{...} Abre mais a blusa, me usa! Só não pede pra parar... ♪♫

segunda-feira, 25 de dezembro de 2017

Capítulo 246 - Parte V

Narradora
  De São Paulo a Londrina eram 6 horas de viagem se não houvessem muitos congestionamentos na estrada. Mas a família estava animada ou melhor dizendo, estavam dormindo e foi assim por boa parte do tempo.

  Na van que foi locada para levá-los estavam Luan e Fernanda na frente, Helena, Hugo e Analice nos bancos da frente, deixando Maria Luísa se sentar no fundo com a irmã e nos bancos do meio Arthur e Heitor se acomodarem.
  Amarildo estava com Thor, Puff e Marizete em seu carro. Bruna, Rafael, Laura e Lucas em um carro que vinha logo atrás.


_ "Aí mãe, eu preciso fazer xixi." "Mamãe eu tô com fome." "Minha tia tá ligando." "Cansei de ficar sentado aqui, queria descer e esticar um pouco as pernas." -os filhos reclamavam e então foi decidido que fariam uma pausa, tomariam café da manhã e aproveitariam para usar o banheiro e esticar o corpo.
_ Eu levo a Nena, também quero fazer xixi. -Melissa disse pegando na mão da irmã e saindo.
_ Ah meu deus! Tô ficando sem bateria, pai.
_ Um abraço, agora só na chácara. -Fernanda falou se sentando e pegando o cardápio.- Por que não carregou o celular de noite?
_ Como se eu tivesse lembrado. -cruzou os braços.- Ninguém trouxe o portátil?
_ Na bolsa, dentro do carro.
_ Vamos lá comigo?
_ Não, nós vamos tomar café, usar o banheiro e voltar para a estrada. -Maria Luísa revirou os olhos e recostou na cadeira, querendo reclamar.- Não resmunga não, ninguém morre se ficar sem celular meia hora.
_ Que estresse logo cedo hein maninha, ontem mesmo estava cheia de sorrisinhos. -Melissa falou cutucando e recebeu um olhar nada amigável.
_ Melissa, para de provocar sua irmã. -Hugo disse pegando o cardápio.
_ Ela gosta de perturbar, vô. 
_ Falou a quietinha que não mexe com ninguém.
_ Xiu, Arthur. Vai mandar mensagem pra Julia, vai.
_ Já chega hein, os três. -Luan falou sério e a mesa toda ficou em silêncio.- Podemos pedir?
_ Tio, eu quero paçoca!
_ E eu brigadeiro, papai. Daquele de bolo.


  Cada um escolheu e fez o seu pedido e depois de estarem satisfeitos pediram a conta, usaram novamente o banheiro e entraram em seus respectivos carros outra vez dando continuidade a viagem de mais algumas horas até estarem na pequena Londres e por fim chegarem a chácara.
  Parte da família já estava ali desde o final de semana. A casa estava bem movimentada, haviam uns pequenos que davam os primeiros passos pelo gramado, a galera do jetsky também se divertia e na cozinha estava o pessoal que mandava bem na montagem da ceia.


_ Maria Luísa, Laura e Melissa vocês dormem juntas, tá? -Bruna dizia.- Heitor, Arthur e Luquinhas ficam no outro. Beleza?
_ Tudo certo, mãe! -Lucas respondia empolgado.
_ E eu tia Bru?
_ Você meu anjo vai ficar com a mamãe e o papai.
_ Tá bom, tia Bru.
_ Pi, troquei seu quarto com os dos pais da Nanda tá?
_ Por mim beleza, tranquilo né amor? -deram um selinho.- Bora carregar as malas que eu quero sentar tomar um tereré dos bons e deitar naquela rede.
_ Ah mas não vai mesmo não, vai juntar mais seu pai e os outros e vão procurar lenha para a fogueira mais tarde. -Marizete pôs ordem.- Fernanda, Bruna... vamos, as sobremesas é com vocês.
_ E a senhora faz o que? Que mal me pergunte... -Luan perguntou rindo.
_ Descanso da viagem, tô velha. -riam.- Vou ver as louças com as meninas. Melissa!


  Marizete gostava mesmo de arrumar a mesa, ver onde iria colocar o que e toda a decoração da sala onde seriam colocar na árvore os presentes do amigo secreto. Tudo ia bem.
  O espírito do natal estava presente.
  Era o momento de rever parentes antigos, ter aquele tempo de prosa e sorrir mais com aqueles que eram realmente de casa.


_ Aí vocês enrolam demais, meu deus! -Maria Luísa não aguenta mais esperar a prima sair do banheiro.- Laura do céu, sai dai. Eu tô suada, grudando de tanto calor. -dizia prendendo outra vez os cabelos.
_ Aí vocês duas hein. -Melissa reclamava enquanto pintava as unhas, ainda de toalha.
_ Não entendo vocês, se arrumam tanto pra tirar foto só.
_ Falou a que trouxe um salto pra passar o natal no meio do mato.
_ Minha filha, vamos viajar depois daqui.
_ Para uma praia, em Alagoas...
_ Aí cala a boca vai, vou tomar meu banho que eu ganho mais.


...

_ Mamãe, eu não queria esse! -cruzou os braços.
_ Mas você está tão linda, filha.
_ Não tô não, é feio. 
_ Aí minha nossa senhora, Helena você está uma gracinha com esse vestido e tiarinha. É coisinha de menina.
_ O que tá acontecendo aqui com vocês duas?
_ Papai, não gostei dessa tiara.
_ Então tira.
_ Luan, não!
_ Helena, coloca.
_ Mas papai, eu não quero.
_ Vocês duas que se entendam, eu não falo mais nada.
_ Papai!
_ Amor, cadê minha bermuda?
_ Você procurou?
_ Sim.
_ Igual seu nariz. Olha a bermuda aí em cima da cama. -jogou nele.- Palhaço.


...

_ Ai meu deus do céu! Luan! -Fernanda nem conseguiu entrar na cozinha, gritava pelo marido sem nem ter atravessado a porta.- Se eu pegar a Helena hoje ela leva uma surra.
_ O que ela fez? -ele passou por ela e encontrou a pequena Lúcia sentava no chão e com o vestido todo coberto de mousse de chocolate ao lado de Helena que estava do mesmo jeito.- Mocinha, mocinha... você está encrencada.
_ Pi, você viu a Lúcia? -Camila perguntava pela filha.- Eu deixei ela sentada no tapete e fui buscar os presentes no quarto e... -quando ela viu a cena sorriu, achando lindo.- Gente, que vontade de morder, mamãe.
_ A minha mamãe falou em surra tia Mila. -falou séria, arrancando risadas do pai e da prima.
_ É, estão merecendo né? Tapinha na fralda. -Lucia franziu a testa e fez bico.- Sem vergonha da mãe, vem vamos procurar seu pai e tomar aquele banho né?
_ E você mocinha, bora pro chuveiro.
_ Mas papai... deixa eu te falar, eu tomei banho já.
_ Se você não tomar banho os bichinhos daqui vão comer você todinha, porque você tá cheia de doce no corpo.
_ Eu não quero papai, não quero.
_ Então vamos subir e tomar banho.


...

_ Olha, eu não sou muito de falar, mas hoje a simbologia desta data me inspirou viu. -discursava Marizete.- O natal desde que me entendo por gente é a data em que procuramos estar com aqueles que são a nossa família. Aqueles quem nós escolhemos como família, não necessariamente os de sangue. -respirou fundo.- De qualquer forma, é o momento em que procuramos deixar de lado as desavenças e todas as diferenças, aquelas picuinhas bobas e dar o braço a torcer. É o momento que também usamos para valorizar os que estão pertos e relembrar com grande carinho daqueles que fizeram das nossas vidas e do nosso ano importante e que hoje não estão aqui. O momento de pedir perdão e o mais importante, perdoar. -todos ouviam atentos, mesmo que emocionados.- O momento mais lindo e sincero de abraçar com vontade cada um dos que estão presentes e desejar um feliz natal e fazer parte deste natal... eu queria que vocês pensassem nisso hoje após nossa oração, que sorriam agradecidos por mais um ano estarmos juntos, reunidos em família apesar de tudo o que nos aconteceu de bom ou ruim. Feliz natal a todos vocês.

  Com palmas o breve discurso foi finalizado, foram datas as mãos e juntos fizeram a oração universal e pontualmente às 00h do dia 25 de Dezembro de 2036 desejaram uns aos outros um feliz natal. Rolaram lágrimas, sorrisos, abraços coletivos e por fim o jantar!
  Mesa farta, cheias de coisas gostosas e convidativas.
   Primeiro a comida, depois o amigo secreto!
  Bruna foi que deu a largada com uma enrolação sem tamanho, cheio de palavras fofas.


_ Gente, o meu amigo secreto... posso dar uma pista (risos)? É uma pessoa muito alto astral, divertidíssima, amiga de anos e anos... e assim, hoje eu não consigo olhar pra trás e imaginar como seria a minha vida sem ela. -Bruna olhava para o alto segurando as lágrimas.- Minha amiga secreta é incrível. Conseguiu um espaço aqui no meu coração e nunca terá ninguém que o tire, eu te amo demais. Fernanda! 
_ Eu sabia que era eu, eu sou demais pode falar. -riam.- Tô emocionada, obrigada, obrigada, obrigada Bruninha! -as duas se abraçaram.
_ O presente é seu, achei sua cara. Pode abrindo. -e ela abriu, fez um suspense daqueles e tirou da caixa um relógio rose cheio de pedrinhas cintilantes.- Bem perua (risos).
_ Amei, claro. -sorriu.- Mas vamos lá, não é? O meu amigo secreto é uma pessoa que eu vi nascer e assim eu sou completamente apaixonada porque a primeira palavra dessa pessoa, desse ser humaninho foi cicia. O meu amigo secreto é o Lucas, vem cá meu amor. -Fernanda pegou a caixa e entregou a ele, havia lhe dado um Nerf. A sala estava cheia e aos poucos a árvore ficava vazia, e os últimos amigos a serem revelados foram...
_ Lúcia, amei o presente. -dizia Melissa sorrindo.- E agora o meu amigo secreto, ai ai... quem será hein? Meus dois avôs e meu pai. Vamos lá. Meu amigo secreto é realmente um amigo, meu melhor amigo. Eu cresci tendo-o como um exemplo em ter fé, ter força de vontade, ter determinação e principalmente ter sonhos e realizar cada um deles sem deixar de ser quem você é. O meu amigo secreto é uma pessoa que está de cabelos em pé de tanto que eu aprontei nessa vida e que quase morreu quando descobriu que seria avô (risos). O meu amigo secreto é o último homem em quem eu penso todos os dias antes de me deitar, agradecendo a Deus por mais um dia de vida dele. Pai, você é o meu amigo nada secreto! -e abriu os braços para dar aquele bem apertado e entregar a ele um presente com um grande significado.- Meu presente é simples, mas nada comum. -sorria ao ver o pai abrir e se emocionar com um álbum de fotos entitulado de "A grande família". 
_ Cara, eu nem sei o que dizer. Eu amei muito o meu presente e irei guardá-lo com todo cuidado do mundo. É muito especial, muito puro. Acho muito massa, eu nem sei o que dizer!
_ Ah, sem chorar macaco! Acaba logo com o mistério. -dizia Max, rindo.
_ Papai te ama, Mê. -piscou para ela e foi até a árvore pegar o presente dele.- Sobraram duas pessoas que são fodas, fala a verdade cara. E o meu amigo secreto é aquele que quando o assunto é fazer filha bonita ele capricha. Pô, sogrão vem cá vem.


  Hugo recebeu do genro um rolex e uma camisa do Santos FC autografada por alguns craques. E por último e não menos importante, Amarildo foi presenteado.

_ Todo mundo falou do amigo e eu não vou deixar de falar do meu (risos). Grande Amarildo, quem diria que uma amizade de longos anos nos traria aqui, não é? Fiquei feliz demais por estar presenteando um amigo como você, amigo mesmo de copo e pra qualquer outra coisa. Obrigado não só por ser o pai que ensinou muito bem os filhos e ser um avô bobão como eu. -riu.- Mas por ter acolhido a minha filha e estar por perto quando eu não estive de corpo presente, feliz natal meu amigo.  -entregou a Amarildo uma garrafa de vinho e uma gravata.
_ Chorei mais nesse amigo secreto do que no Titanic. -Camila comentou limpando as lágrimas.- Foi lindo, lindo mesmo.
_ Espírito do natal (risos). Agora que trocamos os presentes, nos declaramos pros zamigos, é hora de acender nossa fogueira e tocar aquelas modas, tocando aquela cerveja. -Max falou se levantando com a esposa.
_ Antes tem a foto, nossa selfie de todo ano. 
_ Sem foto não é a Bruna, né gente.


  Não demorou para que grande parte do pessoal se juntasse no quintal da casa, acendessem a fogueira e preparassem os violões para dar início a festança que se estendeu até o início da manhã seguinte, cada um foi para o seu quarto e apagaram.




Narrado por Fernanda
  O que me deixava melhor, ainda mais feliz era ver meu marido se divertir com os familiares. Me enchia os olhos, alargava meu sorriso e estufava meu peito de tanto amor.
  Durante uma música e outra pensei muito no que minha sogra falou antes da oração e pude complementar com coisas que foram ditas durante a troca de presentes que tivemos e por alguns segundos me permiti desligar de tudo o que acontecia ao meu redor e agradecer a Deus por tudo.   Por todas as perdas que doeu em mim e em toda a minha família, mas também por cada conquista que tivemos juntos. Tudo conta!
  Sei que fiquei ao lado dele mesmo com um pouco de sono e sabendo que não poderíamos dormir até a hora que nos desse vontade. Viajaríamos dentro de algumas horas.
  Nossos filhos ficariam na chácara até a madrugada do dia 27 e nos encontraríamos em Alagoas, teríamos uma "folga" para dar aquela descansada e dia 31 estaríamos todos no show da virada.


_ Mamãe, eu não vou chorar com a vovó. Não é?
_ Porque você é uma menininha esperta e vai ficar aqui pra mamãe poder acompanhar o papai.
_ E criança não pode ir, né?
_ Nesse não, tá bom?
_ Sim. -e dormiu.


  A sensação ao acordar foi a de que eu nem mesmo havia ido dormir. Estava exausta. Pra falar que não fiz nada, eu tomei banho e coloquei um vestido florido e calcei minhas sapatilhas.
  O show de hoje (25) seria em Minas Gerais e os outros dois no norte desse Brasil. Bahia (26) e Alagoas (31), ô delícia!
  Luan e eu chegamos em Londrina pouco antes do almoço e fomos encontrar o Leo e o Well para seguirmos viagem. Desembarcamos em Minas Gerais pouco mais que duas horas da tarde. A primeira coisa que eu fiz foi tirar o celular do modo avião e mandar mensagem no grupo da família avisando que estávamos bem e que a viagem havia sido tranquila.


_ Oi, minhas coisas lindas! Feliz natal procêis tudo, viu? -Luan dizia e jogava beijos para elas que estavam alvoroçadas do outro lado da grade.
_ Feliz natal meninas! -mandei beijos também e acenei antes de entrarmos na van e sairmos dali.- Eu tô com fome, sabia?
_ Sabia, você disse isso só nove vezes.
_ Mas é verdade, tomara que a comida do hotel seja boa. Tô numa vontade louca de comer um arroz e feijão fresquinho, com aquele bife suculento amor e muita batata frita.
_ Você querendo fritura?
_ Tô com muita vontade, você não tem ideia.
_ Daqui a pouco, vida. -deitei a cabeça em seu ombro e fomos assim até o hotel, entramos e o Luan voltou com o Well para a entrada indo cumprimentar os fãs e eu fiquei com o Rober realizando o check in.
_ Sabe se a comida daqui é boa?
_ Tudo em Minas é bom, inclusive o pão de queijo.
_ Eu quero, quero muito e muito tipo uns cinco do grande.
_ Ainda falando de comida, amor? -Luan perguntou pondo a mão na minha cintura.
_ É. Nem parece que participei daquele banquete ontem na chácara. -ri escondendo meu rosto no peito dele.
_ Então vamos comer, vem. -e fomos para o restaurante do hotel, fiz o pedido que estava em mente e quando chegou eu me deliciei e muito.- Tô cansado, vou subir tá? -disse beijando meu rosto e se levantando.
_ Arleyde chegou?
_ Ainda não, só vamos nos encontrar com ela no show.
_ Rober, vamos pra piscina?
_ Queria mesmo ir no shopping. Bora Nandinha?
_ Sim, vamos. Bom descanso, amorzão.


  Luan subiu e o Well também. Rober e eu pedimos um táxi e fomos bater pernas no shopping, disse ele que queria comprar umas coisas e eu aproveitei para comprar mais três pares de sapatos e uma camisa que achei a cara do Luan, era do HP. Sei que andamos muito, conversamos muito também e voltamos para o hotel quase no comecinho da noite. Ou seja, não descansamos nada e na hora dee arrumar pro show eu estava cansada.

_ Tá tudo bem, amor?
_ Não estou nada bem, tô com sono. -ele começou a rir, ria descontroladamente.- Não tô entendendo a piada.
_ Aí amor, você com sono não presta não. Se quiser pode ficar no hotel, assim você descansa.
_ E não íamos viajar de lá, direto?
_ É que a casa de shows fica bem mais perto do aeroporto. -coçou a cabeça.- Quer ir?
_ Eu vou, preciso de uma horinha.
_ Então corre que daqui a pouco a Lelê liga.


  Correr eu não corri, não. Mas me arrumei depressa e sem muitas frescuras, vestido ombro a ombro azul marinho e no comprimento da coxa. Salto alto nude, gargantilha simples e pulseiras. Deixei os cabelos soltos, maquiagem rápida e sem bolsa!

_ Mulherão da porra. -me deu uma juntada enquanto eu tentava passar meu perfume.- Você está linda.
_ Você também, vida. -ele estava de jeans mais claro, camisa manga curta e vermelhos e cabelos ajeitadinhos.- Tô pronta, podemos ir.


  Saímos do quarto e esperamos os outros para entrarmos no elevador e irmos para o estacionamento.
  Estar ali com ele sem as crianças me fez lembrar dos primeiros shows no início do nosso namoro e até antes disso. Éramos nós dois, muitos beijos nos últimos bancos da van com as luzes apagadas. Sem contar que no camarim sempre rolava uma coisinha a mais.
  Estive no camarim enquanto Luan atendia seus fãs e por incrível que pareça ainda passei despercebida algumas vezes. Mas nem assim deixei de emocionar, eram coisas lindas que as pessoas diziam e traziam também. 
  O show teve início quase meia noite e terminou por volta de 02h40 da manhã. Dali fomos jantar no camarim e depois seguimos para o aero e eu pude dormir a viagem toda.


(...)

  Dia 26 eu amanheci mais que feliz, meu amor, estávamos na Bahia. Amo vir pra cá e consequentemente comer a comida daqui, né?
  Tomamos um café da manhã daqueles e fomos para a praia, sim.


_ Podemos ficar aqui até que horas?
_ Temos um show de tarde e um jantar com a Veveta mais tarde.
_ Jura?
_ Ela respondeu meu snap, disse que não aceita "não" como resposta.
_ Nunca diria não para a Ivetinha. -deixei meu celular em cima da cadeira e tirei meu vestido, ficando de maiô e voltando a me sentar. Prendi os cabelos e pedimos uma água de coco.- Tá cansadinho ainda, vida?
_ Saudade das crianças. -olhei para ele que estava no celular assistindo vídeos gravados por nossos filhos.- Lembra deles pequenininhos?
_ Ô se lembro, Melissa pequena era uma gracinha... gordinha e bem bochechuda, sem contar que era muito fofa. Tinha vontade de morder sempre.
_ Você fez isso com todos os nossos filhos e os filhos dos amigos, seus sobrinhos então... Laura que o diga (risos).
_ Agora tô esperando os netos, né... -dei de ombros, tocando minha água.
_ Temos mais um afilhado chegando.
_ Daqui oito meses e meio. E eu estou na torcida para ser uma menina, uma menina cabeluda igual a Malu. Lembra?
_ Cachinhos e mais cachinhos.
_ Sim, já a Leninha tinha o cabelo lisinho...
_ Puxou a mim. -riu.- Mas ninguém supera o Arthur. O cara pra ter cabelos, tinha muito.
_ Meu irmão era assim quando nasceu, muito cabeludo. 
_ Criança tem disso, depois muda tanto. -ficamos no maior papo, ainda pedimos porções de fritas e camarão. Comemos, demos um mergulho e retornamos ao hotel.


  O show que aconteceu naquela tarde foi um pocket, então acabou cedo. De lá seguimos para a casa da Ivete, nos encontramos com ela, o maridão e os filhos.
 Confraternizamos ali, foram boas risadas lembrando dos anos antigos! Muito gostoso.
Na despedida nos desejamos uma boa virada de ano e voltamos para o hotel, onde tivemos uma noite agitada e muito mal dormida.


_ Uau. -me joguei de costas na cama, toda suada.
_ Tô feliz, mas tô cansado... não sou mais um novinho.
_ Mas dá de dez a zero em qualquer um deles, eu prefiro meu coroa.
_ Também não é assim, né? -beijou meu pescoço, mordi sua orelha.
_ É sim, você já está com uns cabelos brancos...
_ Tô ficando grisalho. -passou a mão pelos cabelos.- E você ficando loira, não tô entendendo...
_ Isso são luzes e eu vou tirar elas já já. Não tô gostando disso... -falei prendendo-os.
_ Tá gatona. -deitou a cabeça em cima do meu peito.- Acho que vamos chegar em Alagoas e todo mundo vai estar lá.
_ Todo mundo mesmo.
_ Queria entender sua implicância com a Julia.
_ Você não vai me entender, mas eu realmente fico preocupada. Olha, ele é o meu bebê. Meu único filho homem, melhor amigo e ele é muito novo pra isso.
_ Tudo isso pra não falar que é ciúmes.
_ É cuidado, e você sabe disso.
_ Eu sei, Leonardo é a prova.
_ Mas quanto tempo a gente conhece o Leo? Conhecemos os pais do Leo?
_ O problema é esse?
_ Lógico que é Luan. E se ela for uma desequilibrada? Uma louca que quieta mandar no meu filho? Olha Luan, eu mato ela.
_ Não precisa disso não, tenho certeza que ela é de boa.
_ Quero ver daqui um mês, isso sim.
_ Chatinha você hein. -apertou meu nariz e sentou na cama.- Fui. -e levantou indo para o banheiro.
_ Você é um nojento.
_ Pensei que tivéssemos superado isso nos primeiros anos de casados.
_ Fecha essa porta e saía daí de banho tomado.
_ E os votos de casamento, cadê?
_ Ridículo.


  Deixei Luan a vontade e peguei o celular dele, porque o meu estava sem bateria. Entrei na minha conta de instagram e fiquei stalkeando as pessoas.

_ Luan, aquela menina tá grávida.
_ Que menina? -perguntou saindo do banheiro, secando os cabelos com a toalha.
_ Que menina, a filha da vizinha fofoqueira que quis falar da minha filha que engravidou nova. Ela tem 13 anos, nessa idade a Melissa ainda era virgem.
_ Para de falar, misericórdia. -riu.
_ É verdade. Eu sei que eu tenho mais três filhos, mas ela pagou a língua.
_ Vamos deitar, vai.
_ Deitar nada, vou tomar um banho e usar o banheiro também.
_ Usar o banheiro? Fala cagar, todo mundo faz isso.
_ Eu vou mesmo. E deixa eu falar, seu amigo mandou mensagem.
_ Abriu?
_ Não, o celular é seu. -dei de ombros e entrei no banheiro.


...

  O dia amanheceu e com ele um calor que não era comum, eu não estava acostumada. Fazia muito calor.
  Tomei outro banho enquanto Luan ainda dormia, arrumei nossa mala e deixei a roupa dele separada. Liguei pra Arleyde e descemos para tomar café na área da piscina.


_ E meus bebês?
_ Seus bebês vem acompanhados, meu filho agora namora.
_ E esse coração de mãe?
_ Apertadinho, mas não posso proibir... já tive a idade dele.
_ Isso mesmo, no começo é estranho sim... mas depois você acaba acostumando.
_ Tomara, porque tô ficando chata e faço cara feia.
_ Coisa de sogra (risos). Luan acordou?
_ Acordei e sozinho, olhei o quarto todo e nada dela. -colocou as mãos no meu ombro.- Bom dia, Fernanda.
_ Bom dia, vida. Senta aí...
_ Tô sem fome, tô com muito calor. -ele estava suando.
_ Come uma fruta, vou pedir um suco de laranja pra você tá? -beijei o rosto dele.- Olha essa espinha, Luan. Enorme.
_ E você não vai tirar, sai. -segurou minha mão.
_ E vai ficar com esse negócio enorme na cara?
_ Maquiagem existe pra isso. -piscou.


  Eu e a Lelê lhe fizemos companhia enquanto comia, ainda esperamos os meninos da banda, Well e Roberval. Depois de todos prontos, nós entramos na van e outra vez rumamos ao aeroporto.
  Duas horinhas viagem e outra vez estávamos na van. O lugar já estava me encantando, praia, coqueiros e ar fresco. Ô delícia! Chegamos no hotel e depois de cumprimentar os poucos fãs que estavam ali em frente, entramos, fizemos o check in e subimos de elevador.


_ Ô vovó! Olha a minha irmã.
_ Chegaram. -falei rindo.


  Entramos no quarto e Helena corria de um lado para o outro de calcinha e descalça. Abri os braços e ela veio correndo, pulando no meu colo.

_ Tá fazendo bagunça, Nena?
_ Não, mamãe.
_ E eu escutei você gritando, por que?
_ A Malu mamãe. A Malu quer colocar ropa ni mim.
_ E você quer ficar pelada?
_ Tá calor mamãe, tá grudando aqui. -se jogou e Luan segurou seus ombros.- Papai!
_ Oi minha princesa, cadê a vovó?
_ Não sei. Ô vovó! 
_ Escandalosa igual você sempre que chega de viagem. -falei colocando-a de volta no chão.- Malu?
_ Oi mãe, bom dia. Bom dia, pai.
_ Bom dia. -respondemos.- E seus irmãos?
_ Na piscina da cobertura, tá todo mundo lá.
_ Não tá não, a titia foi lá na praia.
_ Tia Bruna?
_ E o tio Rafael. -completou.


  Nos ajeitamos no nosso quarto e subimos para cumprimentar nossas crianças e ir almoçar.

(...)

31 de Dezembro de 2036

  Estávamos em um grande número de pessoas, todos da minha casa, todos da casa do Bruna, meus sogros e os cachorros. Fora os meus pais, a Isa com o Bê, os meninos da banda com suas esposas e filhos.
   Então começamos a nos arrumar cedo, muito cedo mesmo. Assim que voltamos da praia por volta das 16h e comecei a separar as roupas, dei banho na Helena e no Bernardo e deixei os dois dormirem enquanto escovava o cabelo da Isa. Assim que finalizei ela voltou para o quarto dela e eu deitei um pouco para dar aquela descansada antes de tomar um banho e me arrumar para o evento.


_ Amor, acorda. -senti beijos na bochecha e por todo o rosto. Abri os olhos com preguiça e Luan estava debruçado sobre mim com a toalha na cintura.- Dormiu hein nega. Tá tudo bem?
_ Uhuum... -franzi a testa e olhei para os lados procurando os pequenos.
_ Estão com a minha mãe, jantando enquanto você toma um banho.
_ Sabe se a Isa está melhor?
_ Testa foi pro local do show, já. Falou que ela está dormindo, pediu pra gente ficar de olho.
_ Então vou lá antes de tomar banho, já aproveito e pego a roupa do Bê. -falei me levantando.


  Isa agora nesse início de gravidez estava sentindo muito enjoo e por conta do calor que ela não estava acostumada, isso piorou. Então me ofereci para cuidar do meu afilhado, dar uma força.
  Bati na porta e tudo continuou em silêncio. Girei a maçaneta e entrei, tudo apagado, ela ainda dormia. Me aproximei devagar e sentei na ponta da cama.


_ Isa?
_ Oi... tô acordada.
_ Melhorou?
_ Sim, tô até com fome. -riu.- 
_ Isso é bom. Já tomou banho?
_ Sim, mas ainda quero jogar uma água antes de irmos. Veio só dar uma olhadinha em mim? Porque eu tenho um marido exagerado. -revirou os olhos.
_ Preocupado seria a palavra, mas não. Vim buscar a roupa do Bê também.
_ É aquela em cima da cômoda, bermuda jeans branca e polo azul marinho.
_ Socorro, é muito pra mim.
_ Tênis igual o do papai, ele pediu.
_ Amo me vestir mãe e filha. Fazia isso até mesmo com o Arthur (risos). Bom, vou indo lá. Vou tomar um banho e podemos descer pra tomar um suco.
_ Ou comer um lanche, tô com fome mesmo.
_ Então é melhor jantarmos, vou ligar pro Rober e ver o que vamos ter no camarim.
_ Uhuum.


  Voltei para o meu quarto e Luan estava com uma calça jeans e chinelos, ainda sem camisa. Deixei a roupa do Bê ao lado da roupa da Nena e segui para o meu banho. Banho rápido e refrescante.
  Não molhei os cabelos, escovei os dentes e sai.   Minha roupa estava pronta, vesti o body perolado e com as costas toda aberta. Passei meu hidratante corporal e repelente. Vesti o shorts cintura alta branco e faltava apenas a sandália.


_ Você tá sem calcinha?
_ E sem sutiã, fica marcando na minha roupa. Não gosto.
_ Ô Fernanda, brinca não cara.
_ Não começa com taradisse hein. -falei calçando os chinelos e indo para frente do espelho. Penteei os cabelos, deixando-os solto e fiz uma maquiagem rápida e muito simples. Base, lápis e batom matte.- Tô indo buscar as crianças. Você ligou pro Rô?
_ Liguei, ele disse que tem comida lá sim... só não sei se a Isa vai gostar.
_ Então vou pedir uma marmita daqui do hotel e levamos pra ela comer lá.
_ Acho até melhor.


  E foi o que fiz, liguei na recepção e pedi um filé de frango com arroz, feijão, salada e um pouco de fritas. Depois disso fui no quarto da minha sogra e busquei as crianças, escovei os dentes dos bonitos e coloquei as roupas.

_ Lindão hein Bê, dá um beijão na dinda. -ele segurou meu rosto e deu um beijo na minha bochecha.
_ E eu mamãe?
_ Tá uma princesa. -a roupa dela era igual a minha, só mudou que no lugar da sandália de salto escolhi para ela uma rasteirinha.- Vem colocar a tiara.
_ Não queria mamãe, fica bagunçado tudo.
_ Seu cabelo vai ficar caindo no rosto, todo suado. Vou prender então... -assim fiz, um rabo de cavalo e Helena estava pronta.
_ Lindões hein. E essa bermuda aí cara?
_ Papai! -falou apontando para a bermuda. Estava com uma bermuda jeans branca e polo azul marinho, cabelos arrepiados com gel graças ao padrinho e todo perfumado.
_ Nanda, tô entrando. -escutei Bruna dizer.- Aí meu deus, que fofura! -apertou a bochecha dos dois.- Nem tô pronta ainda minha nossa senhora.
_ Precisa de ajuda?
_ Um sutiã preto, o meu estourou a alça.
_ Ah Bruna, não acredito!
_ Amor, não se mete. -ri.- Eu tenho sim, pode pegar na mala.
_ Obrigada, cunha. -foi até a mala.
_ Mãe, minha roupa não ficou boa. -olhei e Maria Luísa estava emburrada, braços cruzados na minha frente.
_ Posso saber o por quê?
_ É transparente, tá marcando minha calcinha.
_ Tira a calcinha.
_ Mãe! -falou toda espantada.
_ Tá doida, Fernanda?
_ Luan quem precisa saber que a Maria Luísa estará sem calcinha? Ela vai levantar o vestido pra quem?
_ Ninguém. -falou rápida, cruzando os braços outra vez.- A senhora não tem outra coisa aí não?
_ Eu gostei tanto desse filha.
_ Não vou me sentir a vontade sem calcinha.
_ É uma delícia, você vai ver. -disse empurrando-a para o banheiro.
_ Você não tem juízo não, puta que pariu.
_ Mãe, minha camisa não tá dando certo. Tá toda amassada. -Arthur entrou sem camisa no meu quarto, com a bermuda caída e mostrando sua cueca.
_ Só trouxe essa?
_ Não, mas todas tem que passar. 
_ Aí minha nossa senhora, vocês hein... -levantei pegando a camisa.
_ Mãe, esqueci minha maleta de maquiagem em casa.
_ Melissa, tá tudo em cima da penteadeira.
_ Faz minha maquiagem?
_ Ah não, ela vai passar a minha camisa.
_ E arrumar o meu cabelo!
_ Ô sogra... -Leo bateu na porta e foi entrando.- Tem bandaid?


  Meu quarto parecia a casa da mãe Joana, todo mundo entrava. Cada um pedindo uma coisa e as crianças querendo correr, mexer nas coisas e eu doida. Falei pro Luan levar os dois pra dar uma volta na cobertura ou em algum outro quarto. Passei a camisa do Arthur, fiz a make das duas bonitas e prendi o cabelo da Malu do jeito que ela pediu.

_ E aí, deu tudo certo no banheiro?
_ Deu mais ou menos, tô sentindo um ventinho aqui embaixo.
_ Daqui a pouco você acostuma. -falei sentando na beirada da cama e colocando meus sapatos.


  Estávamos em um grande número, foi preciso locar três vans para que fossemos pro show. Ao chegar entramos pelo fundo e só o Luan que atendeu o pessoal que estava a sua espera. Nos dividimos nos camarins e nos sentamos.
  Isadora jantou bem e foi para o camarote junto com uma parte do pessoal, mas as crianças ficariam com a titia aqui. Bernardo, Lucas e Helena.
  Assistimos todo o show ao lado do palco, fizemos juntos a contagem regressiva e meu primeiro abraço de 2037 foi dado no meu maior amor e em conjunto, meus pais. Meu sobrinho, afilhado e filha! Ainda esperei Luan vir para a lateral do palco e dar um beijão, toda emocionada por estarmos juntos em mais uma virada de ano.


_ Feliz ano novo, vida! -desejei a ele e nos abraçamos.- Tudo de bom pra nós neste novo ano.
_ Sempre minha linda. -beijou meu rosto e foi abraçar as crianças, meus pais e descemos para o camarim. Não fizemos hora ali porque um banquete nos esperava no hotel.- Bernardo, cadê sua mãe hein?
_ Cá neném na barriga, padinho.
_ E o neném é grande?
_ Não sei. -olhou para minha confuso.- Dinda?
_ Oi meu amor.
_ O neném da mamãe.
_ Ainda é bem pequenininho. -sorri.


(...)

  Chegamos e nos deliciamos em muitos abraços desejando uns aos outros coisas boas para iniciarmos 2037. Depois disso nos acomodamos à mesa e nos servimos para começarmos o jantar. Leonardo se levantou, vermelho feito um pimentão e pediu a atenção de todos os presentes.

_ É, eu não sou muito bom falando em público. Mas hoje foi preciso. -riu todo nervoso.- Eu pensei muito em como poderia começar esse ano de um jeito diferente e mais daqueles que eu amo que são meus pais, irmãos e minha namorada. -Melissa nem piscava, Luan e eu também não.- E por isso eu tomei uma decisão, uma decisão que fará parte de uma vida toda... eu espero. -minha filha já estava chorando quando ele afastou a cadeira e foi até ela.- Eu quero eu você seja minha noiva e futura esposa, aceita? -Melissa não falou nada, apenas se levantou e o abraçou chorando muito. O que entendemos com um sim e comemoramos com uma salva de palmas!
_ Eu não sei nem o que dizer. -limpava as lágrimas depois de trêmula ter trocado as alianças de namoro para noivado.- Ah! Tô muito feliz, porque nesse tempo todo de namoro eu encontrei em você o que em silêncio pedia a Deus quando olhava os casais a nossa volta, meus pais, avós... e em você vejo que é possível ter um amor assim. 
_ Fala logo sim, filha. Fala!
_ Sim, eu aceito me casar com você. -e o abraçou outra vez envergonhada.
_ Se com um namoro meu pai surtou, com um casamento ele morre. -Maria Luísa comentou e acabou que todos ouvimos e caímos na gargalhada.
_ Sogrão, sogra... precisamos conversar. -coçou a nuca, ainda de mãos dadas com a nossa filha.
_ Acho justo.
_ Luan. -olhei feio para ele.
_ Olha foi difícil engolir um namoro, uma gravidez... mas agora é um casamento. É de um casamento que estamos falando, pra vida toda. Dou a maior força e vocês têm o meu consentimento desde que queiram realmente isso. -falou sério.- Você rapaz, sempre fez minha filha muito feliz. Como amigo, como namorado e agora como noivo e futuro marido espero que faça o mesmo.
_ É o que eu mais quero.
_ E você também Melissa, toma jeito viu. Parabéns, filha. Está deixando esse pai aqui cada dia mais velho. -abraçou os dois e eu fiz o mesmo, com lágrimas de alegria nos olhos.
_ Faço muito gosto desse casamento, muito mesmo.


  Essa foi a novidade do jantar de ano novo!
  Melissa, minha filha mais velha estava noiva. Uma mulher prestes a subir no altar, não estou nem acreditando. Mas estou muito feliz que seja com alguém que ela ame e que a ame no mesmo cuidado, carinho e intensidade.
 Luan aproveitou o jantar sem falar muito no assunto e eu respeitei esse tempo dele. Muitos vieram falar conosco a respeito e ele foi de poucas palavras. 
  Depois de comemorarmos bastante essa entrada com o pé direito, eu desci para dormir com as minhas meninas. Malu e Helena. Luan ficou bebendo com os amigos e não voltaria tão cedo. Mas é ano novo e ele tem o dia todo de folga, precisa aproveitar!













~.~
  Juro que deixo os comentários com vocês. E aí? Surpresas? rs.
  Essas festas de fim de ano vieram com tudo na nossa fanfic. Primeiro o natal em família e depois disso o ano novo com a família, amigos mais próximos e um pedido de casamento. Não aguento não, gente! ❤


PS: Um feliz natal para cada uma de vocês e suas famílias. Que tenha sido um natal lindo e que este espírito natalino perdure dentro de cada um de nós. Que não venhamos nos ater a uma data simbólica para declarar e demonstrar amor, perdoar e pedir perdão, ser feliz! E comer né gente, porque essa parte do feriado nós super levamos a sério. Grande beijo meu para vocês, amo! ❤

quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

Capítulo 246 - Parte IV

Narrado por Fernanda
  Melhor que sonhar, era realizar.
  Dormi feito uma criança e acordei com um puta de um sorriso estampado no rosto, Luan acariciava minhas costas com aquela mão macia e dedos gordinhos. Confesso que fingi estar dormindo só para me aproveitar mais do momento, ali no silêncio, eu e o homem da minha vida.


_ Acordou minha princesa? -beijou minha testa.- Bom dia.
_ Bom dia, meu amor. -fechei os olhos e me estiquei inteira na cama, espreguiçando.- Estava tão bom, continua. -pedi.
_ Hmmm você gosta não é?
_ É sempre bom. -sorri.- Nem fechamos a cortina. -comentei olhando para a sacada e vendo os raios de sol fortes e clareando todo o nosso quarto.
_ Não tive nem tempo minha mascarada. -riu.- Dá vontade de ficar aqui o dia todo.
_ Ou pelo menos enquanto nossos filhos dormem (risos). Nem sei que hora é essa.
_ Não muito cedo. -virou de costas para mim e pegou o celular.- 10 horas e 03 minutos.
_ Helena ainda não veio dar bom dia? -franzi a testa.
_ Sinal de que estava cansada ontem, ela chegou dormindo.
_ Uhuum... Luan...
_ Oi. -ficamos de frente um para o outro, alisei seus cabelos e beijei sua boca. A mão dele deslizou para o meio das minhas pernas e percebi um sorriso se formar em seus lábios quando me tocou e eu estava excitada, molhada querendo que ele me amasse aquela hora da manhã.- Isso sim é um bom dia.
_ Uhuum. -joguei a cabeça para trás ao mesmo tempo em que afastava as pernas e deixava seus dedos entrarem e sair, sua boca brincava com o meu pescoço e colo.- Bom dia. -um grunhido escapou, a sensação era deliciosa. Começar o dia assim era bom demais, corpo a corpo, carinho e muito sexo.
_ Agora sim rapaz, levantar feliz (risos). Bora tomar um banho?
_ Banho, né Luan?
_ Como quiser. -disse levantando as mãos.
_ Daqui nossas visitas chegam e a gente aqui no quarto.
_ Belos anfitriões.
_ Tchau, fica ai pensando na morte da bezerra. -o empurrei no colchão e sai correndo para o banheiro. Tomei uma ducha rápida, lavei os cabelos e escovei os dentes antes de sair.


  Teríamos um almoço em casa e como seria churrasco para aproveitarmos o calorzão de dezembro na piscina. Então vesti um maiô, saída de praia e chinelos. Peguei um óculos escuro e estava pronta.

_ Luan, larga esse celular.
_ Tô falando com o Duduzera.
_ Põe uma cueca pelo menos, vou abrir a porta.
_ Tá bom. -disse sem prestar a atenção.


  Estendi minha toalha usada na sacada, recolhi as roupas que estavam espalhadas e joguei no cesto de roupas sujas, estiquei nossa cama e sai do quarto levando meu celular comigo.
  Passei nos quartos acordando meus filhos, pedi que descessem quando estivessem de banho tomados. Helena só me pediu ajuda para lavar os cabelos e separar sua roupa. Biquíni, shortinhos e chinelos.


_ Pronto, mãe. Agora se seca bonitinha e desce, tá? -beijei sua testa e sai.- Maria Luísa!
_ Oi, mãe.
_ Já saiu do celular e tomou banho? -ela apareceu na porta, rindo.- O que foi? 
_ Chamei a Carol, tá?
_ Ô grude vocês duas hein.
_ Igual você e minha tia Lila. -fez careta.- Mas já tomei banho, sim senhora.
_ Ótimo. Coisa linda... -ela voltou para o quarto.- Melissa?
_ Tô saindo, tô pronta. -apareceu toda linda no corredor, com o rosto cheio de pontos brancos de protetor solar.
_ Esqueceu de espalhar?
_ Não, magina. -ri.- Art? Sua namorada vem? -revirei os olhos e desci sem ouvir a resposta, mas a Melissa veio atrás me encher.- Mãezinha, você não gosta da namorada do meu irmão, é?
_ Menina sem sal.
_ Mãe, admite a senhora está morrendo de ciúmes.
_ Eu não.
_ Ahaam sei.
_ Melissa, não me enche. -falei indo para a cozinha.- Bom dia, Maria.
_ Bom dia, Fernanda. Oi, Melissa.
_ Maria, meu irmão tá de namorada e minha mãe tá morrendo de ciúmes.
_ Não é ciúmes, Maria. É preocupação de mãe. -me defendi.- Não sei nada sobre ela, quais as intenções dela com o meu filho.
_ Ah mãe, para vai. A mãe dela que deveria ter toda essa preocupação, porque meu irmão não é nenhum santo não. -as duas deram risada. Arthur chegou sorridente na cozinha, cumprimentou Maria e me abraçou por trás dando um beijo no meu rosto.
_ Bom dia mulheres lindas. -continuou me apertando.
_ Bom dia é Arthur? -perguntei desconfiada.
_ Alá, fala mãe.
_ Você não vai trazer aquela menina aqui não né?
_ Vou, por que? Não posso?
_ N-não que não possa... é que...
_ É que o que mãe? Qual o problema com a Julia?
_ Nenhum, filho.
_ Então...
_ Você disse que vocês não namoram e se não namoram não tem porque ela ficar socada aqui em casa.
_ Ué, minha amiga. A gente fica as vezes.
_ Arthur!
_ Te amo. -e saiu depois de me dar outro beijo no rosto.
_ Menino abusado.
_ Te falei Maria, tá cheia de ciúmes. -riam.
_ Fica quietinha, fica. 
_ Tudo bem, mas a senhora sabe que eu tô certa.
_ Xiu... Maria, precisa de alguma coisa do mercado?
_ Olha, tô precisando de umas coisinhas sim. Até fiz uma listinha... -secou as mãos e tirou do bolso uma lista de compras.
_ Deixa aqui comigo que eu vou com o Luan.
_ Onde que eu vou? -ele perguntou abrindo a geladeira.
_ No mercado, cadê sua camisa?
_ Na sala. -disse tomando água.- Bom dia Mariazinha, bom dia Melissa.
_ Mamãe eu quero ir também.


  Todos acordados, casa em movimento. 
 Saímos eu e Helena com o Luan e fomos no mercado e estava tão tranquilo que ele entrou conosco. Compramos as coisas que estavam na lista e mais carne, cerveja e refrigerante. Sobremesas tinham coisas lá em casa, mas levamos alguns potes de sorvete.
  Luan e eu havíamos convidado nossos amigos que estavam de viagem marcada e não veríamos mais este ano. Chamamos nossos afilhados e os pais, os amigos mais próximos como a Soraya e o Dudu, a Jade que também estava em São Paulo e por aí vai.
  Voltamos para casa e Luan foi pôr as bebidas no freezer, eu e as meninas ajudamos Maria na cozinha e Arthur se encarregou de acender a churrasqueira.





Narrado por Maria Luísa
  Carol chegou antes dos meus pais voltarem do mercado e subimos para o meu quarto, ela trocou a roupa por um biquíni e coloquei shorts e blusa por cima.

_ Nem sabe quem me mandou direct dizendo que vinha para o churrasco. -falei toda sorridente.
_ Não mesmo, quem vem?
_ Henrique.
_ Mentira!
_ Verdade. -nos deitamos na minha cama e li pra ela a rápida conversa que tivemos. Henrique disse que viria com os meninos e perguntou se ia rolar da gente se ver também.- O que me diz?
_ Digo é nada, seus pais vão estar aqui viu.
_ Ah disso eu sei, mas sei lá... eu quero ficar com ele de novo.
_ Não me olha assim, não farei parte disso.
_ Em pensar que eu sempre te ajudo com os seus boys.
_ Nem vem Malu, não adianta. -cruzou os braços e eu dei risada.- Não vai descer?
_ Não tem nada pra fazer lá embaixo e está um calor do caramba. -virei de barriga pra cima e coloquei no stories.- Quando sua mãe fala que vai ter churrasco em casa e você não tem um boy... -gravei a Carol que deu um tchauzinho, rindo.
_ Até se você tivesse um boy, eu sou prioridade. Seus pais me amam...
_ Eu não te mereço, Carol. Fala aí porque você veio.
_ Porque meu crush vai estar presente, apenas. O crush supremo, meu mozão... -ela fechava os olhos abraçando meu urso que estava jogado na minha cama.- Só por isso.
_ Iludida. -parei de gravar e virei de frente pra ela.- Carol e seu boy hein... vocês não iam sair?
_ Eu levei um pé na bunda, muito bem dado por sinal.
_ Como assim?
_ Ele mandou uma mensagem falando que estava enrolado e ia viajar com os pais num final de semana, e foi... deu uns três dias e ele foi marcado em uma foto com a legenda "bom demais estar ao seu lado".
_ Por causa de uma legenda?
_ Queria um letreiro de Hollywood? Ou outdoor com luzes piscantes com uma seta "você é trouxa".
_ Exagerada... -revirei os olhos.
_ O baile segue meu amor, tem que seguir. -falou rindo.- Seu primo vem?
_ Seu crush supremo?
_ Sim, pago um pau pra ele e ele nem imagina.
_ O Nick é lindo e um amor.
_ Lindo é pouco. É o homem que eu torço para que sonhe comigo todos os dias. -caímos na risada até que escutamos batidas na porta, era a minha mãe.
_ Oi, Carol. Chegou cedo em nega. -as duas se abraçaram.- E sua mãe, por que não veio?
_ Preguiça, o namorado dela que me trouxe.
_ Olha só (risos). Fica a vontade viu, você está em casa.
_ Gosto disso (risos). E o rango?
_ Nem começou a ser feito, mas as duas podem saindo do quarto... está o maior sol lá fora.
_ Aí mãe, mas tá muito quente. 
_ Tem uma piscina lá fora, enorme por sinal. E falei pro seu pai arrastar os sofás e deixar o Xbox na sala.
_ Just Dance? Adoro. -Carol disse animada, me puxou da cama na maior empolgação e descemos as três juntas. 
_ Pai!
_ Fala, filhota. Que carinha é essa?
_ Me pega no colo. -ri.
_ Peguei ontem voltando da casa da sua tia Bruna.
_ Eu não lembro.
_ Meus braços sim (risos). E aí, Carola?
_ Oi tio.
_ Tio? Tô velho assim?
_ Tá gatinho ainda, gatinho. -piscou para o meu pai brincando.
_ Pai, você trouxe o que?
_ Sorvete.
_ Flocos e sensação?
_ Também. -respondeu guardando a carteira do lado da TV.- Bora dar um mergulho?
_ Bora. -falei tirando os chinelos, minha roupa e ficando de biquíni assim como a Carol.
_ Minha nossa senhora. Fernanda!
_ O que foi? -minha mãe perguntou toda preocupada.
_ Olha o tamanho desse biquíni. Maria Luísa!
_ Aí pai, que exagero hein. Se fosse pra biquíni ser grande não venderiam fio dental.
_ Eu não vou aguentar, minha mãe do céu. -ele resmungou horrores, mas mergulhou conosco e  ficamos na piscina um tempo. A água estava uma delícia, sem contar que a piscina por enquanto era só nossa.

(...)

_ Quem vai na próxima música? -perguntei pegando o controle do videogame.
_ Eu vou. -Nayara se ofereceu.- Quem vem comigo?
_ Eu. -Carol disse se colocando de pé, ainda tinham mais dois lugares, Melissa e Helena.- Escolhe uma legal hein.
_ Filha, só tem músicas legais aqui. -falei escolhendo uma do Justin e um outro carinha, bem legalzinha. A música delas começou e quase na metade alguém estava tocando a campainha e eu levantei pra atender, eram as meninas, Julia e Camila.- Oi.
_ Oi Malu. -ergui a sobrancelha e ela ajeitou uma mecha do cabelo, sem graça.- Seu irmão está aí?
_ Sim, está na piscina. -respondi.- Podem entrar, oi Camila.
_ Oi Maria Luísa. -sorriu e foi entrando deixando o Matheus, o único que veio e me deu um abraço daqueles e perguntou se eu estava bem.
_ Ótima, estou de férias. -comemorei.
_ E eu terminei a escola, quem está mais feliz? -riu bagunçando meus cabelos.- Quem tá aí?
_ O Art tinha falado que o Kevin viria com o Carlos e o Henrique, mas nenhum dos três chegou ainda.
_ Só tem mulher aqui meu. -ria.
_ Senta lá fora com o meu irmão, tem muito mais homens lá... meus primos inclusive.
_ Vai rolar aquele fut?
_ O que você acha?
_ Theus, você não vai entrar? -Camila voltou até a porta de braços cruzados.- Vem... -o chamou com a mão.
_ Vai lá, totó. -disse rindo e fechando a porta.
_ Chata, né? -cochichou.
_ Igual a irmã (risos). Bate aqui.
_ Malu, Malu. -beijou minha testa e foi.

  Voltei para junto das meninas, mas seria melhor se tivesse pego um banco e sentado na porta porque não parava de chegar gente. Dei uma pausa quando era minha vez no Just Dance.

_ Love the way é tão bonitinha, dança comigo Art.
_ Olha bem minha cara de bailarino. -riu.
_ Eu danço cunhadinha. -Leonardo falou ficando em pé ao meu lado.- Preparada pra perder?
_ Pra você? Me respeita, né Leo (risos).
_ Põe o play então. -dançamos aquela e mais outras duas, entrei na cozinha pra tomar água e na volta a campainha tocava outra vez.
_ Minha nossa senhora! -abri e dei de cara com os atrasados.- Chegaram cedo pra amanhã hein. -brinquei.
_ Viemos para dormir. -Henrique disse piscando pra mim. Cumprimentei os outros e ele ficou por último, me deu um abraço apertadinho e passando as mãos nas minhas costas e um selinho.- Saudades do meu aniversário. -riu.
_ Sem juízo você. -neguei com a cabeça.- Entra aí, Arthur está lá fora com o pessoal.
_ E os meninos?
_ Só o Teteu chegou antes de vocês. -fechei a porta e fomos entrando, ele cumprimentou as meninas e desceu para o quintal.
_ "Eu vi." "Eu também." "Faltou o beijão, só um selinho?" -as meninas zoavam.
_ Nada a ver, podem parando. -falei sentando no sofá.
_ Seu pai me deu carta branca hein. -Leo avisou.- Se eu pegar você já sabe.
_ Deixa minha irmã que ela está na idade. -Melissa me defendeu.- E ele é um gatinho.
_ Beija bem também. -todas demos risada e voltamos a nossa "competição".

  Minha mãe foi chamar a gente pra almoçar já estava tarde, mas foi a hora que a carne estava pronta. Fomos lá pra fora, entramos na fila para fazer nossos pratos e nos acomodamos nas mesas e cadeiras que estavam dispostas pela grama.

_ Pra mim? -Rique perguntou vendo uma cadeira vaga.
_ Junta a outra mesa, aí senta todo mundo.
_ Agora. Segura aqui por favor. -me deu o prato e foi arrastar a mesa e trocar as cadeiras de lugar.- Valeu. -beijou meu rosto e puxou a cadeira, sentando do meu lado.
_ Não acha que você tá muito perto da minha irmã não? Desgruda hein. -Arthur falou todo sério.
_ Nossa, seu grosso. -falei.
_ Grosso nada, tô vendo ele te cercando tem tempo. 
_ Deixa ela Arthur, ela está na idade. -Julia dizia alisando meu irmão, voltei a comer e conversar com o pessoal.
_ Teteuzinho lindo, do meu coração. -falei toda fofa.- Pega refri pra mim e pra Carol, por favor?
_ Vou trazer a garrafa, assim ninguém mais pede (risos). Alguém quer cerveja?
_ Eu não, credo.
_ Não bebe Julia? -perguntei ao ver sua careta.
_ Eu não, você sim?
_ Não gosto de nenhuma bebida alcoólica.
_ Ah eu amo, tenho um amor profundo por álcool. -Nay dizia toda louca, se declarando para a latinha de cerveja.
_ Bem cachaceira, misericórdia.

  Depois de comermos a piscina ficou vazia, porque tinha que esperar um tempinho antes de entrar.   Chamei o pessoal e dei a ideia de jogarmos vôlei lá embaixo, onde o Lupy ficava. Falei pro Arthur pegar a rede e entrei pra buscar a bola. 
  Formamos nossos times e partimos pro jogo.

_ Vocês nem jogam merda nenhuma. -Leonardo falou rindo, depois de ver a Carol errar o saque pelo menos cinco vezes.- É assim, oh... aprende comigo. -foi para o lado dela e deu aquela aula. 
_ Vai Carolzinha, mostra que você aprendeu. -ri.
_ Minha filha, sou uma Fabiana no vôlei.

 Entre um toque o outro os times foram aumentando. Minha mãe desceu com a tia Lila, a Laura chegou com o namorado, meu tio Davi se atreveu também a jogar e até minha avó Marizete quis brincar.
  Aproveitei para descansar com as crianças, deitei na rede com o Bê que estava quase dormindo. Colocou a cabeça no meu peito e ficou mexendo nos meus cabelos.

_ Cansou, Bê?
_ Eu joguei muita bola hoje, Lulu.
_ E fez gol?
_ Um montão, muito.
_ E só isso?
_ Comeu doce também, Lulu.
_ Hmm Lulu. -olhei para o lado e ele estava sentado atrás da rede, quase que não o via.
_ Quem é esse Lulu?
_ Pergunta pra ele, Bê.
_ O que é você?
_ Amigo da Malu e você?
_ Namolado da Lulu, minha mãe deixou.
_ Ah deixou, é? Quantos anos você tem carinha? -Bernardo que estava quase dormindo, despertou e ficou no papo com Henrique.
_ Maria Luísa! -escutei meu pai me chamar e nem respondi, porque sabia que ele estava perto.- Por que não responde?
_ O senhor já estava vindo pra cá. -dei de ombros.- O que foi?
_ Isa tá procurando o filho dela, né? Faz o favor de devolver. -ri.
_ Ele não quer sair daqui, né Bê?
_ Padinho eu tô com a Lulu, não quero ir com a mamãe não.
_ Ah não rapazinho? Bora lá com o padrinho, vem cá... -meu pai sequer falou do Henrique que continuou no mesmo lugar, ele só pegou o Bernardo no colo e entrou.
_ É impressão minha ou você tá fugindo de mim?
_ Eu não, é que tem gente demais aqui. Muito parente... entende?
_ Não. -riu.- Tô brincando.
_ Bobão. -apertei seu nariz.- Vamos descer?
_ Vamos, não vou arrumar nada mesmo né? -dei risada e levantei da rede e voltamos pra junto da galera sob olhares curiosos, inclusive da minha mãe que não fez cerimônia e chegou perguntando.
_ Tava tudo bem lá em cima? Seu pai desceu quieto demais.
_ Não fiz nada, estávamos conversando... detalhe, conversando com o Bê.
_ Rolou nem um beijinho?
_ Hoje não, mãe.
_ Hoje não? -arregalou os olhos.
_ Juro que depois a gente conversa, vamos voltar a jogar?

(...)

  Se não fosse pelo fato de viajarmos na madrugada de quarta-feira nosso churrasco não ia ter hora pra acabar não. O pessoal foi indo embora e meu pai emprestou o carro para o meu irmão levar a namoradinha, a Carol e as amigas da Melissa.
  Matheus foi embora com o pai e levou Kevin e o Carlos junto com ele, Henrique ficou comigo. Sentamos na frente de casa, debaixo da janela e passamos um tempinho ali. Rolou beijo, mais de um na verdade. E foram ainda melhores que o beijo que demos na festa de aniversário dele.

_ Esse celular não para hein. -disse entre o beijo, dei risada e tirei do bolso para dar aquela olhadinha.
_ Instagram.
_ Eu vi hoje cedo "quando sua mãe fala que vai ter churrasco em casa e você não tem um boy", duas doidas.
_ Não fala assim da minha Carol. 
_ A gente poderia sair algum dia desses. O que você acha?
_ Sair? Mas, sair de sair?
_ É Maria Luísa, sair... um parque... restaurante... minha casa.
_ Trouxa. Mas não vai dar...
_ Caramba, que bota hein.
_ Eu viajo essa madruga e volto só dia 03. 
_ Pode ser quando você voltar, não queria ter que esperar outro churrasco pra te dar uns beijos.
_ Bem direto você.
_ Pra que rodeios? Você é daora.
_ Daora por que sou irmã do seu amigo? -ergui a sobrancelha.
_ Você não fica em cima, se oferecendo. Coisa que tinha de monte naquela escola.
_ E você bem passou o rodo, que eu sei.
_ Ficava de olho, é?
_ "Aí eu fiquei com o Rique" "nossa ele é um gato" "viu como ele me olhou". -falava imitando as meninas, revirando os olhos.
_ Tá vendo ai. Você é mais na sua.
_ É que eu não sou muito deslumbrada com essas coisas. Tá beijei na boca, tenho vontade de sair as vezes... mas a adolescência não se resume nisso. Nada contra quem curta namorar, mas isso não tem passado pela minha cabeça.
_ Bate aqui. -ergueu a mão e eu bati, dando risada.- Tá chegando minha hora.
_ Vai ir sozinho?
_ Minha mãe está chegando aí. -levantou do chão e me puxou pela mão e me deu uma juntada meio bruta, Henrique apertou minha cintura e me deu um beijo daqueles e teríamos ficado um tempinho a mais se meu cunhado e minha irmã não tivessem nos pego no flagra é feito aquela zueira de sempre.- Tchau Lulu. -brincou mordendo minha bochecha.
_ Idiota, tchau.
_ Tchau Melissa, falou Leo. -tocou na mão dele e entrou no carro que estava estacionado em frente com os faróis acesos.
_ Se fosse o pai... -Melissa cruzou os braços.
_ É, mas não era. -ri.- Tchau, Leo. -e entrei.- Bernardinho lindo da prima. -tentei mexer com ele, mas ele estava no colo da minha tia e chorou.- Ih, Bernardo. O que foi?
_ É sono, Malu. Eu tô com muito sono. -disse minha tia enquanto ele colocou a chupeta de volta na boca e deitou a cabeça no peito dela.
_ Pior que eu também estou, vou subir... tia! Não vou te ver no natal, então... Feliz Natal! -sorri e a abracei.- Muita prosperidade e saúde pros babys.
_ Obrigada, Lulu. -desejei o mesmo ao meu tio Rober e subi para tomar um banho e dormir.







~.~

  LuNanda não muda, entra ano e sai ano e eles só intensificam as ousadias. Haha! 
  Já a dona Maria Luísa está bem saidinha, não é? Luan que se prepare, rs.

domingo, 17 de dezembro de 2017

Capítulo 246 - Parte III

Narrado por Melissa
  O baile de máscaras teria sido bem melhor sem que Felipe estivesse presente, quase deu merda. Mas até que meu pai foi bem, continuou pleníssimo que nem a minha mãe percebeu a veia dele saltando de estresse e ainda ficou toda derretida com um beijão na boca.
  Voltamos no carro comentando sobre o acontecido e a Malu que me perdoe, mas eu conversei sim com a Julia e ela me pareceu ser gente boa. Dei de ombros, pensando sozinha. Leonardo olhou franzindo a testa e eu mandei ele voltar a prestar atenção no caminho.
  Assim que chegamos, me despedi dele e subi com a Julia. Mostrei a ela meu quarto, dei a ela um pijama e falei onde ficavam as toalhas limpas.


_ Dorme no meu quarto hoje?
_ Tá louco, Art? Minha mãe me mata.
_ Ela vai dormir, nem vai ver.
_ Maninho, não vai rolar. Eu e você sabemos que daria merda... vai lá, bom descanso.
_ Falou, tchau. -e saiu. Fechei a porta e tirei o vestido, os saltos e vesti uma camiseta velha do meu pai que estava jogada em cima da minha cama. Sentei na cama e enquanto a menina tomava banho fiquei no celular fofocando sobre a festa com as minhas amigas, mas quando ela saiu lhe fiz companhia até pegarmos no sono.


   Domingo, acordamos tarde.
 Aproveitei que não faria nada pra tirar a maquiagem toda da noite anterior, tomar aquele banho e lavar os cabelos sem pressa. Quando sai enrolada na toalha e descalça, dei de cara com o meu irmão deitada na minha cama e aos beijos com a Julia.


_ Isso, pra minha mãe dar o show da Maria Betânia. Art, me ajuda né? -ele riu.- Oi Julia.
_ Oi. -disse tímida.
_ Preciso me trocar, tchau Arthur.
_ Sou seu irmão, não vou nem olhar que você tá aqui.
_ Eu disse tchau, vaza. -ele enrolou, mas saiu e eu pude me vestir em paz.- Seu celular estava tocando hoje cedo.
_ Era minha irmã, queria saber se estava tudo e perguntando porque eu não voltei pra casa.
_ Sua mãe não sabia que você ia dormir aqui em casa?
_ Meus pais sim, minha irmã não. -riu.
_ Ah tá, entendi. -disse pegando o secador e ligando na tomada embaixo da penteadeira.
_ Melissa! Melissa! -escutei Malu me gritar.
_ Diga.
_ Minha mãe tá chamando você e a sem sal pra comer.
_ Maria Luísa! -a repreendi.
_ Já fiz minha parte, tchau. -e saiu, olhei toda sem graça e a Julia rindo.
_ Sem sal. -negou com a cabeça.- Ela é criativa.
_ Tá na idade. Quer trocar de roupa?
_ Por favor. -deixei o secador de lado e peguei uma troca para ela vestir, um shorts e um cropped.- Bom, sua bunda é grande... mas acho que serve.
_ Obrigada. -ela encostou a porta e trocou de roupa ali mesmo, disse que ia descer e eu voltei a secar os cabelos.
_ Melissa!
_ Pois não. -respondi separando a última mecha de cabelo.
_ Tô com fome, desce logo.
_ Tô terminando de secar o cabelo, podem comer. -falei e liguei o secador outra vez, não demorei. Guardei as coisas na gaveta e desci.- Bom dia família! -falei beijando o rosto do meu pai e sentando na cadeira que estava vaga entre ele e a Malu.
_ Boa tarde, né? -meu avô falou.- Chegaram bem tarde.
_ Só não fechamos o salão porque meu pai quis vir embora de tudo que é jeito, né pai?
_ Sim (risos).
_ A campainha está tocando. -minha avó disse.
_ É meu cunhado, eu abro. -e saiu correndo, nem me preocupei, continuei me servindo.
_ Oi, oi, oi gente. -falou chegando na sala de jantar, beijou meu rosto e continuou em pé.- E aí, vamos?
_ Pra onde, tá louco?
_ Eu te mandei mensagem, loira.
_ Mentiroso (risos).


  Leonardo puxou uma cadeira e ficou conversando com o pessoal e eu comendo, estava morta de fome. Depois ajudei minha irmã tirar a mesa e voltei para a sala onde meu irmão estava combinando de ir no cinema junto a Julia e meu namorado que super concordou, estava no celular vendo o horário da sessão mais próxima.

_ Cinema? Ninguém pergunta se eu quero ir?
_ Vai ficar em casa? -perguntou levantando a sobrancelha pra mim.
_ Grosso.
_ Melhor que ficar em casa, vamos loira?
_ Eu vou.
_ Posso saber onde? -Maria Luísa chegou sentando no sofá e pondo uma almofada no colo, prestando a atenção no que iríamos responder.
_ Cinema.
_ Hm...
_ Não vai perguntar se ninguém vai te chamar?
_ Não. -franziu a testa.- Por quê?
_ Você tá estranha. -falei e ela negou com a cabeça, rindo e se levantando do sofá.
_ E aí, vamos agora?
_ Tô chamando as meninas, o que acham?
_ Acho que vai ser gente demais, suas amigas são escandalosas.
_ Nada a ver Art, nada a ver. -continuei mandando mensagem para as meninas até que combinamos de nos encontrar no shopping mais tarde.


(...)

_ A namorada do seu irmão tem uma cara de nojenta. -Nayara cochichou quando meu irmão e Julia saíram de perto.
_ Ela é normal, nem chata nem muito legal. Ela é na dela.
_ Fresca. -deduziu ela.- E seus pais?
_ Meu pai está adorando, minha mãe mal olha na cara dela... morre de ciúmes.
_ Só ela? -Tacy perguntou.
_ Eu tenho ciúmes do meu irmão, fico preocupada. Mas também sei que é um pé no saco quando sua família não aceita seu namoro, um saco. -falei lembrando do meu início com o Leonardo.- Minha mãe é assim porque Arthur é o xodó da casa, o único menino. E meu pai está orgulhoso pelo mesmo motivo.
_ E suas irmãs?
_ Helena vai na onda da Malu, e minha irmã não esconde que não gosta dela.
_ Acho que é implicância a toa.
_ Sabe que não Tacy? Maria Luísa não é disso, não... pra ela não ir com a cara de alguém tem alguma coisa.
_ Muito estranho, eu hein.
_ Sim, Nay. Bastante, mas vamos ver.
_ Ver o que garota? Isso aqui é um teste?
_ Que teste, teste nenhum. Mas ela vai viajar com a gente agora no final do ano.
_ Ué, decidiu ir boneca?
_ Não foi bem um decidir, eu vou.
_ Ô tadinha vai passar o natal longe do namoradinho, buá! Buá!
_ Para de ser tonta, menina (risos). Dia 31 ele vai estar comigo em São Miguel dos Milagres.
_ Saudades de quando as prioridades na hora das viagens eram escolher as amigas, agora só Leonardo pra cá, Leo pra lá, meu loirão isso...
_ Tá com ciúmes Nayzinha? Tá bebê? -gargalhei.
_ Não, vocês dois se merecem (risos).


  Logo meu namorado estava de volta com os amigos e nossas pipocas e refrigerantes. Eu agradeci e entramos para assistir ao filme de terror. Filme que me deu muitos sustos, que eu chorei de soluçar e arranhei o braço do Leonardo todinho.

_ Quer ir embora, loira? -assenti.- Tá com o nariz vermelho.
_ Estava chorando, né? -limpei o nariz.
_ É só um filme, amor. Quer tomar sorvete?
_ Não, quero ir pra casa dormir. -beijei sua boca.
_ Melissa, vamos jantar? -Tacy me chamou.- No P6.
_ Vamos. -Leonardo me olhou surpreso e eu ri.- Vamos todos?
_ Sim. -e fomos.


  Jantamos e comemos a sobremesa também antes de ir para casa. Leo ficou lá comigo deitado na minha cama, mas foi embora no meio da madrugada dizendo que sairia cedo na segunda. Ai eu dormi, né.




Narrado por Fernanda
  Viajaríamos no dia 23 e voltaríamos para casa só dia 03 de Janeiro do ano seguinte. Seriam dez dias fora, não tinha como levar pouca coisa na mala ou levar somente uma mala. Digo por mim... Então teria trabalho de sobra e começando desde cedo.
  Acordamos e depois de dar banho e o café para a Leninha, trocar a água e colocar mais ração para o Thor, eu os deixei brincando e subi para o meu quarto outra vez. Luan estava dormindo, mas eu não tinha tempo pra isso. Entrei no closet e passei a manhã e minha tarde toda arrumando as roupas que iríamos levar. Tanto minhas quanto dele, aproveitando e fazendo a limpa naquilo que eu não usaria mais também.
  Arrumei minhas coisas, as do Luan, dona Helena e Maria Luísa. Arthur estava com a missão de arrumar as dele e eu só iria dar uma olhadinha depois. E Melissa sabia como funcionava, estava com a mala dela pronta.


_ Mamãe, eu quero brincar.
_ Eu tô ocupada, cadê seu pai?
_ Jogando a Malu. -falou toda bicuda.- Não tem ninguém pra brincar comigo.
_ Melissa tá no quarto dela, por que você não vai lá conversar com a sua irmã?
_ Ela tá dormindo mamãe, eu já fui.
_ E o Arthur?
_ Jogando bola com o vovô e o tio Heitor. E a vovó Ana saiu. -disse deitado no chão e fechando os olhos, entediada. Fiquei morrendo de dó, não aguentei e levantei para irmos dar uma volta. Prendi o Thor na coleira e saímos, fomos até o parquinho infantil do condomínio.- Vem mamãe, no balanço. -e saiu correndo, soltei Thor também e soube que me arrependeria quando ele pulou na caixa de areia e ficou rolando de um lado para o outro. Guardei o celular no bolso e me permiti brincar com a minha caçula. Empurrar no balanço, ir na gangorra e esperar no final do escorregador. Ainda tinha um negócio pra ficar girando, a caixa de areia que estava super divertida sem ter brinquedo nenhum.

  Ficamos ali em torno de duas horas, voltamos pra casa estava escurecendo e minha filha estava grudando. Sugeri que déssemos banho no cachorro antes de subir e quem tomou um banho fomos nós, de mangueira. Eu estava cansada, mas feliz por ter cansado a Helena.
  Pedi para Melissa secar o Thor com a toalha e passar o secador e subi para dar banho na Leninha.

_ Fecha o olho que eu vou tirar o shampoo do seu cabelo.
_ Mamãe eu tô com fome.
_ Daqui a pouco, tá? Primeiro a mamãe vai tomar banho.
_ Tá legal, mamãe.
_ Fernanda?
_ Oi, tô dando banho na Helena. -falei de volta.
_ Piroca ligou, tá chamando a gente pra jantar na casa dela.
_ E que hora vai ser isso, Luan?
_ Daqui umas duas horas. Tô indo tomar banho.
_ Tá bom.

  Nossos passeios eram meio em cima da hora, mas eram os mais gostosos. Troquei a Nena e falei pra ela ficar quietinha esperando a gente na sala. Invadi o banheiro enquanto Luan estava lá e tomamos banho juntos, mas sem prolongar muito.

_ Sua irmã está aprontando alguma, certeza.
_ Também tô achando. -riu.- Tá calor hein.
_ Para de gracinha, deixa eu me trocar. -falei fugindo dele que estava querendo me agarrar.- Luan.
_ Um beijo, vem aqui, não foge não. -ele tinha todo um jeito pra ficar com safadeza, era todo carinhoso e ousado. Abraçou minha cintura e segurou firme meus cabelos para me dar aquele beijão, gostoso.- Agora vai lá. -deu um tapa na minha bunda e deixou que eu me vestisse. Coloquei um shorts saia mais folgadinho, blusa ombro a ombro e uma sandália sem salto nenhum. Deixei os cabelos soltos e penteados, coloquei algumas pulseiras e um relógio. Perfume borrifado e estava pronta.

  Encontrei-me com os outros na sala, todos prontos, saímos.
  A casa da Bru não ficava longe, algumas ruas para cima da casa dos meus sogros. Chegamos em certa de 25 minutos e fomos recebidos com beijos, abraços e lambidas do Tobias.
  Estávamos nós de casa, meus pais, meus sogros e os pais e irmãos do Rafael. Era um jantar para reunirmos, apenas. Comer e jogar conversa fora.

_ Amei que vocês vieram, até amanhã né? -riu.- Tchau, vão com Deus e avisem quando chegarem. -pediu ela enquanto estávamos nos despedindo.
_ Amém, eu mando mensagem. -respondi entrando no carro, colocando o sinto e esperando meu marido.
_ Tão quietinhos aí atrás.
_ Dormindo. -falei virando a cabeça, dormiam encostados uns nos outros.- Hoje foi um dia e tanto.
_ Eu vi, Helena chegou outra criança em casa.
_ Toda descabelada, cheia de areia e com o rosto sujo de terra. -ri.- Mas estava feliz.
_ O que importa, não é?
_ Ah sim, ela está entediada. Deitada no chão do closet falando, falando e falando.
_ Eu chamei ela pra jogar. -deu de ombros.
_ Helena gosta de correr, de dançar... e dama só se joga de dois.
_ Ela jogava comigo, uai.
_ Não (risos). Melissa dormindo, Arthur e meu pai jogando... minha mãe tinha saído.
_ E você arrumando malas. -riu.- Nem te ajudei, não é?
_ Novidade. Quando é pra arrumar qualquer coisa você corre.
_ Você sabe que eu não ia ajudar em nada.
_ Sei mesmo, mas não custava a boa vontade né, meu amor...
_ Ano que vem eu prometo mudar nisso.
_ Cara de pau. -ri mordendo sua bochecha.
_ Saímos amanhã de madrugada, tá?
_ Hmmm sério? -fiz careta.
_ Sério.
_ Pelo menos iremos de van, dá pra descansar.
_ Amém. -ele começou a rir sozinho, revirei os olhos rindo também sem nem saber do que se tratava.- Ô amor, o Testa vai ser pai de novo.
_ Luan! E você só me conta isso agora?
_ Ele está desesperado, disse o que o Bernardo está muito novo e que ele vai ficar maluco.
_ Não acredito, amor. Que lindos, a Isa deve estar muito feliz.
_ Feliz até eu estou. -sorriu.- Achei até que demorou, nós tivemos quatro.
_ Fomos bem apressadinhos, isso sim.
_ Ah, eu teria outros dez.
_ Deve ter por aí seu safado.
_ Perdida só tinha a Melissa. -gargalhou.- Mas ainda não é gravidez de risco não né?
_ Ela é saudável, então não... porque tem todo o acompanhamento, né amor.
_ Entendi. Testudo está fodido, ela vai pôr ele doido. 
_ Só por estar grávida?
_ Grávidas são temperamentais, cheia de frufrus.
_ Era isso que você pensava de mim seu cachorro, safado!
_ Ah, tinha dia que você acordada toda seca... ai tomava um banho, comia bem no café da manhã e era a esposa mais amorosa do mundo. Ia pra empresa e me ligava chorando, chorando que estava com saudades e eu ia atrás de você... quando chegava você ficava "Luan eu entendo seu trabalho, você tinha que entender o meu também" e voltava pra casa brigada comigo.
_ Tá me chamando de bipolar, então?
_ Sim, mas a bipolar mais linda de toda a minha vida (risos).

  Chegamos em casa e pra descer do carro foi um pouco difícil. Arthur levou Helena no colo, Luan subiu levando Maria Luísa e Melissa esperou por mim para subir. Fechei o carro, a porta e apaguei as luzes.
  Cada um no seu quarto, Luan deu a ideia de tomarmos uma cerveja e comermos um salaminho antes de deitarmos e como não tínhamos um limite e estávamos em casa tomamos mais de cinco latinhas cada um.

_ Você está bêbada. -assenti.
_ Tô morrendo de calor, já quero ficar pelada. -ri.
_ Eu não iria achar ruim.
_ Eu sei, vamos dar um mergulho?
_ Não... tá tarde...
_ Mas eu não tô com sono. -ri.- Quero namorar, o que você acha? Tá cansadinho pra isso?
_ Tô nada muié, pra namorar nóis nunca tá cansado.
_ Safado. -ele riu.- Sabe o que eu queria?
_ O que?
_ Colocar minha fantasia de mulher gato e te dar uma surra de chicote.
_ Depois da surra vou ganhar o que? -surrei no ouvido dele uma sacanagem daquelas e mordi sua orelha.- Posso terminar minha latinha antes?
_ Porra, Luan. Depois de tudo o que eu falei você ainda quer terminar a latinha? -cruzei os braços.
_ Não, vamos subir.

  Praticamente corremos pelas escadas, rindo e receosos de acordarmos nossos filhos. Mas deu tudo certo, entramos no quarto batendo a porta e eu corri para o closet. Tirei a sandália, o shorts saia e blusinha que vestia... sai procurando minha fantasia de mulher gato, mas não estava achando a lingerie. 
Improvisei, coloquei uma lingerie fininha e toda preta, a máscara e um salto preto pra entrar na personagem.

_ Oi, cheguei. -falei saindo do closet e encontrando meu marido sentado na cama, mexendo no celular.- Não larga essa merda, puta que pariu.
_ Ô amorzinho, tô falando com a minha irmã.
_ Bruna cunhada preciso dar uma foda, amanhã vocês se falam. -ri.
_ Desliguei já. Agora vem aqui minha gatinha.
_ Miau.
_ Vai dançar pra mim hoje?
_ Faço o que você quiser... -falei me aproximando dele e iniciando nossa madrugada de muitas loucuras e risadas também. 




~.~
  Eu sou apaixonada por eles, SOCORRO! ❤
 Não sei lidar com essa família, muito menos com o "Adeus!" a ela. Quero mais!