{...} Abre mais a blusa, me usa! Só não pede pra parar... ♪♫

sexta-feira, 15 de maio de 2020

Capítulo 278

Narrado por Julia
(...)

_ Tem certeza que não quer? -sussurrava em meu ouvido, beijando meu pescoço e pegando firme minha bunda.
_ Hoje não mô, queria sair pra comer.
_ Mas não quer aproveitar que não tem ninguém em casa? -neguei com a cabeça e ele me olhou derrotado.- Tá bom. -se afastou e pegou a camisa de volta, levantou da cama e entrou no  banheiro. Ficou lá por uns minutos e quando saiu estava sério.  Chateado na verdade.
_ Não fica  chateado comigo, eu só não estou no clima.
_ Não estou Julia.
_ Mô?
_ O que?
_ Por favor.
_ Tá bom, tá tudo bem. -voltou a  se sentar na cama, respirou fundo e  olhou para os lados procurando o celular.- Achei. Vamos comer vai. Quer ir aonde?
_ Tá cedo pra comer pizza? -ele olhou no relógio e fez que sim.- Muito cedo?
_ Não são nem cinco da tarde. -deitou do meu lado e virou de lado mexendo no celular.
_ Podemos conversar enquanto isso? -virei colocando uma das pernas por cima dele.- Minha barriga aumentou dois centímetros e meio. -falei toda feliz e ele desfez a cara séria, sorrindo também.- Não vejo a hora de chegar logo na próxima consulta.
_ Você mede todos os dias?
_ Toda segunda-feira depois do primeiro banho do dia. 
_ Banho me lembra você nua.
_ Você só pensa nisso. -falei com desânimo.- É por ligação, por mensagem, quando estamos sozinhos. -sentei de costas pra ele e cruzando os braços.- Relacionamento não é só isso, tá? Ainda mais agora.
_ O que tem agora?
_ Vamos ter nosso primeiro filho, tudo está mudando constantemente.
_ Estou vendo. -resmungou com ironia.
_ Olha você está mal humorado, eu já estou chateada. Vou pra casa.
_ Não íamos comer?
_ Não quero mais, não precisa me levar.
_ Julia.
_ Tchau. -levantei, peguei minha bolsa em cima da cadeira e sai do quarto. Ele não veio atrás nem mesmo quando eu estava na escada. Chegando na sala me despedi do Thor e quando entrei no corredor que dava acesso à porta dei de cara com a minha sogra.- Oi, boa tarde.
_ Tá tudo bem?
_ Sim, está sim. -dei uma fungada, passando a mão pelo nariz.
_ Vocês brigaram?
_ Não, eu só... -quando eu ia dar uma desculpa ele gritou meu nome da escada pedindo que eu não fosse embora.
_ Fica, por favor.
_ Não quero, eu vou pra minha casa Arthur.
_ Eu te levo então.
_ Não. 
_ Eu não sei o que andou acontecendo aqui, também não vou ficar perguntando... -olhamos para ele quietos.- Arthur você fica, eu levo a Julia. Posso?
_ Obrigada. -agradeci e passei por ela abrindo a porta e saindo em direção ao carro.
_ Mãe.
_ Quando eu voltar a gente conversa, tá? -minha sogra e eu entramos no carro, colocamos o cinto e ela foi saindo da vaga.
_ Posso fazer uma pergunta? 
_ P-pode. Claro!
_ Você e meu sogro brigavam durante a gravidez?
_ Não muito. Na verdade faz tanto tempo que não tenho tantas lembranças. -riu.- E você?
_ Não é que temos brigas, é que eu sinto ele chateado com algumas coisas e... eu discuto com ele.
_ Você? Isso pra mim é novidade.
_ Eu amo o Arthur. Amo estar com ele em todos os momentos, mas não tenho tido... é... vontade sabe?
_ Tá falando de transar? -ela perguntou com tanta naturalidade e eu cheia de vergonha sentia meu rosto queimar, certeza que eu estava da cor de um pimentão.
_ É.
_ Isso é normal, é muito normal. Algumas mulheres sentem muito tesão e outras nem tanto. O que ele deve estar estranhando é que vocês dois tem um namoro bem ativo, tinham relações frequentemente... -enquanto dirigia ela me dizia várias coisas, chegou a contar algumas e nem percebi quando chegamos.
_ Obrigada.
_ Que isso, não precisa agradecer. Toma um banho, relaxa e cuida bem do neném da vó. Tchau.
_ Tchau vovó. -brinquei. Soltei o cinto, abri a porta e desci do carro. 

  Entrei em casa e estava sozinha. Subi para o meu quarto, tranquei a porta, tirei a roupa e deitei na cama de calcinha e sutiã. Estávamos só eu, o bebê e milhões de pensamentos a todo vapor. 
E tem sido assim por meses.
  Minha sogra não estava errada, talvez eu também não tenha me expressado tão bem. Eu tenho desejo pelo meu namorado, sempre, mas isso não quer dizer que iremos transar sempre que estivermos juntos e isso ele não entende. O que tem nos causado um ou outro desentendimento, mensagens secas e até ligações recusadas. Uma verdadeira droga.

  Criei coragem e levantei para tomar um banho, quando voltei o celular estava tocando e era ele. Não atendi. Troquei de roupa, desci para a cozinha e aproveitei para me deliciar em um pudim de maracujá que estava esperando por mim na geladeira. Enchi a taça e segui para a sala, coloquei um filme e fiquei me fazendo companhia até a campainha tocar.

_ Já vai! -falei alto, me levantando do sofá descabelada mesmo e indo descalça atender a porta.- Mô? Por que não avisou que vinha?
_ Eu te liguei, você não me atendeu. -sorriu todo sem jeito, fiz o mesmo.- Me desculpa?
_ Também peço desculpas, fui um pouco grossa com você, não deveria. -ele se aproximou e eu coloquei as mãos em seu pescoço, nos beijamos sem pressa, mas foi bem intenso. Paramos porque eu estava ficando cansada, buscando fôlego.- Quer entrar?
_ Posso?
_ Pode. Assim você nos faz companhia, né bebê? -alisei a barriga e ele se abaixou dando um beijo.- Minha mãe não sei onde foi, minha irmã está na sogra tem quase uma semana e meu pai não apareceu desde ontem.
_ Não quer ir lá pra casa?
_ Não. Já estou na metade do filme, entra logo mô. -me afastei dele e voltei para o sofá. Ele voltou lá pra fora e demorou uns minutos antes de voltar com duas caixas, uma de pizza e outra que parecia ser de presente.- Pra quem isso?
_ Essa é pra gente comer, e isso é um presente da minha mãe pro bebê. Disse ela que comprou da cor porque tem certeza que é uma menina.
_ Quero ver, dá aqui!

  Peguei a caixa e sentei no chão pra abrir e fiquei babando demais quando vi os dois macacões rosas, um sapatinho dourado e dois laços na mesma cor do sapato. Um mimo, eu amei.

_ Tão fofos. Ela tem muito bom gosto. -comentei.
_ Imagina só depois do chá.
_ Primeiro precisamos ter a consulta de um milhão. Porque esse bebê sapeca não quer descruzar as perninhas e mostrar se tem um pipizinho ou uma periquitinha (risos).
_ Ficarei feliz com qualquer um dos dois. -respondeu se aproximando, tirando a caixa do meu colo e me beijando e adivinhem só? Fizemos amor no tapete da sala, com a porta destrancada. Foi gostoso, foi intenso e muito prazeroso.- Que carinha é essa?
_ Estava aqui pensando só. -respondi mexendo nos cabelos dele.- Daqui quatro meses já nasce, não preparei o psicológico ainda.
_ Nem eu, mas vai dar certo. Disso eu tenho certeza.


[...] Um mês e meio depois [...]


_ Doutora, eu sou uma avó ansiosa. -dizia minha mãe na sala de ultrassonografia.- O chá revelação é daqui duas semanas, está tudo organizado e não sabemos o sexo.
_ Calma vózinha, esse bebê é esperto, mas demos bastante chocolate pra ele ficar agitado. -riu.- E olha só, bem aqui... -mostrou no monitor.- Vocês querem saber?
_ "Não!" "Sim!" -respondemos juntos.
_ Querem surpresa então, né? Vou colocar em um envelope. 
_ Eu queria saber o que era bebê, vocês poderiam deixar né?
_ Só no chá mô, a graça é essa. -falei dando um selinho nele.- 
_ Não acho justo. -cruzou os braços e fez bico.
_ Você ficou a cara da sua mãe agora mô. -falei rindo.- Queria que ela tivesse vindo.
_ Ela também queria, mas teve uma reunião emergencial e ela teve que ir.
_ Ainda bem que gravamos. Tô ansiosa.
_ Ela também, certeza.

   Terminamos a consulta, Arthur nos deixou em casa e foi para a casa dele. Entrei e tomei um banho, desci pra almoçar e fiquei esperando minha irmã chegar para irmos na moça das lembrancinhas.



Narrado por Fernanda
(...)

_ Você ri porque não é você. -falei pra Isa que não estava me levando nem um pouco a sério.
_ Sua relação com ela deveria ser ótima. Rober e o Luan rasgam elogios para ela, que é uma menina de ouro. Até o Bê gosta dela.
_ Bernardo gosta de todo mundo, não conta. -bufei.
_ Você que está com chatisse. Quero saber como você quer participar da vida do seu neto ou neta assim.
_ Participando ué. Não preciso ficar lambendo ninguém, nunca tratei ela mal.
_ Mas tem ciúmes até hoje. Pensei que tivesse melhorado hein Fefê. -riu.- Vocês até se conversam.
_ Normal, como eu converso com os meus genros.
_ Não é não e você bem sabe disso. -revirei os olhos.- Eu se tivesse uma sogra cri cri desse jeito, eu nem na casa dela iria e com razão viu.
_ Falando assim parece que eu sou um monstro. Minha neta nasce daqui quatro meses, eu tô ótimo considerando o começo da gravidez.
_ Comprar presente não é melhorar. Quantas vezes você conversou com a Julia? Participou mesmo da gravidez? Pouquíssimas.
_ Isadora!
_ Tá bom, não falo mais. Mas foi você quem entrou no assunto. Beijos, estou indo tá?
_ Te vejo amanhã?
_ Pela manhã sim. Marina está doentinha ainda, gripada.
_ E o Bernardo, tá com a sua mãe?
_ Sai de casa com ele tentando me convencer a deixar ele ficar em casa, mas levei pra escola ou ficariam os dois doente.
_ Isso é né. Então beijos, qualquer coisa me liga.
_ Ligo sim, até mesmo pra dar notícias. -disse se colocando de pé, jogando beijos e saindo da sala. Fiquei uns cinco minutos parada olhando para a tela do computador sem conseguir me concentrar, não aguentei, peguei o celular e liguei pro Luan.
_ Eu sou uma sogra chata? Amor eu pensei que tivesse melhorado. -disparei a falar que nem cumprimentei ele direito.- ... agora estou aqui toda chateada, sem conseguir trabalhar! 
_ Acho que você tinha que ir pra casa viu.
_ Fazer o quê em casa Luan? Não tem nada lá pra eu fazer. Vou ficar com a cara pra cima do mesmo jeito.
_ Lá tem a piscina pra dar um mergulho, tem a banheira se quiser ficar relaxada e não tem barulho se quiser ficar deitada na cama sem fazer nada uai.
_ Tá me dispensando? Tá ocupado, é isso?
_ Não. Estava dormindo, mas agora já acordei já vida.
_ Desculpa, eu... -disparei.- Você me entende não é?
_ Sendo sincero, tá? Você está se esforçando, mas não pode mudar da água pro vinho uma coisa que vem de um tempo já.
_ Como assim?
_ Eu estranharia se você começasse a se dar super bem com a Julia como se fossem confidentes uma da outra. Como você é com as nossas filhas, por exemplo.
_ Então eu melhorei?
_ Sim. Vocês se conversam mais, você julga menos e procura não colocar tantos defeitos.
_ Acha que eu deveria ligar mais?
_ Tudo tem seu tempo, não precisa forçar a barra.
_ Não quero afastar minha neta de mim. 
_ De onde você tirou isso vida?
_ Da conversa que tive com a Isa mais cedo. Segundo ela se tivesse uma sogra cri cri como eu, ela não faria questão de ir na minha casa.
_ (risos). Desculpa vida, foi engraçado. -voltou a rir e eu desliguei na cara dele. "Onde já se viu eu falando de um assunto sério e ele achando graça." Luan ligou de novo, eu não atendi e ele ligou na minha sala.- Você está tensa sabia? Cadê o senso de humor?
_ Enfie no c...
_ Olha a malcriação. -me cortou quase no final da frase.- Vou te mandar uma surpresa hoje pra ver se seu humor melhora.
_ Tá bom, vou esperar. Agora vou tentar trabalhar, beijos te amo.
_ Eu também amo você minha vida. -e desligamos.



Narrado por Arthur
  Em poucos meses a ficha foi realmente caindo e algumas coisas mudando também. Eu estava me revezando entre a faculdade e a casa da Julia, nos víamos praticamente todos os dias e quando acontecia de eu não ir na casa dela eu ligava e ficávamos por horas no telefone.
  Minha mãe estava voltando ao normal, mas tive que esperar o tempo dela e mesmo não sendo cem por cento sei que anda se esforçando. Ela e a Julia estão se dando melhor, até carona minha mãe já deu pra ela e foi em uma consulta ou outra do bebê. Isso me deixou feliz, até comentei com as minhas irmãs e meu pai.

_ Pai? Você em casa essa hora? -olhei no relógio e marcava pouco mais que quatro da tarde.- Aconteceu alguma coisa?
_ Folga. Mas sua mãe não sabe hein. Fechei a agenda agora só depois do chá do meu neto.
_ Neto é?
_ Mais um jogador pro meu time, escreve aí.
_ Minha mãe disse que é menina e ela tem mais experiência. -ri.
_ Eu fiz três filhas mulheres, sei o que eu tô falando.
_ Ah tá, sabe sim. -continuei rindo.- Vai fazer o que agora?
_ Tomar um banho, dormir até sua mãe chegar gritando e perguntar porque eu não avisei que estava em casa.
_ Entendi, vai fazer nada.
_ Depois que você se casa e se torna pai é uma das melhores coisas a se fazer... nada. Já sabe né?
_ Elas não estão em casa não, foram ver como ficaram as lembrancinhas.



Narrado por Julia
  O dia de maior ansiedade pra nós chegou, eu estava uma pilha de nervos e não vendo a hora de chegar o momento de revelar o sexo do bebê. Acordei muito enjoada, chorona e impaciente também. Ninguém entendia o porquê e eu também não sabia explicar. Nosso bebê estava agitado, talvez ansioso para saber qual foi o nome que escolhemos e meu namorado? O único que não gritou comigo e estava do meu lado a todo instante.

_ Você vai passar mal se continuar sem comer, não vai ser legal não. 
_ Ela está procurando um jeito de ficar doente isso sim. -minha mãe escutou de longe e já foi falando em cima. Ignorei, terminei de arrumar minha bolsa e chamei o Arthur para irmos embora.- E ainda finge que não escuta.
_ Chegando lá em casa ela come. -Arthur respondeu por mim.
_ Eu duvido, você faz tudo o que ela quer e se ela bater o pé você não vai falar é nada que eu sei.
_ Confia em mim dona Sonia, confia que vai dar certo. -brincou pegando a bolsa e indo na frente.- Até mais tarde hein.
_ Tchau mãe.
_ E vê se come hein Julia. -fechamos o portão e fomos para o carro. Entrei primeiro que o Arthur que ficou arrumando umas coisas dentro do bagageiro.
_ Não quer passar em nenhum lugar antes?
_ Mô eu não estou com fome, é sério. Estou ansiosa, enjoada e sem a mínima vontade de comer. 
_ Tá bom, não falo mais.
_ Desculpa, não quis ser grossa. Eu só... -ele me calou com um selinho, voltou a se ajeitar e colocar o cinto. Seguimos para a casa dele.- ...a mulher nem chegou ainda. Estamos atrasados. E se...
_ Calma. Melissa está cuidando disso.
_ É o nosso chá, não temos que jogar tudo nas costas da sua irmã não.
_ Você está certa, vamos entrar.

  Ele não estendeu o assunto, estacionou e desceu do carro. Fiz o mesmo e entramos. A casa estava movimentada, as crianças já estavam acordadas, minha sogra e as meninas também.
  Demos bom dia e nos sentamos no sofá.

_ E minha vó, cadê? -Arthur perguntou todo sorridente.
_ Dormindo. Chegaram essa madrugada, quase amanhecendo. Estão cansados.
_ Ô mãe, tem o que pra comer aí?
_ Está com fome?
_ Eu não. Julia que está sem comer desde cedo, disse que está sem fome, mas ela precisa comer e se não comer a mãe dela me mata. -coçou a cabeça.
_ Seu fofoqueiro. Não precisa, eu...
_ Toma um suco pelo menos ou come uma fruta, só pra não ficar com o estômago vazio.

  Não falei mais nada, só fechei a cara para o meu namorado mesmo. Fui pra cozinha, tomei suco de goiaba e acabei comendo frutas, alguns pedaços de melão, morangos e banana com aveia. Terminei de comer sendo supervisionada, deixei a louça usada na pia.

_ Estou saindo, volto mais tarde.
_ Vai aonde mãe?
_ No salão, tenho manicure marcada e dar um jeito no cabelo.
_ Sozinha?
_ Não. Minha miniatura está terminando de colocar a roupa.
_ Mamãe vamos! Tô pronta.
_ Pensa que vai aonde com essa saia Helena?
_ Art a mamãe deixou, vou sair com ela.
_ Você nem tem idade, vai ficar aqui comigo.
_ Não vou nada, vamos mamãe !
_ Se cuidem, fui. -jogou beijos e saiu.
_ Bom, tô indo pro meu quarto.
_ Vai dormir? -perguntei. 
_ Jogar videogame. -cruzei os braços.- Tá cedo, já estamos aqui e não tem nada pra fazer.
_ Tá bom, vai lá pro seu jogo.

  Será que era difícil entender uma mulher grávida? 
  Ele me deixou na cozinha mesmo e subiu. Eu fui pra sala, tirei os chinelos e sentei no sofá. Peguei o celular e mandei mensagem pra minha irmã, fiquei falando com ela.

_ Bom dia Ju. -Melissa disse descendo as escadas.- Chegaram cedo. -me deu um beijo no rosto se abaixando em seguida para falar com o bebê.- Bom dia bebê da titia, já acordou também? -beijou minha barriga e levantou. 
_ Pensei que a moça da decoração já estava aqui.
_ Era pra estar mesmo, mas o carro quebrou no caminho daqui e atrasou duas horas e meia. Estou aqui falando com ela. -respondeu se sentando no sofá.- E você? 
_ O que tem eu?
_ Falei pro meu irmão que você tinha que descansar. Que monte de olheiras são essas? Era pra você ter dormido.
_ Não consegui dormir muito, acordei muito antes do seu irmão e o bebê também estava agitado.
_ Mais um motivo para a senhorita ficar de boa. -sorriu.- Ontem as lembrancinhas terminaram de ficar prontas, olha que mimo. E detalhe, unissex. -ela virou o celular e foi mostrando as fotos detalhadamente.- Aí aqui eu pedi pra ela montar igual você tinha pedido.
_ Ficou linda, eu amei.
_ Isso é porque você não viu o bolo fake... -ficamos as duas olhando as fotos que ela tinha recebido, um tempo depois o interfone tocou e era a moça da decoração. Respirei aliviada e dali em diante acompanhamos tudo desde a montagem.- ...estou subindo pra receber o pessoal do buffet, vai ficar aqui?
_ Uhuum, tô com preguiça de subir.
_ É a barriga pesando. Quer comer alguma coisa?
_ Não estou com fome não. -fiz careta.
_ Ah não, nem vem, depois não quero saber de ninguém passando mal. Vamos subir, vem.

  Nós subimos, encontramos a dona Analice na cozinha com as crianças, Derick e Louise, eles estavam na bancada tomando café. Nos cumprimentamos, ela fez questão de preparar algo rapidinho pra eu comer e nisso ficamos papeando.

_ Tá alimentando minha sobrinha direito Julia?
_ Quem disse que é menina Malu? -perguntei rindo.
_ Eu estou dizendo que é, e tia nunca erra. -respondeu dando de ombros.- Bom dia vó, bom dia babies.
_ Bom dia. -respondemos de volta.
_ Vó cadê minha mãe? Sabe dela? A porta do quarto está trancada e ela nunca dorme até essa hora.
_ Elas foram no salão, ela e a Leninha.
_ Explicado. E meu pai chegou?
_ Acho que ainda não. Postou foto mais cedo no hotel ainda. -Melissa respondeu.
_ E ele vai chegar aqui que horas?
_ Sei lá. 
_ E o Arthur cadê?
_ Jogando videogame. -falei e foi automático revirar os olhos e cruzar os braços.
_ Você deveria subir e descansar um pouco também. Suas coisas estão lá em cima?
_ Não, deixamos tudo no carro.
_ Tá, vou pegar e deixar lá no quarto do meu irmão. -disse saindo da cozinha.
_ Ô vó, olha minha unha! 
_ Fernanda, nem me esperou acordar filha.
_ Mãe eu tinha horário e a senhora estava cansada da viagem. -beijou seu rosto.- Meu pai ainda está dormindo?
_ Ele, seu irmão e a Lívia.
_ Eu já vou é me arrumar, porque disseram que ia ser almoço.
_ E vai mãe, mas ninguém vai chegar meio-dia.
_ Ótimo, assim posso me arrumar sem pressa. Tô lá em cima.

  Minha sogra subiu e nós ainda ficamos por mais um tempo na cozinha. Comi, descansei e me deu vontade de ir ao banheiro. Levantei rapidinho e subi.

_ Você está pálida, tá tudo bem?
_ Quero ir no banheiro, licença aqui. -passei por ele e entrei no banheiro fechando a porta e ficando à vontade.
_ Bebê?
_ Oi mô. -respondi dando descarga.
_ Tá tudo bem? Por que você trancou a porta? Julia?
_ Estava usando o banheiro. Vou tomar banho.
_ Deixa destrancada a porta.
_ Tá tudo bem, relaxa. -ele se afastou, eu me despi e liguei o chuveiro. Entrei debaixo d'água de cabeça e tudo, tomei banho sem pressa e depois de escovar os dentes desliguei e sai enrolada na toalha.
_ Descalça?
_ Você está pior que a minha mãe. -falei rindo.
_ Não pode abusar, o ar condicionado aqui é forte. -disse levantando e indo para o banheiro, voltou de lá com outra toalha e veio secando meu cabelo.- Comeu?
_ Sim, sua vó estava dando café pras crianças e preparou pra mim também. 
_ Menos mal.
_ Descobri que estava com fome mesmo, mas me deu dor de barriga.
_ Percebi.
_ Para vai. -bati no ombro dele.- Cadê minhas coisas?
_ A Mê trouxe, tá aqui. Já vai vestir?
_ Tranca a porta? Queria ficar só de calcinha um pouco.
_ Sem sutiã?
_ É. Estava me apertando a alça, ficou vermelho.
_ Tá. Vou trancar. 

  Carinhoso ele sempre foi, mas agora estava mil vezes mais. E eu amando, me pegava sorrindo sozinha. 
  Arthur trancou a porta e me deixou a vontade. Vesti a calcinha, continuei enrolada na toalha e deitei. Dormi. 




Narrado por Luan
(...)

Grávida, Mayra Cardi esclarece pedido para não tocarem na barriga ...
Te amo tanto, a melhor coisa que aconteceu na minha vida! <3 



_ Repara isso aqui boi, olha essa foto. -cutuquei Roberval que estava querendo cochilar.- Olha logo!
_ Daí, daí. -pegou o celular.- Homem apaixonado é meloso, puta que pariu.
_ Não posso falar, sou pior que isso (risos).
_ Ainda bem que cê sabe. 
_ Tô feliz demais por eles, sempre gostei muito da Julia.
_ Nanda que não ia muito com a cara.
_ Ela e a Maria Luísa né? Aquela ali sim era carne de pescoço, sassinhora! Foi demorado viu, muito.
_ Único irmão né.
_ Bruna não era assim comigo não, Deus que me livre.
_ Ela ia passar é raiva, porque você não parava com mulher.
_ Cuida da sua vida boi, cuida.

   Viajamos de Santa Catarina para São Paulo, aterrissamos era pouco mais que duas da tarde. Ainda bem que estávamos prontos, porque a festa já tinha começado.
  Do aeroporto pra casa não demorou muito não, a van estacionou e logo fomos entrando. Levei minha mala pro quarto e quando estava descendo peguei Fernanda de surpresa, de costas e dei um beijão na nuca.

_ Eu já sou avó, não posso ficar sendo agarrada por aí não. -brincou.- Como foi a viagem?
_ Ótima. Chegamos bem. -nos beijamos.- Fiquei bem?
_ Era uma cor ou outra, mas tudo bem né. Arruma aqui. 
_ Gostei das duas, combinou uai.
_ Isso não é lilás. É roxo.
_ Não tem problema vida, tô lindão assim.
_ Tá um gostoso. -me puxou pela gola e deu outro beijo.- E os meninos já desceram?
_ Devem estar comendo já. Tá cheio aí?
_ Tá. Mais os amigos deles, alguns nossos... mais parentes mesmo.
_ Ah é? Claudião já chegou?
_ Sim, com uma camisa igual a sua.
_ Tá com o vestido igual o da Sonia também?
_ Não. Sou uma avó única. 
_ Sei. -dei um selinho e acabei indo na cozinha com ela buscar não sei o que. Descemos juntos, cumprimentei a todos, já fui até a mesa principal e tiramos fotos.- Quando vamos descobrir o mistério?
_ Tá cedo pai, mais tarde só. -Arthur falou tranquilo.
_ Vou ter tempo de beber?
_ Pai, não precisa ficar bêbado. -Melissa chegou me dando um beijo no rosto e abrindo um botão da minha camisa.- Tá lindo.
_ Você tambem, mas tá curto.
_ Leonardo falou a mesma coisa. -riu.- Não vai almoçar?
_ Ainda não. Tá muito calor, uma loira gelada cai bem.



Narrado por Julia

Mundo verde ou lilás? Mamãe ansiosa aqui.


   Tudo estava tão lindo e muito melhor do que eu tinha imaginado. Toda a decoração das mesas, a disposição do buffet e do bar também. O espaço para os mimos e fraldas, estava lindo. E cada vez que alguém me falava isso o olho enchia de lágrimas.
  Fiquei em feliz em ver nossas famílias reunidas, minha sogra sorridente e deixando à todos muito a vontade. Pra mim a sensação era única.
  Arthur e eu ficamos o tempo todo juntos, quando eu ia comer ele me acompanhava, se fosse pra tirar fotos também e até pra sentar em uma mesa mais afastada para respirar um pouco ele vinha comigo.

_ Mô, seu pai chegou. -falei baixinho.
_ Cadê?
_ Ele eu ainda não vi, mas seu tio está descendo. Olha lá.
_ Quer ficar aqui? Eu vou lá cumprimentar eles.
_ Vou pegar um docinho, já chama eles pra foto. -falei e ele assentiu enquanto se afastava. Levantei sem pressa, passei pela mesa de doces e peguei uma mini torta de limão.
_ Tudo bem Juju? E essa neném aqui.
_ Oi tio.Tudo bem? Foram bem de viagem? -nos falamos rapidamente, Arthur chamou a Isa para a foto em família e depois eles voltaram para a mesa.
_ Pai era uma cor ou outra e não as duas. -Melissa disse cruzando os braços, meu sogro riu.- É sério.
_ Pra mim são gêmeos, um casal. -brincou cumprimentando o filho e em seguida vindo me cumprimentar. Nos abraçamos e ele abaixou para dar um beijo na minha barriga.- É a princesinha do vô. -falou ao sentir um chute.
_ Ou príncipe, né. 
_ Vem mãe pra foto, cadê a Malu? Helena?

  Tiramos fotos e mais fotos, depois voltamos para as mesas e curtimos o som, conversamos e comemos mais um pouco. Com o fim da tarde, Melissa nos chamou e era o momento da descoberta. Ela, Camila e Malu juntas instruíram os convidados a participarem da brincadeira.
  Dividimos os palpites, menina lado esquerdo, menino lado direito. Elas bolaram um texto que tinham muitas dicas, muitas! Usamos até um sinalizador que no final tinha um bilhete pedindo que      Arthur e eu fossemos até a mesa e partisse o bolo. 
  Por fora as cores lilás e verde, um bebê de fraldas e só com as perninhas de fora. Juntos contamos até cinco, cortamos de um lado, cortamos de outro e quando tiramos o pedaço a surpresa! É uma menina.

_ Parabéns pra nós mô, teremos uma princesa. -falei sorrindo, feliz e o abraçando forte. Ele não disse nada, apenas retribuiu meu abraço, beijou meu rosto, minha boca e ficou de joelhos dando um beijo demorado bem no meu umbigo. Foi um gesto tão delicado que minha reação ao chorar não poderia ter sido diferente. Parecia que só estávamos nós três ali, juntos em pensamento e abraço.
_ Nossa princesa, bebê. 
_ Nossa Sophia. -falei baixinho e ele sorriu.
_ Eu tinha certeza que era menina. Estou cercado de mulheres, primeiro a Fernanda, aí veio a Melissa e agora minha bisneta. Tô muito feliz. -vô Hugo nos disse.
_ Filha, minha primeira netinha. -minha mãe dizia sorrindo, mas as lágrimas de felicidade acompanhava. Nos abraçamos, ela continuou a dizer coisas lindas. Minha sogra fez o mesmo com Arthur e me abraçou em seguida parabenizando, quando meu sogro e eu nos abraçamos ele estava todo sorridente e também emocionado.
_ Rapaz do céu, eita família pra ter mulher. Tamo tudo é lascado paizão, mas uma pra gente ficar de olho. -brincou com o vô Amarildo que vinha em nossa direção. E foi indo assim, primeiro os cumprimentos dos familiares, depois nossos amigos. Partimos o bolo, entregamos as lembrancinhas e continuamos a festa até anoitecer.
_ O último. -Arthur falou sentando no sofá e jogando a cabeça pra trás.- Ganhamos coisa hein.
_ Eu vi, um tantão de fraldas fora os outros presentes. -respondi fundo passando a mão na barriga, nossa neném estava agitada e eu cansada.
_ Tá tudo bem?
_ Sim, ela só está agitada. Não para de mexer tem pelo menos uns dez minutos.
_ Deixa eu ver. -ele colocou as duas mãos e começou a conversar, falando bem pertinho da minha barriga. Alguns chutes e ela foi acalmando.
_ Acho que eu tô com fome.
_ Você disse que queria tomar banho também. O que acha de primeiro subir, a gente toma um banho e desce pra comer?
_ Eu tô com fome.
_ Tá bom, vem cá. -fomos para a cozinha e chegamos em tempo de flagrar minha cunhada em cima da bancada quase sem blusa em um beijão daqueles. Olhei por cima do ombro e meu mô estava vermelho, não sei se de vergonha ou raiva.- Pensei que tivesse quarto Maria Luísa.
_ Não estou fazendo nada demais Art. Só um beijo.
_ E precisava sentar na bancada? -perguntou cruzando os braços.
_ Não precisa ficar bravo, já estou descendo. -Henrique ajudou ela descer e deu risada, deixando Arthur ainda mais puto, eu quis rir.
_ Você precisa relaxar meu amigo, relaxar. -Henrique disse rindo, batendo no ombro dele.
_ Você é meu amigo, mas ela é minha irmã. Irmã mais nova.
_ As vezes você exagera, vem Rique, vamos subir.
_ Subir?
_ Mô, deixa eles. Sua irmã está mais que na idade.
_ Nós também estávamos e hoje temos a Sophia.
_ Acho bonitinho você cuidando das suas irmãs, muito fofo. -falei mudando de assunto, sorrindo pra ele desfazer a cara feia.- Vai ser assim com a nossa neném também.
_ Eu sei o que está tentando fazer. -riu.- Minha mãe faz isso com o meu pai sempre que ela pode.
_ E funciona? 
_ Com muitos beijos, sim (risos). -me abraçou pela cintura e quando íamos nos beijar Helena entrou correndo.
_ Credo, toda hora fica beijando, cê num cansa não? -perguntou franzindo a testa, séria.- Papai falou que não pode beijar na boca. -cruzou os braços.- Não é papai?
_ É minha princesa, você tá certa. -falou pegando-a no colo.- Beijar na boca é feio.
_ Mas você beija a mamãe.
_ Eu sou adulto, eu posso.
_ O Art também papai?
_ Também. 
_ A Malu não é adulta. -ficamos em silêncio, sem ter o que responder.- E ela namora, não tá certo.
_ Não mesmo, vai lá falar pra ela filha. -descemos Helena de seu colo e ela saiu correndo atrás da Malu.- E não tem nem dez anos (risos).


Narrado por Fernanda
  O chá revelação foi lindo, maravilhoso, mas cansamos muito. Assim que terminou, que os convidados foram embora e toda a equipe contratada também, eu subi e tomei um banho rápido para dar uma relaxada. Vesti meu pijama, prendi os cabelos e sai do quarto.

_ Tá fazendo o que aí olhando embaixo da porta Nena?
_ Malu tá namorando, papai falou que não pode.
_ Vem aqui com a mãe, vamos tomar um banho.
_ Mamãe eu preciso falar com ela, ela não é adulta. Não pode.
_ Malu? -bati na porta e ela abriu dando risada.- Sua irmã quer falar com você.
_ Fala coisinha pequena, fala.
_ Você não pode namorar Malu, não pode.
_ Por que não Nena?
_ Porque o papai disse que só namora quem é adulto, e você não é.
_ Mas o Henrique é adulto, ele que é meu namorado. -Helena franziu a testa, deu de ombros e ficou me olhando.
_ Mamãe...
_ Oi filha.
_ Então ela pode né?
_ Pode. O único bebê da casa que não pode namorar é você e a Sophia. 
_ Nunca?
_ Só quando for maior. -pisquei e ela concordou sorrindo.- Dá boa noite pra Malu, vamos tomar um banho e descansar.
_ Eu queria comer um docinho, mamãe, um só.
_ Primeiro o banho, depois o doce.

  E foi como fizemos. Helena brincou muito o dia todo, a roupa estava suja, cabelos bagunçados e o corpo grudando de suor. Ensaboei ela toda, lavei os cabelos e por último escovamos os dentes. Ao sair vesti nela seu pijama, e enquanto secava seu cabelo com o secador Luan entrou no quarto.

_ Ela tá dormindo sentada vida.
_ Dormiu mesmo?
_ Dormiu. Falta muito aí?
_ Não, por quê?
_ Nada não. Tô esperando você no quarto.
_ Cinco minutinhos. 

  Terminei os cabelos da Nena. Ajeitei ela na cama e deixei o abajur aceso antes de sair e deixar a porta encostada.

_ Não ia tomar banho?
_ Deu preguiça. -ele estava sentado na cabeça, encostado nos travesseiros.- Gosto muito dessa sua camisola.
_ Talvez porque tenha sido escolha sua. -sorri me aproximando, subi de joelhos na ponta do colchão e fui até ele andando de gatinha.- Oi. -lhe dei um selinho.
_ Agora é nossa vez?
_ Uhum. -roubei outro selinho.
_ Chega mais juntinho então muié. -sentei me encaixando nele e pressionando-o propositalmente.- Eita.
_ Acho que alguém estava com saudades. -falei rebolando em seu colo.
_ Muitas saudades minha vida. -falou retribuindo meu sorriso safado, levando as mãos para as minhas coxas e subindo devagar.- Sem calcinha é sacanagem.
_ Sacanagem não amor, é saudade. -coloquei minhas mãos em seu pescoço e beijei sua boca ao sentir o toque de seus dedos lentamente me estimulando. Fechei os olhos chupando sua língua com força quando eles me penetraram, eu já estava pronta, molhada e sedenta. Escorreguei uma das mãos e arranhei sua nuca com cuidado para não deixar marca, gemi em seu ouvido descansando a cabeça em seu ombro, deixando que ele sentisse minha respiração acelerada cada vez que seus dedos iam mais fundo.- Amor, eu quero você. -nos beijamos, ele tirou os dedos me deixando com a sensação de vazio e veio tirando a camisola do meu corpo. Tirou sua bermuda jeans, cueca e me olhou sorrindo. 
  Aquela sensação de calor, coração disparado e muita excitação foi tomando conta de cada metro quadrado do nosso quarto. Respirei fundo sentindo-o me penetrar sem pressa, me olhando nos olhos e se deliciando com os meus gemidos. Éramos um só, o encaixe perfeito e pelo qual sempre buscávamos todas as vezes que estávamos juntos. Tínhamos uma conexão incrível. Luan sempre soube me satisfazer em todos os aspectos e eu sempre soube retribuir.
  Nos amamos por horas e horas. 

_ Tá com sono, né? -me perguntou alisando minhas costas, com a outra mão nos meus cabelos.
_ Até que não. Tô descansando. -ri.
_ Nem sei que horas são. -respirou fundo.
_ Você está de folga amor, estamos em casa e podemos dormir até tarde.
_ Podemos dormir até a Helena acordar isso sim (risos).
_ Melissa tá em casa, ela vai pro quarto dela.
_ Sabe que eu tava reparando ontem, Helena é a Malu todinha quando era pequena.
_ Ciumenta?
_ Tagarela. Ontem ela deixou eu, Arthur e Julia sem respostas.
_ Com a história de namoro?
_ Como cê sabe? -contei à ele da conversa entre as duas irmãs mais novas.- Tô falando. Ela é esperta.
_ Mas ainda é um bebê.
_ Bebê é a Sophia. Ô vida.
_ O que?
_ Não acha melhor eles moraram aqui não?
_ Aqui? Por que?
_ Porque eu quando fui pai quis ficar junto o tempo todo, e não é a mesma coisa morando em casa separadas.
_ Você não morou junto com a Ester. 
_ Mas vida eu sempre trabalhei viajando, até mesmo quando o Arthur nasceu.
_ Eu sei, mas... ah não sei não Luan.
_ Você não quer é isso?
_ Não é que eu não quero. É que parece forçado. Eu entendo o que disse, entendo também que quando eu tive meu filho eu quis minha mãe por perto.
_ É também tem isso, mas...
_ Eu concordo com você, pra mim não haveriam problemas. Seria estranho, mas... enfim... não negaria isso ao meu filho se fosse o que ele realmente quisesse.
_ De durona você não tem nada (risos).
_ Muito manteiga, né. 
_ Muito mãe. Me sinto assim vendo a Mê se ajeitando pra morar fora de casa. Fiquei assim quando a Bruna casou.
_ Eles crescem. -falei bocejando.
_ Quer dormir né?
_ Tá... tão boa nossa conversa... -continuei bocejando.- ... tão leve. Essa semana foi uma loucura e eu só queria dormir agarradinha com você.
_ Tenho uns dias aí de folga.
_ Quantos?
_ Lelê que sabe. -riu.- Tá tranquilo na CDM? Viaja comigo.
_ E a Helena?
_ Fica com a minha mãe, as irmãs... 
_ Aí amor, não sei. Elas não tem obrigação.
_ Uai, mas o que custa? Ou ela pode ir com a gente.
_ E a escola fica como?
_ Tu quer ir ou não mulher?
_ Claro que eu quero amor.
_ Então bora, eu dou um jeito.
_ Tá bom. -bocejei e ele começou a rir.- Para amor.
_ Dorme vida, você está cansada.
_ Promete que não vai acordar tarde pra gente aproveitar o dia? Hein?
_ Me acorda pra almoçar?
_ Tomar café. -falei rindo e apertando o nariz dele. Dei um beijinho rápido e dormi.

   Dormi feito uma rainha, acordei nem sei quanto tempo depois com o quarto ainda escuro, mas eu estava sozinha na cama. Olhei em direção ao banheiro e porta aberta, vazio. Olhei para o closet, apagado. Sentei na cama e quando ia pegar o celular a porta abriu e Luan entrou.

_ Bom dia vida.
_ Bom dia amor. Ainda é bom dia?
_ É sim. Quase 11 horas.
_ Dormi muito, mais que você.
_ Até roncou.
_ Mentira, eu não ronco. -cruzei os braços.- Só eu estava dormindo?
_ Só. Já estão todos acordados, tomei café com eles e vim trazer o seu. -falou acendendo as luzes e trazendo a bandeja até a cama.- Fiz suco de melancia.
_ Hmmm e o que mais de gostoso?
_ Não posso deitar na bandeja, trouxe pães de queijo e melão.
_ Que delícia. Vem comer comigo?
_ Tô cheião. Leonardo fez creme de abacate pra mim.
_ Esses seus genros vivem te lambendo né?
_ Quer que eu fale? -neguei com a cabeça, rindo.- Bora pra piscina?
_ Primeiro precisamos pensar no almoço.
_ Que isso, sobrou comida pra um batalhão de ontem ainda. Vou chamar o pessoal.
_ Comida requentada pras visitas Luan?
_ Para com isso vida, vou ligar pra Piroca, mamusca e pro Testa. Só os de casa.
_ Minha amiga vai ficar com ciúmes hein. Vou contar tudo pra ela, seu falsinho.
_ Se eu não casasse com você teria me casado com ela sabia? Loirona, bonita!
_ Cala a boca, Luan. -ri.- Ridículo você, ridículo.
_ Eu também te amo. -disse levantando e correndo para o banheiro. Foi o meu momento, comi tudinho e voltei a deitar, estava cheia de preguiça.- Vai ficar deitada o dia todo é?
_ Queria. -virei de bunda pra cima e ele deitou por cima de mim, mordendo meu pescoço.- Aí Luan, isso dói amor.
_ Mordida de amor não dói não vida. Bora levantar vai, vamos escovar os dentes.
_ Tô com bafo?
_ Não, mas é bom né?

  Levantamos e fomos para o banheiro. Aproveitamos o gancho e tomamos um banho, cheio de brincadeiras safadas, mas não passamos disso. Segundo ele as "crianças" estavam a nossa espera na sala.

_ Bom dia família! -falei toda animada, terminando de descer as escadas de mãos dadas com o Luan.
_ Boa tarde né? -meu pai brincou.
_ Noite foi boa hein mãe, descansou? -olhei pra ela de cara feia quando minha mãe arregalou os olhos.- Descansou bastante?
_ Não, mas acordei ótima. -todos eles deram risada.
_ Minha filha, isso não é coisa que se diga na frente dos filhos.
_ Ô mãe eles fazem isso mais que eu. -falei e Arthur ficou todo vermelho, Maria Luísa parou de rir e Melissa fingiu que não era com ela.
_ Meu Deus, essas crianças.
_ Mãe as únicas crianças são Sophia e Helena nessa casa. As outras já fazem criança. -meu irmão falou tranquilo e levou um tapa.
_ Família reunida é isso né não sogra? Passar vergonha junto falando de assuntos constrangedores. -Luan disse segurando a risada e minha mãe indignada com o papo.
_ Chega desse assunto né? Quero saber se vocês já abriram os presentes da Sophia. 

  Mudei de assunto e deu muito certo. 
 Começamos separando as fraldas por tamanhos, depois abrimos os embrulhos de presentes, caixinhas e nisso foi o restante da manhã e começo da nossa tarde. Um presente mais lindo que o outro, muito mimada essa pequena que nem tinha chegado ainda.

_ Eu abro! -Melissa levantou correndo quando escutou a campainha. E voltou com o Bernardo no colo, mordendo a bochecha dele.- Meu tio chegou!
_ Oi, oi gente. Boa tarde. -Rober entrou com uma caixinha de cerveja e a bolsa das crianças. Isa entrou logo atrás com a Marina no colo.
_ Vocês vão beber mais?
_ Cunhada, eles não tem um limite. -falei pra Lívia.
_ Então vou assar umas carnes, cadê meu amigo Amarildo?
_ Chegando sogrão. -Luan respondeu e foi levantando também. Cumprimentou o casal e pegou nossa afilhada no colo.- Oi princesa do tio.
_ Sua princesa está com chatisse, estava dormindo. -ela deitou a cabeça no ombro dele e ficou.- Tudo isso é de ontem? -assenti.- E vai ficar aqui ou vai pra sua casa? -perguntou se sentando no sofá e aí fomos conversando sobre. Até minha mãe me chamar pra arrumar a mesa, depois esquentar o arroz, colocar as saladas nas travessas e foi o tempo de chegar a Lila com o Berton, Mari com o Amarildo e o Luquinhas que tinha dormido na casa dela e o Davi chegar com a Tata.
  Sim. A casa foi enchendo outra vez e foi uma delícia o restante do nosso dia. Com muita comida, conversa e música! Porque o som estava alto, as crianças cantando e dançando. Segundo eles, estavam fazendo show.








3/3

quinta-feira, 14 de maio de 2020

Capítulo 277

Narrado por Maria Luísa
(...)

_ Você viu ontem o que a Ju postou no insta? -Rique perguntou enquanto andávamos pelo shopping.
_ A última ultra que ela fez, mas mandei mensagem e ainda não deu pra saber o sexo. -fiz bico e ele riu, me abraçando e dando um selinho.
_ O que está achando disso tudo?
_ Disso tudo o que?
_ Ah você tinha falado que o clima na sua casa não estava tão legal e que sua mãe estava meio assim.
_ Fiquei muito chateada, primeiro com o meu pai. Já começa por aí. Sabe, ele não me perguntou e já chegou me apontando o dedo e falando que eu era irresponsável, que ele tinha certeza que isso ia acontecer e despejou um caminhão de sermões. Chorei tanto, mas tanto.
_ Eu lembro, você comentou comigo.
_ Sim, foi basicamente isso. Ai meu irmão chegou com a Julia e contaram que estavam grávidos, aí quem surtou foi minha mãe e com razão... Art sempre foi o xodó dela, o dodói.
_ Ciúmes é?
_ Não Rique, minha mãe não tem disso não. É que meu irmão é o único filho homem, sempre foi na dele e ela nunca imaginava que ele iria engravidar a namorada. Seria mais provável eu ou a Mê como já aconteceu uns anos atrás, eu te contei, você lembra? -ele assentiu.- Aí ela ficou muito triste, começou a tratar ele sério e foi péssimo. Mas agora até que as coisas estão melhorando.
_ Em que sentido?
_ Voltando ao normal mesmo. Assim... voltamos a rotina corrida e não temos tempo de tocar muito no assunto. Na semana eu estudo de manhã, quando chego em casa só estamos Arthur, Thor, Maria e eu. Quando minha mãe está pra chegar com a Helena meu irmão está saindo pra faculdade... então nós nos encontramos mais ao finais de semana. Café da manhã de sábado, um almoço... 
_ Ah, então por um lado é bom.
_ É. Também acho. Mas meu pai está felizão, muito avô babão.
_ E você não está tia babona?
_ Fiquei com bastante ciúmes de início, mas agora estou ansiosa. Um sobrinho ou sobrinha. Já pensou se nasce parecido comigo?
_ Vai ser lindão. -disse sorrindo e me dando outro beijo, um pouco mais demorado.- Ainda quer ir no cinema?
_ Não, poderíamos ir pra casa né?
_ Fazer o quê em casa? -perguntou sussurrando no meu ouvido, senti meu rosto arder e apertei forte a mão dele, toda sem graça.- Você é linda, sabia?
_ Sabia, mas é bom ser lembrada. -ri.- Queria ir pra casa namorar longe dessa gente toda.
_ Namorar sem roupa?
_ Henrique! Para...
_ Tô brincando gatinha, vamos então.

  Continuamos nossa caminhada lenta até o elevador que nos levou ao estacionamento do subsolo, entramos no carro e antes dele dar a partida sentei em seu colo e ficamos nos pegando. Era um beijo aqui, uma mão ali. Henrique colocou o banco mais pra trás, inclinou um pouco mais e me ajeitou no colo dele. 

_ Não íamos pra casa? -perguntei respirando ofegante.
_ Aqui está tão bom, quentinho, em silêncio.
_ Mas cheio de câmeras, vai que passa alguém.
_ Não precisamos ficar completamente sem roupa. Põe as duas pernas em cima do banco, agora tira essa calça... calcinha linda hein. 
_ Engraçadinho, deixa meus ursinhos.
_ (risos) Deixo sim, só eles não me atacarem.
_ Para vai, tô ficando sem coragem. -ele segurou minha cintura e voltamos a nos beijar, ficamos um bom tempo assim até ele abrir o zíper da calça, baixar a cueca, colocar minha calcinha de lado e me encaixar nele. Gemi mordendo os lábios, sentindo ele entrar aos poucos, sem pressa.- Nossa... -suspirei.
_ Rebola devagar, rebola. -coloquei minhas mãos apoiadas no banco, aproximando meu pescoço da sua boca e movimentando o corpo do jeito que dava sem rapidez. Estava muito bom, eu estava pegando fogo e ele gemendo muito, sem vergonha alguma de nos escutarem.- Ô Malu, assim eu não aguento nem chegar em casa.
_ Me dá um beijo...
_ Até mais que um.

  Henrique sempre me deixava à vontade e fazia com que eu me sentisse segura e totalmente entregue. Eu não me importei de estarmos no estacionamento do shopping, estava com ele e isso bastava. Aproveitamos muito, nos beijamos muito mais para abafar os gemidos e quando gozamos eu deitei minha cabeça no ombro dele e fiquei respirando fundo até minha respiração voltar ao normal.
  Sai de cima dele e voltei a sentar no banco do carona, tirei a calcinha que estava molhada, coloquei na minha bolsa e vesti a calça jeans. Olhei pro lado e o Rique estava de olhos fechados, sorrindo e ainda pelado.

_ Tá tudo bem? -perguntei ajeitando o cabelo, mas sem deixar de olhar pra ele.
_ Melhor impossível. Por que nunca fizemos isso antes?
_ Não começa com essas perguntas sem pé nem cabeça que me deixam com vergonha.
_ Já falei que não precisa ter vergonha de mim, sou seu namorado. Temos intimidade pra isso.
_ Eu sei, mas...
_ Mas nada, relaxa. -colocou de volta a cueca, subiu e fechou o zíper da calça.- Maravilhosa.
_ Eu vou te bater. -demos risada. Um dos celulares começou a tocar e para minha sorte, era o dele.
_ Estamos indo embora já, tô no estacionamento... não, nada a ver. -riu.- ... a namorada é de quem mesmo? Trouxa! Tá bom, tchau. -e desligou.- Seu pai está te procurando, seu irmão acabou de me ligar.
_ Ué, meu celular tá aqui. -peguei e quando tentei ligar apareceu que estava sem bateria.- Será que ele ligou muitas vezes?
_ Melhor eu te deixar em casa.
_ Ah sério? -fiz bico.- Dorme lá em casa então?
_ Tenho que passar em casa antes.
_ Tá, deixa eu ligar pro meu pai. Empresta aí. -peguei o celular dele e disquei o número de casa.
_ Alô.
_ Oi pai, tudo bem?
_ Tudo bem e com você Maria Luísa? 
_ Estou bem também. Ia te ligar antes, mas meu celular descarregou. Estamos saindo do shopping agora.
_ Tá vindo pra casa?
_ Vou passar no Henrique antes, ele vai dormir aí em casa.
_ Dormir aqui?
_ É pai. Daqui a pouco estamos aí, beijos.
_ Tchau. -Henrique ficou me olhando desligar o telefone e esperando que eu dissesse alguma coisa.
_ E aí? Ele tá muito bravo?
_ Está bem sério. Mas acho que é pose. Vamos? 
_ Ainda acha uma boa eu dormir lá?
_ Está com medo do meu pai Rique?
_ Medo não, respeito pelo meu sogro. Vou te deixar em casa e vou dormir na minha.
_ Você que sabe. -dei de ombros e me sentei direito colocando o cinto de segurança enquanto ele ajeitava o banco do motorista.
_ Deixa de ser bicuda, é só hoje.
_ Já estava combinado de você dormir lá em casa, agora você quer furar comigo.
_ Malu, relaxa gatinha. 
_ Não. Não estou tensa, nem nervosa. 
_ Bicuda. -revirei os olhos e liguei o som, Henrique deu partida e seguimos para a minha casa. 

  Era um caminho curto até, em meia hora estávamos entrando no condomínio e quinze minutos depois paramos em frente a minha casa. Henrique estacionou e entramos de mãos dadas.

_ Boa noite, boa noite. -cheguei cumprimentando e meu namorado se soltou de mim e foi abraçando minha mãe, meu pai e terminou com a minha irmã no colo.
_ Demoraram hein, estavam aprontando. 
_ Claro que não pai, estávamos no shopping.
_ Sei.
_ Chegou faz tempo é?
_ Sim, mas acordei agora que sua mãe chegou quebrando a casa toda.
_ Mentira dele, eu só estava no celular com a minha cunhada.
_ Outra escandalosa.
_ Chatinho você hein, tô subindo pra me arrumar viu Luan?
_ Vocês vão sair? -perguntei me sentando no sofá.
_ Fomos convidados pra um show de stand up, sua mãe estava querendo sair... aí chamamos sua tia também.
_ Já vi tudo. -ri.- Bom passeio pra vocês. -falei animada e meu irmão balançou a cabeça rindo de alguém coisa.- O que foi?
_ Sem muita comemoração, sua vó vem dormir com vocês.
_ Dormir? Vocês vão passar a noite fora?
_ É. E seu avô precisou viajar pra resolver umas coisas com a minha equipe. Se comportem, mamusca já é uma senhora.
_ Ai pai, quando foi que a gente não se comportou com a minha vó em casa?
_ Se tem uma coisa que ela faz é por ordem. -Arthur respondeu pegando o celular do bolso e atendendo.- Tudo bem bebê?
_ Pai! Me leva, por favor?
_ Não inventa Melissa, deixa eu sair com o meu marido em paz e sem filhos? -escutei minha mãe gritar da ponta da escada e nós darmos risada.
_ Quase impossível, ninguém mandou terem quatro!
_ Deixa de ser bocuda, vai. -disse meu pai brincando.- Vai aonde toda arrumada?
_ Sair com o meu noivo, vamos jantar fora.
_ Só jantar?
_ É paizinho, venho pra casa depois disso. Beijos, beijos, estou indo. -pegou a bolsa e saiu.
_ Todo mundo caçando seu rumo, tô vendo que vai ficar eu, a vó e a Nena.

  Meu irmão deu risada porque sabia que eu estava falando a verdade. E não deu outra, meus pais logo saíram, minha avó chegou e enquanto ela preparava o jantar fui tomar um banho e colocar o celular pra carregar.
  Quando desci meu irmão estava todo arrumado, cheiroso e disse que ia sair com os amigos. Sem a namorada, disse que não tinha hora pra voltar e foi de carro! Com o carro da minha mãe.

_ Seu irmão tá assim é?
_ Pois é vó, agora que é pai está com absolutismo. -revirei os olhos.- E a senhora hein, por que não viajou com o meu vô?
_ Ah minha linda ele foi a trabalho né, resolver umas coisas antes do seu pai sair de férias. Eu ia acabar ficando sozinha no hotel.
_ Vendo por esse lado seria chato mesmo.
_ Mas em... me conta como estão as coisas por aqui, sua mãe está melhor?

  A gravidez ainda era assunto, ainda era novidade. Mas minha avó embora preocupada estava tão radiante quanto o meu pai e fazendo mil e um planos. Achei até bonitinho quando ela disse que estava com a saída da maternidade pronta e olha que nem sabemos o sexo ainda.
  Ela terminou nosso jantar, havia feito lasanha bolonhesa com arroz branco e salada de alface com tomate. Suco de laranja fresquinho e de sobremesa sorvete com brigadeiro, que ela já tinha trazido pronto.
  Não preciso nem falar que eu e minha irmã comemos até dizer chega e depois que eu ajeitei a cozinha nós fomos para a sala de cinema assistir filme de princesas.



Narrado por Fernanda
  Luan não estava muito afim de ir e não precisava de muito para descobrir isso, mas disse que iria e se arrumou pra isso. Entramos no carro e eu liguei o som em um tom razoável e fiquei cantarolando. 

_ Tá com sono ainda amor? Tá quieto. -perguntei ficando um pouco de lado e colocando a mão no braço dele.
_ Minha folga né. -respondeu baixo.
_ Eu sei amor, mas eu perguntei se você queria vir.
_ E eu vim porque queria ficar com você. Achou o que? Que eu ia ficar em casa?
_ Não sei amor. Ué. Pensei que você fosse gostar, por isso falei pra sua irmã que nós dois iríamos.
_ Tá bom, tá bom. -aumentou o som e eu ia desligar, mas fiquei quieta e calada até chegarmos na Bru.- Vou no banheiro. -e desceu do carro batendo a porta. Esse Luan era louco, temperamental.
_ Oi cunha, entra aqui tô quase pronta. -Bruna gritou da janela. Passei para o banco do motorista, estacionei o carro e desci depois de tirar a chave do contato e pegar meu celular.
_ Oi Bru, oi Rafa. -os cumprimentei e segui Bru até o quarto, ela estava terminando a make.
_ Brigaram né?
_ Ele é louco, estava normal até agora. Bateu a crise dos cinco minutos e ele tá bravo.
_ Já deu um beijinho nele hoje cunhada? Ele está com saudades.
_ Cheguei e ele estava dormindo, descansando da viagem.
_ Aquela hora?
_ Pra você ver. Acordou e agora tá assim.
_ Nem eu entendo meu irmão as vezes. -riu.- Minha amiga está vindo pra cá para nós irmos, tá?
_ Rafael não vai mesmo?
_ Não, vai ficar jogando com o Lucas. 
_ E cadê meu pequeno que eu nem vi?
_ Laura foi buscar, estava na casa de um amiguinho daqui do condomínio.
_ Esse passeia viu.
_ Mais que a irmã dele, nossa. 

  Sentei na cama enquanto ela terminava a maquiagem, esperei também que passasse o perfume e nós descemos. Luan já estava em pé e no celular, se despediu do cunhado e foi saindo na frente. Revirei os olhos, me despedi do Rafa e saí em seguida.

_ Tá tudo bem Luan? 
_ Sim, uai. Por quê?
_ Você está todo estranho, todo grosso e sem motivos.
_ Sem motivos? -riu.
_ Sem motivos sim, não te coloquei numa coleira e vim arrastando até aqui obrigado não. Veio porque quis, deveria ter feito igual seu cunhado e ter ficado em casa. -falei séria e ele continuou quieto.- Poxa, queria que fizéssemos uma coisa diferente. Tudo bem que não estamos só nós dois, mas temos a noite inteira. Para de besteira amor, tira essa cara amarrada. 
_ Pi, a Alê vai esperar a gente na entrada do condomínio. -Bruna chegou falando e cortando nosso assunto, entramos no carro e seguimos.

  Os espaços vazios foram preenchidos por uma cunhada bem tagarela e uma amiga igualzinha à ela e não teve como não se entrosar com os assuntos que surgiam. Mas ainda assim não engoli aquela mudança de humor repentina e a discussão que tinha tido com o Luan.
  O teatro onde aconteceria o stand up ficava no shopping Frei Caneca, e demoramos pouco mais de quarenta para chegar, estacionar e pegarmos o elevador até o andar correto.
  Assim que descemos fui ao banheiro quando sai Luan estava de braços cruzados conversando com dois caras, mascando chiclete e sorrindo.

_ Vocês dois não tem jeito. -Bruna comentou rindo.
_ Todo mundo tem um jeitinho cunhada (risos). Quem são?
_ Não faço a mínima, mas vieram cumprimentando e tiraram foto, agora estão de papo. Quer ir lá?
_ Não, estou bem aqui. Vamos nós três tirar uma foto. -propus e elas toparam já se posicionando. Algumas selfies e então pedimos para uma moça que passava tirar uma nossa de corpo inteiro, fizemos a pose e bem na hora do flashe senti mais na minha cintura e um beijo nada discreto no pescoço.
_ Desculpa, eu tô chato mesmo. Mas é que eu queria você só pra mim, minha folga inteira.
_ Eu sei amor, mas ela convidou a gente tão animada.
_ Chega de falar disso né, já estamos aqui. -falou me virando de frente para ele e por fim nos beijamos.- Mas depois nem vem, você é minha.
_ Combinado senhor ciumento de folga.
_ O casal... vai começar. Chega de beijar vai.
_ Vai amor, vamos.
_ Bora lá. -Luan segurou minha mão e entramos. Nos acomodamos e não demorou para começar o show.

  Stand up era vida! Melhor show que eu havia assistido, foi realmente gostoso e engraçado sem ser apelativo. Pena que acabou depois de quase duas horas.

_ Valeu a pena, não foi?
_ Muito. Já quero vir mais vezes. -Alê comentou sorrindo.- Minha barriga está doendo de tanto rir.
_ Nem me fale. Vocês vão pra casa?
_ Queria comer alguma coisa antes, vamos Pi? -Luan ia revirar os olhos, mas eu o belisquei.
_ Eu adoraria. -respondi.- Onde vamos?
_ Algum restaurante aqui mesmo, esse shopping é enorme.
_ Depois nós vamos embora. -Luan sussurrou, dei risada e seguimos com as meninas.

  Escolhemos um restaurante de comida árabe, jantamos e ficamos conversando por mais um tempo.   Luan queria ir embora, estava ficando inquieto e passando a mão no cabelo de segundo em segundo, pegava o celular e na primeira chance pediu a conta e fomos para o carro. Deixamos as meninas em casa e fomos "dormir" fora.
  Escolhemos um motel por um aplicativo que tínhamos e nossa noite terminou da melhor forma.

_ Eu amo você, sabia? -falei deitando a cabeça em seu peito e alisando sua barba enquanto continuava de olhos fechados.
_ Sou irresistível. -brincou todo sedutor, mexeu em meus cabelos e desceu a outra mão pelas minhas costas.- Dá vontade de sair daqui mais não.
_ Tô cansada demais pra isso (risos).
_ Quer pedir alguma coisa pra comer?
_ Não aguento mais comer não, comi demais naquele restaurante, misericórdia.
_ Um vinho?
_ Cairia bem, não é?

  Luan ligou na recepção e pediu, não demorou e um rapaz nos trouxe. Pegamos as taças, nos servimos e ficamos sentados na cama, bebendo e conversando até o dia amanhecer. Nos vestimos, pagamos a conta e fomos para casa.

_ Papai! Você chegou, você chegou! -Helena apareceu correndo na direção da porta, Thor vindo atrás dela e Cecília quietinha perto do sofá.- Minha vó fez bolinha de pão de queijo e deixou eu comer danone.
_ Tudo isso, filha? -perguntou.
_ Sim. E ainda deixou eu brincar com a Ceci lá embaixo no quintal.
_ Ah é? E vocês estão brincando muito?
_ Não, estamos esperando a comida baixar a vovó falou. Não pode correr de barriga cheia.
_ Isso mesmo. -beijei sua testa.- Tudo bem Ceci?
_ Tudo tia. 
_ Já comeu?
_ Comeu, mamãe. Só a Malu que não, tá deitada ainda!
_ Deitada ainda minha princesa? 
_ É. E o Art saiu com o Leo e o Herique.
_ Foram jogar bola, disseram que voltam para o almoço. -disse minha sogra entrando na sala.- Como vocês estão? Foi bom ontem? 

  A pergunta da Mari seu margem para que falássemos de como tinha sido nossa noite, tanto no stand up quanto no restaurante e meu marido foi bem cara de pau quando disse que fomos namorar, aproveitar a noite sozinhos.
  Depois de conversarmos mais um tempo pedi licença e subi para o meu quarto. Tirei os sapatos, toda a minha roupa também e estava fazendo um coque para ir direto pro chuveiro quando abriram a porta do quarto.

_ Mãe precisamos conversar. -Melissa foi entrando, tirando minhas coisas do meio da cama e deitando no colchão.- Estive conversando com a Julia...
_ E?
_ E que ela está se sentindo péssima pela senhora ter se distanciado dela, estar sendo fria com o Art e parece não querer seu primeiro neto.
_ E de onde ela tirou tudo isso se eu nem abri minha boca?
_ Mas sua cara diz tudo né mãe, eu bem te conheço. -deu risada.- Por fora está aí toda durona, mas eu tenho certeza que não vê a hora desse bebê nascer.
_ Ah é? E como tem tanta certeza?
_ A senhora ama crianças. Sempre gostou, sempre me disse isso. Por que agora seria diferente, hein?
_ O que você está sugerindo hein Melissa? Anda, fala logo.
_ Organizar o chá de fraldas e... ser um chá revelação!
_ Chá de fraldas?
_ É mãe. Iríamos estar bem mais entrosadas, envolvidas na gravidez e acompanhando de perto. É meu primeiro sobrinho ou sobrinha né, seu primeiro pitoquinho.
_ Posso tomar meu banho e a gente conversa?
_ Falei pra ela vir aqui depois do almoço.
_ Melissa!
_ Não inventa de sair hein, nem dormir.
_ Tá, tá bom. -dei as costas e entrei no banheiro rindo. Menina abusada, parecia eu quando mais nova e me metia demais na vida dos meus pais. 

  Sei que tomei um banho rapido. Escovei os dentes e quando voltei para o quarto Luan estava sentado na cama tirando o tênis. Continuei enrolada na toalha e fui procurar no closet o que vestir. Saia longa de tecido bem confortável, cropped de alcinha e continuei de chinelos.

_ Tô gata pra receber a mãe do seu neto, é?
_ Melissa só inventa, só...
_ Vai falar que não gostou? Achei sua cara. -falou rindo.- Mas é bom pra selar a paz.
_ Ninguém aqui estava em guerra não Luan. -retruquei.- Eu estava chateada, é diferente.
_ Estava é? Não está mais?
_ Ah Luan, você entendeu. Não enche.
_ Não está mais aqui quem falou. Beijo, tchau. Fui pro meu banho. -falou se levantando, tirando a camisa e me roubando um selinho antes de entrar no banheiro e encostar a porta.
_ Papai! -Helena entrou correndo no quarto.- Cadê o papai?
_ Foi tomar banho, por quê?
_ Ele disse que ia levar eu e a Ceci pra tomar sorvete hoje. -falou indo em direção ao banheiro e batendo na porta.- Papai!
_ O que foi princesa?
_ Já guardamos os brinquedo tudo.
_ Mas rapaz... É só depois do almoço.
_ Não quero comer comida papai, quero sorvete.
_ Papai está tomando banho, vai brincar e depois a gente conversa.

  Helena cruzou os braços toda bicuda e saiu pisando forte. Continuei no quarto, penteei os cabelos e fiz um rabo de cavalo, nada de maquiagem porque eu estaria em casa mesmo, e desci.

_ Mas vovó ele falou. -Helena resmungava.
_ Você tem que obedecer meu amorzinho, papai vai te levar só que depois... depois que vocês comerem comida.
_ Mas eu não queria vovó.
_ A vovó fez aquela carne que você adora comer.
_ Frango!
_ Com bastante molho e queijo.
_ E o que mais vovó?
_ Arroz, feijão, salada e batata frita!
_ Eu quero almoçar vovó! Só batata e pamegiana.
_ Pamegiana é? -perguntei atraindo a atenção das três.
_ Sim, eu gosto mamãe. A vovó fez pra mim.
_ Vai dividir com a mamãe?
_ Eu não, cada um com a sua.

  Ficamos ali pela sala entretendo as duas pequenas e nisso as horas foram passando. Não demorou e os meninos chegaram, suados, fedendo e sujos de barro e grama. Os três foram para o quintal ao invés de irem pro chuveiro, Arthur pegou a mangueira e começou a lavar os pés, os braços. Leonardo puxou a mangueira da mão dele e o molhou todo, fez o mesmo com o Henrique e a guerra de água começou.

_ Só vou falar uma vez. Se molharem aqui dentro os três vão limpar, os três hein. -falei e quando ia entrar me lembrei do almoço.- E não demorem, iremos almoçar daqui a pouco.
_ "Sim senhora." "Tá bom mãe." "Beleza sogra." -responderam os três e continuaram lá fora.
_ Mamãe, posso brincar com eles?
_ Não.
_ Mas por que mamãe?
_ Porque não Helena, vai brincar com a Cecília e aqui dentro. -ela franziu a testa e ficou bicuda.- Ou quer ficar sentada comigo? Desfaz esse bico, agora.
_ O que está acontecendo aqui hein?
_ Nada papai, nada.
_ Tem certeza?
_ Sim.
_ Ótimo.

...

  Aproveitando que meus genros já estavam em casa e eu tinha o número da Julia, liguei convidando-a junto com os pais e a irmã para almoçarem em casa. Já que estariam aqui mais tarde e ela ficou toda feliz, agradeceu o convite e disse que iriam sim. Não falei nada pra ninguém.
  Ajudei minha sogra colocar a mesa e finalizar nosso almoço, ela ainda fez a sobremesa de praxe e enquanto esperávamos pelos outros abrimos uma garrafa de vinho branco e ficamos papeando na cozinha, rindo de histórias antigas.

_ Mas sabe Mari, pra mim foi um choque quando eu engravidei também. Porque eu tinha um amor imenso pela Mê, mas não tinha passado pelas transformações e dores de uma gestação. Então por mais feliz que eu estivesse, tinha um medinho ali presente.
_ Toda mamãe de primeira viagem é assim. Tem esse receio, imagina como será o parto e como serão os dias pós parto. É uma loucura, ninguém entende a cabeça de uma grávida.
_ Não mesmo, mas até que eu fui bem. Melhor do que eu imaginava eu diria (risos).
_ Passou no teste, por três vezes.
_ Nem me fala. Doida eu né?
_ Filhos não são loucuras, eles vem no momento certo, não no nosso, mas no momento que Deus escolhe nos presentear.
_ Eu sei. Funciona com os netos também?
_ Com certeza, principalmente com os bisnetos. Estou tão feliz por eles. Meu neto mais velho está começando a construir a família. Ele sempre tão carinhoso, tão protetor com as irmãs, os primos e conosco também. Arthur é caprichado, cuidadoso. Meu neto é lindo.
_ Sou mesmo vó. -falou entrando na cozinha e beijando o rosto dela de surpresa.- Vó, tô com fome.
_ Cara de pau, já chega pedindo comida.
_ Já tomei banho, tirei o barro e a lama, tô cheirosão... posso comer já.
_ Pode esperar, não desceu todo mundo ainda. -falei e ele fez bico.- Mas pode ir escolhendo seu lugar à mesa.
_ O de sempre mãe, o de sempre.
_ Mãe, tô com fome. Já estão todos na sala. 
_ Só mais uns minutinhos, estamos quase acabando aqui. -levantei a taça de vinho.
_ Tô lá fora com o Henrique então. -e saiu.
_ Tá bom. -olhei no relógio e assim que terminei a taça pedi licença a Mari e fui até a porta. Não tínhamos combinado, mas encontrei com as visitas descendo do carro e abri um sorriso para os receber. Cumprimentei os pais, irmã e por último minha nora, perguntando como estavam ela e o bebê.
_ Estamos bem, enjoando bastante, mas bem. -passou a mão pela barriga.
_ Entrem, fiquem à vontade.

  Conforme eles entravam, percebi os pontos de interrogação pelos rostos que na sala estavam. Luan se colocou de pé e os cumprimentou, Arthur não tirava o sorriso do rosto enquanto abraçava Julia e beijava seu rosto vezes seguidas.

_ Você não me disse que vinham. -disse baixinho.
_ Sua mãe me ligou e convidou a gente.
_ Minha mãe?
_ É mô, ela me ligou hoje. Não tem muito tempo. -cochichou.
_ Bom, todos aqui... podemos almoçar que eu já estou cheia de fome. -falei indo na frente para a sala de jantar. Onde nós nos acomodamos e começamos a nos servir enquanto a conversa ia rolando. 

  Nosso almoço foi muito gostoso, já havíamos estado com os pais da Julia e sua irmã outras vezes e a companhia deles sempre foi muito agradável. Embora eu tenha sentido que a mãe dela estava um pouco mais na defensiva, deu tudo muito certo.
 Depois de almoçarmos, fomos para a sobremesa. Os meninos foram caçando o rumo deles, Helena foi brincar com a amiga e meu marido estava em nosso bar junto com o pai da nora dele.

_ Querem ficar aqui ou ir lá fora? -perguntei.
_ Lá fora né mãe, olha o sol. -Malu respondeu por todas e foi indo na frente.
_ Vou lá em cima pegar o negócio no quarto, já encontro vocês.
_ Mô, você vem com a gente?
_ Não, confio em vocês. Muita mulher junta. -demos risada e fomos. Nos sentamos nos puffs e não demorou para que Melissa chegasse com um tablet, caderno e o celular com o carregador portátil plugado.
_ Dou por aberta nossa primeira reunião sobre o chá do nosso baby. Antes de tudo eu queria saber se você vai querer um chá de fraldas ou chá revelação.
_ Não tinha pensado ainda. Quer dizer, não sei se aguento esperar até o chá pra saber.
_ O bebê está para o mês de maio, não é? O chá poderia ser em fevereiro ou março, o que acham?
_ Fevereiro depois do aniversário da sua vó, certo?
_ Sim, isso. Depois da bisa. -Mari deu risada.
_ O tema não seria carnaval, né?
_ Não. Pensei em um bem neutro, mas muito bonito. Se for revelação.
_ Vai ter lilás?

  E assim entramos no mundo das cores. Julia nos contou que havia pensado no chá revelação e que queria que fosse para os amigos mais próximos e familiares, mas nada muito grande. Uma estimativa de 80 à 100 convidados. Nas cores lilás e verde, tons mais claros e uma decoração simples e bonita.

_ Está muito cedo para pensarmos em comida?
_ Não Malu, não está. -falei rindo.
_ Almoço!
_ Acha que vai começar que horas? -Melissa perguntou levantando a sobrancelha.
_ Às 13h30, que as pessoas chegam até às 14h. Perfeito.
_ Mas, almoço, almoço? Ou almoço churrasco?
_ Ah não, toda festa fazemos churrasco. Não hein. 
_ O chá não é seu querida, a mãe da criança que decide. -Mê rebateu dando risada.
_ Eu sou tia, tenho esse direito também.
_ Não pode ser massa? -Julia sugeriu.
_ Massa? -a mãe dela perguntou.
_ É mãe. Massa. Um "buffet" de saladas, dois tipos de macarrão, nhoque tradicional e recheado, e com molhos diferentes.
_ Eu prefiro. -falei.- É gostoso, diferente e prático.
_ Fechou então?
_ Sim titia afobada, anota tudo.
_ Tá, e as bebidas?
_ Isso seu irmão decide, eu não costumo beber.
_ Posso? -perguntei.- Sucos naturais, laranja, limão e abacaxi com hortelã. Se terá massa no cardápio, poderíamos acrescentar vinho nas bebidas.
_ Vinho? Num chá revelação? Mãe!
_ Ué Malu, o que tem?
_ Pessoal gosta de cerveja, caipirinha. Os amigos do meu irmão tomam uísque.
_ Tá, tá bom. Já entendi. Mas minha opinião é essa. -falei tranquila. Mudamos de assunto, mas coisas referentes ao chá. Agora estávamos pensando no lugar, nos convites e lembrancinhas.







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