Narrado por Fernanda
Não demoramos a chegar na casa dos meus sogros depois que saímos do posto. Luan estacionou e eu nem desci, ele abriu a porta traseira para o Thor descer pegou a bolsa do meu neném e entrou. Fiquei esperando uns cinco minutos no carro até meu outro pequeno aparecer.
_ Oi tia Fê, tudo bem? -perguntou assim que entrou no carro e foi se acomodando no banco.
_ Oi Lucas, vou bem e você amor? Aproveitando as férias?
_ Sim, jogo todos os dias e durmo tarde depois de assistir filme com o meu vô.
_ Não vai viajar mais?
_ Minha mãe queria ir pra cidade da bisa, mas a Lau não vai ela falou e meu pai também não estava querendo tia.
_ E ela foi sozinha?
_ Não, foi visitar as amigas dela na outra cidade, onde ela morava antes. -contou despreocupado, dando de ombros.
_ Ah tá, entendi amor. Você vai ficar com o vovô e vovó até eles voltarem é?
_ Aham, até minha mãe voltar e não sei que dia é.
_ Você pode ir passar uns dias lá em casa se quiser, seu tio está de férias. Podemos ir visitar o Bê, o Guilherme... o que você acha?
_ Só se minha vó deixar.
_ Combinado, vamos pedir a ela depois. Toca aqui. -estendi a mão e ele fez o mesmo. Olhei para a janela e Luan saia na frente com a mãe, meu sogro vinha logo atrás, eles entraram no carro, nos cumprimentamos e seguimos viagem.
_ Nunca tinha vindo aqui não. -Mari falou assim que descemos do carro.
_ Viemos aqui uma vez que fomos assistir o show do Fernando e Sorocaba, sogra. Terminou o show, Luan e Rober estava com fome. Aí já viu né?
_ Só nós dois, você não estava não né?
_ Só um pouco de fome, bem pouco.
_ Sabemos bem que sim.
_ Ô tia, vou poder tomar naquela caneca grande?
_ Refrigerante sim. -pisquei pra ele e fomos nos direcionando a entrada, pedimos mesa para cinco pessoas e não demorou para encontrarem uma. Nos acomodamos e combinamos que iríamos pedir rodízio mesmo.
_ Vocês não sossegam, não é? Chegaram hoje e já saíram?
_ A casa estava cheia, muito jovem junto. -Luan respondeu.- E tamém estava com saudades, né paizão.
_ Eu também meu filho, nossa senhora, difícil ficar mais de três dias sem você ligar. -dizia minha sogra.- Isso quando você não aparecia lá em casa.
_ Ô xumba fala isso não rapaz, tô véio, mas ainda fico emocionado.
_ Se você está velho imagina nós dois. -Amarildo dizia rindo.
_ Enxutos. Nota mil. Nem parecem ter mais de sessenta.
_ Não mesmo sogra, tá nova ainda. Luan é um exagerado. -falei pegando o cardápio de bebidas. O garçom veio até nossa mesa anotar os pedidos, confirmamos cinco rodízios e pedimos as bebidas, quatro chopps e um refrigerante na caneca de chopp.
_ Então quer dizer que foi mais uma praia pra conta?
_ Sim, foi e lá é lindo, eu recomendo. Sabe um lugar fora do comum mesmo. Pouca conexão, muito aconchegante e quente, muito calor. Fez sol todos os dias em que estivemos por lá.
_ Mas em, lá não era o calor daqui não viu. Tinha a brisa do mar pra refrescar, bom demais.
_ Gosto muito de praia sabe? Mas prefiro uma chácara, mais calmo, me sinto mais em contato com a natureza. -Marizete comentou.- Sinal de celular costuma ser zero mesmo e você é "obrigado" a ter um tempo seu, tempo de reflexão. Como no Pantanal por exemplo.
_ Agora a senhora falou minha língua mamusca, ô lugar bonito rapaz. Num barquinho, tranquilo, aquele pôr do sol. -fechou os olhos imaginando.- Dá vontade de não voltar mais pra cidade.
Luan, Pantanal e uma infinidade de assuntos, nunca faltavam histórias. Mas não tínhamos pressa em sair dali então um assunto foi puxando outro e outros e foi fluindo nosso jantar.
Entre um chopp e outro, muita carne e risadas terminamos nossa noite ali. Luan fez questão de pagar a conta, mesmo a ideia do passeio sendo minha, e voltamos para o carro.
_ Consegue dirigir?
_ Bebi menos que você. -falou no meu ouvido e me deu um beijo.- Vai na frente?
_ Não, deixa seu pai ir. Quero fofocar com a minha sogra.
_ Mais?
_ Cuida da sua vida Luan. -ri e fui me acomodando no banco de trás junto a Mari.
_ Pensei que estariam cansados demais para saírem praticamente minutos depois de terem acabado de chegar.
_ Luan não queria me deixar falar, mas nossa casa estava com os quartos cheios sabe?
_ Cheios? -fez igualzinho meu marido, sorri.
_ Cada um com o seu par.
_ Minha nossa senhora gente, esses meninos... ô Fernanda, eles estão se protegendo?
_ Eu falo sempre, dizem eles que sim. -dei de ombros.- Sei que ele não gostou nem um pouco e quis sair de casa.
_ Ser pai de adolescentes não é fácil não. -riu.- Amarildo e eu sabemos bem viu.
_ Eu imagino que sim mesmo... -falamos mais sobre os filhos, sobre pensarmos em fazer algo no final de semana seguinte e continuamos a conversa até Luan estacionar em frente a casa deles e nos despedirmos.
_ Pra casa?
_ Ah já estamos sob efeitos de álcool, buxin cheio... pra casa vida, vamos.
_ Não prefere dormir num hotel?
_ Não, safado. Vamos dormir na nossa cama a noite inteira, roncar bastante.
_ Nem uma cervejinha? Tá cedo vai...
_ Podemos passar num mercado então, sei lá, comprar uns petiscos e tomamos uma ou duas latinhas antes de deitar. O que acha?
Éramos dois exagerados, tínhamos acabado de sair de um rodízio e fomos parar em um mercado 24 horas. Compramos dois pacs com 15 latinhas, salame e outros frios cortados em cubos, passamos no caixa e voltei para casa dirigindo.
_ Em casa!
_ Tin tin. -falou abrindo a lata e dando uma golada.
_ Isso aí tá quente, seu cachaceiro. -falei saindo do carro e travando as portas.- As luzes estão acesas.
_ Tenho até medo de abrir essa porta, minha nossa senhora.
_ Já passou amor, passou viu. -falei dando aquele selinho bem dado e abrindo a porta.- Boa noite, boa noite. -falei entrando na frente.
_ Mãe?
_ Eu? -ri.- Tudo bem Malu?
_ Tu-tudo bem, e a senhora? Tão chegando agora? -perguntou toda desconfiada, tive vontade de rir.
_ Não, saímos de tarde e estamos voltando agora.
_ Ah tá... e meu pai, cadê?
_ Tô aqui, boa noite princesa. -foi até ela dando um abraço e um beijo no rosto.- E você... eu tô de olho.
_ Calma sogrão, tá tudo sob controle.
_ Espero que esteja, posso conseguir uma arma e um álibi.
_ Pai!
_ Papai está só brincando. -bagunçou os cabelos dela e foi para a cozinha.
_ Não me olha com essa cara, mãe.
_ Estão usando camisinha? -Maria Luísa foi ficando vermelha de vergonha e começou a tossir disparadamente, Henrique a ajudou se recuperar e acabou rindo junto comigo.
_ Estamos sogra, estamos. -respondeu brincando, mas um pouco vermelho também.
_ Viu minha filha, era só ter respondido.
_ Isso é coisa que se pergunte? E se meu pai escuta?
_ Seu pai e eu escutamos bem mais quando chegamos viu, isso não foi nada. -falei rindo e caminhando em direção a cozinha.- Que marido prendado esse meu, gostoso. -cheguei por trás e abracei sua cintura, dando uma mordida carinhosa em suas costas e descendo uma das mãos de seu abdômen para o cós da calça jeans, mas ele me parou.- Sem graça.
_ Pra quem queria dormir tá muito atiradinha.
_ Tô em casa meu amor, em casa e com 30 latinhas de skol no freezer. Vai cortar o salame? -perguntei mudando de assunto.
_ Peguei fatiado, só jogar o limão e um sazonzinho e tá pronto.
_ Não quer minha ajuda então?
_ Tô dando conta muié, pega uma latinha aí.
_ Pra você?
_ Uma pra cada pra ir abrindo o apetite.
_ Não estou acreditando que ainda vamos beber mais depois de tudo aquilo de chopp, só porque estamos de férias é?
_ Isso mesmo muié, férias pode beber bastante, namorar bastante...
_ Ô com certeza amor, como pode. Tudo é bastante (risos).
_ A mãe chegou? -escutei Melissa perguntou e não demorou para que ela aparecesse na cozinha sorrindo e vindo me abraçar forte.- Que bom que voltaram! -beijou meu rosto e foi abraçar o pai.- Paizinho lindo, que saudades!
_ Saudade foi tanta que não me abraçou primeiro. -fingiu estar ofendido cruzando os braços.
_ Eu te amo, sabia? -riu.- Vocês não chegaram agora né?
_ Não, tínhamos saído. -falei.
_ E nem falaram com a gente? Eu estava no quarto.
_ Sabemos. -Luan disse e ela deu risada.
_ Pai, juro que não foi isso. -riu mais ainda.- Eu estava apenas recebendo uma bela massagem.
_ Não estava parecendo não. Fica esperta viu, eu tô de olho.
_ Sempre seu Luan, sempre.
_ E cadê o malacabado?
_ No banheiro, entrou correndo. -escutamos a porta bater e em poucos segundos nosso genro estava entrando na cozinha todo sorridente, cheiroso. A primeira coisa que ele fez foi cumprimentar o sogro e vir me dar um abraço em seguida.
_ Tá mais fortinho hein. -brinquei segurando seus braços.- Queimado de sol também.
_ Praia, piscina e muita gelada.
_ Cara de pau. Onde os dois estavam?
_ Chá de fraldas da prima do Leo.
_ No meio da semana?
_ Estou bem acostumada, nós sempre fazemos isso e desde que eu era pequena.
_ Porque seu pai tem muito mais shows nos finais de semanas.
_ Sim, entendi isso depois de um tempinho (risos). Vocês vão ficar aqui? -assentimos.- Vou jogar uma água no corpo e desço, até já.
Melissa saiu da cozinha e o Leo se acomodou, também estava com saudades desse meu filho, ri sozinha. Luan ofereceu uma cerveja e ele não negou, abriu, "brindou" comigo e entramos em um outro assunto.
_ E aí, vocês dois, estão enrolando?
_ Não é assim sogrão, estamos conversando. Olhamos alguns imóveis também, e ela está pensando nos padrinhos.
_ Vocês querem festa grande? -perguntei.
_ Eu quero o que ela quiser, sogra. Tenho a família pra convidar, alguns amigos, não vou convidar todos não. E só.
_ Tá certo, casamento o ideal é que tenham as pessoas que fizeram parte da vida e história de vocês. -comentei.
_ Não foram muitas, disso pode ter certeza. -deu risada.- Tirando a época em que fui pra faculdade... nosso ciclo de amizades é basicamente o mesmo. -conversamos um pouco mais sobre lista de convidados e eu até especulei sobre onde iriam morar, mas Leo foi bem superficial ao entrar no assunto. Melissa tinha terminado o banho e desceu para nos acompanhar no bate papo, não demorou e o Arthur apareceu com a cara mais lavada do mundo e se juntou a nós.
A maior parte da madrugada ficamos ali papeando. Subi deixando eles com o Luan porque estava cansada e bem alegrinha depois de mais algumas latinhas de cerveja, não demorei a me deitar e capotar naquela cama.
(...)
_ Não resisto à você assim... -escutei sussurros bem longe, baixinhos também, mordi os lábios e permaneci de olhos fechados.- ... Nanda?
_ Já é bom dia?
_ Não, é que eu entrei aqui e te vi assim...
_ Assim como? Dormindo?
_ Nua. Sem uma única peça.
_ Estava com calor.
_ Não está mais?
_ Não. -ri.- Deita aqui amor, tô com sono.
_ Tá de brincadeira, né? Porra...
_ Não fica assim vida, eu tô cansada só. -abracei seu pescoço e o puxei para um beijo longo e com mordidas, não queria mais sair dele e fiz isso quando realmente o fôlego faltou.- Te amo.
_ Também amo você e vou cobrar viu. -beijou minha testa e se levantou indo para o banheiro. Girei na cama ficando de lado, puxei o edredom e voltei a dormir.
Acordei no dia seguinte e Luan estava sentado na varanda com o violão dedilhando uma nota e outra. Sorri e fiquei quietinha vendo-o tocar e cantar baixinho uma música de composição antiga, melodia suave e gostosa de se ouvir.
_ Vem cá amor. -chamou e eu despertei, sorrindo e me levantando da cama do jeito que estava. Luan sempre me deixou a vontade com o meu corpo assim como eu o deixava com o dele, tínhamos isso desde que éramos amantes um do outro.- Bom dia minha vida.
_ Bom dia amor. -selei seus lábios e o abracei.- Choveu ontem para abrir esse sol maravilhoso agora pela manhã. -falei ao contemplar o céu azul sem nuvens com um brilho radiante.
_ Esquecemos de fechar a janela, acordei com os raios atravessando o vidro.
_ Dormi feito pedra. -me espreguicei dando um bocejo enorme.- Dormiu bem?
_ Como dorme mal do seu lado? Já estou com saudades de dormir agarradinho todas as noites.
_ Eu também. -alisei seu rosto.- Vamos tomar um banho?
_ Juntos?
_ Sim, só banho. Vem...
Ele ficou uns segundos me olhando com a carinha de preguiça, estendi os braços e o ajudei levantar do chão. Entramos no banheiro descalços, abraçados e rindo. Abri o chuveiro e veio aquele jato de água fria me fazendo dar um grito e rir em seguida, Luan regulou a temperatura da água e por fim tomamos banho, nos ensaboamos, lavamos os cabelos e depois de escovarmos os dentes saímos.
Nos trocamos e ao descer encontramos a mesa de café pronta com tudo o que gostávamos de comer. As meninas acordaram mais cedo e ajeitaram tudo, Arthur preguiça desceu depois que já estávamos sentados e nos servindo e juntou-se a nós.
Narrado por Maria Luísa
(...)
Logo vieram os últimos dias de férias e com eles minha irmã voltou de viagem, curtimos um domingo todo no zoológico –lugar que não íamos desde quando a Nena era pequena–, patinamos e no último dia em casa meu pai dormiu o dia inteiro. Não quis fazer churrasco, não quis ir na minha vó, ele dormiu.
_ E você vai ficar em casa hoje?
_ Eu sim, estou de pijama inclusive.
_ Já? Mas são 16h27 Malu.
_ Tá, mas eu já tomei banho, tô com a toalha enrolada na cabeça e pintando as unhas. -respondi e escutei sua risada de fundo.- E você?
_ Deitado, amanhã também começam as aulas, mas vai estar vazia a faculdade.
_ Trote. Isso que tem na primeira semana.
_ Coisa que quem não tem o que fazer.
_ Eu acho também. Mas me fala, tá empolgado?
_ Relações Internacionais é muito foda, acho a grade sensacional, então sim.
_ É relacionado à Comércio Exterior?
_ Sim e não, mas ainda não sei explicar claramente a diferença. Um dia eu te respondo essa pergunta.
_ Okay senhor Henrique. Você almoçou hoje?
Henrique ficou no telefone comigo por um bom tempo. Continuamos a falar sobre o início das aulas por um tempo, depois mudamos um pouco de assunto e comentamos sobre o fim das férias. Sei que eram mais de sete da noite e estávamos falando de saudades, que iríamos voltar a rotina logo e não iríamos nos ver com frequência.
_ Malu vem comer! -escutei minha irmã me chamar e disse que já iria.
_ Rique?
_ Oi Malu.
_ Vou descer pra jantar, tá? Vai sair?
_ Tá bom, só me fala quem foi a cozinheira da vez. -riu.
_ Acho que minha mãe, porque a Mê não está e meu pai dormiu o dia todo.
_ Guarda pra mim hein, mais tarde eu passo aí. Posso?
_ Se eu não estiver dormindo, pode. Onde você vai?
_ Tomar banho ué.
_ Não tô falando disso, você entendeu.
_ Karaokê. Não sei nem onde fica.
_ Meu irmão vai?
_ Sim, sua cunhada também. -respondeu.- Quer ir?
_ Eu não, ninguém me convidou antes. Vou jantar e dormir.
_ Malu!
_ Bom passeio, tô descendo antes que venham me buscar arrastada. -ri.
_ Boa noite lindinha, tchau.
_ Tchau.
_ Ô Maria Luísa, vem jantar filha.
_ Tô descendo gente, calma. -falei encerrando a ligação e descendo para a sala de jantar. Entrei e minha irmã estava com um bico enorme, os olhos cheios de lágrimas e meu pai querendo rir.- O que aconteceu aqui? -perguntei me sentando.
_ Mamãe brigou comigo.
_ Não briguei nada, chamei sua atenção. Não pode pegar comida com a mão, a mamãe já ensinou.
_ Mas o papai disse que eu podia comer já.
_ Não importa, tem que pedir, você é pequena.
A chamada de atenção foi o suficiente pra Helena ficar quieta e fuçando a comida o jantar inteiro, terminou que minha mãe foi dando na boca dela quando percebeu que era sono e minha irmã estava cochilando. Meu pai e eu ficamos com a louça e já fomos adiantando as coisas, quando terminamos e fomos para a sala encontramos Arthur descendo os degraus todo cheiroso, de camisa polo, calça jeans e tênis. Cabelos penteados, relógio no pulso e celular no ouvido.
_ Tô pronto já... beleza, tchau. -e desligou.
_ Se sua namorada não fosse eu já ia ligar pra ela. Tá muito arrumado pro meu gosto. -falei.
_ Ela ligou disse que não estava muito afim de ir não, que ia ver se a Mila ia junto.
_ Primeira vez que vão?
_ Não e dá última vez quase ajudamos a lavar o espaço. Gostei de lá.
_ Coisa de universitário meu querido irmão. Sair de casa pra passar vergonha no karaokê, programão o de vocês. -ele deu risada e veio pro meu lado.- Hein... vocês vão de carro?
_ Por enquanto seu namorado é o motorista da rodada.
_ Não sei pra que, se vocês vão beber lá.
_ Ninguém vai voltar pra casa carregado não. Relaxa maninha, relaxa.
_ Não. Vou subir, bom karaokê.
_ Obrigada. Quer que eu dê um beijinho no Rique?
_ Vai a merda Arthur. -dei as costas e subi para o meu quarto.
_ Malu?
_ Hm... fala Nena.
_ O seu namorado tá lá na sala e me deu chocolate! Olha! -disse toda sorridente.- O papai disse pra te chamar.
_ Não precisa não pequena, eu já tô aqui. -falou entrando no meu quarto e sentando na minha cama.- Tudo bem?
_ Primeiro meu chocolate, depois a pergunta. -estendi a mão e ele deu risada.- Tá um gatinho assim. -sentei em seu colo e dei um selinho.- Combinaram o look? Eu faço isso com as minhas amigas.
_ Não, não combinamos. E obrigada pelo "gatinho", um feio arrumado.
_ E muito cheiroso. -segurei seu rosto e nos beijamos sem pressa, quer dizer, nós estávamos sem pressa e meu irmão abrindo a porta e acelerando.- Aí Arthur!
_ Arthur nada a gente tem horário, vai logo Henrique.
_ Tudo isso é vontade de ver a Julia?
_ Sim, e desgruda antes que eu chame meu pai (risos).
_ Besta. Tchau, até sábado.
_ Só sábado?
_ A menos que você queira me levar pra comer na sexta.
_ Não, zero comida pra você. -e apertou minha barriga.- Boa noite. -me deu outro beijo e saiu do quarto abraçado com o Art. Fui ao banheiro, escovei os dentes e me deitei para dormir.
Não demorou muito e acordei com o meu pai se despedindo, desejei que ele fizesse uma boa viagem e acabei não voltando a dormir. Tomei banho tranquila, ajeitei o cabelo e desci pra tomar café.
_ Já está de pé? Bom dia filha.
_ Bom dia mãe. Não dormi mais depois que meu pai saiu. Meu irmão já chegou?
_ Não, nem sombra dele no quarto. Acredita?
_ Arthur está virando um largado. Hoje é quinta-feira mãe.
_ Ah Malu, ele está de férias. -falou despreocupada.- Além do mais, ele não bebe.
_ Okay defensora pública masculina.
_ (risos) bem que você poderia ter ido.
_ Nao dona Fernanda, tenho aula hoje.
_ Sabe que não vai quase ninguém não é?
_ Eu sei, mas eu iria ficar fazendo nada aqui em casa... faço nada na escola e ainda ganho presença. -pisquei.
_ Vou acordar sua irmã, tá? Quer tomar café aqui ou passamos na padaria?
_ Padaria.
_ Ótimo. Pega a mochila então, desço em quinze minutos.
Foi o tempo da minha mãe subir que a tropa entrou pela sala, falando alto e rindo muito. Thor começou a latir e escutei da cozinha minha mãe gritar da ponta da escada.
_ Vou tomar uma água. -escutei Matheus dizer.
_ Vocês não tem casa não?
_ Aqui é nossa segunda casa Maria Luísa, bom dia princesa. -beijou minha testa e foi abrindo a geladeira.
_ Mentira que você vai pra escola hoje cunhada.
_ Alguém nessa casa tem que estudar não é? No caso eu e a Helena. -falei rindo e minha irmã entrou na cozinha com cara de poucos amigos, cheia de sono.
_ Fala "bom dia" Helena.
_ Bom dia. Deixa eu ficar na minha vó mamãe, ela deixa se eu pedi pra ela.
_ Não senhora, vai ser legal filha. Hoje tem aula de educação física.
_ Deixa ela comigo mãe.
_ Nem pensar, você acabou de chegar. Vai capotar na cama e ela vai se entupir de doces.
_ Não vai não mãezinha, vou ficar de olho. Confia em mim, sem medo.
_ Quer ficar com o seu irmão? -ela nem respondeu e já foi para o colo dele deitando a cabeça no ombro.- Bom estou indo, se comportem. Vamos Maria Luísa.
_ Tchau gente. -levantei jogando a mochila nas costas e indo em direção a sala.
_ Sua irmã é manhosa demais, meu deus.
_ Ela está assim porque meu pai foi viajar, vai ser isso a semana toda.
_ Ainda bem que depois de amanhã já é sábado.
_ Sim, sábado!
_ Tem planos? Tá aí toda empolgada.
_ Namorar mãe, namorar.
_ Tá namorando muito, vou marcar um ginecologista pra você isso sim.
_ Pra que isso mãe? Nada a ver.
_ Tudo a ver. Tudo. Quem gosta de namorar gosta de ir no médico também.
_ Você e esses seus papos. - recostei e ela começou a rir.- É constrangedor.
_ Por que?
_ Porque é um homem, um médico. Não fico pelada nem na frente do meu irmão, mãe.
_ Mas na frente do namorado, hmm... -senti minhas bochechas queimarem e quis me afundei no banco.- Vou ligar hoje. -comentou estacionando em uma das vagas disponíveis em frente a padaria. Tomamos um café rápido, porém muito gostoso. Depois voltamos pro carro, ela me deixou na escola e foi para a empresa.
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Próximo capítulo será publicado às 00h.
Próximo capítulo será publicado às 00h.
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