{...} Abre mais a blusa, me usa! Só não pede pra parar... ♪♫

sábado, 19 de agosto de 2017

Capítulo 234


  Leiam também: http://fanficamordeinterior.blogspot.com.br/2017/08/personagens-principais.html?m=1 ❤



Narrado por Melissa
  Subi para o quarto e quis tomar um banho estava me sentindo com calor, toda suada e queria dormir limpinha. Depois de um banho quente e colocar um pijama bem fresquinho me sentei na cama e peguei o celular.


_ Melissa você não sabe! -Maria Luísa entrou no meu quarto toda eufórica com um sorriso enorme no rosto.- Eu beijei.
_ Beijou quem Maria Luísa? Você não foi na casa da sua amiga? -perguntei besta, de boca aberta.
_ A mãe dela levou a gente no shopping e os meninos já estavam lá. Nós fomos no cinema e eu fiquei com ele.
_ Você só tem doze anos, Malu. -ela deu de ombros.- Mas e aí, você gostou?
_ Não. Foi muito ruim, fiquei com sede depois.
_ Foi só por curiosidade então? -ela assentiu.- Você contou pra mãe?
_ Ela está com o papai na sala, não dava pra falar... e ele não pode saber. Nem ele, nem o Art.
_ E você me conta isso assim? Nem me preparar antes?
_ Ah, você é minha irmã mais velha e é garota. -ficamos naquele papo calcinha até tarde da noite, meu sono foi até embora e ela não parava de falar. Ainda descemos para a cozinha, fizemos brigadeiro e voltamos para o meu quarto onde assistimos filme e depois fomos dormir.


  No outro dia minha mãe nos acordou cedo, cedo mesmo. Disse que era pra gente se arrumar se não perderíamos a hora das nossas aulas e eu,  mesmo zumbi, levantei e troquei o pijama por uma calça jeans, uma regata qualquer e tênis. Prendi os cabelos de qualquer jeito, lavei o rosto, escovei os dentes. Peguei a bolsa, o celular e desci para a cozinha.

_ Vai levar a gente assim?
_ Sei pai vai levar vocês, eu vou trocar a Helena.
_ Ela não vai pra aula hoje?
_ Acordou com febre, chorando... vou dar um banho nela e vamos no pediatra.
_ Tá bom. -dei de ombros e me sentei para comer, mas não estava sentindo fome. Empurrei pra dentro um copo de suco de laranja, alguns pães de queijo com requeijão e um pedaço de bolo de milho.
_ Bora lá? -olhamos e ele estava todo lindo de moletom e regata, já com as chaves e carteira na mão.
_ Tchau mãe. -falamos antes de sair de casa e entrarmos no carro.


  Primeiro meus irmãos, depois eu.
 Entrei na sala de aula e sentei no fundo, meu lugar preferido desde o ensino médio. O primeiro professor iniciou a aula e eu estava me policiando para não dormir, mas não teve jeito... eu não tinha dormido bem então na terceira aula eu abaixei a cabeça e dormi. Acordei quando era intervalo e porque uma menina me cutucou pra saber se eu ainda estava viva.


_ Você dorme demais, eu hein.
_ Quando se tem sono... -dei risada.
_ Professor fingiu não ver você aí dormindo.
_ Ele é um lindo. -disse bocejando.


  Saímos da sala e fomos comer alguma coisas na cantina, mas aquele cheiro de fritura me deu uma ânsia tão grande, mas ao mesmo tempo eu estava com vontade de comer. Comprei, comi e corri pro banheiro.
Mais algumas horas e veio o horário do almoço, mais quatro aulas e fim de mais um dia letivo.



"Me avisa quando estiver saindo, tô no VIP." -era o meu pai.
_ Pai, sai agora... o senhor vem?
_ Aguenta uns minutos que eu já chego. -sentei no banco que tinha de frente com o cursinho e esperei por mais de meia hora até ver o Durango estacionando.- Entra aí, tenho que buscar sua mãe também.
_ Oi, onde ela tá?
_ Fofocando na casa da sua tia. -falou ajeitando o retrovisor.- Como foi?
_ Cansativo, tô exausta e tô com fome. -falei encostando a cabeça no banco.- Pai?
_ Hmm... 
_ Tô com vontade de comer tapioca. -falei receosa, mas lambendo os lábios cheia de vontade, estava dando água na boca só de imaginar a tapioca bem recheada sendo mastigava e engolida. 
_ Sabe onde vende?
_ Não. Mas minha vó sabe fazer... vamos lá?
_ Liga pra ela, vê se ela está em casa. -peguei o celular e digitei o número. 
_ Marizete.
_ Oi vó, sou eu.
_ Oi Mê, tudo bem?
_ Tudo e a senhora? O vô?
_ Estamos bem graças a Deus. Aconteceu alguma coisa?
_ Tô com vontade de comer aquela tapioca que a senhora faz, mas com muito recheio. 
_ Ô minha filha, aparece aqui em casa que a vó faz pra você.
_ Pode ser agora? -pedia e meu negou com a cabeça, sorrindo, mas na dele.
_ Pode, pode sim. Já está vindo?
_ Pai? -ele assentiu.- Sim, vó. Daqui a pouco estamos chegando.
_ Estou esperando viu, um beijo querida. 
_ Beijos, tchau. -e desliguei.- Obrigado. 
_ Por nada. -liguei o som de seu carro e seguimos para a casa do dona Marizete, vovozinha mais linda do mundo.


  Chegando lá meu pai esperou que eu descesse do carro para estacionar e entrar também. Abri a porta e o Puff veio nos receber, cumprimentei meu avô e corri pra cozinha pra abraçar minha vó e lá estava ela recheando minha tapioca.

_ A senhora é uma linda, eu te amo viu.
_ Oi xumba. -beijou sua testa, abraçando-a de lado.- Tudo bom com a senhora?
_ Tudo meu filho, e você?
_ Tô bem, tô bem. -ela sorriu pra ele que se desfez do rápido abraço e foi abrir a geladeira para tomar água.- Bruna não veio aqui hoje?
_ Ficou de vir, mas parece que a sogra da Laura iria fazer um almoço pra eles.
_ Sogra? Minha afilhada está namorando e ninguém me fala nada? É isso?
_ Meu filho...
_ Tudo bem, padrinho não precisa saber dessas coisas não é? Afinal... nessa família eu sou o último a saber de tudo. -eu entendi a indireta, mas fiquei na minha. Disfarcei e sai dali, voltei para a sala e me sentei com o vô Amarildo.
_ E esse bebê aí?
_ Tá aqui. -sorri.
_ Como você tá?
_ Tô bem vô, tenho uns enjoos... às vezes aquela vontade de comer alguma coisa... mas estamos aí.
_ Ainda tem chão viu, até nove meses vai acontecer muita coisa. -apertou meu nariz.- E seu pai?
_ Estamos nos falando, mas ele não pergunta do bebê. -dei de ombros.
_ Tudo tem seu tempo minha querida.
_ E que tempo demorado. -ri debochada.
_ Ele é cabeça dura, mas te ama muito Melissa. Você é a menina dos olhos dele. A filha que o ensinou como ser pai, dê tempo ao tempo.
_ Aí vô, é chato sabia.
_ Agora que você estará se tornando mãe vai entender. -piscou.
_ Melissa!
_ Oi vó?
_ Vem comer, tá pronta.


  Não perdi tempo e chamei meu vô para irmos comer. Nos sentamos e comemos, na verdade eu comi mais que todo mundo, depois de três tapiocas doces e duas salgadas, eu estava satisfeita. Depois meu pai foi buscar minha mãe na tia Lila e eu fiquei na minha vó o restante da tarde e comecinho da noite.
  Tomei banho por lá mesmo e quando estava me arrumando pra deitar meu pai ligou falando que estava indo me buscar.


_ Tchau pra vocês, fiquem com Deus. -me despedi e fui para o carro.- O que foi que o senhor estava com essa cara?
_ Sua mãe é louca, isso sim.
_ O que ela fez?
_ Tá na TPM. Vim dar uma volta. -piscou.
_ Ai pai. -ri.- Nem perguntei se a Nena melhorou.
_ Ah melhorou sim, está aprontando... já está ótima.
_ Não fala assim da bichinha, pai.
_ Ela sozinha subiu no armário do banheiro do meu quarto, e sua mãe deitada não viu.
_ E ela caiu? -perguntei preocupada.
_ Não, mas sua mãe me xingou... vai entender. -disse parando no semáforo, ao lado de um carro cheio de mulheres. Meu pai não olhou para o lado, mas elas faltaram pular no colo dele. Fechei a cara e os vidros dando a desculpa de que estava com frio.
_ Vocês já jantaram?
_ Cê tá com fome? -olhou espantado e eu fiquei sem graça de dizer que sim.- Tem o que no seu estômago?
_ Sei lá, eu só queria comer uma coisinha antes de dormir.
_ Maria fez a janta, só não sei o que é.
_ Não jantou em casa, é?
_ Não. Ficamos na sua tia, e quando chegamos as crianças já tinham jantado.
_ Ah tá... minha vó tá ai ainda?
_ Foram pra casa da dona Elize, só estamos nós. -deu de ombros.

Chegamos em casa, ele estacionou e nós descemos. Entrei em casa e as luzes estavam apagadas, mas o barulho vindo dos quartos estava grande.
_ Helena, sobe nessa cama agora. -escutei minha mãe dizer.- Espera só o seu pai chegar que você vai ver, viu...
_ Boa noite, pai. -ele beijou minha testa e eu segui para o meu quarto.




Narrado por Luan
  Busquei Melissa na casa dos meus pais e na volta tivemos uma conversa tranquila, me senti melhor por isso. Fechei a casa, dei boa noite pra Melissa assim que chegamos no andar de cima e entrei no quarto escutando a Nanda reclamar com a Helena.


_ Papai! -veio correndo e pulando no meu colo.
_ Olha Luan... dá um jeito nela. -falou levantando da cama e indo para o banheiro, dei risada e peguei minha pequena.
_ Está na hora de dormir, não acha? -perguntei tirando a tiara de seus cabelos, seu tênis e trocando o vestido por um pijama e indo para o quarto dela.- Sem bagunça, tá? -ela concordou.
_ Papai, eu não tô com sono.
_ Eu sei pequena, mas tá tarde. -beijei sua testa.
_ Tá de noite, né papai?
_ Tá bem de noite, vamos deitar na sua cama e dormir.
_ Você é bem grande, não vai dar papai. -ria.
_ Eu sento do seu lado no chão. -falei ajeitando sua cama, deitando-a e me acomodando no canto próximo a parede.- Fecha o olhinho, fecha meu amor.
_ Tá bom, papai. Boa noite.
_ Boa noite princesa. -apaguei as luzes e permaneci ali até que ela pegou no sono, o que demorou bastante. Sai do quarto deixando uma fresta da porta aberta, luz do corredor acesa e entrei no nosso quarto.
_ Ela dormiu?
_ Sim. -respondi tirando os sapatos, meu relógio e a blusa de frio que vestia.
_ Amor?
_ Hm...
_ Está tudo bem?
_ Sim... por quê?
_ Você voltou diferente da casa da sua mãe. Me conta, o que aconteceu?
_ Não aconteceu nada, amor.
_ Tem certeza?
_ Sim. -lhe dei um beijo e tirei a camisa.
_ Tá bom... -ficou me olhando toda desconfiada, entrei no closet e depois de pegar uma samba-canção e vestir, voltei para a cama e apaguei as luzes.
_ Boa noite minha gatinha.
_ Não sou gatinha.
_ Tigresa (risos).
_ Amor...
_ Oi.
_ Não quer dormir abraçadinho comigo hoje? -juntei mais meu corpo do dela e abracei sua cintura, ela descansou sua cabeça em meu peito e com as mãos ficou alisando minhas costas.- Boa noite vida.
_ Boa noite. -fechei os olhos e dormi.


  Acordei no outro dia um pouco tarde, já se passavam das 10h e eu estava todo espalhado na cama. Sem celular tocando, sem criança pulando em cima e sem ninguém me agarrando. Estava recuperado para começar toda a correria outra vez.

_ Amor? Já acordou? -virei de frente para a porta e ela sorria.- Boa tarde.
_ Boa tarde.
_ Não vai descer pra almoçar? Daqui a van está aí.
_ Tô com preguiça. -cocei os olhos, sorrindo.
_ Eu sei, mas não enrola. Tá? -assenti.- Sua mala já está pronta?
_ Não senhora.
_ Você tá muito mal acostumado viu. Toma um banho enquanto eu arrumo ela, aí nós descemos.
_ E as crianças?
_ Na escola, amor.
_ Não vou nem me despedir deles?
_ Dá tempo.


  Acabei levantando e indo tomar meu banho, ao sair enrolado na toalha vesti uma bermuda, regata e calcei os chinelos. Penteei os cabelos e fiquei esperando por ela sentado na cama, mexendo no celular.

_ Quer ajuda ai, amor?
_ Não, agora eu já acabei. -disse levantando da cadeira.- Só você descer a mala, obrigada.
_ Obrigado meu amor. -dei uma juntada nela e nos beijamos.- Bora comer?
_ Uhuum, tô com fome. -falou se desvencilhando e saindo do quarto. Fechei a mala e sai puxando pelo quarto, descemos e eu a deixei encostada perto do corredor e fui almoçar.
_ Ô Mariazinha, linda. -beijei seu rosto.
_ Descansou meu filho?
_ Graças a Deus, sim. -falei me acomodando e me servindo assim que ela se juntou a nós. Almoçamos, ela retirou a mesa e nós fomos para a sala.
_ Não queria que você fosse não, é tão bom te ter aqui em casa. -dizia abraçando minha cintura.
_ Não fala assim que eu fico viu (risos). Vou ficar com saudades.
_ E eu mais ainda. -namoramos um pouco naquele sofá antes de ela ir buscar as crianças e voltar para casa em tempo de eu dar tchau e seguir viagem.




Narrado por Melissa
  Meu pai viajou na quarta a tarde. Quando foi na quinta de manhã eu não fui a aula, minha mãe tinha marcado a primeira consulta com uma ginecologista obstetra e eu iria saber como estava de saúde e a saúde do bebê. Ela marcou para às 10h. Fomos eu, ela e o Leo. Foi uma consulta demorada eu diria, a doutora fez um monte de perguntas, mas muitas mesmo... fora a bateria de exames que foi pedida e a ultrassonografia que foi bem detalhada e muito bem explicada. Saímos dali era pouco mais que 11h, o Leo deixou minha mãe na CDM e nós seguimos para a casa dele.


_ E aí, como foi lá? -Stephanie apareceu na sala sorrindo assim que abrimos a porta.
_ Foi bom sogra. -a cumprimentei e nos sentamos no sofá para conversar sobre a consulta enquanto o Leo subiu para trocar de roupa.
_ E pra quando esses exames todos?
_ Uma semana e meia. Mas ainda não agendei nenhum, tô esperando chegar em casa. -sorri.
_ Ah sim, se quiser companhia já sabe. -sorria toda empolgada.- Tenho um presente para o bebê, já venho. -ela saiu da sala e foi para a escada, voltou depois de alguns minutos com uma caixinha de presentes.
_ Ai não precisava. -falei sem jeito.
_ O primeiro de muitos (risos). -e entregou, abri e achei lindo.- Uma graça, não é?
_ É sim, eu amei. -era um ursinho de pelúcia, muito fofo.- Obrigado, sogra linda.
_ De nada, a Ceci que escolheu quando fomos comprar a boneca de pano dela.
_ E cadê aquela fofura pra eu encher de beijos?
_ Saiu com o Matheus agora pouco, devem estar pra voltar já. Iam no mercado só.
_ Essa gosta de passear, você não tem ideia de como essa Cecília é rueira. Parece o irmão dela.
_ Qual dos?
_ Leonardo.
_ O que tem eu? -perguntou desconfiado, terminando de descer as escadas e se sentando ao meu lado.
_ Gosta de uma rua.
_ Ficar em casa só pra comer e dormir.
_ Ficar com a família não é?
_ Claro que sim, sempre dona Stephanie. Colinho de mamãe é tudo.
_ Eu sei filho. -beijou o rosto dele.- Vou subir, beijos Mê.
_ Beijão. -falei ajeitando a almofada e encostando no braço do sofá, pondo as pés pra cima.
_ De quem é? -perguntou pegando o ursinho.
_ Do bebê, sua mãe que deu.
_ Ela pode dar presentes e eu não? -cruzou os braços.
_ Me desculpa por ontem, fui grosseira com você loirão.
_ Foi mesmo.
_ Foi mal. -encolhi os ombros e ele alisou minha perna.- Eu só estava pilhada.
_ Ainda está, não sei porque...
_ Ainda não estou me adaptando a isso.
_ Isso? 
_ É. -disse sincera e ele ficou quieto, estava prestando a atenção no que eu dizia.- Eu não queria, mas aconteceu e agora me vejo sem alternativas sabe?
_ É tão ruim assim?
_ Não sei, mas não tem sido muito bom de início. O clima lá em casa ficou péssimo, de ontem pra hoje que meu pai estava falando comigo, mas naquelas... todo mundo agora se sente no direito me dar sermão e falar que tenho que fazer isso ou aquilo. Fora as pessoas que indiretamente depositam expectativas. -respirei.- Não consigo relaxar assim.
_ Caralho, não sabia que estava sendo assim... você poderia contar pra mim essas coisas. Antes de namorados, somos melhores amigos.
_ Eu estava com raiva, não queria muito falar disso e muito menos com você.
_ Nossa loira.
_ Mas é, ué. Não preciso mentir pra você.
_ Eu sei... mas está melhor depois da consulta?
_ Tô mais curiosa pra viver essa nova fase, mas ainda não me joguei de cabeça...


  É fantástico você ter a oportunidade de conversar com alguém que realmente te entenda, te conheça e minhas conversas com o Leo era sempre assim desde muito antes de sermos namorados. Ele tinha aquele jeito louco, aquela boca suja que antes de filtrar já havia dito um palavrão, mas não se queixava de me escutar falar por um longo tempo seja qual fosse o assunto. Senti um alívio maior depois que falamos sobre a gravidez, um grande alívio mesmo.

_ Você se preocupa demais, tinha que parar com isso um pouco.
_ Prometo tentar. -pisquei antes de me levantar para ir ao banheiro, depois fomos para a cozinha almoçar. 
_ Cadê meu pai que não chega hein?
_ Ele está com a Ceci devem estar chegando. -nos acomodamos e esperamos meu sogro e a cunhadinha chegarem e juntarem-se a nós para a refeição.
_ Mel, você viu o ursinho que eu comprei?
_ Vi e achei ele muito lindo, muito mesmo. Obrigado, meu amor.
_ De nada. Depois eu e o papai vamos comprar o outro presente.
_ Aé? -ela fez que sim com a cabeça e voltou a mastigar, assim como nós.


  Terminamos de comer e eu como de costume ajudei minha sogra com a louça antes de irmos para a sala e ela subir com a pequena para o "sono da tarde". Ficamos na sala, eu, Leo e meu sogro, Matheus. Os dois começaram num papo deles, falando de times de basquete e eu boiando, estava deitada no colo do Leo e acabei dormindo. E foi um sonão daqueles, acordei quando ele me chamou para deitar na cama enquanto ele ir se arrumar para ir pra faculdade. Não dormi mais depois disso, sentei na cama e fiquei no celular até ele se aprontar e nós irmos para a minha casa.

_ Tchau, qualquer coisa me liga. -nos beijamos e ele saiu. Entrei em casa e os bonitos estavam assistindo filme na sala de cinema, subi para o quarto e depois de trocar de roupa, deitei e dormi. Outra vez.











~.~
  Capítulo tranquilo, amo. Que as coisas melhorem, não é mesmo? Odeio esse climão! :$

sábado, 12 de agosto de 2017

Capítulo 233

Narrado por Luan
  Passado o domingo ainda teriam mais três dias de folga antes de retornar à estrada e cumprir todos os compromissos da agenda. Então eu poderia descansar, mesmo não sabendo o que era essa palavra desde que descobri a gravidez da Melissa.
 Dormi feito pedra de domingo para segunda, e quando acordei na manhã seguinte estava com o corpo todo dolorido. Puta que pariu. Parecia ter passado um caminhão por cima de mim, abri os olhos e virei na cama sentindo minhas costas doer e minha coxa querendo dar câimbra.


_ Luan, tá tudo bem? -Fernanda perguntou com voz de sono, olhei e nem de olhos abertos ela estava.
_ Não. Porra! -resmunguei baixinho.
_ Hm... o que foi? Eu quero dormir, amor.
_ Meu corpo tá doendo, minha coxa querendo dar câimbra. Fernanda! -estiquei a perna e foi batata. Doeu pra caralho, e eu não sabia de que jeito ficar para aquela porra para de doer.
_ Calma, vai mexendo a ponta dos dedos do pé. -disse levantando e tirando a coberta de cima de nós dois, ficou ajoelhada entre as minhas pernas e tocou com aquelas mãos quentinhas, apertando bem enquanto massageava.- Relaxa, pensa em qualquer outra coisa. 
_ Tô pensando sim. -grunhi.
_ Isso... tá melhorando?
_ Parou de doer. -ela sorriu e ia deitar de novo.- Ô amor, minhas costas estão zuadas. -franzi a testa.
_ Aí Luan, não te mandei ir jogar bola não. Eu hein.
_ Ô minha rainha, sua massagem é tão boa. -disse virando de frente pra ela e repousando minha mão sobre sua coxa nua, assim como sua bunda e sua boceta.
_ Pode parando, eu quero dormir... -virou de costas pra mim, deixando sua bunda bem exposta. Dei um tapa e ela assustou dando um grito.- Luan Rafael!
_ Só queria uma massagem nas costas... juro amor. -ela não disse nada, levantou da cama e foi para o banheiro, ficou uns minutos lá dentro e logo escutei a descarga e a vi sair. Saiu do banheiro e entrou no closet, virei de barriga pra baixo e abracei seu travesseiro.
_ Não são nem oito da manhã. -falou subindo na cama.- Vem mais pra meio. -assim fiz e ela montou em cima de mim, sentando sem calcinha e de camisola na minha bunda.- Relaxa, Luan. -deitei a cabeça de lado no travesseiro e fechei os olhos, não demorou para que eu sentisse um óleo ser derramado nas minhas costas e suas mãos o espalhar suavemente, mas não foi só isso que eu senti... seus cabelos tocavam meu pescoço de forma sutil e eu podia sentir sua boceta molhadinha em cima de mim. Ah, delícia! Continuei quieto, me concentrando em suas mãos. Do quadril, passando por toda a coluna e caprichando nos ombros e pescoço, gemi de alívio por estar passando a dor e ela continuava inclinando o corpo, o tecido macio da camisola tocando minha pele, assim como os lábios beijando meu pescoço.
_ Pescoço é covardia, amor.
_ Tá relaxado já?
_ E de pau duro também. -falei virando de barriga pra cima e segurando seus pulsos.- Você está tão linda assim. -ela sorriu e trouxe seus lábios até os meus dando-me um beijo gostoso, quente e excitante. Mordia meu lábio inferior, passando a língua em seguida. Fernanda sabia ser sexy em todo o tempo.- Nanda. -disse ao sentir sua boca roçando meu pescoço, gemi e levei minhas mãos até sua cintura, encaixando seu sexo no meu.- Delícia.
_ Uhuum... -ela levou as mãos aos meus cabelos, segurando-os firme enquanto atacava minha boca e rebolava no meu colo, por cima da cueca e foram longos minutos assim... até que eu tirasse sua camisola e dominasse mais o momento. Deitei-a na cama e comecei os beijos por seu rosto, toquei seus lábios com a língua, repetindo o gesto em seu pescoço e seios. Sugando os mamilos, dando aquela atenção especial antes de traçar uma linha imaginária até sua pélvis. A respiração entrecortada, corpo todo arrepiado e as pernas um pouco afastada. Desci mais, plantando um beijo em seu clitóris e mordendo a parte interna de suas coxas, lindas e do jeito que eu gostava.- Luan... -apoiei as mãos atrás de seus joelhos e os empurrei para cima e depois para os lados. Desenhei todo sua boceta com a língua, enfiando devagar e escutando seu gemido intenso e quase reprimido.
_ Eu quero ouvir você, gostosa. -beijei com desejo, sentindo seu cheiro de mulher e deixando-a ainda mais lubrificada. Brincando com aquela parte sensível e dando a minha esposa muito prazer.
_ Luan... -ela puxou meus cabelos e ergueu o quadril, sedenta. Mantive o ritmo, penetrando dois dedos na minha gatinha manhosa.- Ãn... ahn... Luaaan...
Aõohn... Por favor, mais rápido. -pedia ofegante e não lhe neguei isso, até porque ver o quanto ela se contorcia naquela cama não tinha preço.- Filho da puta! -fechou os olhos e jogou a cabeça pra trás, relaxando em seguida. Dei beijinhos em seu umbigo, passei levemente os dentes naquela barriguinha e antes de roçar meu pau duro nela outra vez.
_ É isso que você quer né? -ela riu.- Safada. -abaixei a cueca e encaixei meu corpo no dela, sentindo o calor e aperto que era estar ali.- Porra...
_ Faz comigo, faz..  -pedia.
_ Com todo o prazer. -procurei uma posição confortável, apoiando as mãos no travesseiro e aumentando a velocidade, mantendo no ritmo que mais gostamos até ela chegar ao clímax e pedir por mais. Metia fundo olhando naqueles olhos e escutando cada palavra entre um gemido e outro, sorrindo, beijando aquela boca ainda mais. Não me cansava nunca, não dela. Não me lembrava mais do que eram as dores no corpo, estava com a mente ocupada demais para isso. Coloquei a Fernanda de quatro, enrolei minha mão esquerda em seu cabelo e com a direita dei uns bons tapas naquela bunda gostosa antes de meter mais e mais com mais rapidez, tesão. Sentia o suor escorrer, o calor dominar e o desejo crescer ainda mais. Trocamos de posições por algumas vezes até terminarmos de ladinho, dando selinhos um no outro.- Deu pra suar, né?
_ E como deu... -sorriu se aninhando no meu peito, bocejando. 
_ Vai dormir, é isso? -ela balançou a cabeça dizendo que sim e sorriu outra vez.- Usou meu corpo e agora me deixa sozinho.
_ Dorme também bobo, eu te amo. Tá?
_ Também amo você.
_ Agora fica quietinho, tá bom? -abraçou minha cintura e em poucos minutos dormiu. Puxei a coberta, ajeitei os travesseiros e peguei o controle da TV, deixei bem baixinho e peguei o celular.   Assisti alguns vídeos, olhei o twitter, passei pelo instagram e até deixei uma fotinho por lá antes de acompanhar parte dos comentários no facebook e responder o whatsapp.


Minha vida ❤



  Fernanda dormiu pouco mais que meia hora, quando despertou foi para um banho e me deixou deitado. Levei pra ir ao banheiro e quando sai vesti uma cueca e voltei a me deitar.

_ Mamãe? -Helena batia na porta.- Mamãe!? -levantei rápido, abri a porta e encontrei a bonita descalça e de chupeta.- Bom dia papai. -estendeu os braços pedindo colo.
_ Bom dia, minha princesa. -beijei seu rosto e entrei, fechando a porta.
_ E a mamãe?
_ Tomando banho, o que foi?
_ Eu acodei, papai. Tá na hora já.
_ Tá é?
_ É. -sentei com ela na cama e ficamos conversando, Nena me perguntava porque estava de dia e o quarto estava bem de noite. Respondi sua pergunta e entramos em outro assunto até Fernanda sair do banho.- Bom dia, mamãe.
_ Bom dia pequena. -beijou sua testa.- Não foi pra escolinha hoje é?
_ O papai não me levou eu. -fez bico.
_ Porque ele queria ficar com você, ficar bem pertinho... -apertou seu nariz, fazendo-a rir.
_ Eu também quelia ficar bem pertinho do papai. -falou me abraçando pelo pescoço.- Te amo, papai.
_ E eu?
_ Também amo você, mamãe.
_ Coisa linda. -mordi suas bochechas.
_ Se comportem, eu já venho. -disse dando as costas e indo para o closet.
_ Papai, o telefone.
_ O que tem o telefone?
_ Pa tirar foto, papai.
_ Você quer?
_ Uhuum... com você. -acendi as luzes e deitei de barriga pra baixo, procurando o celular no meio das cobertas.- Ali ó, perto do tavesseiro da mamãe. 
_ Olha aqui, faz uma careta... -ela primeiro ajeitou os cabelos pra depois fazer muitas poses e falar "chega papai, cansei de fotos".- Não quer deitar mais não?
_ Quelia toma um cafezinho, papai.
_ Ah é?
_ Aham...
_ Ô amor, a Maria já chegou?
_ Acho que sim, por que? -voltou para o quarto já vestida e enxugando os cabelos.
_ Alguém quer tomar um cafezinho.
_ Tá tarde também, né filha? 
_ Minha barriga tá fazeno barulho.
_ Ô judiação, a mamãe vai te dar comida tá? Só espera um pouquinho.


   Nesse "pouquinho" ela penteou os cabelos, se encheu de cremes, ajeitou o quarto e aí desceram as duas. 
  Olhei para o relógio e era hora de levantar, segui para o banheiro e tomei aquela chuveirada. Desde a cabeça até os pés, tirando o suor do corpo e relaxando mais.


_ Pai? -escutei batidas na porta.- Minha mãe tá perguntando se você vai demorar.
_ Tô quase acabando, por quê?
_ Porque tá todo mundo com fome, ué.


  Dei risada imaginando o bicão que ela estava por ter que esperar. Maria Luísa com fome parecia um leão de tão brava.
   Fechei o registro do chuveiro, enrolei uma toalha na cintura e peguei uma outra jogando sobre os ombros para depois secar os cabelos.


_ Pai, por que o senhor demora tanto? Ninguém toma banho quando acorda.
_ Quem disse que eu estava dormindo?
_ Credo que nojo, pai. Aí que horror. -ela saiu do quarto resmungando e eu rindo até me dar conta de que ela pensou besteira e nem idade pra isso tinha.


  Deixei pra lá por enquanto e foquei em trocar de roupa, pentear os cabelos e desci encontrando todos à mesa.

_ Bom dia família. -falei alto e assustei meu sogro.
_ Que demora, minha filha me fez esperar por você viu.
_ Ô sogrão, foi mal aí cara. Mas já cheguei, bora comer. -sentei do lado das crianças, de frente para os sogros. Nos servimos e começamos a comer, Melissa mal tocava na comida e quando tocou não deu mais que três mordidas e levantou correndo para ir ao banheiro.
_ Qui ela tem papai?
_ Dor de barriga. -falei sem dar importância, Fernanda levantou e foi atrás. Ninguém disse nada, eu também não e continuei comendo.


  Não demorou para as duas voltarem para a sala de jantar e voltarem a comer, puxei um papo dos bons com o sogrão e seu Oscar e o assunto não queria acabar mais. Falávamos dos times, eu defendendo o meu claro. E fomos falando disso até chegar na sala e nos acomodarmos nos sofás.

_ Santista, seu Oscar? Ah não.
_ Santos é time de peixe grande. -dizia orgulhoso.
_ Ah é sim, sardinhas. -fingi tossir e ele riu.
_ Dos meus bisnetos só a Helena me deu esse orgulho.
_ Sabe que ela diz isso pra todo mundo, né?
_ Ensinei o hino do Santos pra ela.
_ Ô amor, por que cê deixa isso? -risos.
_ Não sei de nada, eu sou feliz sendo corinthiana. E você neném?
_ O do vovô. -sorria.
_ Viu só, ela é uma linda. 
_ Ela nem sabe o que está dizendo seu Oscar, só tem dois anos.
_ É de pequeno que se aprende a escolher o melhor. 
_ Vô, vamos jogar comigo?
_ Eu também quero ir. -Maria Luísa disse correndo até a sala.
_ Chamei meu vô e só. -Arthur falou cruzando os braços.- E nem é jogo de meninas.
_ E daí? Se eu não posso, você também não. Ô pai...
_ Vai brincar de boneca e me deixa, eu hein.
_ Arthur não fala assim com a sua irmã, entendeu?
_ Tá mãe. Vamos vô!
_ Bora lá garotão, vamos Heitor. -e saíram deixando duas bicudas na sala, sentadas do lado da vovó Ana.
_ Melissa subiu? -minha sogra perguntou e eu não soube responder, não tinha prestado a atenção.
_ Nem vi, sogra.
_ Ela estava bem murchinha.
_ Ela sabe o porquê.
_ Será que essa não seria a hora de vocês dois terem uma conversa? Uma conversa de pai para filha...
_ Tivemos nossas chances de conversas, conversamos por diversas vezes e ela sabe... não estava nem aí. -disse sincero, e ela concordou me incentivando a continuar.- eu sei que minha filha não é nenhuma menininha, tanto que já não era mais virgem... mas porra, ela vacilou sogra.
_ Vacilos nessa idade é o que mais se tem. -sorriu enquanto mexia no cabelo da Leninha.- Lembro bem que a Fernanda aparentava ser tranquila, mas aprontava por debaixo dos panos... e muita coisa eu "fingia" não ver. Certas coisas são dá idade.
_ Certas coisas sim, não um filho.
_ No começo vai ser duro, eu sei... é um impacto muito forte, um susto muito grande.
_ Susto? Eu pensei que ia infartar naquele hospital, eu quis dar uma surra na Melissa. A surra que ela não levou quando era criança, quis gritar e extravasar todo o estresse... esmurrar aquele branquelo azedo. Mas quando cheguei em casa percebi que estava tão decepcionado que não queria nem falar nada com nenhum dos dois.
_ Pode não parecer, mas eu te entendo. Nós, pais, criamos muitas expectativas ao imaginar o futuro dos nossos filhos. Ainda mais quando são os mais velhos. Pensamos em dar a eles o que não tivemos ou fazer um pouco diferente do que nossos pais fizeram conosco, queremos que tenham um futuro brilhante. Que estudem, se formem e se estabilizem... mas a vida é feita de escolhas, inteligentes ou não, mas escolhas e isso muda o curso dos nossos planos. -Maria Luísa saiu de fininho deixando eu e minha sogra entretidos naquela conversa.- Talvez você imaginasse ter netos quando ela fosse casada, mas já parou pra pensar que com você também não foi assim?
_ São situações diferentes dona Ana, nas duas primeiras vezes em que fui pai eu não estava casado, mas tinha minha profissão, não dependia totalmente dos meus pais e sabia o que eu queria da vida. -minha sogra concordou, e demos continuidade a nossa conversa dando margem a outros assuntos semelhantes a este, mas ainda sim eu não queria papo com a minha filha. Fim. Analice precisou fazer não sei o que na cozinha e pediu licença saindo dali e me deixando com a Nena.
_ Papai, vamo jogar?
_ Jogar videogame?
_ O de dança papai, aquele que a mamãe brinca comigo.
_ Ah não, vamos ver um filme de princesa... o que você acha?
_ Não quelo, quelia jogar a dança.
_ Tá bom vai... levanta do sofá. -liguei o Xbox e o Kinect e deixei que ela escolhesse a música, aumentamos o som e não demorou pra Fernanda aparecer na sala e levar um susto quando nos viu afastar os sofás e a mesinha de centro.
_ Também quero amor, deixa? -pedia empolgada enquanto ainda descia as escadas.- Faz tempo que não brinco disso.
_ Perfeito, fica com a Helena.
_ Você também e vou chamar os outros.


  Fernanda fazia de tudo um evento, uma festa. Sei que nos juntamos na sala e ficamos de pares, "competindo" entre uma música e outra. Uma hora as crianças, em outra nós adultos, depois ficamos intercalando até cansar e fazermos uma pausa para o almoço.

_ Amor, chama a Mê pra vir almoçar. A comida está pronta. -me pediu e eu fui. Subi e bati na porta do quarto antes de entrar, ela estava deitada na cama cochilando.
_ Melissa... -chamei baixo.- ...filha... vem almoçar.
_ Hm... oi pai... -respondeu de olhos fechados.
_ O almoço, sua mãe tá te chamando.
_ Não tô com fome, acho que comi muito no começo da manhã, vomitei demais.
_ E vai ficar de estômago vazio? -perguntei cruzando os braços, ela olhou desconfiada e acabou se levantando.
_ Pai...
_ Fala.
_ Eu te amo tá? -disse sorrindo sem jeito, pondo uma mecha do cabelo atrás da orelha.
_ Eu também amo você, Melissa. Amo muito. -falei dando as costas e saindo, fui até o quarto ao lado usar o banheiro e desci depois.- Bora comer pessoal!
_ Amém! Minha vó é demais, nossa! -Malu elogiava a comida.
_ Macarrão de panela de pressão, que ideia em mãe. Eu não sabia fazer não.
_ Que isso filha, é fácil. -Hugo dizia.- Quando sua mãe engravidou do Heitor eu fazia muito, porque é prático.
_ Tô vendo, ela não levou nem uma hora. -comentou.
_ O importante é que tá ótimo vó, faz comida aqui mais vezes. -Arthur pedia descaradamente.- Tá muito bom.
_ Tá falando que minha comida é ruim, filho?
_ Não, mãe. Que isso... jamais diria uma coisa dessas. -disse de um jeito engraçado nos fazendo rir. Almoçamos e depois meu sogro foi descansar, assim como o biso que foi deitar na rede. Os meninos voltaram para o videogame e minha neném dormiu no tapete junto com o cachorro.
_ Pai, posso ir na casa de uma amiga?
_ Fazer o que lá Maria Luísa?
_ Nada, ué.
_ Então faz nada aqui. -disse e ela me olhou entediada, dei risada.
_ Mãe...
_ Luan, deixa a menina ir na casa da amiguinha, conversar coisas de adolescentes.
_ Isso é hora? -ergui a sobrancelha e ela me olhou rindo.- Tá aprontando, né Maria Luísa?
_ Juro que não pai, ela mora perto da minha vó. Posso ir pra lá depois, o que você acha? Hein?
_ Você me liga e eu vou te buscar, e não pensa que vai ficar até tarde não viu? Porque amanhã todo mundo tem aula nessa casa.
_ Até a grávida. -falou zoando a irmã que fez careta e voltou a mexer no celular.- Mê, você vai estudar até ficar com o barrigão?
_ Não sei Maria Luísa, mas que pergunta hein...
_ Ué, curiosidade. Lá na escola tem uma menina que tá no terceiro e grávida, tá com a barriga grande já e ainda assiste aula.
_ Tem que ir mesmo, se teve tempo de arrumar uma barriga tem tempo pra estudar também. -falei sério.
_ Isso mesmo, pai. Agora vamos logo que a Bia tá me esperando tem uns 15 minutos já.
_ Bora, Maluzinha... bora. -levantei do sofá e peguei as chaves que estavam penduradas perto da porta.- Já volto amor, não demoro. -lhe dei um selinho e sai.




Narrado por Melissa
  Continuamos sentadas no sofá da sala mesmo depois de o meu pai ter saído com a Malu, logo minha avó se juntou a nós duas e quebrou o silêncio já que eu estava no celular e minha mãe concentrada em mudar os canais da TV.


_ E aí, marcou a primeira consulta já querida? -neguei e ela me olhou cruzando os braços.- E está esperando o que?
_ Não sei... coragem? -dei de ombros.
_ Você tem que se mexer um pouquinho, não acha? -perguntou e eu assenti.
_ Aí vó é tudo muito recente, sabe? Estou totalmente perdida... é muito mais simples na teoria do que na prática.
_ A gravidez?
_ É... ando tão chateada que não tenho vontade pra nada. -revirei os olhos.- É ruim, eu sei, mas me sinto mal.
_ Se sente mal, Melissa? -minha mãe perguntou voltando toda sua atenção para mim.- Mal com o que?
_ Ah, mãe... não era algo que eu queria. Aconteceu por uns descuidos, sim... mas ainda assim eu não queria.
_ Um pouco tarde não acha? -arqueou as sobrancelhas franzindo a testa.
_ Sem discutir meninas, tentem ver o lado  bom. -nós duas olhamos para ela com uma cara de "What?".- Não me olhem assim... -riu.- Um filho é uma benção tão grande, querida. Sinal de que você é uma jovem saudável.
_ Saudável e cheia de fogo, né mãe? -acabei dando risada e ela olhou menos séria.- Eu sou muito nova pra ser avó, pensei que te veria se formando antes.
_ Não sejam pessimistas, ainda há muito o que se viver. Uma gravidez não é doença, muito menos morte. É o nascer de uma nova vida... a chance de você começar do zero por você e pelo bebê.
_ Aí vó, a senhora não existe. -eu negava com a cabeça
_ Ah existo sim. -sorriu.- Pensa que apesar dos pesares, Melissa, o bebê já está aí e vai ser muito bem vindo e acolhido na família.
_ Eu sei, mas esse clima que me mata. -revirei os olhos.- Não gosto disso, vó.
_ Tudo tem um tempo, não é? 
_ Tem mais...
_ Seu avô mesmo, quando soube que sua mãe estava grávida do Arthur ficou uns dias na dele... todo pensativo, cheio de ciúmes e encucado porque ela ainda não era casada. E seu pai está repetindo isso, por motivos parecidos.
_ Mãe, isso não justifica. -minha mãe falou.
_ Eu sei que não, não estou justificando. Estou dizendo a ela, só isso. -minha avó se defendeu em tom de brincadeira.
_ Minha mãe as vezes sei lá, parece que passou pela gravidez numa boa... que foi tudo o que ela sempre quis a vida inteira.
_ Eu fiquei insegura sim, chorei muito, desabafei demais... só que com o tempo isso foi mudando sabe. Ainda mais que eu tive um apoio tanto do meu maridão quanto dos familiares.
_ Pois é. -falei e ela riu.
_ Nunca te neguei apoio, apenas te alertei. 
_ Quanto aos estudos, sobre cair na real e bla bla bla... -meu celular começou a tocar e eu pedi licença antes de sair e atender.- Oi Leo.
_ Tá em casa?
_ (ri) E onde mais eu estaria, Leonardo? 
_ Sei lá, ué... você não disse que estava conversando com as suas amigas?
_ Ainda estou, mas elas estão em casa ocupadas com o segundo semestre né.
_ Hm... sabe o que é?
_ Não. -ri outra vez.- Vai, fala.
_ Quero ir no BK. Vamos?
_ Vai passar aqui?
_ Vou sim, cinco minutos?
_ Tá bom, vou ficar esperando. Tchau, beijo.
_ Beijos, loirinha. -e desligamos.
_ Mãe, vou sair com o Leo tá?
_ Sair pra onde?
_ Não sei, ele quer ir comer fora.
_ Olha lá o que você vai comer viu, para de comer porcarias. -me advertiu.
_ Tudo bem dona Fernanda, não vou comer porcarias. Satisfeita?
_ Sim e nem pense em voltar tarde.
_ Voltar tarde de onde? -meu pai perguntou fechando a porta.- Quem vai sair?
_ Melissa, amor. 
_ Hm tava demorando... -disse sugestivo, tirando a carteira do bolso e jogando em cima do sofá juntos com as chaves antes de ir para o banheiro.
_ Já viu, né? Por favor... 
_ Tá mãe, eu venho pra casa. Fica em paz. -beijei seu rosto, o da minha vó e sai do jeito que estava. Não estava tão frio, mas também não fazia calor. Esperei pelo Leo e não demorou para que ele estacionasse o carro e eu entrasse.- Oi loirão.
_ Oi minha loirinha (selinho). Sua irmã não quis vir?
_ Ela nem está em casa, saiu pra casa de uma amiguinha da escola. -dei de ombros.
_ Ué, e quem tá em casa então?
_ Meus pais, meus avós, o biso e meu tio, meus irmãos...
_ Ah tá... Eu ia trazer a Ceci, mas minha mãe não deixou não. Disse que ela andava comendo muita besteira e não queria saber de comida.
_ Mães. -falei revirando os olhos e depois me toquei de que agora seria uma.- Será que... que eu vou ser assim? -perguntei depois de uns segundos quieta.
_ Assim como?
_ "Não faça isso." "Come isso." Essas coisas.
_ Coisa de mãe, né? -sorriu.


  Liguei o som do carro e seguimos cantando até chegarmos no shopping, ele estacionou e nós descemos, esperei que ele desse a volta e entramos de mãos dadas.

_ Já quer comer? -perguntei e ele assentiu.- Guloso.
Esperamos o elevador e subimos até a praça de alimentação, ele foi para a fila do Burger King e eu sentei em uma das mesas pra esperar o bonitão.
_ Peguei pra você. -era a coroa do burger, coloquei na cabeça e fui pegando o refrigerante.- Trouxe pepsi.
_ Uma pena aqui não ter suco. -falei tomando um pouco do refri e pegando a batata.
_ Se quiser eu pego um pra você, no MC.
_ Não, tá tudo bem. -disse me acomodando melhor na cadeira.- Vai pra faculdade hoje?
_ Uhuum, tenho que ir. Mas não queria muito não.
_ Por que?
_ TCC enche o saco, só por isso. 
_ Quem está no seu grupo?
_ O Cacá, a Bianca e mais dois amigos dela que não fazem porra nenhuma.
_ Tira eles do grupo então... -falei mordendo um pedaço do meu lanche e olhando pra ele.
_ Já pensei nisso também, mas faltam menos de seis meses pra entregar e tá quase todo pronto. 
_ Você tá com uma carinha de cansado.
_ Eu tô, mas logo logo acaba. -encerramos aquele assunto e enquanto comiamos entramos em vários outros. Terminamos, ele foi jogar as coisas fora e eu aproveitei pra responder as meninas no nosso grupo.- Quer comprar alguma coisa?
_ Não, e você?
_ Um boné novo.


  A loja de bonés naquele shopping arrebentava, eu gostava muito, já tinha até comprado alguns para mim. Demos as mãos e fomos andando, passamos por uma loja e outra até que chegamos na que ela queria e eu sentei numa poltrona qualquer enquanto ele escolhia todo empolgado.

_ Vocês dois só saem pra comer. -Tacy respondeu minha mensagem rindo muito.
_ É só o que as grávidas fazem, Tacy. Elas comem muito, comem de tudo. -Nay respondeu com outro áudio.
_ Vocês duas estão me caluniando, eu nem pedi pra vir. Fui convidada. Ele estava com vontade, sei que agora estamos aqui na loja e ele está pior que eu pra escolher um boné.
_ Loira. -olhei e ele estendeu as mãos mostrando mais dois bonés.- Qual dos dois?
_ O azul, combina comigo.
_ Mas o boné é meu.
_ E? -a vendedora deu risada e eu acabei rindo também.- Os dois estão bonitos, tanto o preto quanto esse azul com vermelho.
_ Você não tá me ajudando...
_ O preto. -ele assentiu e foi para a fila pagar. Saímos daquela loja e enquanto andávamos ele viu em uma vitrine um tênis que ficou apaixonado. Resultado, entramos e ele foi provar o sapato.- Mais alguma coisa? -falei segurando uma das sacolas.
_ Quer ir embora já?
_ Não tô com pressa de ir pra casa não. -dei de ombros e ele me deu um beijo.
_ Vamos entrar nessa loja aqui? -olhei e era uma loja de bebês, sorri e acabei entrando com ele.- Olha isso.


  Eu não sei se era chata demais, mas ele estava muito empolgado, fazendo uma brincadeira e outra vendo uma roupinha ou sapato e fazendo uns comentários bem bobos. Perdi as contas de quantas vezes revirei os olhos e o vendedor deve ter percebido.

_ Dá vontade de levar tudo.
_ Não sabemos nem o sexo ainda, Leonardo.
_ Leva um de cada. -riu me beijando, mas eu virei um pouco o rosto.- O que foi?
_ Você. -cruzei os braços.- Levando tudo numa boa, na maior brincadeira... as coisas não são assim, Leo.
_ Vai ficar se lamentando até quando? -me perguntou prendendo seu olhar no meu e num tom que somente eu iria realmente ouvir.- Não estou brincando, estou feliz. Seu que filho é coisa séria e não é boneco pra brincar de casa. Relaxa, loira. -beijou minha testa.
_ Eu quero ir embora. -ele suspirou, mas não discutiu. Saiu na frente e fomos pegar o carro, no caminho de volta eu estava bem chata e quase não falei. 

  Assim que ele estacionou na frente de casa eu o beijei e desci, entrei e meu pai só olhou pra ver quem era e virou o rosto outra vez se concentrando no celular. Fui até a cozinha e tomei água, depois passei pelo banheiro e subi para o meu quarto.










~.~
  Aquele capítulo que tem um pouco de tudo. Haha ❤
#MeusAmigosVoltei! rs
  Depois de ficar sem internet, passar por bloqueios e tomar vergonha na cara... eis o capítulo. Beijão, se cuidem.