Narrado por Melissa
Amei passar a noite com as minhas amigas e mais gostoso ainda foi passar o dia de sol com elas na piscina. No final da tarde Nayara e Taciane foram embora, eu tomei um banho e deitei na minha cama para assistir série e teria ficado se o Leo não tivesse me ligado dizendo que estava indo me ver. Troquei meu look camiseta e calcinha por um mais apresentável como camiseta e shorts, calcei os chinelos e desci para esperar por ele na sala.
Tive tempo de ir a cozinha dar uma beliscada num doce de morango que estava na geladeira, tomar água e ele chegou. Abri a porta e o abracei pelo pescoço, apertando-o muito muito muito.
_ Oi loirão! -selamos nossos lábios.- Tá com uma carinha, amor... o que foi?
_ Oi loirinha, tô morto de sono. Mas tô bem e você, como foi com as meninas? -perguntou entrando em casa, fechei a porta e fomos para o sofá.
_ Muito bom, conversamos muito e até muito tarde. Fora que ainda assistimos filme, comemos um montão de besteiras e claro tiramos muitas fotos.
_ Não duvido (risos). Cadê o povo dessa casa?
_ Meu irmão no videogame, a Malu saiu com umas amigas e a Nena está na minha vó Mari.
_ Sua mãe saiu? -franziu a testa, estranhando o silêncio.
_ Dormindo, ela e meu pai saíram ontem e chegaram hoje de tarde, era mais que meio dia.
_ Hm... também cheguei tarde.
_ Eu imagino, pra onde vocês foram?
_ Um evento de música eletrônica, cheguei em casa com as batidas na minha cabeça... foda.
_ E acabou agora de manhã? -ergui a sobrancelha.
_ Rolou um after na casa do Juan, cheguei em casa tardão e tentei dormir.
_ Não conseguiu por que? Bebeu muito?
_ Não.
_ Aí meu deus, Leonardo. Você usou drogas, amor? -perguntei preocupadíssima e ele começou a rir.
_ Porque a Cecília e a Ana Luísa me acordaram, não me deixaram dormir loira. Por isso.
_ Você é todo moderno, vai que...
_ Tá louca!? Eu não amor.
_ Uhuum, sei... eu estava assistindo série, o que você acha?
_ Se eu deitar eu durmo.
_ Eu não ligo, estou quase terminando a terceira temporada.
_ Tá falando sério? Não tem trabalho da faculdade, não?
_ Ai, como você é chato. Nossa. -revirei os olhos e ele me abraçou de lado, me apertando e enchendo meus rosto com beijos.- Para, para, pode parar.
_ Chata.
_ Bobão. -ele fez careta, biquinho e me roubou um beijo bem gostoso. Ficamos namorando no sofá, aquela coisa bem light mesmo. Liguei a TV e me deitei com ele no sofá e começamos assistir, mas eu não tinha paciência de ficar explicando a série inteira pra ele e desisti.- Que tal um filme?
_ Eu não quero assistir filme.
_ E o que você quer fazer gracinha?
_ Você sabe... -respondeu sugestivo, senti meu rosto arder de vergonha e dei um tapa no braço dele.- ...acho que eu vou jogar com o seu irmão.
_ Vai lá, quando quiser beijar, beija ele também. -brinquei e ele me deu outro beijo antes de seguir pelo corredor. Voltei a ver minha série, assisti mais quatro episódios completos até a "pausa café da tarde". Leonardo, Arthur, Thor e eu fomos à padaria do condomínio e compramos pães de queijo, francês e frios para comermos. Chegando em casa eles se encarregaram de montar os pães e eu de preparar o suco, fiz. Montamos a mesa e mandamos pra dentro.
_ Melissa, fala pra mãe deixar eu sair hoje?
_ Sair pra onde Arthur?
_ Uma resenha, coisa de amigos.
_ Eu sei bem o que são resenhas, não é Leonardo?
_ Ah, deixa o cara. Tá na idade... -mordeu minha bochecha.
_ Idade o caramba. Tá bem novo ainda.
_ Lá vem você com o papo de "eu comecei a sair quando tinha mais idade que você", para vai... você nem é velha.
_ Nada a ver, nada a ver (risos). É que eu tenho ciúmes, sei bem o que rola nessas festinhas.
_ Muito sexo se deus quiser.
_ Cala a boca, amor. -tapei a boca dele que tocava na mão do meu irmão.- Comentário escroto.
_ Caralho, Melissa. Você hoje tá chata.
_ Seus amiguinhos de ontem devem ser muito legais, vai lá com eles.
Pronto, o fuzilei e criei um climão. Terminamos de comer em silêncio, meu irmão tirou a mesa e eu fui usar o banheiro. Depois de lavar as mãos, voltei para a sala e deitei no sofá pegando o celular e me entretendo ali.
_ Ô loirinha?
_ Hm.
_ Olha pra mim, olha...
_ Não. -ele ficou quieto por alguns segundos, pegou meus pés e saiu me puxando até que eu estava em seu colo. Beijou meu pescoço, meu queixo, minha boca toda antes de ficar mexendo nos meus cabelos.- Idiota.
_ Também te amo. -voltamos a nos beijar sem pressa, dando toda aquela caprichada no beijo até que escutamos a voz do meu pai.
_ Podem desgrudando os dois. -falou firme em alto e bom tom.- Vou sair, não demoro. -avisou ele.
_ Vai sair sem minha mãe? -cruzei os braços.
_ Estou indo buscar sua irmã, tchau. -disse caminhando em direção a porta.
_ Cuidado hein pai. -pedi.
_ Fica em paz, vou devagar. -e saiu.
_ Que susto da porra.
_ Ainda bem que não estávamos fazendo nada demais. Já pensou?
_ Não. -nos olhamos e rimos.- Sua irmã fica até essa hora na casa das amigas?
_ Que amiga o que. Foi pra uma balada, minha mãe que levou e meu pai ficou louco da vida. -comecei a contar e isso deu margem para vários assuntos, nem percebemos a hora passar. Continuamos na sala, dessa vez assistindo desenhos. Meu pai voltou e subiu na frente, as meninas todas empolgadas logo atrás.- Tava boa a farra hein dona Maria Luísa...
_ Melissa, você não acredita. -pulou no sofá.- Oi cunhado. -beijou o rosto do Leo.
_ Quero saber de você em baladinha viu, te pego hein. -falou "sério".- E aí?
_ De boa, essas são minhas amigas, Carol e Lê.
_ Oi meninas, fiquem a vontade que a casa é nossa. -apontou para o sofá.
_ Amor, deixa ela falar... conta Malu.
_ Meu crush estava lá e pediu meu número. Lógico que eu passei.
_ Você não ficou com ele?
_ Não, porque bem na hora o pai chegou... -reviramos os olhos juntas.- Mas ele quer marcar um cineminha, o que você acha?
_ Que você tem que ir. -dei de ombros.
_ Você tem menos juízo que ela. Quem é esse maluco aí? -Leonardo perguntou sério, sério mesmo.- Você tá nova pra isso hein.
_ Deixa a menina beijar na boca, eu hein. Ele é da sua idade, não é?
_ Fez 15.
_ Ah, nem dois anos...
_ E ele é gato. -Carol comentou.- Só é meio mole, sua irmã encarou ele mó tempão. Acredita?
_ Foi mesmo, perdi as contas de quantas vezes a Malu falou "aí ele tá olhando pra mim". -imitou Letícia.- Mas não saíram disso.
Virou um papo calcinha, real. Leonardo fingia não estar ouvindo, focou na TV e ficou até elas subirem para tomar banho e acredito eu... dormirem. Ficamos a sós mais uma vez, só que eu estava cansada e quis subir pra descansar. Ele também, mas preferiu ir embora pra casa dele.
O levei até a porta, tranquei tudo e fui deitar.
(...)
No domingo eu acordei cedo, bem cedo. Porém estava descansada, havia dormido bem. Levantei, estiquei a cama e com todo o bom humor foi para o banheiro jogar aquela água no corpo e despertar. Lavei os cabelos, ensaboei todo o corpo, escovei os dentes e sai feliz da vida.
Entrei no closet e depois de secar o corpo todo vesti uma lingerie e enrolei minha toalha na cabeça, toda linda. Demorei um tempo para escolher o que vestir e ainda sim troquei uma peça antes de dizer que estava pronta. Tirei todo o excesso de água dos cabelos, penteei para desembaraçar os fios e desci para a sala.
_ Bom dia, bom dia e bom dia. -cumprimentei as meninas e me juntei a elas.- Acordaram cedo, hein.
_ Minha mãe está vindo me buscar. -Letícia disse.
_ A minha também. -Caroline disse o mesmo, bocejando.- Senão eu estaria dormindo, tô quebrada.
_ Eu dormi bastante, nem estou com sono. -dei de ombros.
_ Vai sair? -assenti.- Onde?
_ Visitar meus avós, só vou esperar o Leonardo acordar.
_ Você vai na Ester? -Malu arregalou os olhos e eu fiz que sim.- A mãe não gosta dela.
_ E?
_ Ela sabe que você está indo?
_ Vai saber quando acordar.
_ Quem vai saber do que? -minha mãe perguntou descendo a escada, de pijama ainda.- Bom dia, meninas.
_ Bom dia. -respondemos.- Hoje eu vou almoçar na minha vó, tá?
_ Meu deus, vocês não saem de lá. -riu.
_ Ela está falando da mãe da Ester, mãe.
_ Por falar nisso, sua vó melhorou?
_ Melhorou naquelas, né? Mas sim.
_ Você vai sozinha?
_ Leonardo disse que iria, tô esperando.
_ Enquanto espera vai tomar café, bora.
_ E meu pai? Arthur?
_ Daqui a pouco eles descem, temos um churrasco pra ir já já.
_ Onde? -eu e Malu perguntamos juntas.
_ No Dudu.
_ Belo domingo. -falei rindo, minha mãe também. Sempre que rolava churrasco na casa do tio Eduardo virava a maior festa, festão mesmo.- Vou dar uma passada lá depois.
_ Faça isso.
Esperamos meu pai e meu irmão descerem para tomarmos café da manhã, logo após meu loirão chegou todo arrumado. Bermuda jeans escura, polo rosa e tênis. Nós nos despedimos dos outros e fomos para o carro.
_ Tá todo arrumadinho, cheiroso. -mordi sua bochecha.
_ Acordei cedo, dormi demais.
_ Nem foi tanto amor, você chegou em casa umas 23:30, por aí...
_ Fiquei de cueca e pulei na cama, capotei.
_ É, nem me mandou mensagem.
_ Desculpa princesa. -fiz careta.- Quem vai estar lá?
_ A Ester, meus avós, acho que minha tia Marina... e só.
_ Não conheço essa sua tia.
_ Não nos vemos com muita frequência, por isso.
_ Entendi, loira. -seguimos o caminho todo conversando, entre um farol e outro nos beijamos até que chegamos na minha avó Jane. Descemos e o portão estava aberto, fomos entrando e encontramos a Ester na sala.
_ Bom dia, Ester. -falei e ela se levantou para nos cumprimentar.
_ Bom dia, oi Mel. Oi Leonardo.
_ Tudo bom? -perguntou ele.
_ Ótima, podem ficar a vontade. O almoço vai demorar pra ficar pronto e a Marina nem chegou ainda.
_ E minha vó, cadê?
_ No mercado com o meu pai. Senta aí, vamos conversar.
_ Meu, vocês se parecem demais. -Leonardo comentou ao nos ver sentada uma ao lado da outra, sorrimos.
_ Melissa é minha cópia, cuspida. -brincou.
_ Tô vendo. -falou ele.- Onde tem um banheiro aqui?
_ Segunda porta a direita. -falei, ele se levantou e saiu.
_ Ele é gato, gato mesmo. -Ester falou sussurrando, ri.- E novo.
_ Muito novo, Ester. Tem 26 anos.
_ Está curtindo esse namoro, né?
_ Sim. Ele também, por incrível que pareça.
_ Por que?
_ Porque sei lá, ele era todo piranhão... sossegou.
_ Tudo é fase, tudo. -continuamos conversando até o que meu boy voltou e se inteirou do assunto. Logo meus avós chegaram, em seguida minha tia Marina chegou também com o Henri, seu filho.
Ester foi ajudar minha avó terminar de arrumar a mesa e preparar o almoço. Logo nos reunimos e nos servimos para almoçar, foi gostoso. Minha avó estava melhor, estava mais animadinha do que a outra vez em que liguei para cá.
Voltamos a sala e trocamos mais algumas palavras antes de eu e o Leo irmos embora.
_ Vai ir pra casa? -ele perguntou.
_ Não tem ninguém em casa, estão todos na casa do meu tio.
_ E você quer que eu te deixe lá?
_ Você não vai ficar? -perguntei prendendo o cinto de segurança e olhando para ele.- Hein?
_ Não sei, não.
_ Sério, Leo? -fiz bico e ele fez careta.- É só dar uma passada, depois a gente vai embora.
_ É que eu não estou muito afim, queria ficar com você.
_ Queria transar, seu safado. Só pensa nisso. -cruzei os braços e ele riu prendendo o cinto de segurança e colocando a chave no contato.
_ Tudo bem, quer ir pra casa do seu tio... vamos, Melissa. Como a senhorita quiser.
_ Não adianta ir comigo pra chegar lá e ficar de cara feia.
_ Não tem a necessidade de irmos pra lá. Sair de uma casa pra sentar em outra.
_ Tá bom, Leonardo. Já entendi que você não quer ficar, mas você pode me deixar lá pelo menos?
_ Sim.
Odiava quando ele fazia isso, mas também entendia que ele não era obrigado a fazer as mesmas coisas que eu. Falei a ele onde o tio Dudu morava, entramos no condomínio e ele parou em frente a casa. Nos despedimos com um beijo rápido, eu desci do carro e logo ele saiu.
A porta estava encostada, fui entrando e dei de cara com o meu irmão no celular e o Guilherme estava com ele.
_ Peguei! -assustei os dois e dei risada.
_ Haha, bobona. -fez careta.- E meu cunhado?
_ Não quis ficar. -dei de ombros.- Oi, Gui.
_ Oi Mel! -beijou meu rosto.
_ Cadê a mãe?
_ Dançando forró com o pai.
_ Nosso pai está dançando? Tem certeza?
_ Tentando, porque né... -neguei com a cabeça, deixei minha bolsa em cima do sofá e segui para o quintal. Uma galerinha boa estava por lá, cumprimentei a todos e antes de me sentar abracei o tio Eduardo.
_ Anda sumidinha hein, tô de olho.
_ Ainda estou tendo aulas, né tio. E agora também trabalho, tenho tempo nem de respirar mais.
_ Mas tá gostando?
_ Estou amando, até quando durmo pouco mais de três horas por noite.
_ Esforço que vale muito a pena, continue estudando. -beijou minha testa e se afastou.
_ Ué, cadê meu genro?
_ Não quis ficar, mãe. -falei pondo o celular em cima da mesa.
_ Brigaram?
_ Não, ele que é chato.
_ Chato? Tem certeza que não brigaram?
_ Absoluta. -ela riu e voltou a beber o que estava em seu copo e dançar com o meu pai. Maria Luísa estava lá dentro com a Manu, Helena brincava com o Bê e eu passei a maior parte do tempo comendo carne e conversando com o meu padrinho.
_ Cadê aquele malacabado, Melissa?
_ Ô meu deus, ele não quis ficar. Mais alguém vai perguntar do meu namorado?
_ Ui, ficou bravinha pai. -Arthur disse rindo.
_ Não tô brava, é que todo mundo perguntou dele. -revirei os olhos.
_ Normal, ué. Seu namorado de anos, parceiro. -tio Eduardo disse bebendo mais cerveja.
_ Além de jogar bola bem pra caramba. -meu pai admitiu.
_ Ela tá é com ciúmes que todos queriam o namorado dela aqui, pelo menos ele é legal. -meu irmão voltou a dizer e eu mostrei o dedo do meio pra ele.
_ Melissa.
_ Desculpa, mãe. -ri.
Continuamos ali entre uma música e outra, uma nova bebida e outra até que foi escurecendo. Olhava para o celular de minuto em minuto e nenhuma mensagem dele. Eu estava com saudades já.
_ Quando tá assim é melhor ligar. -minha tia sentou ao meu lado, olhei e sorri.- O que foi?
_ Não sei bem, estávamos numa boa hoje cedo. Aí meio que discutimos e ele não quis vir mais, não gostei.
_ As vezes ele queria descansar, Mel.
_ Ele simplesmente não fez questão de vir. Mas quando são os amigos dele, ele fica me enchendo o saco até eu entrar no carro e ir.
_ Coisas de casais, isso acontece e muito. -ela deu vários exemplos, minha mãe se juntou também e trouxe a tia Isa e virou aquele papo de mulher casada.
_ Vamos parar com esses assuntos que minha filha ainda é muito nova pra casar. Não é meu anjo? -beijou minha testa e sentou no colo da minha mãe.
_ Nova mesmo, nem a faculdade terminei ainda.
_ Ué, e não pode casar por isso? -minha mãe perguntou e meu pai fez careta.
_ Nada disso, primeiro estudos, depois pensa nisso (risos).
_ Ê paizão ciumento, não muda.
_ Orra, boi. Sabe como é né? Manu tá namorando já?
_ Diz ela que não, mas fica rindo pro celular o dia inteiro. Vai saber né?
_ Meu pai exagera, gente. -disse a Manu se defendendo.- Eu não namoro mesmo não, se namorasse não ia ter porque esconder.
_ Qual a graça de namorar escondido? -Malu perguntou e meu pai olhou pra ela, tipo "que história é essa Maria Luísa?"- Eu quando namorar todo mundo vai saber.
_ Ih pai, se prepara hein.
_ Pra pôr pra correr, isso sim.
Levantei pra ir ao banheiro e o celular começou a tocar, atendi e era o boy.
_ Oi, boa noite.
_ Oi, tudo bem? -perguntei entrando no banheiro e fechando a porta.
_ Queria te ver, de novo.
_ Você que quis ir embora, todos perguntaram por você aqui. -falei.
_ Mentira. Sério, mesmo?
_ Sério. Até meu pai... você tá em casa?
_ Não, tô indo embora da casa do Fezão agora.
_ Ah.
_ Posso passar aí?
_ Você quer passar aqui?
_ Tô indo então, até daqui a pouco.
_ Uhuum, beijo.
_ Te amo.
_ Eu também. -e desligamos. Usei o banheiro e voltei para o quintal com o rosto um pouco melhor. Meus pais nem sonhavam em ir embora, do jeito que as coisas caminhavam era bem capaz de virarem a noite. Uma meia horinha depois recebi uma mensagem do Leo dizendo que estava lá na frente, levantei com o Bê no colo e fui abrir a porta.
_ Ah, mano. No colo? -Bernardo abriu o maior sorrisão e esticou os braços indo para o colo dele.- E aí, loira?
_ Idiota, te xinguei tanto hoje, Leonardo.
_ Não sei porque. -me deu um selinho.- Eu só não queria ficar.
_ Aqui né, porque bem foi pra casa do Felipe. -cruzei os braços.- Estava bom lá?
_ Ótimo. -outro selinho.- Só faltou você.
_ Não fui convidada.
_ Não faz bico, loira. Não tinha muita mulher lá.
_ Não tinha muita, Leonardo?
_ As que tinham não me interessaram, não preciso mentir pra você.
_ Não interessa.
_ Não vamos discutir, vai... daqui a pouco o domingo acaba e nem tivemos um tempinho só nosso.
_ Por que será, né? -ele riu e foi entrando, fechei a porta e seguimos para o quintal. De longe meu padrinho o viu e avisou os demais e foi a maior zona conforme fomos nos aproximando deles.
_ Ô cunhado, ainda bem que você chegou. Não aguentava mais a Melissa de bico.
_ Haha engraçadinho. -falei.
_ Minha loira não consegue ficar longe por muito tempo (risos).
_ Nem meu filho, olha isso Rô. -tia Isa se referia ao Bernardo que estava todo feliz no colo do Leo.
_ Eu também quero colo! -Helena cutucava a perna dele.
_ Gente, o namorado é meu tá? -brinquei e fui zoada por isso.- Quer comer, amor?
_ Aceito, sim. Não quer colocar pra mim não?
_ Não. -ri.
_ Por favor?
Ele jantou, bateu um papo com a galera e disse que iria embora porque teria que acordar cedo no dia seguinte. Aproveitei a carona e me despedi do pessoal também, entramos no carro e seguimos para minha casa.
_ Não tem ninguém em casa.
_ E sua mãe?
_ Estão na minha tia, eu ia pra lá, mas é chato pra caralho.
_ Aí Leo, você tinha que passar mais tempo com a sua família... vive socado na casa desses meninos.
_ Eu fico com a minha família, mas essa minha tia é um pé no saco. Adora se meter na minha vida, curiosa pra porra.
_ Tá bom, entendi. Mas eles vão ficar por lá?
_ Não, mas vão chegar muito tarde.
_ Posso te fazer companhia, depois você me deixa em casa.
_ Tá, então vamos tomar um açaí?
_ Prefiro fritas com cheddar e bacon.
_ E coca cola, né?
_ Sim. -meus olhos até brilharam, ele riu.- Podíamos ir naquela lanchonete que abriu um pouco mais pra baixo do condomínio, né?
_ Bom, tendo meu açaí é o que importa. -olhou para mim e piscou, o semáforo fechou e nos beijamos.- Linda.
_ Sim, eu sou.
_ Vai viajar nas férias?
_ Vou, mas ainda não sabemos pra onde exatamente.
_ Caribe. -riu.
_ Provável (risos). Mas por que a pergunta, amor?
_ Poderia ir viajar comigo, né?
_ Pra onde?
_ Noronha. -recostou no banco.- Topa?
_ Quando?
_ Começo de Janeiro.
_ A primeira do ano? Porque tem o aniversário da sua cunhada querida.
_ Eu sei, voltamos antes. E aí?
_ Aceito. -rimos.
_ Aí, chegamos. -disse estacionando do outro lado da rua, saímos do carro e atravessamos de mãos dadas.- Gostei daqui. -falou assim que entramos e nos acomodamos, logo uma moça veio até nós, nos deu boa noite e entregou o cardápio.
_ Quero um beirute também, loirão.
_ Tá com fome hein, caralho. -riu.- Tem certeza?
_ Tenho, deu vontade. -fiz meu pedido e ele o dele, só o açaí com vários acompanhamentos. Enquanto esperávamos chegar, fiquei enchendo ele, gravando snaps e tirando fotos. Cheguei até postar uma no instagram com uma legenda bem besta, mas apaixonada.- Ha! Viu, só? -comemorei quando meu pedido chegou primeiro que o dele.- Quer amor?
_ Não, obrigado. -pegou o celular, riu respondendo alguma coisa e apontou a câmera pra mim.- A única hora em que ela fica quieta, gente.
_ Para, amor... eu não filmo você comendo. -cobri o rosto com a mão esquerda e continuei comendo, e ele filmando.
_ Olha aqui, loira. Ta lindona assim...
_ Também acho, mas não vou olhar.
_ Tô te vendo mesmo assim, tá cobrindo é nada com essa mãozinha aí.
_ Para... tô comendo, amor.
_ Só porque você pediu com jeitinho.
_ Idiota. -joguei uma batata frita nele.- Amor, não quer um pedacinho?
_ Grande, né? Sabia que você não ia comer tudo...
_ Lanche enorme, eu como pouco.
_ Sei. -riu. Eu estava terminando meu beirute quando o tal do açaí chegou, meu namorado comia com gosto. Mandei pra dentro as batatas e tomei minha coca, estava mais que satisfeita.- Bora, né?
_ Amor... -olhei para o prato e tinha mais que a metade do meu lanche.
_ Devia fazer você comer tudo, zoião. -trocou de prato comigo e comeu tudo em dois tempos. Nos levantamos e eu fui ao banheiro enquanto ele pagava a conta, ao sair o encontrei me esperando. Abracei sua cintura e fomos para o carro, depois para casa.- Minha mãe ligando... Oi, mãe. -atendi.
_ Oi, você vem pra casa?
_ Sim, por quê?
_ Seu pai me enchendo.
_ Eu vou sim, só vou esperar meus sogros chegarem.
_ Tá bom, beijos e não esquece hein.
_ Não esquecer do que mãe?
_ A camisinha, Melissa. Achou que fosse o que?
_ Aí meu deus, tchau mãe. -e desliguei.- Sua mãe também é assim, né?
_ Ela fala "pelo amor de deus, não esquece a camisinha" "filho, vocês estão se cuidando direitinho?".
_ Aí que vergonha.
_ Não sei do que. -deu de ombros.- Você viu o que eu te marquei?
_ Do show? -ele assentiu.- Vi sim, chamei as meninas pra irem.
_ Demorô. Uns amigos meus também vão.
_ Legais?
_ E quais são chatos?
_ Augusto, Bianca... quer uma lista?
_ Lá vem você jogar a Bianca no meio do assunto, eu hein.
_ Hábito. -mordi o lábio e peguei o celular. Falei rapidamente com as meninas e guardei quando estacionamos em frente a casa dele.- Seus pais chegaram. -falei ao ver o carro do meu sogro na garagem.
_ Quer entrar? -olhei no celular e estava um pouco tarde.
_ Não, já está tarde. Mas ainda consigo ficar uns minutinhos acordada. -falei tirando o cinto de segurança e fazendo o mesmo com o dele. Segurei aquele rostinho sem vergonha e dei um beijo daqueles, bem gostoso e arrepiante.- Hm... vai com calma. -falei ao sentir sua mão na minha virilha.
_ Com toda calma do mundo.
Em mais de três anos de namoro eu nunca tinha transado dentro de um carro, mas esse meu namorado era um safado e me atiçou tanto, provocou tanto que quando eu me dei conta já estava com a boca no pinto dele e recebendo suas carícias na minha bonequinha. Não demorou para eu estar sentada em seu colo, rebolando enquanto ele apertava cada parte do meu corpo sem deixar de beijar minha boca. Estava me dando um calor daqueles, minha respiração mais que ofegante e ele mandando ver. Arranhei seu peito, sim. Mordi seu ombro também, mas o importante é que eu cheguei em casa inteira depois.
_ Nos vemos amanhã, beijo.
_ Eu passo aqui pra te buscar, tá?
_ Não precisa amor, meu pai tá aqui.
_ Tá, mas qualquer coisa me liga. Se cuida. -me abraçou com carinho, nos beijamos, depois ele beijou minha testa e eu desci do carro. Entrei em casa tranquila, tranquei a porta e subi para o meu quarto.
_ Ué, o que é isso?
_ Oiiiii! -minha irmã estava deitada na minha cama, de mamadeira, chupeta e pijama.
_ Tava com saudades, é?
_ A mamãe deixou eu dormir no seu quarto, Melissa. -dizia sorrindo.- Pode, né?
_ Claro que pode, vou tomar um banho tá?
_ Deixa eu jogar? -entreguei meu celular a ela e fui para o banho. Abri o registro do chuveiro e tomei aquela ducha esperta e rapidinha, sai do banho e logo fui me secando, vesti uma calcinha e pijama e me deitei com a Leninha.- Boa noite, Mê.
_ Boa noite, pequena. Dorme com Deus, tá? -beijei sua testa e dormimos.
~.~
Melissa narrou muito bem o capítulo, não acham? ❤ Tudo continua calmo, bem tranquilo... não acham? Haha
É que continue assim 😍
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