{...} Abre mais a blusa, me usa! Só não pede pra parar... ♪♫

sábado, 13 de agosto de 2016

Capítulo 199 - Parte IV

Narrado por Luan
  Havia voltado para casa depois de uma reunião no escritório e senti que o clima estava pesado, entrei em casa e Melissa estava chorando de cabeça baixa e quando toquei seu ombro, gritou pedindo que eu não encostasse nela. Assustei. Não sabia o que estava acontecendo. Melissa levantou e estava subindo as escadas quando a chamei e começou a gritaria.

_ ELA É UMA LOUCA! LOUCA! -gritou me encarando.-
_ MELISSA, NÃO FALA ASSIM DA SUA MÃE! -respondi no mesmo tom que ela, sabendo que se referia à mãe.-
_ AGORA ELA É MINHA MÃE? QUAL É A MÃE QUE BATE NA CARA DE UMA FILHA? ME DIZ? -fui pego de surpresa, mas sabia que se aconteceu foi porque teve um motivo por trás de tudo isso.-
_ SE ELA BATEU FOI COM UM MOTIVO. -rebati.-
_ DELA TER SIDO UMA GALINHA. SÓ QUE DISSO NINGUÉM TEM CULPA... FORAM AS ESCOLHAS QUE ELA FEZ E TIVERAM CONSEQUÊNCIAS. TUDO BEM... NÃO JUSTIFICA O QUE ACONTECEU, MAS EXPLICA. 
_ DO QUE VOCÊ ESTÁ FALANDO? CADÊ SUA MÃE?
_ SUA MULHER ESTÁ TRANCADA NO ESCRITÓRIO. -Fernanda chegou na sala com o olhar de tristeza, desespero. Ainda estava chorando e eu me perguntando o que aconteceu dentro daquela cama.-
_ Fernanda, meu amor... você... -tentei falar, porém ela me ignorou.-
_ Me dói muito saber que você pensa assim, pensa dessa forma e não dá a mínima. 
_ Você não pareceu se importar quando enfiou a mão na minha cara. Na minha cara... eu sempre te respeitei! SEMPRE! E agora você vem como se eu tivesse dois anos de idade?
_ Eu sei que eu me descontrolei, mas jamais vou admitir que você repita o que disse. Pois a minha atitude será a mesma.
_ Então você vai continuar me batendo, vai continuar me espancando. Porque dele eu não abro mão. Vocês não queriam tanto saber... que ótimo. Agora já sabem... –“Sabem do que? Como assim cara?”-
_ Sabem do que minha nossa senhora? -perguntei curioso e apreensivo.-
_ Pai, eu conheci o Murilo de quem tanto ela disse uma vez... -escutar aquilo foi como um soco na boca do estômago, daqueles que te faz perder o fôlego. Fiquei calado.- ...ele foi o meu professor desde o segundo ano do ensino médio, e nos envolvemos. -continuei sem dizer uma única palavra absorvendo tudo o que ela dizia, suas palavras vindo em câmera lenta na minha mente, a imagem da minha mulher chorando. Tudo naquela mesma hora.- Eu estou com ele e não vejo problema nenhum nisso. -Melissa falou sorrindo como se fosse a coisa mais natural do mundo. Me desesperei.-
_ MELISSA, ESSE HOMEM É UM CRIMINOSO. VOCÊ ESTÁ FICANDO LOUCA? -finalmente abri a boca e seus olhos verdes me encararam.-
_ LOUCA? MUITAS PESSOAS MUDAM, PORQUE ELE NÃO POSSA TER MUDADO?
_ PORQUE ELE FICOU MAIS DE UM ANO PRESO COMO UM MARGINAL DEPOIS DO QUE FEZ COM A SUA MÃE... -Fernanda abaixou a cabeça, chorando ainda mais.- ...ELE SAIU DA CADEIA, PROCUROU POR ELA, SEQUESTROU... ESTUPROU. MELISSA!
_ Pai, PARA!
_ VOCÊ SE ACHA MUITO ADULTA NÃO É MESMO? SE ACHA MUITO ADULTA E NÃO PERCEBE QUE ELE ESTÁ TE USANDO PARA NOS ATINGIR, PARA SE VINGAR... 
_ ISSO É MENTIRA! ELE NÃO É ASSIM... ELE ME...
_ Ele te ama? Foi que ele... Não me diz que...
_ Ele foi pra Noronha sim e ficamos juntos a viagem inteira!
_ Ela está obcecada por esse canalha, Luan faz alguma coisa... -me pedia exausta. Eu não estava conseguindo pensar.-
_ CHEGA! AS DUAS! EU PRECISO PENSAR NO QUE FAZER.
_ VOCÊ NÃO TEM QUE FAZER NADA, ESSA ESCOLHA CABE SOMENTE A MIM. E EU TOMEI A MINHA DECISÃO. -disse nos dando as costas e subindo para o seu quarto, correndo.

  Fernanda caiu de joelhos no chão, eu escutava seu choro de decepção, tristeza e vulnerabilidade. Fiz o mesmo que ela, a abraçando e tentando passar o mínimo de paz e tranquilidade. Mas nem isso eu estava sentindo, estava com ódio daquele cara e muito puto com a minha filha. Ajudei Fernanda se levantar e a deixei no sofá, precisava falar com a Melissa e tinha que ser naquela mesma hora. Subi escutando Fernanda me chamar, implorando que eu não fosse, para que não fizesse uma besteira.

_ Você além de estar errada ainda se acha no direito de falar aquele monte de coisas para a sua mãe? -entrei em seu quarto me encontrando com ela aos prantos também, com raiva.-
_ Minha mãe? -riu irônica.- Eu não conheço aquela mulher que está lá embaixo, a minha mãe nunca levantaria o dedo pra mim e do nada ela se transformou? Ela está errada!
_ Meu deus! Como você pode ser tão cabeça dura e cega? Melissa, estamos falando de um criminoso! Agressor de mulheres, louco!
_ Você diz isso porque é tão errado quanto ela... -dizia friamente me olhando nos olhos, minha vontade era de lhe dar uma surra muito bem dada, a surra que ela nunca levou em uma vida inteira.- Você solteiro sabia que ela tinha um relacionamento e não se importou com isso. E ela por ser uma mulher que deveria se dar o valor, ter a decência de pelo menos terminar e deixar as claras... mas preferiu se comportar como uma... -não deixei que ela terminasse, tapei sua boca e lhe joguei com força em cima da cama.-

_ Você não sabe das razões que nos levaram a fazer essa escolha, nem mesmo o porquê de levarmos isso à diante... Esse não é um assunto que cabe a você julgar. Afinal, quem você pensa que é? Um “mulher” cheia de si que se acha a dona da verdade... Você é a prova de que eu falhei como pai, falhei sim... porque pensei que te dando amor e carinho e não deixando que não te faltasse materialmente, bancando os seus caprichos estaria fazendo o certo. Quando na verdade deixei que se tornasse uma mimada, egocêntrica e mal-agradecida. Você pareceu não ter adquirido nenhum princípio e ter tido o mínimo de consciência... valorizou mais um estranho do que quem sempre esteve ao seu lado. -ela abaixou a cabeça e ficou quieta, ainda me escutando.- Quem sempre ajudou para que hoje suas feridas estivessem cicatrizadas. Você pensa que ser livre e independente é fazer o que dá na telha e agir por impulso? É muito mais que isso. Só que falar não adianta, você não escuta não é mesmo? -senti meus olhos arderem, um nó na garganta.- Eu poderia continuar falando, poderia te dar a surra que você está merecendo... mas lidar com as consequências das suas escolhas é bem pior que tudo isso. Espero que esteja bem feliz com as suas escolhas, afinal cabe a você fazer cada uma delas. -e sai batendo a porta. Desci passando pela sala, peguei as chaves, meu carro e fui dar uma volta.




Narrado por Fernanda 
  Luan saiu de casa sem dizer onde iria, enquanto eu continuei sentada naquele sofá chorando. Eu não queria acreditar que minha filha se voltou contra mim de uma maneira tão baixa e cruel, jogou na minha cara um "passado" doloroso, acusou-me e além de tudo me ofendeu.
  Agora mais do que nunca percebo que ela cresceu e por mais que eu tivesse adaptado a minha vida para recebê-la e cuidar, suprir a falta de uma figura materna desde que aquela mulher foi embora... tudo o que lhe ensinei, ajudei e contribui para esse crescimento não surtiu efeito como o esperado.   Melissa tinha tudo para ser uma filha menos malcriada e mal agradecida. Não sei, talvez eu tenha falhado em alguma etapa ou deveria ter sido mais pulso firme.
  Suas palavras foram mais fortes do que se eu tivesse levado uma surra. Eu assumo o meu erro, mas não aceito a maneira que fui julgada por alguém que eu amo tanto. Minha filha.
  Subi para o meu quarto e ainda em silêncio segui para o banheiro, tirei toda minha roupa e tomei uma ducha querendo que a água levasse para o ralo todas essas sensações ruins. Em vão, eu sei.   Desliguei, enrolei-me na toalha e sai do banheiro. Meu celular estava tocando, o atendi e era minha mãe.

_ Está tudo bem, querida? -fiquei quieta.- Senti uma saudade enorme de você, me deu uma vontade de ligar e saber como as coisas estão?
_ Aí mãe... -engoli o choro.- Eu queria tanto um abraço seu agora, seu colo. -funguei.- tanto...
_ Eu sabia que não estava tudo bem, fiquei estranha a manhã toda... quer conversar?
_ Mãe, eu estou farta... cansada física e mentalmente... eu não faço ideia de como você e meu pai conseguiram lidar comigo nessa idade, mas Melissa tem se tornado um caso sério.
_ O que houve?
_ Tem dois anos que ela vem escondendo de nós o envolvimento com um homem que tem a idade do pai dela... mas, isso não tem cabimento. E como se não fosse o bastante nós discutimos, eu me descontrolei e dei um tapa na cara dela. Mãe! É minha filha...
_ Calma... respira bem fundo e devagar, uma... e outra vez... -eu lhe acompanhava.- pare de se culpar, querida... ela está em um fase de querer ser do contra e...
_ Mãe, ela me chamou de vagabunda, disse que eu me comportei como piranha quando estava namorando com o Murilo. E depois de eu ter aberto o jogo com ela, me senti exposta e totalmente humilhada.
_ Querida, isso foi há tantos anos...
_ E parece tão recente. -falei respirando fundo uma outra vez, não quis contar que ele havia voltado. Minha mãe sabe o quanto eu sofri, ela sofreu comigo. Ela não é mais uma adolescente, tem seus cinquenta e poucos anos.- Estou magoada com ela, eu só queria que ela não cometesse os mesmos erros que eu.
_ A mágoa não irá te levar a nada, mas entendo o que disse... vocês estão sem se falar, não é? 
_ Sim...
_ Peça sabedoria à Deus, querida. Ore e chore as pés do único que pode te ajudar a mudar essa situação e eliminar essa angústia.
_ Vai ser difícil. Um processo demorado... não sei o que vai ser de nós duas.
_ Deus sabe, estarei em oração querida. Preciso desligar agora, mas pensa no que eu te falei.
_ Vou pensar sim mãe, obrigada por ligar. Tchau, linda.
_ Sabe que a mamãe te ama né?
_ E eu te amo ainda mais. Manda um beijo para os meus meninos.
_ Será dado, se cuida. -desligamos.

  Soltei meus cabelos e os prendi novamente, levantei da cama e segui para o closet onde troquei de roupa e me sentei na cama. Precisava pensar, na verdade queria pensar mas não conseguia, minha mente ainda estava à milhão.

_ Licença, sogra? -descia as escadas enquanto Leonardo entrava com as meninas, a porta estava aberto mesmo.-
_ Oi Leo, tudo bem?
_ Comigo sim e você? Parece tão tristinha... -nos cumprimentamos com um beijo no rosto e um abraço rápido, nos afastando em seguida.-
_ TPM, sabe como é né?
_ Eu imagino. -risos.- Vim trazer essa neném aqui, né Leninha?
_ É mamãe, eu e a Ceci bincamos muito.
_ Que bom meu amor, agora é a hora do banho não é? -ela negou.- Mas tem que tomar, a Ceci vai fazer o mesmo... não é querida?
_ Oto não tia, já tomei. -falou Cecilia nos fazendo rir.-
_ Olha só pra essas duas. -rimos.- Obrigada Leo, eu já estava indo buscá-la mesmo. 
_ Tínhamos ido tomar sorvete, eu nem sabia se podia.
_ Criança não pode é passar vontade. -falei pegando Helena no colo.-
_ Nós também já vamos indo. Dá tchau, Ceci.
_ Tchau tia, tchau Lena. -acenou e já foi puxando o irmão pelo braço enquanto ele se despedia de nós.

  Subi com Helena e lhe dei banho, ela deitou e dormiu. Voltei a descer para sala e entrei no escritório, desliguei o notebook e guardei dentro da minha gaveta que continha uma chave. Fechei a porta com a chave e fui para a cozinha. Descobri que "cozinhar" ajuda.

_ Mãe! -escutei Arthur chamar e em seguida entrar na cozinha.-
_ Por que você está gritando? E o que aconteceu que você está dessa cor, Arthur?
_ Joguei bola com o meu vô, na pracinha e eu caí.
_ Aí meu deus, nossa... 
_ Foi legal, eu gostei e quero jogar de novo.
_ Que ótimo, agora vai tomar um banho e sem gritar porque a Helena acabou de dormir.
_ Tá bom, tô subindo. Ôh mãe!
_ Oi, filho.
_ Vai fazer o que de comida?
_ Ainda não sei, o que você sugere?
_ Quero macarrão com muita carne moída e queijo ralado. -falava todo empolgado com os olhos brilhando, sorri.-
_ Não comeu na casa da sua vó não?
_ Comi bolo de milho, nossa uma delícia.
_ Quem trouxe vocês? 
_ Meu pai ué...
_ E cadê ele e sua irmã?
_ Fofocando com o pai do Leo, minha irmã tá na rua com a Ceci.
_ Tá bom, vou fazer o macarrão... toma banho direito hein, senão eu vou te dar banho.
_ Abraça viu, nunca mais.
_ Te dei muito banho viu menino.
_ Mas eu cresci, né? -riu.- Tá tudo grande aqui. -e correu para a sala. 

  Terminei o doce que havia começado a fazer e deixei na geladeira enquanto pegava as coisas para fazer o macarrão. Assim que coloquei a água no fogo Luan e Maria Luísa entraram na sala, ele pegou água pra ela e em seguida ela subiu pra guardar a mochila, e ele continuou na cozinha sentado na bancada me olhando.

_ Posso saber onde você foi?
_ Na minha mãe... meu pai estava lá e conversamos um pouco. Foi bom. -parei o que fazia para prestar a atenção no que ele dizia.- Eu... eu estou triste demais com essa situação e muito envergonhado.
_ Envergonhado?
_ Amor, você viu a Melissa nascer. Cuidou dela até mesmo melhor do que eu, esteve com ela em muitos primeiros momentos. Pra agora ela achar que cresceu e vir com cinco pedras nas mãos? Porra, você criou a Melissa. E ela não tinha o direito de se virar contra você dessa forma por mais errada que você estivesse. -bateu na mesa, fechou os olhos.- Eu não sei lidar com essa situação, ela merece uma boa de uma surra.
_ Você não tem que se envergonhar, você não tem culpa. E assim... bater não resolve.
_ Não resolve, mas traz de volta à realidade. Quem ela pensa que é?
_ Dona do nariz dela, isso que ela pensa. Ela passou dos limites, me disse coisas que eu jamais pensei escutar da boca dela.
_ Ela ultrapassou todos os limites possíveis, todos.
_ Eu sei, somos parcialmente culpados por não impor limites à ela.
_ Fernanda, nada justifica o que ela fez. Nada! Ela vai ficar de castigo.
_ Castigo? Luan ela não tem a idade do Arthur ou da Maria Luísa. Ela tem dezoito anos. 
_ Tem dezoito anos, não trabalha, não faz porra nenhuma. Só sabe ficar nessa bosta desse celular, indo pra shopping e não sabe o que é ter responsabilidades como um emprego, o peso de uma faculdade.
_ É doloroso, mas ela precisa dessa realidade. -falei sentindo meus olhos marejarem.-
_ Não chora, ela não merece suas lágrimas. Nós dois sabemos que ela precisa de ser colocada no lugar dela pra baixar um pouco a bola e ela ver que dessa vida ela não entende nada. E quanto aquele canalha... ele vai ter o que merece.
_ Luan promete pra mim que você não vai mexer com o Murilo. -ele virou o rosto.- Luan, olha pra mim. 
_ Eu não vou prometer nada, porque ainda não pensei em nada. Mas ele que não se atreva a se aproximar, eu mato ele. Ela é uma criança, ele se aproveitou disso.
_ Luan...
_ A vida dele acabou a partir do momento que ele voltou. Eu nunca tive medo daquele canalha, covarde. Muito macho pra bater em mulher, mas não veio enfrentar um homem de verdade. 
_ Amor...
_ Não se preocupa, tá. -veio até mim dando-me um beijo.- Vou tomar um banho. -disse saindo da cozinha e me deixando ali com as suas palavras.





Narradora
(...)

  Luan subiu para o quarto, tomou um banho e foi até o quarto da filha mais velha. Melissa dormia abraçada à uma foto da família reunida, no aniversário de um aninho de Helena. 

_ Eu te amo muito, mas não vou passar a mão na sua cabeça... Não dessa vez. -respirou fundo e deu uma boa olhada pelo quarto, pegou o celular, tablet e lembrou-se do notebook, mas não encontrou. Saiu do quarto e voltou para o seu onde guardou tudo no closet.-
_ Papai! É pra papa a mamãe disse. -Helena apareceu no quarto toda sorridente, espirrando por estar descalça.-
_ Sobe no tapete, vai...
_ Queru papa, vamo.
_ Cadê seu chinelo, Helena?
_ Tá no quato..
_ Bora lá buscar... -pegou sua caçula no colo, buscou seus chinelos e logo desceram. Fernanda, Arthur e Maria Luísa estavam à mesa, os dois juntaram-se à eles e todos puderam jantar. Arthur e Maria Luísa contavam sobre a escola não deixando o silêncio se instalar por ali.
  Quando estava terminando de comer Melissa apareceu na sala de jantar, cumprimentou os irmãos, pegou um prato e se serviu. Fernanda terminou de alimentar Helena e se retirou da mesa causando um desconforto na filha, que sabia que ela sempre esperava todos terminarem antes de se retirar.

_ Ué mãe, não vai esperar a Mê, não?
_ Tô com dor de cabeça filho, a mãe já vai subir.
_ Tomou remédio?
_ Vou tomar agora, boa noite. -beijou o rosto dos dois, e subiu levando Helena com ela.-
_ Tade minha boneca?
_ Agora não é hora de brincar, né meu amor... mamãe quer dormir, só.
_ Mas eu já mimi. Queru bincar...
_ Helena, agora não é hora. Você quer assistir um desenho?
_ Não.
_ Então deita e fecha o olhinho. Isso, assim mesmo. -Helena acabou dormindo antes da mãe, Fernanda por sua vez ficou de olhos fechados, quieta até que seu cansaço foi maior e logo adormeceu.

  Na manhã seguinte a rotina se seguiu, Fernanda levantou cedo após tocar seu despertador e foi acordar as crianças, para irem à escola.

_ Eu não queria ir hoje, mãe. O papai está em casa.
_ Nada disso mocinha, tem que estudar. Quando você chegar ela vai estar aqui.
_ Ah mãe, por favor... deixa?
_ Não. Você vai pra escola e seu irmão também.
_ Só a Lena e a Mel que não vão, que saco viu. -disse ficando toda bicuda.-
_ Você chega cedo da escola, filha... cedinho.
_ Tá, né... -deu-se por vencida e continuou comendo.-
_ Mãe, a senhora disse que nós iríamos no cinema. 
_ Cinema, filho?
_ É... você que falou. Eu queria ir...
_ Pode ser no final de semana?
_ Você não vai esquecer?
_ Não, senhor. 
_ Então beleza... vamos?
_ Vão é já para o banheiro escovar os dentes, anda. -os apressou, as crianças correram para o banheiro enquanto ela retirava a mesa.-
_ Mamãe...
_ Oi amor, o que você está fazendo acordada?
_ Dumi é só de noite, mamãe. -falou apontando para o vidro da janela, onde o dia já aparecia.- Tá Sol.
_ Está bem cedinho... -disse indo até ela, lhe pegando no colo e voltando à subir a escada.- Desceu descalça, é Helena?
_ Tô di meia.
_ Mesmo assim, vamos deitar com o papai. -disse entrando no quarto.- Luan?
_ Fala... -perguntou ainda de olhos fechados.-
_ Helena acordou e eu preciso levar as crianças na escola.
_ Tá.
_ Luan?
_ Oi...
_ Fica com ela pra mim?
_ Aham...
_ Eu te dou três segundos pra você escolher... ou você levanta daí e leva as crianças, ou você fica acordado e olha sua filha.
_ Vem bonequinha linda do papai... -estendeu os braços, mas ela não queria ir. Demorou alguns minutos e por fim, depois de chorar, Helena ficou com Luan.

  Fernanda pega o cara e leva as crianças até a escola, na volta decide passar pela escola onde Melissa estudou, mas não teve coragem de entrar e ficou por longos minutos com o carro estacionado ali. Até que arrancou com o carro e seguiu para a empresa, onde arrumou a cozinha, sala e subiu. Chegando no quarto encontra Helena com sua maquiagem e Luan dormindo de boca aberta, nem percebeu que a filha o maquiava.

_ Helena! Não pode filha, não mesmo. Guarda isso.
_ Eu pidi e ele deixo. Falou que ia fingir que estava dormindo.
_ Quero só ver viu... -seguiu para o closet, se arrumou e voltou a descer para ir até o escritorio e de lá, para a empresa.

  Em seu caminho encontrou com Melissa na cozinha. A menina estava com o rosto vermelho e inchado de tanto chorar, olhou para a mãe de maneira expressiva e quando pensou em dizer alguma coisa, Fernanda lhe deu as costas e saiu do cômodo. Ela suspira, sabe que errou e que palavras estão longes de redimi-la.

_ Meu Deus, vai ser difícil ser dura com ela. Mas me ajuda, eu não sei mais o que fazer. Preciso de direção. -diz deitando sua cabeça no volante, inspira profundamente e segue caminho.
















~.~

  Tudo o que precisávamos era uma versão mais Luan, saber como ele viu como tudo aconteceu, seu pensamento sobre essa puta briga. E foi bem mais tenso, não é? Ainda tivemos a Nanda, mãozona toda preocupada com a situação e sem reação... uma conversa com o marido e a "decisão" de mudarem a postura e tomarem uma posição. Tudo bem que "quase nada" foi resolvido, mas vamos com calma não é?

PS: Ôh capítulo que demorou pra sair, demorou muito mesmo. Confesso. Até me desculpo pela demora, de verdade, mas fiquei enrolada com as aulas (chegando bem tarde), nesse meio tempo fiquei sem internet uns dias e pra completar estou com uma dor de cabeça do cão e muito gripada. Quem está no grupo da fanfic sabe porque eu comento uma coisa e outra lá, e quem não está acaba não tendo como avisar. Enfim, pretendo não sumir (odeio), ainda mais por estar no finalzinho e se fica sem escrever o bloqueio vem. Então bora continuar isso aí! Continuem comentando, se está curtindo ou não, o que acha que acontecerá e é isso. Ainda não respondi os comentários, mas até o próximo capítulo estarão todos respondidos, Um beijo, se cuidem e fiquem com Deus.

27 comentários:

  1. Que capitulo tenso😰😰
    Nem sei o que fala, espero que a Mel veja o que está fazendo a corra atrás do perdão dos pais.
    Continua bjoos e melhora Sosozinha linda😙

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  2. Que cap tenso Melissa merece uma boa lição

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  3. Valha senhor, que tenso que tá. Continua Geo.

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  4. Jesus amado, Melissa está ceguinha de tudo ela merece aprender uma lição

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    1. E quem não aprende, né? Ela vai ver que as coisas não funcionam muito bem do jeito dela de falar o que tem vontade. As palavras tem um peso.

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  5. Capitulo tenso e dificil pro meu casal, mas Melissa merece isso e MERECE muito mais !!!

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    1. Seu casal está sofrendo por ser tão duro com a menininha da casa. Ela tá sim viu, merecendo demais!

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  6. Aí meu Deus... Ansiosa pelo próximo capítulo, continuaaaa

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  7. a maria Luísa quase nunca aparecei pareci que nem existe kkk

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    1. Falha minha mulher! Haha As vezes foco tanto na Mê ou no nosso casal que os filhos acabam ficando em segundo plano, mas bora ajeitar isso aí que nossa Malu é uma fofa e não pode ser esquecida NUNCA! Kkk

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  8. Acho justo a Nanda agir assim com a Melissa... ela tem q da um gelo mesmo dxar ela qbrar a cara e arcar com as consequências dos atos dela afinal as pessoas tem que cair pra aprender a levantar ne,qria ter o gosto de ler qndo ela for falar pro Murilo oq aconteceu q ele jogue na cara dela q conseguiu dxa ela contra os pais e que ele só usou ela pra se vingar mesmo adoraria ver a Melissa correndo prós braços da Fernanda depois disso.

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    1. Melissa mais do que NINGUÉM está precisando acordar pra vida e a Nanda é a melhor pessoa para mostrar isso a ela. Tô ansiosa, quero saber o fim disso tudo.

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  9. Meel ta precisando voltar pra realidade,Nanda tá certa.
    Eu quetô entrar no grupo da fic :( :( :(

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    1. Ela está e pelo jeito vai ser bem doloroso viu, Thai.
      Me manda mensagem 011946799581, mas fala quem é senão eu me perco. Beijão gatona.

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  10. Comecei a ler essa fanfic maeavilhosa e ameei. Amo jeito da Fernanda hahahaha
    Casal de safadinhos!😍❤
    Pra eles não tem tempo ruim não, só nao pode ficar sem sexo kkkkkkk
    Mais enfim, estou amando sua fanfic, Geo e que pena está na reta final.
    E essa historia da Melissa com o Murilo é bem complicada. Ela pegou muito pesado com a Nanda. Espero que Nanda consiga dar um belo gelo nela. Tomara que ela quebre a cara também. Nao sei o que você vai fazer, mas confio em você. No final só quero que tudo fique bem. Nao sabemos a intenção dele. So tendo uma narração dele pra saber não é mesmo? Fiquei com muita pena da Nanda. Pq voltou todas as lembranças a tona de novo. Só quero que todos fiquem bem. E continua logo, ansiosa pela continuação, rs. Beijos!😘

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    1. Bre, antes de tudo... seja muito bem vinda! Muito mesmo, haha! Amo receber leitoras novas, até porque eu tbm sou uma (abafa!).
      Está na reta final, mas ainda falta umas coisinhas pra rolar. Dá pra curtir mais um pouquinho a ansiedade por mais capítulos. Tivemos a Melissa pegando super pesado com mãe e defendendo um complete estranho. E agora. Valeu a pena? A Nanda sempre sentiu muito o que aconteceu com Murilo porque os dois tiveram um momento excelente e tudo despencou. Tbm quero todos bem, mas bora ver se tem mais treta? Beijos, gatona!

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  11. Quero que esse murilo jogue na cara da melissa que ele só usou ela pra atacar Fernanda ai só assim pra melissa ver as palavras que disse para mãe porque é difícil você criar uma filha que nem sua é dar todo amor se dedicar o máximo que puder pra num final ela jogar isso na cara da mãe que fez tudo por ela.um pedido de desculpas não vai apagar o que ela disse até porque é como disse uma palavra dita dói mais que um tapa na cara não é melissa precisa aprender como é a vida e não a ninguém melhor pra ensina a ela do que o murilo.ufa terminei. Mariana

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    1. Mari, tudo o que eu mais quero é que as mascaras caiam. E estejam os quatro frente a frente. Quem está mentindo? Quem está se iludindo. Haha! Melissa vai ter o dela, ah se vai.

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Girls, fiquem à vontade. Esse espaço é de vocês!