, brigar pelos mesmos motivos. 
_ Mas, amor... você...
_ Eu te amo muito, te amo demais. E não quero desgastar nosso casamento, nosso relacionamento com o meu ciúmes doentio como você disse. Prefiro ter com você uma relação amigável do que termos uma relação que só traz mágoa, ressentimentos por coisas pequenas.
_ Por que está me dizendo isso? -perguntei com a voz embargada.- Hein? -ele ficou quieto.- Amor?
_ Oi.
_ Não faz isso comigo, por favor.
_ As vezes eu penso que vai ser melhor assim. -o escutei suspirar e minhas lágrimas desceram pelo rosto, eu não conseguia falar mais nada. Encerrei a ligação e chorei feito uma criança tentando tirar do peito aquele aperto, sensação estranha de que nosso relacionamento estava escapando pelos meus dedos. Eu não sabia nem o que pensar, o que fazer. Sentei no sofá e fiquei sozinha por horas, olhando para a tela do celular esperando que ele retornasse minha ligação. O que não aconteceu.



Alguns dias mais tarde (...)


[...]

_ Quando a Melissa ligou dizendo que você passou todas essas noites chorando eu pensei que fosse brincadeira. -continuei deitada na cama, abraçada ao meu filho que fazia cafuné na minha cabeça.- Arthurzinho, deixa a tia conversar com a sua mãe um minutinho. -ele assentiu, beijou minha testa e saiu do quarto.- Tá legal, antes de eu abrir a boca e falar qualquer coisa quero ouvir de você. O que está acontecendo Fernanda? -sentei na cama e ela se sentou ao meu lado, apertei os lábios e quando abri a boca pra falar voltei a chorar outra vez. Minha amiga me abraçou forte, deixou que eu chorasse em seu ombro o tempo que foi necessário. Aos poucos fui me recompondo, parando com os soluços, com as fungadas e por fim, minhas lágrimas. Levantei e fui ao banheiro o de joguei uma água no rosto e voltei pra cama.- Tá melhor?
_ Sim.
_ Então me conta, tô aqui pra te ouvir.
_ Luan quer terminar comigo.
_ Ele o que? -perguntou desacreditada.- Mas, Fernanda vocês são casados tem mais de dez anos. Ele enlouqueceu?
_ Ele cansou.
_ Cansou da vida de casado e quer voltar a ser solteiro com quase 50 anos?
_ Não foi por isso não amiga. -respirei e começamos a conversar, contei dos dias em que não tive notícias dele, das tentativas falhas de falar com ele, da nossa última ligação já com um nó na garganta querendo chorar outra vez. Eu fiquei por horas, sim, horas falando de tudo o que estava rondando minha mente, falei até sobre os meus medos e por não me conformar com o rumo que as coisas estavam tomando.- Eu amo demais aquele homem, eu mudei tanto por ele, por nós na verdade. Com ele eu tive vontade de construir sonhos, de formar a família que somos hoje. E amiga, por Deus que está no céu, eu nunca pensei em trair o Luan. Nunca, mesmo com as brigas mais feias, os momentos mais sérios e que eu pensei que iria surtar, eu não pensei em procurar outra pessoa. Não quis isso, e ele sabe. Ele confia em mim, o problema é a insegurança dele. Nós passamos por muita coisa, vencemos muitos dos nossos medos, medo de deixar a relacionamento esfriar, de cair na rotina e muitos outros. O ciúmes existe, tanto da minha parte quanto da dele, mas isso não é motivo pra ele querer terminar comigo. Eu não aceito isso, não aceito.
_ Meu, é foda. Mas eu entendo você por ser minha amiga e entendo ele também. Ele não quer terminar com você, ele te ama. O que ele não quer é brigar toda vez que isso voltar a acontecer. Você sempre, sempre teve amigos homens e convenhamos amiga que eu e você éramos piranhonas mesmo. Transava com amigos, se tivesse primos gostosos também, amigos dos amigos e pronto.
_ Isso eu sei, mas...
_ Mas nada, escuta... você tem mais afinidade com uns do que com outros. Muitos deles você nem vai voltar a ver. O Leonardo é uma exceção, vocês se conhecem desde o ensino médio, fizeram faculdade juntos e é mais que sexo, é uma amizade mesmo. Só que seu marido nunca vai entender isso. Pra ele não tem cabimento, isso não tem que acontecer.
_ Eu entendo ele porque já encrenquei com exs dele também. Só que sei lá.
_ Sei lá amiga? Nós somos muito liberais e temos maridos machistas, falo isso porque sei quem é o homem que dorme comigo entende? E pra eles isso ainda é uma novidade.
_ Luan não é assim.
_ Você se acostumou com ele assim, lógico que ele melhorou pra caramba. Mas ainda tem um "resquício" do velho homem, aquele intolerante. Entende?
_ Entendi, mas não sei o que fazer. -suspirei.-
_ Meu amor, você não era assim não Fernanda. Você era mais ágil e não deixava se abater por isso. Mas deixa eu te contar uma coisa, você ficar aqui deitadinha nessa cama não vai mudar a situação. Então você levanta essa bunda daí, toda um banho e vai dar um jeito nisso.
_ Jeito? Ele só volta daqui duas semanas.
_ Existe avião e companhias aéreas. -fiquei pensando, pensando até que tomei coragem para levantar da cama.-
_ Tá, eu vou atrás dele. Mas e se...
_ Ele não vai te pôr pra fora. Vai tomar um banho e nós vamos dar uma volta.
_ Tá louca?
_ Preciso ir no shopping, você aproveita e vai comigo. Anda, Fernanda.


(...)

  Ela esperou eu me arrumar e fomos, demos uma volta e fizemos algumas compras. Entramos no salão e demos aquela repaginada, mudei um pouco a cor dos cabelos e arrisquei um corte. Fizemos as unhas também e estava me sentindo bem melhor. Lila foi me deixar em casa e quando cheguei meus filhos e o vizinho ficaram chocados me olhando como se eu fosse uma alienígena.

_ Mãe, o que você fez no cabelo? Ficou maravilhoso, lindo. -Melissa levantou do sofá e veio até mim.- Para, olha essa cor!
_ Maravilhosa, eu amei. -falei deixando as sacolas no chão e indo pra frente do espelho.- Gostei.
_ Algum motivo pra mudança dona Fernanda? -cruzou os braços sorrindo.-
_ Vou viajar hoje se eu conseguir.
_ É o que eu tô pensando?
_ Não sei de nada. -falei subindo para arrumar minha mala. E não demorei, enquanto separava as roupas a Lila tentava a compra das passagens de ida e de volta no dia seguinte. Não levaria muita coisa, até porque não pretendia ficar por dias, era mais para me resolver com o meu moreno branquelo. Fechei a mala, vi os documentos e estava pronta. Dalila disse que meu voo sairia em duas horas e meia, desci e me despedi das crianças morrendo de dó de os deixar sozinho e fui sabendo somente a cidade em que ele estava. Tentei falar com o Roberval e nada, Arleyde também não atendia, tentei, tentei até que consegui falar com o Well e disse ele que faria um jeito de me buscar no aeroporto.


  Agradeci por isso e esperei o momento do embarque, fiz o check in e rezei antes de subir no avião pedindo que tudo desse certo. Eu estava ansiosa, cheia de expectativas e para sair um pouco do foco acabei entrando no insta pra postar uma foto.

Não satisfeita em só cortar, mudei a cor também. #Amando

  Depois guardei o celular e peguei um livro que estava na bolsa mesmo sabendo que não me concentraria. Foram quase duas horas de voo, desembarquei e depois de pegar a bagagem esperei pelo Well na salinha mesmo. Ele ligou dizendo onde estava e então fui até ele, o cumprimentei e fomos. 
  Chegamos no local do show e entramos quando ele já estava no palco, então fiquei no canto do palco conversando com a Lelê até o show chegar ao fim. Ele se despediu do público, as cortinas fecharam, ele vestiu um roupão, tomou água e veio na nossa direção sorrindo. Eu estava tensa, minhas mãos estavam suando como se fosse a primeira vez.


_ Ai meu deus. -sussurrei quando nossos olhares se cruzaram, meu coração disparou de um jeito que parecia sair pela boca. Nem sei como as pessoas em volta estavam nos olhando, só conseguia focar nele.- Oi.










~.~
Capítulo babado! SOCORRO! Quero mais. O.O

PS: Ah! Bom dia! ❤

Capítulo 213

Narrado por Luan

(...)


04 de Maio de 2033

Esposa de Luan Santana é vista em balada


  Após o sumiço nas redes sociais e nos holofotes, Fernanda Marquês (40) foi flagrada em uma balada conhecida na grande São Paulo, na Woods Bar. Frequentadores da casa noturna disseram que a viram acompanhada de suas amigas ao chegar, mas que algum tempo depois desceu do camarote na companhia de Dalila Mendes, modelo e amiga da advogada.

  A princípio sabemos que estava ali para comemorar o aniversário de 39 anos da cunhada, Bruna Santana. Mas fontes nos garantem e provam que não foi apenas isso, já que Fernanda foi fotografada ao lado de um homem, por várias vezes, tanto na pista quanto no bar. Ainda não o identificamos, mas sabemos que não era o cantor sertanejo, Luan Santana.
  Fernanda e o rapaz estavam todo sorrisos, pareciam bem íntimos e segundo visitantes o clima era nítido entre eles. (Clique aqui para ver as imagens)




_ Que cara é essa boi?
_ A que eu tenho. -respondi seco, pegando o celular e bloqueando a porra da tela.-
_ Ih cara, o que foi? Aconteceu alguma coisa e eu não tô sabendo?
_ Aconteceu que sua amiga, sua comadre não consegue sair sem virar notícias. Agora estou me saindo como corno em rede nacional. Puta que pariu, porra! -gritei estressado, passando a mão pelos cabelos.-
_ Fernanda saindo? De semana ainda?
_ Tá achando que é mentira minha? Pega essa porcaria e olha a porra das fotos, não aguento mais essas marcações do cacete.
_ Ih, Luan. Que estresse.
_ Por que não é da sua mulher que estão falando. -ele não falou mais nada e eu muito menos, larguei o celular e entrei no banheiro para tomar um banho rápido e esfriar a cabeça.


  Saindo do banho, troquei de roupa e fiquei deitado na cama do hotel vendo TV. Havia tomado café e ido pra uma academia, no caminho da volta peguei o celular pra postar uma foto e dei de cara com muitas marcações, não daria conta de olhar tudo, então fui ver o que era por cima assim e lá estavam fotos e mais fotos da Fernanda na Woods. Em algumas estava com as amigas da minha irmã, em outras com a Dalila e na maioria delas estava grudada num cara... toda de risadinha, falando no ouvido, segurando no ombro, ele com a mão na cintura dela. Sei que não deveria estar louco desse jeito, mas estava muito puto. Ainda mais pelas insinuações de que eu... eu estava levando chifre bem debaixo do meu nariz. Ah, Fernanda!
  Passei uns minutos ali até o Roberval ligar perguntando se eu não ia descer pra almoçar, falei que já estava indo e desliguei. Levantei da cama e calcei meus chinelos, fui ao banheiro e quando voltei o celular estava tocando de novo.


_ Fala Roberval! -atendi sério, sem nem olhar o nome que aparecia na tela.- Já vou descer.
_ Nossa vida, tá tudo bem? -franzi a testa e tirei o celular do ouvido para olhar a foto, Fernanda.-
_ Tudo ótimo.
_ Tá podendo falar?
_ Eu tô... ocupado agora, não dá pra falar.
_ Tá bom, eu... eu ligo mais tarde. Beijos, te amo.
_ Em também, tchau. -e desliguei. Coloquei o celular no bolso da bermuda e sai do quarto tenso, nervoso. Chegando no restaurante do hotel fiz meu prato e nos sentamos à mesa, comi quieto e na minha. Nem prestando a atenção nas conversas paralelas que estavam rolando, meu pensamento era nas fotos... queria saber quem era que ela tanto conversava, que tanto estava íntima e cheia de sorrissinho.-
_ Ê boi, tá longe hein. 
_ Tô com sono, isso sim. -sai de meus devaneios olhando pra ele.- Que horas começa hoje mesmo?
_ Temos que chegar lá às 23h30.
_ Ótimo, dá tempo de dormir muito.
_ Vai dormir todo esse tempo? Não são nem duas da tarde.
_ Sugestões para o que fazer? -perguntei cruzando os braços.- Porque tá chovendo lá fora, tem nada pra fazer a não ser dormir.
_ Mas tá hein... -Arleyde falou brincando.- Trocou as ferraduras hoje não?
_ Não.
_ Percebi, tá num mau humor que pelo amor de deus. Ontem estava normal, hoje amanheceu com essa cara.
_ A única que eu tenho. -sorri irônico e pedi licença me retirando da mesa e voltando para a fila do elevador.- 
_ Tá tudo bem chefe? 
_ Tô de boa, fica sossegado. -as portas abriram e nós entramos, subi quieto e chegando no andar que estávamos. Voltei para o meu quarto e me joguei na cama, sem sono algum. E fiquei olhando pro teto querendo entender o porquê de estar tão incomodado, mas não conseguia chegar numa conclusão.




Narrado por Fernanda
  Na quarta-feira acordei cedo, Maria Luísa tinha melhorado da dor de cabeça, mas Arthur estava reclamando da tal dor de barriga. Terminei de arrumar as meninas, me arrumei e desci para preparar o café, enquanto elas duas comiam subi para acordar Melissa e pedir pra ela ficar de olho no irmão e se ele piorasse era pra me ligar que eu vinha pra casa.
  Deixei Maria Luísa e Helena na escola e segui para a empresa, trabalhei a manhã toda e mal tive tempo de pegar no celular. Fui almoçar com a Isa e aproveitei para ligar pro Luan, saber se ele estava bem e para minha surpresa nada estava normal, ele foi frio na ligação, super seco e grosso. Não sei porque, se foi algo na viagem ou com algum contratante. Deixei pra lá e voltei a comer.



Narrado por Luan
  A semana passou brincando, tantos compromissos que eu não tive tempo pra mais nada. Tinha esquecido de como essa vida de estrada era cansativa, corrida, mas extremamente gostosa. Hoje a minha música havia atingido todo o país e alguns países no mundo, o que .E deixava mais que orgulhoso e realizado e sempre querendo mais. Saber que o número de fãs havia triplicado também era um combustível para estar buscando fazer o melhor sempre, dia após dia. Esse período que estive parado foi complicado, recebi algumas críticas, mas o que me surpreendeu foi o apoio e todo o carinho que eu e minha família recebemos do público. Foi um momento delicado e que me deixou pensativo com tudo, preocupado também, mas que agora passou.


[...] 3 semanas depois [...]

  Entramos em Junho. Mês de dedicação total as festas do norte e nordeste brasileiro, como eu amava aquele lugar e aquelas comidas deliciosas, sem contar o calor e as mais belas praias.

_ Ôh boi, cadê seu celular? 
_ Aqui, por quê?
_ Fernanda ligou, falou que não estava conseguindo falar com você. -revirei os olhos e peguei o celular, haviam algumas chamadas perdidas e mensagens no Whatsapp, li todas, escutei os áudios e guardei o celular de volta.- Não vai ligar de volta? -perguntou franzindo a aquela testa enorme.-
_ No hotel. -disse olhando para a janela da van e fugindo de mais assunto.


  Minha rotina de volta, eu sentia como se estivesse mais vivo. Por outro lado estava com saudades de casa, principalmente da minha mulher, mas eu estava chateado com ela, que não deu satisfação nenhuma de quem era a pessoa e eu soube depois (e por FCs) que era Leonardo Fernandes. Quem era esse? O amiguinho viado que estudou com ela no ensino médio e na faculdade, que os dois tinham uma porra de amizade colorida e transavam sempre que rolava a oportunidade. Não gostei e prefiro evitar falar com ela, mandar mensagem do que discutir por conta do meu ciúmes e ela achar que está certa, que é normal manter contato com esse cara.



Narrado por Fernanda
  Um mês sem escutar a voz do meu marido. Sempre que eu ligo ele está ocupado ou o celular sem bateria ou ele está dormindo. As mensagens ele não responde e visualiza todas, achei estranho, mas não o questionei ainda.


_ Papai... eu quelo o papai...
Sai dos meus pensamentos com a voz da Helena no meio da madrugada chamando pelo pai, ela estava com muita febre e por ser emocional remédio nenhum fazia passar. 

 Minha filha suava muito, estava vermelhinha e me deixando preocupada. Tirei-a do berço e com calma fui acordando Helena, dei um banho morno quase frio e a deixei ficar de calcinha.


_ Ôh meu amor, não fica assim...
_ Quelo o papai, meu papai eu quelo. -deitou abraçando o travesseiro dele e chorando. Não queria comer, não queria saber de dormir e nem assistir desenho, tentei ligar pro Luan e caia direto na caixa postal. Continuei tentando e nada.


*Amor, eu sei que deve estar dormindo. Mas a Helena não dorme e não para de chorar com saudades de você, acordou com febre, passou mal na escolinha... eu só queria que você atendesse e falasse um pouco com ela.*

  Mensagem visualizada e não respondida em menos de cinco minutos, logo a foto dele apareceu na tela e uma chamada de vídeo foi iniciada. Luan conversou com a Leninha e fez ela dormir depois de cantar a música que ela mais gostava, mas desligou antes mesmo que eu pudesse matar um pouco da saudade dele.



Narrado por Luan
  Minha bateria acabou depois que Helena tinha dormido e foi até bom, caso contrário não teria como fugir de uma breve conversa com a Nanda e eu ainda estava magoado, bem chateado mesmo e sabia que não esconderia se ela me perguntasse. 
 Tratei de dormir e quando acordei na manga seguinte a primeira coisa que fiz foi colocar o celular pra carregar e segui para um banho. Ao sair a Lelê estava entrando no quarto trazendo meu café da manhã junto com uma camareira do hotel.


_ Bom dia? -perguntou na defensiva e eu dei risada.-
_ Bom dia Arleyde.
_ Acordou de bom humor hoje?
_ Não estava de mal humor nos outros dias. -falei ainda com a toalha enrolada na cintura, de braços cruzados olhando para ela.-
_ Recebi uma ligação de um site perguntando sobre sua vida pessoal. Queriam saber se o motivo do seu casamento estar em crise foram as fotos que saíram da Fernanda.
_ Crise? Nós não estamos em crise.
_ Ah, não? -riu sarcástica, se sentando na minha cama.- Esqueceu que eu te conheço? O que está acontecendo, Luan?
_ Fernanda é tão ciumenta quanto eu ou até mais que eu. Só que quando eu demonstro esse ciúmes eu sou louco, machista, não confio nela. Entendeu?
_ Está bravo pelas fotos que saíram?
_ Não. As fotos me deixaram incomodado sim, mas não foi só isso não. No dia eu liguei pra ela e falei umas coisas, ela não gostou e foi mesmo assim. OK. Aí chega lá fica de conversinha fiada com ex, falando no ouvido, dando risada, passando a mão no cara. Porra! Se ela não gosta que eu faço isso, por que ela faz caralho? E faz pra todo mundo ver, não esconde não. Aí no dia seguinte cada site era uma notícia diferente. Não era a "empresária Fernanda foi vista na Woods", era a mulher de Luan Santana em uma balada sem ele e de conversa com outro cara, dançando com outros caras... porque até foto do camarote tinha. -inspirei fundo.- Eu cansei.
_ Cansou do que minha nossa senhora? -pensei no que estava prestes a dizer e desconversei dizendo que não queria mais falar daquele assunto e perguntando do compromisso que teria para o horário do almoço. Um pocket show.- Se troca, a gente desce e você atende aos fãs, vamos para o restaurante e comemos e vamos pro lugar que vai acontecer o show.
_ Tá bom. Não demoro.


  Minha roupa estava separada, até óculos escuros e boné. Troquei de roupa, calcei meus tênis e depois de trocar a touca pelo boné, colocar os óculos escuros e pegar meu celular, sai do quarto.
  Estava quase no 16° andar, teria tempo até chegar no térreo, disquei o número de casa e esperei que atendesse.


_ Oi pai.
_ Tudo bem, Mê?
_ Comigo? Sim, por quê?
_ Porque sim, uai. Tudo bem com os seus irmãos?
_ Pai, quer falar com a minha mãe?
_ Não. Quero saber se a Helena melhorou, ela estava com febre de madrugada. 
_ Minha mãe tentou te ligar agora de manhã, por que o senhor não atendeu?
_ Estava no banho. -fui rápido.-
_ Entendi. Minha mãe falou que ela ainda tá com um pouco de febre, não foi pra escola hoje de novo e nem a mãe pra empresa com medo dela piorar.
_ Ela não vai levar sua irmã no médico?
_ Não sei pai, ela tá aqui na sala... quer falar com ela?
_ Não vai dar tempo, eu te ligo mais tarde tá? Beijos, amo vocês.
_ Também te amo pai, tchau.
_ Fugindo da Nanda, é?
_ Cuida da sua vida, cuida.
_ Tá bravinho ainda, a balada foi tem dias atrás.
_ Quando sua namorada foi viajar pra Fortaleza no carnaval você ficou todo puto. E tá falando o que de mim? Fica na sua. -falei e ele deu risada.-
_ Chefe tá bravo negão. -riam da minha cara.


  Na entrada do hotel tinham pouco mais de vinte fãs, atendi todos com tempo e com calma, tirei foto, abracei, recebi presentes e entramos na van. Paramos em um restaurante, almoçamos conversando paralelamente e seguimos para o show que foi tranquilo, estava cheio até e muito gostoso o clima. Atendi o pessoal do camarim depois que acabei, e voltamos para o hotel.

*Vai ficar me ignorando? O que eu te fiz?*
*Luan!*
*Para de só visualizar e não me responder... eu vou te ligar.*


  Ligou e eu não atendi, deixei o celular tocando em cima do criado mudo. Tirei a calça, camiseta e fiquei só de cueca deitado com o ar condicionado bem gelado e assistindo TWD.

*Viado.*
*Me atende, Luan!*


  Dei risada dos emojis bravos e fechei a conversa. Terminei quatro episódios, desci para ir pra academia e voltei em tempo de me arrumar para o show da noite na cidade vizinha.
  Saímos do hotel, entramos na van e meu celular tocando. Atendi porque era a Maria Luísa.


_ Oi filha. -atendi sorrindo.-
_ Pai, a minha mãe pediu pra eu te ligar e perguntar quando você vem pra casa.
_ Se tudo der certo antes do aniversário da Helena. Por que?
_ Porque ela vomitou o dia todo hoje, não quer comer nada e nem brincar.
_ Ela tá aí?
_ Deitada no meu colo.
_ E sua mãe?
_ Subiu pra tomar banho.
_ Deixa eu falar com a pequena.
_ Tá bom... Nena, é o papai.
_ Oi papai, onde qui cê tá?
_ Papai tá indo fazer um show. Você tá bem?
_ Tô com saudade papai, saudade de você. 
_ Eu sei princesa, papai também está com muitas saudades de você. O que você fez hoje?
_ Vomitei muito, eca.
_ (ri) Porque não comeu nada, né? O que o papai conversou com você?
_ Não lembro não papai.
_ Falei assim que o papai precisa trabalhar, viajar fazendo shows e voltar pra casa pra brincar com a Nena.
_ Mais demora, papai. Demora de muito.
_ Eu sei minha bonequinha, mas vai passar rapidinho... papai volta em duas semanas.
_ Dois dedinhos?
_ Quatorze dedinhos. -fui conversando com ela até chegar no local do show e não escutar mais nada por causa da gritaria ensurdecedora.- Papai vai desligar e te liga quando sair daqui, pode ser? 
_ Vou espera então.
_ E comer também, né? Direitinho pra não ficar dodói. Tchau, te amo.
_ Te amo também papai. -e desliguei.-
_ Paizão hein, todo babão.
_ Eu sou viu, e muito. -risos.


  Desci da van e entrei cumprimentando o pessoal que fui encontrando até chegar no meu camarim, só dei um jeito no cabelo e segui para o atendimento no camarim, depois me preparei para subir no palco e fazer aquele show que o meu público merecia.











~.~
Que matéria hein!
Fofoca é uma droga, Luan não discutiu com a Fê, mas também sequer falou com ela e agora estão nesse puta clima. Dona Helena com saudades do paizão e ele morrendo de saudades dela. Quero logo ele em casa. RS

PS: 5 comentários e solto mais um antes de dormir, rs. Beijos!

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Capítulo 212

Narrado por Melissa

(...)


_ Demorei?
_ Não. -segurei seu rosto e o beijei ainda parados na porta.- Minha mãe saiu tem alguns minutos, nem quinze eu acho.
_ Ótimo. -risos.- Trouxe dois sorvetes, um flocos e outro sensação.
_ Nem fiz o brigadeiro ainda, vem, entra. -disse o puxando pela mão e fechando a porta.- 
_ Oi, oi. -cumprimentou meus irmãos e primos que estavam no sofá, e seguiu comigo para a cozinha.- Sua irmã dormiu, já?
_ Graças à Deus. Minha mãe saiu, meu pai viajou... pensa só.
_ Ela chora né?
_ Chora, fica febril... manhosa demais.
_ Ela é um neném.
_ Eu sei, minha bonequinha sapeca.
_ Parece eu falando da Ceci.
_ Ownt Nado. -ri beijando seu rosto e pegando a sacola das mãos dele.- Você avisou sua mãe que ia dormir aqui?
_ Sim, e ela ficou toda preocupada, acha que isso foi uma desculpa para irmos pra cama.
_ Tudo isso é medo de ser avó?
_ "Você tá muito novo Leonardo, estudando..." e eu escuto esse discurso todos o santo dia.
_ Sua mãe é igual meu pai, ele me ligou e fez mil e uma recomendações quando soube que você viria pra cá.
_ Quais?
_ Não dormir no mesmo quarto foi uma delas. -risos.- Acredita?
_ Acredito. Dona Stephanie me fez prometer que dormiria no sofá, num colchão, em qualquer lugar que não seja sua cama. 
_ Pais. -ri deixando a sacola em cima do balcão e dando a volta para mexer nos armários e pegar o que usaria para o brigadeiro. Leonardo sentou no banco e pegou o celular, pronto, desligou do mundo.-
_ Mê, minha cabeça tá doendo mais? -Maria Luísa chegou na sala quase chorando.-
_ A mãe te deu remédio? -ela assentiu.- Então deita um pouco, dorme que daqui a pouco passa.
_ Tá, vou subir então... -deu meia volta e saiu.-
_ Sua mãe foi pra Woods né?
_ Sim.
_ A Bia tinha me chamado pra ir lá hoje depois da aula.
_ Aé? Por que não foi? -perguntei "indiferente".-
_ Para com isso vai, ela é minha amiga.
_ Poderia não ser, não faria diferença nem na sua vida nem na minha. -falou sincera e ele riu, idiota.- Para de me olhar assim, não tô achando graça Leonardo.
_ Leonardo? -riu mais ainda, o ignorei virando de costas e preparando o brigadeiro.-
_ Melissa, tô com dor e não consigo cagar. -Arthur falou sem nenhuma cerimônia, esses eram os meus irmãos, sem um pingo de vergonha.-
_ Para de comer porcarias, come mamão.
_ Eu não gosto.
_ Quer tomar laxante? Aqui tem.
_ Vai me dar diarreia, Melissa. 
_ Não vai não, te juro.
_ Prefiro mamão. -falou indo até a fruteira.-
_ Vamos assistir filmes?
_ Assim na terra como no inferno, topa? -perguntei e ele assentiu.


  Estava combinado, chegando na sala contei aos meus primos e fomos todos para a sala de cinema assistir. O filme no início estava bom demais, mas foi chegando pro final eu gritava mais do que assistia e em um desses gritos escutei os latidos do Thor e o choro da Helena.

_ Quem vai lá pegar ela? -Arthur perguntou abraçado ao travesseiro.-
_ Leozinho, vai lá... vai?
_ Me solta primeiro, né? -assim o fiz e ele saiu da sala, voltei a assistir e nada deles voltarem. O filme acabou e nós levantamos para levar as coisas para a cozinha, larguei tudo dentro da pia e voltei para a sala.-
_ Eu quelo a mamãe, Leo. -dizia ela séria.-
_ A mamãe daqui a pouco vem, enquanto isso a gente tem que esperar aqui.
_ Mais Leo...
_ A gente pode comer sorvete de menina, sem a mamãe saber. -sussurrava.-
_ Soverte de rosa.
_ É, rosinha. -falou.-
_ Nelissa vou comer soverte com o Leo.
_ Vai é?
_ Vou, né Leo?
_ É sim.


  Deixei os dois na cozinha e continuei na sala conversando com a Laura e mexendo nos cabelos do Art que acabou deitando a cabeça no meu colo. Lucas subiu pro quarto do meu irmão e Maria Luísa não tinha descido mais, deveria estar dormindo.   Fizemos uma live e ficamos zoando, cantando, respondendo umas perguntas e deixando Helena roubar a cena dançando forró. Minha irmã nem pensava em dormir e também não largava do Leo, o objetivo era dar uns beijos e quem sabe ir além... mas nem depois que a Laura e meu irmão subiram ela dormiu.

_ Palhacinho de brinquedo, sua cara feia não me mete medo. Tenho medo sabe do que? -Leo cantava.-
_ Da cala feia que o Leo vai faze. -completou a música e gargalhou.- Nelissa!
_ Tá na hora de neném dormir, sabia? Vem pro colo, vem?
_ Não, quelo brinca com o Leo. -revirei os olhos e deitei do outro lado do sofá, pegando o controle da TV e procurando alguma coisa pra assistir.




Narrado por Fernanda
 Chegamos na Woods em ritmo de comemoração, rindo da música que estava tocando. Demos nossos nomes e subimos para o camarote, pedimos nossos drinks e um balde de sminorf ice.
  Estávamos eu, Paiva, Ana e a irmã dela, algumas amigas da Bru (que eu não tinha tanto contato) e uns amigos estavam pra chegar. Não sentamos, ficamos tirando fotos! Uma mais linda que a outra.


_ Cheguei piranhas da minha vida. -Dalila chegou ainda mais loira, com um salto enorme, cropped marcando mais aqueles peitos e uma mini saia cintura alta preta.- Bru! Parabéns, parabéns, parabéns! -seus abraçaram, e ela veio cumprimentar o restante do pessoal me deixando por último.- Adorei que você veio.
_ E eu mais ainda, tim tim? -ergui a taça e brindamos.- Curtir hoje então?
_ Cada segundo, quero chegar em casa bem disposta a me jogar na cama. -risos.-
_ Hoje a noite é das mamães gostosas!
_ Com certeza cunhada. -Bruna comentou tirando o canudo de sua taça e virando-a de uma vez.-
_ Meu deus, segura esse forninho. -ri.-


  Uma dupla subiu no palco e deu aquela animada na galera, tanto que estávamos dançando com os amigos da Bru que dançavam muito bem o bom e velho sertanejo universitário. Sabiam como conduzir uma mulher e eu nem gostava, né? (risos).

_ É hoje hein. -as meninas brincaram, ri negando com a cabeça.- 
_ Você que é a cunhada da Bruna?
_ Eu mesma, por que? 
_ Ela fala muito de você. É irmã do marido dela?
_ Não. -sorri.- Sou casada mais de dez anos com o irmão dela.
_ Casada? Puta mano, pensei que estivesse namorando só.
_ Nada, sou mãe já. -deixei o assunto morrer ali e terminando a dança, eu me afastei voltando para perto da minha amiga.-
_ Eu gosto assim quando pega na bunda. -risos.-
_ Ele não pegou na minha bunda.
_ Eu sei, tô enchendo o saco amiga. Vamos dar uma volta?
_ Pra que? Lotado lá embaixo. -fiz careta.-
_ Ah, quero ver gente meu amor.
_ Tá, tá... vamos.


  Nessa de descer e se enfiar no meio de muitas pessoas, levei passadas de mãos na perna, tentaram puxar meu cabelo, fora os esbarrões da vida e sorrisinhos sacanas ao pedir desculpas. Continuamos dando a nossa volta quando senti alguém segurar meu braço e puxar com um pouco de força, já estava pronta pra xingar quando o pouco de claridade me permitiu ver quem era.

_ Tá perdida aqui? -perguntou cumprimentando eu e a Lila com um beijo no rosto e me dando um abraço bem apertado.- 
_ Eu que o diga, só passeando?
_ As vezes é bom, né não? -risos.- Tá gata hein.
_ Obrigado, você também não está nada mal. -bati em seu ombro.-
_ Você acaba comigo, Fernandinha.
_ Eu né?
_ Vou no banheiro amiga, já venho.
_ Nós vamos ficar aqui. -respondi.- Veio sozinho?
_ Nada, amigos do trabalho. Estão por aí.
_ Não cansa dessa vida de balada hein Léo.
_ Ah, e tem como cansar? Me admira você ter parado.
_ Depois que casa as prioridades acabam mudando né gato. Não rola balada todo final de semana e algumas vezes na semana.
_ Isso é verdade, mas faz um tempão que eu não te vejo sair.
_ Fico mais em casa ou viajando com o maridão.
_ Sortudo hein. -riu analisando meu corpo.- Fiel?
_ Com ele sim, nunca trai meu marido.
_ Porra que chato hein, só porque eu tava com saudades da minha amiga?
_ A amiga você ainda pode ter, agora dar aquelas fugidinhas na madrugada, aquela cabulada depois do intervalo da faculdade que é foda... não tem mais.
_ Sério mesmo?
_ Sério mesmo Léo lindo. 
_ Sabe que se quiser eu tô sempre aqui, eu e meu apartamento no seu condomínio. 
_ Deixa de ser safado, me conta do seu bebê, da Luana.
_ Ela que é a mãe do meu filho.
_ Mentira que depois de anos de muito chifre...
_ Leozinho aqui ainda faz milagres numa cama. Meu filho já está com quase quatro anos, Fefê.
_ Um ano mais velho que a minha caçula. Qual o nome dele.
_ Bernardo. Lindo igual a mãe dele, aquela gostosa. -mordeu os lábios e eu ri, ele não mudou nada. Quer dizer, está com cara de mais velho, mas continua bonito, está mais forte também e muito cheiroso. A música estava alta então estávamos bem próximos, ele falando no meu ouvido e eu no dele, trocando risadas, ele mostrando as fotos do Bernardo e eu dos meus bebês. O calor estava demais, eu estava com sede, fomos para o bar. Eu me sentei no banquinho, ele ficou em pé ao meu lado, pedimos as bebidas e ficamos por lá de boa. Nem me daria conta do tempo se as meninas não tivessem me ligado pedindo pra eu voltar pro camarote que a Bru ia cantar parabéns.-
_ Vou subir que já estão procurando por mim. -risos.- Mas agora você tem meu número, quando quiser aparecer já sabe.
_ Sei mesmo. 
_ Sem safadeza hein. E leva o Ber, adoraria conhecê-lo. -falei ao me despedir com um beijo no rosto, abraço, outro beijo e voltar pro camarote.-
_ Caralho, sumiu com o bonitão da pista né safada.
_ Bruna tá achando que você traiu o irmão dela. -arregalei os olhos.-
_ Lógico que não, ele estou comigo, meu amigo de anos atrás. Cadê a Bru? -falei passando a mão pelos cabelos, elas apontaram para o banheiro e eu fui até lá.- Cu?
_ Não me chama mais assim, você traiu meu irmão, Fernanda.
_ Eu não, estava conversando com um amigo. Amigo, Bru.
_ Mesmo? -acabei explicando pra ela ali mesmo e voltamos numa boa para junto dos outros. Cantamos parabéns, e voltamos a aproveitar o intervalo do sertanejo para dar uma aula no funk e não teve quem não dançou. Teve coreografia e tudo mais, estava sendo divertido.


(...)

_ Última foto do passeio. -risos.-
_ Tira aí cunha. 
_ Vem gente, olhem pra cá. Xis!
_ Xis. -disseram em coro, caindo na risada em seguida.- Ficou boa? -Bruna perguntou.-
_ Bem linda. Já te mando.
_ Tá.


   Guardei meu celular e dei uma passada no banheiro antes de irmos embora. Lila voltaria comigo, Paiva e mais dois amigos da Bruna que eu nem sabia que moravam perto de mim. Deixei todos em casa e fui para a minha, cheguei e as luzes da casa todas acesas. Estacionei, entrei e quase tirei uma foto pra mandar pro Luan de tão fofos que estavam.
  Leonardo deitado, Melissa no meio das pernas dele e Helena deitada no peito da irmã e ele abraçando as duas. 
  Tirei os saltos, peguei Helena no colo e acordei os dois para irem deitar na cama.


_ Mãe, tem problema ele deitar no meu quarto?
_ Não, podem ir. -falei indo para o meu quarto, deitei minha pequena na cama e fui tomar um banho para dormir e dar uma descansada.-
_ Mamãe!
_ Oi meu amor. -respondi desligando o chuveiro.-
_ Quelo colo seu. -me enrolei na toalha e sai do banheiro encontrando-a parada na porta.- 
_ Deita na cama, a mamãe já vem meu amor. Vou pôr uma roupa só...


  Entrei no closet e coloquei um pijama de shortinhos e blusinha de alcinha. Voltei para a cama, deitei com a Leninha e ficamos abraçadinhas até ela dormiu e eu fazer o mesmo depois.







~.~
Melissa mãezona haha
Fernanda baladeira! E Luan? Bom, deixo ele para o próximo capítulo rs

PS: Amores, 5 comentários (identificados né bem), posto o 213. Beijos!

domingo, 19 de fevereiro de 2017

Capítulo 211

Narradora
  Passado o susto da família com os dias de Melissa em hospitais e a viagem de aniversário de Arthur, tudo estava certo de voltar ao normal. Luan retornou com as viagens a trabalho e Fernanda assumiria todos os compromissos: empresa, casa, filhos e vida pessoal.
  Amanhecendo terça-feira, dia 03 de maio, Fernanda foi a primeira a acordar na casa para que nenhum dos outros viessem a atrasar. Assim que o celular despertou, ela desligou o alarme e levantou da cama, foi para um banho rápido e eu sair aproveitou para ir se secando para o closet, já imaginando o que iria vestir. Colocou a lingerie, shorts e regatinha. Deixou separada uma saia listrada, blusa de seda azul escura, salto alto e um blazer para ir ao trabalho e saiu de seu quarto.
  Ainda estava cedo quando Fernanda adentrou o quarto do filho e com todo carinho o acordou pedindo que ele fosse tomar um banho para ir a aula, deixou seu uniforme arrumado em cima da cama e foi para o quarto ao lado repetir o gesto com Maria Luísa que protestou um pouco mais, tentou continuar dormindo, mas não teve alternativa.


_ Nada disso, levanta filha. Oh, sua roupa está aqui em cima da cama, não quero você atrasada ouviu Maria Luísa?
_ Mãe, eu tô com sono. -resmungou ainda sentada na cama, cobrindo o rosto com as mãos.-
_ Toma um banho que passa. -se levantou beijando sua testa e saindo do quarto em seguida, deixando a luz acesa. Passou pelo quarto da Melissa e entrou no quarto da caçula da casa.- Bom dia meu amor. -falou sorridente ao ver Helena com os olhinhos abertos.- Dormiu bem?
_ Tade ôh papai? -foi sua primeira pergunta sem nem tirar a chupeta da boca.-
_ Dormindo meu bem, vamos levantar?
_ Não quelo ir hoje mamãe.
_ Por que filha? Tem que ir pra escolinha, senão a tia fica triste.
_ Eu tô tiste.
_ Quer conversar com a mamãe? -perguntou tirando-a do berço e se sentando na poltrona que havia no quarto, com Helena em seu colo.- Conta pra mamãe.
_ Não quelo, quelo o papai.
_ O papai foi trabalhar hoje, ele vai viajar alguns dias e depois ele volta pra casa. Quer falar com ele? -ela assentiu, Fernanda se levantou indo até o quarto dela buscar o celular. Desbloqueou a tela, discou o número e esperou que ele atendesse. Uma, duas, três vezes chamando e nada.- Olha, ele está dormindo agora... vamos lá tomar um banho, tomar café e aí a gente tenta outra vez pode ser?
_ Tá. -deitou a cabeça no ombro da mãe e ficou toda manhosa.-


  Fernanda deu banho, vestiu a calcinha, o uniforme, as meias e calçou o tênis. Passou a escova em seus cabelos, prendeu os fios em um rabo de cavalo e deu um beijo em sua bochecha.

_ Que linda essa minha princesinha gente.
_ Princesinha do papai tamém, né?
_ É, do papai também. -falou passando perfume na pequena.- Agora vamos lá chamar seus irmãos e ir tomar café né?
_ Uhuum... quelo meu tetê.
_ Ah é?
_ Sim. -pôs a chupeta na boca e saiu do quarto indo para o do irmão.- Bo dia Atur.
_ Ei, tô me trocando sabia? -ela nem ligou, subiu na cama, pegou o celular e sentou colocando o dedinho para desenhar o padrão de desbloqueio.- Quem tá mandando você mexer aí hein?
_ Não biga. -fez beicinho.- Mamãe!
_ Ih, começou a chatisse. -resmungou vestindo a camisa e indo pentear os cabelos.- Oh eu não fiz nada. -disse quando viu a mãe entrar no quarto.-
_ Você foi o primeiro a levantar e não tá pronto ainda? Cadê sua mochila?
_ Ali em cima. -apontou para a cama.- E ela tá mexendo no meu celular.
_ Ela nem sabe mexer.
_ Eu perdi as contas de quantas senhas troquei e ela aprendeu todas, não mudo mais.
_ O celular tem reconhecimento de digital pra isso. 
_ Negócio chato. 
_ Tá. Tá. Deixa de assunto que vocês ainda tem que tomar café.
_ Cadê a Malu hein?
_ Escolhendo pulseira.
_ Arruma tanto e fica com a mesma cara. -falou igual o pai, fazendo Fernanda rir.- Que foi mãe?
_ Nada querido, vamos?
_ Sim.


  Eles desceram na frente e a mãe atrás com as mochilas, colocando-as em cima do sofá e indo para a cozinha. Maria já havia chegado e tinha preparado o café da manhã para os três, pois sabia que Fernanda comeria na empresa, também deixou pronta a lancheira dos dois maiores e ajudou dando o leite da Helena enquanto Fernanda subia para trocar de roupa.
  Alguns minutos depois todos estavam prontos, sentados no sofá esperando a mãe descer.


_ A senhora vai assim? Toda gatona trabalhar?
_ Toda gatona, filho? Você achou?
_ Sim. Meu pai não vai gostar disso.
_ Seu pai não tem que gostar de nada, eu hein. -riu os chamando para irem pro carro.- Dá tchau pra Maria e vamos que está na hora.
_ "Tchau Maria." "Tchau Malia, faz bolinho depois."
_ Faço sim meu amor, boa aula viu.
_ Obigada. -e saiu.


  Arthur e Maria Luísa estudavam na mesma escola e entravam meia hora mais cedo que Helena. Fernanda os deixava e seguia para a escola da pequena que ficava em um bairro mais a frente.

_ Mamãe te ama, tá bom?
_ Tamém ti amo mamãe, tchau. -deu um selinho na mãe e entrou correndo com a mochila nas costas. Fernanda acenou para a professora, se despediu do porteiro e entrou no carro, agora seguiria para a CDM.





Narrado por Fernanda
  Deixei as crianças na escola e segui para a empresa, peguei o trânsito lento uns cinco minutos depois e consegui estacionar quase nove da manhã. Ou seja, estava atrasada.
 Entrei cumprimentando o porteiro, as recepcionistas, faxineiras, todo mundo até chegar no meu andar e ir para a minha sala. Nossa, quanto tempo não chego cedo nesse lugar. Suspirei, coloquei a bolsa em cima da mesa e fui usar o banheiro que eu estava apertada, fiquei tão pra lá e pra cá em casa que esqueci de mijar.


_ Nanda?
_ Oi, pera aí Isa. Tô no banheiro. -falei tranquila, sabendo que ela esperaria. Terminei de usar, lavei as mãos e sai.- Bom dia minha barrigudinha linda.
_ Bom dia. -nos abraçamos.- Tudo bem?
_ Tudo cheio de preguiça, olha... eu estava de férias, uma férias fora de época, nada planejava... mas que me fez esquecer dessa rotina louca. -dizia a ela enquanto tirava da bolsa meu celular, pessoal e corporativo, agenda e o notebook.- Mas eu sobrevivi. -risos.- E você? Como está esse neném da tia?
_ Crescendo mais... acredita que semana passada em engordei mais? 
_ Muito Isa?
_ Coisa de 500/700gr. -respondeu se acomodando no sofá de frente para a minha mesa, estava toda linda de vestido e sapatilhas.-
_ E nada de descobrir o sexo?
_ Sempre se escondendo, essa é a parte chata. Queria tanto ir comprando as roupinhas, decorar o quarto. -seus olhos brilhavam e meu sorriso aumentava, amava nenéns, dava saudade dos meus pequenos.- Mas eu acho que é uma menina.
_ Eu também, mas se vier um meninão eu juro que não reclamo.
_ Madrinha babona.
_ Sempre. -risos.- Veio falar sobre a agenda da semana?
_ Isso aí.
_ Podemos fazer isso enquanto tomamos café? Tô azul de fome, menina.
_ E eu sempre estou com fome, vamos.


  Peguei minha carteira e fomos na Casa do Pão de Queijo, fizemos os pedidos, escolhemos a mesa e nos acomodamos. Ela pegou a agenda dela, eu a minha e a Isa foi me atualizando dos compromissos de hoje, dos outros da semana e os eventos importantes nos quais eu teria que estar presente. Tomamos nosso café e voltamos para a CDM com todo o gás. Nos reunimos com os representantes de cada setor na sala principal e seguimos de acordo com a pauta, os assuntos eram muitos, fizemos apenas uma pausa para o almoço e retornamos para dar continuidade e demos a reunião por encerrada às 16h da tarde.

_ Nossa, tinha coisa hein.
_ Pra você ver, mas também falamos de tudo o que precisava. Nossa festa de aniversário inclusive, sabe que eu ti há esquecido?
_ Menina.
_ Sério, é tanta coisa na cabeça que eu realmente não lembrei. Queria algo diferente esse ano.
_ Baile de máscaras.
_ Pensei nisso também, mas aí seria algo mais restrito e um público mais adulto. Porque todo ano os funcionários trazem os filhos ou cônjuges, mas é sempre festa normal com muita comida, algumas "declarações" de agradecimento, uma retrospectiva do ano anterior e termina em balada e muita cachaça.
_ Ainda bem que sempre acontece numa sexta-feira. -riu.- Sábado ninguém vem trabalhar mesmo.
_ Amém por isso, porque eu mesmo bebia pra caramba e no outro dia acordada parecendo que um trator ti há passado por cima. 
_ O nome disso é ressaca. -risos.- Mas, assim, o baile de máscaras deveria se restringir a funcionários apenas. -nos sentamos e conforme as ideias iam surgindo nós íamos anotando em um papel.- Só precisamos fazer o levantamento de quantos sócios, quais seriam os seus convidados particulares, alguns clientes nossos e o número de funcionários.
_ Não esquenta com isso, irei contratar alguém pra esse serviço. Quero acompanhar tudo, mas quebrar a cabeça não que temos outros eventos pela frente.
_ Aquele almoço beneficente por exemplo.
_ Isso, esse mesmo. Eu lembro que ia junto com os meus pais, aí chegava lá e minha mãe toda no glamour, uma empresária séria e de uma educação absurda. E eu? Só levantava da mesa pra cumprimentar alguém ou comer.
_ Não bebia?
_ Champanhe.
_ Bicha fresca.
_ Só um pouco. -risos.- Mas eu dava umas escapadas as vezes, trocava uns beijos com algum outro sócio. Era bom.
_ Era. Agora você está muito bem casada.
_ Ah sim, muito mesmo. Com um homem bem ciumento que nunca deixou de me acompanhar e grudar feito chiclete. Não se apresentava nem como Luan, era o "sou o marido dela". 
_ Mentira que ele fazia isso.
_ Fazia pior, beijava meu pescoço... todo provocante.
_ Que safado.
_ Ele é, o mais safado de todos. -disse rindo.- Vamos trabalhar?
_ Agora.


  O serviço que sabíamos de cor, agora estávamos eliminando o que tínhamos de documentação pendente. Anexando os contratos assinados e respondendo os emails sempre. Terminamos boa parte e demos o expediente por encerrado.
  Guardei minhas coisas na bolsa, peguei meu celular e sai da sala me despedindo das meninas e esperando a Isa.


_ Tô tão cansada, meus pés estão inchados demais.
_ E você ainda vem de sapatilhas, vem de rasteirinha gata, vem de rasteirinha e pode ficar descalça. Eu fazia muito isso.
_ Você fica na sua sala né, ninguém fica olhando estranho.
_ Deixa olhar. -disse rindo.- Você vai pra casa?
_ Vou preciso tomar um banho, lavar os cabelos e colocar meus pés pra cima.
_ Aí que delícia aproveita muito viu. Porque eu vou passar na minha sogra pra buscar a Helena depois vou pra casa e aí é aquela coisa, dar banho, ajeitar a janta, ver as lições de casa e aí meu amor, não tem descanso.
_ Mas eles já estão grandinhos, é mais a Leninha né?
_ Todos os quatro. Helena eu tenho que dar banho, ajudar a comer... e os outros é em tudo, lição de casa, roupas depois do banho, só falta por a comida no prato. -ri.- Mas a verdade é que eu não trocaria por nada.
_ Eu me imagino assim, bem babona. -acariciava sua barriga.- Eu mãe, já pensou nisso Nanda?
_ Vai ser a coisa mais linda do mundo. Vou babar demais nesse afilhado ou afilhada, né. -sorrimos. Entramos no meu carro e fui deixar ela em casa.


  No caminho da casa dos meus sogros fui ouvindo música no último volume, curtindo o trânsito e cantando em alto e bom tom. Os motoristas dos outros carros e os pedestres me olhavam como se eu fosse uma louca. Mas pensa, uma quarentona num sonata com o som no último volume. Não era algo que se via sempre (risos). Cheguei no condomínio dos sogros e cinco minutinhos depois estava estacionando em frente a casa deles, desci do carro e fui entrando.

_ Oi bolinha de pêlos. -mandei beijo para o Puff que não parava de pular enquanto eu caminhava pelo corredor que dava acesso a sala.- 
_ Mamãe! -Helena desceu do colo do avô e veio correndo, peguei-a no colo e continuei andando até encontrar meus sogros. Os cumprimentei, conversamos um pouco, peguei a mochila da bonita, chupeta e fomos pra casa.


  Chegando em casa tudo estava tranquilo, Maria tinha ido embora, mas o jantar estava pronto em cima do fogão. Melissa estava na sala vendo TV e os meus bebês estavam terminando de tomar banho, e Thor dormindo. Subi com a Nena e tomamos banho juntas, quando descemos estavam todos na sala.

_ Oi lindinhos, como estão as coisas por aqui?
_ Estão ótimas, tudo em ordem.
_ Ótimo. Gosto assim. -risos.- Alguém tem lição de casa?
_ Lição de uma semana inteira! Esqueceu que não fomos pra escola semana passada mãe?
_ Esquecer eu não esqueci não, mas assim, vocês chegam quase uma da tarde. Tem tempo pra fazer isso.
_ Ah mãe, eu chego da escola cansado.
_ Não quero saber, quero o caderno dos dois em ordem. Ouviram? -os dois fizeram que sim e Melissa deu risada dos irmãos.- E você é outra, já decidiu sua vida?
_ Eu não vou entrar no segundo semestre. Vou prestar vestibular no final do ano e começo em janeiro.
_ E já está estudando pra isso?
_ Mãe, tem meses até lá.
_ E meses que você não pega num caderno. -respondi no mesmo tom.- Preciso ligar pra sua tia, hoje é aniversário dela.
_ Eu sei, nós ligamos pra ela hoje de tarde e ela falou mesmo pra senhora ligar.
_ É mãe, a Laura falou que ela estava pensando em sair. Até aquela amiga dela veio pra cá.
_ Sabe qual?
_ Ana Torres. -Melissa respondeu fazendo careta.-
_ Hm... vamos ligar pra titia, Leninha?
_ Titia Bruna?
_ É, pra dar parabéns pra ela. -tirei o telefone do suporte e disquei o número esperando ela atender.- Oi cu.
_ Aí sua feia, isso é jeito de ligar?
_ Parabéns meu amorzinho loiro, felicidades, mais anos de vida, mais momentos bons e que seja um ano das mais belas conquistas e realizações. Te amo tá mãezona, amigona, cunhada linda e a melhor madrinha.
_ Nossa, vou gravar isso e mostrar para as outras. -risos.- Mas obrigado Fê, desejo tudo em dobro pra você viu. Tudo mesmo.
_ Vai comemorar hoje?
_ Nós vamos, né? Reservei um camarote na Woods e você vai, coloquei seu nome na minha lista.
_ E nem avisa? Eu tenho um marido sabia?
_ Você estará com a sua cunhada mais linda e amada, tá comigo tá com Deus.
_ Que medo Bruna. -risos.- Vão que horas?
_ Depois das onze e meia, vamos a madrugada toda. Já estou arrumando as coisas das crianças pra levar eles pra casa da minha mãe.
_ Não quer trazer eles pra cá não e fica todo mundo aqui?
_ Melissa não vai achar ruim não?
_ Vai nada, ela fica de boa. -quando falei isso Melissa tirou a atenção do celular e me olhou fazendo careta.- Então?
_ Tá, eu levo os dois. Esteja bem linda hein.
_ Pode deixar... agora tem uma pessoinha querendo falar com você.
_ Aí minha pequena. -deixei as duas conversarem e depois Helena deu tchau pra tia e me entregou o telefone.-
_ Mê?
_ Eu bem escutei a conversa... e eu estava pensando em ir sabia? Agora vou ficar de babá?
_ Melissa é por algumas horas, acabando lá em venho pra casa e mais... eles vão dormir daqui a pouco.
_ Tá né mãe, você já decidiu tudo mesmo.
_ Te amo. -beijei seu rosto e fomos jantar.


  Após o jantar subi com a Helena e ficamos no quarto até ela dormir na minha cama, foi o momento perfeito para me arrumar. Separar uma roupa, pensar no que faria nos cabelos e acessórios, sem contar os sapatos. Perto das dez da noite Maria Luísa entrou no quarto reclamando de dor de cabeça, não deu cinco minutos e Arthur entrou reclamando de dor de barriga. Respirei fundo cogitando a ideia de cancelar a comemoração da Bru e ficar em casa.

_ Ah não mãe, a senhora tem que ir.
_ Mas Melissa, seus irmãos não estão bem. -falei ainda enrolada na toalha, olhando os dois deitados na minha cama cochilando.- É ruim, né?
_ Eu cuido deles, pode ir tranquila. Se as coisas não melhorarem eu te ligo ou ligo pra minha vó que vai estar mais perto.
_ Nada disso, me liga tá? -ela assentiu rindo da minha preocupação e saiu do quarto deixando que eu me arrumasse.


  Eu não costumava sair muito depois que as crianças cresceram, mas isso não queria dizer que eu não gostasse. Então caprichei. Comecei pelos cabelos, nada muito cheio de frescura, os deixei em um rabo de cavalo bem alto e muito bem preso. Segui para a maquiagem, marcando bem meus olhos e destacando minha boca deixando-a maior e linda. Separei uma gargantilha, relógio e algumas pulseiras e minha aliança (claro, né?). A roupa eu estava um pouco indecisa, mas optei por um vestido tubinho preto com um decote em U e as costas trançadas e mais abertas, um salto meia pata bege. E estava pronta. 
  Ajeitei minha bolsa colocando carteira, com o RG e dinheiro/cartão, meu celular também ficaria ali, as chaves (de casa e do carro) e meu batom para dar aquela retocada.


_ Nossa hein dona Fernanda! Que mulherão.
_ Obrigada, beijos. Estou indo tá?
_ Vai com Deus, e deixa eu falar, o Leo vem vindo.
_ Estão usando camisinha?
_ Mãe!
_ Eu confio em você meu bem, juízo. Tchau. Se seu pai ligar... -não terminei a frase porque meu celular estava vibrando, e a palavra amor estampada na tela.- Oi vida.
_ Vida, é? Tá aonde Fernanda?
_ Estou em casa, quase saindo.
_ Essa hora? Posso saber onde a senhorita vai?
_ Pra Woods comemorar o aniversário da minha cunhada. Algum problema?
_ Todos. Você é casada.
_ Ela também.
_ Você tem filhos.
_ Sua irmã também.
_ Seu marido é ciumento.
_ Um particular dele.
_ Ah, então é assim Fernanda? Você nem me fala nada, sai e não avisa... -ele ia começar seu discurso triste e dramaturgo, revirei os olhos, respirei fundo e o interrompi.-
_ Escuta aqui, eu tenho 40 anos, sou muito bem casada, sei que sou mãe e sou esposa. Estou indo porque é minha amiga, madrinha da minha filha e minha cunhada. Eu não estou interessada em encher a cara e dar PT, não estou interessada em sair pra beijar na boca, pra transar. -quando falei isso ele começou a tossir e Melissa arregalou os olhos desacreditada.- Quero me divertir Luan, dançar, dar risada... coisa que ultimamente eu não tenho feito. E mais, sobre te avisar? Quando você está viajando e decide depois de um show ir para uma balada eu não me oponho, nem fico te cobrando satisfações... então meu amor, sem estresse. -ele ficou mudo do outro lado da linha.- Amor?
_ Você é muito grossa sabia? Eu só estava conversando e você vem toda ignorante. Eu me preocupo com você.
_ Eu te amo, e estou atrasada. Tchau.
_ As crianças vão ficar com quem?
_ Melissa e Leonardo.
_ O que? Esse viadinho vai ficar enfiado dentro da minha casa quando nem eu nem você está? Fernanda... esse menino tá abusando.
_ Luan, a Melissa não é criança.
_ Eu não quero saber, porque se ele tiver comendo minha filha ele vai ficar sem a porra do pinto.
_ Que medo hein sogrão. -ri.-
_ Continua rindo, quando ela arrumar uma barriga.
_ Existe camisinha viu, anticoncepcional também. Ou se preferir gozar na boca é muito melhor.
_ Para de falar essas coisas em público, onde já se viu.
_ É meu filho, ela cresceu.
_ Não quero imaginar minha fazendo boquete em ninguém Fernanda.
_ Amor, você é ridículo sabia? -ria.-
_ Ridícula é você que acha graça em tudo e brinca com tudo. -falou sério.- Ela tá aí?
_ Está. -entreguei o celular a Melissa e peguei o telefone de casa pra ligar pra Bruna e saber onde ela estava, e por sorte a bonita já estava no condomínio entrando na rua de casa.- Pronto aí vocês dois?
_ Meu pai é louco mãe, onde já se viu ficar falando de sexo pra mim? Mãe!
_ Ele tem ciúmes, porque ele sabe o que fez com a filha dos outros.
_ Me poupe dos detalhes. 
_ Tá. Deixa eu falar, sua tia está chegando. Conseguem ficar aqui direitinho?
_ Sim, tô esperando o Leo. Falei pra ele trazer sorvete.
_ Para de comer doce Melissa.
_ Ele traz o sorvete e eu faço brigadeiro.
_ Não sei porque vocês não namoram logo e ficam nessa viadagem. -disse eu revirando os olhos e guardando meu celular dentro da pequena bolsa, abri a porta e quando estava saindo vi minha cunhada estacionar e buzinar para mim.- Oi lindas, vou de carro também. Quem vem comigo?
_ Eu. -disse a Paiva pulando pra fora do carro vindo me abraçar, Laura e Lucas também desceram, falaram comigo e entraram em casa. Dei a volta entrando no meu carro e seguimos nosso rumo: Woods Bar São Paulo.











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  Bom dia lindas, tudo bom? rs Olha quem voltou, quem deu aquela aparecida? Eu mesma! 
  O capítulo mostrou bem a rotina da Nanda como mãe e agora mais pro final ela com as amigas! Adoro, já quero mais. 