Capítulo 197 - Parte VII

Narrado por Melissa

  Cheguei da escola bem cansada e com muito cólica, então nem pra aula de inglês eu fui. Minha irmã tinha ido pra empresa com a minha mãe e o Art foi para a casa dos meus avós. Ficamos eu e o Lupy na sala, já que meu tio Davi tinha ido embora.

 Dei uma cochilada depois de almoçar, e acordei com a campainha. Atendi descalça mesmo, me surpreendendo com quem estava bem ali à minha frente.

_ Ester? -franzi a testa.-

_ Oi... será que eu posso entrar?

_ Não acho uma boa, meus pais não estão em casa.

_ Eu quero conversar só, não te farei nenhum mal.

_ Não é por isso, eu só...

_ Eu sei que tem medo de mim, mas pode confiar... -mesmo receosa lhe deixei entrar, fechei a porta e nos sentamos no sofá. Lupy não foi muito com a cara dela, e por isso acabei levando-o pra fora.-

_ Por que você agora está me procurando hein? Eu não entendo, e não chame isso de saudades.

_ Você mal me conhece e já está me julgando.

_ Não é julgar, é conhecer a história...

_ Que a advogada fez questão de te contar. -revirou os olhos.-

_ Minha mãe me contou, meus avós me contaram, meu pai... não pense que ela me envenenou contra você. Por que não foi preciso.

_ Você precisa escutar a verdade de mim...

_ Que verdade? Que você queria uma vida de luxos e riquezas sem que uma filha atrapalhasse?

_ Queria ser alguém na vida, uma modelo de sucesso.

_ Não entendo o por que do abandono.

_ Eu não preciso mentir, queria subir na vida e ao lado do seu pai mas ele não me quis. Fiquei louca e perdida. E sem estrutura emocional para isso. Eu lutei muito para conseguir ser reconhecida como modelo internacional, e mesmo com dinheiro eu teria que deixar isso aos poucos. Me entende? Desistir do meu sonho de menina, e eu não queria isso.

_ Hm... -olhei para o teto, sentia meus olhos marejarem.- E...

_ E por isso eu fugi, mas não te abandonei. Sabia que estava bem com o seu pai cuidado de você e depois teve também a advogada.

_ Fernanda, o nome da minha mãe é Fernanda.

_ Mãe... -riu.- Eu sou sua mãe, Melissa. Eu que te carreguei por nove meses, escolhi seu nome, troquei suas fraldas, aguentei o seu choro.

_ E mal me viu andar, não sabe qual foi minha primeira palavra, o ano em que meu primeiro dente caiu. Me desculpa estar sendo grossa, mas assim, meus pais trocaram minhas fraldas, limparam meus vômitos, quando preciso estiveram ao meu lado em uma sala de hospital. Não pense que vai chegar aqui e fazer a caveira deles que eu vou achar o máximo, porque eu não vou.

_ Você está na defensiva... Pensa que eu não quis te procurar, nunca quis voltar.

_ E não quis, porque nunca nem ligou pra saber se eu ainda existia. Você se escondeu e seria hipocrisia minha dizer que nunca senti saudades.

_ Você sente saudades de mim?

_ Senti, não sinto mais. Eu cresci, passei a valorizar quem sempre esteve do meu lado sem ter essa obrigação. Uma mãe sempre é o espelho de um filho, e a minha é mais que isso... então assim, eu vou entender se você quiser se aproximar. Mas me dá um tempo pra respirar, não me sentir sufocada e obrigada a te aceitar. Eu tenho muita mágoa, Ester. Você me deixou por mais de 10 anos, se escondeu e se privou de me conhecer.

_ Eu só queria que me perdoasse... -tentou segurar minhas mãos, mas me levantei e caminhei até a porta.-

_ Desculpa, mas eu não consigo. -segurei firme o choro, ela respirou fundo e se levantou caminhando até mim. Segurou meu queixo fazendo que eu olhasse em seus olhos.-

_ Eu sei do amor que você sente por mim por mais escondido que esteja e é com essa certeza que te digo...  não vou desistir de conquistar minha filha de volta. -beijou minha testa e saiu.

  Mandei mensagem pra minha mãe depois de ficar um pouco quieta, sozinha em meus pensamentos.   Ela disse que já estava voltando, enquanto isso fiquei encarando o nada. Eu não costumava guardar mágoas, mas poxa... era a minha história, ainda mexia e muito comigo. Eu não sabia como lidar, não aprendi.

_ Melissa? -abri os olhos e quando vi minha mãe ali não pensei muito, só lhe abracei e todo choro que estava guardado eu derramei ali.

Narrado por Fernanda 

  Estava com o coração apertado por ver Melissa chorar de maneira descontrolada, toda perdida... Deixei que ela se sentisse mais à vontade, desabafasse em lágrimas.

_ Não precisa guardar nada, põe pra fora meu anjo. -alisava seus cabelos.- Eu não sei o que vocês conversaram e sei que não é o momento de perguntar, mas não guarde mágoa. Foi um tempo que já passou e deveria ser esquecido. Pensa que hoje você cresceu, está bem. Com muita saúde, uma família que te ama muito e mais que isso você me tem como amiga. -ele me apertou mais ainda, chorava e permaneceu assim por um tempo.- Vamos subir, você toma um banho pra relaxar e aí se quiser e se sentir melhor a gente conversa. Tudo bem assim? -ela assentiu e nós subimos, lhe deixei no quarto e fui respirar um pouco e ver a Maria Luísa que estava com o Lupy.-

_ Mamãe, porque a Mel está chorando? Ela tá com dor de barriga?

_ Ela está triste. Mas vai ficar bem... e você Lupy, porque não mordeu aquela coisa hein? Você já foi melhor, colocava mais medo. -ri.- 

_ Quero ir na minha vó, mãe. -fez bico.-

_ Não posso te levar agora, quer ligar pro seu vô? -ela assentiu e eu disquei o número da casa deles, deixei com ela e entramos os três.-

_ Toma mamãe, ele deixou. Vai vim me buscar. -olhei e ela já tinha desligado.-

_ Vai pegar uma blusa então, sobe lá... -sentei no sofá e fiquei esperando as duas.-

_ Mãe... 

_ Vem cá minha neném, deita aqui. -sorri, bati no sofá e ela veio.- Tá melhor?

_ Não. Mãe, eu estava bem... mas poxa. 

_ Você tem que aprender a perdoar, eu sei que é difícil. Mas enxergar um lado bom, é o certo a se fazer.

_ Qual o lado bom de ser abandonada pela mãe?

_ Ganhar outras mães, uma morena inclusive. -risos.- Mas o que ela te disse que você ficou assim, tristinha? -ela começou a falar, foi detalhando tudo. Mas quando o avô chegou ela ficou quieta. Esperamos para nos despedir, e voltamos à conversa.- Eu não gosto dela, mas isso não quer dizer que você tenha que ignorá-la. Ela é sua mãe.

_ Mas, mãe... me escuta.

_ Pode falar.

_ Eu não vou esquecer nunca do que ela me fez e ela me cercando não vai ajudar em nada. E mais, ela disse que eu deveria chamar ela de mãe. Que ela me carregou por nove meses. Eu não quero saber dessa mulher.

_ Tem certeza? 

_ Por enquanto sim.

_ Então eu vou falar com ela, enquanto isso para de se martirizar, de se culpar e ficar sustentando essa angústia... não vale a pena, Melissa. Você tem tantas pessoas ao seu lado, chama o Leo e vão beijar na boca, chama as meninas vai no shopping.

_ Quero ir com a senhora...

_ Então vamos. Tem problema eu ir assim?

_ Não, tá gata. -mordeu minha bochecha.- Tem problema se o Leo for junto?

_ Não. Mas ele tá pronto?

_ Sim, está.

_ Então bora.

  Não sei muito bem onde estava com a cabeça quando aceitei ir ao shopping com dois adolescentes, mas iria. Leonardo chegou uns cinco minutos depois, peguei as chaves do carro, minha bolsa e fomos para o carro.

_ Tudo bem, Leo?

_ Agora tá tudo certo, estava com saudades dessa anã. E da sogra mais linda, né? -risos.-

_ Cara de pau. E sua mãe, está bem?

_ Tá ótima, bem de boa.

_ Fiquei sabendo que você vai ganhar uma irmãzinha. Tá feliz?

_ Não deveria, mas estou viu.

_ Por que não deveria?

_ É mimadinho, né mãe... filho caçula e tal.

_ Serei sempre o irmão do meio enquanto uma aí vai carregar o peso de ser a irmã mais velha, triste assim. -risos.-

_ Também sou a irmã mais velha, sobrevivi. -comentei.- Vamos assistir algum filme?

_ Tem uns daora em cartaz, eu topo.

_ Estou sem o meu marido, então por favor hein.

_ Mãe!
_ É verdade, e outra... eu sou uma jovem senhora. Não tenho que ficar vendo beijos de adolescentes não meu bem, não mesmo. -eles deram risada.

  Chegando no shopping nós fomos comer, estava bem tranquilo para transitarmos por lá. Um grupo de meninas, pararam a Melissa e ela ficou toda tímida, não sabia o que fazer. Fiquei de olho, mas de canto até que elas me acharam e também quiseram fotos, um até disse que a mãe era fã do Luan.

_ Obrigado por todo carinho. -sorri, elas foram embora e nós fomos para a fila do cinema.- E aí, qual o filme?
_ Terror!
_ Não gosto, nem vem Leo. -Melissa bateu o pé e nós rimos, até mesmo a atendente. Acabamos por escolher um de comédia romântica, compramos pipoca e refrigerante, e entramos na sala.- Mas, mandou mensagem pro papai?
_ Não, por que?
_ Ele está me mandando mensagem, falou que a senhora está ficando maluca de me deixar sair com o Leo.
_ Esse Luan viaja, deixa ele comigo. -peguei o celular e trocamos algumas mensagens, ele estava indignado que "eu estava aceitando fácil demais essa pouca vergonha da Melissa com o Leonardo". Falei que saímos porque a Mê estava precisando dar uma volta para melhorar, contei por cima a história e ele ficou todo preocupado, disse que me ligaria quando chegasse do show... guardei o celular e pude assistir o filme tranquila, fingindo não ver os beijos que aconteciam ao meu lado de minuto em minuto.

(...)

  Cumpri a minha promessa, fui atrás da Ester assim que amanheceu o dia. Dei a desculpa de que iria correr um pouco, coloquei uma legging, regata e tênis, prendi os cabelos e fui até a academia sabendo que Marina ainda trabalhava ali e tinha o contato da irmã. Liguei e marcamos de nos encontrar na padaria que tinha ali perto, e eu achei estranho ela saber onde ficava, mas OK.

_ Fernanda?

_ Ester. -sorri mais irônica que o normal, nos sentamos uma de frente pra outra, pedi um café e ela um suco.-

_ Queria falar comigo, estou aqui.

_ Ainda quero. -fui firme.- Quero saber o que você foi fazer na minha casa... -cruzei as mãos em cima da mesa, ela olhou e engoliu seco.- Porque assim, você não foi nem mesmo convidada.

_ Bom, se naquele dia da festa não tive como nem tempo de conversar com a Melissa, eu precisava ir até sua casa.

_ Ir até a minha casa e falar um monte de coisas pra deixar a cabeça dela ainda mais cheia? Quantos anos você tem? Dez?

_ Não estou entendendo.

_ Ah, então está se fazendo de besta? Ester, a Melissa tem 15 anos e vamos combinar que boa parte desses quinze anos você não participou... Até aí eu entendo, porque foi você quem quis assim, escreveu naquela carta que não voltaria e aqui está você...

_ Não posso ter mudado de ideia?

_ Pode sim, mas palavras não mudam nada até porque é uma coisa que você não tem. Olha, você saiu jurando não voltar mais, que tinha certeza de que era isso mesmo, não ligou, não mandou mensagem, uma carta, um nada. Aí chega assim... do nada, mais que de surpresa e se sente no direito de ser a melhor confidente da Melissa? Você está se tornando invasiva, insistente de uma maneira negativa e só está afastando ainda mais a Melissa de você. 

_ Mas, eu...

_ Eu não sou ninguém pra falar que você não tem o direito de se arrepender, de se aproximar... É que eu não confio em absolutamente nada do que você diz. Como eu "deixo" você se aproximar, ser presente e depois sumir... Ela está em uma fase que a rebeldia está nos hormônios e fazer uma merda sem pensar é "normal". Se frustrar e se entregar as drogas ou bebidas, simplesmente por estar confusa. Estou falando como mãe, dela, do Arthur e da Melissa. Eu me preocupo demais com a Melissa, e sempre que pude fiz de tudo para que ela não se sentisse sozinha, não se sentisse inferior, não se sentisse como um peso morto... Nós juntos, como uma família reconstruirmos o buraco que você deixou quando decidiu "partir". Não estou jogando isso na sua cara para me sair como a boazona ou a perfeita, mas pra ser real. Você voltou e muita coisa mudou, muita mesmo. Como adulta que somos, jogar limpo é essencial. Se você quiser se aproximar da Melissa, vá em frente. Mas ela, foi ela quem me disse que não queria saber de você.

_ Eu errei demais, penso em recuperar o tempo perdido e sei que isso é difícil, eu só queria que ela não me enxergasse como uma vilã, um monstro sem coração. Eu sou a mãe dela, tudo bem que meus erros foram muitos, muitas das minhas atitudes foram impensadas, visando dinheiro, visando status. Só que não teve nenhum dia em que eu não pensasse nela, não pensasse no que ela poderia estar sentindo por mim... E vi nessa minha "queda" da carreira, um pretexto pra voltar e reconstruir a minha vida aqui em São Paulo, começando por ela, tendo o perdão da minha filha... Não quero dinheiro, não quero fama, nem tenho mais idade pra isso e credibilidade... eu, só não sei como...

_ Dê um tempo pra ela, não sufoque. É intensidade demais, palavras muito duras... E querendo ou não, muita pressão para uma adolescente. Eu voltarei a conversar com ela e mesmo não indo com a sua cara e pensando que você ainda vai fazer alguma merda, vou tentar ser a ponte entre vocês. Sabendo que posso quebrar a minha cara com isso! Não vou dizer que vocês tem que ser melhores amigas, mas pelo menos o respeito tem que haver entre vocês.

_ Devo te agradecer por ser a boa samaritana? -olhou-me sarcástica.-

_ Já falei demais, mas vou dar um último aviso. Você pensa bem onde é que está se enfiando e o que está fazendo, porque eu não sou nenhuma menininha e ainda posso quebrar essa sua cara. -deixei o dinheiro sobre a mesa e saí em passos largos, agora coloquei os fones de ouvido e iniciei minha corrida matinal. Queria tirar Ester dos meus pensamentos ou melhor, tirar a raiva que eu estava sentindo dela.

Narrado por Luan

  Tive um sonho muito do esquisito e depois disso não dormi mais, olhei no celular e era pouco mais que 8h da manhã. Fiquei um pouco no celular até receber a mensagem da Fernanda, que toda brincalhona perguntou o que eu estava fazendo online se não estava conversando com ela. Acabei puxando assunto e ficamos de papo até ela parar de me responder e voltar um bom tempo depois, quando perguntei o que ela estava fazendo fiquei sem respostas. Ela só disse: "Depois a gente conversa sobre isso". E eu enchi o saco e mesmo assim não tive resposta.

_ Tá com essa cara por que?

_ Fernanda tá me escondendo alguma coisa.

_ Pode ser um outro filho.

_ Haha, bem engraçado.

_ Tamém achei. -zuou e saiu de perto, fiquei no meu canto com um monte de coisas na cabeça até chegar na radio e esquecer das distrações por um tempo.-

_ Lêzinha, quando é minha folga hein?

_ Na sexta, o show de sábado foi cancelado, dominfo e segunda você não tinha nada marcado e na terça temos uma reunião na LS.

_ Beleza, tem como ir de madrugada não?

_ Vou falar com o piloto, mas por que a pressa?

_ Curiosidade. -beijei seu rosto e segui para van.-

_ Sei sua curiosidade, vocês jovens viu.

_ Hm... Jovem? Luan é quase um idoso.

_ Eu né? -risos.- Bora molhar Testa?

_ Tô de boa aqui, viu tomar um açaí e ficar de boa.

_ Gordo.

  Chegamos no hotel em meia hora, subi e troquei meu jeans por um moletom e desci para academia onde Heman me esperava. Ao chegar mais tirei fotos do que malhei, as pessoas não se importavam de eu estar suado e nem nada, as mulheres até me abraçavam.

_ Se você ainda estiver por aqui, meu quarto é o 206. -sussurrou no meu ouvido e se afastou rebolando.-

_ Aí papai, até arrepia.

_ Deixa de coisa, vamos malhar vai.

_ O que ela te disse?

_ Passou o número do quarto, pediu pra eu passar lá.

_ E você vai?

_ Sou muito bem casado, não preciso disso não.

_ Uaau, que mudança hein... se fosse uns aninhos atrás.

_ Ainda bem que encontrei a Fernanda. Hoje eu poderia estar cheio de filhos, cada um de uma mãe. -risos.-

_ Passa pro amigão aqui. -falou e eu dei mais risada ainda.- Tô precisando dar uma aliviada.

_ Acha que a mulher é depósito de porra? Deixa de ser safado.

_ Não tenho culpa se você não é solteiro e é fiel. -tomei mais água e voltei a me exercitar.

(...)

  O último show da semana aconteceu e foi  bom demais da conta. Chegamos no hotel, tomei um banho e deitei na cama, mas estava longe de estar com sono. Vi que a Nanda estava online, mas ela não estava sozinha não.

_ Papai, mas eu não quero dormir não.

_ Mas sua mãe quer dormir neguinha.

_ Ela já dormiu... -sussurrou.-

_ E você não vai dormir com ela?

_ Não, quero conversar... -ela não mentiu, ficamos conversando até muito tarde, contamos carneirinhos, cantamos sua música favorita... e nada. Maria Luísa foi dormir estava perto de dar cinco da manhã.

(...)

  O jatinho aterrissou em São Paulo perto de 7h da manhã, nenhum fã por ali já que imaginavam que eu iria voltar pra casa mais tarde. Peguei um táxi e cheguei lá encontrando todos acordados, prontos para irem pra escola.

_ Bom diaaa! -cheguei todo animado, eles me olharam e voltaram a comer.-

_ Bom dia papai. -Maria Luísa disse.-

_ Oi pai, bom dia. -disse Melissa sonolenta.- Pensei que ia chegar mais tarde.

_ Não consegui esperar mais.

_ Ainda bem, você leva a gente pra escola. Minha mãe tá chata.

_ Ela tá de TPM, é diferente.

_ E onde sua mãe, tá? -perguntei olhando toda a cozinha.-

_ Deitada.

_ Vão lá em cima dar tchau pra ela que eu levo vocês.

_ Pai... se importa se o Leo for conosco? Era a mãe dele que ia levar a gente.

_ Fala pra ele esperar que eu passo na casa dele. -peguei uma xícara e coloquei café, sentei e esperei que eles estivessem prontos para ir.-

_ Papai... minha mãe perguntou se você tem chocolate.

_ Depois eu levo pra ela... podemos ir?

  Os levei para escola e na volta passei em uma padaria e trouxe pra casa alguns doces: bolo de brigadeiro branco, torta holandesa e mousse de limão. Deixei na geladeira e subi para o nosso quarto.

_ Cheguei amor. -ela ainda estava deitada, quietinha.-

_ Oi, tudo bem? Deita aqui comigo. 

_ Tá com dor?

_ Pouquinho... -selinho.- ... e meu chocolate, cadê?

_ Na geladeira, agora vem cá. -deixei minhas mãos apoiadas no colchão, beijando sua boca deitei o meu corpo sobre o dela.- Beijo gostoso.

_ Com gosto de dipirona. -riu, abraçou-me pelo pescoço e nos beijamos um pouco mais. Deitei-me de costas no colchão e ela veio por cima de mim, toda sorridente.-

_ Você não estava com dor?

_ Vai que melhora, né...

_ Depois ainda me chama de safado.

_ Mas você é, o meu safadão. -riu.- Não vai tirar essa roupa não?

_ Nossa, pra que tanta pressa?

_ Não é pressa, é saudades benzinho. -voltou a me beijar, foi tirando minha jaqueta e em poucos minutos estávamos nus. Sei que com o tempo as coisas entre os casais mudam, mas algumas delas permanecem a mesma e era assim com a Nanda. Continuava insaciável, ousada e selvagem. Tudo o que eu amava em uma única mulher.

  Matamos a saudade a manhã toda, ela acabou dormindo depois de suar muito. Nem tomamos banho, na verdade eu não cheguei a dormir, fiquei olhando um bom tempo enquanto ela dormia. Linda, tranquila e relaxada. 

O celular dela estava vibrando, peguei por curiosidade e era a Melissa mandando mensagem.

*Mãe, estou indo na casa do Leo almoçar. Se meu pai perguntar, por favor fala que eu estou na casa de alguma das meninas? Beijos, te amo.*

~.~

 Hmmm sobre o capítulo... aí aí...