Narrado por Maria Luísa
O clima da boa convivência em casa permaneceu por dias, quando eu digo dias, são quase duas semanas. Não teve briga, não teve TPM ou nota vermelha que desfizesse isso. Tudo estava tranquilo e calmo até o Henrique me convidar para jantar na casa dele e meu pai perguntar que horas ele me traria de volta. Sim, ele estava em casa porque pegou alguns dias de folga. Rolou até um estresse, mas nada grave e eu acabei indo.
_ Pensei que você não iria mais.
_ Meu pai encrencou de última hora, perguntando que horas você ia me levar de volta.
_ E você? -perguntou pondo o cinto de segurança.
_ Disse que não tinha hora pra voltar, não.
_ Assim? Tranquila?
_ Obviamente não, mas minha mãe estava junto e contornou a situação, disse que pelo horário seria melhor que eu dormisse na sua casa e todo aquele papo.
_ E seu pai não falou nada?
_ Por incrível que pareça, não. Ele disse "tá bom, você que sabe".
_ No meu tempo isso era um não, até hoje né. -riu.
_ Tá bom, pode me deixar em casa depois de jantarmos. -dei de ombros.
_ Malcriada. -fiz careta.- Meu pai estava todo na expectativa pra hoje, disse que vocês nem conversaram no aniversário da minha mãe.
_ Foi coisa rápida, nem tive tempo de ver suas fotos da infância.
_ Nem vai (risos). Mas deixa eu falar... minha mãe está fazendo canelone hein... você gosta, né?
_ Eu como sim, minha mãe pede pra Maria fazer as vezes. -respondi tranquila.
_ Ótimo, ela tinha falado pra eu te perguntar, mas eu acabei esquecendo.
_ Tá muito novo para ser tão esquecido.
_ Estava com a cabeça ocupada, é diferente.
_ Posso saber com o que?
_ Não. -piscou para mim, sorrindo.- Ele não vai te morder, só vai te cheirar. -franzi a testa, ele abriu a porta e os cachorros estavam esperando por ele.
_ Ele não vai te morder, olha o tamanho!
_ Ele só é grandão, mas é um doce. Mãe! -chamou.
_ Diga, Henrique.
_ Malu chegou, cadê meu pai?
_ No banho. Oi Malu, tudo bom?
_ Tudo sim, Luísa. E você?
_ Muito feliz que você aceitou jantar connosco, viu... não dá pra conversar muito sendo aniversariante. -fez careta.
_ Nem sendo o marido dela. -disse o pai dele, descendo a escada.
_ Tá cheiroso hein véio, cuidado. -brincou.
_ A ocasião pede. Como vai, Maria Luísa?
_ Muito bem e você?
_ Animado. -disse me abraçando também, um abraço tão forte, tão caloroso... lembrou muito o abraço do meu pai.
_ Podemos comer, né? Lavem as mãos. -dizia ela dando as costas e indo para a cozinha.
_ Já sabe onde fica o banheiro, né?
_ Muito bem. -lhe dei um selinho.- Sua mãe é tipo a minha.
_ Toda linda ela.
Lavamos as mãos e seguimos para a cozinha, onde tivemos um jantar muito saboroso e que eu não fiz a fina e repeti duas vezes. Henrique disse que iria ao banheiro e sumiu na casa, já eu e os pais dele ficamos na sala trocando o maior papo. Realmente nos conhecendo, e os dois me apresentando quem era o Rique.
Um filho muito amoroso com os pais, foi ciumento com a mãe, sempre gostou de sair com os amigos e coisinhas assim.
_ Ele e meu irmão sempre andaram juntos. -comentei.- Não tinha malícia entre mim e ele.
_ A amizade dos dois é muito bonita, Henrique comentou que quando seu irmão soube de vocês dois, ele não gostou muito, ficou receoso.
_ Ficou muito bravo, nossa senhora.
_ É natural, ele é seu irmão mais velho, seu único irmão... os dois até conversaram sobre isso.
_ Sério?
_ Arthur veio aqui como de costume, os dois almoçaram comigo e passaram a tarde toda jogando e falando sobre a relação de vocês. Achei lindo!
_ Eles nunca me disseram.
_ Seu irmão me encanta, disse coisas que eu achei fantástico e que não vemos sempre, né... comentou sobre sua idade sim, mas não só isso. Falou que ele queria te ver feliz independente de qualquer coisa e que seria muito difícil saber que o melhor amigo dele magoou a irmãzinha dele... olha foi muito assunto.
_ Eu amo o Art, muito mesmo! Ele é o melhor irmão da vida, morro de ciúmes.
_ Mulheres. -o pai dele falou rindo.
_ Eu encrencava demais com a Julia, nossa, como eu era chata. Agora eu acostumei, prefiro ele com ela do que ter que conhecer outra (risos).
_ Conversaram muito? -Henrique voltou e sentou ao meu lado, pegando minha mão e dando um beijo.
_ Muito não, mas conversamos sim. -Luísa disse.- Mas agora vocês querem aproveitar a noite, né? -sorriu.
_ Querem namorar, Luli. Boa noite, crianças. -respondemos rindo, eles se despediram de mim e subiram.
_ Até que enfim... -olhou pra mim sorrindo e nos beijamos.- Preciso te mostrar uma coisa, vem cá.
Pegou minha mão e foi me levando escada a fora, quando ficamos de frente para a porta do quarto dele, me pediu para fechar os olhos. Entramos, tive a sensação de estar tudo escuro, ouvi a porta se fechar e suas mãos se soltarem do meu corpo.
_ Rique?
_ Tô aqui. -beijou minha nuca.
_ Tô arrepiada, toda arrepiada. -falei e ele soprou minha orelha, abraçando minha cintura.
_ Relaxa, só queria um tempo com você gatinha. -outro beijo veio.- Quero te perguntar uma coisa...
_ O que?
_ Aceita ser minha namorada?
_ Tá falando sério? -abri os olhos e ele estava na minha frente, com uma aliança na mão.- Henrique! -levei as duas mãos na boca.
_ Tô sim, falando muito sério. Aceita namorar comigo?
_ Que lindinho, Rique. Eu aceito, sim. -ele colocou a aliança no meu dedo e eu louca, pulei em cima dele, abraçando seu pescoço e cruzando as pernas nas altura das costas dele.
_ Pensei que você não fosse aceitar...
_ Já estávamos namorando antes disso, né? Só não tínhamos oficializado a coisa. -falei segurando o rosto dele e dando muito selinhos, um atrás do outro.
_ Agora oficializamos, namorada. -piscou.
Eu estava bem feliz, muito. Olhei para o quarto a meia luz e notei que junto da caixinha da aliança tinha um urso e em cima da cama tinham pétalas de alguma flor, quis beijar ele outra vez.
E foi o que fizemos, nos beijamos, nos despimos como da primeira vez sem pressa e ao som das palavras dele dizendo o quanto estava feliz e como era assim e essas coisas... eu estava radiante, como diria minha mãe, me sentindo mais desejada e querendo mais.
Ele quis outra vez que eu ficasse de quatro e tinha sido bom, muito bom mesmo, não discordei e lá estava eu com o rosto no travesseiro e a bunda empinada, pernas afastadas e sentindo sua língua passear por ali. Respirei fundo, tentando ter o controle da minha respiração, mas não funcionou muito bem. Eu estava ofegante.
Escutei ele abrir outra camisinha e segundos depois senti um gel um tanto gelado escorrer um pouco, indo até minha boneca. Seus dedos estavam me tocando, causando mais vontade... ele me pegou daquele jeito, com muita vontade, mas não era bruto.
_ Você confia em mim? -entre gemidos respondi que sim.- Podemos tentar uma coisa nova?
_ E o que seria?
_ Uma coisa muito prazerosa, relaxa. -ele estava circulando meu clitóris com o polegar, bombando.- Assim... -curvei mais o quadril e ele colocou o dedo na minha bunda, na verdade escorregou que eu não senti dor, só um incômodo.- Não contrai, relaxa...
Henrique estava se mostrando um safadinho, me pedia com jeitinho e acabava conseguindo. Tudo por curiosidade. Eu não estava tão confortável, ainda mais quando o segundo dedo foi colocado. Era uma sensação nova, diferente e boa.
_ Gostoso, não é?
_ Mais ou menos, é estranho. -falei e ele riu, me dando um beijo e colocando mais do gel. Não demorou e ele estava me penetrando, atrás e foi muito desconfortável.- Henrique, não. -falei e ele parou.
_ Está doendo?
_ Claro. Não vai entrar...
_ Na verdade entrou, não inteiro, mas...
_ Você vai me machucar.
_ Não vou gatinha, confia em mim. -beijou meu ombro, alisou meus cabelos e forçou um pouco mais. Sentia minha bunda latejando, contraindo e ele imóvel.- E aí?
_ Não sei, você quem tem que me dizer...
_ Bem apertado. -eu não podia ver, mas sentia minhas bochechas queimarem de vergonha, muita vergonha. Ele avisou que iria se mexer, e o fez uma vez... duas... na terceira ele colocou tudo de uma vez e eu gritei.- Malu.
_ Avisa né?
_ Desculpa. -ele segurou meu quadril e voltou a se movimentar, a dor foi dando lugar ao incômodo, estava concentrada demais para sentir prazer. Mas ele estava feliz até demais, mais do que quando tirou minha virgindade. Ele gozou desse jeito, tirou a camisinha e deu um nó rapidinho. Voltando a dar atenção a minha bonequinha e eu não aguentei, gozando outra vez e me deitando. Estava cansada, mas feliz.
_ Tô com frio. -ele me abraçou forte, passando as mãos nas minhas costas.
_ Tão cheirosa, linda.
_ Dolorida também. -comentei e ele ficou sem graça.
_ Gostou?
_ Não sei, eu estava bem tensa... doeu um pouco, depois eu até relaxei... mas não sei.
_ Da próxima melhora, vai por mim. -riu.
_ Você é bem pra frente, né?
_ Como assim?
_ Safadinho. -falei rindo.
_ É gostoso se estiver na vibe, mas se você não curtir, a gente não faz mais gatinha. -beijou meu rosto.- Quer dormir agora?
_ Não, meu pai quer que eu vá pra casa. -falei "séria" e ele ficou quieto, respirou fundo e sentou na cama.
_ Então vamos né, porque tá bem tarde... não quero que seu pai brigue com você.
_ É brincadeira, vou dormir agarradinha com você. -abracei a cintura dele rindo.
_ Brinca assim não, pô. -riu se levantando e indo para o banheiro, virei e peguei o celular e ainda eram 02h19 da manhã. Nada de mensagens dos meus pais, mas tinha um áudio do meu irmão.
_ Muito cuidado aí hein Maria Luísa.
_ Todo cuidado do mundo meu amor, boa noite.
_ Acordada até essa hora?
_ Aí Art, claro né...
_ Tava fazendo besteira, né? Vou mandar um áudio pra ele, pode deixar. -disse rindo.
_ Aí ridículo, para de ser assim.
_ Vou logo falar pro pai, tá lascada hein.
_ Vai encher o saco da sua namorada, vai Art.
_ Ela dormiu, tá aqui roncando oh... -Henrique saiu do banheiro e franziu a testa, mandei um beijo pra ele e continuei respondendo meu irmão. Ele vestiu uma cueca e pegou uma camisa, pensei que vestiria, mas ele me entregou.
_ Quer uma cueca também? -assenti.- Toma. -levantei e me troquei ali mesmo, peguei minhas roupas e dobrei, deixando em cima da cadeira e fui ao banheiro. Lavei o rosto, prendi os cabelos, fiz xixi e sai.- Invejoso do caralho. -ria para o celular.- Dormir, gatinha?
_ (bocejei) Tô com muito sono, aí nossa...
_ Tá tarde, ainda bem que amanhã não tem aula. -se espreguiçou.
_ É não tem aula, mas eu não posso ir embora tarde.
_ Relaxa, gatinha.
_ Tenho nome tá gatinho. -mordi sua bochecha.- Dorme com Deus.
_ Amém, você também. -e dormimos.
Narrado por Fernanda
Mulher excitada era um perigo, acordei bem cedo e ofegante, estava suada também. Mas queria me dar o luxo de dormir por mais uns minutinhos e foi o que eu fiz, após ir ao banheiro e voltar para a cama.
Um tempo depois senti meu marido acordar e suas mãos pesarem pelo meu corpo, acariciando, beijando, afastando as minhas pernas e me chupando. Ele sabia que eu estava dormindo e que daquele jeito eu logo acordaria.
_ Que bom dia hein. -ele me olhou daquele jeito sacana, voltou a baixar a cabeça e me beijar ali.- Isso... Luan... Ãn... mais... -mordia os lábios, me agarrei em seus cabelos e gozei muito gostoso.
_ Bom dia. -e veio para cima de mim, o beijei ainda sentindo meu gosto na sua boca.- Você estava gemendo quando eu acordei, toquei você e além de quente estava toda encharcada... -mordeu minha orelha, pescoço.- Não podia deixar passar.
_ Nem eu deixaria. -derrubei ele na cama e girei ficando por cima, tirando a camisola que vestia.
_ Insaciável.
_ Aproveitando meu maridão. -sentei por cima dele, rebolando até que estivesse ereto e comecei a quicar quando a brincadeira ficou boa.- Gente, que delícia!
_ Eu que o diga, puta que pariu, Fernanda.
_ Toda sua.
Nosso começo de manhã foi uma delícia, terminamos depois de um banho, nos vestimos e descemos.
_ Tô indo na padaria, tá?
_ Uhuum... deixa eu perguntar uma coisa. Maria Luísa não voltou mesmo pra casa ontem?
_ Não amor, dormiu lá no Henrique.
_ Ela conversa com você sobre isso, né?
_ Sim, amor... conversa.
_ Não consigo ficar tranquilo sabendo que minha filha... ai minha nossa senhora. Ela é nova, mais nova que a irmã.
_ Eu sei, mas ela é uma menina responsável.
_ Já levou ela no médico? -assenti.- E foi tudo certo, lá?
_ Sim senhor, ela conversou com a ginecologista... e não está tomando nenhum anticoncepcional, mas disse que não transa sem camisinha.
_ Pelo menos isso, né.
_ Sim, uma preocupação a menos. -beijei sua testa.- Tô indo.
_ Mamãe!
_ Bom dia, Nena.
_ Bom dia, bom dia papai. -foi para o colo dele.- Onde você tá indo?
_ Comprar pão, vamos?
_ Não mamãe, tô com saudades do papai. -abraçou o pai e ficou, nem me deu bola.
Preferi ir andando até a padaria e na volta mandei mensagem para Maria Luísa, perguntando se estava tudo bem e como tinha sido a noite. E ela não disse nada além de que tinha uma novidade pra contar, e ainda disse que levaria Henrique para almoçar conosco.
_ Bom dia preguiça. -falei encontrando Arthur de cueca na cozinha.
_ Mãe, bom dia. -estava ofegante, descalço também.
_ Estava correndo, é?
_ Podemos dizer que sim. -disse gargalhando e eu neguei com a cabeça, virando para a bancada e tirando as coisas da sacola de compras.- Mãezinha... -me abraçou pelas costas, beijou minha nuca.- ... fica assim não.
_ Tem usado camisinha, Arthur?
_ Algumas vezes não...
_ E sua namorada toma remédio?
_ Acho que toma, mãe. -franziu a testa.
_ Toma muito cuidado viu, gravidez existe.
_ Deus me livre, sou novo demais pra te dar um neto.
_ Então já sabe, né? -ele assentiu.- Ótimo, agora já pode subir e colocar uma roupa.
_ Teremos visita?
_ Henrique tá vindo com a Malu.
_ Ela tá bem saidinha hein dona Fernanda.
_ Já tive minha conversa com ela ontem, isqueirinho. -besliquei o braço dele.- Vai pôr roupa, Arthur.
_ A casa é minha, mãe. -riu.- Brincadeira, sem agressão, já estou subindo. -e foi.
Ajeitei a mesa sozinha, em silêncio. Quando tudo estava pronto, coloquei mais ração para o Thor e troquei sua água. Chamei meus amores e fomos para a cozinha, mas ainda esperando os outros três (Julia, Arthur e Melissa).
_ Pai, Malu mandou mensagem falando que tinha uma novidade. -Melissa contou.
_ Grande novidade, quem é que não sabia? -Arthur se intrometeu revirando os olhos.
_ Do que vocês estão falando? -Luan leso perguntou e os dois deram risada.- Hein amor?
_ Ela vai falar quando chegar.
E não deu outra, Maria Luísa chegou toda tranquila e de mãos dadas, olhamos para ela e não teve como não ver a aliança.
_ Estou namorando! -contou sem jeito e as irmãs dela fizeram uma festa, deram gritinhos, se abraçaram e Luan quieto.- Olha pai que linda. -mostrava a aliança.
_ Cuidado viu, ela continua sendo menor de idade e minha filha. -bateu no ombro do Henrique.- E olha, nada de ficar dormindo muito na casa dele.
_ Pode deixar, pai. Eu fico de olho.
_ E se fizer minha princesa chorar, cê vai chorar o dobro.
_ Longe de mim, sogro.
_ (riu). Felicidades. -apertou a mão dele e voltou a se sentar.
_ Eu vivi pra ver isso, meu pai numa boa. -Melissa falou e foi motivo de piada, todos deram risada.- Bem vindo oficialmente, cunhado! -o abraçou.
_ Valeu, Mel.
_ E ainda se dizia meu amigo. -Arthur brincou.- Tudo de bom, mas vai com calma hein.
_ Você é meu irmão, cara.
_ Agora podemos sair em casal. -Julia comentou e eu sorri em comum acordo, fazendo meu marido arregalar bem os olhos assustado.
_ Desde que seja aos finais de semana, tudo certo. -dei de ombros, parecendo despreocupada.- Né, amor?
_ Isso aí, a semana foi feita pra estudarem. -piscou para eles que começaram a rir, joguei uma almofada nele e segui para a cozinha.
Final de semana, sem a Maria... de algum jeito eu tinha que me virar. Olhei os armários, geladeira e deu aquela vontade de fazer aquele filé de frango a parmegiana. Hmm... com bastante molho e mussarela, aquele arrozinho branco e feijão, uma saladinha de alface e suco de maracujá.
_ Luan!
_ Senhora.
_ Senhora seu rabo. -respondi e ele deu risada.- Engraçadinho.
_ Fala mulher. -disse abrindo a geladeira e pegando uma cerveja no freezer.- Tô te ouvindo.
_ Quer ir no mercado pra mim não?
_ Eu te levo lá... bora.
_ Vai atrasar as coisas aqui, amor. É coisa rápida...
_ Melissa! -gritou por ela.- Ô Melissa, vem cá!
_ Fala pai!
_ Sua mãe pediu pra você ir no mercado pra ela. -disse sério, tomando um gole.
_ De a pé? Nesse sol?
_ Eu te levo, mas você entra.
_ Tá bom... é pra comprar o que mãe?
_ Anota aí. -pedi para ela trazer o frango fatiado, mussarela e mais maracujás, aproveitando e pedindo para ela trazer umas coisinhas para a sobremesa que ficaria por conta dela.- Não demora, tá?
_ Ouviu pai?
_ Escutei, escutei... bora. -pegou na mão dela e saíram.
Nesse meio tempo lavei o arroz, coloquei o feijão na panela, cortei a salada e ajeitei a cozinha. Helena apareceu querendo ir ao banheiro e me chamou, fiquei da porta batendo um papo e quando terminamos ali, coloquei o arroz no fogo, preparei o molho de tomate e aí os dois bonitos chegaram.
_ Posso saber o motivo da demora?
_ Meu pai queria caldo de cana e pastel. -disse pondo as sacolas em cima da bancada.- Ainda me fez a vergonha de comer três, três pastéis mãe. Acredita?
_ Luan, tava amarrado?
_ Ô vida, quanto tempo que eu não comia um pastelzinho na feira?
_ Um tudo bem, mas três? Esfomeado!
_ Detalhe, mãe. Ele ainda chamou a atenção de um cara que me elogiou.
_ Lógico, o malacabado chegou me dando "bom dia sogrão".
_ Aí meu pai "ela é noiva, viu". Cuidado.
_ (risos). Ciumento que só ele.
_ Meu genro, ele não estando, eu fico de olho mesmo. -falou cheio de si, me fazendo rir.- Quer ajuda amor?
_ Quero sim, tempera o filé... Melissa, pode ir fazendo a sobremesa.
_ Torta holandesa! E mousse de morango com ninho.
_ Não sei pra que esse super almoço, quem vem?
_ Meu genro novo, ué... vamos comemorar, nossa filha está namorando.
_ Ha ha muito engraçado. -fingiu rir.
_ Pai, o senhor não tá com ciúmes não é? Sua princesinha Maria Luísa está namorando. Na mo ran do. Como se sente?
_ Velho. -suspirou.- Daqui a pouco é a Helena. -passou a mão na testa.
_ É pai, crescemos. -disse mostrando o corpo, rindo.- Uns mulherão desses.
_ É, só tem tamanho... as duas. -riu.
Terminamos assim o que fazíamos, Maria Luísa serviu a mesa e quando Melissa colocou as sobremesas no freezer, nos sentamos e comemos todos juntos. Foi gostoso, foi diferente e tão nostálgico também.
_ É engraçado, né? -sorri.
_ O que?
_ Lembra quando éramos nós dois? -perguntei abraçando-o de lado.- Você todo tímido, minha mãe te rasgando elogios...
_ Engraçado que agora nós fazemos isso, quer dizer... seus genros você elogia, né? Agora sua nora que é bom... -começou a rir.
_ Como você é sem graça, Luan. -falei revirando os olhos.- Helena, come direitinho filha...
_ Eu tô cheia, mamãe. Cansei!
_ Tá até com a barriga gorda. -Arthur brincou.- Deixa eu ver...
_ Aqui oh. -disse ficando em pé na cadeira e levantando a blusa.
_ Arthur! -chamei sua atenção.- Helena, senta nessa cadeira.
_ Vai trouxa, vai mexer com a Fernandinha hoje. -Malu brincou.
_ Ô pai, dá um jeitinho nela.
Pronto, foi a deixa para eles caírem na gargalhada, mas logo mudaram o assunto e assim seguiu nosso almoço em família.
A louça ficou por conta da minha nora que se ofereceu para lavar e Arthur ficou pra ajudar a namorada, Maria Luísa ficou de passar uma vassoura no chão e um pano na mesa. Já nós, voltamos para a sala.
_ Mas você não ia sair com a sua mãe, Leo? -Melissa dizia ao telefone.- Tá, mas... aí Leonardo, nada a ver... não... não... Ué, estamos em casa... Tá, tchau. -e desligou.
_ Cêis dois hein. -Luan deu uma olhada.- Tá tudo bem?
_ Tá, pai. Ele disse que pra ele ninguém fez almoço (risos).
_ "Pai, um amigo meu vem aqui em casa hoje. Tá?" Pensa que eu esqueci?
_ Mas ele era só meu amigo, pai.
_ Era, era sim Melissa.
_ Leozinho tá na família há tanto tempo assim?
_ Ensino médio, cheio das amizades...
_ Uns nove anos, né mãe?
_ É, por aí...
Engatando um assunto no outro ficamos conversando na sala, Maria Luísa se juntou a nós, Julia e Arthur ao terminarem fizeram o mesmo. Logo Leonardo chegou e aí virou festa! Nunca vi fazerem tanto barulho.
Luan inventou de jogarem UNO e sentamos todos no tapete, distribuímos as cartas e partimos para a primeira jogada.
_ Mãe! Não vale.
_ É espelho. -ri.- Joga esse, Nena. -ajudava minha caçula.
_ Mas tadinho do papai, mamãe.
_ Volta o jogo vai, minha mãe tá roubando.
Sofri calúnia as três primeiras rodadas, depois disso fui atender a um telefonema e ao invés de voltar, fui dar uma olhada nas sobremesas. Tirei as travessas da geladeira, peguei as taças de acrílico, colheres e fui colocando para todo mundo.
_ Hmmm que sogra linda essa minha hein. -me abraçou forte, dando um beijo no meu rosto.
_ Larga minha muié seu malacabado, sai fora.
_ Pô, sogro. Eu posso cara, já sou noivo.
_ Grande porcaria, tá valendo nada. -Luan disse rindo.
_ Tá vendo né sogra? A gente trata a filha bem, aí chega o sogro e fala um absurdo desses (risos).
_ Palhaço. -o belisquei.
_ Sogro, vem cá... Maria Luísa tá nova pra namorar hein, tô de olho nesse cara aí.
_ Arthur desencanou, agora tem você.
_ Sogra, esses jovens são um perigo.
_ Aí Leo, tão velho você né?
_ Dá um ar de superioridade, tenho 23 anos né. Aquela moralzinha é sempre boa.
_ Eu não te mereço não Leonardo, ninguém te merece.
_ A verdade é que você me ama sogra.
_ Amo, amo sim, quando você me ajuda. Vamos vai, me ajuda colocar isso na sala.
Levamos as sobremesas, fizemos uma pausa no jogo e enquanto comiamos, decidimos ver um filme na sala de cinema. Sala que por pouco não fica pequena para todos nós, vimos um filme de ação e suspense. Assistimos um outro e quando nos demos conta já estávamos ligando para a pizzaria.
Foi um sábado cheio de coisas, muito gostoso e em família. Eu particularmente, amei. E gostaria muito de repetir.
~.~
Eu tô é morta com essa Maria Luísa e bem besta com esse pedido de namoro, simples e lindo. Gostei viu, Henrique mandou bem!
Ainda tivemos nosso casal LuNanda safado de sempre e um dia cheia de muita risada, muita brincadeira e muita família com nora e genros. Fernanda socializando tem sido cômico, mas legal vai. KKKKKKK Tô indo, mas eu volto viu. Bj. <3