Narrado por Julia
Durante toda a minha gravidez eu me imaginava no momento em que estou agora. Por mais que eu tentasse não focar na dor em si, eu sabia que ela chegaria e não imaginei que eu seria tão forte. As contrações vinham com mais força, e a cada vez eu sentia meu corpo todo se moldando para o momento de respirar fundo e fazer força. Tive a sensação de não saber se estava fazendo certo, olhava para o Arthur buscando um apoio e ele esteve ao meu lado o tempo inteiro.
Quando Sophia veio ao mundo eu respirei fundo e por fim abri os olhos encontrando-a nos meus braços, chorando e ainda com resquícios do parto mais que recente. Era linda, um pedacinho só nosso. Arthur chorou de felicidade e eu sorri pelo mesmo motivo, ainda mais emocionada.
Um enfermeiro veio para cuidar da nossa pequena e levá-la para o berçário, Arthur saiu da sala e então ficamos eu e a equipe médica. Eu estava bem, só estava muito cansada e com o corpo dolorido. Mas tanto o médico quanto a enfermeira disseram que eu fui muito bem, havia tirado de letra.
Segui para o quarto onde ficaria até receber alta e tudo estava preparado. Havia flores, balões e as lembrancinhas que tínhamos encomendado.
_ Vocês são rápidos. -comentei com a minha mãe.
_ Sua irmã e a irmã do Arthur. -disse sorrindo.- Mas ficou lindo. Como está se sentindo?
_ Cansada. Muito. -bocejei.
_ Mana! Sophia é linda! -Camila entrou toda eufórica vindo me abraçar forte.
_ Camila! Sua irmã acabou de ter neném, menos.
_ Eu sei mãe, é que eu não me aguentei. Tô apaixonada. O vovô babão disse que daqui a pouco está aí, mandei uma foto pra ele...
Camila estava mais falante que o seu normal, que já era muito. A conversa estava muito boa, mas meu cansaço falou mais alto e eu acabei dormindo.
Narrado por Maria Luísa
Não consegui encontrar meu boyfriend na sexta-feira à noite e nem no sábado. Porque ele foi pra casa de uma tia e eu fiquei em casa com o meu pai que tinha chegado de viagem. Então jantar na minha vó na sexta e passamos o dia em Ubatuba no sábado e no domingo visitamos a tia Bruna.
Quando estávamos voltando pra casa perguntei pra minha mãe se teria problema eu dormir no Henrique, e ela disse que por ela não. Perguntei ao meu pai e ele depois de me dar um pequeno sermão disse que tudo bem e até me levou.
_ Tudo bem Luísa? -perguntei assim que ela abriu a porta toda sorridente, e me puxou para um abraço.
_ Que surpresa boa, entra Malu. Já estava perguntando pro Henrique o que ele tinha aprontado que você não veio mais aqui em casa. -dizia me soltando e dando espaço para que eu entrasse.- Inclusive ele subiu pra tomar um banho e descer pra jantar e até agora nada.
_ Só estão vocês?
_ Não, Miguel está no escritório. É outro também. -deixei minha bolsa na poltrona e segui para o banheiro, estava apertada quando voltei encontrei ele sem camisa sentado no chão, brincando com os cachorros.- Malu você é de casa, fique à vontade.
_ Obrigada. Oi.
_ Surpresa boa hein, desci até mais rápido quando a minha mãe me chamou. -falou levantando e me dando um selinho.- Sumida. -apertou meu nariz.- Está bem?
_ Melhor agora falando com você. -pisquei dando risada e dando outro beijo naquela boca.
_ Opa, opa, opa. Boa noite Malu. -escutei o pai dele me cumprimentar e senti meu rosto esquentar de vergonha.
_ Tudo bem?
_ Vou bem, obrigado. Bom te ver aqui.
_ Estava com saudades de vocês.
_ Não precisa mentir, você estava com saudade só de mim. Pode falar.
_ Mentira sogro, seu filho está mentindo.
_ Jovens. -riu.- Irei deixar vocês mais à vontade. -falou indo para a cozinha.
_ Onde paramos? -ele perguntou apertando minha cintura.
_ Não, vamos jantar. Sua mãe estava só esperando vocês dois.
_ Minha mãe sempre nos melhores momentos.
_ Para, vamos dormir juntinhos hoje.
_ Só dormir?
_ Foi o que eu disse pro meu pai.
_ E como uma boa filha obediente é isso que você vai fazer, depois de namorar um pouco. -disse sussurrando no meu ouvido e mordendo a ponta da minha orelha em seguida.
_ Henrique?
_ Tô indo mãe.
_ Os cachorros vão ficar aqui? -perguntei levantando a sobrancelha.- Soltos?
_ Será que um dia você vai acostumar com eles?
_ Não. -ri enquanto íamos para a sala de jantar.- Chegamos!
_ Espero que goste de molho branco, Henrique queria panqueca de frango. Mas também tem de carne moída com molho vermelho.
_ Não se preocupe, eu como das duas. -falei descontraída, me servindo e sentando em seguida.
Os jantares na casa do Rique costumavam ser de assuntos paralelos, falávamos sobre viagens e outras culinárias e coisas assim. Permanecemos à mesa até mesmo depois da sobremesa, mousse de ninho com brigadeiro branco.
_ Se me dão licença, vou tirando a mesa. Mas fiquem à vontade.
_ Eu te ajudo. -falei me levantando e retirando os pratos e talheres. Henrique continuou sentado no celular como se o mundo em volta não existisse. Escutei o celular tocar e ele atendeu na maior felicidade do mundo e eu comecei a lavar louça, mas prestando a atenção na conversa.
_ Não, mas... nada a ver, você não estava bem aquele dia... de boa, de boa... que isso, se cuida. Tchau. -e desligou vindo me abraçar.- Já está bicuda?
_ Não, estou normal. -falei tentando disfarçar, mas eu era péssima nisso.- Terminei aqui, agora você guarda.
_ Escorredor de louças serve pra deixar a louça até ficar seca.
_ Não sei sua mãe, mas a minha não gosta de louça em cima da pia não. Mas você que sabe.
_ Sei que eu tô querendo subir, tá afim?
_ Depois que você guardar a louça quem sabe... -falei fazendo um charme e me sentando na bancada, ele me olhou com cara de tédio, me deu um selinho e foi guardar a louça, que não era muita coisa e subimos.
_ Sua irmã te ligou?
_ Não. Por quê?
_ Arthur tá me mandando mensagem, falou que está indo pra casa da Julia.
_ Ela está bem?
_ Está tendo contrações. Tá indo pra lá ele, sua irmã e o Leo.
_ Nossa, mas... sei lá também.
_ O que?
_ Não é que não sei se ela chegou a completar as quarenta semanas, mas estava tudo bem com a Sophia.
_ Fizeram as pazes?
_ Quem?
_ Você com eles.
_ Eu tô na minha e eles na deles, sequer sentiram minha falta.
_ Você é mimada, sabia?
_ Sim. A princesa do meu pai, sou mimada desde que nasci e não acho isso ruim.
_ Depende da situação né? Mas não vou falar disso não. -disse segurando minhas mãos acima da cabeça e passando uma das pernas para o outro lado, me prendendo embaixo dele.- Temos coisas bem mais legais para fazer.
_ Tá bem taradão você. Eu vim porque estava com saudades e não porque queria sexo. -ele deu risada e me beijou e que beijo gostoso.- Hmmmmm... deixa eu tirar meu tênis.
_ Eu tiro pra você. -falou todo prestativo, descendo da cama e tirando meu tênis, meias, puxou minha calça e me deixou só de cropped e calcinha.- Ah, cadê os ursinhos? Sabe que eu gostava... -falou pondo a mão no laço de cetim e eu dei um tapa na mão dele, e cobrindo o rosto.- ... só estamos eu e você, não precisa ter vergonha.
_ Então para de falar das minhas calcinhas.
_ São lindas, deixa eu ver atrás?
_ Henrique!
_ É conjunto com o sutiã?
_ Você está demais hoje. -falei sentando na cama e tirando a blusa, joguei em cima da cadeira e fiquei de pé olhando em direção ao espelho e me achando a maior gata de lingerie de renda.- Aprovado? Disse minha mãe que minhas calcinhas eram infantis demais. Mas eu não ligava.
_ Te deixavam tão inocente.
_ Ainda sou.
_ Eu sei. Vem cá, deita aqui.
_ Não quero deitar. -falei engatinhando até ele e lhe dando um selinho demorado, puxando seu lábio inferior com os dentes. Passei a perna para o outro lado do quadril dele e sentei, colocando o tronco pra frente e deixando meus cabelos fazerem cortina. Sorri e voltamos aos beijos intensos, longos e excitantes. Henrique levou as mãos até a base da minha cintura prendendo meu corpo ao dele e mostrando o quanto estava excitado.
_ Você brinca fácil com a minha imaginação. -sussurrou beijando meu pescoço e passando a língua na minha orelha. Senti um arrepio gostoso quando suas mãos tocaram minhas costas, ele se sentou na cama e foi rápido ao tirar meu sutiã e continuar distribuindo beijos por um caminho que levava até a renda da minha calcinha.- Cheirosa.
_ Tomo banho, né? -brinquei me deitando na cama e esticando as pernas. Eu sabia bem o que viria, e foi bom demais do começo ao ápice, Henrique intensificou tudo quando não parou quando eu estava gozando e a sensação foi única. Levei alguns minutos para me recuperar, antes de ele colocar um preservativo e irmos para a parte que bem nos interessa. Tivemos uma noite longa, fizemos amor três vezes seguidas e muito bem feitas, eu estava cansada e sorrindo também.
_ Quer tomar um banho?
_ Não, estou bem assim. -respondi virando de lado e esticando o braço para pegar meu celular.- Melissa é maluca sabia?
_ Por quê? O que ela te mandou?
_ Só escuta.
_ Sei que você deve estar bem ocupada aí, mas estamos indo pra maternidade, acho que a Sophia nasce ainda hoje.
_ Bem ocupada mesmo. -riu.- Será que ela nasceu?
_ Não, Melissa teria mandado fotos, certeza. -falei bloqueando a tela e deixando em cima da cadeira que estava do lado da cama.
_ Meu celular acabou a bateria.
_ Hmm e ia falar com alguém? -levantei a sobrancelha, ele me olhou franzindo a testa e depois começou a dar risada.
_ Tá com ciúmes?
_ Não, só queria saber com quem você estava falando mais cedo?
_ Na mesa de jantar?
_ É Henrique.
_ Uma colega da faculdade.
_ Hm...
_ Não pensa besteira não, é que tínhamos um trabalho pra fazer em dupla e ela não estava se concentrando, estava bem dispersa e não foi muito bem não. Aí ela tinha meu número, do grupo que temos na sala e me ligou pra se desculpar. Foi isso.
_ Ela é sua amiga?
_ Não. Não somos amigos, somos colegas de classe. -respondeu despreocupado.
_ Ah tá. E por falar em faculdade, está gostando do curso?
_ Muito. Mas é estudo pra caramba, nossa.
_ A grade é bem puxada, eu estava pesquisando outro dia.
_ Querendo mudar de curso?
_ Não. Queria entender melhor seu fascínio pela profissão. Não é possível que sejam somente viagens internacionais, tem um a mais e eu queria saber.
_ O mercado internacional é mais rentável e melhor reconhecido, então é um bom investimento.
_ Visionário você. -brinquei.
_ Nem tanto. Meus pais conversaram bastante comigo, me ajudaram a escolher.
_ Sério? Mas como?
_ Eu não tinha uma profissão que sonhava em fazer, estava mais que acomodado em ter pais ricos e eles explicaram que não era bem assim.
_ Era um vagabundinho, né? Achando que a vida era encher a cara, dar festas e ter muitas garotinhas. -falei revirando os olhos e cruzando os braços.
_ Não, eu era sossegado. Meu pai foi bem claro, ele não estava cobrando que eu trabalhasse, mas ele queria que eu tivesse uma graduação e que fosse algo que eu realmente gostasse.
_ Então você estuda por vontade?
_ É. -respondeu se espreguiçando.- Isso aí Maria Luísa. Maria Luísa, nome diferente.
_ Sou diferenciada mesmo. -disse virando de bruços e me apoiando sobre os cotovelos.- Tô ficando com sono.
_ Nem sei que horas são. -falou levantando e pegando meu celular.- 04 horas e 27 minutos.
_ Bem tarde. -falei bocejando e me levantando para ir ao banheiro, e depois de usar e lavar as mãos sai procurando alguma coisa pra vestir. Peguei uma camiseta dele, vesti de volta minha calcinha e peguei minhas meias antes de voltar para cama e encontrar o bonito de cueca, bem a vontade.- Ainda vai assistir filme?
_ Uma partida de videogame, tem coragem?
_ Não vou conseguir levantar no horário pra ir pra escola, e a culpa vai ser sua.
_ Então vamos dormir.
_ Tô brincando, não vou hoje não. Já avisei minha mãe inclusive.
_ E ela deixou de boa?
_ Não foi tão de boa assim, usei muitos argumentos. Que não era semana de provas, as matérias estavam todos em dia, eu quase não tive falta esse bimestre e etcetera.
_ Tudo pra ver o gostoso aqui. -falou me entregando o controle.- Me ama muito.
_ Eu amo mesmo, mas não vou ficar falando toda hora.
_ Por que não bebê? -perguntou imitando meu irmão.
_ Tonto. Qual vai ser o jogo?
_ FIFA!
_ Sério?
_ Sério.
_ Não posso só te olhar jogar?
_ Eu quero companhia e você vai dormir.
Nós jogamos o restinho da madrugada e quando o dia estava amanhecendo nós dois dormimos. A impressão que tive foi a de que tiramos um pequeno cochilo, porque abri os olhos no susto quando o celular tocou alto e fez eco no quarto todo. Sentei na cama e fechei os olhos de novo, estava com muito sono e não saberia dizer nem meu nome se alguém me perguntasse.
_ Alô? -escutei Henrique atender.- Não, ela está dormindo Mel... não, tranquilo... não acredito... -riu.- ... não pô, estava esperando ele ligar... vou chamar ela e vamos pra lá... valeu, tchau. Bom dia. -e desligou. Voltei a deitar e abracei sua cintura, encostando o rosto nas costas dele.- Era sua irmã.
_ Uhuum...
_ Ela disse que a Sophia acabou... de nascer. -disse bocejando.
_ Que horas são?
_ Cedo. Bem cedo.
_ Vamos dormir mais um pouquinho?
_ Vou colocar o celular pra despertar... -não escutei mais nada do que ele disse e voltei a dormir.
Às 10h da manhã o celular despertou com uma música pra lá de escandalosa e nem falei nada. Desliguei o alarme e fui tranquila para o banheiro. Liguei o chuveiro e entrei de cabeça pra ver se minha preguiça iria embora, ensaboei todo o corpo, escovei os dentes e depois de mais alguns minutos debaixo d'água sai.
_ Bom dia. -falei dando um selinho na coisa preguiçosa que estava com a toalha no ombro e encostado no batente da porta.- Agora sim eu estou acordada.
_ Bom dia gatinha. Prometo que não demoro. -e entrou no banheiro.
Eu não estava com pressa, ainda mais sabendo que Henrique demorava pra se arrumar. Coloquei calcinha e sutiã, a calça jeans e fui secar os cabelos pra não molhar a blusa que eu iria vestir.
Enrolei a toalha na cabeça, calcei o tênis e sentei pra olhar o celular. O grupo da família estava cheio de mensagens e a foto de perfil tinha sido alterada assim como o nome "Bem-vinda Sophia". Ela era linda, bochechas rosadas e muito cabelo, estava de macacão rosa e faixa na mesma cor.
_ Ainda sem roupa?
_ Só falta a blusa. Sua mãe tem secador de cabelo?
_ Se ela tiver só Deus sabe onde está, porque ela tem é um monte de coisas naquele quarto. Quer que eu veja?
_ Depende, você está com pressa de sair daqui?
_ Não. Vai demorar muito?
_ Não, já tirei o excesso da água. -ele saiu do quarto do jeito que estava e não demorou a voltar dizendo que a mãe tinha se oferecido para me ajudar secar os cabelos. Coloquei a blusa, fui até o quarto dela e papeamos enquanto ela escovava rapidamente os fios.
_ Pronto aí? -entrou no quarto subindo na cama e deitando todo espaçoso.
_ Sim, terminamos e sua mãe faz isso bem melhor que eu. -falei levantando e colocando o cabelo de um lado pro outro.- Muito obrigada. -agradeci.- Podemos ir agora.
_ Sem comer? -Luísa perguntou e Henrique já deu risada.
_ Não mãe, vamos descer e comer primeiro.
Nós tomamos café, ele pegou o carro e antes de irmos, ele quis passar em uma loja de bebês para comprar um presente para a afilhada. Henrique estava mais besta que meu irmão e saiu de lá com três sacolas, um urso de pelúcia grande e eu quis passar na joalheria que tinha duas ruas à frente e comprei uma pulseira de prata.
Voltamos para o carro, seguimos para a maternidade e ao chegar lá encontramos com a minha mãe, minha irmã e meu pai saindo. Nos cumprimentamos rapidamente e subimos assim que fizemos a identificação.
_ Ele falou quarto 203, é aqui. -disse batendo na porta e entrando.- Cheguei. -falou soltando minha mão e indo abraçar meu irmão todo feliz. Cumprimentei a dona Sonia, Camila e minha cunhada, com a amiga dela eu não falei.
_ Pensei que não fosse vir, não respondeu minhas mensagens. -Art disse me abraçando.- Sophia lembra muito você. -beijou meu rosto todo carinhoso.
_ É minha sobrinha, é claro que eu viria. E isso é pra ela. -falei entregando as sacolas.
_ Sabe que não precisava, né?
_ Fala isso para o padrinho da criança. -olhamos e ele já estava com ela no colo.- Parabéns papai.
_ Parabéns tia Malu. -piscou.
Arthur foi colocar nossos presentes junto com os outros e eu fui ver de perto a caçulinha da família. Os olhinhos bem abertos, branquinha e com as bochechas cor de rosa, gordinha e com os cabelos bem pretinhos e lisos. Minha primeira sobrinha.
Peguei ela no colo, nós tiramos algumas fotos e até brinquei um pouco com ela antes de a madrinha sugerir tirar fotos com o padrinho e os pais.
_ Você tira a foto pra gente Malu?
_ Claro. -falei pegando o celular e fotografando os cincos, depois eles três e devolvendo o celular pra ela.
_ Acertaram na escolha dos padrinhos, olha essa foto que linda. -Lais falou toda animada, dando zoom na foto.- Quer ver como ficou Malu?
_ Depois. -Henrique me olhou com os olhos arregalados.
_ Posso marcar você, né Rique? -perguntou colocando a mão no ombro dele, toda simpática.
_ @_hlopes, marca aí.
_ Sem ciúmes Maluzinha. -meu irmão tentou brincar, mas eu continuei de cara fechada.
_ Deixa ela mô.
_ Ela não liga não bebê.
_ Agora somos praticamente da mesma família, madrinha é tipo segunda mãe.
_ Quando participa da vida da afilhada é mesmo. -falei baixo, mas todo mundo escutou e meu irmão me repreendeu com o olhar.- Posso usar esse banheiro aqui? -perguntei pra distrair e logo fui entrando. Eu sei que não me dei a chance de conhecer a madrinha da minha sobrinha, mas também não faço questão e aí do Henrique se der trela pra ela.
_ Ué, cadê todo mundo? -perguntei ao sair e encontrar meu irmão, Julia e Henrique.
_ Minha mãe e a Mila foram pra casa descansar um pouco, tomar um banho... a Lais foi no outro banheiro já que você estava usando esse. -Julia respondeu.
_ Entendi. -falei me sentando na poltrona.
_ Você poderia ser mais simpática, o que acha?
_ Simpática com quem Art?
_ Com a Lais, ela é legal. Nossa amiga.
_ Sim, amiga de vocês. Minha não e nem precisa, não faço questão e não insiste.
_ Você quando quer é igualzinha a mãe.
_ Tá falando que a mãe é chata? Eu vou bem contar pra ela.
_ Eu não disse isso. Eu disse que...
_ Briga de irmãos é lindo, até saudável, mas a princesa aqui está dormindo. Relevem, vai. -disse ninando a Sophia.
_ Malu...
_ Ela não é minha amiga, nem tem que ser. Mas fica tranquila que eu não serei inconveniente maninho, relaxa. -respondi e ninguém falou mais nada.
Narrado por Fernanda
A primeira coisa que fiz ao chegar na maternidade, depois de cumprimentar Sonia e os demais, foi pegar Sophia no colo e apertar muito aquela fofura.
Que saudades eu tinha daquele cheirinho de neném, aquela pele fininha e os traços delicados. Eu estava toda emocionada!
_ Mamãe deixa eu ver também. -Camila cedeu seu lugar na poltrona e eu me sentei mostrando à Helena sua sobrinha.- Ela tá dormindo mamãe.
_ Não está não, olha a boquinha dela mexendo.
_ Não tá nada. Ô papai, vem ver um negócio.
_ O que minha princesa?
_ Ela tá vermelha na bochecha, ela estava chorando? Por quê?
_ Porque neném só chora e dorme. -falei brincando e ela arregalou os olhos.
_ Deixa eu pegar ela também?
Com todo cuidado, Luan e eu ajudamos Helena segurar Sophia no colo e até registramos em foto esse momento delas duas. Em seguida ela começou resmungar bem baixinho e ficar inquieta, queria mamar então devolvi pra mãe.
_ E você Julia está bem? Descansou um pouco?
_ Eu cochilei, mas descansar mesmo não. Não é a mesma coisa de dormir em casa, até o cheiro é outro. -sorriu alisando o rostinho da pequena.
_ Isso é verdade mesmo. Vocês tem previsão de alta? -conversamos um tempo sobre o pós-parto e ficamos por mais uma hora e pouquinho mimando a nossa caçulinha.
_ Licença, oi gente. Tudo bem? -olhamos para a porta e vimos uma menina entrar de bolsa e algumas sacolas.- Cadê a princesinha da dinda? -perguntou sorridente e foi cumprimentar a amiga, abraçou meu filho e foi pegando minha neta no colo.- Ju ela parece uma boneca.
_ Tem o tamanho de uma mesmo. -respondeu o comentário.
_ Falei pra minha mãe que ela tinha nascido e ela ficou toda contente, desejou muita saúde à vocês, uma boa recuperação e muitos beijos.
_ Obrigada, agradeça por mim.
Luan e eu ficamos de olho em Helena que estava conversando bastante com a Sonia, enquanto Camila se juntou às meninas e Arthur estava no banheiro. Depois nos despedimos e fomos embora.
_ Olha quem está chegando. -falei ao ver Henrique e Maria Luísa se aproximarem, nos falamos rapidamente, eles subiram e nós fomos para o carro.- Não queria ir trabalhar hoje não. Queria comemorar!
_ Comemorar é?
_ Sim. Ligou pra sua mãe, amor? Avisou a Bruna?
_ Pra mamusca eu liguei sim, só não consegui falar com a Bruna.
_ Vou ligar pra ela agora. Não, antes eu vou é ligar pra minha mãe.
Liguei em casa e minha mãe atendeu. Perguntei se estava tudo bem, como estavam as coisas por lá e depois fui atualizando ela das novidades por aqui e contando tudo sobre o nascimento da primeira bisnetinha. Ela desligou dizendo que iria contar ao meu pai pessoalmente e eu liguei pra minha cunhada convocando ela para uma comemoração, em seguida liguei pra Lila e por último o Davi. Luan esperou chegarmos em casa pra ligar pro Rober, falou com o Dudu e os convidou para assar uma carne e tomar uma cerveja.
_ Maria! Minha neta é linda.
_ E já nasceu é?
_ Nasceu hoje de manhã, olha que princesinha, parece um panda de tão fofa. -falei pegando o celular e mostrando as fotos para ela.- Esse macacão aqui foi o primeiro que eu comprei pra ela, eu sabia que era uma menina.
_ Muito gatinha, parabéns minha filha. -me abraçou forte, sorrindo.- Nem vai trabalhar hoje, né?
_ Não, hoje eu vou beber. Comemorar!
_ Oh a desculpa, Maria. Olha bem.
_ Ele fala de mim, mas já ligou para os amigos falando de assar carne e tomar cerveja. Cerveja que ele nem foi comprar ainda.
_ Vocês dois não tem jeito mesmo viu. Até a mocinha em casa? Não teve escola hoje não, é?
_ Eu fui com a mamãe e o papai visitar a Sophia, Má. E ela é do tamanho da minha boneca, quer ver? -e saiu correndo para ir buscar.
_ Querem fazer alguma coisa de comida?
_ Nada disso Maria, hoje você está de folga! Panela elétrica está aí pra fazer um arroz e só. Nem esquenta. -falei animada.- Tô subindo para ir me trocar.
Narrado por Arthur
(...)
_ A sós. -falei me sentando assim que os pais dela se despediram, saindo do quarto.- E aí? Quer alguma coisa?
_ Ir pra casa, tomar um banho e dormir na minha cama. -falou se espreguiçando.
_ Eu sei bebê, mas alguma coisa que eu possa fazer agora.
_ Pode ser um beijo? -pediu e eu não neguei. Levantei da poltrona e sentei ao lado dela na cama.- Você está com uma carinha de sono... deveria ter ido pra casa. -falou fazendo carinho no meu rosto, nos beijamos sem pressa.- Quer deitar aqui comigo?
_ Não posso, tô de boa na minha poltrona.
_ Vou aproveitar que a Sophia está dormindo bonitinha e vou ao banheiro. -disse colocando as pernas para fora da cama, descendo devagar e calçando a pantufa.- Acho que não demoro.
_ Vai fazer xixi?
_ Não. -foi ficando vermelha.- Não gosto de usar o banheiro fora de casa.
_ Eu não tenho esse problema. -falei rindo.- Vai lá, eu vou ligar pra minha mãe.
_ Tá bom.
Julia entrou no banheiro e eu peguei o celular. Sem bateria. Procurei na bolsa dela o carregador, depois uma tomada e esperei ligar. Nesse meio tempo tomei água, fui dar uma olhada pela janela e quando ia ligar pra dona Fernanda... Sophia começou a resmungar bem baixinho, tremendo os lábios e mexendo os bracinhos.
_ Isso é um choro, é? -perguntei rindo, me aproximando e pegando-a no colo e esperando que a parasse.- Papai está aqui, mamãe só foi no banheiro fazer cocô. -ri e ela foi ficando quietinha, abriu os olhos.- Você parece muito com a titia Maria Luísa. -ela fechou os olhinhos e sorriu, parecia até que entendia.- Só que você é ainda mais bonita. Linda.
_ Não consegui. -falou saindo do banheiro aparentemente chateada.
_ Você precisa relaxar.
_ Eu sei, depois eu tento outra vez. Ela estava chorando?
_ Não, resmungando só. -respondi.
_ Está na hora dela comer.
_ Outra vez?
_ É mô, ela dormiu a maior parte do tempo.
_ Mesmo no colo.
_ Sim. A enfermeira disse que era pra eu acordar ela pra mamar, porque eles costumam ser preguiçosos nos primeiros dias. -comentou voltando a se sentar na cama e pegar Sophia no colo.- Né mamãe?
_ Quer que eu chame a enfermeira?
_ Ela me explicou mais cedo, não tem segredo. Eu só preciso ficar tranquila.
Fiquei quieto olhando o momento mãe e filha. Julia tirou o peito de dentro da camisola e Sophia logo abocanhou fazendo a sucção e a mãe fazendo careta, parecia estar doendo, mas ela continuou até nossa filha estar satisfeita.
_ Dói muito? -perguntei.
_ Sim, pode ser que seja a falta de costume. -comentou tranquila, deixando Sophia em pezinha e esperando-a arrotar.
_ Posso pegar de volta?
_ Claro que pode mô, nem precisa pedir. -me respondeu estendendo os braços, Sophia veio para o meu colo sorrindo, mas mantinha os olhos fechados. Deitei ela em meu peito e fiquei sem falar nada, só sentindo seu cheiro.- Papais babões a Sophia tem. -comentou e eu assenti.
Aquela foi nossa primeira noite com ela e eu estava tão feliz que nem dormi, mesmo estando cansado. Sophia dormiu a noite toda, Julia também capotou e foi acordar no dia seguinte quase às 10h.
Esperei que ela comesse, amamentasse e ajudei em seu primeiro banho. Não demorou muito a Sonia chegou e me liberou pra ir pra casa tomar um banho e descansar um pouco. Mas pedi pra ela ligar caso as duas fossem liberadas.
_ Bom dia Maria. -falei entrando na cozinha.
_ Oi meu filho, bom dia. Meus parabéns viu? Sua neném é a coisa mais lindinha, falei pra sua mãe ontem. -dizia toda sorridente vindo me dar um abraço.- Deus abençoe com muita saúde e alegria.
_ Obrigado Maria, valeu mesmo. Minha mãe já saiu?
_ Saiu foi nada, estão é dormindo. Os carros estão todos aí, ninguém nem foi pra escola.
_ Dormindo essa hora?
_ Ontem teve foi festa aqui. A casa estava cheia, terminei de ajeitar aqui não tem muito tempo.
_ Tudo é festa pra minha mãe. -falei rindo.- Vou tomar um banho.
_ Você já tomou café?
_ Nada. Tô cheio de fome.
_ Vou preparar alguma coisinha pra você.
_ Obrigada Maria. Daqui a pouco eu desço.
No caminho até o quarto nem o Thor eu encontrei pela casa, entrei e fui tirando os sapatos e a camisa que vestia. Coloquei o celular no carregador e desabotoei a calça indo na direção do banheiro. Estava exausto. Fechei a porta, tirei a calça e a cueca, liguei o chuveiro e entrei de cabeça.
Estava suado, com calor e precisando relaxar.
Foi um banho rápido, quando sai tinha uma bandeja em cima da cama. Tirei a tampa e era meu café da manhã. Maria no mínimo percebeu que eu não estava aguentando nem comigo. Fui deixando o corpo, peguei uma cueca e uma calça de pijama pra vestir. Enxuguei os cabelos e fui comer para depois deitar e dormir.
Narrado por Maria Luísa
Henrique e eu almoçamos e ficamos batendo perna até o final da tarde, quando ele foi me deixar em casa e eu descobri que estava tendo um churrasco. Convidei ele pra entrar e encontramos quase a família toda. Só não estava meu tio Rafael, o Miguel e o Pedro.
Entramos e meu namorado me largou em questão de segundos, foi sentar junto com o meu vô é o tio Eduardo. E eu subi pra trocar de roupa e quando desci sentei na sala e fiquei no meu celular.
_ Não vai comer não? -Melissa perguntou sentando com o prato nas mãos.
_ Nem sabia que estava tendo churrasco, acabei de comer lanche.
_ Ninguém sabia, a mãe é toda doida.
_ E o pai compra as ideias dela. -demos risada.
_ E aí, com foi lá? A mãe falou que a Lais chegou quase junto com vocês.
_ Pois é.
_ Foi tranquilo?
_ Ah, sim. Eu não dei trela, não fiquei de muitos sorrisos mesmo e alfinetei também que eu não sou de ferro.
_ Aí Malu você é doida, sabia? A menina não te fez nada.
_ Você já está defendendo e nem estava lá. Tinha que escutar ela falando que "madrinha é como se fosse uma segunda mãe". Nem no chá ela veio, nunca foi em uma das consultas, ficava naquela frescura de "a dinda ama essa princesa" nos comentários. Ridícula.
_ É, ela foi bem ausente mesmo. Mas maninha, deixa isso pra lá vai. Você estava se dando até melhor com a Ju.
_ Disse bem. Estava. Não estou mais.
_ Você precisa ser estudada Maria Luísa. Tá parecendo mulher traída que não supera o chifre.
_ Vai começar? Depois você não aguenta. -falei e ela riu.
_ Eu tô brincando ô coisa chata. Tirou muitas fotos?
_ Não muitas, mas tirei sim. Só não postei nenhuma.
_ Também não, deixa o pai da criança fazer as honras.
_ Eu nem sei pra quê o Arthur tem rede social, ele nunca publica nada. Foto então... -falei entrando no ig dele e vendo a última foto.- No aniversário da mãe, aquela foto que tiramos no chá.
_ Ele sempre foi desapegado a isso. Deixa eu ver as fotos que tiraram. -pulei para o sofá que minha irmã estava e mostrei à ela as fotos.- E a carinha do Henrique, olha que babão.
_ Ele levou um urso enorme! Fora que chegou lá abastecido de sacolas, ele é muito exagerado. -fiquei contando para a Mê como tinha sido nossa primeira visita à Sophia e ela riu muito da minha cara e mais ainda dos choque entre tia vs madrinha.
Não demorou muito e meu namorado me encontrou, mudei de sofá outra vez e ficamos namorando, trocando carinhos até meu cunhado chegar e ficar zoando, meu tio aparecer e eu resolver subir para tomar um banho e larguei eles todos na sala.
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Fiquei bem feliz com a chegada da primeira netinha LuNanda. ♥ Não só eu quanto todos os personagens, não é? E vocês? O que acharam? Como será que as coisas ficam agora hein?
Continua por favorr
ResponderExcluirPostei o novo amor!!
ExcluirContinua, ansiosa para os próximos capítulos!
ResponderExcluirConsegui desbloquear as outras fanfic?!
Me manda seu e-mail!!
Excluircamilafrontir@gmail.com
ExcluirQuero ler as outras
ResponderExcluirMeu e-mail @deixadeixa189@gmail.com
Vou te mandar o convite nega!
ExcluirCadê você?
ResponderExcluirTô aqui Yza! ❤️
ExcluirContinua por favorrrr
ResponderExcluirContinuei!! ❤️
ExcluirNão desaparece de novamente mais não
ResponderExcluirNão, estava só aguardando terminar o outro capítulo mulher!
ExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
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