{...} Abre mais a blusa, me usa! Só não pede pra parar... ♪♫

sábado, 26 de outubro de 2019

Capítulo 271

Narrado por Maria Luísa
   Meus pais saíram pouco depois do almoço, pedi para que me deixassem ali no centro de Londrina e de lá eu iria para Santa Catarina com o Rique. Deixei as coisas arrumadas, esperei para me despedir assim que meus pais fizeram o mesmo e fomos para o carro. Não foi nada tão demorado, quase não teve congestionamento.
Assim que o sr. Luan estacionou vi Henrique do outro lado da rua, todo à vontade. De camisa, bermuda e chinelos, com os cabelos despenteados e sem pressa.


_ Oh pra isso Nanda, olha o malacabado ali oh. -disse meu pai destravando as portas do carro e descendo.
_ Para pai, ele é lindo. Oi Rique!
_ Oi minha gatinha! -foi a primeira coisa que ele disse antes de eu me pendurar no pescoço dele com toda vontade e saudade que eu estava sentindo.- Tava com saudades?
_ Muita, tudo bem? -perguntei me recompondo, olhando nos olhos dele.
_ Bem melhor agora, linda. -respondeu sorrindo, segurando meu queixo e me dando um beijo rápido. Meu pai fingiu tossir.- Feliz ano novo, né sogro. -coçou a cabeça, rindo.
_ Vai ser feliz se minha filha voltar inteira. Um arranhão e você morre. -disse todo sério, apertando a mão dele.
_ É comigo que ela vai estar. -piscou e lhe deu um abraço.- Tranquilo, sogra?
_ Estou de férias, né? Mais tranquilidade que isso não tem, impossível. Como foi de virada de ano? -se abraçaram.
_ Muito boa, eu amo praia. E a queima de fogos é sensacional.
_ Que delícia, então vocês acabaram viajando?
_ Jurerê. Estávamos lá até hoje de manhã.
_ E seus pais? -minha mãe voltou a perguntar.
_ Seguiram pro hotel já, eu vim encontrar a Malu só. -respondeu entrelaçando sua mão na minha, dando-me um beijo na bochecha.- Vocês viajam hoje?
_ Amanhã, não é amor? -meu pai assentiu.- Hoje vamos passar a noite no Royal.
_ Royal? Onde fica isso? -perguntei franzindo o cenho.
_ Aqui em Londrina mesmo, temos uma casa lá.
_ Aí sim hein. Vamos gatinha? -perguntou me olhando.
_ Vamos sim, beijo mãe, beijo pai. -soltei a mão do Rique e os abracei, beijei e desejei que fizessem uma boa viagem. 
_ Olha, o sinal de internet lá não é muito bom. Então não vou ligar todos os dias, tá? -minha mãe avisou.
_ Mas eu vou te mandando mensagem mesmo assim. Combinado?
_ Sim, vão com Deus. -beijou minha testa.
_ Amém. Vão com Ele vocês também.
_ Animada? -perguntou enquanto íamos nos afastando dos meus pais e caminhando em direção ao carro que estava estacionado um pouco mais a frente.
_ Sim, parques de diversões são sempre sensacionais. Eu amo!
_ Só por isso, é?
_ Não, né Henrique. Estava com saudades de você também. Ainda acho que você deveria ter vindo pra chácara com a gente.
_ Numa próxima vai. Ai eu vou.
_ Foi todo mundo pra Jurerê?
_ Todo mundo é muita gente. -riu.- Mas meus primos estavam lá, dois casais de amigos dos meus pais.
_ E já foram embora?
_ Ficou o Gui, meus pais e um dos casais com a filha.
_ Gui, Guilherme? O chatão?
_ Ele é daora, só desnecessário às vezes.
_ Sempre. Ele sempre faz um comentário desagradável, idiota. -Henrique deu risada, soltando minha mão e indo abrir o bagageiro para colocar minha mala.- Não ri, é sério.
_ Só ignorar, ele gosta de atenção. -fez uma pausa, voltando a ficar na minha frente.- Você é muito linda, sabia?
_ Meu pai me lembra isso todos os dias. -falei brincando, sorrindo.
_ Seu pai é o cara. -sorriu.- Deixou você viajar de boa?
_ Não foi tão de boa assim, não. Teve toda uma conversa, toda uma autorização, falamos até de sexo. Tudo para que eu estivesse aqui e agora. Então valorize minha presença, ela fará da sua viagem incrível. -pisquei e abri a porta do carona, entrando no carro e me acomodando.- De quem é esse carro?
_ Alugamos para os dias que ficaremos por aqui, bem melhor.


  Colocamos o cinto, ele ligou o som, e seguimos conversando durante todo o caminho. O trajeto durou pouco mais que uma hora. Entramos na garagem subterrânea do hotel e em seguida no elevador. Henrique apertou o botão do 14° andar e subimos rapidinho, aos beijos apressados. 
   Os quartos ficavam mais para o fundo do corredor, o nosso mesmo era o último. Entramos, ele colocou minha mala em cima da cama e eu fui para o banheiro fazer xixi que eu estava precisada.


_ Vamos? -perguntou batendo na porta. Acionei a descarga, lavei as mãos e sai.
_ Pra onde?
_ Almoço. Tô com fome, vamos?
_ Cadê sua mãe?
_ Comendo, acabou de mandar foto do prato e perguntando se você já estava comigo.
_ Sogra tá com saudades, né?
_ Fez a maior propaganda da nora dela para a família na ceia de ano novo. Vocês tem que conhecer a Maria Luísa, ela é uma linda, muito educada. Henrique não poderia ter escolhido namorada melhor. -imitava a Luísa.- Não é Miguel? 
_ Aí, sua mãe é demais. -comentei sorrindo.
_ Mas ela não mente. Você foi minha melhor escolha, Malu. -falou abraçando minha cintura, colando meu corpo no dele e me olhando nos olhos.- É linda também. -colocou meu cabelo atrás da orelha, levou a mão até o meu pescoço e aí nos beijamos e que beijo bom, sem pressa.
_ Não vamos mais descer? -perguntei ofegante, quase encostada na cama.
_ Se quiser podemos ficar.
_ Não, sua mãe está esperando.
_ Ela não sabe que já chegamos. -falou me apertando um pouco mais no abraço e levando a boca até o meu pescoço.- E eu tô com saudades do seu corpo.
_ Posso te contar uma coisa? -ele assentiu.- Eu também estou. -ri.
_ Hmmm, isso é bom. Muito bom mesmo.
_ É ótimo, mas sua mãe está esperando a gente. 
_ Tá correndo, é?
_ Não, estou com fome mesmo.
_ Como quiser, vamos descer então.


   Coloquei meu celular para carregar e fomos.
  Descemos quietinhos, apenas abraçados. Entramos no restaurante do hotel e o pessoal estava todo lá no fundo, em uma mesa maior. Reconheci alguns rostos de longe, assim como só identifiquei outros quando estava bem mais próxima.


_ Mãe, chegamos.
_ Malu, que bom que chegou. Demoraram viu? -disse se colocando de pé e afastando a cadeira para me dar um abraço.- Tudo bem? Felicidades neste novo ano!
_ Obrigada sogra, pra nós. Tudo de bom e próspero! -retribui.
_ Feliz ano novo, Maria Luísa. É bom ter você conosco em mais uma viagem.
_ Obrigada sogro, também estava com saudades de vocês. -sorri.- Bom dia. -cumprimentei os outros no coletivo, fui apresentada ao casal que não conhecia e depois disso nos sentamos.- Não pensei que viria tanta gente.
_ Minha mãe queria alugar uma casa para ficarmos esses dias todos, meu pai quem não concordou lá e viemos para o hotel mesmo. Custo e benefício.
_ Ah é? Quais?
_ Sem preocupações com comida, limpeza e essas coisas. Eu prefiro.
_ Vão ficar aí no mundinho de vocês, só?
_ Mãe, eu não queria nem vir comer se a senhora quer saber. -falou rindo, me abraçando de lado e eu sentindo as bochechas queimarem.
_ Esse seu filho Miguel, não tem a vergonha.
_ Você já teve essa idade Luli, tudo é festa.
_ Tudo paizão, só se vive uma vez.


...

   Almoçamos, depois fomos dar uma volta pelas áreas externas do hotel pra passar o tempo e então subimos para o quarto. Tudo em absoluto silêncio, quarto arrumado. O ambiente convidativo demais para deitarmos e tirarmos um cochilo gostoso, descansar da viagem... mas não foi isso que fizemos não.
  Henrique tirou a camisa, bermuda e eu um pouco surpresa com a cara de pau do meu namorado... que veio na minha direção e ficamos os dois ajoelhados em cima da cama, nos beijando entre uma passada de mão e outra. Eu estava mais à vontade, um pouco mais segura em relação a nós dois. Tirei minha blusa, assim como o shorts que vestia e baixei as alças do sutiã, respirando fundo. Ele me olhou com admiração, desejo também. Foi beijando meu pescoço, ombros e se achegando mais a parte que o tecido não cobria.
  Nos sentamos, eu por cima dele com as pernas cruzadas em volta de sua cintura.


_ O que? -perguntou quando eu segurei sua mão assim que ele a colocou no elástico da calcinha.- Pensei que...
_ A camisinha, você esqueceu? -ele riu e me deu um beijo no rosto antes de virar um pouco o tronco e pegar dentro da carteira, que estava em cima do criado mudo, o preservativo.
_ Nunca fizemos sem. -comentou.- Não tem vontade?
_ Não...
_ Quer colocar então? -perguntou e eu fiz que sim. Lembrava das outras vezes e não foi difícil, deu tudo certo. Apoiei minhas mãos nos seus ombros e estava pronta para me encaixar nele, de frente, quando escutamos batidas na porta.- Não acredito. -deitou a cabeça no meu ombro.
_ Quem será?
_ Não responde, vamos fingir que estamos dormindo.
_ Mas?
_ Shiii... -tapou minha boca, rindo. O celular dele tocando, e ele atendeu porque era a mãe.- Oi mãe... tentei, né (riu)... vou perguntar pra ela, se ela quiser ir, nós vamos... tchau, também te amo.
_ Era ela?
_ Era sim. Está nos convidando para darmos uma volta pela cidade, tá afim?
_ Uhuum, você não?
_ Não, nosso clima estava mais interessante. -abraçou minha cintura, beijando meu pescoço.- Mas a minha mãe e o passeio parecem ter te atraído mais. -brincou.
_ Ainda vamos voltar, relaxa.


  Não continuamos nossa arte. Colocamos as nossas roupas outra vez e saímos do quarto, rumo ao elevador. O pessoal já estava no hall, nos encontramos em frente às portas de entrada principal e fomos andar.
  Estamos bem próximos ao parque e entorno dele tinham restaurantes, barzinhos mesmo, fora um shopping center. Tínhamos ido andando, ou seja, depois de comermos em uma hamburgueria e voltamos para o hotel, eu só queria saber de dormir. Não quis saber nem de banho, coloquei meu pijama e pulei na cama.


_ Que dia hein, tô morta ou quase isso. -falei bocejando, enquanto me ajeitava na colchão.- Tudo dói.
_ Quer uma massagem? -fiz que sim com a cabeça e ele se sentou na cama, abrindo as pernas e pedindo que eu me sentasse entre elas.- Quer tirar a blusa? -levantei os braços e segundos depois minha blusa de pijama estava em cima do travesseiro.- Relaxa, tá? -beijou meu ombro e iniciou a massagem.


  Não sei onde e muito menos com quem Henrique tinha apreendido, mas ele sabia o que estava fazendo. Foi desfazendo os nós nos meus ombros, pescoço e por toda as costas, massageou até os meus pés e eu toda mole no colchão.

_ Você faz isso tão bem. -o elogiei, voltando a vestir a blusa do pijama.
_ Já posso casar? -perguntou rindo.
_ Assim que terminar a faculdade, tiver uma casa e um emprego estável. AH! E saúde mental, bem importante.
_ Complexo, não?
_ Muito, por isso nem passa pela minha cabeça.
_ Você não quer casar? -perguntou sério, não bravo e sim com muita curiosidade.
_ Não é que eu não quero, é que eu tô nova. Bem nova, quero fazer muitas coisas antes de pensar em casamento.
_ Tipo?
_ Conhecer outros países, realizar aventuras... sair do mundinho mecânico de estudos, estudos, emprego e formar uma família.
_ São pensamentos que já vem formados desde muito tempo.
_ É. Não acho que sejam errados, limitados talvez.
_ Concordo Maluzinha. -bocejei e ele tentando beijar minha boca.- Vou apagar as luzes.


   Henrique apagou as luzes, nos ajeitamos na cama e dormimos em pouquíssimo tempo. Tive uma noite de sono ótima, tanto que acordei até cedo no dia seguinte. Tomei um banho, separei meu look do primeiro dia de parque. Liguei para a minha mãe, conversamos um tempo e depois de desligar me dei conta de que o Rique estava acordado.

_ Bom dia.
_ Bom dia, tá linda assim.
_ De toalha?
_ É. Cheirosa também...
_ O nome disso é banho, vai Rique, levanta.
_ Pra quê? Tá cedo pra caramba.
_ Por isso mesmo, sua mãe vai acordar com todo o gás.
_ Certeza que vai, isso se já não estiver acordada. -falou virando para o outro lado e cobrindo a cabeça.- Você nem me esperou pra tomar banho.
_ Ué, e tinha que esperar? -ele deu uma risada sem vergonha, me fazendo rir tambem.- Tarado.
_ Ontem fugiu de mim duas vezes.
_ Nada a ver. -dei risada e ele virou rápido me pegando pela cintura e me trazendo mais para o meio da cama.- Para!
_ Não fiz nada, só queria um beijo.
_ Sei bem o beijo que você quer, sossega. -falei me virando de frente pra ele e o beijando. A toalha acabou desenrolando, mas eu estava de lingerie. Não me importei de sentar no colo dele, apoiar os cotovelos em seus ombros e levar as mãos até os seus cabelos bagunçados pelo sono.- Que carinha mais de preguiça essa sua. -mordi sua bochecha.
_ Me sinto uma criança com você fazendo isso comigo.
_ Acho bem fofo. Meu bochechas rosas. -mordi outra vez e abri um sorrisão, fazendo bico e o beijando em seguida.- Não acha fofo?
_ Não. -deitou a cabeça no meu peito.- Meu, que preguiça. Sério. Queria dormir mais... que horas são?
_ Quando liguei pra minha mãe era pouco mais que sete horas.
_ Cedo pra cacete. Madrugou, foi?
_ Dormi bem, acordei sem despertador. Mas não parece estar tão cedo assim... então se quiser dormir.
_ Não, tenho que tomar um banho.
_ E a preguiça, passou?
_ Nem um pouco. -bocejou.- Mas preciso te fazer companhia, né.
_ AH! Que lindinho esse meu namorado, gente.
_ Vou te cansar bastante hoje pra você apagar e acordar amanhã meio dia. Prometo.
_ Promessa é dívida hein.
_ Fechado. -nos beijamos mais algumas vezes e ele pediu uma licencinha pra levantar e ir para o banheiro. Aproveitei o tempo vago para ajeitar algumas coisas dentro da mala, esticar a cama e me vestir.- Camiseta?
_ O ideal seria uma blusinha de alcinha, mas acho que deixei na chácara.
_ Todas? Você vai ficar marcada e marca de camiseta é horrível. Não trouxe regata também não?
_ Acho que não. 
_ Se quiser... na minha mala é o que mais tem.
_ Relaxa, vou usar protetor solar. 
_ Beleza.


   Todos prontos, quarto em ordem. Peguei a mochila que iríamos levar, nossos celulares e documentos. Saímos do quarto e ele com chatisse foi bater no quarto dos pais, eu iria esperar do lado de fora, mas quem disse que ele deixou.

_ Bom dia, bom dia. -falei deixando a bolsa em cima de uma poltrona que estava vaga.- Dormiram bem?
_ Se eu tivesse dormido um pouquinho mais... estaria ótima. Ainda estou com sono.
_ Sei bem como é mãe. -falou deitando na cama sem se importar que o pai dele estava deitado, todo coberto por um lençol.- Pai?
_ Henrique, tá cedo filho. Por que você já está de pé?
_ Minha namorada madrugou, estamos prontos, estamos com fome. Vim dar bom dia.
_ Uma hora iríamos nos encontrar. -respondeu meu sogro sem nem se mexer.
_ Pra que esperar? O quarto de vocês fica ao lado. Achei melhor passar aqui.
_ Sei. -riu.- Bom dia, Malu.
_ Bom dia. -respondi.
_ Amor, estou descendo com eles. Sairemos daqui às nove e meia, não se atrase.
_ Como quiser, bom café pra vocês.
_ Seu pai é bem soneca, né? -perguntei assim que entramos no elevador.
_ Minha mãe acordou ele, certeza. Ele não reclama de acordar cedo, mas detesta ser acordado. 
_ Eu nem ligo. Estamos viajando, se passarmos o tempo dormindo nós não aproveitamos nada. Por isso que eu levanto cedo, sempre.
_ Só não quando estamos em casa.
_ Aí eu me dou o luxo de acordar um pouco mais tarde.


   Realmente, fomos os primeiros a acordar. Assim que chegamos no térreo, olhei para o relógio, que marcava pontualmente 08h53min. Uma mesa enorme de centro nos mostrava todas as opções que teríamos para aquela manhã, e eu redor as mesas vazias indicando que não teríamos que ter pressa ao escolher o que comer no desjejum.



Narrado por Luan
   Fernanda não disse nada, mas eu sabia que estava incomodada, ela não parava de olhar o celular. O tempo inteiro desde que fechamos a casa e seguimos para o aeroporto.
  Nossa viagem deu início dali, quando colocamos os celulares no modo avião e nos acomodamos.


_ Eles já ficaram sozinhos antes, vai ficar tudo bem. -falei tirando-a do transe e fazendo com que me olhasse nos olhos.- Não fica assim.
_ Que? -franziu a testa.
_ Serão só 10 dias, vida.
_ Eu sei. E ainda assim não me sinto tão confortável em saber que os dois mais velhos irão ficar sozinhos em casa. Estaremos sem sinal algum de celular até mesmo para uma emergência.
_ Quer ligar pra eles?
_ Não quero parecer desconfiada.
_ Eu ligo então... assim que chegarmos lá.
_ Obrigada.


(...)


  Assim que a aeronave aterrissou nós descemos, pegamos a bagagem e seguimos para o táxi que nos deixaria na pousada. Guardamos as malas no bagageiro e nos acomodamos nos bancos de trás.

_ Respira fundo e sente esse ar maravilhoso. -dizia abrindo mais o vidro da janela, fechando os olhos e deixando o vento balançar seus cabelos.- Não é uma delícia?
_ Sim, é amor. -beijei seu rosto e voltei a recostar no banco. Tirei o celular do bolso, desbloqueei e entrei no whatsapp.- Chegamos bem viu. Agorinha mesmo... e vocês, onde estão? A mãe de vocês está mandando um beijo. -Nanda olhou para o lado franzindo a testa.- Tô mandando áudio.
_ E eles ainda estão na chácara? Tem sinal lá?
_ Deve ter, o trem aqui tá ficando azul. Oh, Melissa tá respondendo!
_ Estou indo embora, já chegamos em São Paulo. Viemos cedo, não tinha trânsito nenhum.
_ Pergunta da Nena amor. -pediu.
_ E a pequena?
_ Está aqui, dormindo. Chorou porque não queria ir embora, depois chorou porque não queria tomar banho, nem café. 
_ Essa Helena é bem preguicinha né?
_ Eles brincaram muito ontem, muito mesmo. Meu vô levou eles na cachoeira, minha vó depois deixou o Leo dar uma volta com eles no jetsky, brincaram com os cachorros, até em árvore subiram.
_ Tadinha, tá cansada minha neném.
_ Está mesmo. Eu nem ia dar banho nela, pai. Só dei porque caiu a temperatura ontem à noite e eu empacotei toda a menina. Coloquei o pijama de frio, meias e uma coberta grossa. Ela suou muito.
_ Misericórdia, Melissa. Nem eu durmo assim.
_ Ela é pequena ué. -riu.- Já estão na pousada? Minha mãe falou que não tinha sinal aí.
_ Estamos à caminho, devemos chegar em mais alguns minutos.
_ Ah tá. Leo está mandando um beijão pra vocês.
_ Manda uma abraço pra ele, se cuidem hein.
_ Sí señor! -brincou.- Boas férias casal.
_ Obrigada, juízo aí em.
_ Sempre pai, amo vocês. Beijos!
_ Também amamos muito vocês. -Maria Luísa abriu a conversa, mas não falou nada. Guardei o celular e voltei a dar atenção para a Nanda.- Malu nem respondeu.
_ Ela deve estar no parque essa hora.
_ Um "oi" ela tinha que mandar, pelo menos. Nem falou se chegou bem ou não.
_ Esqueceu que falei com ela mais cedo?
_ Você, eu não. -fiz bico e ela riu, mordendo minha bochecha enquanto me abraçava.- Acho que chegamos.
_ Tenho certeza, olha que lindo aqui.


  O taxista diminuiu a velocidade até parar de vez na entrada da pousada. Tiramos as malas, o pagamos e ele foi embora.
   Fernanda e eu entramos, caminhamos até a recepção, fizemos o check in e seguimos para o quarto.


_ Sei que acabamos de chegar, mas já gostei daqui. -falou se sentando na cama, descalça e prendendo os cabelos.- Tem um ar de casa.
_ Nossa casa?
_ Não amor, casa de casa. Não parece pousada, mas também não parece um hostel ou hotel.
_ Espaçoso e simples. -falei indo até a janela e olhando o mar bem a nossa frente.- E esse azul?
_ Vamos dar um mergulho de chegada? -perguntou toda empolgada.
_ Bora!
_ Vou me trocar. -falou indo até a mala e em seguida colocando-a em cima da cama e procurando seu biquíni.- Luan?
_ Oi vida.
_ Não vai se trocar? Vai ficar aí parado me olhando?
_ Não seria uma má ideia.
_ Com o sol que está lá fora seria uma péssima ideia. Anda logo, vai.
_ Tô indo Fernanda, tô indo. -fiz o mesmo que ela, ainda passei protetor no corpo todo enquanto esperava que ela terminasse de se vestir.- Estamos indo pra praia, né?
_ É sim, por que?
_ Tá numa demora que nossa senhora, que tanto cê faz nesse banheiro?
_ Tentando fazer uma trança embutida aqui. Ficou boa?
_ Ótima. Tá pronta?
_ Sim, só não passei protetor. Você pegou?
_ Dentro da sua sacola de praia.
_ Quem disse que eu vou levar bolsa?
_ Vai colocar sua canga na areia?
_ Amor, a praia é praticamente no quintal da pousada. Não queria levar nada, nada.
_ Como quiser senhora, bora!


   Ajudei que ela espalhasse protetor solar pelo corpo e rosto, calçou os chinelos e descemos. A praia estava quase deserta, nos aproximamos da água e depois de descalços, corremos em direção ao mar. A água estava bem gelada, não fiz cena pra me molhar e logo mergulhei. Submergindo todo arrepiado, delícia!

_ Vai ficar aí é? Eu já mergulhei. -falei e ela sorriu, aquele sorriso lindo e tão dela.
_ Você fica lindo assim... molhado. -me abraçou e nos beijamos antes de ela me empurrar e cairmos na água, rindo da cena.- Tem noção de que estamos em uma praia bem deserta?
_ Dá pra fazer muita coisa. -mordi sua bochecha.
_ Larga de ser safado. Tô falando de descansar mesmo, pensa na delícia. Posso nadar até pelada.
_ Tá doida, é?
_ Brincadeira vidinha minha. Vamos mais pro fundo?


   Fernanda e água. Parecia uma sereia de tanto que mergulhava, mas eu não podia reclamar, estava muito gostoso. Calor na medida certa.
   Saímos um pouco e nos sentamos na areia, não sei dizer quanto tempo ao certo ficamos ali só conversando e trocando beijos e carícias. O sol estava querendo ir embora e resolvemos entrar quando minha barriga roncou e decidimos tomar um banho para irmos dar uma voltinha pela orla.




Narrado por Melissa
   Sem congestionamento para voltarmos da pequena Londres, não cansamos tanto da viagem. Chegamos, guardamos as malas e eu desci pra ir com o Leo para a casa dele ver o pessoal e levar a Sky.


_ Oi sogra linda!
_ Oi Mel, feliz ano novo viu. Tudo de bom pra você, pra sua família. -disse me puxando para um abraço forte, bem apertado mesmo. Meu sogro veio em seguida, fazendo o mesmo e indo cumprimentar a Sky que estava pulando nele o tempo todo.- Cecília!
_ Oi mamãe.
_ Olha quem chegou. -ela disse alto e não demorou para escutarmos o barulho das bonitas descendo as escadas correndo.
_ Mel! -disseram juntas e vieram me abraçar.- Vocês chegaram.
_ Tudo bem meninas?
_ Sim. Ganhei uma boneca!
_ E eu uma bola de basquete.
_ Seu irmão e seu tio, sou eu viu. E ninguém falou comigo.
_ Ô meu pai falou assim que quando tem a visita a gente não briga. -disse a Ceci gesticulando.
_ Ah não?
_ Por nada. -Analu reforçou franzindo a testa.- Tudo bem tio?
_ Só depois de um abraço e um beijo bem gostoso.
_ Chantagista barato. -falei brincando.- E meus cunhados, cadê?
_ Dormindo as duas preguiças, foram pra uma festa ontem e chegaram quase agora. Acreditam nisso?
_ Vidão de casado é essa mãe. Só curtir.
_ Ah é sim viu filhão, bem assim mesmo. -disse meu sogro rindo.- Querem comer? A mesa do café ainda está pronta.
_ Tem bolo então? -perguntei com a boca aguando, sorriso de orelha a orelha, Leo riu de mim e abraçou a mãe.
_ Milho e de mandioca, com um cafezinho preto.
_ Cheguei muito na hora certa, sogro eu te amo! Você é o melhor sogro da vida!
_ Sabe que é interesse, né pai?
_ Nunca foi (risos). Seu pai sempre me conquistou pelo estômago, sempre.
_ Tô bem vendo.


  Fomos para a cozinha, comemos muito bem e subimos para o quarto dele. Ele deixou a mala no canto e disse que iria tomar um banho. Fiquei esperando na cama, mexendo no celular e ele enrolando. Quando saiu estava todo cheiroso, seco e de cueca.

_ Agora tá melhor, pode falar.
_ Tá ótimo (selinho). Loirão...
_ Hmmm (selinho)!
_ A porta.
_ O que tem a porta? -quando eu pensei em responder a Sky entrou no quarto e deitou no tapete em frente a cama.- Porra!
_ Não briga com ela.
_ Deixa ela aí, presta atenção aqui em mim. Olha nos meus olhos verdes..  -riu e fomos nos beijando, eu ficando nua e tivemos um momento quente, intenso e muito nosso. Até dormi depois e acordamos com o Chris e a Jessica discutindo, brigando mesmo.
_ ENTÃO VAI LÁ COM AQUELE FILHO DA PUTA!
_ PARA DE SER LOUCO CHRISTIAN, ELE É MEU AMIGO. AMIGO.
_ AMIGO O CARALHO, OLHA A HORA QUE É PRO CARA FICAR TE MANDANDO MENSAGEM. VOCÊ É UMA MULHER CASADA. -cocei os olhos, peguei o celular e marcavam quase três da manhã. Leo estava de olhos fechados, alisando minhas costas. Levantei pra ir ao banheiro e quando voltei a TV estava ligada, abafando as vozes fora do quarto.
_ Nunca tinha escutado seu irmão gritar. -comentei.
_ Eles brigam feio, isso porque a Jeje é bem na dela.
_ Seu irmão também é.
_ Meu irmão é ciumento e fica em umas paranóias com qualquer coisinha. Eu nem me meto.
_ Tá certo, ninguém se mete nas nossas discussões.
_ Primeiro que a gente nem discute.
_ Segundo...
_ A culpa nunca é minha. -riu e eu o empurrei da cama, mas ele não caiu.- Agressiva.
_ Trouxa. A gente poderia... -quando estava pensando em concluir a frase o nome do Art apareceu na tela.- Oi Art.
_ Estava acordada já Mê?
_ Sim, e você? Aconteceu alguma coisa? Está em casa?
_ Também, estava voltando da Julia, o carro da mãe parou duas quadras antes da entrada no condomínio e se eu acionar o seguro chega mensagem pra ela e ela vai saber que eu peguei o carro sem pedir.
_ (risos). Não acredito, eita viu.
_ Por favor? Me ajuda aí maninha.
_ Manda a localização, tô indo aí com o Leo.
_ Ele não está dormindo não?
_ Não, mas não é o que você está pensando não. -dei risada e ele mudo do outro lado do telefone.- Art, maninho. 
_ Não estou pensando nada não Melissa.
_ Te amo, não esquece de me mandar o negócio.
_ Tá. -desligamos e olhei para o digníssimo ao meu lado.
_ Meu irmão precisa de ajuda, o carro parou no meio da rua e ele não sabe o que fazer.
_ Como assim parou?
_ Não faço a mínima.
_ Fica aí, eu vou lá.
_ Claro que não, vou também. 
_ Pega uma blusa minha então, tá frio.
_ Quem disse?
_ Tá de madrugada loira. -respondeu levando e indo se vestir. Coloquei minha calça, sutiã e a blusa de frio dele. A discussão dos cunhados tinha terminado quando saímos do quarto do Leo, descemos e um estava na cozinha enquanto o outro na sala de cara fechada.
_ Vampiro? -Leo perguntou pro irmão rindo.- E aí, beleza?
_ Mulher é foda.
_ Ei. -me defendi e eles riram.- Tudo bem Chris? -fui ao seu encontro e nos abraçamos.- Feliz ano novo.
_ Você, minha mãe, filha e irmã são excessões. -me apertou forte no abraço, deu um beijo na minha testa.- Feliz ano cunhada.
_ Engraçadinho você né Christian? -escutamos a Jessica dizer entrando na sala.- Palhaço.
_ Oi Jess, tudo bem?
_ Tem que ficar né, matar o marido alguém ainda é crime. -piscou.- Onde vocês vão?
_ Meu irmão está na rua com o carro parado.
_ Vish e sabe o que foi?
_ Ele disse que não, estamos indo buscar ele e o carro.
_ Vou junto. -Chris disse me soltando e pegando a camiseta do sofá, se vestindo em seguida.
_ Ótimo, vou tomar banho. -Jessica disse e seguiu em direção a escada.
_ É meu irmão, tá fácil pra você não. -Leo disse rindo, dando um tapinha nas costas do irmão.- Jeje está bravona.
_ Não tem essa. O cara é solteiro e vem ligar pra minha mulher de madrugada? Não sou moleque não. E ela ainda atende e ficam os dois cheios de assunto, acordei com ela gargalhando no telefone. Vai se foder.
_ Ainda bem que a Bianca arrumou um namorado. -comentei aliviada e eles deram risada.- É verdade.
_ No seu caso era cisma, Bianca nunca foi disso. Nem eu com ela.
_ Não defende tá? Ela disse que eu não era mulher pra você, o que ela queria dizer com isso? Hein?
_ Sei lá, eu nunca dei ouvidos. -disse me dando um beijo rápido para que eu não tivesse tempo de retrucar.- A corda tá aí atrás Chris?
_ Abre aí, deixa eu ver. -enquanto os dois olhavam o bagageiro entrei no carro e coloquei uma música.- Tá animada pra quem acordou às 04h da manhã.
_ Ainda estou de férias. -brinquei.- Vamos loirão.
_ Sem pressa. -entrou pondo o cinto.- Ele mandou a localização?
_ Sim, já te mandei. Cadê seu celular?
_ Aqui.


   Deu partida e seguimos conversando até chegarmos onde meu irmão estava com o carro parado. Ele tinha conseguido estacionar, pelo menos. Descemos, eu mesmo sem entender fui curiar e segundo os rapazes não era nada grave.
  Amarraram a corda, Art foi com o Leo no carro da minha mãe e eu com o Chris no carro do Leo.
  Em meia hora chegamos em casa, empurramos o carro pra colocar na garagem e os meninos foram embora. Fiquei em casa.


_ Pensei que ia voltar pra lá.
_ Ia voltar pra dormir, mas já estou em casa... durmo aqui. -dei de ombros.- Tinha ido levar a Julia só?
_ Mais ou menos, passamos no espetinho e depois fui deixar ela em casa. Sei lá o que aconteceu com esse carro. 
_ Nada grave, ele está bem velhinho vamos combinar (risos).
_ Velho, mas inteiro. Ela tem um amor por esse carro.
_ Não mais que o pai pelo Jabuticaba, certeza.
_ Vai subir?
_ Queria comer um doce, será que tem alguma coisa aí?
_ Boa ideia, bora lá ver. -fomos as duas formigas para a cozinha e não encontramos nada pronto na geladeira, mas no armário tinham algumas coisas. Fizemos brigadeiro com pedaços de biscoito Oreo, pipoca e fomos pro quarto dele.- Quer assistir filme?
_ Sem ser terror.
_ Tá com medinho? Tô aqui.
_ Não é medo, mas só assistimos terror. Vamos ver Guerra Infinita.
_ Tá bom. Você quem manda.
_ Mando mesmo. -falei me acomodando em sua cama e pegando o celular.- Olha aqui vai.
_ Pra que foto?
_ Mandar pra Malu.
_ Essa daí não deve saber nem onde está o celular, já é desligada no normal, viajando então.
_ Tá com ciúmes.
_ Não é ciúmes, é cuidado. Já falei.
_ O pai usa a mesma desculpa (risos). -peguei uma colherada do doce.- Por falar em pai, como será que estão os dois hein?
_ Aproveitando a vida sem filhos, como dois namorados em sua primeira viagem sozinhos.
_ (risos)! Tá sabendo bem né?
_ Experiência própria. -disse me apertando e mordendo minha bochecha.- Vai começar. -aumentou a TV e deixou o celular de lado, fiz o mesmo e assistimos o filme.- Ê celular que não para caramba hein. -fui olhar e era a Malu.
_ Vocês dois só fazem isso quando eu não estou em casa. -mandou áudio.- Fizeram até brigadeiro, eu vou cobrar.
_ Ninguém mandou querer passar o aniversário longe dos irmãos. -falei brincando.- Como está a viagem?
_ Só esse ano vai, estamos de férias e eu amo parques! -riu.- Viagem está ótima, só estou cansada, andamos pra caramba hoje.
_ Espero que seu cansaço seja de andar mesmo. -Art mandou um áudio do meu celular.
_ Para de ser assim, que chatisse hein.
_ Eu te amo, Maria Luísa. E não quero ser tio agora.
_ Cuidado então pra eu não ser tia, porque vocês né, não param.
_ Irmã mais velha não tem respeito nessa família. -falei e ela parou de responder, não demorou e fez uma chamada de vídeo. Art e eu pausamos o filme e ficamos conversando por horas, até bater o sono e isso já era dia. Nos despedimos e fomos dormir.
_ Ah não, que dormir agarrada comigo? Tá calor Melissa!
_ Você é meu irmão, não quero saber se está calor.
_ Sem peidar hein.
_ Peido de irmã não fede, boa noite. -abracei sua cintura e deitei a cabeça em seu peito e não demorei a pegar no sono.




Narrado por Fernanda
       Nada melhor do que acalmar os ânimos, se esvair de toda energia negativa e se revigorar com um belo mergulho em um mar calmo, cristalino e energizante. Amo praia, sol e ter meu branquelo comigo.
   Luan e eu namoramos nossa viagem toda, passeamos em quiosques fora da pousada, fomos à festas da região e viramos a noite, assim como nos amamos em lugares diferentes e conversamos muito, muito mesmo. Tivemos a companhia um do outro em cem por cento do tempo e isso foi o que eu mais gostei.


_ Bom dia minha linda. -sorri ainda de olhos fechados e ele continuou mexendo em meus cabelos.- Tá toda preguiçosa, né?
_ Muito. -me espreguicei e virei de frente para ele, abrindo os olhos e lhe desejando "bom dia" com um beijo gostoso.- Descansado?
_ Rapaz, tô e muito. Ficando preguiçoso isso sim (riu). Mas sabe que essa nossa viagem foi especial demais? Não que as outras não ten... -o interrompi com um selinho demorado.
_ Eu entendi amor, também sinto isso. Nos prendemos muito à nossa rotina, ficamos muito tempo conectados e não é que isso seja ruim, é que quando não temos essa conexão com o externo aproveitamos bem mais o aqui e agora e isso é fantástico.
_ Você fala tão bem. -alisou meu rosto.- Uma das coisas que eu mais amo em você (selinho).
_ Tá querendo me deixar sem jeito? Está conseguindo.
_ Eu te amo inteira.
_ Eu também te amo inteiro, meu bebê. Agora é coroa, né?
_ Tô ficando grisalho mesmo, aos poucos, mas tô indo.
_ Continua com carinha de neném, meu neném. -mordi sua bochecha e o beijei em seguida.- Temos que levantar?
_ Não. A menos que você não queira ficar quietinha aqui até às 10 da manhã.
_ Que horas são?
_ No máximo 08h30, não passa disso.
_ Uau, você acordando cedo?
_ Estamos de férias. -piscou.- Durmo mais cedo, acordo bem mais cedo.
_ Nem acredito que nove dias se passaram. -falei  voltando a me deitar de barriga pra cima.- Como a pequena deve estar em Nova Iorque hein?
_ Se divertindo muito com os avós babões.
_ Disso eu não tenho dúvidas, mas ainda assim é outro clima, outro país e não estamos lá né amor.
_ Eu sei minha vida, mas ela se sente em casa com os avós e sempre achou o máximo andar de avião.
_ Isso é. -Luan ficou de lado, me olhando.- Que foi?
_ Seu cabelo desbotando a cor está lindo.
_ Precisando de uma hidratação, isso sim.
_ Exagerada. -abraçou minha cintura com um dos braços e me beijou com voracidade, devorando meus lábios com vontade, apertando levemente a cintura.- Vontade de não levantar daqui hoje, te deixar nua e trancada aqui. -mordi meu lábio imaginando a ideia, ficando molhada e com o coração começando a acelerar.- Gostou né?
_ Não é uma má ideia, mas... hoje vamos visitar aquela ilha que te mostrei nas fotos.
_ Um banho?
_ Até dois, três, quatro. Quantos você quiser (risos)! Levanta vai, se anima.
_ Animado eu tô. -disse sugestivo, rindo muito e eu não demorei a entender o "porquê". Nos levantamos e seguimos para o banheiro. Primeiro namoramos, depois tomamos um banho correndo para não perder o barco que estava a nossa espera.- Biquíni lindo hein, assim cê me mata.
_ Esse biquíni a Mê me deu porque achou muito estampado, acredita?
_ Tá me dizendo que esse biquíni é da sua filha de 22 anos?
_ 23, amor.
_ Tá com tudo em cima mesmo (selinho). Pronta?
_ Protetor solar, óculos... quer levar o celular?
_ Tirar umas fotos né?
_ Sim, não podemos perder registros desse lugar incrível.
_ Tá, então bora.
_ Pega a bolsa por favor?
_ Folgada.
_ Tô espalhando protetor no rosto.
_ Já não está levando na bolsa?
_ Mas tem que passar antes também né cabeção.
_ Tá, tá vamos logo. -falou pegando a bolsa e indo na frente, abriu a porta e ficou me apressando até que eu fizesse o mesmo. Trancamos a porta do quarto e descemos para a sala de estar, outro grupo de mais ou menos nove pessoas também aguardavam para o mesmo passeio. Elas não esperavam que Luan estivesse ali, até porque quase não ficamos na sala de estar ou na cozinha... era acordar e sair, voltar e ir pro quarto, praticamente isso.
_ Atraindo olhares hein bonitão.
_ Tô muito sexy com essa bermuda do Bob Esponja e todo branco de protetor.
_ Poderia ter espalhado mais amor. -falei me aproximando e espalhando mais pelo rosto, ombros e nas costas.- Pode colocar a camisa tá bonitão. -dei um tapa em suas costas.
_ Tô benzão assim. -revirei os olhos e cruzei os braços.- Vem cá me dar um abraço, vem...
_ Para, tá todo mundo olhando.
_ Tão com inveja de te ver nos meus braços.
_ (risos)! Cala a boquinha vida, nunca te pedi nada (selinho)... hmmm (selinho)... tá com gosto de creme.
_ Falei pra não passar muito esse troço.
_ Chato.
_ Gostosa (selinho).
_ Não vou continuar seu joguinho. 
_ Bom dia, bom dia! -o rapaz responsável chegou e nos deu as instruções necessárias, depois disso seguimos para a embarcação e demos início ao passeio.


(...)

    Foi um dia único. Muito bom, tivemos atividades. Coisa pouca, mas muito legal. Voltamos exaustos, tomamos banho separamos e fomos nos deitar. Luan dormiu, eu preferi arrumar nossas malas e me certificar de que nada ficaria pra trás. Tudo guardado, luzes apagadas, dormi.
      Na manhã seguinte acordamos um pouco mais tarde do que os outros dias, primeiro tomamos café para depois tomamos banho e nos trocamos para seguirmos rumo ao aeroporto. Penteei os cabelos e os deixei para secar naturalmente, guardei meu carregador na bagagem de mão junto com as carteiras com os documentos, calcei minha sandália rasteira e esperei Luan terminar de arrumar.
       Nosso vôo estava agendado para às 12h30, não nos atrasamos e fizemos o check in sem pressa alguma.


_ Mais de mil mensagens, mil. -falou assim que nos acomodamos em nossas poltronas.
_ Nem vou olhar agora, só em casa e com tempo. -falei bocejando e ele deu risada, me puxando para me deitar sobre ele e foi assim que eu dormi. Acordei já em São Paulo com o avião aterrissando, chovia um pouco e a temperatura estava um pouco mais fria. Pegamos nossas malas, aguardamos o táxi e fomos para casa.- Tô com tanta saudade do Thor, vou dormir agarrada com ele essa noite.
_ Vai nada, ele não sossega.
_ Não mesmo. Será que nossos filhos estão em casa?
_ Não iam descer pra praia?
_ Não tinham dado certeza, iam ver com a Malu assim que ela chegasse.
_ Então estão em casa. -deu risada.- Malu chega de viagem e capota.
_ Não puxou os pais.
_ Nisso não, mas de resto é sua xerox.
_ Amor xerox de personalidade não existe. -segurei seu rosto e lhe dei um selinho.- Chegamos. -falei assim que o taxista diminuiu a velocidade para entrar no condomínio. Depois disso não demorou mais nada quase, algumas ruas e ele estacionou.- Muito obrigada. -falei antes de descer, Luan pagou e desceu para me ajudar com as malas.- Ué, ninguém em casa?
_ Ninguém é exagero. -falou sorrindo ao ver Thor correr em nossa direção latindo muito, pulando é tão feliz que fez xixi ali mesmo.- Mijão.
_ Oi meu neném, coisa linda de mãe! Mamãe estava cheia de saudades de te apertar é beijar muito assim... -o peguei no colo e matei toda a saudade que estava sentindo, mas ele queria saber era de pular no Luan, tanto que ficou se mexendo até que eu o soltasse e ele corresse.
_ Chegamos garotão, chegamos! Cadê o povo dessa casa?
_ Saíram e te deixaram sozinho meu bebê?
_ Ele não vai te responder (risos). Bora levar isso aqui lá pra cima.


   Luan pegou as duas malas maiores e eu uma pequena, a nossa bagagem de mãos e subimos sem pressa. Da ponta da escada notamos que nossos filhos estavam em casa e pelos gemidos não estavam sozinhos, por isso Thor estava tão agitado. Eu quis dar risada, mas Luan não ficou nem um pouco contente, fechou a cara na hora e passou para o nosso quarto sem dizer uma única palavra, deixou as malas perto da cama e seguiu para o banheiro.

_ Amor?
_ Hm.
_ Tá tudo bem?
_ Não. Nossa casa virou motel agora? Cada quarto uma suíte?
_ Não é bem assim amor, eles só estão aproveitando que a casa estava sozinha ué. Até nós fazíamos isso.
_ Não me convenceu, também não quero falar disso. -disse respirando fundo, passando as mãos no rosto repetidas vezes.- Vamos na minha mãe?
_ Agora? Acabamos de chegar.
_ Não vou ficar escutando meus filhos transarem, você sim?
_ Posso me trocar antes?
_ Tá bom.


     Essa foi a resposta dele antes de ir aí banheiro. Entrei no closet e procurei por um jeans, uma blusa de malha fria e mangas longas, calcei um tênis e prendi os cabelos. Por precaução peguei um casaquinho preto e estava pronta.

_ Tem certeza que só vamos nos meus pais? -perguntou me puxando pela cintura e me dando um beijo.- Bundão hein...
_ Pensei de irmos naquela churrascaria ali pro lado da Barra Funda, lá tem um chopp maravilhoso e a comida é excelente.
_ Nós dois?
_ Não amor, liga pro seus pais e convida né?
_ Faz isso enquanto me troco? Tenho que estar a altura né vida? -beijou meu rosto e não esperou por resposta. Peguei o celular e liguei no fixo da casa dos meus sogros.
_ Alô? -Mari atendeu.
_ Então quer dizer que minha sogra linda esta em cada, é?
_ Fernanda, que bom falar com você. Tudo bem querida? 
_ Tudo ótimo, acabamos de chegar em casa. E vocês, como estão?
_ Muito bem, estávamos aqui vendo filme com o Luquinhas.
_ Delícia de tarde, hein... -ela deu risada.- Luan e eu queríamos saber se vocês querem dar uma voltinha.
_ Voltinha é?
_ Ir numa churrascaria, tomar um chopp geladinho, comer um petisco e falar da viagem né? -engatamos em um assunto que se estendeu para mais de dez minutos, Luan estava pronto e estávamos saindo do quarto quando encerramos a ligação.- Sua mãe é a melhor.
_ Por que? -deu risada sem nem saber do que estávamos falando ao telefone.
_ Disse que estava querendo sair mesmo, mas que seu pai era muito sossegado e só queria ficar em casa.
_ Certo ele, cêis inventam muito.
_ Eu invento? -ri alto e escutamos a porta de um dos quartos bater.
_ Mãe?
_ Tudo bem filho? -perguntei.- De cueca?
_ Sabe o que é mãe...
_ Sei, sei sim. Ouvi também. -ri.- Seu pai e eu estamos saindo tá?
_ Mas vocês acabaram de chegar. -disse vindo descalço e sem camisa me abraçar.- Como a senhora está?
_ Bem meu lindo. -beijei seu rosto.
_ E aí pai, como o senhor tá?
_ Não tão bem quanto você, né meu caro, mas estamos aí. -os dois deram risada.- E põe roupa, sua mãe não é obrigada.
_ Nem vou precisar de roupa pai.
_ Arthur!
_ Brincadeira mãe, brincadeira.
_ Tchau, estamos indo tá. Se cuidem aí. -falei lhe dando outro beijo e saindo com o Luan.- Seu filho é um sem vergonha igual a você.
_ Mais que eu vida, mais que eu. Não sei quem ele puxou.
_ Eu sei, seu cara de pau. Vamos levar o Thor pra ficar com o Puff?
_ Cê que sabe, tô indo tirar o carro. 
_ Cadê o neném da mãe? Cadê meu bebezinho gente? -afinei a voz e não demorou para ele vir correndo da cozinha abanando o rabo e latindo.- Vamos pra casa da vovó, meu amor. -o peguei no colo e segui até onde ficavam as coisinhas dele, coloquei em sua bolsa e fui pro carro.- Amor, ele vai.
_ Sabia. Cê não desgruda desse seu filho.
_ É que a mãe tava com saudades desses neném peludo e bagunceiro, né mamãe... coisa linda! 
_ Agora aguenta cêis dois. -falou ajeitando o retrovisor, voltante e dando ré.- Vai, põe o cinto vida.
_ Sim senhor. -coloquei o cinto depois de deixar Thor no banco de trás.- Vai direto?
_ Quer passar em algum lugar antes?
_ No posto né, não sabemos se usaram o carro enquanto estivemos fora.
_ Bem lembrado, por isso que eu te amo. 
_ Eu sei, agora vamos que sua mãe está nos esperando.





2/5

Próximo capítulo será publicado às 18h.

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