Narrado por Luan
Fernanda tinha duas semanas que estava na correria para essas tais festas. Festas que por sinal aconteciam todos os anos desde antes de estarmos juntos e seguem o mesmo estilo. Bebidas, muita música, rolava pegação sim e outras coisas mais.
Mas me deixou incomodado esse tal de Felipe, gerente de não sei o que, representante da puta que pariu e estava dando em cima da minha mulher. Primeiro Maria Luísa comentou que "minha mãe ligou pra um amigo dela e nós entramos na festa da Luxes", segundo foi a Melissa contando da reunião que tiveram outro dia e ela chegou com o perfume do cara e dizendo coisas que davam a entender que ele investia não era de hoje. Babaca!
E hoje naquela confraternização eu vi como ele olhava para a minha mulher desde quando entramos em seu campo de visão. Sempre firme, com um sorriso filho da puta no rosto e encarando cada parte do seu corpo, do corpo da minha mulher que pareceu não perceber. E só piorou depois que cumprimentou ela com intimidade chamando de Fê, pondo a mão nas costas dela e fingindo que eu não estava lá. Odiei.
Falei pra mim mesmo que não faria o simpático, mas ela estava se divertindo então fiquei na minha. Na mesma mesa em que estavam minha sogra, meu cunhado, o Testa e a Isadora.
_ Dá uma relaxada, parceiro.
_ Que?
_ Para de encarar o cara. -voltei a olhar para o meu copo e tomar mais do drink.
_ Encarando quem? Tá louco?
_ Te conheço tem anos, não é de ontem não. -falou e eu ri.- É meu amigo, eu te entendo.
_ O cara é casado, casado e dando em cima da mulher dos outros.
_ Ignora, ela não está nem dando atenção.
_ E precisa?
_ Pô, não vai brigar a toa. -se levantou e foi ao banheiro, Isa foi para outra mesa e Fernanda voltou toda sorridente. Sugeri que fossemos embora e ela não quis, disse que estava cedo, mas eu não estava mais afim de ficar. Acabei sendo grosseiro e me despedi de todos vindo embora.
Cheguei em casa e tomei um banho, coloquei uma cueca e bermuda de dormir, uma regata e desci para a sala. Entrei na cozinha para tomar água e escutei latidos altos do Thor. Coloquei o copo na pia e fui ver o que estava acontecendo.
_ Ô amigão, o que tá pegando? -o peguei no colo e abri a porta, já que alguém tocava insistentemente a campainha.
_ Oi papai.
_ Nossa pai, voltou cedo hein. Não quiseram ficar? -Melissa perguntou me dando um beijo no rosto e entrando.- Cadê minha mãe? -franziu o cenho.
_ Não estava me sentindo muito bem. -menti.- Pedi que ficassem e eu viria embora.
_ O que você tem papai?
_ Nada não minha princesa. -respondi pegando-a no colo também.- Como foi o filme?
_ Muito legal, papai. Muito!
_ Qual filme foi? -fomos todos para o sofá e batemos um papo descontraído, bem suave. Leonardo se despediu dizendo que mais tarde passava por lá, Melissa concordou e subiu. Continuei ali com as minhas duas caçulas, mas não por muito tempo. Malu queria dormir e Helena já estava caindo de sono, porém não queria dormir.- O papai te coloca na cama, pode ser?
_ Papai você dorme comigo?
_ Durmo sim minha linda, vamos lá.
Subimos, nos deitamos em sua cama e cantei até que ela dormisse e minutos depois eu fizesse o mesmo.
Por algumas horas descansei, mas meu telefone tocou me acordando... atendi e era a Nanda, trocamos algumas palavras e eu voltei a dormir abraçadinho com a minha bebê.
_ Papai, me solta! -acordei com a Nena se mexendo.- Eu quero fazer xixi, papai.
_ Desculpa princesa. -beijei sua testa e deixei ela descer, aproveitei para me espreguiçar e ver que horas eram.
_ Papai! Tá sem papel aqui! -gritou do banheiro. Levantei e fui até o banheiro do corredor, peguei um papel higiênico no armário e voltei pro quarto da Nena.- Ô pai!
_ Pega aqui... -abri a porta devagar e entreguei a ela.
_ Obrigada, já pode ir agora papai. -ri e me afastei. Peguei o celular que estava embaixo do travesseiro e nenhuma notificação importante.- Papai, vai dormir de novo?
_ Não, Nena. Vou pro meu quarto tomar um banho, coisa que a senhorita vai fazer também.
_ Ah não, papai. Tomei ontem e nem tô suada.
_ Posso te dar banho se você quiser uma ajuda. -disse me sentando na cama.
_ Não, não papai. Já estou indo. -falou voltando para o banheiro, levantei e segui até o guarda roupas da bonita, separei o que ela vestiria e deixei em cima da cama. Sai e segui para o meu quarto, abri a porta e tudo continuava escuro, Fernanda estava deitada de costas para a porta. Cabelos caídos para fora da cama, com parte do corpo descoberto e roncando. Deixei o celular em cima do criado mudo depois de colocar no silencioso, tirei a camisa jogando em cima da poltrona e seguindo para o banho.
Estava um dia muito quente, minha cabeça estava coçando de suor. Lavei os cabelos, escovei os dentes, ensaboei todo o corpo, enxaguei e fechei o registro. Puxei a toalha enrolando na cintura e a outra joguei sobre os ombros, fiz a barba e sai.
_ Bom dia. -falei ao ver Fernanda acordada, ela franziu a testa e não disse nada, entrei no closet rindo.
_ Você acordou cedo. -olhei e ela estava em pé encostada na porta.
_ Fui acordado você quis dizer, né? -ri enquanto pegava a toalha e passava na cabeça.
_ Podemos conversar?
_ Já estamos.
_ Sobre o que aconteceu ontem. -cruzou os braços e foi entrando.- Eu não entendi nada, nada mesmo.
_ Você nunca vê nada demais, nunca entende porra nenhuma... eu sou o neurótico, vejo coisas onde não tem. Não é assim? -a encarei.
_ Amor, se eu tô te perguntando é porque eu tenho interesse em saber.
_ Não gosto de você com aquele sujeito e não foi ninguém que me falou nada não, eu vi. Vi como ele te olhava, vi como ele te cumprimentou e vi ele de sorrisinhos pra você o tempo todo em que estive lá.
_ Olha, somos colegas de trabalho. Só isso.
_ Pra você não é?
_ E pra ele também. Ele é casado sabia?
_ Ele também deve saber disso.
_ Você tá um saco pra conversar.
_ Conversa com o Felipe, estavam se dando tão bem ontem. Ele deve ser muito bom de conversas.
_ Amor... -grunhiu, toda manhosa.- Eu sou sua mulher. Nenhum outro homem me interessa.
_ Eu sei.
_ Então por que estamos discutindo? Por que você não dormiu comigo?
_ Porque você teima comigo, só por isso.
_ Eu sou teimosa? Tem certeza?
_ Sempre que eu falo que um cara tá de olho em você, você diz que é coisa da minha cabeça. Que eu tô louco, que meu ciúmes me cega... e qual o resultado? -ela ia responder, mas eu interrompi.- Isso mesmo, eles te ligam com uma desculpa esfarrapada ou ainda tem a cara de pau de mandar mensagem.
_ Você anda vasculhando o meu celular?
_ Dei um exemplo, você que tá se entregando. -falei despreocupado voltando a enxugar os cabelos.
_ Quando vamos fazer as pazes?
_ Quando você admitir que está errada.
_ Mas eu não errei, amor.
_ Tudo bem, continuamos como estamos. -falei voltando ao que fazia e deixando-a de boca aberta, parada no mesmo lugar.
Tirei todo o excesso de água do cabelo, enxuguei todo o corpo e troquei de roupa. Voltei para o banheiro e liguei o secador, Fernanda foi abrindo a porta e entrando.
_ O que? Preciso tomar banho. -falou quando eu fiquei olhando para ela através do espelho.
_ Nada não, fica a vontade.
_ Obrigada.
_ Por nada, amor. -ri e continuei o que fazia, mas não estava dando muito certo. Fernanda tirou toda a roupa antes mesmo de entrar no box e quando o fez deixou a porta aberta, ligou o chuveiro e entrou de cabeça embaixo d'água. Que mulher, cara! A água escorria por todo o seu corpo sem pressa, deixando-me ter uma visão privilegiada daquela escultura.- Tá bom o banho?
_ Ótimo, melhor estaria se eu tivesse companhia. -riu.
_ Você abusa, Fernanda. -falei guardando o secador e saindo do cômodo. Helena já me esperava sentada na cama, jogando no meu celular.- Tá gata hein. Cheirosa, também?
_ Meu nariz tá coçando, papai. Não pus.
_ É sua rinite atacando... vamos descer?
_ E a mamãe?
_ Ainda vai demorar, acabou de entrar no banho.
_ Ah tá. -pulou para o chão.- Corrida?
_ O que falei sobre correr na escada? -adverti.
_ Tá bom, papai.
(...)
Eram raras as vezes em que minha mulher estava errada, mas isso ainda acontecia e quando acontecia ela enrolava, enrolava, enrolava para se desculpar e admitir que estava errada. Mas uma hora isso acontecia.
Passamos todo o dia sem tocar no assunto, até porque ela saiu com a mãe e as filhas, e voltaram no final da tarde.
_ Até você, Malu? -ia tocar em seu cabelo e ela desviou, me fazendo rir.- Calma...
_ Pai, não bagunça. Isso tem que durar até chegar na festa.
_ Então a senhorita vai?
_ Lógico, todo mundo vai. Até a sem sal da Julia. Arthur fica enfiando ela em todo evento de família. -resmungou de braços cruzados.
_ Cê tá é com ciúmes.
_ Nada a ver, pai. -e subiu.
_ Uau, que gata hein sogra. -peguei sua mão e ela deu uma voltinha.- Aprovado.
_ Quanta gentileza. -sorriu.- Minha filha precisa de ajuda, Helena dormiu e a Fernanda está cheia de sacolas.
_ Pra já. -andei até a garagem e vi Fernanda tentando acordar Helena.- Deixa que eu te ajudo. -disse dando a volta e pegando-a no colo.
_ Papai? -perguntou sonolenta.
_ Dorme, princesa. -alisei seus cabelos e entramos, levei Helena para o quartinho dela e a coloquei na cama. Sai do quarto e dei de cara com a Fernanda entrando no nosso.
_ Luan?
_ Hm...
_ Você estava certo, me desculpa.
_ Tá, só isso? -cruzei os braços.
_ Eu estava errada, melhorou?
_ É... mais ou menos né, mas serve.
_ Idiota. -arremessou minha camiseta que estava jogada em cima da cama.
_ O que você aprontou nesse cabelo? Está mais claro.
_ Gostou? Meu cabeleireiro arrasa! -contou toda empolgada.- Ah, amor... senta aqui, deixa eu te mostrar. -sai da porta arrastado até a cama, cai todo desajeitado e ela correu para fuçar as sacolas procurando por alguma coisa.- Achei! -tirou da embalagem.- O que achou?
_ Você não ia de vestido longo? -cruzei os braços e ela fez bico.
_ Ele é longo, olha aqui. -arrumou a saia maior e ficou um vestido longo com uma perna inteira de fora.
_ Ué, vai ficar pelada na festa?
_ Grosso, só estava te mostrando.
_ Ficou lindo, deixa de bico vai... -deitei na cama e puxei Fernanda pela barra do vestido, ela se desequilibrou e caiu em cima de mim com as duas mãos espalmadas no meu peito.- Já está me assediando, safada.
_ Boquinha mais gostosa, do jeitinho que eu gosto. -nos beijamos e ela foi se empolgando, mas tínhamos horário e uma filha com menos de 10 anos e que adorava entrar no nosso quarto sem se anunciar.- Ai, meu cabelo amor!
_ Grande coisa. -ri e me levantei.- Você tem... -olhei no relógio em cima da cabeceira.- 1 hora e 2...23 minutos.
_ Não vai se arrumar?
_ Daqui a pouco.
Esse meu daqui a pouco foi meia hora antes de sairmos. Todos estavam prontos e me esperando. Ajeitei a camisa social, cabelos e o relógio de pulso. Peguei meu celular, carteira e desci.
_ Nossa papai, tá gatão! -Helena disse toda empolgada.
_ Está mesmo, lindo. -Maria Luísa admirava.
_ É coroa, não está nada mal. -Melissa falou apoiando as mãos no meu ombro e me dando um beijo no rosto.- Podemos ir agora?
_ Sim! -disseram em coro.- Temos que nos dividir nos carros.
_ Eu vou com o Leo, Arthur, Maria Luísa e o Heitor podem ir conosco. A cadeirinha da Helena está no seu carro mesmo, pai.
_ Tá bom, bora lá sogrão. -falei dando um tapa no seu ombro, e seguimos para a garagem dando a minha linda esposa a missão de fechar a casa.- Anda, Fernanda!
_ Pronto, amor. Cheguei. -me beijou antes de se ajeitar no banco e pôr o cinto.
_ Qual o endereço de lá? -ela pegou no convite e inseriu no GPS.
Não ficava muito longe de casa, chegamos em quase uma hora por conta de um trânsito lento. O lugar por fora já estava chamando a atenção, as pessoas em aglomeradas na entrada e jurei ter visto algumas câmeras quando passei pela frente, indo para o estacionamento.
Não precisei estacionar, paramos na entrada e descemos todos. Entreguei as chaves e dei a mão pra Helena.
_ Papai, ele vai levar seu carro.
_ Não vai não, depois ele devolve.
_ O que você está esperando, Luan? -Fernanda perguntou mexendo na bolsa.
_ A chave do meu carro.
_ Tô entrando, tá? -assenti.- Nena?
_ Tô esperando o papai. -disse segurando meu braço.
_ Vamos nós então. -saiu desfilando, me fazendo acompanhar com os olhos o balanços do seu quadril.
_ Papai, quem é ela? -disse apontando para a frente, olhei e Arthur estava alisando o rosto de uma menina. Deduzi ser a Julia.- Por que o Tutu está fazendo carinho nela?
_ (ri) Ele vai te contar já já.
_ Mas papai... ela... -apontou outra vez e Arthur reparou, já que estava rindo e a menina olhou toda sem graça.
_ Não pode apontar assim para as pessoas é feio, princesa. -expliquei.
_ Desculpa, papai.
_ Senhor, a chave. -o manobrista devolveu e nós fomos em direção a entrada, onde Arthur nos esperava.
_ Papai, a menina tá olhando eu e sorrindo de mim.
_ Ela está sorrindo de você, Nena?
_ Tá papai. -franziu a testa e soltou da minha mão, cruzando os braços.
_ Pai, essa é a Julia.
_ Prazer, seu Luan.
_ Seu Luan não, vai. -ri.- Pode chamar de sogro. -ela foi ficando vermelha na hora, ri mais ainda.- Tudo bom, Julia? -lhe dei um beijo no rosto e afastei.
_ T...tudo bem sim.
_ Que você é do meu irmão? -nós três olhamos para baixo e ela estava séria, folgada igualzinha a mãe dela.
_ Amiga. -sorriu pondo uma mecha do cabelo atrás da orelha.- Você deve ser a Leninha, acertei?
_ A princesa mais linda da minha vida. -Arthur lhe pegou no colo.
_ É (risos).
_ Podemos ir entrando ou falta mais alguém?
_ Mais ninguém, podemos ir.
Helena era uma criança um tanto impaciente, ainda estávamos apresentando os convites e ela já estava me puxando para entrar logo, papai.
Entrada liberada, paramos para algumas fotos.
_ Obrigado, aproveitem a noite. -disse o fotógrafo.
_ Ai Arthur, para. -Julia cochichava.
_ É sério, estamos todos na mesma mesa.
_ Que vergonha.
_ Lá em casa todo mundo é de boa, relaxa. -abraçou sua cintura.
_ Papai, o Tutu tá namorando?
_ O que é namorar?
_ Beija na boca igual você e a mamãe.
_ Ah, isso que é namorar?
_ Uhuum. -e voltou a ficar quieta, pelo menos enquanto nós estávamos entrando. Passamos por dois seguranças e vi minha esposa vir na nossa direção, deu uma olhada de canto para a Julia e parou na minha frente.
_ Amor, por que não está com a sua máscara?
_ Ah, é. Esqueci. -falei passando as mãos pelo bolso e nada de encontrar, até que ela levantou a mão e estava com ela.- Por isso que eu te amo.
_ Eu sei, sou demais. -falou rindo e me dando um beijo rápido na boca, sorri.- Helena, a sua aqui.
_ Eu não quero mamãe.
_ Não?
_ Não quero não.
_ Mas filha todo mundo está de máscara, Helena.
_ Fernanda, ela não quer.
_ E ela tem querer desde quando? -cruzou os braços.
_ Desde quando é um evento de adultos e ela veio "obrigada". -beijei seu rosto e coloquei a máscara, indo me sentar.
_ Fala comigo e sai andando que você vai ver só. Ridículo.
_ Também te amo. -segurei seu queixo e beijei seus lábios.- Boa noite, boa noite. -cumprimentei as pessoas da mesa ao lado e me acomodei.
(...)
_ Parabéns meu amor, você foi muito bem. -falei dando-lhe um beijo na mão e ajudando-a descer do palco.
_ Obrigada por estar aqui. -sorri e apoiei a mão em sua cintura, passando a outra mão por detrás de seu pescoço e dando um beijo lento e intenso em sua boca.- Nossa amor, que isso?
_ Eu te amo. -nos abraçamos e olhei por cima do seu ombro, sorrindo sarcástico para o idiota que estava secando minha mulher desde a hora que chegamos.
_ Eu também amo você. Vamos?
_ Vai jantar?
_ Não, mas a Nena deve estar morrendo de fome tadinha.
_ Maria Luísa está lá.
_ Mesma coisa que nada. -riu.- Ah! Quero te apresentar para algumas pessoas depois.
_ Clientes?
_ Futuros parceiros, quem sabe. -piscou.
_ Tá, tá. -ela me deu o braço e voltamos para a nossa mesa, o jantar foi servido. Mas também, a pista de dança foi "liberada".- Seu amigo é aquele ali?
_ E veio com a esposa e as filhas, são gêmeas. -disse sorridente.- Aliás, você precisa conhecê-la.
_ Por que?
_ Uma das gêmeas e a mãe são suas fãs, acompanham sua carreira tem um tempo. -conversamos um pouco enquanto comiamos, tanto nós dois quanto com o pessoal da família, que estavam na nossa mesa.- Ô mãe, a senhora vai embora agora?
_ Daqui uma meia horinha, seu pai minha filha... sumiu. -disse olhando para os lados.
_ Vai levar as crianças?
_ A Helena né? Porque eu vou ficar, não me arrumei a toa não. -Malu disparou a falar nos fazendo rir.
_ Precoce. -Melissa disse da irmã, beijando o namorado.
_ Precoce, eu? Não foi eu quem namorava escondido. -retrucou, mas Arthur percebendo mudou o rumo da conversa.- Hm, grande coisa.
_ Mas você hein... tá azeda demais. -falei abraçando-a de lado.- Tá de TPM, filha?
_ Não, pai. Ela que é uma sem sal e ainda faz a simpática, amiga de todo mundo. Não gosto dela e minha mãe também não gostou.
_ Ciúmes.
_ Que?
_ Estão todas com ciúmes, inclusive sua mãe.
_ Minha mãe sabe das coisas.
_ Ô se sabe. -ri.
Fernanda se levantou para levar Helena no banho e na volta quase me infarta. Havia trocado a saia do vestido, estava de máscara e vestido curto, colado ao corpo e exagerado no decote. Virei todo o uísque do copo e respirei fundo, ela percebeu.
_ Não faz essa cara, você já tinha visto.
_ Minha mãe ficou gostosona, pai. -Melissa comentou aprovando.
_ Com todo respeito, minha sogra está lindo.
_ Não tá ajudando seu malacabado. -zoei.
_ Ai ficou bonita mesmo, você é super nova. -Julia elogiou e minhas filhas torceram o nariz, segurei a risada.
_ Eu entendo meu pai, sou o único. -Arthur falou levantando a mão, toquei na mão dele e me levantei ajeitando a roupa.
_ Bora lá no bar, boi?
_ Agora. -disse levantando também e me acompanhando.
Encostamos no bar e não demorou para o infeliz do Felipe chegar e ainda ter a cara de pau de vir me cumprimentar, querer puxar assunto e ainda elogiar minha mulher, o tempo inteiro sendo sugestivo, com duplo sentido...
_ Amor, não sabia que estavam conversando. -chegou se apoiando no meu ombro.- Deixa eu te apresentar... essas são...
_ Andressa, minha esposa e Bruna, minha filha. -Felipe as apresentou.
_ Prazer em conhecê-las. -me levantei cumprimentando com um abraço cada uma delas, nos falamos brevemente, tiramos uma foto para guardar o momento e elas saíram, levando Felipe com elas.
_ Viu amor, ele é uma boa pessoa.
_ Nunca duvidei disso.
_ Mas ainda assim implica.
_ Tenho meus motivos, amor. -nos beijamos outra vez, mas Ana nos interrompeu.- Pois não?
_ Chefe, preciso te roubar um pouquinho.
_ Hoje não é dia de trabalho, Aninha.
_ É dia de fortalecimento de laços e firmação de contratos informais... vem. -e saíram.
_ Ela não para. -comentei com o meu amigo.
_ Isso é bom (risos). Já arrumou as malas?
_ Pô, cara... ainda não, não tirei nem de dentro do guarda roupa ainda.
_ Porra, boi. Vai deixar pra muié, é?
_ Queria, mas ela já tem a dela e da Nena pra arrumar. Fora dar aquele auxílio nas malas da Malu e do Arthur. -fiz careta.
_ Falando em Arthur... bonita aquela namorada dele.
_ Também achei, meu filho tem bom gosto, cara! -falei todo entusiasmado.- Mas as mulheres da casa estão tudo enciumada, Maria Luísa não suporta a moça... Melissa está meio assim e até a menorzinha anda fazendo bico, franzindo a testa.
_ Arthur tá lascado com essa mulherada, ave maria.
_ Uma hora ele acostuma, eu acostumei com o namoro da minha irmã.
_ Depois de muito falar na cabeça dela que eu lembro...
Testa e eu tínhamos assunto a qualquer hora do dia, parecíamos mulheres neste aspecto. Ficamos um bom tempo naquele bar, mas decidimos dar um giro pelo local e nessa volta nos encontramos com produtores conhecidos, alguns empresários de artistas amigos e a tão falada pista de dança.
O DJ no remix de algumas músicas e as pessoas dançando, andando um pouco mais entre elas e encontrei minha mulher empinando a bunda. Coloquei a mão em sua cintura e ela virou assustada.
_ Já ia xingar, ainda bem que é você amor (selinho). Veio dançar um pouquinho? -brincou abraçando meu pescoço com as duas mãos e rebolando para mim de um jeito sutil, sensual.-
_ Está tomando cuidado com esse vestido? -perguntei puxando o tecido para baixo.
_ Tô sim, e para de puxar. -mordeu minha boca.- Dança comigo, amor.
_ Nunca fui bom com isso. -falei deixando o copo de lado e usando as duas mãos para segurar firme em sua cintura e dar aquela juntada, dançar num ritmo nosso. Senti olhares sobre nós e sorri com isso, abri os meus para encontrar o curioso e eis que Felipe nos observava, olhava com desejo. Beijei todo o pescoço da Nanda olhando para ele, mordi sua orelha e apalpei sua bunda com vontade... ele não continuou ali, deu as costas e saiu.
_ Estamos num espaço público, nada de me deixar marcada. -falou olhando para mim.- Mas tô louca pra gente chegar em casa. -alisou meu pau por cima da calça e piscou.
_ Provoca mais Fernanda, eu gosto. -nos beijamos.
_ Hmmm... vem cá, amor. -novamente ela saiu me arrastando, não tive nem tempo de olhar pro Rober e sai.- Lembra aquelas pessoas que eu falei? -assenti.- Estão loucos para conhecer você. -e fomos.
Eram pessoas bem descontraídas e se mostravam bem interessadas, ficamos sentados na mesa deles cerca de uns 15 minutos e saímos de fininho, dando a desculpa de que nossa filha estava dormindo na mesa.
Voltamos para junto dos nossos familiares e Helena dormia no colo do cunhado, Leonardo colocou o paletó nas costas dela e ficou sentado trocando aquela ideia com o meu cunhado.
_ Ainda bem que voltaram, eu já estava de saída. -Analice falou se pondo de pé.- Hugo só iria ao banheiro, deve estar voltando.
_Tá cedo ainda, mãe. -Fernanda dizia.
_ Mas eu já estou com sono, minha filha. Até a Leninha já dormiu.
_ A senhora leva ela pra mim? Daqui a pouco a gente também já está indo.
_ Levo sim.
_ Vamos, Ana?
_ Sim. Tchau crianças. -sorriu.- Prazer em conhecê-la, Julia.
_ O prazer é todo meu, dona Ana.
_ Apareça mais vezes, querida.
_ Vó, vamos né? Tô com sono.
_ Vamos, Maria Luísa.
_ Tchau, tchau pra vocês.
Peguei Helena no colo e fui em direção ao carro, ajeitei ela na cadeirinha e dei um beijo em sua testa antes de fechar a porta do carro.
_ Ainda não estou acreditando que a Malu já foi embora.
_ Nem eu, amor. -beijei seu rosto.- Julia vai dormir lá em casa?
_ Claro que não, não mesmo. -respondeu curta e grossa, gargalhei.- Eu não sei no que você acha tanta graça, idiota.
_ Vocês estão todas é com ciúmes, isso sim. A menina é gente boa, amor.
_ Você é um mentiroso, safado. Você conheceu ela hoje, aqui.
_ E?
_ E como é que diz isso com tanta certeza? Ãn?
_ (ri) Para com isso, vai... é só um namoro.
_ Só um namoro nada, engraçadinho. -falou séria, virando o rosto.
_ Agora dá pra gente namorar um pouquinho, né?
_ Ah amor, aproveita a festa vai. -me deu um selinho e voltou para junto das amigas.
Sobrou apenas nós homens e a Julia que não tinha se enturmado muito ou foi meu filho que não desgrudou dela. Sentamos no bar próximo a pista de dança e fiquei de olho na minha mulher, só não era o único.
_ Pô, pai... relaxa.
_ Que? -fingi não entender.
_ Minha mãe nem está olhando pra ele.
_ Mas ele não para de olhar pra ela e ficar babando, um babaca mesmo. -falei bebendo mais.
_ Mas ele está de aliança, não está? -Julia perguntou baixinho.
_ Sim, a mulher dele é a ruiva que tá do lado.
_ Filha? -Arthur perguntou surpreso, admirando a moça.- Linda.
_ Olha mais Arthur, aproveita e já pede o telefone. -olhei para trás e ela ficou toda sem graça, mas não riu.
_ Ruiva, ruiva. Muito bonita, mas ainda prefiro minha morena dos olhos castanhos escuros.
_ Sou chegado numa loira (risos).
_ Continuo de olho em você com a minha filha, fica esperto. -acabei me distraindo com eles, deixando a Nanda ainda mais a vontade.
Os minutos foram passando, e eu olhando o relógio querendo ir embora. Fernanda percebendo foi até o DJ e pausou a música dizendo que queria fazer os devidos agradecimentos. Pegou o microfone e chamou ao palco todos os envolvidos na organização, discursou e deu a palavra ao infeliz mulherengo.
Fiquei prestando a atenção em tudo, inclusive no momento em que era pra ser trocado um abraço e beijo no rosto e aquele imbecil deu um selinho na minha esposa. Quebrei a taça que estava na minha mão, atraindo olhares curiosos.
_ Pai, o senhor se machucou? -Melissa perguntou preocupada, pegando um guardanapo na bancada.- Ai meu deus!
_ Não foi nada, nada mesmo. -falei indo até a frente, Fernanda desceu me olhando como quem pedia desculpa e ao mesmo tempo implorando pra eu não dar show, mas não ia ficar assim não.- Já deu, né? Podemos ir embora agora?
_ Desculpa, foi super sem querer... eu não... ai amor, eu jamais faria isso com você... -dei as costas, não aguentava mais ela falando daquilo. Segui para o banheiro, encarei minha imagem de frente para o espelho e em fração de segundos vi Felipe abrir a porta com um largo sorriso.
_ Você parece bem estressado. -riu.- Sabe, deu sorte de estarmos em cima de um palco... se fosse na sala da presidência. -fechou os olhos.- Ela não teria escapado.
Não ignorei como das outras vezes, quando percebi já estava grudando aquele infeliz pelo pescoço. Ele arregalou os olhos, talvez desacreditando.
_ Sorte deu você por eu respeitar a empresa dos meus sogros e respeitar sua esposa e filha. -falei no mesmo tom de sarcasmo.- Coisa que você não foi homem para fazer.
_ Falso moralismo vindo de um ex-mulherengo? Hm... eu sou homem, cara. Joga limpo comigo.
_ Homem? É um coitado que canta de galo com um selinho roubado, você é um lixo. Não merece que eu suje minhas mãos e meu nome com você. -o soltei.- Fernanda é linda sim, atraente e minha esposa. Você pode desejar, olhar, mas nunca vai ter. -falei com o maior sorriso no rosto, orgulhoso por ver aqueles olhos ferverem de raiva.
_ Nunca? Está se garantindo demais não acha?
_ Eu conheço bem a mulher que eu tenho. Você conhece a sua? -ele fez uma cara ridícula de dúvida, gargalhei.- Na boa cara, para. Fica longe da minha mulher e digo mais uma vez, isso não é um aviso. -dei um tapinha em seu ombro e sai. Fernanda estava toda assustada, esperando eu falar alguma coisa.
_ Amor, está tudo bem?
_ Sim, só precisei dar uma mijada.
_ Tá bravo comigo?
_ Não. -me aproximei dela e roubei um beijão daqueles que a pegam de surpresa e deixa sem fôlego, Fernanda se desmanchava nos meus braços e segurava firme meus ombros.- Chega, vamos pra casa. -ela estava sorridente e muito ofegante.
_ Nossa, você... você... -se abanava.- Jesus... Luan... -sorri vitorioso vendo aquele mané espumar de raiva.- Ai...
_ Você vem?
_ Preciso dar tchau para as meninas. Já chamou nossos filhos?
_ Continuam no mesmo lugar.
_ Vem comigo então.
Nunca vi pessoa pra enrolar tanto, mas a desculpa era que só veria esse pessoal no ano seguinte. Foram quase vinte minutos para se despedir, pegar a máscara, a bolsa e irmos para o carro do Rober. Ele nos deixou em casa e foi embora, mesmo sendo convidado para ficar com a Isa.
Entramos e nos jogamos no sofá. Segundos depois entraram os quatro jovens adultos, Julia, Melissa, Arthur e Leonardo.
_ Bom, não sei os meninos. Mas a Julia dorme no seu quarto, Melissa. -Fernanda falou séria.
_ O que? -Arthur e Melissa perguntaram juntos, dei risada.
_ Ah, mãe. Para, né?
_ Parar com o que Arthur? Ou é isso ou eu e seu pai podemos levar ela em casa.
_ Não quero atrapalhar, eu posso ligar para o meu pai e... -Julia ia continuar quando a Mê interrompeu.
_ Não, pode dormir comigo. Vem, vamos subir.
_ Tô indo pra casa então, tchau, tchau, tchau povo.
_ Dorme no quarto do Arthur, amor... tá tarde?
_ Minha casa é aqui do lado, amanhã eu tô aqui. -beijou minha filha na minha frente, abraçou minha mulher e saiu.
_ Ele tá abusando, hein.
_ Ai pai, vocês dois se amam.
_ Vai pensando que é assim. -falei sério.- Boa noite pra vocês.
_ Boa noite. -disseram as meninas enquanto subiam. Fernanda foi ao banheiro e Arthur me olhou de canto de olho.
_ Que?
_ Minha mãe quem dá a última palavra nessa casa?
_ Desde que casamos. -falei e ele não manteve a pose de durão e riu junto comigo.- Vai com calma campeão, devagar hein.
_ Deixa comigo, pai... eu sei das coisas. -piscou e subiu correndo.
~.~
Luan sempre tem um ponto de vista mais machão e ao mesmo tempo mais "realista" que a Nanda. Embora muito ciumento, ele na maioria das vezes está certo. KKKKKKK
Amei ele ter narrado e amei mais ainda ele ter feito o "pleno" e não ter saído na mão com o bonitão do Felipe (mesmo ele merecendo apanhar, sim).
Fora nosso casal 20, teve "apresentação" da futura namorada do Arthur. Julia. Quem shippa? Ãn? KKKKKKK beijos, beijinhos.
Luan está de parabéns por não ter quebrado a cara de Felipe.. quero o casal Arthur e julia dando oque fala continua por favor 🙏🙏🙏
ResponderExcluirLuan foi pleno, eu adorei. haha
ExcluirArthur e Julia só começaram, gosto muito.
Que capítulo é esse Brasiiiiiiil
ResponderExcluirQueremos mais, não é Thata? rs
ExcluirContinua amore por favor 🙏🙏
ResponderExcluirContinuei, corre.
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