{...} Abre mais a blusa, me usa! Só não pede pra parar... ♪♫

domingo, 27 de outubro de 2019

Capítulo 273

(...) Alguns meses mais tarde (...)

Narrado por Melissa

   Leo e eu havíamos conversado no início do ano, pouco antes das aulas voltarem, sobre o nosso casamento e decidimos que iríamos ver as coisas, começando do zero mesmo. E a cada vez que falávamos do casamento uma ideia nova surgia, uma vontade nova aparecia.
  Sim, iríamos nos casar no ano de 2040. A data mesmo não tínhamos definido, mas provavelmente seria no inverno. Quanto aos convidados ainda estava cedo fazer a lista, mas tínhamos rascunhado pra ter uma ideia de quantas pessoas contando com os meus amigos e os deles. Definimos quem seriam nossos padrinhos, em qual igreja seria e agora estávamos mesmo procurando onde iríamos morar e por fim escolhemos uma casa.
  Não seria uma casa próxima a casa dos meus pais nem dos meus sogros, também não seria no mesmo condomínio. Ficava a pouco mais que meia hora, um pouco mais pra frente do condomínio dos meus avós. Uma casa grande, mas não uma mansão. Tínhamos três quartos e uma suite, sala de estar, sala de jantar, cozinha, lavanderia, churrasqueira e um quintal razoável. Eu amei nossa casa e assim que decidimos fechar negócio procurei por uma design de interiores. E também queria ver os móveis planejados, foi a semana em que o Leo mais ficou maluco.


_ Contei pra minha mãe que não seríamos vizinhos e ela fez um bico enorme, disse que já não basta meu irmão e a Jessica.
_ Não que as casas do nosso condomínio sejam ruins, é que elas são exageradamente grandes, e seremos só nós dois.
_ Enquanto o atacante aqui não marca um golaço.
_ Não marca outro golaço você quis dizer não é? -sorri de canto e ele me abraçou forte.- Nosso neném já estaria grandinho agora hein... com quase cinco anos.
_ Penso nisso direto, direto. 
_ Eu as vezes penso, seria tão gostoso e ao mesmo tempo tão novo pra nós.
_ Como nosso relacionamento pô.
_ É, como nós dois. Mas teremos tempo não é? -falei deitando a cabeça no peito dele e fechando os olhos, deixando ele entrelaçar sua mão na minha.- Vamos levantar?
_ Quer carona?
_ Vou fazer home office hoje, preciso terminar meu seminário. Quer me ajudar?
_ Depois de um banho e um café da manhã quem sabe. -beijou meu ombro.
_ Interesseiro, isso que você é. -falei rindo e me levantando.- Vai tomar banho mesmo?
_ Eu vou, tô suado, grudando.
_ Eu também, mas espero você ir.
_ Não quer me acompanhar?
_ Não, preciso estudar loirão. Levanta vai. -o beijei e ele se levantou e foi para o banheiro. Ajeitei meu quarto, vesti o roupão e fui separar minhas coisas.


(...)

_ Terminamos. -falei deitando no colchão.- Quer escutar minha apresentação? -ele não se negou a me ouvir e estava me ajudando ao fazer algumas correções mesmo que não entendesse a fundo sobre o assunto. Sei que saímos do meu quarto mesmo já havíamos passado das 14 horas.
_ Já estava indo lá ver se queriam um lanchinho pra vocês dois.
_ Estômago roncou né, rapidinho viemos. Qual o prato de hoje?
_ Filé de peixe, arroz branco e salada. Tem um suquinho de laranja fresquinho.
_ Maria, quer casar comigo? -e ajoelhou-se na frente dela.
_ Já sou casada viu? Muito bem casada.
_ Isso Maria, não dá boi não que ele é um abusado.
_ E eu não sei? Hm.. eu tô bem de olho nele.
_ Saíram do quarto belíssimos? -Malu perguntou entrando na cozinha.- Almoçamos só eu e a Maria. Arthur decidiu fazer programas de casais no período da tarde, durante a semana também.
_ Tá com saudade?
_ Ele disse que ia chegar cedo e iria me levar pra tomar açaí.
_ Vai com o Henrique.
_ Henrique já está na faculdade, desde cedo.
_ Fazendo?
_ Se reunindo com o grupo, vão finalizar um seminário.
_ Precisava ir de manhã?
_ Melhor que se reunir na casa de alguém, assim já ficam pra aula. Eu fazia muito isso. -Leo comentou.- Rende mais.
_ Deus me livre, prefiro mil vezes ficar em casa.
_ Em casa tem música alta, comida a vontade e não preciso ficar de uniforme.
_ Na faculdade você quer saber de acabar tudo logo, a fome vem depois.
_ Percebi que vai ser intenso, af.
_ Você gosta de estudar, vai pegar o ritmo rápido. -falei.- Sem contar que é uma área que você curte, fica menos complicado... -ficamos um tempo na sala conversando sobre as novidades do mundo acadêmico com a Malu e depois de tanto ela falar que queria nós fomos tomar sorvete, aproveitamos e pegamos a caçula na escola.

  Passamos na minha vó, mas foi bem rapidinho. Voltamos pra casa e deixamos as meninas, Arthur estava chegando também com a Julia e o Thor parecia ter acabado de acordar. Subi para jogar uma água no corpo e me trocar para a aula. Leo esperou em me trocar e ofereceu carona ida e volta para a faculdade, aceitei e fomos.





Narrado por Luan
  No final de semana seguinte finalizei minha participação em um show beneficente em São Paulo e como não teve camarim, fui encontrar a Melissa que não parava um minuto de me ligar e mandar mensagens perguntando onde eu estava, se já estava chegando. Corri. Cheguei na loja e ela já estava lá dentro de braços cruzados e balançando a perna.


_ Pai, o senhor demorou uma eternidade. 
_ É sábado, tem congestionamento que não acaba mais. Estamos do outro lado da cidade minha filha. -falei.
_ Eu sei, mas estou ansiosa. Tô nervosa e tá me dando dor de barriga.
_ Calma, papai tá aqui. -falei lhe dando um abraço.- Bora lá?
_ Tô esperando minha mãe sair do banheiro.
_ Quem mais veio?
_ Minha sogra, a mãe e a minha vó.
_ Qual vó?
_ A senhora sua mãe. Estão lá dentro, vamos?
_ Vamos rapaz, bora.


  Melissa entrelaçou seu braço no meu e fomos loja a dentro. Entramos em uma sala grande e com um sofá aconchegante e que deveria acomodar no mínimo oito pessoas sem apertar ninguém. Cumprimentei a Stephanie, minha mãe e esperei Fernanda voltar do banheiro.

_ Graças à Deus, se a Melissa me perguntasse mais uma vez onde você estava ou por que você não atendia nem respondia eu iria surtar.
_ Calma vida, ela só está nervosa.
_ E você também, sua mão tá suando Luan. -falou passando a mão no meu cabelo.- É só a prova do vestido.
_ Pra mim parece bem mais que isso, quem tá ficando com dor de barriga sou eu.
_ Homens. -revirou os olhos, rindo.
_ Pai, nisso que eu penso. Ela casando, saindo de casa de vez e construindo parte da vida longe de mim. -falei rápido e preocupado, Fernanda deu risada e me calou com um beijo.
_ Amor isso vai ser bom pra ela, pra nós... também estou ansiosa, feliz e curiosa pra saber como a Mê irá se sair. -sorriu se mostrando um tanto despreocupada, mas sei que era pra me passar confiança.- E aqui tem uns lindos! Eu mesma já vesti uns três.
_ Quer casar de novo?
_ Renovar os votos, o que você acha?
_ Acho que você gosta muito de festas. -apertei seu nariz.- Mas não me oponho.


  Fernanda nunca negou que festa era seu sobrenome e com essa história de casamento da Melissa não estava sendo diferente, as duas viviam falando disso e daquilo, decoração assim ou assado. E eu cada dia mais reflexivo. Meus filhos estão grandes, tornando-se adultos. 
  Quando Melissa colocou o primeiro vestido eu me vi em anos atrás quando minha irmã estava para subir no altar, era jovem, porém decidida daquilo que queria. E pensando bem Melissa se parecia muito com a tia nisso, idênticas.
 Não sei dizer exatamente quantos vestidos ela provou, sei que foi um dos últimos que mais se destacou e eu particularmente achei perfeito para ela.



_ Pai?
_ Hm... -cocei os olhos e olhei pra cima não deixando transparecer que estava emocionado.
_ Ele é lindo, não é?
_ Sim, você está linda Melissa. -beijei sua testa com carinho, demoradamente e senti seu abraço aconchegante e sincero acompanhado de algumas lágrimas.
_ Você é o meu super pai, obrigada por ter vindo. -me apertou um pouco mais.- Eu te amo tanto.
_ Também te amo minha linda, amo demais. -nos afastamos e ela limpou o rosto, sorriu e voltou a se olhar no espelho.
_ É esse! Não quero nenhum outro.
_ Tem certeza Mê?
_ Eu tenho vó, já me vejo no altar com ele. -deu mais uma volta, idealizando seu grande dia e sem sequer tirar o sorriso do rosto.
_ Se é o que você quer, eu apoio. Também achei lindo, realçou seus olhos e valorizou bem a escultura do seu corpo, seus traços faciais.
_ Fiquei muito gata, não é pai?
_ É ficou, ficou. -cruzei os braços e ela riu.
_ Agora se me derem licença... preciso fazer alguns ajustes na peça. -tirei o celular do bolso e voltei a me sentar. Respondi algumas mensagens, dei uma olhadinha no Instagram e aproveitei para colocar uma foto no stories com as mulheres presentes.


  Melissa ficou no provador com a costureira da loja por quase uma hora, mas quando saiu estava ainda mais sorridente do que quando tinha entrado. Mas não falou mais nada sobre o vestido, agora seu assunto era os testes de cabelo e maquiagem e modelo de vestido para as madrinhas.

_ Maria Luísa não veio por que hein?
_ Porque ela não está em casa pai, por isso.
_ Só sabe ficar enfiada na casa do namorado, minha nossa senhora!
_ Ela está com as meninas pai, a Carol e a Lê. Henrique desceu pra praia com o Arthur e mais uns meninos, minha mãe liberou a chave da casa.
_ Só foi homem?
_ As meninas também foram pai, disseram que voltam na segunda-feira a noite.
_ Bando de desocupado.
_ Eles são estudam de noite, até me chamaram pra ir... mas eu tinha compromissos.
_ Sua irmã não quis ir?
_ Não. Ninguém ia subir no domingo, ela teria que faltar e está em semana de provas.
_ E a senhorita?
_ Vou bem obrigada. -deu risada.
_ Melissa, Melissa. Tô de olho viu?
_ Eu sei pai, mas estou estudando bonitinha, tudo nos conformes. As férias já estão aí também.
_ Vai viajar?
_ Por enquanto nada programado. Leonardo estará trabalhando, ou seja, só poderemos fazer algo juntos nos sábados e domingos.
_ E só tem ele aqui é?
_ Não pai, podemos viajar sim, inclusive pai o senhor vão passar as nossas férias onde? Já fechou a agenda?
_ Não toda, só algumas semanas. Por quê?
_ Queria ir pro Pantanal. A energia daquele lugar é indescritível, mesmo eu não entendendo nada sobre pesca.
_ Podemos ver né, sempre tem uma folguinha... -continuamos a conversar enquanto íamos deixar minha mãe em casa, a sogra da Melissa e fomos para a nossa. Estacionei o carro, entramos em casa e escutei Maria Luísa no telefone, nem nos viu chegar.
_ Tá bom, curte aí sua praia. Tchau! Beijos. -e desligou.
_ Não desgrudam hein.
_ Pai! -veio ao meu encontro dando um abraço forte de urso, se pendurando no meu pescoço.- Pensei que não fossem mais vir embora. Passaram a tarde toda lá praticamente.
_ Sua irmã com a história de casar.
_ História não, eu vou me casar pai. E meu casamento vai ser lindo! -beijou meu rosto.
_ Escolheu o vestido pelo menos?
_ Escolhi, agora tem todo o restante. Não sei se vou querer o cabelo muito solto... também não sei se volto pro loiro e sei lá, deixo crescer. Aí, é muita coisa pra uma noiva só.
_ Sim, já sabe quem serão as damas de honra?
_ As meninas ué, a Sofia, a Tais, a Ceci e a Helena.
_ Bernardo vai entrar com a Marina para levar as alianças.
_ Minha nossa senhora, cêis só falam disso agora.
_ Aguenta pai, mas vai ser uma vez só também. -Malu falou rindo.- Se bem que ainda tem meu irmão.
_ Arthur tá muito bem estudando, aproveitando mais com os amigos. -Fernanda disse rápida e confiante.
_ Aproveitando antes de casar também mãe, é assim a vida.
_ É assim coisa nenhuma, tem que se estruturar primeiro.
_ Estava falando disso com o Rique.
_ De casar? Ô minha nossa senhora, minha princesa...
_ Calma pai, me expressei mal. Estava me referindo a estudar, casar e ter filhos. Ninguém diz que vai se formar e conhecer países, morar uma temporada fora e sei lá sair do padrão... a linha de pensamento é a mesma.
_ Nisso que você pensa?
_ Sim. Quero conhecer lugares, curtir meu casamento, exercer a profissão que eu escolhi e isso não quer dizer que eu não vá me dedicar à família.
_ Não engravide cedo, quando você tem um filho exatamente tudo muda. Muitos dos seus planos tendem a se adaptar à sua vida como mãe.


  As três ficaram envolvidas no assunto e eu saí de fininho. Subi para o quarto e tomei um banho ligeiro, lavei os cabelos e sai. Coloquei uma samba-canção, regata e deitei na cama, estava cansado e não demorei a dormir.




Narrado por Maria Luísa
   Não fiquei muito tempo com a minha mãe e a Mê conversando sobre o casamento, meu pai subiu e eu uns quinze minutos depois fiz o mesmo. Entrei no quarto e tomei um banho um tanto demorado, aproveitei que não iria fazer nada e lavei os cabelos, passei uma máscara e só depois de escovar os dentes e me enxaguar saí.
  Com o quarto totalmente em silêncio não foi difícil escutar o celular vibrar, corri pra atender.


_ Oiiiiiiiiiii! Diz que está em casa, vai...
_ Oi Carol, estou. Tudo bem?
_ Ótimo, melhorou agorinha. -deu risada.- Vai sair com o boy hoje?
_ Não, ele está viajando. Por quê?
_ Vamos em uma festa comigo?
_ Festa? Onde? De quem?
_ Estou conhecendo um menino, é aniversário do irmão dele e ele me convidou e até falou que eu poderia levar uma amiga pra não me sentir sozinha e tal. Pensei em você, se anima?
_ Não estou muito animada não, mas também não vou fazer nada em casa.
_ Então deixa de ser chata e vamos.
_ Tenho que falar com os meus pais primeiro, se eles deixarem, eu vou. -respondi tranquila, indo procurar um conjunto de calcinha e sutiã pra vestir.- Vai ser a noite toda, óbvio né. Mas onde vai ser?
_ Na casa dele, fica perto da nossa escola. Umas ruas pra trás.
_ Tá, posso te ligar daqui a pouco?
_ Vai logo então. -e desligou. Coloquei a calcinha, o sutiã, enrolei a toalha no corpo e fui procurar minha mãe.
_ Mãe? -bati na porta do quarto e fui entrando.- Tá deitada?
_ Quase. -olhei e ela tinha acabado de sentar na cama.- O que foi?
_ Posso sair com a Carol? 
_ Agora? Pra onde?
_ O lugar exatamente eu não sei o endereço, mas é um aniversário. Aniversário do "cunhado" dela. Perto da escola.
_ E vai a madrugada toda?
_ É. 
_ Vai ir e voltar de Uber?
_ Na verdade eu ia ligar pra senhora ir me buscar, se não fosse ter problema.
_ Mas liga uma horinha antes hein. Quer que eu leve vocês?
_ Por favor?
_ Quando estiver pronta me avisa.

  Assenti e sai do quarto já pensando na roupa que iria vestir. Não estava frio, mas não estava muito calor. Peguei um vestido curto, porém de mangas compridas, tênis e algumas pulseiras. Passei o secador nos cabelos e os penteei para trás fazendo um rabo de cavalo no alto. Fiz uma maquiagem bem básica e estava pronta após borrifar um pouco do perfume.

_ Mãe, tô pronta.
_ Não vai levar blusa?
_ Acha que precisa?
_ Madrugada costuma cair a temperatura, né?
_ Tá, vou buscar. -voltei no quarto e peguei uma camisa jeans, meu celular e coloquei a cópia do documento atrás.- Agora não falta nada. Bora?


  Minha mãe foi dirigindo tranquila, cantando e quando estacionou o carro no endereço indicado pela Carol deu um pequeno sermão. Disse que confiava em mim e por isso estava me deixando sair sozinha, sem os meus irmãos e passar a madrugada fora de casa e mais todas as recomendações que as mães passam antes de deixar realmente a filha sair.
  Desci do carro e esperei lá na frente por quase vinte minutos, quando a dona Caroline resolveu aparecer e já me abraçou pra eu não xingar.


_ Pensei que você não vinha. 
_ Vim e você demorou uma vida pra chegar. Quem é esse hein?
_ O nome dele é Lucas, ele tem 17. O irmão dele está fazendo 21 e aqui estamos nós amiga. Vem, vamos entrando.


  Era uma festa adulta. Ou seja, muitas bebidas dessas que eu sequer reconheceria nem mesmo pelo cheiro. O salão estava razoavelmente cheio, muitos "jovens" e o Lucas estava lá com um grupo de amigos, fomos apresentados um ao outro pela Carol e em seguida ele apresentou os amigos que estavam lá. Estava a vontade, comendo e aproveitando a festa aos poucos. 
  Dancei, conversei, tirei fotos e experimentei um drink de açaí. Chegou a hora do parabéns e depois voltou a música e agitação pelo salão e eu já estava ficando com sono.


_ Indo pra casa amiga?
_ Eu vou sim, tô ligando pra minha mãe vir me buscar. Está um pouco tarde também.
_ Tarde não está não senhora, mas vai pra casa e descansa. -sorriu.- Obrigada por ter vindo, o Lucas gostou muito de você. Falou que minha amiga é muito legal.
_ Sou mesmo, muitíssimo legal com quem eu também gosto. -falei piscando enquanto esperava minha mãe atender.- Alô, mãe?
_ 03h47 da manhã. Onde você tá?
_ Minha mãe está dormindo pai? Ela ficou de me buscar na festa.
_ Festa? Que festa é essa que eu não fiquei sabendo Maria Luísa? -perguntou todo sério.
_ Do cunhado da Carol pai. Ela me chamou de última hora, o senhor já estava dormindo e minha mãe me deixou ir... me trouxe e disse que quando eu quisesse ir embora era só ligar.
_ Sua mãe tá dormindo e não vai acorda tão cedo. Manda a localização, tô levantando pra ir aí.
_ Tá bom, vem com Deus pai. -e desliguei.- Meu pai vem vindo. -comentei guardando o celular.
_ Ele tá bravo?
_ Mais ou menos. Disse que não estava sabendo de nada. -respirei fundo, voltei a pegar o celular e olhei a hora antes de guarda-lo outra vez.- E a senhora, quando vai aparecer lá em casa?
_ Quando você não estiver com o boy, não quero ser empata foda de ninguém.
_ Amiga você nunca atrapalha e nós fazemos outras coisas além de sexo viu? Andamos de bike, cozinhamos, assistimos filme, jogamos jogos de tabuleiro e videogame. Além de que dormimos muito.
_ Grude hein, meu Deus!
_ Ele ainda me ajuda a estudar.
_ Não saem pra baladas? Barzinhos?
_ Ele vai com amigos dele, eu não entro.
_ E você confia?
_ Sim, confio. Ele nunca me deu motivos para duvidar. -dei de ombros despreocupada.- E o Lucas hein? Sai namoro?
_ Eu até queria, mas disse ele que saiu de namoro há pouco tempo e blá blá blá... ele não quer namorar. A gente fica.
_ E como você tem lidado com isso?
_ Por enquanto estou levando, gosto dele, mas sei manter distância. Tá funcionando.
_ Tô na torcida! -falei cruzando os dedos, ele deu risada. Nos falamos por mais uns minutos e não demorou para o meu pai buzinar e baixar o vidro do carro, me despedi e entrei.
_ Festa de última hora né?
_ Sim paizinho, não tô te enrolando. Não faz essa cara de bravo. -cruzei os braços.- A minha mãe deixou.
_ Ela sempre deixa. Sempre.
_ Porque ela sabe que não tem problema, problema nenhum.
_ Okay dona Maria Luísa, não falo mais nada. -bocejou.


   Meu pai e esse jeito ciumento, um tanto preocupado e que eu tanto amava. Dei risada sozinha enquanto íamos para casa, chegamos e minha mãe estava de roupão na sala tomando água e com o olhar desconfiado. Falei "boa noite" e subi para o meu quarto, tirei os sapatos, troquei de roupa, me deitei e não demorou para que eu pegasse no sono.

(...)

_ Não vai acordar mesmo não? -escutei uma vez de fundo, mas continuei encolhida na cama e mantendo os olhos fechados.- Dirigi duas horas e quarenta minutos pra te buscar.
_ Bom dia. -sorri e virei de frente o abraçando. 
_ Não consegue abrir o olho não?
_ Tô com sono. -fiz um bico e senti sua boca na minha, dando aquele beijão.- Tá fazendo o que aqui?
_ Vim te buscar, falei com o seu pai já. Nem vou beber hoje, só pra te trazer de boa mais tarde.
_ Tá bom, okay. Consigo tomar um banho?
_ Consegue, posso ir separando sua roupa?
_ Não, fica longe da minha gaveta de calcinhas.
_ Só queria ajudar. Mais nada.
_ Sei.


     Eu ainda estava com sono, mas só de olhar pela janela sabia que estava calor e muito claro do lado de fora. Levantei da cama e tomei um banho rápido, continuei com os cabelos presos e depois de escovar os dentes sai. Henrique estava dormindo na minha cama, com o braço cobrindo os olhos e boca aberta. Troquei de roupa, coloquei um biquíni e por cima shorts e regata, separei uma troca para voltar e coisas de higiene como protetor, cremes e essas coisinhas. Peguei os documentos, carregador do celular e estava pronta.
   Acordei o preguicinha e nós descemos, tomamos café e fomos para o carro que a viagem seria longa. Só passamos no posto para abastecer e comprar umas guloseimas na loja de conveniência, depois disso seguimos viagem e chegamos lá por volta de 11h30.

_ Bom dia, bom dia. -falei abrindo a porta e passando pela sala.
_ Uau. Só chega mulher bonita nessa casa. -escutei alguém falar, mas ignorei.- Solteira?
_ Não, minha namorada. -Henrique respondeu e foi pra cozinha, fui deixar minha bolsa no quarto e desci para cumprimentar o restante do pessoal.
_ Oi gente, cheguei!
_ Ainda bem, estamos em minoria aqui.
_ Tô percebendo, um homem a cada dois metros quadrados.
_ Mas o seu tá bem aqui. -abraçou minha cintura e beijou minha nuca me causando arrepios.- Bem de olho.
_ Sabemos, agora pode desgrudando vai. 
_ Ter irmão ciumento, okay. Agora ciumento e melhor amigo do seu namorado é difícil (risos).
_ Engraçadinha. Como você tá?
_ Ótima. Já tomaram café? Quero ir pra praia.
_ Ainda vamos tomar café, quer dizer, eu né. Tô com fome cunhada.
_ Misericórdia Julia, ainda não comeram?
_ Ninguém acordou cedo aqui, só o Rique.
_ Meu orgulho esse homem. -falei apertando sua bochechas e rindo.- Vão demorar?
_ Pessoal foi buscar o pão e os frios.
_ Vou tomar um banho então. -Henrique falou beijando meu rosto e saindo da cozinha. Ajudei a terminar de colocarem a mesa, lavei a louça e subi pra ver se ele iria demorar no banho.
_ Você não ia tomar banho? -perguntei vendo-o deitado na cama, no celular.
_ Pensei que você fosse entender o recado, queria era namorar. Vem cá. -encostei a porta e caminhei devagar até a cama, subi de joelhos e sentei em seu colo. Tirei a blusa e cobri os olhos dele, me aproximando e beijando sua boca devagar, saboreando seu beijo. Levando as mãos até seu pescoço dando mais firmeza, o empurrando mais contra a cabeceira.- Fechou a porta?
_ Não tranquei. 
_ Se seu irmão pega a gente aqui nem sei o que ele faz.
_ Vai ficar de mal humor o resto do domingo. Quer que eu feche?
_ Não, eu fecho, espera aí. -ele levantou segurando a toalha, trancou a porta e veio sem pressa até mim. O ajudei tirar meu shorts e depois de estar deitada na cama recebi seu toque precisamente por todo o corpo, e quando estava mais sensível e entregue eu o senti fundo e rápido, não consegui segurar o gemido e nem ele.- Tem muita gente aqui, não podemos abusar. -riu.
_ Eu sei, mas não consegui segurar. -falei rindo também, ele beijou testa e em seguida minha boca, voltando a se movimentar. Henrique se mostrava melhor a cada transa e eu me sentia ainda mais a vontade e sem vergonha com ele. Nos viramos e fiquei por cima, abracei seu pescoço e beijei sua boca sem deixar que ele saísse de mim. Suas mãos alisavam minhas costas, desciam um pouco mais apertando minha bunda, voltando uma das mãos até a nuca e puxando meus cabelos, levando minha cabeça para trás e beijando todo o meu pescoço.
_ Você me deixa louco. -sorriu entre o beijo.
_ Para de falar essas coisas safadas. -ri.
_ Tá bom, só vou fazer coisas safadas. -segurou minha cintura e bombou mais rápido por um tempo me tirando de seu colo quando chegou ao seu limite.- Nossa! -respirou fundo de olhos fechados e um sorriso largo no rosto, o abracei deitando a cabeça em seu peito.- Quer tomar um banho?
_ Só não posso molhar os cabelos, mas tô cansada. -falei.
_ Eles enrolam pra cacete pra tomar café, vamos ficar aqui. -e ficamos conversando, namorando.- Pega meu celular aí, deixa eu te mostrar uma coisa.
_ Foto?
_ Vídeo. -deu risada e foi desbloqueando o aparelho, entrou na galeria e quando olhei era um vídeo meu na festa de ontem.- Pra mim ninguém dança assim. -falou beijando meu ombro.
_ Quem foi o fofoqueiro?
_ Não vou falar não, não importa. -deu de ombros.
_ Ficou chateado?
_ Não. Festa é pra isso, dançar, comer e beber.
_ Na sua nós beijamos na boca.
_ Fizemos outras coisas também (risos). Melhor aniversário da minha vida.
_ Pra nós. -selei seus lábios e fechei os olhos me esticando na cama, bem preguiçosa. Sentei no colchão e levantei pra ir ao banheiro, fiz xixi e já fui ligando o chuveiro para tomar uma ducha. Prendi os cabelos e entrei debaixo d'água.
_ Nem me esperou. -disse entrando quando eu já estava terminando de me enxaguar.
_ Já até terminei, fica a vontade. -sai do box e deixei que ele entrasse. Voltei para o quarto e depois de me secar vesti novamente o biquíni e peguei meu celular.
_ Chegou que horas Maria Luísa? Não avisa não é? -meu pai mandou um áudio no grupo. 
_ Desculpa paizinho lindo, cheguei tem um tempinho. A viagem foi tranquila, aqui está muito sol e seu filho ainda estava tomando café.
_ Que não se repita mocinha, bom domingo filha.
_ Obrigada pai, te amo.

  Deitei na cama ainda bagunçada e fiquei de olhos fechados esperando o bonito que só tinha que jogar uma água no corpo. Henrique saiu já de sunga, colocou uma bermuda clara e disse estar pronto.     Descemos e eles ainda comiam.

_ Ainda tão tomando café?
_ Não vai comer não? -neguei.- Sem fome?
_ Comi antes de vir pra cá, em casa. Queremos ir pra praia, vocês enrolam muito. -falei puxando a cadeira e sentando, Henrique sentou no meu colo.
_ Todo mundo meio lento, dormimos tarde ontem. Ou melhor, dormimos hoje pela manhã.
_ Fazendo?
_ Resenha. Viagem é isso, praia e curtição.
_ Vocês não tem limites, eu ia dormir. Certeza. -falei rindo.
_ Não ia nada Malu, íamos dançar a noite toda, eu quem escolhi a playlist. -Larissa falou animada.
_ Temos hoje ainda.
_ Vai embora com a gente?
_ Não, vou subir hoje. Tenho aula amanhã de manhã.
_ As vezes eu esqueço que você só é grande. -sorriu.
_ Só um detalhe, né amor?
_ É. -disse me beijando rapidamente. Ficamos na cozinha conversando e eu perguntando quem eram os rostos "novos" que por ali circulavam e o Henrique ia me dizendo quem veio com quem, quem era namorado ou ficante de quem e quem eram os solteiros. Levantamos e fomos para a área da piscina, mas não estávamos sozinhos, tinham três meninas sentadas à mesa.
_ Bom dia, tudo bem Malu? E aí Henrique? -era a Débora, amiga dos meninos.- Vem cá.
_ Tudo bem Dé? Oi meninas. -cumprimentei as outras duas mesmo sem saber quem era, mas uma delas me olhou feio e não disse nada.
_ Ela que é a namorada do Henrique, Gabi. E irmã do Art.
_ Ah sim, prazer. -dei um sorriso fechado e em seguida arrumei desculpa para sairmos dali.
_ Quem é aquela?
_ Não sei, quer dizer, conheço tanto quanto você. Amiga da Débora e é a primeira vez que vem.
_ Porque ela me olhou com aquela cara?
_ Porque no dia que descemos ela quase me roubou um beijo.
_ E você fala isso na maior calma? Assim com a maior naturalidade? -cruzei os braços e fechei a cara, saindo de perto.
_ Falei que ela quase me roubou um beijo, não beijei ela. Não me olha com essa cara.
_ Olho com a cara que eu quiser.
_ Malu, vamos? -Larissa apareceu na porta me chamando.- Julia só subiu pra colocar o biquíni.
_ Tô indo já. -falei e ia dando as costas, Henrique me puxou pela cintura e me grudou nele.
_ Já falei que não rolou nada. Falei que eu namorava, namorava a irmã do dono da casa.
_ Não ficou com ela por que meu irmão estava aqui?
_ Porque eu não quis, eu namoro. Para com isso vai... -beijou meu rosto.- Desfaz esse bico, descruza esses braços...
_ Estou de olho nela e em você também.
_ Acha que eu pretendo ficar com ela? Nem dormi pra ir te buscar em São Paulo pra passar o dia comigo, tô nem aí pra ela.
_ Fica a coisa mais linda bravo gente. -mordi sua bochecha e ele perdeu a pose de sério, dando risada.- Só fiquei com ciúmes, eu não estava aqui.
_ E eu contaria mesmo que estivesse. Relaxa, vamos aproveitar nosso domingo.

   E aproveitamos.
  O sol estava maravilhoso e nós curtimos do primeiro instante até o último. Ficamos na praia a tarde inteira e batemos papo, mergulhamos e até jogamos bola por alguns minutos. Mas não sou muito atleta e parei logo, fiquei um tempão com as meninas cantando e dançando axé entre muitas risadas.    Meu irmão entrou na dança, Matheus e até meu namorado e a oferecida que o tempo todo quis me provocar e meu irmão deu um chega pra lá nela. Adorei, confesso.
  No final do dia Henrique e eu voltamos pra casa e decidimos tomar banho juntos, namoramos um pouco aproveitando a casa só pra gente e depois fomos nos vestir e levar as coisas para o carro. Foi o tempo do meu irmão voltar com a Julia, nos despedimos deles e pudemos seguir viagem.

_ E seu domingo, aproveitou?
_ Muito, e você? -perguntei sabendo a resposta.- Se divertiu?
_ Mais que os outros dois dias, sentia sua falta aqui.
_ Bem feito, deveria ter me trazido antes.
_ Fiquei arrependido, fui te buscar até. Falei com o meu sogro e ele ainda deixou.
_ E se ele não tivesse deixado hein?
_ Ia ficar por lá mesmo, nós dois dentro de casa assistindo filme, brincando com a sua irmã. Falando com o seu pai de futebol e com a sua mãe sobre o casamento da sua irmã. Tinha várias opções, muitas.
_ Foi preparado para o sim e para o não?
_ Sempre.
_ Meu pai não te deu sermão?
_ Cê tá tirando minha filha de casa, muito cuidado. -imitou meu pai igualzinho, foi engraçado.- Se inventar de beber vai ser uma vez pra nunca mais.
_ Brinca não que ele cumpre. -falei me lembrando dos castigos da minha irmã.- Tudo bem que hoje em dia ele está bem mais tranquilo, não fui a primeira.
_ Tivemos foi sorte. -riu.- Seu pai é daora.
_ Ele é incrível! 
_ Meu sogro né? 
_ É, seu sogro. -o beijei e voltei a me ajeitar no banco e pegar o celular.
_ Não vai me dar atenção?
_ Tá carente Henrique?
_ Tô com sono, já pensou se eu durmo no volante?
_ Nem brinca... -fomos conversando o caminho inteiro, tivemos assunto de sobra. Chegamos em São Paulo era pouco mais que dez da noite, ele me deixou em casa e foi embora para a casa dele.- Oi pai, boa noite. Cadê minha mãe?
_ Oi, boa noite. Com a sua irmã no quarto.
_ Dormindo?
_ Tentando. Sua irmã não quer saber de dormir. Como foi a viagem?
_ Ótima, gostei muito.
_ E seu irmão está cuidando da casa?
_ Claro né pai, está comportado, todo homem da casa ele. 
_ E você se comportou?
_ Pai, isso é um tanto invasivo. Eu namorei ué, estava com saudades do meu namorado. -falei apertando os lábios, ele respirou fundo, deu risada balançando a cabeça e me fez uma pergunta deixando meu rosto queimando de vergonha.
_ Corro o risco de ser avô?
_ Juro que não pai, prometo pro senhor. Beijos, boa noite. -beijei seu rosto e subi.







4/5

Próximo capítulo será publicado às 12h.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Girls, fiquem à vontade. Esse espaço é de vocês!