Luan era muito meu parceiro, como eu o amava. Fui mimada o dia inteiro, na verdade ele deixou que eu ficasse quietinha o tempo todo, só me acordou para comer e se certificar que eu estava melhorando com o remédio. Só anoitecer levantei para tomar um banho e trocar o absorvente, sai do banheiro enrolada na toalha e ele estava todo arrumado.
— Papai tô pronta.
— Só eu que não? –fiz bico, logo Thor entrou latindo, estava de roupa também.
— Bora na minha mãe?
— Agora? Sem avisar?
— Ela quem fez o convite, Bruna tá indo pra lá também.
— Ligou pras meninas?
— Ninguém volta pra casa hoje.
— Nossa amor, lembra quando íamos sair e levávamos aquele monte de crianças? Agora são só duas. –sorri.
— Eles cresceram rápido demais.
— Estou atrasada? –perguntei mudando de assunto.
— Tá tudo quase pronto mamusca disse.
— Não vou demorar. Prometo.
Narrado por Luan
(...)
— Papai você não vai dirigir? –assenti.– E tá bebendo?
— Sua mãe dirige.
— Hm e ela tá demorando. –disse bicuda e o cachorro resmungou, deitando no tapete.– Papai?
— Hm...
— Só vai nós quatro? E a Malu? E minha irmã Melissa? O Art não mora mais aqui não é?
— Rapaz quanta coisa. –ri.– Seus irmãos saíram, tão tudo namorando.
— Eu não quero namorar papai.
— Ah não é? Por quê?
— Quem namora só fica com o namorado nem sai com a mãe e o pai mais. Eu não quero papai.
— Aham, sei viu. Ô Fernanda!
— Não grita não que eu já estou descendo. –falou vindo tranquila. Estava de calça jeans, tênis, moletom e jaqueta jeans.– Tô pronta.
— Papai ela tá com a sua touca. –cochichou.
— Ela usa tudo o que é meu. –devolvi o cochicho.
— E aí, vamos ou não?
— Bora, toma a chave.
— Por que?
— Porque ele tomou cerveja mamãe, não pode dirigir assim.
— Tá vendo? Mandona igualzinha a mãe, tô lascado.
— Vai logo, vai. –fomos no Durango, Thor foi na frente junto com a Helena e eu atrás no celular.
— Viu isso aqui? –mostrei uma foto da Melissa no story do instagram.– Era uma nenenzinha linda.
— Bochechuda e muito manhosa (risos).
— Imagina casada.
— Leo é tão de boa, Melissa vai é discutir sozinha.
— AH vai sim, duvido. Que rápido.
— Claro. Frio, chovendo... de noite ainda. –disse entrando no condomínio, e estacionando na garagem dos meus pais cinco minutos depois.– Cadê o carro da sua irmã?
— Sei nem se ela já chegou.
— E estava me apressando? –ri.– Helena sem bagunça vocês dois.
— Não vou poder brincar na minha vó?
— Sem bagunça.
— Tá né. –respondeu bicuda e foi soltando o cinto. Descemos do carro e a porta estava aberta, mamusca beijo nos receber sorrindo, deu aquele abraço forte, apertado e fomos entrando.
— E aí Amarildo veio, tranquilo?
— Assando umas carnes, bora tomar uma?
— Vovô! Você tamém?
— Eu o que minha princesinha?
— Cerveja, vovô. Cerveja!
— Mas o vovô tá em casa uai, tranquilo.
— É sogro, hoje ela tá assim, entrona.
— Que isso mamãe?
— Intrometida, filha. –respondeu e Helena cobriu a boca, rindo.
— Cadê a Bruna, xumba?
— Tomando banho.
— As crianças não vieram?
— O Lucas é criança, Laura não mais. –sorriu.– Estão vindo com o Rafael.
— Ele não tava viajando?
— Chegou hoje de tarde.
Alguma coisa tinha, mas fiquei na minha. Fui pro quintal com o meu pai e deixei as mulheres da minha vida na sala.
— Cê sabe o que é né pai?
— Sim, eu sei. –riu.
— E não vai me contar?
— Não.
— Ah paizão, por favor cara?
— Cê vai saber já já. Mas é coisa boa viu.
— Ah é? Tipo o que?
— Essa não colou não.
Narrado por Fernanda
(...)
— Cu? Tô entrando. –brinquei.
— Fer, entra! –abri a porta e ela veio me abraçar.– Estava com saudades de você. Que bom que veio. O Pi também tá aí?
— Está sim, lá embaixo com o seu pai.
— Preciso te contar, tô grávida!
— Grávida? Meu Deus Bru, parabéns. –e nos abraçamos outra vez, então me agachei e beijei sua barriga que estava descoberta.– Como descobriu?
— Minha menstruação atrasou por quatro dias, aí veio aquele pouquinho e muito enjôo, muito. Aí marquei uma consulta hoje e levei minha mãe comigo.
— Marizete está em todas.
— Sim, em todas. Meu pai levou nós duas e acabou entrando também. Vou ser mamãe de novo.
— E o Rafa?
— Ainda não contei, preparei uma surpresa pra ele.
— Sério? O que? –Bruna sentou na cama e começou a me contar como seria a surpresa, vibrei junto com ela e ajudei terminar de preparar enquanto ela terminava de se vestir.
— Mamãe?
— Oi amor.
— E minha tia Bruna em? Papai falou que ela tá demorando muito.
— Tô aqui pequena, vem dar um beijão na titia.
— Oi titia! Vamos descer?
— Vamos, vem cunhada. –descemos e minha sogra estava no telefone com alguém e meu marido de braços cruzados.– Oi Pi!
— Ô Piroca, vem aqui pertinho de mim.
— Saudades de mim? –foi até ele sorrindo, Luan ficou olhando, analisando e desfez a pose de durão.
— Cê tá me escondendo alguma coisa. Por que minha muié tá com essa cara?
— Que cara vida? –perguntei.
— Essa aí, eu te conheço.
— Ai Pi, que ideia. –riu.– Estava com saudades de você também.
— Não vai contar?
— Daqui a pouco. –disse sorridente e não contou mais nada. Esperamos na sala até Rafael chegar com a Laura e o Lucas, fomos para a sala de jantar, comemos e quando voltamos para a sala encontramos as caixinhas de presentes.
— Presente? Nem é aniversário de ninguém. –Lucas disse franzindo a testa. Laura mais curiosa foi procurando o nome dela e acabou entregando os outros.– Que isso?
— Abre filho, é um presente uai.
— Madrinha me ajuda? –pediu e eu enrolei pra abrir, queria que Rafael e Laura vissem primeiro, e deu certo.
— AH mãe, sério? –Laura abriu um sorrisão.– Promovida com sucesso a duas vezes irmã mais velha, aí pai parabéns pra vocês.
— Cara eu vou ser pai de novo. –disse Rafael sem acreditar.– Amor, é a melhor notícia que você poderia me dar, a melhor de todas. –eles se beijaram e Luan ainda estava com a caixa dele na mão, sem dizer nada.
— Pi?
— Rapaz do céu tava esperando não cara.
— Eu sim, e nós aceitamos. –falei e ele me olhou sorrindo.– Amor vou amar ser madrinha desse bebê também.
— Mas dinda, você é minha madrinha!
— E da Laura também.
— Eu sei, mas...
— A dinda vai continuar mimando você, não se preocupe. –falei sorridente e ele fez o mesmo.
— Aí gente essa minha família viu. Que delícia ter um bebezinho em casa, conta tudo mãe.
Bruna estar grávida fez com que eu voltasse no tempo e revivesse todas as lembranças das minhas gestações passadas, principalmente a primeira. Eu não sentia que estava pronta, mas nutria um amor pela Melissa que foi fundamental para entender esse novo momento.
Eu estava muito feliz por eles, Rafael era meu marido todinho, paizão super coruja. Chorou de felicidade, Bruna e eu também. Depois disso ficamos mais um pouco nos meus sogros e resolvemos ir pra casa.
— O que será que vem agora hein amor?
— Rapaz, tinha que ser homem. Muierada demais nessa família.
— Muita mulherada amor, muita.
— Bom, tô feliz, mais um bebezinho. –falei animada e toda sorridente. Helena dormia no banco de trás, Thor também. Luan voltou dirigindo e fomos o restante do caminho conversando.– Amor?
— Oi.
— Estava aqui pensando... ano que vem será um ano de bastante mudanças, não é?
— Por quê?
— Seremos nós quatro em casa daqui uns meses.
— E o que você pensa em relação a isso?
— A casa vai ficar grande demais. Não sei, mas pensei mudar pra um apartamento.
— Apartamento? E nossos carros?
— Amor não temos a necessidade de uma mansão.
— Depois a gente vê isso. –falou manobrando o carro e entrando no condomínio.
— Pensa com carinho.
— Tá. Amanhã você vai pra Company?
— Sim, quer ir comigo?
— Nada, tô de folga. Mas se quiser eu te levo.
— Hmmm eu quero. Você vai acordar pra tomar café comigo amor.
— Vou é?
— Vai sim.
— Me acorda então.
Chegando em casa, Luan entrou com a Nena e eu com a bolinha de pêlos. Entrei e acionei os sensores das luzes externas, tranquei a porta e subi para o quarto.
— Vamos deitar?
— Tenho que trocar de roupa ainda.
— Se quiser eu te ajudo.
— Toda ajuda é bem vinda amor.
E ele ajudou eu tirar cada peça de roupa, nós nos amamos por algumas horas e depois de um banho dormimos agarradinhos, sentindo o cheiro um do outro. Dormi tranquila, e acordei descansada, mas não tive coragem de acordá-lo. Me arrumei em silêncio, preparei a bolsa e desci para tomar café com a Maria.
— Bom dia Maria, tudo bem?
— Bem friozinho, mas bem e você, dormiu bem querida?
— Sim, e olha que dormi pouco. Ontem fomos na minha sogra, jantar em família... –comecei a contar, falamos sobre a gravidez da Bruna e comentamos sobre os meus bebês.– Até falei pro Luan de mudar pra um apartamento, ele está meio assim, mas faz sentido pra mim.
— Bom dia Maria, bom dia amor. Tô pronto.
— Amor, você lembrou.
— Você que não me acordou. –beijou minha boca.– Tá pronta?
— Sim, vamos?
— Vambora. –falou.– Quer alguma coisa da rua, Maria?
— Não, trouxe tudo antes de passar na padaria de manhã. Vão com Deus viu.
— Amém. –beijei o rosto dela, fui até o banheiro escovar os dentes e fui encontrar o Luan no carro.– Tão lindinho com essa cara de sono.
— Eu tô é com preguiça.
— Eu sei vida. Obrigado, te amo.
— Eu também amo você minha linda.
Luan me deixou na empresa e disse que ia passar na casa do Rober antes de ir pra nossa casa. Passei o dia trabalhando e no final do expediente recebi uma surpresa bem gostosa, meu marido foi com as crianças me buscar. Bernardo, Marina e Helena estavam no carro animados para continuar bagunçando, Luan disse que eles tinham passado o dia em casa.
— Dinda, eu tava com muita sodade de você.
— Eu também estava príncipe, você brincou muito hoje?
— Sim! E tomei chocolate!
— Dindo bom esse né?
— Aham! A Marina chorou dinda, queria a mamãe.
— Ah é?
— Sim, ela chorou um montão. Não foi padrinho?
— Não! –gritou bicuda.
— Ei, assim não princesa. –falei e ela pediu colo.– Vem aqui com a dinda, vem. –Marina veio pro banco da frente e deitou a cabeça em meu peito, dormiu em cinco minutos.– Rober está em casa amor?
— Sim, e a Isa tá indo pra lá. Chamei o Dudu também.
— Churrasco?
— Não, pizza.
— Luan é dia de semana, sabia?
— Um dia só não tem problema não muié.
— Voce diz isso sempre que está de folga. Falar em ir pra academia ninguém fala.
— Tô ficando gordo, é?
— Se tivesse eu não ligaria. –segurei seu rosto e dei um beijo rápido.– Melissa saiu com o Leonardo, disse que vai dormir por lá hoje.
— Rapaz nem casou e já está assim?
— Vai se acostumando, ano que vem tá logo aí.
— Passou rápido demais.
— Também achei, mas eles estão muito felizes e ansiosos.
— Eu tô é nervoso, vou chorar até.
— Eu também, acredita que estava pensando no meu vestido já amor?
— Acredito. –riu.– Queria passar no mercado?
— Tá faltando comprar o que?
— Meu whisky.
— Deixa de ser exagerado que tem garrafa fechada em casa, vamos direto né?
— Chata.
— A dinda não é nada de chata dindo. –Bernardo disse em minha defesa, franzindo a testa e tudo.
— Sou muito legal né Bê?
— Muito, eu te amo dinda.
Seguimos o caminho de casa, mas Luan foi por dentro para fugir do trânsito. Luan estacionou e outros dois carros estavam parados também na nossa garagem. Desci ainda com a Marina dormindo e tentei entrar sem fazer barulho, mas não deu jeito porque Thor latia querendo atenção.
— Thor vai deixar, já. –Helena ordenou e ele foi.– Pode entrar mamãe.
— Obrigado filha. –segui até o quarto de hóspedes, coloquei minha afilhada na cama e fui cumprimentar nossos amigos que estavam na área externa, tomando cada um seu drink e esperando por nós.
— Chegou a dona da pensão. –Rober brincou.
— Engraçadinho (risos). Como estão?
— Não tão bem quanto você, mas estamos aí.
— São seus olhos Sô. Vocês estão lindas.
— É raiva que eu passo com o meu marido, não é Eduardo?
— Tá aprontando é Dudu?
— Muié tá brava que eu vou pra Trancoso sem ela.
— A trabalho?
— Gravação de um DVD, mas ela não vai conseguir ir. Vai eu e meus parceiros.
— Luan que não se comporte não pra ver. –falei.
— O que tem eu? –perguntou chegando com uma taça de vinho pra mim e se sentando ao meu lado.
— Vai pra Trancoso, né?
— Ô amor, vou a trabalho.
— Cuidado viu. Eu não vou, mas seus fãs me contam tudo.
— Contam mesmo, rapaz. –riu.
— Mas falei pra ela ficar de boa, cunhada. Vou levar o Nicolas comigo.
— Filho acoberta o pai, eu sei. Tenho um Arthur em casa, passa pano pro Luan até hoje.
— Tem que correr junto né. –riu.
— Sem vergonhas.
Ficamos lá fora conversando por mais um tempo, não tínhamos muitos assuntos para colocar em dia, mas comentamos sobre as festas de fim de ano, ideias para confraternizar com os demais e coisas assim. Quando Helena e Bernardo disseram estar com fome decidimos entrar, os rapazes decidiram ir até a pizzaria com as crianças e nós mulheres fomos arrumar a mesa de jantar e continuar conversando. Sim, abrimos outro vinho.
Aquela semana estava sendo atípica, mas estava uma delícia.
Estar juntos de nossos amigos era algo que trazia aquela sensação de normalidade, família e descontração. Eu gostava muito.
— Eu não consigo, juro. –Soraya dizia.– Olha, teve uma vez que nós fomos em uma festa na tia dele e uma ex-namorada dele e amiga da família estava lá. Assim, ex é ex, se é amiga da família paciência. Mas eu não tenho sangue de barata. Ela ficou puxando o tempo todo em que estávamos lá e me evitando, falando do passado dos dois. Eduardo não abria a boca, eu tive que ser a chata. Cheguei nela e falei "Olha não me leve a mal, vocês foram namorados, mas passou... tem anos isso, hoje o Eduardo está casado comigo, o mínimo que você deve a mim é respeito pelo meu casamento." juro pra vocês ele ficou vermelho na hora, engoliu seco, mas não me repreendeu e a mulher veio com aquele papo de "me desculpa, em nenhum momento eu quis te ofender" e saiu.
— Eu espero chegar em casa. –Isadora falou.
— Depende muito do meu estado de humor. –falei.
— Eu falo sempre pra ele que não faço com ele o que não gostaria que fosse feito comigo, e passamos por uma situação parecida no aniversário do meu irmão. O melhor amigo dele foi meu namorado na época de escola, perdi a virgindade com ele, mas não demos certo juntos. Nossos planos eram outros, mas ele não deixou se ser amigo do meu irmão. Aí nós chegamos, ele veio todo quente me cumprimentar, falar que eu estava bonita e o Edu do meu lado quieto. Falei pra ele que eu entendia a amizade entre ele e meu irmão, mas que não cabia aquele tipo de comentários que eu era uma mulher casada, com filhos e ele tinha que respeitar a mim e meu marido. Depois disso nunca mais.
— Fez certo.
— Ele acha que eu sou bocuda demais. Eu sou sincera, não gosto da situação e já falo na hora.
— Errada não está. –concordei. Levantei pra ir ao banheiro e quando voltei o interfone estava tocando, atendi e era meu sobrinho quem estava na portaria.– Adivinha quem está chegando aqui?
— Quem? –perguntaram curiosas.
— Nicolas Borges.
— Ele quer alguma coisa, por isso veio atrás. –Soraya disse rindo.
— Já venho. –voltei para recebê-lo na porta, ele estacionou e já desceu do carro dando risada.
— Oi tia, minha mãe tá aí ainda né?
— Oi, está. O que você aprontou?
— Besteira. Nem liguei pra ela. –beijou meu rosto e foi entrando.– Licença aqui tia.
— Toda. –entrei e fechei a porta, e voltei para a cozinha.
— Mãe, preciso falar com a senhora.
— Em particular? –ele assentiu, e os dois saíram em direção ao quarto de hóspedes.
— Acho que vem novidade aí.
— Certeza Isa, Arthur quando foi pai estava assim... cheio de querer conversar. Esses filhos deixam as mães malucas. –a conversa dos dois não durou muito, quando voltaram Soraya estava quieta e Nicolas nervoso.
— Gente vocês não sabem. Vou ser avó, avó.
— Vai ser pai, Nicolas?
— Não, vou ser tio.
— A Manu tá grávida? –Isa e eu perguntamos juntas.
— Tá, e não falou nada. Como pode?
— Ô amiga, gravidez mexe um pouco com a nossa cabeça. Você vai ter que conversar com ela.
— Eu vou sim, quando chegar em casa, vou só esperar o Edu voltar.
— Não vão ficar pra pizza?
— Seria uma boa, né? Eu já estou aqui mesmo. –respirou fundo.– Preciso de mais vinho.
— Pra já! Aceita uma taça Nic?
— Não tia, obrigado. Tem Coca-Cola?
— Tem, vou pegar pra você.
Narrado por Luan
Não demoramos na pizzaria, voltamos pra casa e fiquei surpreso por Nicolas estar lá também, Malu e Henrique também haviam chegado e estavam todos a nossa espera para comer.
Nós nos reunimos à mesa, servimos nossos pratos e fizemos aquela resenha gostosa. Fernanda estava inquieta, mas não disse nada. Não demorou muito Soraya, Dudu e Nicolas disseram que iriam embora. Isa e Rober também disseram que iriam aproveitar que as crianças já estavam dormindo. Fernanda e eu os acompanhamos até a porta de entrada, depois entramos para arrumar as coisas na cozinha e continuamos a beber na sala.
— O que cê queria me falar?
— Nada não amor.
— Não pareceu, eu te conheço vida. Fala pra mim.
— Dudu e a Soraya vão ser avós.
— Nicolas vai ser pai?
— Não amor, vai ser tio. Manu está grávida.
— Puta que pariu. Sério vida?
— É sério amor, por isso eles foram embora cedo. Nicolas veio aqui contar pra Soraya, pra ela conversar com o Dudu e os dois conversarem com a Manu.
— Porra que situação, e agora amor?
— E agora não tem muito o que fazer, a criança vai nascer e ela vai ter cuidar.
— Ela tava namorando?
— Não. Tadinha, deve estar toda perdida.
— É foda. E a Soraya?
— Ah Luan, está bem surpresa. Mas disse que conversaria com ela.
— Rapaz mais essa agora, é?
— Por que mais essa? Está sabendo de alguma coisa que eu não sei?
— Não vida, é jeito de falar.
— Sei viu, deixa eu descobrir que você está escondendo alguma coisa de mim que você vai ver só.
— Não amor, relaxa. Quer mais uma taça?
— Gente vocês ainda estão bebendo?
— Tô curtindo com o meu marido filha, e vocês, onde vão?
— Tô indo pra casa sogra, meu pai está viajando e eu não gosto de deixar minha mãe sozinha.
— Ah tá certo, mas está tarde viu. Vai com cuidado.
— Pode deixar, boa noite pra vocês. –e foi embora. Malu voltou e sentou no sofá da frente com o Thor no colo, ficou olhando pra nós.
— Está tudo bem filha?
— Sim, mãe. Acho que comi muito. Nossa senhora.
— Nem sabia que cê ia voltar hoje. –comentei.
— Ah pai, o senhor estava morrendo de saudades de mim.
— Só quer saber de namorar agora. Até sua irmã perguntou de você.
— Quem, a Melissa?
— Helena.
— Henrique quer levar ela no parque amanhã, podemos?
— Sim, podem.
— Ótimo, vamos pra almoçar e passar o restante do dia fora.
— Falta amanhã amor, pra gente namorar o dia inteiro. –falei no ouvido dela.
— Tô menstruada amor, não.
— Na banheira, hm... o que você acha?
— Não sei. –ri.
— Pai, quando o senhor volta a trabalha?
— Semana que vem, por quê?
— Queria saber. Não vai fazer nenhum show aqui perto? Quero ir.
— Sozinha?
— Não, nós sempre vamos juntos e meus sogros querem ir também.
— Bora todo mundo uai.
— Só falar o dia, vou subir, amo vocês. Boa noite. –nos cumprimentou com um beijo na testa e subiu para o quarto.
— Meus sogros. Tá vendo isso amor?
— Tão bonitinha namorando, não é amor?
— Ia ser mais bonitinha se tivesse solteira, só estudando. –gargalhei.
— Achei até que demorou muito, e foi com um amigo do nosso filho ainda. Praticamente cresceu junto.
— Melissa a mesma coisa, lembra não? Agora vai até casar.
— É amor, tudo assim. Amizades de escola, faculdade...
— Rapaz... ô vida tá me dando é sono isso aqui.
— Vamos tomar um banho e deitar então. Vem?
— Bora.
Levantei do sofá primeiro que ela e fiquei observando-a sorrir, Fernanda estava corada pelo vinho, sorriu e jogou um beijo pra mim. Estiquei a mão e ajudei-a levantar, juntei nossos corpos e ficamos agarradinhos.
— Tem pele que cola na nossa e não desgruda mais... perfume que não passa. –cantei baixinho e dançamos pela sala, descalços, só nós dois. Entre beijos e sorrisos.– Sou seu fã...
— Eu sou a sua maior fã, te amo muito amor.
— Eu te vivo. –nos beijamos outra vez e subimos para o quarto assim aos tropeços até que entramos no banheiro, tomamos um banho gostoso trocando muitas carícias e depois de secos e trocados fomos dormir. Disse a Fernanda que estava cansado, mas ela dormiu primeiro que eu.
~.~
Eu amo a rotina simples de um casal e como amo viu.
E vocês?
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