{...} Abre mais a blusa, me usa! Só não pede pra parar... ♪♫

quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

Capítulo 246 - Parte II

Narrado por Luan 
  Fernanda tinha duas semanas que estava na correria para essas tais festas. Festas que por sinal aconteciam todos os anos desde antes de estarmos juntos e seguem o mesmo estilo. Bebidas, muita música, rolava pegação sim e outras coisas mais.
  Mas me deixou incomodado esse tal de Felipe, gerente de não sei o que, representante da puta que pariu e estava dando em cima da minha mulher. Primeiro Maria Luísa comentou que "minha mãe ligou pra um amigo dela e nós entramos na festa da Luxes", segundo foi a Melissa contando da reunião que tiveram outro dia e ela chegou com o perfume do cara e dizendo coisas que davam a entender que ele investia não era de hoje. Babaca!
  E hoje naquela confraternização eu vi como ele olhava para a minha mulher desde quando entramos em seu campo de visão. Sempre firme, com um sorriso filho da puta no rosto e encarando cada parte do seu corpo, do corpo da minha mulher que pareceu não perceber. E só piorou depois que cumprimentou ela com intimidade chamando de , pondo a mão nas costas dela e fingindo que eu não estava lá. Odiei.
  Falei pra mim mesmo que não faria o simpático, mas ela estava se divertindo então fiquei na minha.   Na mesma mesa em que estavam minha sogra, meu cunhado, o Testa e a Isadora.

_ Dá uma relaxada, parceiro.
_ Que?
_ Para de encarar o cara. -voltei a olhar para o meu copo e tomar mais do drink.
_ Encarando quem? Tá louco?
_ Te conheço tem anos, não é de ontem não. -falou e eu ri.- É meu amigo, eu te entendo.
_ O cara é casado, casado e dando em cima da mulher dos outros.
_ Ignora, ela não está nem dando atenção.
_ E precisa?
_ Pô, não vai brigar a toa. -se levantou e foi ao banheiro, Isa foi para outra mesa e Fernanda voltou toda sorridente. Sugeri que fossemos embora e ela não quis, disse que estava cedo, mas eu não estava mais afim de ficar. Acabei sendo grosseiro e me despedi de todos vindo embora.

  Cheguei em casa e tomei um banho, coloquei uma cueca e bermuda de dormir, uma regata e desci para a sala. Entrei na cozinha para tomar água e escutei latidos altos do Thor. Coloquei o copo na pia e fui ver o que estava acontecendo.

_ Ô amigão, o que tá pegando? -o peguei no colo e abri a porta, já que alguém tocava insistentemente a campainha.
_ Oi papai.
_ Nossa pai, voltou cedo hein. Não quiseram ficar? -Melissa perguntou me dando um beijo no rosto e entrando.- Cadê minha mãe? -franziu o cenho.
_ Não estava me sentindo muito bem. -menti.- Pedi que ficassem e eu viria embora.
_ O que você tem papai?
_ Nada não minha princesa. -respondi pegando-a no colo também.- Como foi o filme?
_ Muito legal, papai. Muito!
_ Qual filme foi? -fomos todos para o sofá e batemos um papo descontraído, bem suave. Leonardo se despediu dizendo que mais tarde passava por lá, Melissa concordou e subiu. Continuei ali com as minhas duas caçulas, mas não por muito tempo. Malu queria dormir e Helena já estava caindo de sono, porém não queria dormir.- O papai te coloca na cama, pode ser?
_ Papai você dorme comigo?
_ Durmo sim minha linda, vamos lá.

  Subimos, nos deitamos em sua cama e cantei até que ela dormisse e minutos depois eu fizesse o mesmo.
  Por algumas horas descansei, mas meu telefone tocou me acordando... atendi e era a Nanda, trocamos algumas palavras e eu voltei a dormir abraçadinho com a minha bebê.

_ Papai, me solta! -acordei com a Nena se mexendo.- Eu quero fazer xixi, papai.
_ Desculpa princesa. -beijei sua testa e deixei ela descer, aproveitei para me espreguiçar e ver que horas eram.
_ Papai! Tá sem papel aqui! -gritou do banheiro. Levantei e fui até o banheiro do corredor, peguei um papel higiênico no armário e voltei pro quarto da Nena.- Ô pai!
_ Pega aqui... -abri a porta devagar e entreguei a ela.
_ Obrigada, já pode ir agora papai. -ri e me afastei. Peguei o celular que estava embaixo do travesseiro e nenhuma notificação importante.- Papai, vai dormir de novo?
_ Não, Nena. Vou pro meu quarto tomar um banho, coisa que a senhorita vai fazer também.
_ Ah não, papai. Tomei ontem e nem tô suada.
_ Posso te dar banho se você quiser uma ajuda. -disse me sentando na cama.
_ Não, não papai. Já estou indo. -falou voltando para o banheiro, levantei e segui até o guarda roupas da bonita, separei o que ela vestiria e deixei em cima da cama. Sai e segui para o meu quarto, abri a porta e tudo continuava escuro, Fernanda estava deitada de costas para a porta. Cabelos caídos para fora da cama, com parte do corpo descoberto e roncando. Deixei o celular em cima do criado mudo depois de colocar no silencioso, tirei a camisa jogando em cima da poltrona e seguindo para o banho.

  Estava um dia muito quente, minha cabeça estava coçando de suor. Lavei os cabelos, escovei os dentes, ensaboei todo o corpo, enxaguei e fechei o registro. Puxei a toalha enrolando na cintura e a outra joguei sobre os ombros, fiz a barba e sai.

_ Bom dia. -falei ao ver Fernanda acordada, ela franziu a testa e não disse nada, entrei no closet rindo.
_ Você acordou cedo. -olhei e ela estava em pé encostada na porta.
_ Fui acordado você quis dizer, né? -ri enquanto pegava a toalha e passava na cabeça.
_ Podemos conversar?
_ Já estamos.
_ Sobre o que aconteceu ontem. -cruzou os braços e foi entrando.- Eu não entendi nada, nada mesmo.
_ Você nunca vê nada demais, nunca entende porra nenhuma... eu sou o neurótico, vejo coisas onde não tem. Não é assim? -a encarei.
_ Amor, se eu tô te perguntando é porque eu tenho interesse em saber.
_ Não gosto de você com aquele sujeito e não foi ninguém que me falou nada não, eu vi. Vi como ele te olhava, vi como ele te cumprimentou e vi ele de sorrisinhos pra você o tempo todo em que estive lá.
_ Olha, somos colegas de trabalho. Só isso.
_ Pra você não é?
_ E pra ele também. Ele é casado sabia?
_ Ele também deve saber disso.
_ Você tá um saco pra conversar.
_ Conversa com o Felipe, estavam se dando tão bem ontem. Ele deve ser muito bom de conversas.
_ Amor... -grunhiu, toda manhosa.- Eu sou sua mulher. Nenhum outro homem me interessa.
_ Eu sei.
_ Então por que estamos discutindo? Por que você não dormiu comigo?
_ Porque você teima comigo, só por isso.
_ Eu sou teimosa? Tem certeza?
_ Sempre que eu falo que um cara tá de olho em você, você diz que é coisa da minha cabeça. Que eu tô louco, que meu ciúmes me cega... e qual o resultado? -ela ia responder, mas eu interrompi.- Isso mesmo, eles te ligam com uma desculpa esfarrapada ou ainda tem a cara de pau de mandar mensagem.
_ Você anda vasculhando o meu celular?
_ Dei um exemplo, você que tá se entregando. -falei despreocupado voltando a enxugar os cabelos.
_ Quando vamos fazer as pazes?
_ Quando você admitir que está errada.
_ Mas eu não errei, amor.
_ Tudo bem, continuamos como estamos. -falei voltando ao que fazia e deixando-a de boca aberta, parada no mesmo lugar.

  Tirei todo o excesso de água do cabelo, enxuguei todo o corpo e troquei de roupa. Voltei para o banheiro e liguei o secador, Fernanda foi abrindo a porta e entrando.

_ O que? Preciso tomar banho. -falou quando eu fiquei olhando para ela através do espelho.
_ Nada não, fica a vontade.
_ Obrigada.
_ Por nada, amor. -ri e continuei o que fazia, mas não estava dando muito certo. Fernanda tirou toda a roupa antes mesmo de entrar no box e quando o fez deixou a porta aberta, ligou o chuveiro e entrou de cabeça embaixo d'água. Que mulher, cara! A água escorria por todo o seu corpo sem pressa, deixando-me ter uma visão privilegiada daquela escultura.- Tá bom o banho?
_ Ótimo, melhor estaria se eu tivesse companhia. -riu.
_ Você abusa, Fernanda. -falei guardando o secador e saindo do cômodo. Helena já me esperava sentada na cama, jogando no meu celular.- Tá gata hein. Cheirosa, também?
_ Meu nariz tá coçando, papai. Não pus.
_ É sua rinite atacando... vamos descer?
_ E a mamãe?
_ Ainda vai demorar, acabou de entrar no banho.
_ Ah tá. -pulou para o chão.- Corrida?
_ O que falei sobre correr na escada? -adverti.
_ Tá bom, papai.

(...)

  Eram raras as vezes em que minha mulher estava errada, mas isso ainda acontecia e quando acontecia ela enrolava, enrolava, enrolava para se desculpar e admitir que estava errada. Mas uma hora isso acontecia.
  Passamos todo o dia sem tocar no assunto, até porque ela saiu com a mãe e as filhas, e voltaram no final da tarde.

_ Até você, Malu? -ia tocar em seu cabelo e ela desviou, me fazendo rir.- Calma...
_ Pai, não bagunça. Isso tem que durar até chegar na festa.
_ Então a senhorita vai?
_ Lógico, todo mundo vai. Até a sem sal da Julia. Arthur fica enfiando ela em todo evento de família. -resmungou de braços cruzados.
_ Cê tá é com ciúmes.
_ Nada a ver, pai. -e subiu.
_ Uau, que gata hein sogra. -peguei sua mão e ela deu uma voltinha.- Aprovado.
_ Quanta gentileza. -sorriu.- Minha filha precisa de ajuda, Helena dormiu e a Fernanda está cheia de sacolas.
_ Pra já. -andei até a garagem e vi Fernanda tentando acordar Helena.- Deixa que eu te ajudo. -disse dando a volta e pegando-a no colo.
_ Papai? -perguntou sonolenta.
_ Dorme, princesa. -alisei seus cabelos e entramos, levei Helena para o quartinho dela e a coloquei na cama. Sai do quarto e dei de cara com a Fernanda entrando no nosso.
_ Luan?
_ Hm...
_ Você estava certo, me desculpa.
_ Tá, só isso? -cruzei os braços.
_ Eu estava errada, melhorou?
_ É... mais ou menos né, mas serve.
_ Idiota. -arremessou minha camiseta que estava jogada em cima da cama.
_ O que você aprontou nesse cabelo? Está mais claro.
_ Gostou? Meu cabeleireiro arrasa! -contou toda empolgada.- Ah, amor... senta aqui, deixa eu te mostrar. -sai da porta arrastado até a cama, cai todo desajeitado e ela correu para fuçar as sacolas procurando por alguma coisa.- Achei! -tirou da embalagem.- O que achou?
_ Você não ia de vestido longo? -cruzei os braços e ela fez bico.
_ Ele é longo, olha aqui. -arrumou a saia maior e ficou um vestido longo com uma perna inteira de fora.
_ Ué, vai ficar pelada na festa?
_ Grosso, só estava te mostrando.
_ Ficou lindo, deixa de bico vai... -deitei na cama e puxei Fernanda pela barra do vestido, ela se desequilibrou e caiu em cima de mim com as duas mãos espalmadas no meu peito.- Já está me assediando, safada.
_ Boquinha mais gostosa, do jeitinho que eu gosto. -nos beijamos e ela foi se empolgando, mas tínhamos horário e uma filha com menos de 10 anos e que adorava entrar no nosso quarto sem se anunciar.- Ai, meu cabelo amor!
_ Grande coisa. -ri e me levantei.- Você tem... -olhei no relógio em cima da cabeceira.- 1 hora e 2...23 minutos.
_ Não vai se arrumar?
_ Daqui a pouco.

  Esse meu daqui a pouco foi meia hora antes de sairmos. Todos estavam prontos e me esperando. Ajeitei a camisa social, cabelos e o relógio de pulso. Peguei meu celular, carteira e desci.

_ Nossa papai, tá gatão! -Helena disse toda empolgada.
_ Está mesmo, lindo. -Maria Luísa admirava.
_ É coroa, não está nada mal. -Melissa falou apoiando as mãos no meu ombro e me dando um beijo no rosto.- Podemos ir agora?
_ Sim! -disseram em coro.- Temos que nos dividir nos carros.
_ Eu vou com o Leo, Arthur, Maria Luísa e o Heitor podem ir conosco. A cadeirinha da Helena está no seu carro mesmo, pai.
_ Tá bom, bora lá sogrão. -falei dando um tapa no seu ombro, e seguimos para a garagem dando a minha linda esposa a missão de fechar a casa.- Anda, Fernanda!
_ Pronto, amor. Cheguei. -me beijou antes de se ajeitar no banco e pôr o cinto.
_ Qual o endereço de lá? -ela pegou no convite e inseriu no GPS.

  Não ficava muito longe de casa, chegamos em quase uma hora por conta de um trânsito lento. O lugar por fora já estava chamando a atenção, as pessoas em aglomeradas na entrada e jurei ter visto algumas câmeras quando passei pela frente, indo para o estacionamento.
  Não precisei estacionar, paramos na entrada e descemos todos. Entreguei as chaves e dei a mão pra Helena.

_ Papai, ele vai levar seu carro.
_ Não vai não, depois ele devolve.
_ O que você está esperando, Luan? -Fernanda perguntou mexendo na bolsa.
_ A chave do meu carro.
_ Tô entrando, tá? -assenti.- Nena?
_ Tô esperando o papai. -disse segurando meu braço.
_ Vamos nós então. -saiu desfilando, me fazendo acompanhar com os olhos o balanços do seu quadril.
_ Papai, quem é ela? -disse apontando para a frente, olhei e Arthur estava alisando o rosto de uma menina. Deduzi ser a Julia.- Por que o Tutu está fazendo carinho nela?
_ (ri) Ele vai te contar já já.
_ Mas papai... ela... -apontou outra vez e Arthur reparou, já que estava rindo e a menina olhou toda sem graça.
_ Não pode apontar assim para as pessoas é feio, princesa. -expliquei.
_ Desculpa, papai.
_ Senhor, a chave. -o manobrista devolveu e nós fomos em direção a entrada, onde Arthur nos esperava.
_ Papai, a menina tá olhando eu e sorrindo de mim.
_ Ela está sorrindo de você, Nena?
_ Tá papai. -franziu a testa e soltou da minha mão, cruzando os braços.
_ Pai, essa é a Julia.
_ Prazer, seu Luan.
_ Seu Luan não, vai. -ri.- Pode chamar de sogro. -ela foi ficando vermelha na hora, ri mais ainda.- Tudo bom, Julia? -lhe dei um beijo no rosto e afastei.
_ T...tudo bem sim.
_ Que você é do meu irmão? -nós três olhamos para baixo e ela estava séria, folgada igualzinha a mãe dela.
_ Amiga. -sorriu pondo uma mecha do cabelo atrás da orelha.- Você deve ser a Leninha, acertei?
_ A princesa mais linda da minha vida. -Arthur lhe pegou no colo.
_ É (risos).
_ Podemos ir entrando ou falta mais alguém?
_ Mais ninguém, podemos ir.

  Helena era uma criança um tanto impaciente, ainda estávamos apresentando os convites e ela já estava me puxando para entrar logo, papai.
   Entrada liberada, paramos para algumas fotos.

_ Obrigado, aproveitem a noite. -disse o fotógrafo.
_ Ai Arthur, para. -Julia cochichava.
_ É sério, estamos todos na mesma mesa.
_ Que vergonha.
_ Lá em casa todo mundo é de boa, relaxa. -abraçou sua cintura.
_ Papai, o Tutu tá namorando?
_ O que é namorar?
_ Beija na boca igual você e a mamãe.
_ Ah, isso que é namorar?
_ Uhuum. -e voltou a ficar quieta, pelo menos enquanto nós estávamos entrando. Passamos por dois seguranças e vi minha esposa vir na nossa direção, deu uma olhada de canto para a Julia e parou na minha frente.
_ Amor, por que não está com a sua máscara?
_ Ah, é. Esqueci. -falei passando as mãos pelo bolso e nada de encontrar, até que ela levantou a mão e estava com ela.- Por isso que eu te amo.
_ Eu sei, sou demais. -falou rindo e me dando um beijo rápido na boca, sorri.- Helena, a sua aqui.
_ Eu não quero mamãe.
_ Não?
_ Não quero não.
_ Mas filha todo mundo está de máscara, Helena.
_ Fernanda, ela não quer.
_ E ela tem querer desde quando? -cruzou os braços.
_ Desde quando é um evento de adultos e ela veio "obrigada". -beijei seu rosto e coloquei a máscara, indo me sentar.
_ Fala comigo e sai andando que você vai ver só. Ridículo.
_ Também te amo. -segurei seu queixo e beijei seus lábios.- Boa noite, boa noite. -cumprimentei as pessoas da mesa ao lado e me acomodei.

(...)

_ Parabéns meu amor, você foi muito bem. -falei dando-lhe um beijo na mão e ajudando-a descer do palco.
_ Obrigada por estar aqui. -sorri e apoiei a mão em sua cintura, passando a outra mão por detrás de seu pescoço e dando um beijo lento e intenso em sua boca.- Nossa amor, que isso?
_ Eu te amo. -nos abraçamos e olhei por cima do seu ombro, sorrindo sarcástico para o idiota que estava secando minha mulher desde a hora que chegamos.
_ Eu também amo você. Vamos?
_ Vai jantar?
_ Não, mas a Nena deve estar morrendo de fome tadinha.
_ Maria Luísa está lá.
_ Mesma coisa que nada. -riu.- Ah! Quero te apresentar para algumas pessoas depois.
_ Clientes?
_ Futuros parceiros, quem sabe. -piscou.
_ Tá, tá. -ela me deu o braço e voltamos para a nossa mesa, o jantar foi servido. Mas também, a pista de dança foi "liberada".- Seu amigo é aquele ali?
_ E veio com a esposa e as filhas, são gêmeas. -disse sorridente.- Aliás, você precisa conhecê-la.
_ Por que?
_ Uma das gêmeas e a mãe são suas fãs, acompanham sua carreira tem um tempo. -conversamos um pouco enquanto comiamos, tanto nós dois quanto com o pessoal da família, que estavam na nossa mesa.- Ô mãe, a senhora vai embora agora?
_ Daqui uma meia horinha, seu pai minha filha... sumiu. -disse olhando para os lados.
_ Vai levar as crianças?
_ A Helena né? Porque eu vou ficar, não me arrumei a toa não. -Malu disparou a falar nos fazendo rir.
_ Precoce. -Melissa disse da irmã, beijando o namorado.
_ Precoce, eu? Não foi eu quem namorava escondido. -retrucou, mas Arthur percebendo mudou o rumo da conversa.- Hm, grande coisa.
_ Mas você hein... tá azeda demais. -falei abraçando-a de lado.- Tá de TPM, filha?
_ Não, pai. Ela que é uma sem sal e ainda faz a simpática, amiga de todo mundo. Não gosto dela e minha mãe também não gostou.
_ Ciúmes.
_ Que?
_ Estão todas com ciúmes, inclusive sua mãe.
_ Minha mãe sabe das coisas.
_ Ô se sabe. -ri.

  Fernanda se levantou para levar Helena no banho e na volta quase me infarta. Havia trocado a saia do vestido, estava de máscara e vestido curto, colado ao corpo e exagerado no decote. Virei todo o uísque do copo e respirei fundo, ela percebeu.

_ Não faz essa cara, você já tinha visto.
_ Minha mãe ficou gostosona, pai. -Melissa comentou aprovando.
_ Com todo respeito, minha sogra está lindo.
_ Não tá ajudando seu malacabado. -zoei.
_ Ai ficou bonita mesmo, você é super nova. -Julia elogiou e minhas filhas torceram o nariz, segurei a risada.
_ Eu entendo meu pai, sou o único. -Arthur falou levantando a mão, toquei na mão dele e me levantei ajeitando a roupa.
_ Bora lá no bar, boi?
_ Agora. -disse levantando também e me acompanhando.

  Encostamos no bar e não demorou para o infeliz do Felipe chegar e ainda ter a cara de pau de vir me cumprimentar, querer puxar assunto e ainda elogiar minha mulher, o tempo inteiro sendo sugestivo, com duplo sentido...

_ Amor, não sabia que estavam conversando. -chegou se apoiando no meu ombro.- Deixa eu te apresentar... essas são...
_ Andressa, minha esposa e Bruna, minha filha. -Felipe as apresentou.
_ Prazer em conhecê-las. -me levantei cumprimentando com um abraço cada uma delas, nos falamos brevemente, tiramos uma foto para guardar o momento e elas saíram, levando Felipe com elas.
_ Viu amor, ele é uma boa pessoa.
_ Nunca duvidei disso.
_ Mas ainda assim implica.
_ Tenho meus motivos, amor. -nos beijamos outra vez, mas Ana nos interrompeu.- Pois não?
_ Chefe, preciso te roubar um pouquinho.
_ Hoje não é dia de trabalho, Aninha.
_ É dia de fortalecimento de laços e firmação de contratos informais... vem. -e saíram.
_ Ela não para. -comentei com o meu amigo.
_ Isso é bom (risos). Já arrumou as malas?
_ Pô, cara... ainda não, não tirei nem de dentro do guarda roupa ainda.
_ Porra, boi. Vai deixar pra muié, é?
_ Queria, mas ela já tem a dela e da Nena pra arrumar. Fora dar aquele auxílio nas malas da Malu e do Arthur. -fiz careta.
_ Falando em Arthur... bonita aquela namorada dele.
_ Também achei, meu filho tem bom gosto, cara! -falei todo entusiasmado.- Mas as mulheres da casa estão tudo enciumada, Maria Luísa não suporta a moça... Melissa está meio assim e até a menorzinha anda fazendo bico, franzindo a testa.
_ Arthur tá lascado com essa mulherada, ave maria.
_ Uma hora ele acostuma, eu acostumei com o namoro da minha irmã.
_ Depois de muito falar na cabeça dela que eu lembro...

  Testa e eu tínhamos assunto a qualquer hora do dia, parecíamos mulheres neste aspecto. Ficamos um bom tempo naquele bar, mas decidimos dar um giro pelo local e nessa volta nos encontramos com produtores conhecidos, alguns empresários de artistas amigos e a tão falada pista de dança.
  O DJ no remix de algumas músicas e as pessoas dançando, andando um pouco mais entre elas e encontrei minha mulher empinando a bunda. Coloquei a mão em sua cintura e ela virou assustada.

_ Já ia xingar, ainda bem que é você amor (selinho). Veio dançar um pouquinho? -brincou abraçando meu pescoço com as duas mãos e rebolando para mim de um jeito sutil, sensual.-
_ Está tomando cuidado com esse vestido? -perguntei puxando o tecido para baixo.
_ Tô sim, e para de puxar. -mordeu minha boca.- Dança comigo, amor.
_ Nunca fui bom com isso. -falei deixando o copo de lado e usando as duas mãos para segurar firme em sua cintura e dar aquela juntada, dançar num ritmo nosso. Senti olhares sobre nós e sorri com isso, abri os meus para encontrar o curioso e eis que Felipe nos observava, olhava com desejo. Beijei todo o pescoço da Nanda olhando para ele, mordi sua orelha e apalpei sua bunda com vontade... ele não continuou ali, deu as costas e saiu.
_ Estamos num espaço público, nada de me deixar marcada. -falou olhando para mim.- Mas tô louca pra gente chegar em casa. -alisou meu pau por cima da calça e piscou.
_ Provoca mais Fernanda, eu gosto. -nos beijamos.
_ Hmmm... vem cá, amor. -novamente ela saiu me arrastando, não tive nem tempo de olhar pro Rober e sai.- Lembra aquelas pessoas que eu falei? -assenti.- Estão loucos para conhecer você. -e fomos.

  Eram pessoas bem descontraídas e se mostravam bem interessadas, ficamos sentados na mesa deles cerca de uns 15 minutos e saímos de fininho, dando a desculpa de que nossa filha estava dormindo na mesa.
  Voltamos para junto dos nossos familiares e Helena dormia no colo do cunhado, Leonardo colocou o paletó nas costas dela e ficou sentado trocando aquela ideia com o meu cunhado.

_ Ainda bem que voltaram, eu já estava de saída. -Analice falou se pondo de pé.- Hugo só iria ao banheiro, deve estar voltando.
_Tá cedo ainda, mãe. -Fernanda dizia.
_ Mas eu já estou com sono, minha filha. Até a Leninha já dormiu.
_ A senhora leva ela pra mim? Daqui a pouco a gente também já está indo.
_ Levo sim.
_ Vamos, Ana?
_ Sim. Tchau crianças. -sorriu.- Prazer em conhecê-la, Julia.
_ O prazer é todo meu, dona Ana.
_ Apareça mais vezes, querida.
_ Vó, vamos né? Tô com sono.
_ Vamos, Maria Luísa.
_ Tchau, tchau pra vocês.

  Peguei Helena no colo e fui em direção ao carro, ajeitei ela na cadeirinha e dei um beijo em sua testa antes de fechar a porta do carro.

_ Ainda não estou acreditando que a Malu já foi embora.
_ Nem eu, amor. -beijei seu rosto.- Julia vai dormir lá em casa?
_ Claro que não, não mesmo. -respondeu curta e grossa, gargalhei.- Eu não sei no que você acha tanta graça, idiota.
_ Vocês estão todas é com ciúmes, isso sim. A menina é gente boa, amor.
_ Você é um mentiroso, safado. Você conheceu ela hoje, aqui.
_ E?
_ E como é que diz isso com tanta certeza? Ãn?
_ (ri) Para com isso, vai... é só um namoro.
_ Só um namoro nada, engraçadinho. -falou séria, virando o rosto.
_ Agora dá pra gente namorar um pouquinho, né?
_ Ah amor, aproveita a festa vai. -me deu um selinho e voltou para junto das amigas.

  Sobrou apenas nós homens e a Julia que não tinha se enturmado muito ou foi meu filho que não desgrudou dela. Sentamos no bar próximo a pista de dança e fiquei de olho na minha mulher, só não era o único.

_ Pô, pai... relaxa.
_ Que? -fingi não entender.
_ Minha mãe nem está olhando pra ele.
_ Mas ele não para de olhar pra ela e ficar babando, um babaca mesmo. -falei bebendo mais.
_ Mas ele está de aliança, não está? -Julia perguntou baixinho.
_ Sim, a mulher dele é a ruiva que tá do lado.
_ Filha? -Arthur perguntou surpreso, admirando a moça.- Linda.
_ Olha mais Arthur, aproveita e já pede o telefone. -olhei para trás e ela ficou toda sem graça, mas não riu.
_ Ruiva, ruiva. Muito bonita, mas ainda prefiro minha morena dos olhos castanhos escuros.
_ Sou chegado numa loira (risos).
_ Continuo de olho em você com a minha filha, fica esperto. -acabei me distraindo com eles, deixando a Nanda ainda mais a vontade.

   Os minutos foram passando, e eu olhando o relógio querendo ir embora. Fernanda percebendo foi até o DJ e pausou a música dizendo que queria fazer os devidos agradecimentos. Pegou o microfone e chamou ao palco todos os envolvidos na organização, discursou e deu a palavra ao infeliz mulherengo.
   Fiquei prestando a atenção em tudo, inclusive no momento em que era pra ser trocado um abraço e beijo no rosto e aquele imbecil deu um selinho na minha esposa. Quebrei a taça que estava na minha mão, atraindo olhares curiosos.

_ Pai, o senhor se machucou? -Melissa perguntou preocupada, pegando um guardanapo na bancada.- Ai meu deus!
_ Não foi nada, nada mesmo. -falei indo até a frente, Fernanda desceu me olhando como quem pedia desculpa e ao mesmo tempo implorando pra eu não dar show, mas não ia ficar assim não.- Já deu, né? Podemos ir embora agora?
_ Desculpa, foi super sem querer... eu não... ai amor, eu jamais faria isso com você... -dei as costas, não aguentava mais ela falando daquilo. Segui para o banheiro, encarei minha imagem de frente para o espelho e em fração de segundos vi Felipe abrir a porta com um largo sorriso.
_ Você parece bem estressado. -riu.- Sabe, deu sorte de estarmos em cima de um palco... se fosse na sala da presidência. -fechou os olhos.- Ela não teria escapado.

  Não ignorei como das outras vezes, quando percebi já estava grudando aquele infeliz pelo pescoço. Ele arregalou os olhos, talvez desacreditando.

_ Sorte deu você por eu respeitar a empresa dos meus sogros e respeitar sua esposa e filha. -falei no mesmo tom de sarcasmo.- Coisa que você não foi homem para fazer.
_ Falso moralismo vindo de um ex-mulherengo? Hm... eu sou homem, cara. Joga limpo comigo.
_ Homem? É um coitado que canta de galo com um selinho roubado, você é um lixo. Não merece que eu suje minhas mãos e meu nome com você. -o soltei.- Fernanda é linda sim, atraente e minha esposa. Você pode desejar, olhar, mas nunca vai ter. -falei com o maior sorriso no rosto, orgulhoso por ver aqueles olhos ferverem de raiva.
_ Nunca? Está se garantindo demais não acha?
_ Eu conheço bem a mulher que eu tenho. Você conhece a sua? -ele fez uma cara ridícula de dúvida, gargalhei.- Na boa cara, para. Fica longe da minha mulher e digo mais uma vez, isso não é um aviso. -dei um tapinha em seu ombro e sai. Fernanda estava toda assustada, esperando eu falar alguma coisa.
_ Amor, está tudo bem?
_ Sim, só precisei dar uma mijada.
_ Tá bravo comigo?
_ Não. -me aproximei dela e roubei um beijão daqueles que a pegam de surpresa e deixa sem fôlego, Fernanda se desmanchava nos meus braços e segurava firme meus ombros.- Chega, vamos pra casa. -ela estava sorridente e muito ofegante.
_ Nossa, você... você... -se abanava.- Jesus... Luan... -sorri vitorioso vendo aquele mané espumar de raiva.- Ai...
_ Você vem?
_ Preciso dar tchau para as meninas. Já chamou nossos filhos?
_ Continuam no mesmo lugar.
_ Vem comigo então.

  Nunca vi pessoa pra enrolar tanto, mas a desculpa era que só veria esse pessoal no ano seguinte. Foram quase vinte minutos para se despedir, pegar a máscara, a bolsa e irmos para o carro do Rober. Ele nos deixou em casa e foi embora, mesmo sendo convidado para ficar com a Isa.
  Entramos e nos jogamos no sofá. Segundos depois entraram os quatro jovens adultos, Julia, Melissa, Arthur e Leonardo.

_ Bom, não sei os meninos. Mas a Julia dorme no seu quarto, Melissa. -Fernanda falou séria.
_ O que? -Arthur e Melissa perguntaram juntos, dei risada.
_ Ah, mãe. Para, né?
_ Parar com o que Arthur? Ou é isso ou eu e seu pai podemos levar ela em casa.
_ Não quero atrapalhar, eu posso ligar para o meu pai e... -Julia ia continuar quando a Mê interrompeu.
_ Não, pode dormir comigo. Vem, vamos subir.
_ Tô indo pra casa então, tchau, tchau, tchau povo.
_ Dorme no quarto do Arthur, amor... tá tarde?
_ Minha casa é aqui do lado, amanhã eu tô aqui. -beijou minha filha na minha frente, abraçou minha mulher e saiu.
_ Ele tá abusando, hein.
_ Ai pai, vocês dois se amam.
_ Vai pensando que é assim. -falei sério.- Boa noite pra vocês.
_ Boa noite. -disseram as meninas enquanto subiam. Fernanda foi ao banheiro e Arthur me olhou de canto de olho.
_ Que?
_ Minha mãe quem dá a última palavra nessa casa?
_ Desde que casamos. -falei e ele não manteve a pose de durão e riu junto comigo.- Vai com calma campeão, devagar hein.
_ Deixa comigo, pai... eu sei das coisas. -piscou e subiu correndo.










~.~
  Luan sempre tem um ponto de vista mais machão e ao mesmo tempo mais "realista" que a Nanda. Embora muito ciumento, ele na maioria das vezes está certo. KKKKKKK
  Amei ele ter narrado e amei mais ainda ele ter feito o "pleno" e não ter saído na mão com o bonitão do Felipe (mesmo ele merecendo apanhar, sim).
Fora nosso casal 20, teve "apresentação" da futura namorada do Arthur. Julia. Quem shippa? Ãn? KKKKKKK beijos, beijinhos.

6 comentários:

  1. Luan está de parabéns por não ter quebrado a cara de Felipe.. quero o casal Arthur e julia dando oque fala continua por favor 🙏🙏🙏

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    1. Luan foi pleno, eu adorei. haha
      Arthur e Julia só começaram, gosto muito.

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