{...} Abre mais a blusa, me usa! Só não pede pra parar... ♪♫

domingo, 28 de agosto de 2016

Capítulo 199 - Parte VII

Narrado por Fernanda
  Pra uma mãe não tem orgulho maior do que ver sua filha seguindo os mesmos passos que você. Melissa escolheu cursar direito e quando me contou essa novidade eu mais que comemorei, prometi estar com ela desde o primeiro até o ultimo dia de aula... mas as circunstancias e acontecimentos criaram uma barreira entre nós, um grande obstaculo que precisava ser rompido. Confesso que não foi fácil escutar cada palavra que ela disse, não foi fácil dormir com aquilo flutuando na minha mente. Eu sei que ela não mentiu, me comportei como uma vagabunda sim e assumo. Foi errado, foi traiçoeiro e foi por amor. Na época eu não admitia, sequer imaginava. Só que é a verdade. Se eu não amasse o Luan, não arriscaria a minha integridade à toa.
  Para mim, mais difícil do que ouvir seus insultos, foi saber que ela estava apaixonada por ele... que ambos tiveram um envolvimento, tiveram uma relação e que minha menina não se arrependia disso.   Isso foi um baque daqueles, nossa família ficou abalada e a relação que tínhamos com ela pareceu congelar no tempo. Por quanto tempo? Eu não sei.
  Quando minha mãe dizia "quando você for mãe você vai entender" eu achava a maior mentira, frase de efeito e agora eu realmente sei o significado. É um amor incondicional, um amor que perdoa e eu no meu coração perdoei a Melissa. Só que não deixaria que ficasse nessa impunidade e iria esperar pacientemente até que ela viesse até mim. No fundo meu ego pedia isso, era parte de quem eu era.


(...)

_ Vocês vão também, né? -perguntei para Bruna ainda durante nossa conversa pelo telefone.-
_ Não sei cunha, são duas semanas né...
_ Não vamos ficar tudo isso, as crianças tem aula.
_ Sendo assim eu topo, vou até dar uma ligadinha na escola mais tarde.
_ Não esquece hein. Vamos na sexta à noite e voltamos na manhã seguinte do show.
_ Tá bom, beijos. 
_ Outro. -e desligamos.


  Luan faria 42 anos e estaria em viagem, cumprindo sua agenda. Então nos flexibilizamos para viajar alguns dias com ele e não deixar passar em branco. Mas primeiro acertei tudo com a Arleyde, conversei com os meus sogros, minha cunhada e agora faltava conversar com os nossos filhos e para isso teria que esperar Melissa chegar da faculdade. Seria a primeira vez em dia que teríamos um diálogo.

_ Minha boneca...
_ Você é uma safadinha viu, mentiu pra mamãe e para as tias da escolinha. -falei descendo do carro depois de pegar Helena.- Seu pai vai saber disso dona Helena.
_ Papai não biga.
_ Eu sim, bora lá pra dentro.


  Havia chegado em casa cedo demais, antes mesmo de onze da manhã. Tinha recebido una ligação da escola da pequena dizendo que ela não estava se sentindo bem. Sai da empresa correndo e toda preocupada, cheguei lá e Helena estava toda molenga. Segui para a clinica onde a pediatra deles atendiam e chegando lá ela não tinha nada, nem um misero resfriado. Então voltamos para casa e enquanto ela assistia desenho, encarei a cozinha e preparei todo o almoço. Deixei tudo no jeito em cima da mesa, fui buscar Arthur e Maria Luísa e quando voltamos encontrei com a Tacy e o Leo na porta de casa. Acabou que todos almoçaram juntos.

_ A louça é toda de vocês. -apontei para os três "adolescentes".- Maria e Arthur, subir e trocar de roupa.
_ Ah mãe...
_ Sem reclamar, Arthur. Anda... -dei um tapa em sua bunda.- Má...
_ Tá, tá... entendi.
_ Fala direito comigo, sua anã.
_ Haha... que graça, mãe. Super... -risos.-
_ Tchá, chuá!
_ O nome disso é banho, sua sujeirinha linda da mãe. -lhe peguei no colo enchendo de beijos.- 
_ Por que a Helena é a única de uniforme da escola?
_ Ela é um bebê.
_ Bebê nenhum, ela tem dois anos já.
_ E você doze, vai logo... 
_ Mãe...
_ Arthur eu não vou falar de novo. -ele fez careta e subiu correndo, Maria Luísa fez o mesmo e eu subi com Helena no colo para lhe dar um banho rápido, colocar sua fralda e colocar ela pra dormir um pouco.-
_ Mãe!
_ Oi filho, entra aqui. -ele entrou de olhos fechados no closet, imaginando que eu estava sem roupa.-
_ Preciso de ajuda pra fazer meu trabalho da escola.
_ Eu tamém, não sei fazer aquele negócio.
_ Me esperem lá embaixo, eu já desço pra ajudar vocês. -eles saíram e eu terminei de me trocar, coloquei meus chinelos e desci depois de colocar o celular pra carregar.- 
_ Sogra... vou indo nessa! -Leonardo veio me abraçando assim que cheguei na sala.-
_ Não acha que está cedo não meu bem?
_ Dona Stephanie precisa sair e como meu pai está no restaurante, Ceci vai ficar comigo.
_ Então vai lá cuidar da pequena, manda um beijo pra sua mãe.
_ Pode deixar... -beijou meu rosto e saiu. Arthur e Maria me esperavam na sala de jantar, a mesa estava limpa então coloquei o notebook ali e passamos a tarde ali sentados, estudando e terminamos tudo.-
_ Cansei. Não aguento mais.
_ Toma vergonha na sua cara menino, ainda tem a faculdade.
_ Mamãe... -olhamos para a entrada do cômodo e Helena estava no colo da irmã, com o nariz vermelho.-
_ Por que você tá chorando bocão?
_ Escuro! -olhei pela janela e realmente estava escuro, por isso ela deve ter chorado.-
_ Vem aqui com a mamãe, amor... -ela veio e deitou a cabeça em meu peito.- ... Melissa.
_ Oi.
_ Você vai viajar conosco?
_ Vou. Vamos no final dessa semana a não é?
_ Isso, depois que eu chegar. Arruma suas coisas viu.
_ Uhum... -e saiu.-
_ Vocês duas tão muito esquisitas, eu hein.
_ Vai guardar suas coisas, vai... e você também Má.
_ Tá bom.


  Guardei o notebook e desci para pensar no que faria para o jantar e não estava muito inspirada.   Peguei o telefone e liguei para um restaurante de comida japonesa e fiz a festa, as crianças gostavam mesmo. E foi o que comemos antes de dormir.



Narradora
  A semana não se estendeu muito, quando menos esperavam chegou a tão sonhada sexta-feira. Fernanda e os filhos estavam prontos e rumando ao aeroporto, onde encontrariam os outros familiares.


_ Não quelu vião não mamãe.
_ É legal, pergunta pra Maria.
_ Mentilosa ela.
_ Nossa hein Helena, quando você era uma neném que não sabia falar você era linda viu.
_ Você também Luísa e ninguém falava nada. -Melissa disse rindo e Arthur concordou, tocando a mão dela.-
_ Tá vendo né, mãe?
_ Vocês todos poderiam aproveitar mais a paisagem ao inves de ficar se alfinetando.


  Depois disso o trajeto de táxi foi silencioso, assim como a viagem em vôo comercial. Aterrissaram em Fortaleza, onde Luan havia desembarcado alguns minutos antes.

_ Demorou, mas conseguiu hein. Parabéns cara! -Luan parabenizava o amigo e irmão de estrada.-
_ Valeu cara, não vejo a hora de ver a barriguinha crescer, o rostinho começar a aparecer. Tô bem feliz.
_ Tava na hora já né Testudo.
_ Ninguém tem uma fabrica igual você não.
_ Queria só mais um, Arthur está em desvantagem cara. -riam.-
_ Isso é verdade. -olhou para a cama e viu o celular acender.- Atende aí oh...
_ Oi amor, tudo bem?
_ Tudo sim amor... o Rober tá aí com você?
_ Você ligou no meu celular pra falar com o Testa?
_ É. Coisa rápida, passa pra ele... -ele assim fez e enquanto os dois conversavam Luan foi jogar uma água no corpo, quando saiu de seu banho o quarto estava vazio e o celular em cima do criado mudo.- 
_ Loucos.
_ Qual eram os quartos que você falou? -Fernanda perguntou a Roberval ainda na recepção do hotel.-
_ Eu peguei os três quartos ao lado do dele. Um pra Bruna, Laura e Lucas. Um pro Amarildo e a Mari. E o outro pra Mê, Arthur e Maria Luísa. Sei que a Helena vai dormir com o casal...
_ Não queria deixar meus bebês sozinhos.
_ Melissinha fica de olho neles pra você.
_ Pode ficar sossegada, não vou jogar ninguém pela janela. -brincou, mas Fernanda não riu. Apenas pegou as chaves e subiram.-
_ Papai! Abi aqui a porta! -Helena o chamava, batendo na porta.-
_ Filha, calma... a mamãe já vai abrir.
_ Não, papai! -continuava batendo até que Luan abriu a porta e acabou levando sem querer um chute na canela.-
_ Helena!
_ Discupa papai.
_ Tudo bem princesinha?
_ Sim, tá bem.
_ Vou ficar parada igual poste? -ele riu e puxou sua esposa para um beijo apaixonado e um tanto safado, mas não prolongaram. Até porque Helena os observava e quando foi para o colo do papai ao invés de um beijo no rosto, segurou seu rosto com as duas mãos e deu selinho demorado.- Filha... é na bochecha.
_ Toda dada essa Helena. -riam.- Cadê os outros três?
_  No restaurante com a sua mãe e a Bruna, subi pra trocar a fralda da Helena. Cheia de xixi. E eu tô com vontade de fazer xixi. -deixou a bolsa na mão dele e correu para o banheiro.-
_ Vamos lá, vai... o papai te troca. -e assim fez quando Fernanda saiu deu de cara com ele que ia para jogar a fralda suja no cesto de lixo.- Joga aí, amor.
_ Tá. 
_ Titia! -dizia olhando a foto da Arleyde.-
_ Amor, a Lê está ligando.
_ Atende aí pra mim, ela estar tentando me acordar. Mal sabe ela que eu nem cochilei.
_ Você tem show hoje? -perguntou pegando o celular e atendendo.- Oi Lê, é a Nanda.
_ Oi minha linda, chegaram agora?
_ Faz alguns minutos, pouca coisa.
_ Foi pra isso que eu liguei, porque ninguém me avisa nada.
_ Luan e Roberval, são dois cabeçudos. Mas chegamos sim.
_ As crianças vieram todas, né? 
_ Helena tá aqui no quarto, os outros estão no restaurante.
_ Antes de irmos pro show eu dou uma passadinha aí, aliás... vocês vão, né?
_ Eu nem sei, Lê. As crianças estão tudo aqui, e eles dormem cedo.
_ O camarim deve é bem grande, espaçoso... se der sono neles nem precisa se preocupar.
_ Então nós iremos sim, vai ser um prazer.
_ Bom, vou para o meu banho. Pede pro Luan não se atrasar, porque se passaram anos, mas a lerdeza dele ainda é a mesma. -dizia Arleyde, Fernanda concordou com ela fazendo Luan revirar os olhos enquanto brincava com a filha. a ligação foi encerrada e Fernanda juntou-se à eles.-
_ Que horas começa o show hoje?
_ É tipo festival, vou subir no palco de madrugada. 
_ Tava pensando em levar as crianças, mas amor... é bem tarde, né?
_ Minha mãe vai?
_ Acho que sim, ainda não falei com elas.
_ Queria muito que vocês fossem. Mas vou entender se não der. -beijou sua boca, Helena entrou no meio os separando e rindo.- Danadinha.
_ Ah vovó!
_ A vovó está comendo agora, sossega aí.
_ Não mamãe, quelu a vovó.
_ Não vou descer agora, daqui a pouco ela tá aí.
_ Mamãe...
_ Helena, por que você não conta pro papai o que você aprontou na escolinha?
_ De novo? O que cê fez?
_ Mentiu que estava passando mal, até chorou... -assim o casal conversou durante um tempo, Luan começou a se arrumar para seguir pro show da noite enquanto Fernanda tentava fazer a pequena Helena dormiu. Marizete não iria para o show e se ofereceu para ficar com as crianças, sendo assim só iriam Fernanda, Melissa e Bruna. O que foi o suficiente para deixar o Luan louco.



Fernanda:



Melissa:



Bruna:




_ Vocês poderiam usar roupas normais, não gostei.
_ Pai, estamos indo para o seu show... com você e dois seguranças.
_ Dane-se! -falou cruzando os braços ao entrar no elevador, Fernanda continuou arrumando sua roupa na parte de cima e Bruna retocava seu batom.-
_ Só muié bonita no show, tô bem acompanhado hein boi.
_ Uhum, muito... 
_ Ih cara, o que foi?
_ Ninguém se importa que eu tenho idade para infartar, ninguém está nem ai com isso.
_ Dramático você amor. -lhe deu um selinho.- Você fica uma gracinha assim, te amo e juro que se você se comportar... -falou algo em seu ouvido deixando-o vermelho.- Animado pra hoje?
_ Muito, vai ser muito bom disso eu tenho certeza. Mas o mais especial é ter vocês comigo hoje e minha família no dia do meu aniversário. -Fernanda sorriu e o abraçou pela cintura.



Narrado por Fernanda
  Depois da nossa quarta filha era difícil eu estar presente nos shows e não por falta de convites, mas porque eram os meus filhos e eles tinham que estar onde eu estaria. E querendo ou não dava trabalho pra caramba, porque a rotina do Luan ainda era "louca" e as crianças tinham a rotina mais tranquila: horários para acordar, comer, brincar, dormir; então nos restava um final de semana e outro, quando não acontecia de um deles pegar um resfriado ou alguma festinha de algum amiguinho da escola. Por isso quando dava certo de eu ir para algum dos shows, aproveitava ao máximo.

_ Tá toda animadinha, com os olhinhos brilhando, -Luan me tirou de meu devaneio, o olhei sorrindo mas não disse nada, lhe dei um selinho.- Não vai me falar o que estava pensando?
_ Não, e deixa de ser curioso. -ele fez biquinho, dei risada.- Continua assim que eu vou bem te morder.
_ Sou seu marido, eu posso. -roubou-me um beijo no pescoço me deixando sem jeito pelo flagra que meu sogro nos deu, Luan continuou com a boca no meu pescoço rindo enquanto sua mão continuava posicionada na minha coxa.-
_ Para de ser besta, aí que vergonha.
_ Ele também faz isso, amor, E você já passou da época de sentir vergonha, tá nega véia já.
_ Velho é seu passado.
_ Que casal lindo hein, aí Pi. Vocês são lindos juntos. -disse a Bru toda sorridente.-
_ Eu sei, afinal, estamos falando de mim. Óbvio, sou lindo. Gostoso... mão tinha como ser diferente.
_ Pai, se convencimento matasse... 
_ Convencido não minha princesa. realista. -"OK! olha a lágrima querendo vir. Ela chamou a Melissa de princesa... pai e filha voltando aos poucos e você ainda continua com esse orgulho idiota. Alguém tem que ceder querida, acorda!" minha mente só me fodia, mas eu a ignorava sempre que necessário. Como agora. 

  Descemos da van alguns minutos depois e fomos recebidos com muitos gritos, mas não paramos de andar até que entramos no camarim. Bruna e Melissa foram procurar um banheiro, enquanto eu fiquei no maior papo com a Arleyde enquanto a ajudava com os detalhes finais que antecediam o começo do show, como o atendimento no camarim por exemplo.

_ Amor, vem cá... -olhei pra trás e Luan estava sem camisa no corredor, rindo.-
_ O que você está aprontando?
_ Não é nada, juro. -continuou rindo, acabei rindo também sem saber do que se tratava e indo até ele que estava com o celular na mão chorando de rir enquanto o Roberval negava com a cabeça o chamando de idiota.- Pode me responder uma coisa básica, que todo ser humano tinha que saber?
_ O que?
_ Por que a faxineira não luta karatê? -ele riu ainda mais porque minha cara deveria ter sido bizarra, que pergunta mais sem sentido.-
_ Não faço ideia, por que? Você perguntou? -franzi a testa.-
_ Porque ela luta capoeira. Entendeu? Ca-poeira. -e ria ainda mais.-
_ Se mata, que bosta de piada.
_ Nossa amor, contei todo feliz e cê fala que é uma bosta? -se fez de ofendido.-
_ Onde você acha esses coisas, hein?
_ Ha! Onde você acha, instagram mãe... o padrinho já falou pra ele se trocar e ele ficou caçando assunto.
_ Foi engraçado vai, vocês que não tem senso de humor.
_ Aí Pi, você é o pior piadista. Af!
_ Minhas fãs riem das minhas piadas, sabia?
_ Pra não te deixar sem graça né, você fica bonitinho sorrindo. -apertei suas bochechas e ele parou de rir.- te amo, agora vai se trocar. -ele assim fez, voltei para junto da Arleyde e depois de tudo "Ok!" fui curiar a fila do camarim, sozinha.-
_ Gente, a Nanda ali. -uma delas falou atraindo os olhares para mim, dei um tchauzinho e sorri.-
_ Tudo bem com vocês?
_ Tudo não, estou com a sensação de que quando abrir aquela porta irie desmaiar. Morrer nos braços daquele gostoso do seu marido, -não teve como eu não rir, e por impulso acabar me aproximando, Mas não fiquei muito tempo por ali, tirei foto com quem quis, falei mais um pouquinho com uma grávida que estava na fila e ainda peguei no colo um bebê de três anos e meio que estava vestido de "Luan Santana", não me aguentei e até pedi pra tirar uma foto dele e postar no meu insta depois.-
_ Ryan, você é um lindo sabia?
_ Obrigada moça, você também é linda meu irmão falou.
_ Irmão? -ele apontou para o rapaz que estava atrás dele enquanto eu estava abaixada batendo um papo com ele.- Obrigada. -o menino ficou mais vermelho que o Luan, muito envergonhado e sorriu abaixando a cabeça e focando no celular que estava de ponta cabeça. Tadinho.-
_ O Luan tá aí? -assenti.- Eu vo pode ver ele?
_ Claro que vai, ele vai estar te esperando ali dentro. -mostrei a porta de entrada do camarim.- Agora vou precisar ir embora, me dá um beijo bem gostoso e um abraço seu lindo. -ele assim fez, e logo entrei.- Luan...
_ Oi.
_ Você ficaria feliz com mais um filho. -falou toda empolgada e ele engasgou com a água que bebia, ficou tossindo até que se recuperou do susto. Bruna e Melissa estavam com os olhos arregalados, ri mais ainda quando Roberval perguntou "Outro? Quatro não está bom, não?".-
_ Fernanda... -veio até mi já segurando minhas duas mãos.- Você tá grávida?
_ Não seu bobo, é que vi um neném tão lindo ali agora pra entrar no camarim, deu vontade de ter mais um meninho. -sorri.-
_ Brinca assim não que meu coração não aguenta. -beijou meu rosto.- Foi lá fora fazer o que?
_ Procurar um amante, meu marido não está dando conta. -falei com desdém olhando minhas unhas, ele gargalhou e me abraçou pela cintura puxando-me para ele.- Nossa, seu bruto.
_ Dou conta sim e muito bem dada, sossega viu. -beijou meu pescoço e se afastou indo em direção a porta.- Você vem Melissa? -ela não pensou duas vezes, olhou pra mim e saiu, deixando-me com a Bruna e meu sogro que tirava um cochilo no sofá. Aproveitei os minutinhos livres para publicar a foto e depois comer, que tinha muita coisa gostosa ali dentro.


♥ 3.127 curtiram
fernandamarques Que delícia de neném, pronto pra conhecer o cantor dele. Aí meu deus, não aguento. Quero pra mim.#MiniLuan #Ryan


_ E aí, e você e a Mel?
_ Estamos naquele impasse, tudo bem eu entendi que ela errou e está tendo que lidar com as "consequências".
_ E nada de voltarem a se falar? -perguntou não querendo ser muito invasiva.-
_ Não muito, fica naquilo de sim e não. Nunca mais conversamos desde então e isso é péssimo, não sabe como me dói.
_ E dói nela também, nós conversamos um pouco, ela chorou e disse que não deveria ter dito daquela forma mesmo deixando claro que o pensamento dela continua sendo o mesmo. E nós sabemos, foram atitudes erradas, mas passou.. enfim, ela não sabe como se aproximar cunha. Ainda é uma menina assustada, pensou que cresceu, mas está louca para voltar correndo para os seus braços e os do Pi.
_ Tudo o que eu mais quero, acho que...
_ Ela quer falar com você, só precisa que você demonstre estar aberta para ao menos escutar. Vocês são mãe e filha, sempre foi assim desde que a outra lá "sumiu". Tá eu não vou falar que é fácil, porque a dona Laura tem horas que quebra o pau comigo ou com o rafa, a gente passa uns dias sem se falar, mas logo volta. Faz parte, né? -risos.- Sabe que pode contar comigo, né? -segurou minhas mãos, nos olhamos nos olhos e eu assenti.- Não chora, vai ficar tudo bem. -nos abraçamos.-
_ Momento cunhadas, é?
_ Mas, já?
_ Sou rápido em tudo o que eu faço. -risos.-
_ Você é um...
_ Ridículo, já sei. Também te amo. -selou meus lábios e correu para o banheiro.-
_ Vamos subir pro  camarote? -Bruna nos sugeriu e fomos as três, meu sogro ainda ficou por ali e disse que nos encontraria depois.

  Não tínhamos dúvidas de que o show inteiro seria maravilhoso, mesmo tendo invasão no palco, Luan rindo de alguma coisa que ouviu os fãs gritarem. Foi um show lindo, nós três aproveitamos cada segundo como verdadeiras fãs que somos. Assim que terminou Luan desceu do palco, e não demorou para o meu celular estar tocando e era ele.

_ Oi... não estou te ouvindo daqui, peraí. -me afastei entrando no corredor dos banheiros, entrei no feminino.- Fala amor.
_ Meu pai está voltando pro hotel, mas eu vou ficar... 
_ Vai é?
_ Nós vamos amor, é que ele quer saber da Bruna e da Melissa. Vê aí com elas, daqui uns cinco minutos eu tô aí. Beijos.
_ Só aceito quando você chegar aqui em cima e me beijar de verdade. Tchau. -desliguei, guardei o celular e sai voltando para perto das meninas.- Bruna, seu pai vai voltar pro hotel agora.. está perguntando se vocês vão ficar ou ir embora com ele.
_ Eu vou pra hotel, tô com sono. E a mocinha aqui também, peguei ela bocejando. -risos.-
_ Vou voltar com o meu avô e a madrinha, mãe.
_ Tá bom, ele está vindo aqui aí vocês descem com ele.

(...)

_ Pensei que não iríamos ficar sozinhos tão cedo. -dizia me prensando na grade do camarote, ri.- 
_ A gente precisava, né? -o beijei.- Foi lindo o show.
_ Tinha que fazer bonito. -senti seu abraço e logo outro beijo gostoso e bastante quente. Parecíamos um casal bem mais jovem, namorados, curtindo seu primeiro show juntos. Ficamos até o final do festival bem nas escondidas, saímos pelos fundos e fomos de táxi até o hotel. Luan estava num fogo que só ele, subimos nos amassos no elevador e entramos no quarto aos tropeços, mas chegando na cama a surpresa.-
_ Mamãe! -Helena estava mais que acordada, minha sogra até deu risada.-
_ Se quiserem eu posso levar ela comigo pro quarto.
_ Magina, Mari. Pode descansar, a gente dá conta do mini furacão. -a agradeci e ela se despediu dando boa noite e saindo do quarto.- E você hein, era pra estar dormindo.
_ Cá mamãe e o papai. -riu toda sapeca. Tirei os saltos, meu vestido e coloquei uma camisola deitando-me com ela depois de tirar a maquiagem. Luan saiu do banho e ela estava quase dormindo, apagou a luz e juntou-se a nós, deixando Helena no nosso meio.



















~.~

   Quando as coisas caminham para dar certo ao seu tempo. ♥
  Eu quero é mais, afinal lunanda é vida. Amo esse casal safado e esses filhos que são cópias deles!

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Capítulo 199 - Parte VI

Narrado por Fernanda

(...)

  Acordar às quatro da manhã e perder o sono por causa de um sonho que nem se lembra é horrível.   Péssimo! Mas foi o que aconteceu. Então, aproveitando minha insonia, tomei um banho e depois de vestir uma roupa qualquer separei a roupa que iria para a empresa. Dei uma olhada na mochila das crianças e desci para dar andamento ao café da manhã.
  Pães, suco de laranja e leite com chocolate. Os três amavam.
  Beirando às seis da manhã escutei um barulho vindo da escada, sabia que era uma das crianças.

_ Bo dia mamãe. -minha Leninha, toda descabelada e sorrindo.-
_ Não acha que está muito cedo, não princesa?
_ Poquinho. -riu.- Tade o papai?
_ Dormindo, quer ir dar um beijinho nele?
_ Sim.
_ Então vamos tomar café, aí a mamãe te troca e antes de ir para a escola eu te deixo dar um beijo nele.
_ Tá.



Narrado por Luan

(...)

_ Bo dia papai. -senti aquelas maozinhas pequenas segurando minha cabeça e um beijo no meu olho, sorri.-
_ Bom dia princesinha.
_ Cê tá dormindo?
_ Está querida, vamos que deu sua hora já... dá tchau pro papai e vamos descer.
_ Tchau papai, té mais tarde.
_ Tchau princesinha linda, até mais. Vai com Deus.
_ Cê tamém. -Fernanda a pegou no colo e saíram do quarto. Voltei a dormir, mas senti alguém me sacudindo.-
_ Pai... -abri os olhos querendo que ainda estivesse escuro ou que fosse um sonho.- preciso de um favor seu. -franzi a testa ainda sem acreditar, era a Melissa.- Bom dia.
_ Bom dia. Favor com o que?
_ Estou mais que atrasada para a faculdade, pretendo entrar na segunda aula. Pode me dar uma carona?
_ Pra pedir é boa, né?
_ Se não der tudo bem, eu fico em casa... -falou baixo e totalmente sem graça, bufei.-
_ Me espera lá em baixo, já desço. -ela se inclinou para me dar um beijo no rosto, mas algo fez com que ela me encarasse por alguns segundos e saísse do quarto sem dizer nada mais que "Obrigado."

  Tudo isso era estranho, mas necessário. Levantei da cama, vesti uma regata e depois de colocar uma calça de pijama mesmo e calçar meus chinelos desci para a sala.

_ Tá pronta, Melissa?
_ Estou terminando de comer. Não vai querer nada? Tem suco de laranja...
_ Depois eu tomo. -bocejei.- Ainda estou com sono. Tô te esperando no carro. -e saí. Não demorou e ela veio, minha menina entrou no carro e sentou no banco do carona, em silêncio.-
_ Você lembra onde é, pai?
_ É onde você prestou o vestibular, não é? -ela assentiu.- Sei sim...
_ Pai...
_ Oi.
_ Vocês nunca vão me perdoar?
_ Nunca seria muito tempo e mais... eu não tenho que perdoar ninguém... não foi a mim quem você ofendeu.
_ Eu fui impulsiva, não deveria ter dito aquilo à minha mãe. Não sei o que deu em mim, eu só não queria ouvir ela dizer todas aquelas coisas horríveis de uma pessoa que ela mal conheceu.
_ Mal conheceu? Ela namorou com ele por mais de dois anos, não foram dois dias. No início um namorado nada ciumento, super compreensivo e aceitava tudo... baladas, viagens. Mas depois foi ganhando "força" e querendo se crescer. -Mostrou quem realmente era, um homem extremamente possessivo, grudento e desconfiado. Nenhuma mulher gosta disso! A sua mãe estava empurrando o relacionamento dos dois com a barriga, não sentia amor por aquele homem, por aquela pessoa totalmente desconhecida. E o traiu sim, porque comigo ela além de na época não ter compromisso, não tinha cobranças e muito menos dores de cabeça. Se foi errado? Não cabe nem a mim, nem a você dizer. Somente à ela.
_ Eu não sabia disso...
_ Não procurou saber, também... pensou que tivesse alguma moral pra apontar o dedo e dizer todas aquelas coisas. Como você acha que ela se sentiu? Você além de quebrar toda a nossa confiança você mostrou não ter respeito nem pela sua família. Seus pais... trocou o carinho e cuidado que sempre teve dentro de casa pra se aventurar com um desconhecido! -ela se manteve quieta.- Valeu a pena abrir as pernas pra ele? -perguntei cheio de raiva.- Onde ele está agora? Rindo da sua cara enquanto come outra. Olha Melissa, eu sou seu pai. E por mais magoado que esteja, nunca lhe negaria o meu perdão. Mas nós dois sabemos que ele por si só não é o suficiente para aliviar sua consciência.
_ Eu não quero aliviar minha consciência, eu quero minha família de volta. É isso que eu quero. 
_ Tudo na vida são escolhas. E você parece ter feitos as suas. -falei olhando pela janela para não ter que encarar aqueles olhos verdes.-
_ (...)
_ Chegamos. -falei estacionando na entrada da faculdade, olhei e a vi limpar as lágrimas e descer do carro sem dizer nada.

  Recostei a cabeça no banco do carro e fiquei de olhos fechados por alguns minutos. Quando arranquei com o carro acabei não indo para a minha casa. Fui pra casa dos meus pais, sabendo que encontraria minha mãe ali, me esperando.

_ Está com um rostinho tão abatido meu filho, e não é só sono. -sorriu de um jeito lindo que só ela sabia.-
_ Tô me sentindo mal, mãe. Odeio me sentir impotente dessa forma. -ela arregalou os olhos.-
_ Entra, estou terminando de passar um cafézinho. Assim a gente toma e vai conversando... o que me diz?
_ Bora lá. -depois que fechei a porta minha mãe e eu seguimos para a cozinha, ela terminou de passar o café e nos sentamos à mesa da cozinha.-
_ Não acha que está se cobrando demais, não?
_ Sou o homem da casa, as coisas deveriam estar em ordem.
_ As coisas não assim querido. -voltou a sorrir, segurou minhas mãos.- O que está fora de ordem?
_ Mãe, a Melissa é uma ótima filha e eu sei disso. Eu vi aquela menininha crescer e boa parte do que ela é... eu vi se formar.
_ Uma mulher linda, por dentro e por fora.
_ Boca dura igualzinha a mãe.
_ Ela foi criada assim meu filho, e não intencionalmente. Sei disso.
_ Queria ter sido mais firme com ela e os outros também.
_ As coisas não funcionam assim... da mesma maneira que eu e seu pai te criamos nós criamos sua irmã, e vocês são bem diferentes.
_ Eu sei. Mas nenhum de nós nunca lhe faltamos com respeito.
_ Mas já aprontaram muito, de me deixar fula da vida e de cabelos em pé.
_ Eu sei. -ri.- Só que... o que ela disse.
_ Foi em um momento mais que equivocado, e não é querendo defender porque é minha neta. Mas sim porque é a verdade meu filho.
_ Não consigo aceitar, foram palavras frias e que eu sei que feriram a Nanda mais que uma surra.
_ Os mais jovens tem essa mania mesmo, tudo é dito ali sem nenhum filtro e quando vai ver... saiu. Eu conheço a nora que tenho e sei que por mais chateada que esteja, está esperando pela oportunidade de que tudo fique bem.
_ Eu sei mãe, mas assim como eu também conheço minha esposa há mais de dez anos... sei que ela é orgulhosa e dessa vez eu não tiro a razão da Fernanda.
_ Filho...
_ Ela tem que aprender a crescer, nem que seja na marra. Não vou voltar a passar a mão na cabeça dela nunca mais. Chega. -falei firme e minha mãe entendeu, continuou me aconselhando e depois mudamos de assunto. Ficamos conversando sobre outras coisas, mencionamos até a escolinha da Helena e como ela estava se saindo. Meu pai havia voltado do escritório e juntou-se à nós. Almoçamos e então me despedi indo buscar os dois "pequenos" na escola.
  Maria Luísa entrou no carro toda nervosa assim como o irmão, ninguém queria falar o que estava acontecendo até que chegamos em casa. Descemos do carro, entrei com as mochilas, joguei as chaves e a carteira em cima da mesa e chamei os dois.

_ Tá legal, podem me contando o que está acontecendo... Agora.
_ Eu queria ser filha única, ele é muito chato.
_ Uai, por que?
_ Porque essa anã de jardim que atende pelo nome de Maria Luísa, ganhou um presente de um moleque e tava toda feliz. Quebrei mesmo, joguei fora. Irmã minha não tem que ficar de gracinha com menino nenhum.
_ Tá vendo, só? Papai, ele era só meu amigo.
_ Os dois estavam de mãos dadas, pai. Eu vi tudo na hora do intervalo. -Malu olhou bem séria pra ele, depois pra mim como se cobrasse uma atitude. Esbocei um sorriso e desaforada igual a mãe, pegou a mochila e subiu batendo os pés.-
_ Arthur...
_ Nem vem pai, ela tá muito assanhada pra idade dela.
_ Isso é, mas você não é o pai dela bonitão.
_ Sou o único irmão e isso conta.
_ Você vai subir agora, e vai...
_ Ah não, nem vem pai.
_ Quieto que eu ainda tô falando... -ele cruzou os braços e olhou bravo.- ...vai pedir desculpas.
_ Pai...
_ Pô, cara. Você é o irmão mais velho...
_ Por isso eu tenho que pôr freio...
_ Arthur meu filho, as coisas não vão funcionar assim.
_ Tá. Eu peço desculpas, mas você sabe que eu tô certo.
_ Tá?
_ Lógico... você não fazia isso com a tia?
_ Fazia pior. -falei pra mim mesmo, mas ele ouviu e ficou me olhando "confuso".- Deixa que eu me entendo com ela. Pode ser?
_ Tudo bem pai, você venceu.
_ Vai lá e aproveita que tá subindo, leva sua mochila seu espaçoso. -ele pegou a bolsa por uma alça só e saiu arrastando escada acima. Sentei no sofá e quando pensei em fechar os olhos meu celular começou a tocar.- Oi meu amor.
_ Mô, tá acordado já?
_ As crianças já estão em casa, se for isso.
_ Já trocaram de roupa?
_ Foi o que eu pedi à eles.
_ Tem comida na geladeira, fique à vontade que a cozinha é toda sua e a louça também.
_ Ok, senhora.
_ Melissa acordou?
_ Bem cedo por sinal, foi até pra faculdade.
_ Entrou na segunda aula, né? Porque quando eu sai com as crianças ela ainda estava dormindo. -falou em tom de preocupação.-
_ Sim, eu levei ela. Relaxa.
_ Está tudo bem entre vocês?
_ Vai ficar... mas hein... e você? Correria?
_ Sim. Seu amigo do peito está aqui.
_ Que amigo? Tá doida?
_ Israel Novaes, continua lindo. Benza Deus! -ria.-
_ Tá engraçada hoje, né? Vou te colocar pra dormir pra fora.
_ Posso pedir abrigo, sabia?
_ Fernanda!
_ É brincadeira amor, ele é casado e eu também. Muito bem casada por sinal.
_ Ainda bem que você reconhece o marido excelente que tem. -risos.- Vai chegar que horas?
_ Bem tarde. -falou sem jeito.- Não esquece de buscar a Leninha, nem de dar banho neles e fazer a janta.
_ Posso pedir pizza?
_ Não inventa. Você sabe cozinhar.
_ Miojo, ovo cozido...
_ Mô, colabora vai.
_ Tá decidido, meus pais vem jantar aqui.
_ Não tô acreditando nisso Luan.
_ Brincadeira amor, eu sei fazer macarrão.
_ Cuidado hein. Agora eu tenho que desligar. Beijos, amo vocês.
_ Nós também te amamos, se cuida. -desligamos.- Maria Luísa e Arthur, bora comer.

  Não precisei chamar outra vez, dei almoço, eles subiram para fazer lição de casa e eu deitei pra dar uma cochilada.

_ Papai, acorda.
_ Hm...
_ Mamãe ligou, disse que é pra você buscar a Helena.
_ Já? Que horas são?
_ Tem o 17 e mais 3... 37.
_ Minha nossa senhora, sua irmã é dispensada 16h30. Sua mãe vai me matar.
_ Vai mesmo, e eu ajudo ainda. -dizia toda séria e pelo jeito bem brava.- Vamos papai, anda logo. -calcei meus chinelos, peguei a regata e desci já passando pela sala e pegando as chaves.-
_ Bora Arthur...
_ Vou ficar.
_ Nada disso, você não vai ficar sozinho aqui.
_ Melissa tá em casa, podem ir.
_ Não está mentindo pra mim, né? -ele riu e levantou do sofá indo pra fora de casa, fechei a porta e fomos pro carro.

  O caminho até a escolinha da Helena não era mais que vinte minutos, quando estacionou e toquei o interfone escutei seu choro de fundo. Logo liberaram a minha entrada, fui rápido até ela que chorava mais ainda.

_ Pronto neném, papai tá aqui.
_ Papai eu quelu ih pra casa! -limpou o nariz.- A ti...tia falou que você ia demorar. Não quelu mais escolinha.
_ Ôh meu amor, papai demorou mas já chegou. Dá tchau pras tias, e fala até amanhã.
_ NÃO!
_ Helena...
_ Tade a mamãe?
_ Ligando. -falei tirando o celular do bolso e atendendo a ligação.- Oi.
_ Cadê minha filha?
_ Comigo.
_ Deixa eu falar com ela, amor.
_ Ela tá bem, tava de boa.
_ Luan, a Helena é uma boca aberta. Para de mentir.
_ Boca aberta é você, oxê.
_ Só liguei pra saber se você tinha chegado na escola. Vou voltar para a reunião, tchau. Amo vocês.
_ Nós também te amamos muito. Tchau, até o jantar.
_ Até. E por favor, faz alguma coisa gostosa.
_ Ih amor de gostoso naquela casa só tem eu. -as professoras olhando pra minha cara tudo babando.-
_ Ridículo você, Luan. Não se imenda.
_ Também sou apaixonado por você. -ri.-
_ Engraçadinho. -e desligou.-
_ Bora minha princesinha?
_ Sim. Tchau tia.
_ Tchau Helena, até amanhã né?
_ Não, tia. Manhã não. Não quelu. -ri daquela fala toda dengosinha, mordi sua bochecha e fomos para o carro.- Atur! Malia!
_ Oi Leninha. -disseram juntos.-
_ Papai, não quelu ir na caderinha.
_ Mas vai... pra não machucar.
_ Maçu quem?
_ Pra não fazer dodói princesa.
_ Tudo é dodói. -resmungou. Mesmo assim lhe sentei na cadeirinha e depois de saber que os três estavam em segurança, assumi meu lugar e seguimos para casa.

  Nessa minha vida de anos de casado, a rotina como pai estava bem mais tranquila e eu já não me perdia tanto. Até mesmo gostava, curtia isso e fazia sem reclamar na maioria das vezes.
  Chegamos em casa e fomos direto para o quarto, Arthur e Maria Luísa foram tomar banho e eu dei banho na Helena. Quando descemos, os ajudei com a lição de casa e dei algo para eles comerem enquanto me aventurava na cozinha.

_ Quelu tetê. -Helena apareceu de chupeta.-
_ Agora não meu amorzinho. Quer uma frutinha?
_ Não. Quelu tetê, papai. 
_ Papai está fazendo papá, um bem gostoso pra Helena.
_ Eu é?
_ É princesa, você.
_ Qui é?
_ Carninha.
_ Tomatinho papai.
_ Salada, né? Nunca vi gostar tanto de folha, minha nossa senhora.
_ Pai, posso jogar?
_ Tamém quelu, Atur.
_ Vão lá, e nada de jogo de luta. Ela é uma menina.
_ Carrinho! -gritou e saiu da cozinha correndo. Continuei por ali, cozinhando.

  Tudo ficou pronto era pouco mais de sete da noite. Coloquei a mesa, e nos sentamos para esperar a Nanda.

                   3 horas e meia depois {...}

_ Me lembra de não marcar reunião nenhuma para depois das 17h30. Odeio chegar tarde desse jeito. -falou entrando em casa toda afobada.- Você deve estar querendo me matar, né?
_ Não amor, eu sei como são as coisas. Vem aqui... -sentei ela em meu colo e nos beijamos, ela me abraçou e correu para o quarto dizendo que iria jogar uma água no corpo e logo descia. Do jeito que estava na sala continuei, quando ela chegou nós fomos comer.-
_ Queria tanto ver meus bebês acordados, Mô.
_ Vi que você ia demorar. Dei janta pra eles e coloquei os três na cama.
_ Melissa desceu pra jantar?
_ Desceu sim, todos os filhos alimentados. Só seu marido que não.
_ Ôh modeuso tadinho dele. -risos.- Aí, hoje foi muito puxado.
_ Imagino. Ainda mais que a Isa não foi, né?
_ Ela entrou de férias. Tô sozinha.
_ Não colocou ninguém no lugar dela?
_ Tenho ajuda, mas não é a mesma coisa amor. Ela conhecia o fluxo, o ritmo e todos os departamentos e uma outra pessoa... -durante o jantar conversamos sobre o dia estressante e corrido na CDM, depois subimos para dormir e mesmo que eu estivesse morrendo de vontade de amar minha morena a noite toda, ela dormiu em menos de cinco minutos.



            Alguns dias depois (...)




sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Capítulo 199 - Parte V

   Sté, amor. Não é bem um presente e sim uma dedicatória feita com muito carinho! Desejo à você o melhor, não só hoje como sempre. Desejo que tenha sempre à Deus, um sorriso no rosto e paz em seu coração para seguir em frente. Novas histórias, novas conquistas, um novo momento, uma nova fase em sua vida. Meus parabéns, espero que curta muito esses 364 dias que terá pela frente.  

(...)

Narrado por Fernanda 
  Segui para o trabalho e dei graças à Deus quando me encontrei cheia de coisas e não tive tempo para dar lugar aos pensamentos ruins, não mesmo. No fim da tarde terminei de organizar as coisas, deixei tudo no esquema para o dia seguinte. Peguei meu celular e após guardá-lo na bolsa, sai da minha sala fechando a porta, me despedi do pessoal e segui para o estacionamento. O dia estava quente, trânsito lento e eu disposta a não me estressar liguei o som e coloquei a música bem alta.


(...)

   A Melissa sempre foi a filha em que eu mais me apeguei, então lhe dar um gelo foi assim... horrível. Eu me sentia mal, me sentia péssima! Ainda mais quando o Luan voltou a viajar (por uma semana e meia) e ela tentou se aproximar. Fui fria, indiferente e isso afetou a nós duas. Comecei a deixar Helena na escolinha, então na parte da manhã e tarde, Melissa ficava sozinha em casa. Um perigo, eu sei. Mas o que eu poderia fazer? Como advogada que sou, estou buscando na justiça algo que os afaste legalmente (e isso está me dando muita dor de cabeça) antes de meter os pés pelas mãos. Na nossa família poucos sabem, na verdade meus sogros, meus pais, os padrinhos dela e a Lila... "Como se isso fosse pouco, né meu amor?"
  Como parte da rotina, peguei o carro e depois de me despedir do manobrista da CDM segui para a casa dos meus sogros, busquei as crianças e fui para casa. Encontrei um carro estacionado e fiquei aliviada quando soube que era a Nayara.

_ Oi tia, boa noite.
_ Boa noite, Nay. Tudo bem querida?
_ Cansada, nunca pensei que fosse me cansar tanto a faculdade. -ri.-
_ Depois de um ano você acostuma. -falei seguindo para o andar de cima com as três mochilas e minha bolsa.-
_ Mamãe...
_ Oi, Maria.
_ Eu tô com dor de barriga, e já fui no banheiro.
_ Não passou? Você falou pra vovó?
_ Eu tenho vergonha, não gosto.
_ Filha, todo mundo faz cocô. É normal e preciso. Tá doendo muito?
_ Sim... minha barriga tá dura.


  Eu não era uma mãe desmiolada e sim prática, então peguei um remédio para intestino preso e lhe dei algumas gotas. Logo descemos, e nos reunimos à mesa assim que o jantar ficou pronto. Nayara jantou conosco e acabou indo para casa minutos mais tarde.

_ Como foi o dia?
_ Cansativo... Helena não para um único segundo. -disse retirando os pratos da mesa enquanto eu tirava a comida das panelas pondo em vasilhas e as guardando na geladeira.- Hoje ela juntou com a Malu e não deu sossego.
_ Ainda bem, melhor que estarem doentes. 
_ Sem dúvidas, mas eu já não sou nenhum novinho e tô ficando sem pique.
_ Falou o velho, idoso!
_ Tô ficando com dor nas costas, já...
_ Descarado... vai lavar a louça?
_ Não, nem você... vem, vamos subir.
_ Luan, a louça não vai se lavar sozinha. -ele ignorou meu comentário, tirou o pano de prato da minha mão e beijou meu pescoço, fomos para a sala onde estavam todos.-
_ Melissa. -ela desviou seu olhar da TV.- Você e o Arthur ficam com a louça. 
_ Ah não! Lavar louça é coisa de...
_ Nem termina, Arthur. 
_ Eu odeio lavar louça, a Mê pode fazer isso muito bem sozinha. Tô fora.
_ Não vou falar uma segunda vez. -disse firme, chamou as pequenas e subimos.- Boa noite gatinhas.
_ Não queru durmi papai. Queru colo da mamãe.
_ Eu também. -dizia Malu rindo muito.- Pega eu no colo, pai.
_ Só se me prometer que vão dormir depois...


  Essa promessa só se cumpriu depois de três longas horas, as meninas cansaram o pai tanto quanto eu. Dormimos até que um pouco tarde, afinal eu estava exausta.



Narradora 
  Passou -se duas semanas desde que toda a discussão havia acontecido e por mais que não demonstrasse, Melissa se sentia muito sozinha e o olhar de indiferença de sua mãe tornava tudo ainda mais difícil. Em sua cabeça a jovem imaginava que uma surra não a deixaria tão arrependida.
  Por outro lado, Murilo continuava sua pós e dando aula na mesma escola, com as mesmas séries.   Pensava na "sua loirinha" boa parte do tempo e estava estranhando o seu sumiço, tanto que ligou, mandou mensagens e andou passando pelo rua da casa dos pais de Ester, imaginando que pudesse vê-la. Mas isso não aconteceu.


(...)

_ Isso não é uma boa ideia, você está ficando louca! Seu pai disse que você está de castigo. -Melissa revirou os olhos, respirou fundo e pensou no que poderia ser feito.-
_ Quer calar a boca e me escutar?
_ Não, obrigada!
_ Ester... não é justo eu julgar apenas sabendo um lado da história.
_ Não sei, você prometeu que não iria aprontar. 
_ E não vou, eu só preciso de um celular. 
_ Melissa...
_ Menos de cinco minutos...
_ Por que isso está me cheirando problemas?
_ Louca, dá logo o telefone... -assim Ester fez. Melissa discou o número que sabia de cabeça e esperou, esperou, esperou até que caiu a ligação. Mas ela continuou tentando até que Murilo atendeu.- Andrade?
_ Você ainda está viva? -riu.- Loirinha, você sumiu... senti a sua falta. -dizia ofegante, ela sorria feito boba e Ester de braços cruzados à sua frente.-
_ Aconteceram algumas coisas. -disse.- e nós precisamos conversar.
_ Devo me preocupar?
_ Não... mas... ah não sei. É um assunto sério. -do outro lado da minha Andrade ficou apreensivo.-
_ Podemos nos ver hoje?
_ É o que eu mais quero... mas teria que ser agora, neste instante.
_ Você está em casa?
_ Na casa daquela minha amiga, você lembra?
_ Sei... já almoçou?
_ Não estou com fome.
_ Você sem fome? O que está acontecendo?
_ Vem logo, Murilo. Para de graça...
_ Tô indo coisinha brava, até já.
_ Até... tchau! -desliguei.- Pronto, muito agradecida.
_ Posso saber onde você pensa que vai? E quem é Murilo?
_ Murilo é o meu "namorado" ou ex, ainda não sei. -recostou-se no sofá.- Ficamos duas semanas sem nos falar e...
_ Por que?
_ Porque meus pais descobriram ou melhor, minha mãe descobriu e foi aquela coisa... tanto que estou de castigo, sem celular, sem shopping, sem merda nenhuma.
_ A toa que não foi.
_ Só porque ele é mais velho que eu.
_ Quantos anos?
_ 24 anos a mais. -Ester olhou para Melissa incrédula e calculando mentalmente a idade até que por fim raciocinar.- Ele tem a idade do seu pai, você tá louca!?
_ Não, eu só me senti atraída por ele.
_ E ele nem um pouco troxa aceitou.
_ Você também, é?
_ Ah! Em que mundo você vive, Melissa? Ele sabe que você é podre de rica, que seus pais tem uma puta de uma boa vida e que você não precisa trabalhar para se manter. Querida, acorda! Você é um bilhete premiado, seria o mesmo que ganhar na loteria. -disse a loira naturalmente, Melissa negou com a cabeça e riu de maneira irônica.-
_ Nem todo mundo é igual a você.
_ Como se você fosse alguém pra me julgar. Se liga menina, que você não está com essa bola toda.
_ Não quero brigar, entende?
_ Entendo sim, Melissa. Vou tomar um banho, nada de sair sem avisar...


  Andrade chegou ao mesmo tempo em que Ester saiu do banho, logo que a loira se vestiu e desceu deu de cara com ele, que estava sentado no sofá da sala.

_ Você!? -disseram os dois juntos e Melissa estranhou.- Juro que se me contassem eu não acreditaria. Você é o quase namorado da Melissa? -riu.- Perdeu a advogada gostosona e pra se vingar vai ficar com a filha do cara que te ajudou a por um par de chifres?
_ Você só pode estar de brincadeira.
_ Você não tem vergonha não? Você viu a Melissa crescer, estava na festinha de um ano que eu me lembro muito bem.
_ Vocês poderiam parar de falar como se eu fosse um fantasma.
_ Bom por vingança ou não, eu não queria ser você quando o Luan te encontrar... boa sorte. -e foi para a cozinha.

  Andrade se calou e ficou assim por um bom tempo, não sabia o que dizer ainda mais com aquele par de olhos verdes lhe encarando. Pensou na possibilidade de Melissa saber o que houve no passado, ao mesmo tempo que sentiu seu sangue ferver ao lembrar-se de quem era a mãe de sua ex-aluna.

_ POR QUE VOCÊ NUNCA ME CONTOU?
_ Muda alguma coisa pra você saber quem são os meus pais? -perguntou abraçando-se, nunca ele havia gritado com ela.-
_ QUANDO SUA MÃE É MINHA EX-NAMORADA SIM. MENINA, VOCÊ...
_ Para de gritar comigo!
_ Eu vou embora, preciso pensar...
_ Não! Temos que conversar, eu preciso ouvir de você...
_ Ouvir o que? Que ela acabou com a minha vida e que eu tive que começar do zero e sozinho? É isso que você quer ouvir?
_ Eu não posso acreditar que você... você... foi tão bruto e violento ao ponto de...
_ Acredite ou não, eu mudei. Mas acho que agora nada disso faz o menor sentido. -deu as costas e saiu sem dizer mais nada, Melissa até tentou ir atrás mas ele foi mais rápido. Entrou em seu carro e logo deu partida.
_ Não! -Melissa ficou sem reação, tão s reação que logo quis voltar para casa.-
_ Não ia passar o final de semana na sua vó? -Arthur perguntou ao ver sua irmã entrando em casa, Luan olhou e nada disse.-
_ Não enche. -correu na direção da escada e subiu sem falar mais nada.-
_ O que aconteceu, Ester?
_ Nada. Por que tinha que acontecer alguma coisa? Só por que ela estava comigo, gatinho?
_ Mais respeito com o meu marido e dentro da minha casa, por favor... -Fernanda disse séria, Ester olhou com desdém e voltou a falar com o pai de sua filha.-
_ Enfim... não aconteceu nada, passar bem. -e saiu.-
_ Eu juro pra você que eu morro de vontade de enfiar a minha mão na cara dela. Com toda força que eu tenho.
_ Amor, deixa a Ester... esquece dela.
_ Eu tento, mas essa vaca não faz questão de ficar longe.
_ Porque ela sabe que te irrita. -beijou sua testa e voltou a jogar com as crianças, sentado outra vez no tapete.


(...)

  Mais dias passavam e as coisas pioravam. Melissa começava sentir o peso de suas escolhas, seus pais não a tratavam como antes e seu "namorado" não atendia suas ligações ou qualquer outra tentativa de contato. Isso fez com que ela de fechasse, chorava muito e quase não tinha fome. Chegou até mesmo a vomitar por algumas vezes, mas não buscou por ajuda.
  Suas amigas perceberam que ela havia se distanciado, ainda mais que as três estudariam no mesmo campus e Melissa não dava as caras desde o início de suas aulas.


_ Tá, mas você ainda está sem celular? -Taciane havia ligado no telefone fixo da casa de sua amiga, Melissa atendeu sem muito animo.-
_ Meu pai não fez questão de me devolver e eu não pedi.
_ Orgulho uma hora dessa?
_ Não é orgulho. É o fato de todos estarem me tratando como uma estranha nessa casa. Meu pai sempre que se dirige mim é para falar a respeito das minhas aulas ou porque preciso fazer isso ou aquilo, sem mais abraços calorosos ou sorrisos... minha mãe então... Ha! Me evita sempre que pode, parece que não quer que eu me aproxime. Eu sinto o olhar com frieza e completa decepção. Estou cheia disso.
_ Peça desculpas. Você está errada.
_ Errada em falar o que eu penso?
_ Eu não sei o que você pensa e isso agora é o que menos importa. -bufou.-
_ Você não entende...
_ Você sempre foi tão centrada, agora você se tornou isso aí. Está brigada com a sua família por causa de um homem. Um homem 24 anos mais velho que você, que não atende as suas ligações, não responde suas milhares de mensagens. Pelo amor de Deus, né Melissa. Me desculpa, mas não aguento te ver mal e não poder fazer nada.
_ Eu não aguento mais isso. Todo mundo se achando no direito de me julgar, apontar o dedo. Mas não veio um sequer conversar comigo, perguntar o que realmente aconteceu... -chorou.-
_ Só queremos o seu bem e sabemos que você fazer as pazes com os seus pais é o melhor a se fazer. Você não entende?
_ Tacy...
_ Preciso desligar agora, vou voltar pra aula. Mas ainda hoje eu dou uma passadinha aí.
_ Tá bom. Tchau, amiga.
_ Tchau, se cuida.


  Depois de um banho demorado e estar totalmente vestida e cabelos penteados, Melissa ficou na sala vendo TV por alguns minutos. A campainha de sua casa tocou e ela se levantou sem animo para atender.

_ Nossa, você está horrível! 
_ Por que não pega essa sua língua e enfia bem no meio do se...
_ Opa, sem palavrão. -riu despreocupado.-   Vai me deixar aqui fora?
_ A porta estava aberta, você poderia entrar.
_ Como você tá seca. -Melissa revirou os olhos e deu as costas indo para o sofá, o rapaz a seguiu assim que fechou a porta.- Se quiser eu posso ir embora, vai que você não tá afim de papo e tal né...
_ Você também vai me abandonar? -perguntou toda bicuda.-
_ Seria o contrário, né gata... te liguei e já caía direto na caixa postal.
_ Estou sem celular e de castigo.
_ O que você aprontou? -ela ainda que estivesse se sentindo envergonhada pelo que fez não omitiu nenhum dos fatos, passou um bom tempo contando ao amigo o que tinha acontecido e até que ponto a situação havia chegado. Ele ficou surpreso por não imaginar Melissa ser assim, ainda mais com a pessoa que a criou. Mas a sua maneira aconselhou a amiga, deixou que ela chorasse em seu colo e depois os dois foram tomar um ar.- Então quer dizer que nada de você começar as aulas?
_ Não tive cabeça pra pensar nisso, tô pensando em tudo. Menos faculdade. -deitou-se na grama, ficou encarando o céu enquanto Leonardo observava cada um dos traços em seu rosto.- Para de me olhar assim, Leo.
_ Não consigo. -suspirou.- Você está muito quieta e isso está me incomodando.
_ Só estou pensativa...
_ Eu entendi que você pegou pesado com a sua mãe, mas assim... você ficar se martirizando, se vitimizando... não vai mudar nada. Peça desculpas.
_ E você acha que ela vai aceitar? Ela deve estar me odiando. Eu chamei ela de... de vag... vagab... -não conseguia dizer.- Foi horrível. Ver o olhar de decepção dela me doeu demais, a frieza dela está me matando... eu só queria que ela me perdoasse e voltasse a ser o que era antes.
_ Você no lugar dela... te perdoaria?
_ Sinceramente? -o olhou.- Não. 
_ E o que a pessoa deveria fazer para ter o ser perdão de volta?


  Isso deu o que Melissa pensar por horas, até mesmo antes de dormir. Fernanda chegou em casa e tudo estava em silêncio, tomou um banho e depois de ligar para a sogra e saber que tudo estava em ordem, dormiu.
















~.~
  Eitaaaa Geovanna! As coisas não parecem estar muito bem, não é mesmo? Muita tensão, muito drama (sim, adoro!) e reflexões. Melissa conseguira o perdão dos pais? Como vai ficar ela e Murilo? Muitas perguntas e poucas respostas... ainda. Beijo grande!

sábado, 13 de agosto de 2016

Capítulo 199 - Parte IV

Narrado por Luan
  Havia voltado para casa depois de uma reunião no escritório e senti que o clima estava pesado, entrei em casa e Melissa estava chorando de cabeça baixa e quando toquei seu ombro, gritou pedindo que eu não encostasse nela. Assustei. Não sabia o que estava acontecendo. Melissa levantou e estava subindo as escadas quando a chamei e começou a gritaria.

_ ELA É UMA LOUCA! LOUCA! -gritou me encarando.-
_ MELISSA, NÃO FALA ASSIM DA SUA MÃE! -respondi no mesmo tom que ela, sabendo que se referia à mãe.-
_ AGORA ELA É MINHA MÃE? QUAL É A MÃE QUE BATE NA CARA DE UMA FILHA? ME DIZ? -fui pego de surpresa, mas sabia que se aconteceu foi porque teve um motivo por trás de tudo isso.-
_ SE ELA BATEU FOI COM UM MOTIVO. -rebati.-
_ DELA TER SIDO UMA GALINHA. SÓ QUE DISSO NINGUÉM TEM CULPA... FORAM AS ESCOLHAS QUE ELA FEZ E TIVERAM CONSEQUÊNCIAS. TUDO BEM... NÃO JUSTIFICA O QUE ACONTECEU, MAS EXPLICA. 
_ DO QUE VOCÊ ESTÁ FALANDO? CADÊ SUA MÃE?
_ SUA MULHER ESTÁ TRANCADA NO ESCRITÓRIO. -Fernanda chegou na sala com o olhar de tristeza, desespero. Ainda estava chorando e eu me perguntando o que aconteceu dentro daquela cama.-
_ Fernanda, meu amor... você... -tentei falar, porém ela me ignorou.-
_ Me dói muito saber que você pensa assim, pensa dessa forma e não dá a mínima. 
_ Você não pareceu se importar quando enfiou a mão na minha cara. Na minha cara... eu sempre te respeitei! SEMPRE! E agora você vem como se eu tivesse dois anos de idade?
_ Eu sei que eu me descontrolei, mas jamais vou admitir que você repita o que disse. Pois a minha atitude será a mesma.
_ Então você vai continuar me batendo, vai continuar me espancando. Porque dele eu não abro mão. Vocês não queriam tanto saber... que ótimo. Agora já sabem... –“Sabem do que? Como assim cara?”-
_ Sabem do que minha nossa senhora? -perguntei curioso e apreensivo.-
_ Pai, eu conheci o Murilo de quem tanto ela disse uma vez... -escutar aquilo foi como um soco na boca do estômago, daqueles que te faz perder o fôlego. Fiquei calado.- ...ele foi o meu professor desde o segundo ano do ensino médio, e nos envolvemos. -continuei sem dizer uma única palavra absorvendo tudo o que ela dizia, suas palavras vindo em câmera lenta na minha mente, a imagem da minha mulher chorando. Tudo naquela mesma hora.- Eu estou com ele e não vejo problema nenhum nisso. -Melissa falou sorrindo como se fosse a coisa mais natural do mundo. Me desesperei.-
_ MELISSA, ESSE HOMEM É UM CRIMINOSO. VOCÊ ESTÁ FICANDO LOUCA? -finalmente abri a boca e seus olhos verdes me encararam.-
_ LOUCA? MUITAS PESSOAS MUDAM, PORQUE ELE NÃO POSSA TER MUDADO?
_ PORQUE ELE FICOU MAIS DE UM ANO PRESO COMO UM MARGINAL DEPOIS DO QUE FEZ COM A SUA MÃE... -Fernanda abaixou a cabeça, chorando ainda mais.- ...ELE SAIU DA CADEIA, PROCUROU POR ELA, SEQUESTROU... ESTUPROU. MELISSA!
_ Pai, PARA!
_ VOCÊ SE ACHA MUITO ADULTA NÃO É MESMO? SE ACHA MUITO ADULTA E NÃO PERCEBE QUE ELE ESTÁ TE USANDO PARA NOS ATINGIR, PARA SE VINGAR... 
_ ISSO É MENTIRA! ELE NÃO É ASSIM... ELE ME...
_ Ele te ama? Foi que ele... Não me diz que...
_ Ele foi pra Noronha sim e ficamos juntos a viagem inteira!
_ Ela está obcecada por esse canalha, Luan faz alguma coisa... -me pedia exausta. Eu não estava conseguindo pensar.-
_ CHEGA! AS DUAS! EU PRECISO PENSAR NO QUE FAZER.
_ VOCÊ NÃO TEM QUE FAZER NADA, ESSA ESCOLHA CABE SOMENTE A MIM. E EU TOMEI A MINHA DECISÃO. -disse nos dando as costas e subindo para o seu quarto, correndo.

  Fernanda caiu de joelhos no chão, eu escutava seu choro de decepção, tristeza e vulnerabilidade. Fiz o mesmo que ela, a abraçando e tentando passar o mínimo de paz e tranquilidade. Mas nem isso eu estava sentindo, estava com ódio daquele cara e muito puto com a minha filha. Ajudei Fernanda se levantar e a deixei no sofá, precisava falar com a Melissa e tinha que ser naquela mesma hora. Subi escutando Fernanda me chamar, implorando que eu não fosse, para que não fizesse uma besteira.

_ Você além de estar errada ainda se acha no direito de falar aquele monte de coisas para a sua mãe? -entrei em seu quarto me encontrando com ela aos prantos também, com raiva.-
_ Minha mãe? -riu irônica.- Eu não conheço aquela mulher que está lá embaixo, a minha mãe nunca levantaria o dedo pra mim e do nada ela se transformou? Ela está errada!
_ Meu deus! Como você pode ser tão cabeça dura e cega? Melissa, estamos falando de um criminoso! Agressor de mulheres, louco!
_ Você diz isso porque é tão errado quanto ela... -dizia friamente me olhando nos olhos, minha vontade era de lhe dar uma surra muito bem dada, a surra que ela nunca levou em uma vida inteira.- Você solteiro sabia que ela tinha um relacionamento e não se importou com isso. E ela por ser uma mulher que deveria se dar o valor, ter a decência de pelo menos terminar e deixar as claras... mas preferiu se comportar como uma... -não deixei que ela terminasse, tapei sua boca e lhe joguei com força em cima da cama.-

_ Você não sabe das razões que nos levaram a fazer essa escolha, nem mesmo o porquê de levarmos isso à diante... Esse não é um assunto que cabe a você julgar. Afinal, quem você pensa que é? Um “mulher” cheia de si que se acha a dona da verdade... Você é a prova de que eu falhei como pai, falhei sim... porque pensei que te dando amor e carinho e não deixando que não te faltasse materialmente, bancando os seus caprichos estaria fazendo o certo. Quando na verdade deixei que se tornasse uma mimada, egocêntrica e mal-agradecida. Você pareceu não ter adquirido nenhum princípio e ter tido o mínimo de consciência... valorizou mais um estranho do que quem sempre esteve ao seu lado. -ela abaixou a cabeça e ficou quieta, ainda me escutando.- Quem sempre ajudou para que hoje suas feridas estivessem cicatrizadas. Você pensa que ser livre e independente é fazer o que dá na telha e agir por impulso? É muito mais que isso. Só que falar não adianta, você não escuta não é mesmo? -senti meus olhos arderem, um nó na garganta.- Eu poderia continuar falando, poderia te dar a surra que você está merecendo... mas lidar com as consequências das suas escolhas é bem pior que tudo isso. Espero que esteja bem feliz com as suas escolhas, afinal cabe a você fazer cada uma delas. -e sai batendo a porta. Desci passando pela sala, peguei as chaves, meu carro e fui dar uma volta.




Narrado por Fernanda 
  Luan saiu de casa sem dizer onde iria, enquanto eu continuei sentada naquele sofá chorando. Eu não queria acreditar que minha filha se voltou contra mim de uma maneira tão baixa e cruel, jogou na minha cara um "passado" doloroso, acusou-me e além de tudo me ofendeu.
  Agora mais do que nunca percebo que ela cresceu e por mais que eu tivesse adaptado a minha vida para recebê-la e cuidar, suprir a falta de uma figura materna desde que aquela mulher foi embora... tudo o que lhe ensinei, ajudei e contribui para esse crescimento não surtiu efeito como o esperado.   Melissa tinha tudo para ser uma filha menos malcriada e mal agradecida. Não sei, talvez eu tenha falhado em alguma etapa ou deveria ter sido mais pulso firme.
  Suas palavras foram mais fortes do que se eu tivesse levado uma surra. Eu assumo o meu erro, mas não aceito a maneira que fui julgada por alguém que eu amo tanto. Minha filha.
  Subi para o meu quarto e ainda em silêncio segui para o banheiro, tirei toda minha roupa e tomei uma ducha querendo que a água levasse para o ralo todas essas sensações ruins. Em vão, eu sei.   Desliguei, enrolei-me na toalha e sai do banheiro. Meu celular estava tocando, o atendi e era minha mãe.

_ Está tudo bem, querida? -fiquei quieta.- Senti uma saudade enorme de você, me deu uma vontade de ligar e saber como as coisas estão?
_ Aí mãe... -engoli o choro.- Eu queria tanto um abraço seu agora, seu colo. -funguei.- tanto...
_ Eu sabia que não estava tudo bem, fiquei estranha a manhã toda... quer conversar?
_ Mãe, eu estou farta... cansada física e mentalmente... eu não faço ideia de como você e meu pai conseguiram lidar comigo nessa idade, mas Melissa tem se tornado um caso sério.
_ O que houve?
_ Tem dois anos que ela vem escondendo de nós o envolvimento com um homem que tem a idade do pai dela... mas, isso não tem cabimento. E como se não fosse o bastante nós discutimos, eu me descontrolei e dei um tapa na cara dela. Mãe! É minha filha...
_ Calma... respira bem fundo e devagar, uma... e outra vez... -eu lhe acompanhava.- pare de se culpar, querida... ela está em um fase de querer ser do contra e...
_ Mãe, ela me chamou de vagabunda, disse que eu me comportei como piranha quando estava namorando com o Murilo. E depois de eu ter aberto o jogo com ela, me senti exposta e totalmente humilhada.
_ Querida, isso foi há tantos anos...
_ E parece tão recente. -falei respirando fundo uma outra vez, não quis contar que ele havia voltado. Minha mãe sabe o quanto eu sofri, ela sofreu comigo. Ela não é mais uma adolescente, tem seus cinquenta e poucos anos.- Estou magoada com ela, eu só queria que ela não cometesse os mesmos erros que eu.
_ A mágoa não irá te levar a nada, mas entendo o que disse... vocês estão sem se falar, não é? 
_ Sim...
_ Peça sabedoria à Deus, querida. Ore e chore as pés do único que pode te ajudar a mudar essa situação e eliminar essa angústia.
_ Vai ser difícil. Um processo demorado... não sei o que vai ser de nós duas.
_ Deus sabe, estarei em oração querida. Preciso desligar agora, mas pensa no que eu te falei.
_ Vou pensar sim mãe, obrigada por ligar. Tchau, linda.
_ Sabe que a mamãe te ama né?
_ E eu te amo ainda mais. Manda um beijo para os meus meninos.
_ Será dado, se cuida. -desligamos.

  Soltei meus cabelos e os prendi novamente, levantei da cama e segui para o closet onde troquei de roupa e me sentei na cama. Precisava pensar, na verdade queria pensar mas não conseguia, minha mente ainda estava à milhão.

_ Licença, sogra? -descia as escadas enquanto Leonardo entrava com as meninas, a porta estava aberto mesmo.-
_ Oi Leo, tudo bem?
_ Comigo sim e você? Parece tão tristinha... -nos cumprimentamos com um beijo no rosto e um abraço rápido, nos afastando em seguida.-
_ TPM, sabe como é né?
_ Eu imagino. -risos.- Vim trazer essa neném aqui, né Leninha?
_ É mamãe, eu e a Ceci bincamos muito.
_ Que bom meu amor, agora é a hora do banho não é? -ela negou.- Mas tem que tomar, a Ceci vai fazer o mesmo... não é querida?
_ Oto não tia, já tomei. -falou Cecilia nos fazendo rir.-
_ Olha só pra essas duas. -rimos.- Obrigada Leo, eu já estava indo buscá-la mesmo. 
_ Tínhamos ido tomar sorvete, eu nem sabia se podia.
_ Criança não pode é passar vontade. -falei pegando Helena no colo.-
_ Nós também já vamos indo. Dá tchau, Ceci.
_ Tchau tia, tchau Lena. -acenou e já foi puxando o irmão pelo braço enquanto ele se despedia de nós.

  Subi com Helena e lhe dei banho, ela deitou e dormiu. Voltei a descer para sala e entrei no escritório, desliguei o notebook e guardei dentro da minha gaveta que continha uma chave. Fechei a porta com a chave e fui para a cozinha. Descobri que "cozinhar" ajuda.

_ Mãe! -escutei Arthur chamar e em seguida entrar na cozinha.-
_ Por que você está gritando? E o que aconteceu que você está dessa cor, Arthur?
_ Joguei bola com o meu vô, na pracinha e eu caí.
_ Aí meu deus, nossa... 
_ Foi legal, eu gostei e quero jogar de novo.
_ Que ótimo, agora vai tomar um banho e sem gritar porque a Helena acabou de dormir.
_ Tá bom, tô subindo. Ôh mãe!
_ Oi, filho.
_ Vai fazer o que de comida?
_ Ainda não sei, o que você sugere?
_ Quero macarrão com muita carne moída e queijo ralado. -falava todo empolgado com os olhos brilhando, sorri.-
_ Não comeu na casa da sua vó não?
_ Comi bolo de milho, nossa uma delícia.
_ Quem trouxe vocês? 
_ Meu pai ué...
_ E cadê ele e sua irmã?
_ Fofocando com o pai do Leo, minha irmã tá na rua com a Ceci.
_ Tá bom, vou fazer o macarrão... toma banho direito hein, senão eu vou te dar banho.
_ Abraça viu, nunca mais.
_ Te dei muito banho viu menino.
_ Mas eu cresci, né? -riu.- Tá tudo grande aqui. -e correu para a sala. 

  Terminei o doce que havia começado a fazer e deixei na geladeira enquanto pegava as coisas para fazer o macarrão. Assim que coloquei a água no fogo Luan e Maria Luísa entraram na sala, ele pegou água pra ela e em seguida ela subiu pra guardar a mochila, e ele continuou na cozinha sentado na bancada me olhando.

_ Posso saber onde você foi?
_ Na minha mãe... meu pai estava lá e conversamos um pouco. Foi bom. -parei o que fazia para prestar a atenção no que ele dizia.- Eu... eu estou triste demais com essa situação e muito envergonhado.
_ Envergonhado?
_ Amor, você viu a Melissa nascer. Cuidou dela até mesmo melhor do que eu, esteve com ela em muitos primeiros momentos. Pra agora ela achar que cresceu e vir com cinco pedras nas mãos? Porra, você criou a Melissa. E ela não tinha o direito de se virar contra você dessa forma por mais errada que você estivesse. -bateu na mesa, fechou os olhos.- Eu não sei lidar com essa situação, ela merece uma boa de uma surra.
_ Você não tem que se envergonhar, você não tem culpa. E assim... bater não resolve.
_ Não resolve, mas traz de volta à realidade. Quem ela pensa que é?
_ Dona do nariz dela, isso que ela pensa. Ela passou dos limites, me disse coisas que eu jamais pensei escutar da boca dela.
_ Ela ultrapassou todos os limites possíveis, todos.
_ Eu sei, somos parcialmente culpados por não impor limites à ela.
_ Fernanda, nada justifica o que ela fez. Nada! Ela vai ficar de castigo.
_ Castigo? Luan ela não tem a idade do Arthur ou da Maria Luísa. Ela tem dezoito anos. 
_ Tem dezoito anos, não trabalha, não faz porra nenhuma. Só sabe ficar nessa bosta desse celular, indo pra shopping e não sabe o que é ter responsabilidades como um emprego, o peso de uma faculdade.
_ É doloroso, mas ela precisa dessa realidade. -falei sentindo meus olhos marejarem.-
_ Não chora, ela não merece suas lágrimas. Nós dois sabemos que ela precisa de ser colocada no lugar dela pra baixar um pouco a bola e ela ver que dessa vida ela não entende nada. E quanto aquele canalha... ele vai ter o que merece.
_ Luan promete pra mim que você não vai mexer com o Murilo. -ele virou o rosto.- Luan, olha pra mim. 
_ Eu não vou prometer nada, porque ainda não pensei em nada. Mas ele que não se atreva a se aproximar, eu mato ele. Ela é uma criança, ele se aproveitou disso.
_ Luan...
_ A vida dele acabou a partir do momento que ele voltou. Eu nunca tive medo daquele canalha, covarde. Muito macho pra bater em mulher, mas não veio enfrentar um homem de verdade. 
_ Amor...
_ Não se preocupa, tá. -veio até mim dando-me um beijo.- Vou tomar um banho. -disse saindo da cozinha e me deixando ali com as suas palavras.





Narradora
(...)

  Luan subiu para o quarto, tomou um banho e foi até o quarto da filha mais velha. Melissa dormia abraçada à uma foto da família reunida, no aniversário de um aninho de Helena. 

_ Eu te amo muito, mas não vou passar a mão na sua cabeça... Não dessa vez. -respirou fundo e deu uma boa olhada pelo quarto, pegou o celular, tablet e lembrou-se do notebook, mas não encontrou. Saiu do quarto e voltou para o seu onde guardou tudo no closet.-
_ Papai! É pra papa a mamãe disse. -Helena apareceu no quarto toda sorridente, espirrando por estar descalça.-
_ Sobe no tapete, vai...
_ Queru papa, vamo.
_ Cadê seu chinelo, Helena?
_ Tá no quato..
_ Bora lá buscar... -pegou sua caçula no colo, buscou seus chinelos e logo desceram. Fernanda, Arthur e Maria Luísa estavam à mesa, os dois juntaram-se à eles e todos puderam jantar. Arthur e Maria Luísa contavam sobre a escola não deixando o silêncio se instalar por ali.
  Quando estava terminando de comer Melissa apareceu na sala de jantar, cumprimentou os irmãos, pegou um prato e se serviu. Fernanda terminou de alimentar Helena e se retirou da mesa causando um desconforto na filha, que sabia que ela sempre esperava todos terminarem antes de se retirar.

_ Ué mãe, não vai esperar a Mê, não?
_ Tô com dor de cabeça filho, a mãe já vai subir.
_ Tomou remédio?
_ Vou tomar agora, boa noite. -beijou o rosto dos dois, e subiu levando Helena com ela.-
_ Tade minha boneca?
_ Agora não é hora de brincar, né meu amor... mamãe quer dormir, só.
_ Mas eu já mimi. Queru bincar...
_ Helena, agora não é hora. Você quer assistir um desenho?
_ Não.
_ Então deita e fecha o olhinho. Isso, assim mesmo. -Helena acabou dormindo antes da mãe, Fernanda por sua vez ficou de olhos fechados, quieta até que seu cansaço foi maior e logo adormeceu.

  Na manhã seguinte a rotina se seguiu, Fernanda levantou cedo após tocar seu despertador e foi acordar as crianças, para irem à escola.

_ Eu não queria ir hoje, mãe. O papai está em casa.
_ Nada disso mocinha, tem que estudar. Quando você chegar ela vai estar aqui.
_ Ah mãe, por favor... deixa?
_ Não. Você vai pra escola e seu irmão também.
_ Só a Lena e a Mel que não vão, que saco viu. -disse ficando toda bicuda.-
_ Você chega cedo da escola, filha... cedinho.
_ Tá, né... -deu-se por vencida e continuou comendo.-
_ Mãe, a senhora disse que nós iríamos no cinema. 
_ Cinema, filho?
_ É... você que falou. Eu queria ir...
_ Pode ser no final de semana?
_ Você não vai esquecer?
_ Não, senhor. 
_ Então beleza... vamos?
_ Vão é já para o banheiro escovar os dentes, anda. -os apressou, as crianças correram para o banheiro enquanto ela retirava a mesa.-
_ Mamãe...
_ Oi amor, o que você está fazendo acordada?
_ Dumi é só de noite, mamãe. -falou apontando para o vidro da janela, onde o dia já aparecia.- Tá Sol.
_ Está bem cedinho... -disse indo até ela, lhe pegando no colo e voltando à subir a escada.- Desceu descalça, é Helena?
_ Tô di meia.
_ Mesmo assim, vamos deitar com o papai. -disse entrando no quarto.- Luan?
_ Fala... -perguntou ainda de olhos fechados.-
_ Helena acordou e eu preciso levar as crianças na escola.
_ Tá.
_ Luan?
_ Oi...
_ Fica com ela pra mim?
_ Aham...
_ Eu te dou três segundos pra você escolher... ou você levanta daí e leva as crianças, ou você fica acordado e olha sua filha.
_ Vem bonequinha linda do papai... -estendeu os braços, mas ela não queria ir. Demorou alguns minutos e por fim, depois de chorar, Helena ficou com Luan.

  Fernanda pega o cara e leva as crianças até a escola, na volta decide passar pela escola onde Melissa estudou, mas não teve coragem de entrar e ficou por longos minutos com o carro estacionado ali. Até que arrancou com o carro e seguiu para a empresa, onde arrumou a cozinha, sala e subiu. Chegando no quarto encontra Helena com sua maquiagem e Luan dormindo de boca aberta, nem percebeu que a filha o maquiava.

_ Helena! Não pode filha, não mesmo. Guarda isso.
_ Eu pidi e ele deixo. Falou que ia fingir que estava dormindo.
_ Quero só ver viu... -seguiu para o closet, se arrumou e voltou a descer para ir até o escritorio e de lá, para a empresa.

  Em seu caminho encontrou com Melissa na cozinha. A menina estava com o rosto vermelho e inchado de tanto chorar, olhou para a mãe de maneira expressiva e quando pensou em dizer alguma coisa, Fernanda lhe deu as costas e saiu do cômodo. Ela suspira, sabe que errou e que palavras estão longes de redimi-la.

_ Meu Deus, vai ser difícil ser dura com ela. Mas me ajuda, eu não sei mais o que fazer. Preciso de direção. -diz deitando sua cabeça no volante, inspira profundamente e segue caminho.
















~.~

  Tudo o que precisávamos era uma versão mais Luan, saber como ele viu como tudo aconteceu, seu pensamento sobre essa puta briga. E foi bem mais tenso, não é? Ainda tivemos a Nanda, mãozona toda preocupada com a situação e sem reação... uma conversa com o marido e a "decisão" de mudarem a postura e tomarem uma posição. Tudo bem que "quase nada" foi resolvido, mas vamos com calma não é?

PS: Ôh capítulo que demorou pra sair, demorou muito mesmo. Confesso. Até me desculpo pela demora, de verdade, mas fiquei enrolada com as aulas (chegando bem tarde), nesse meio tempo fiquei sem internet uns dias e pra completar estou com uma dor de cabeça do cão e muito gripada. Quem está no grupo da fanfic sabe porque eu comento uma coisa e outra lá, e quem não está acaba não tendo como avisar. Enfim, pretendo não sumir (odeio), ainda mais por estar no finalzinho e se fica sem escrever o bloqueio vem. Então bora continuar isso aí! Continuem comentando, se está curtindo ou não, o que acha que acontecerá e é isso. Ainda não respondi os comentários, mas até o próximo capítulo estarão todos respondidos, Um beijo, se cuidem e fiquem com Deus.