{...} Abre mais a blusa, me usa! Só não pede pra parar... ♪♫

sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Capítulo 207

Narrado por Luan
  Entrei no quarto quando estava amanhecendo, as crianças dormiam e eu ia para o banho. Joguei uma água no corpo, coloquei uma cueca e uma bermuda, sequei os cabelos na toalha mesmo e tratei de colocar o celular pra carregar e deitei.


_ Pai, acorda! -Arthur me sacudia de um lado pro outro.- Pai.
_ Hm, pode falar tô te ouvindo. -continuei de costas e olhos fechados.-
_ Queremos ir pro parque, já até tomamos café e você aí dormindo. Onde você tava?
_ Que horas são?
_ Quase dez horas e ainda demora um tempão pra chegar, lá... pai, vamos!
_ Todo mundo já desceu?
_ Só o você, o tio Rober, Dudu e Nicolas que não. Vocês saíram ontem não foi?
_ Que saímos o que menino, viemos juntos pro quarto depois do jantar.
_ Aé? E por que quando minha vó ligou no celular do vô você não estava aqui? A mamãe estava lá na casa dela até.
_ Ôh puta que pariu, que horas foi isso?
_ Viu só, mentindo pra mim. Coisa feia pai.
_ Mentindo nada, estávamos por aqui.
_ Sei. Agora levanta ou vamos te deixar aí dormindo, preguiçoso.


  Vencido pelo cansaço de Arthur ficar balando na minha cabeça levantei da cama e mal tive tempo de tomar um banho. Joguei uma água, escovei os dentes, coloquei uma roupa qualquer e sai. Não tomei café, também não estava com fome. Entramos nos carros e seguimos para o parque, entrei no insta e fiquei dando uma olhada pra ver como estavam as coisas e tudo estava na paz.

_ Quase que eu não venho hoje.
_ Percebi cara, dormiu que só a porra.
_ Mal dormi, não descansei foi nada.
_ Tem amanhã pra fazer isso, agora deixa de assunto e vamos curtir o passeio.
_ Agora!
_ Eu não queria ir naquele não padrinho, vamo em outro. -Lucas se manifestou.-
_ Também quero ir. -Guilherme concordou com o amigo.-
_ Ah não, é muito de criancinha. Quero um mais legal!
_ Eu também, o elevador.
_ Não, tem que ser a montanha russa.
_ Quero ir naquele rio doidão.
_ Pai... -eles começaram a falar todo mundo junto e eu não estava raciocinando direito, fiquei uns segundo em silêncio até que decidi.-
_ Ou, vamo organizar isso aqui rapaz! Vamos nos separar pra não dar problema e todo mundo aproveitar pode ser?
_ Sim. -responderam em coro.- Uns vem comigo, outros com o Rober e assim vai.


  Dividimos a turminha e seguimos com as atrações. Ainda tinha muito o que ver, muitos brinquedos para ir. Como fiquei com os menores, fomos primeiro no carrinho de bate-bate onde eu me diverti mais que eles, depois fomos na roda gigante e ele pediram pra ir no carrossel. Pouco mais de meio dia nos reunimos todos na praça de alimentação e cada um foi onde se sentiu mais à vontade pra escolher a refeição e depois nos sentamos juntos. Fernanda não ligou desde cedo o que me fez ficar com uma pulga atrás da orelha, mas não liguei, queria focar ali no momento com o meu filho, meu pai e amigos.

_ Pai, tem um zoológico aqui. Vamos?
_ Tem elefante, né padrinho?
_ Deve ter Lucão. Bora terminar de comer e podemos ir lá juntos.
_ Ficar andando todo mundo junto é chato, parece um monte de criancinha pai.
_ Vocês são crianças. -o respondi.- Agora come aí cara. -almoçamos sem pressa alguma, depois quem quis ir ao banheiro foi e seguimos com o passeio.- Não querem ver o show dos carros hoje?
_ Ah não, quero ver os animais e a parte dos piratas, que tem um tubarão grandão.

  O zoológico foi uma das partes mais legais, os animais acordados e as crianças vendo de pertinho e se encantando cada vez mais. Arthur queria mesmo ver o tigre branco e ficou todo emocionado lembrando do nosso amigão, Lupy. Até tirou selfie com o bicho, pela grade de proteção. Exploramos de acordo com o nosso mapa e deu muito certo, seguimos a "trilha" e conhecemos a área pirata do parque com pontes de madeiras, baú e um tubarão de brinquedo que tinha uma boca enorme e data até pra tirar fotos engraçadas. Depois disso nos sobrou para visitar o memorial do Beto Carrero que foi massa demais, levamos até lembrancinhas. Quando estava dando seis da tarde fomos para onde aconteceria o último show do dia e enfim iríamos nos despedir do parque.

_ Que daora! Eu quero vim de novo. -Pedro Murilo dizia.-
_ Você viu o tamanho daquele bicho, e o Art ainda tirou foto. Louco!
_ Minha mãe tinha um, e ele era muito bonzinho. Né pai? -assenti.-
_ Sei, bicho enorme e com a boca cheia de dentes e ainda carnívoro. -Felipe não escondeu seu espanto, e aqui entre nós, eu entendia.-
_ O importante foi ir de novo naquela montanha russa irada.
_ Não, Vini. Prefiro o elevador! -e ficaram naquela de qual brinquedo tinha sido melhor. Como a saída estava congestionada, decidimos esperar esvaziar um pouco antes de chamar os táxis. Fomos comprar doces, tirei muitas fotos com os funcionários de lá e pessoas que acabaram me reconhecendo, cheguei até gravar uns áudios e só sossegou quando entrei no banheiro pra mijar. Aí ninguém veio atrás.

  Na hora de voltar pro hotel não perdi ninguém, estavam todos lá, falando pelos cotovelos o que tinham achado e como tinha sido o outro dia nesse mesmo parque, e viam as fotos, davam risadas e eu finalmente recostei no banco. Cansado. Fechei os olhos pra dar aquela cochilada e o celular tocou, era o Dudu que estava no outro carro.

_ Fala aí cara.
_ Procura aí no insta... @lsinforma.
_ Pra que?
_ Procura aí, depois você me fala. -e desligou, viado.

  Não perdi tempo de coloquei na busca do app, quando vi a última foto, uma montagem na verdade. Mas pra ver a história eu precisaria seguir a conta e foi o que eu fiz. Alguns flashes da noite passada estavam lá, vídeos também. Dei risada ainda sem acreditar, sai do insta e liguei de volta pro Dudu.

_ Cara...
_ Puta que pariu, Luan. Todo lugar que você vai te acham.
_ Eu nem vi que tinha gente tirando foto.
_ Muito menos eu, fala sério cara. Será que minha mulher viu?
_ Acho que não. -disse rindo.- Mas a Fernanda sim, certeza.
_ Xii... deu ruim.
_ Fudeu foi tudo. Deve ser por isso que ela não me ligou hoje.
_ Olhei no daily e tem foto também, "registro da madrugada".
_ Vou começar sair disfarçado, será que cola? -brinquei.-
_ Tenta a sorte, viado. Vou desligar. Tchau.
_ Falou, cara. Até já. -e desliguei dando risada das marcações, Fernanda estava na maioria.

  Chegando no hotel foi aquela correria pra saber quem ia tomar banho primeiro, os deixei à vontade (se matando) e fui até a sacada ligar pra Nanda.

_ Oi amor. -atendeu toda feliz.- 
_ Oi vida, tudo bem? Nem me ligou hoje.
_ Ué, vocês não estavam no parque? Tô bem sim e você?
_ Tô cansadão, chegamos agora e tô esperando pra tomar um banho.
_ Se divertiram? -o assunto foi se estendendo e estava tudo numa boa, ela não falou nada de foto nenhuma ou vídeo.- E os meninos como estão?
_ Ótimos. Dormindo bem, comendo de tudo, escovando os dentes e tomando banho duas vezes no dia.
_ Mentiroso, Arthur não faz isso nem aqui em casa comigo no pé dele. Imagina aí com você, dois porquinhos.
_ É isso que você pensa de mim, amor?
_ Sim. -riu.- Amor, fala um pouco aqui com a Helena que eu preciso fazer uma coisa e ela não desgruda.
_ O que você vai fazer que ela não pode tá junto?
_ Cocô. 
_ Como você é nojenta, nossa senhora cara. Precisava falar que ia cagar?
_ Respondi o que você perguntou.
_ Fosse mais discreta, né? 
_ Na próxima quem sabe. Vou desligar e ligar do Whatsapp pra você fazer chamada de vídeo, tá? Ótimo. -e desligou. Quando voltou a ligar, aceitei a chamada e as duas apareceram, estavam no nosso quarto, Helena só de calcinha com a boneca no colo e de chupeta, Fernanda com um micro shortinho, top e cabelos presos.- Oi papai!
_ Segura direitinho, filha. Já volto hein. 
_ Tá, vai lá mamãe... eu fico com o papai. Papai. -tirou o cabelo do rosto.- Quando cê vem embora? Já é outro dia, já.
_ Mas já uai?
_ É, e eu tô com saudade.
_ Muita saudade? -ela fez que sim com a cabeça, coçando os olhinhos.- O papai também. Mas preciso te contar uma coisa... o papai vai ficar aqui agora, pra sempre.
_ Não vai!
_ Tô te falando.
_ Não papai. -falou com voz de choro.-
_ É sério, trouxe até roupa oh. -mostrei minha camisa.- Vou ficar. -ela me olhou fazendo bico e abriu a boca, chorando.- Filha, escuta o papai.
_ Não. Você não gosta mais de mim. -largou o celular e saiu de cima da cama.-  Mamãe! -depois disso não ouvi mais nada, o barulho estava abafado.- 
_ Seu filho da puta, pra que fazer a menina chorar? -olhou para a câmera me fuzilando enquanto eu segurava a risada.-
_ Ah, eu estava só brincando vai.
_ Ela tem dois anos e meio, não sabe o que é uma brincadeira como essa seu idiota.
_ Para de me xingar, daqui a pouco ela para.
_ Eu espero mesmo, tchau.
_ Nem um beijo?
_ Não. -e desligou.

   Deixei o celular de canto e dei uma cochilada, acordei com as crianças fazendo bagunça no quarto. Levantei e fui para o meu banho, depois fomos jantar e aí dormir. 
  Quando foi sexta-feira assim que o dia amanheceu Fernanda já estava me ligando, fez eu dar uma geral no quarto e arrumar as malas. Vê se tem cabimento uma coisa dessas, não satisfeita ainda disse pra eu arrumar a do Arthur. Depois acordei os meninos e fomos nos arrumar, só iríamos tomar café e ir para o aeroporto, nosso vôo sairia às 11h45.

_ Pai, minha mãe vai buscar a gente no aeroporto?
_ Acho que não viu filho, disse que esperava a gente em casa. -falei terminando de comer.- Come aí rapaz, tô tentando ligar pra ela.
_ Cansei tio.
_ Dorme agora no avião, cara. Até chegar em casa dá pra puxar um ronco daora. 
_ Tá bom. 
_ Minha mulher não quer me atender e a culpa é sua.
_ Para vai, ela viu alguma coisa? -perguntei rindo.-
_ "O que você quer Eduardo?" tá bom pra você?
_ Foi pro pau. -risos.-
_ Ri mesmo, não é a sua. -dei risada. Terminamos de comer, pegamos as malas e rumamos ao aeroporto sentido São Paulo.



Narradora
  Enquanto o clube do Bolinha embarcava rumo à Terra da Garoa, Fernanda estava em casa brincando com Thor e Helena aproveitando que dona Maria preparava o almoço.

_ O papai chega daqui a pouco hein Leninha.
_ Não quelu mais fala com ele não.
_ Por que filha? A mamãe explicou pra você o que aconteceu, que ele falou aquilo brincando.
_ Eu fiquei triste, chorei de monte assim oh... -imitava seu choro, fazendo a mãe segurar a risada.- ... e a mamãe xingou o papai.
_ Passou meu amor, agora tá tudo bem. 
_ Não quelu mais ele. Ponto. -disse pegando a boneca e virando para dar papa.- 
_ Meu pai arrumou hein, Helena dando desprezo é o fim. -Malu comentou rindo muito junto com a irmã mais velha.- Ainda vamos pra casa da minha vó?
_ Só mais tarde pra um jantar.
_ O Thor também vai né?
_ Lógico né Melissa, que pergunta hein.
_ Vai saber. E outra coisa, eu vou sair daqui a pouco hein.
_ É a sétima vez que você fala isso. É um encontro?
_ Não, nós vamos assistir um filme. Só isso mãe, que coisa.
_ Sem estresse, eu hein. Menina mal humorada, e é nova viu.
_ Leva eu Mê?
_ Levo, mas vamos almoçar antes, não perco a comida da Maria por nada.
_ Maria é um passeio de namoradinhos, depois não reclama se ver beijo na boca hein.
_ Mãe, eu sei o que é um beijo viu e ao contrário do que meu pai pensa, não tenho nojo.
_ Fala isso pra ele... -brincou Fernanda.- Chama ele pra jantar na sua vó, assim vocês ganham uns minutinhos no shopping.
_ Se ele quiser. 
_ Farei o maior gosto e seus avós também.
_ Tá mãe, entendi. -assim os minutos seguiram, logo a comida estava na mesa e todas elas almoçavam estrogonofe de carne com arroz, batata palha e salada de alface com tomate tenho como acompanhamento suco de maracujá com leite.

  Luan e sua galera haviam aterrissado, pego as bagagens e já se acomodavam na van que havia sido disponibilizada à eles. Deu ao motorista o percurso e foi deixando cada um dos amigos do filho em suas casas, agradecia a companhia, dava um "Oi." para os pais e voltava para a van. Quando chegou em casa era pouco mais que duas da tarde, Melissa e Maria Luísa tinham saído e Fernanda estava no quarto de brinquedos com Helena.
  Ele deixou as malas em um canto da sala e foi para a cozinha onde encontrou Maria ajeitando as coisas por lá. Ele e Arthur beberam água e subiram.

_ Senhoritas, chegamos. -falou e as duas olharam sorrindo. Fernanda levantou e deu um beijo e um abraço apertado no filho, cumprimentando o maridão em seguida com um longo beijo. Helena continuou no meio das bonecas e não quis falar com nenhum dos dois, o que os fez estranhar.- E o papai não ganha beijo não?
_ Tô de mal com os dois. -cruzou os braços fazendo a mãe segurar o riso e Luan ficar desacreditado.-
_ Até de mim? Eu tava com saudade de você pequena, vim aqui só ver você. -ela levantou desconfiada, foi andando devagar e se jogou no colo do irmão.- Manhosa. Tá de bem agora?
_ Maizomenos, desce eu Atur! -assim ele fez e saiu indo descansar em seu quarto.-
_ Acho que o papai aqui vai ter um pouco de trabalho. -falou baixo para que só ele escutasse, Luan coçou a cabeça e deu um selinho nela.- Vou deixar vocês a sós, olha lá em Luan, ela tem 2 anos. Dois.

  Fernanda saiu e ele tirou o tênis ficando somente de meias, entrou totalmente no quarto e se sentou no tapete emborrachado de frente para a filha que deu uma olhadinha e voltou a servir o papa das bonecas.

_ Oi neném. 
_ Oi. 
_ O que você tá fazendo?
_ Dando papa pra Tina, você quer tamém?
_ Não, obrigado meu anjo. Conta pro papai o que tem de gostoso nesse papa.
_ Danone! -Luan sorriu todo babão com a empolgação da filha e continuou puxando assunto até que Helena ficou séria.- Papai eu não posso falar, tô de mal de você. 
_ Mas por que?
_ Cê falou que não ia vim mais pra casa, aí eu fiquei bem triste e chorei muito. 
_ O papai estava só brincando, não foi de verdade. Tô com saudade, sabia?
_ Tá bom vai, vamo ficar de bem. -levantou e pulou no colo do pai o abraçando pelo pescoço e beijando seu rosto todinho fazendo-o sorrir.-
_ Eu te amo, muito minha neném.
_ Amo você também papai.
_ Papai tá perdoado?
_ Perdoado? -franziu a testa intrigada.- Que isso?
_ Nada não pequena, e aí... vai ficar brincando?
_ Eu tenho que dar papa pra Rosinha também papai, mas ele quer salgadinho.
_ Ah, é ela que quer?
_ Sim. -riu sapeca com as duas mãos na boca.-
_ Qual? Batatinha?
_ Não, salgadinho de coxinha. 
_ E a Rosinha não quer comer outra coisa não é? -perguntou coçando a cabeça.-
_ Não.
_ E o que a gente faz agora?
_ Tem que fazê igual o vovô.
_ E o que o vovô faz?
_ Compra o que eu pido pra ele.
_ Mas ele é seu vô, eu sou seu pai. 
_ Papai você é vovô da Rosinha. 
_ Mas cê não acha que tô novo pra ser avô não?
_ Não, tá tudo certinho papai. Vamo senão ela chora, a Rosinha é chorona.
_ Igual a mamãe dela. -se levantou e pegou Helena no colo saindo do quarto de brinquedos e indo buscar a carteira e as chaves do carro.- 
_ Onde vocês vão?
_ Ragazzo.
_ Pra que? Ela acabou de almoçar Luan.
_ Minha neta quer comer coxinha.
_ Sua neta Luan?
_ Ai papai, a Rosinha ficou lá em cima.
_ Vai lá buscar ela lindinha. -Luan voltou a colocá-la no chão e ela saiu correndo.- 
_ Fizeram as pazes?
_ Ela é você todinha.
_ Obrigada. -continuou o que fazia.- Você vai levar a boneca pra comer coxinha, Luan?
_ Ah amor, deixa ela dar uma volta. Nem vamos demorar.
_ Você está sem segurança.
_ É sexta-feira, nem vai tá cheio. E existe drive thru. -falou despreocupado.-
_ Juízo os dois, por favor.
_ Deixa comigo amor. 
_ Papai, vamos...

   Luan desceu a escada de mãos dadas com a neta, ao entrarem no carro Helena e Rosinha foram na cadeirinha, cantando e conversando enquanto o vovô bocejava de tanto cansaço. Chegando no restaurante Helena soltou o cinto de segurança e destravou a porta, Luan foi mais rápido e a trouxe para o seu colo no banco da frente.

_ Tem que esperar o papai hein.
_ Tá. Ouviu né Rosinha, nada de desbedecer o vovô. 
_ Isso mesmo. -ao entrarem atraíram olhares curiosos e surpresos, Luan cumprimentou-os com um aceno de cabeça e procurou uma mesa para se acomodar.- O que você vai querer?
_ Coxinha! Coxinha!
_ E pra tomar? Suco?
_ Figelante papai.
_ Helena...
_ Deixa papai, o vovô deixa sabia?
_ Refrigerante é ruim, vamos pedir um suco? De morango com leite?
_ Credo!
_ Laranja então... -chamou o garçom, pediu 20 coxinhas e os dois sucos.-
_ Papai, a Rosinha vai tomar o que?
_ Suco de mentirinha.
_ Ah, papai.
_ Não vai molhar a boneca hein Helena.
_ Tá, tá, entendi papai. -revirou os olhos como a mãe costumava fazer quando estava insatisfeita.- Papai.
_ Oi.
_ Tira uma foto minha e da Rosinha.

  Durante a espera Luan foi pai, avô e motorista. Logo que a coxinha chegou Helena deixou o brinquedo de lado e mandou ver (do jeito dela, bem devagar). Depois de alguns minutos Helena pediu pra ir ao banheiro, depois brincar no barco viking que tinha no fundo e esqueceu da tal da coxinha. Uma pessoa e outra começou se aproximar pedindo uma foto, para elogiar Luan e para que não houvesse tumulto ele preferiu ir pra casa.

_ Papai, vem, vamos brinca mais.
_ Ah não, o papai tá cansado.
_ A mamãe brinca comigo, papai.
_ Chama ela então, vamos procurar sua mãe.
_ Eu quelia você papai. –fez bico e Luan não resistiu, acabou indo brincar mais. Helena mudou todo o cenário da brincadeira, agora seria um salão de beleza. Pegou pente, escovas e lacinhos para prender os cabelos. Luan era o cliente, ficou deitado com a cabeça no travesseiro enquanto a filha penteava. Alguns minutos e o cansaço o venceu, Luan dormiu e a filha aproveitou para pintar suas unhas de rosa, passar maquiagem e ele só veio acordar quando Helena estava terminando de passar o batom.- Amiga, você tá linda.
_ O que é isso que você passou na minha boca hein filha? -passou a língua e sentiu um gosto estranho, passou a mão e viu que era vermelho, arregalou os olhos ao ver suas unhas todas pintadas.- Puta que pariu. -falou sem pensar e se repreendeu por Helena ter escutado em alto e bom tom.- Onde você achou essas coisa?
_ Na bolsa da mamãe.
_ Filha da mãe... Terminou aqui meu anjo?
_ Tem que tira foto, igual a mamãe faz quando arruma meu cabelo. Dá o telefone papai. -ele deu e sozinha, sem que ele dissesse nada, colocou na câmera frontal e tirou muitas fotos.- Nóis dois agora. Xis. -e tirou mais.- Agora pronto papai.
_ Obrigado viu meu anjo. -e saiu do quarto indo onde encontraria Fernanda.-
_ Amor, que isso? 
_ Você me paga. Agora me ajuda a tirar tudo isso aqui vai, Fernanda.
_ Tá tudo no quarto, vem cá. -sentou na cama e sua esposa tirou toda a maquiagem, esmalte das unhas e acessórios que estavam no cabelo.- Vou dar um banho nela, vai tomando banho e acorda o Arthur pra ele tomar um banho também.




Narrado por Luan
   Não tive tempo de tirar um cochilo na minha cama e já tinha que sair de novo. Mas fui numa boa, tomei banho, troquei de roupa e entrei no quarto do Arthur para acordar aquela preguiça. Deixei a roupa dele separada e segui para o quarto da minha mocinha.

_ Ai tá doendo minha cabeça mamãe.
_ Tô falando pra você ficar quietinha, obedece Helena.
_ Tá.
_ Pronto gatinhas?
_ Mamãe tá pentiando meu cabelo. -fez um bico enorme, Fernanda nem ligou, prendeu os cabelos dela num rabo de cavalo e colocou uma presilha para prender a franja, passou perfume e saímos do quarto.- Atur, vamos na vovó Malizete!
_ Tô indo, e para de gritar escandalosa.
_ Thor! Vamo na vovó! -nosso amigo apareceu correndo, latindo e querendo pular na Helena.- Não ôh. Meu vestido.
_ Thor, sentado!
_ Não biga papai, ele tá brincano tadinho.
_ Tadinho nada, você sossega também. -falei sério e ela ficou quietinha, querendo o colo da mãe.-
_ Mamãe, o papai tá bigando comigo.
_ Ele não está brigando, está falando pra você ficar quietinha pra não sujar sua roupa. Amor? Vamos no seu carro ou no meu? -dei de ombros.- Grande opinião. -revirou os olhos, ri.- 
_ Vamos no meu Fernanda, na Ferrari.
_ No durango. -falou abrindo a porta e saindo, peguei a chave e fui pro carro.- Helena, pelo amor de Deus! 
_ Eu não quero colocar, vai massar tudo meu vestido.
_ Sem manha neném, é rapidinho. Todo mundo tá de cinto, até o papai.
_ Não. 
_ Filho, fecha o cinto dela aí. -pedia o olhando pelo retrovisor, ele colocou a mão e ela bateu no rosto dele. Virei pra trás sério, segurando sua mão.- Se você bater no seu irmão eu vou bater em você, coisa feia. -deu dó ver ela tremendo os lábios e de olhos arregalados, mas não era certo ela estapear o irmão por pirraça.- E senta direito pra pôr esse cinto. -num instante ela sentou, deixou Arthur colocar o cinto e abriu a boca a chorar.-
_ Deixa, daqui a pouco ela para. -Nanda disse dando a chupeta.- Ela só assustou.

  Não gostava de brigar com nenhum deles, então fiquei quieto o restante do caminho. Chegando na casa dos meus pais o carro do meu cunhado estava estacionado, parei o meu do lado e descemos.

_ Tio! -Laura foi a primeira que me viu chegar, cumprimentei ela, minha mãe e minha irmã, os outros eu só falei um "Oi." enquanto me sentava.-
_ Cadê as meninas?
_ Boa pergunta. -vi Fernanda rir e ignorei pegando o celular, chamou duas vezes e caiu, depois nem chamou e na terceira tentativa ela atendeu.- Onde você tá?
_ Oi pai, tô bem e o senhor?
_ Menina...
_ Estamos entrando no condomínio da vó, já chegaram?
_ Sim, não demora hein. 
_ Sim senhor. -riu e desligou.-
_ E aí amor?
_ Disse que está chegando, tá no condomínio.
_ Só tá ela e a Mel?
_ Não Mari, o Leo está com as duas.
_ É o que Fernanda? Não escutei direito.
_ Amor, não pira. Eles foram no cinema, os três.
_ Tudo pra você é normal. -me limitei a dizer isso e liguei a TV.-
_ Ah não, quero saber da viagem filho. 
_ Foi ótima, uma delícia.
_ Ele só está com ciúmes sogra, daqui a pouco melhora né amor?
_ Para de me encher hein. -falei e as quatro riram da minha cara. Não me importa quantos anos minhas filhas tenham, eu vou ter ciúmes delas e ponto. E isso ninguém entendia, ainda mais com aquele diabo loiro que andava frequentando minha casa, coisa que tinha tempo que ele não fazia.- 
_ Cheguei família. -abriu a porta e foi entrando de mãos dadas com ele, fechei a cara e ela riu se soltando.- Paizinho, meu amor. Que saudades! -veio me abraçando, beijando meu rosto.-
_ Demorou demais pra quem já estava no condomínio. Não acha não? -perguntei sério, cruzando os braços.-
_ Malu queria cachorro quente. -falou apontando com a cabeça para a irmã que entrava logo atrás com o lanche nas mãos.- 
_ Hm... sei.
_ Não tá esquecendo nada não?
_ Também estava com saudades de você, fiquei bastante tempo longe. Perdi alguma coisa?
_ Ôh sogrão, tava cheio de saudade oh! -tocou minha mão e me puxou pra um abraço, bati em suas costas e me afastei.-
_ Fica esperto hein, minha filha não é qualquer uma não e pra arrebentar essa sua cara não precisa muito.
_ Vou cuidar dela direitinho, do jeito que ela merece.
_ Não abusa não, não tô brincando. -e voltei a me sentar.-
_ Pai, ele tá zoando. Não somos namorados, não somos ficantes, somos amigos. 
_ Amigos que beijam na boca sogrão.
_ Melissa, isso é verdade? -perguntei sério e minha mãe segurava a risada.-
_ Claro que não, para de ser besta Leo. Ele acredita, meu. -riram.- Pai, tô de boa. Bem quieta na minha.
_ Acho bom, acho ótimo. Continue assim, estudando e sem tempo pra pensar em pensar em pensar em beijar na boca desse viado.
_ Luan!
_ Não vem defender ele não Fernanda, muito menos ela.
_ Nossa tio, parece que a Mel tem a idade da Helena. Ela já é uma adulta.
_ Desmiolada, isso sim.
_ Tá legal, chega de falar de mim... vocês ficaram uma semana fora e eu quero muito saber como foi essa viagem. -puxou o gancho mudando de assunto, comentamos sobre os dias em Santa Catarina até depois de irmos para a mesa e começarmos o jantar, aquele falatório na mesa como de costume mas senti minha irmã mais calada, falava bem pouco e não falava diretamente com o marido. Continuei na minha, não queria me meter até porque não gostava que fizessem isso comigo e minha mulher.-
_ Papai a mamãe tá chamando você na cozinha. -Helena veio avisar, levantei do sofá e fui ver o que ela queria. Cheguei lá e encontrei um bolo, com uma vela de 13 anos acesa. Peguei o bolo e fomos para a sala cantando parabéns para o Arthur, com direito a "com quem será" e pedido antes de soprar a vela. O primeiro pedaço foi para a caçula da casa e minha mãe cortou o restante. Lucas estava pulando feito pipoca com os dois cachorros e Helena pro meio, num descuido nosso (adultos) os dois caíram, Rafael chamou a atenção da Bruna que falou mais alto com ele que revidou e ela saiu indo para o quintal.-
_ Nossa pensei que fosse bater na minha irmã. -falei sério me levantando, Fernanda me olhou repreendendo meu comentário, mas foda-se é minha irmã e homem nenhum tem que gritar com ela.-
_ Não me leve a mal, mas é coisa minha e dela. -preferi ignorar seu comentário e ir atrás da minha irmã. Ela estava sentada na beira da piscina e de cabeça baixa, os pés na água e eu sabia que estava chorando.- 
_ Bruna?
_ Oi, eu tô bem.
_ Se estivesse bem não estava chorando. -falei me aproximando mais, porém continuei de pé.- O que tá acontecendo?
_ Meu casamento está uma merda! Dias mais de um mês que eu e o Rafa não estamos em um clima legal, nos tratando feito dois estranhos. -falou triste, com angústia na voz.-
_ Mais de um mês? E você não fala nada?
_ Eu vou falar o que Luan? 
_ Somos irmãos sabia? Mais que isso... somos amigos, podemos contar um com o outro sempre.
_ Não gosto de incomodar, nossa família viveu um momento tão chato com a situação da Mê, aí viria eu com mais problemas. Problemas de casal ainda. É chato, eu não gosto.
_ Quem não gosta sou eu de te ver assim. -me agachei, sentando no piso frio.- Você sempre foi tão alegre, pra cima, falante e agora tá aí toda murcha.
_ Ai eu amo o Rafa, mas não tô sabendo lidar com todo esse clima. Estamos caindo na rotina, sabe? Não saímos juntos, ele fica dias viajando e quando volta é sempre seco, indiferente... as vezes eu acho que ele tem outra e não me larga por causa das crianças. -engoli seco e fechei o punho só de pensar naquele viado traindo minha irmã, minha única irmã.- Quando penso em alguma coisa pra gente, ele joga um balde de água fria. Eu não sei o que fazer. -ela soluçava de chorar, puxei-a para o meu peito e deixei que chorasse enquanto mexia em seus cabelos.- Você é homem, cantor... sabe como é a rotina, sabe como é voltar pra casa e encontrar os filhos, mulher...
_ Ôh pequena, me dói demais te ver assim... saber que está chorando por causa de um homem me dá vontade de encher a cara dele de socos. -falei o que deu vontade mesmo sabendo que não era de brigar.- A rotina cansa... eu sei que ele te ama, se não te amasse não estaria com você e nem você com ele.
_ Então por que ele faz isso? -chorava.- Luan tem dias que nós não fazemos... ah você sabe.
_ Meu, você conversou com ele?
_ Tenho medo do que ele tenha a me dizer, e se for pra acabar tudo?
_ Bru, sua imaginação é sua maior inimiga. Eu tô casado há tempos e cara, não tem receita mágica pra levar um casamento. Mas uma coisa é fato, se não tem conversa, não tem diálogo, não tem casamento. Eu e a Nanda temos nossos momentos de estarmos mais afastados sim, brigados de um não querer nem ligar pro outro... mas alguém sempre tem que ceder, tentar enxergar o lado do outro e até mesmo se pôr no lugar. Falar o que mais está incomodando, o que está atrapalhando... e até mesmo o que está faltando.
_ Pi...
_ Deixa eu falar... nós homens somos devagar demais quando o assunto é decifrar sentimentos, não é porque ele não fala que ele não sente. As vezes ele não sabe como dizer ou está esperando por um momento. Sei lá. Não estou defendendo o cara, estou pensando no que é melhor pra você.
_ Eu sei. -ficou quieta.-
_ Sabe que eu tô aqui, né?
_ Sei sim, meu anjo. -conversamos por mais um tempo, ela chorou, riu e quando estava recomposta, entramos.-
_ Vou ao banheiro. -e saiu, Fernanda estava conversando com a minha mãe e continuou como se não tivesse notado. Rafael me olhou, mas não disse nada. Segui para a cozinha e tomei um pouco de água, coloquei o copo em cima do balcão e fiquei pensando no quanto minha irmã tinha crescido e o quanto o tempo tinha passado.-
_ Amor? -olhei e ela estava parada na entrada da cozinha.- Está tudo bem?
_ Vai ficar. -suspirei.-
_ Quer conversar? -neguei.- Certeza?
_ Não é nada vida, tá tudo bem.
_ Luan eu te conheço, sei que tem alguma coisa te incomodando amor. -se aproximou passando a mão nos meus cabelos e beijou meu rosto.- Não fica assim não amor.
_ É minha irmã. -falei com os olhos marejados e aos sussurros.- É maior de idade, casada, mãe... mas continua sendo minha irmã que tava chorando por causa desse filho da puta. -fechei os olhos, apertei os lábios e ela me pediu pra falar baixo.- Vamos pra casa? Quero descansar...
_ Pensei que íamos dar uma namorada. -mordeu minha orelha.-
_ Fernanda, eu tô morto. Helena não me deu descanso hoje.
_ Aceita minha massagem pelo menos?
_ Ah sim, naquela nossa banheira. -abracei-a pela cintura, aproximando seus lábios dos meus, puxando seu lábio inferior com os dentes e dando-lhe um beijo.- Eu te amo muito.
_ Eu sei, sou muito amável. -riu.-
_ Sem dúvidas. -beijei seu pescoço, quando sua boca encontrou a minha novamente escutamos alguém tossir, olhei e Melissa nos olhava de braços cruzados.- Pois não.
_ Tô indo pra casa. -franzi a testa.- Leo vai me deixar lá.
_ Tá, tchau. -elas me olharam como se eu tivesse duas cabeças, mas a verdade é que eu estava cansado e não ia discutir com a minha filha por causa de um amigo.-
_ Não vai nem pedir pra levar algum dos meus irmãos?
_ Precisa?
_ Não. Tchau pra vocês. -e saiu.-
_ Você tá bem?
_ Tô cansado.
_ Então eu volto dirigindo... vem, vamos nos despedir dos seus pais e da sua irmã.
_ Vai indo lá, vou tomar mais água.
_ Luan...
_ Eu tô bem amor, tô bem...

   Enrolei um pouco mais na cozinha, deixei o copo na pia e voltei para a sala onde as crianças davam tchau para os tios, os avós e os primos. Fiz o mesmo dando um abraço apertado na minha loira, pedindo que ela ficasse bem e que me mandasse mensagem a qualquer momento. Entramos no carro e entreguei as chaves pra Fernanda o que fez meus filhos maiores estranharem, não falei nada. Recostei a cabeça no banho e fui o caminho todo de olhos fechados, pensando, refletindo, imaginando. Eu sei que vemos uma situação de maneira diferente quando estamos de fora dela e isso que me incomodava mais. 
  Chegamos em casa, colocamos as crianças para dormir e fomos tomar um banho na banheira juntos. Fernanda tinha mãos maravilhosas e soube tirar toda a tensão dos meus ombros e me deixar totalmente relaxado, trocamos de roupa e nos deitamos e ali em seus braços, com seus carinhos, eu peguei no sono.













~.~

  Gente, não estou sabendo lidar com esse Luan! Ou melhor com esse capítulo bem bipolar. ❤

PS: Posso colocar as indicações no final do próximo capítulo? Ou melhor fazer post esperado?  Comentem aqui o que acham melhor, beijos.

8 comentários:

  1. Quanta reviravolta em um capítulo só, e Luan todo amorzinho com a Bruna,se colocando no lugar dela,muito fofo. Muito lindo ver a união desses dois !
    Stephanie Santana

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    1. Sra Diretora, amo seus comentários! Amo mais ainda suas ideias rs ❤

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  2. Cada capítulo eu me apaixono mais, vou sentir tanta falta dessa fanfic 😭😭😭😭😭

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  3. Pode por no final do próximo,como achar melhor.E espero que a situação da bruna se resolva logo.E menina,que foi isso da helena batendo no irmao...Quero birra da parte dela pra dar uma movimentada naquela casa haha

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    1. Coloquei num post avulso rs
      Tomara, ela e o Rafa fazem um casal tão lindo!
      Helena é a mais mimada por ser a mais nova, pensa só rs

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  4. Preciso muito do próximo ano muito os diálogos entre Luan e Léo. E amo esse companheirismo com a irmã. Por favor por mais.
    Aliás, posta mais. Beijos.

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    1. Mulher, leia o próximo que está demais. Luan e Léo, genro e sogro, muitas risadas. Luan com a Bruna é lindo, eu amo!

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