{...} Abre mais a blusa, me usa! Só não pede pra parar... ♪♫

sábado, 26 de outubro de 2019

Capítulo 270

Narrado por Luan
 Ao todo seriam cinco dias no Rio para aproveitarmos muito bem e sem pressa, mesmo sabendo que o assédio seria maior pela época do ano em que estávamos.
  Subimos para o quarto, troquei a cueca por uma sunga e a camiseta por um regata. Calcei os chinelos e peguei meu óculos e boné. Fernanda ainda estava fuçando a mala, disse ela que estava procurando o que vestir.


_ Qual a dificuldade de pegar um biquíni?
_ Tô procurando as partes certas, não vou com uma estampa diferente da outra, não estou louca.
_ Só colocar um shorts. -falei despreocupado, querendo rir da cara feia que ela fez.
_ Eu não vou ficar de roupa nesse calor de 40°C, nunca meu amor.
_ Podemos ficar aqui no ar condicionado, o que cê acha?
_ Que você está um pouco equivocado, só isso. -levantou e entrou no banheiro, saindo de lá trocada.- E aí? Bonito, né? -deu uma voltinha mostrando seu biquíni um tanto pequeno, mas que ficou muito bem em seu corpo.
_ Melhor sem ele. -deixei escapar e ela riu.
_ Tá safadinho você hein.
_ Com você sempre, todos os dias.
_ Vamos descer, Rober tá ligando já.
_ Por que no seu celular?
_ Porque nós temos um caso, não sabia não?
_ Mato os dois. -ela me ignorou e foi vestindo um shorts por cima.- E blusa?
_ Chatisse hein, cacete...
_ Estamos dentro do hotel.
_ Tá bom, tá bom. -tirou o shorts e pegou uma saída que mais parecia um vestido, calçou os chinelos e saímos.- Você tá levando o protetor?
_ Esqueci.
_ Vai queimar e eu não quero ouvir reclamação depois. -deu de ombros e entrou no elevador esbarrando em um fortão que saia.- Meu deus... me desculpa, eu não te vi moço.
_ Que isso linda, poderia ter ficado a vontade. -piscou para ela que se soltou dele ignorando sua fala.
_ Vem amor. -me chamou, o cara pareceu entender e saiu falar nada.- Quase fica pra fora hein.
_ Tinha alguém louquinho pra ficar aqui dentro.
_ Feio, não fiquei nem um pouco interessada.
_ Que bom, né?
_ Você é o ciumento que eu mais amo na vida, sabia? -falou apoiando as mãos no meu ombro e fazendo bico para me dar um beijo, não perdi tempo e fui enlaçando sua cintura e trocamos um beijo quente. Fernanda não perdia nunca essa mania de beijar tão gostoso ao ponto de me fazer querer tirar toda a sua roupa onde quer que estivéssemos. Desci uma das mãos apertando sua bunda e quando ia passar a mão pra frente o elevador parou e uma mulher e uma criança com ela.
_ Oi. -a menina cutucou minha perna.
_ Tudo bem lindinha?
_ Sim, como que você chama?
_ Malu, sossega. -a moça pedia.
_ Luan, e você tem o mesmo nome da minha filha. Sabia?
_ Maria Luísa? -franziu a testa, pensativa.- Essa que é sa filha? -apontou pra Nanda.
_ Não, essa é a mãe dela. 
_ Bonitona, não é mãe? -a mãe deu um sorriso sem graça.- Quantos anos cê tem?
_ Quase cinquenta.
_ Bem velho. -falou espontânea, Fernanda não aguentou e riu.
_ Maria Luísa! Me desculpa... -se virou para mim toda envergonhada.
_ Crianças... relaxa tenho uma em casa e essa fala de tudo.
_ Sua Malu? -sorriu e eu olhei inocentemente, recebendo um beliscão.
_ Essa também, mas minha menorzinha se chama Helena... -fomos conversando do 13° andar até o térreo, e minha mulher de bico. Ainda mais quando a moça me pediu uma foto.
_ Bem simpático você, né? Se ela queria saber quem eram suas filhas era só jogar no Google. Oferecida! -tapei sua boca, rindo.
_ Te amo, mesmo você sendo doidinha assim. A moça só estava conversando.
_ Me ignorando, isso sim. -cruzou os braços.
_ Ih o que foi que a patroa já está de bico? -Well perguntou rindo assim como o Rober.
_ Esse Luan até depois de velho me dando trabalho, acreditam nisso?
_ Lascou em boi.
_ Fiz nada. -levantei as mãos.
_ Cara de pau, vamos logo vai. -falou me dando a mão e fomos caminhar.


  Sair do hotel agora foi mais tranquilo, andar pela orla nem tanto, mas deu. Assim que encontramos um lugarzinho, nos acomodamos e a Fer já foi tirando o chapéu, vestido e óculos de sol.

_ Vai ficar aí? Tô indo mergulhar a água deve estar uma delícia.
_ Delícia tá você nesse biquíni.
_ Para Luan. -riu um pouco sem jeito.- Não estamos sozinhos. -dei de ombros.- Tchau.


 Ela foi na frente e eu fiquei com os meninos, pedimos uma gelada e ficamos jogando conversa fora. Um tempo depois Fernanda voltou sorrindo, toda molhada e sentou no meu colo.

_ Geladinha hein.
_ Eu ou a cerveja?
_ As duas. Como está a água?
_ Muito boa, vocês estão perdendo aqui torrando no sol.
_ Cê que pensa. -Well disse rindo e eu neguei com a cabeça.
_ Coitada da mulher de vocês, bando de safados. -revirou os olhos.
_ Vai falar que não olha os caras? Nenhum, nenhum?
_ Olho e ainda assovio pra ele saber que é gostoso. Não é amor? -piscou.
_ É sim viu, vai nessa. Você não vai comer nada não?
_ Daqui a pouco, ainda estou cheia do almoço.
_ Tamém, comeu na vontade, tava com muita fome.
_ Fica quietinho vai Roberval, fica caladinho.
_ Não gosta de ouvir a verdade né?
_ Nada a ver eu nem comi tanto assim, e comi salada com carne.
_ Picanha, bifão ainda.
_ Tá vendo né amor, ele não me deixa em paz.
_ Viu a sobremesa? -perguntei entrando na zoeira.
_ E você nem me defende, né? No começo de namoro era diferente.
_ Tamém quantos anos atrás (risos).
_ Eu vou lembrar disso tá?
_ Eu sei que vai.


  E sossegou um pouco por ali na areia, até cochilou encostada em mim. Quando despertou pediu um açaí na tigela e depois fomos dar um mergulho, aproveitamos para namorar um pouco e assim que saímos da água voltamos para o hotel. Onde tomamos um banho e nos deitamos para descansar.



Narrado por Fernanda
  O bom de não se ter nada pra fazer é que qualquer hora é hora. Tive um sonho quente, tão quente e safado que acordei melada com o coração disparado e a boca aguando. Olhei para o lado da cama e meu marido dormia tranquilamente, sentei na cama e demorei uns segundos para me recompor e seguir até o banheiro.


_ Fernanda por que você não pode dormir e ter sonhos normais? -dizia para o meu reflexo no espelho.- Seu marido está cansado, dormindo e você querendo foder! -fechei os olhos e joguei a cabeça pra trás, ofegando. Desci os dedos por entre as pernas e estava molhada, meu clitóris pedindo para ser tocado e eu não lhe neguei isso. Separei as pernas e o acariciei devagar, deixando o calor se espalhar e aumentava acaricia conforme me crescia a excitação e gozei gostoso, mas não o suficiente. Voltei ao quarto e o Luan estava descoberto por estar calor, vestia somente uma cueca e pra mim aquilo era ótimo. Subi na cama devagar e coloquei as duas mãos no elástico da cueca, puxando-a devagar para baixo. Lá estava ele descansando, prendi os cabelos e o coloquei na boca sentindo seu gosto aos poucos, chupando sem pressa até que ele foi acordando no susto, mas eu não parei.

_ O que você tá fazendo? -olhei dando uma piscadinha e continuei, fechando mais os lábios e começando a escutar seus gemidos.- Fernanda... AH! Que boca gostosa. -puxou meu cabelo com força.- Chupa vai... mais... -subi em cima dele colocando um pé de cada lado do seu ombro e engolindo-o por inteiro, dando uma engasgada quando ele ergueu o quadril e deu um tapa forte na minha bunda. Minha boca salivando o tempo inteiro, babando-o mais a cada segundo que passava e a mão estimulando-o até suas veias darem sinal de vida e a cabeça pulsar no fundo da minha garganta deixando seu jato quente e preencher toda minha boca. Lambi os lábios, engolindo e me sentando.
_ Você estava dormindo tão gostoso...
_ Já você, né? -riu.
_ Estava sonhando com você. AH que delícia de sonho.
_ Eu te pegava de jeito?
_ De quatro com as mãos amarradas pra trás, me segurando pelos cabelos... bombando com força e fundo. 
_ Porra, Fernanda.
_ Eu só queria um carinho especial no útero.
_ Cê não dorme não é? Não espera nem o clima?
_ Posso por uma música se você quiser.
_ Não precisa não. -se sentou me desequilibrando e eu fiquei com a bunda pra cima e com as minhas mãos na perna do Luan, as mãos dele tocando minhas coxas, minha bunda e por fim onde eu mais queria. Os olhos fechados me deliciando as sensações que sua lingua me causava, não precisando de muito tempo para meu corpo reagir a ele e atingir o auge da excitação. Continuei de joelhos na cama e o rosto encostado no colchão, suas mãos na minha cintura e ele dentro de mim. Rápido, firme e forte. A noite inteira. Não só rolamos naquela cama, como também nos aventuramos na sacada do quarto em outras posições.- Fazia tempo que uma insônia não me pegava assim.
_ Uma esposa ninfomaníaca, né?
_ Nem tanto. No começo do nosso relacionamento era bem mais, muito mais.
_ Continuo gostando tanto quanto antes, mas com quatro filhos fica difícil ter meu marido só pra mim.
_ Isso é verdade, mas vamos ter uns dias só nossos minha linda... aquele lugar vai ficar pequeno, cê vai ver.
_ Ver, sentir. AH que maravilha! 
_ Helena nem sabe que vai viajar, né?
_ Não, mas a mala dela está prontinha em casa. Vou ficar o mês inteiro longe da minha pequena.
_ Da nossa. -me abraçou.- Malu não quer ir?
_ Vai viajar com o Henrique e a família dele para o Beto Carrero na semana do aniversário dela.
_ Eita agora vai ficar viajando pra cima e pra baixo com esse cara?
_ E o que tem demais nisso?
_ Depois não fala que eu não avisei.
_ Amor, transar ela transa aqui em casa, na casa dele... não somente em viagens.
_ Mesmo assim estamos dando muita corda, isso sim.
_ Fica em paz, o importante é ela se divertir. Nós estaremos nos divertindo também, seria injusto ela ficar em casa.
_ Viajasse com os avós uai.
_ Larga a mão de chatisse amor, larga. -ri segurando seu rosto e puxando-o para um beijo.- Horas?
_ De dormir... -bocejou.
_ Acorda vai, perdi o sono. -falei dando tapinhas na cara dele.- Tá preparado pra viajar virado? Eu não.
_ Vai ser rapidinho, cê nem vai sentir.
_ Vou chegar lá dando boa noite, feliz ano coletivo e indo dormir isso sim (risos).
_ Ah vai sim, vai muito. -me abraçou.- Bora dar uma volta?
_ Assim?
_ Quer vestir o que? -falou esticando os braços e pegando uma bermuda.- Eu tô pronto e isso nem parece camisola.
_ Não mesmo, vão ter flagras hein.
_ Nem ligo não, cê liga?
_ Nunca liguei, não é agora depois de velha que vou ligar.
_ Então bora.


  Esse Luan era maluco, onde já se viu? Mas eu gostei. Estávamos de mãos dadas desde que saímos do quarto, somente com a roupa do corpo.
  Chegando no hall e algumas pessoas nos estranharam ali pelo horário, mas fingimos que estava tudo OK e seguimos rumo ao calçadão. Por ser madrugada estava vazio, tanto que andamos por longos minutos e dificilmente víamos alguém.


_ Estamos um pouco longe do hotel, não é? -perguntei e ele assentiu, indo para a areia e se sentando.- O que viemos fazer aqui?
_ Ver o nascer do sol, é lindo, você sabe. -sorriu e eu fiquei ainda mais apaixonada. Como pode?
_ Sei sim, já vimos muitos não é?
_ De ângulos diferentes, com toda certeza. -falou dando aquela piscadela.- Aquela vez que fomos para Ubatuba e vimos o sol nascer com direito a trilha sonora.
_ Foi uma delícia, a brisa do mar refrescando nossos corpos quentes e completamente suados. Ninguém além de nós para presenciar.
_ Uma delícia.
_ Com toda certeza, tanto que repetimos.
_ Uma fantasia minha realizada.
_ Você realizou quase todas as minhas... já fizemos amor em tantos lugares.
_ Backstage, camarim... meu jatinho, vôo comercial.
_ Sacada do hotel, na praia... com o carro em movimento.
_ Escada de emergência conta?
_ Ah sim, gente foi muito engraçado. Segurei meus gemidos até você me pegar de jeito e eu gozar feito uma louca e sermos notados.
_ Nunca mais voltamos naquele hotel.
_ Eu iria numa boa, amor. Foi uma aventura e sei que não fomos os únicos.
_ Taradinha.
_ Sou muito.
_ Vai continuar em pé? -assenti.- Senta aqui, no meu colo nega.
_ Você pedindo assim com carinho. -falei fazendo bico e me sentando de frente para ele.- Tem certeza que não está com sono?
_ Tenho vida, tô de boa, me sentindo de férias.
_ Férias serão nossos dez dias naquele paraíso, amor você viu que lá mal tem sinal de celular.
_ Nem da VIVO? 
_ Nem da VIVO, não sei se fico preocupada.
_ Vai ficar tudo bem, as crianças estarão em casa, em família. Relaxa.
_ Tudo bem, vai. Você me convenceu.
_ Eu sempre te convenço. -me roubou um beijo e em seguida me abraçou forte.- Tava aqui pensando Fer.
_ No que?
_ Daqui dois anos Melissa termina a faculdade, Arthur estará no segundo ano e a Malu terminando.
_ E Nena indo para a quarta série. -o lembrei.
_ Não temos mais bebês em casa.
_ Só os afilhados e netos agora. -riu me beijando, virei de frente para o mar e Luan abraçou minha cintura com carinho, dando beijos nas minhas costas.
_ Olha ele lá. -apontou em direção ao sol, lindo e radiante. Ficamos em silêncio assistindo o nascer daquela maravilha, refletindo no mar.- Bom dia amor.
_ Um ótimo dia. -me virei de lado e segurei seu rosto com uma das mãos dando um beijo naquela boca rosada que eu amava tanto.



(...)


   Não é porque é meu marido não, mas sem dúvidas o show dele foi o melhor daquela noite. Não teve pra ninguém, foram tantos sorrisos, cada música trazia uma sensação diferente e única. Luan desceu do palco e rapidamente foi para o camarim estava todo suado, cabelo desmanchando... tirou a camisa e se jogou no sofá.

_ Cara, que show foda! -sorriu.
_ Você é foda. -sentei na perna dele e peguei a camisa que estava no braço do sofá e fui secando o suor de seu corpo.- Nem suado você fica fedido. -falei deitando a cabeça em seu ombro e dando aquela fungada, seguida de uma mordida.
_ Faz isso não muié, a carne é fraca e o Luan Junior mais ainda.
_ Sabe que eu gosto? -repeti o gesto, sorrindo e passando a ponta da língua.- Mas, temos que assistir a queima de fogos.
_ Ah cara, sério?
_ Não pensou que eu fosse perder, né amor? Uma hora inteira de queima, me recuso.
_ Um beijo?
_ Mais que um você merece todos. -respondeu segurando seu rosto e beijando aquela boca gostosa, sem me dar conta do horário.- Hmmm... tem alguém batendo na porta...
_ Tá difícil aí boi? Querendo ajuda pra colocar uma camisa?
_ Vamos vai, antes que ele abra a porta.
_ Ele não vai fazer isso. -riu.
_ Eu sei que não, mas pra que abusar né? -levantei de seu colo depois de mais um beijo e o ajudei escolher outra camisa antes de voltarmos para junto dos outros.
_ As coisas de vocês já estão no carro, tá? O Bicuço está pronto apenas esperando vocês para decolar. 
_ Obrigada Lêzinha, você é uma linda. -segurei seu rosto dando aquele beijo bem marcado na bochecha e ela rindo.- Pronta para as férias?
_ Mais que pronta, contando os minutos eu estava. 
_ E pra onde vamos?
_ Noronha.
_ Se quiser me levar eu não ligo. -rimos atraindo o curioso mor.- Olha lá, vai vir aqui já já.
_ Do que tanto vocês falam aí hein? -chegou de braços cruzados.
_ Lelê vai me levar para passar as férias com ela. E sem você.
_ Ha ha. Sonhem vocês duas.
_ Viagem de garotas, amor.
_ Melhor viagem é de marido e mulher, sabe?
_ Muita demonstração de afeto os dois, lindos.
_ Boi, bora ali vai...
_ Já quer sequestrar meu marido?
_ Vamos no camarim do Leo Santana, você fica. -disse em tom de brincadeira.
_ E perder a chance de abraçar aquele pedaço de homem? Nunca, amor. 
_ Tá vendo né Lêzinha? Não pode dar corda que a muié fica de ousadia.
_ Mas ele é uma graça, desde novinho... agora mais velho então...
_ Tá bom, já chega as duas. -falou "sério", cruzando os braços e fazendo bico.- Bora Testa.
_ Agora. Quer ir?
_ Não, estou bem aqui. Vai lá amor. -lhe dei um selinho e fui pegar meu celular perto do espelho, sabia que pelo horário estariam todos prontos na chácara e mesmo assim liguei.- Oi, filha?
_ Oi mãe, boa noite!
_ Tá tudo bem por aí? -perguntei me sentando outra vez no sofá.
_ Aham e vocês?
_ Tem certeza, Malu? Eu e seu pai estamos bem. O que estão fazendo? Já estão prontos? E a Helena?
_ Dormindo.
_ Dormindo?
_ Cansadona, brincou tanto hoje, mais tanto mãe. Nossa, Arthur cansou a menina na piscina e depois correndo na grama.
_ Mas assim que é bom. -sorri.- Está tudo bem mesmo? -perguntei para ter a certeza.
_ Está, mãe. Estamos com saudades, só.
_ Eu e seu pai também estamos, mas já já estaremos aí.
_ Tudo bem. Mãe preciso desligar, minha vó está chamando.
_ Vai lá, um beijo.
_ Feliz ano novo.
_ Pra você também meu amor, te amo.
_ Também amo a senhora, tchau.
_ Tchau. -e desligamos.


  Olhei para o relógio e marcavam 23h54.
  Meu coração estava em paz, agradecido por mais um ano e esperançoso pelo mesmo motivo. Cada dia seria um novo dia e uma nova chance, estava pronta para 2038.
  Ainda tive tempo de ir ao banheiro e ao sair Luan estava me apressando para vermos os fogos. Não estávamos ali pela primeira vez, mas era como se fosse. Ao nosso redor casais se beijando, amigos se abraçando, familiares reunidos e em uníssono o "FELIZ ANO NOVO" dito com o maior sorriso e seguido de abraços calorosos e cheios de vida.
  Não parecia ter mais ninguém além de nós dois. Descansei meus braços sobre os seus ombros, aproximando minha boca da sua e sem que nada fosse dito o beijei lentamente... passando a língua por aqueles lábios que eu conhecia tão bem e não enjoava de beijar nunca. Sou completamente apaixonada por este homem e a lágrima que hoje insiste em cair bem no canto do olho é de pura alegria. Alegria por ter tido sua companhia e apoio em cada momento de sufoco que passei em anos anteriores.
   Sei que fazemos promessas, mas de verdade, hoje eu quero só agradecer por exatamente tudo!


_ Você fica tão linda assim... -beijou minha bochecha e secou a lágrima, sorrindo.
_ Chorando?
_ Emocionada, eu te amo.
_ Eu também amo você, feliz ano novo amor.
_ Pra nós minha Fernandinha.
_ Que grude hein, me deixem fazer parte disso. -Rober entrou bem no meio de nós dois, rindo.- Feliz ano novo boi, feliz ano novo comadre.
_ Pra nós meu baixinho favorito, que neste ano de 2038 você tenha juízo!
_ Mais? Caralho, onde que eu vou usar tudo isso de juízo pô?
_ Com a minha afilhada, a gorduchinha mais bonita da casa.
_ Ela é. -sorriu todo bobo, soltei do Luan e o abracei forte.- Coisa fofa!
_ Cêis dois, sei não viu.
_ Não tem nada pra saber mesmo não. -mostrei a língua e me desfiz do abraço, indo falar com os outros também. Aproveitando para me despedir e seguir para o carro junto com o Luan.- Tchauzinho Rio, Londrina está me esperando.
_ Mas rapaiz, quase que me deixa pra trás.
_ Temos horário né, a Lê falou que não podíamos demorar muito senão...
_ Tô louco pra chegar em casa mesmo, tô numa fome.
_ Eu pensando que você queria abraçar seus pais, seus filhos... e você aí com a mente de gordo pensando em comida.
_ Só falei isso porque sabia que você ia me xingar. -disse soltando o cinto e me roubando um selinho.- Você tá uma gata.
_ Você já me disse isso amor.
_ E direi outras vezes mais, eu te amo.
_ Merece um beijo, sabia?
_ Um só?


   Eu tinha planos para nossa curta viagem até Londrina e dormir não era um deles. Mas o dia havido sido corrido, mal havíamos descansado porque acordamos muito cedo. Então foi fechar a porta do jatinho, e eu já estava deitada no peito dele. Nem senti quando aterrissou, Luan me acordou e descemos assim que nos despedimos do Leo.

_ Maquiagem borrada, já?
_ Estava dormindo, pai. -dei risada.- E o senhor, está bem? Veio com o meu sogro?
_ Vim sozinho, rapidinho filha. Levei nem meia hora.
_ Correndo né pai? -cruzei os braços e ele riu beijando minha testa, puxando-me para um abraço.- Eu me preocupo com o senhor.
_ Eu também, filha. Feliz ano novo.
_ Para o senhor também, que seja um ano cheio de coisas boas.
_ Se Deus quiser. E esse sem vergonha aí?
_ Cansado, sogro. -riu.- Se perdeu?
_ Sinal do GPS deu umas oscilações, mas a gente conhece esse caminho de olhos fechados. Vem comigo.
_ Bem seu sogro mesmo, muito convencido gente. -falei rindo.- Por que não trouxe um dos meninos com o senhor?
_ Jovens querem ficar com os jovens, larguei tudo lá.
_ Estavam se divertindo pelo menos?
_ Com um jogo doido lá.


  Guardamos a bagagem e nos acomodamos. Os homens foram na frente e eu bem espaçosa com as pernas esticadas no banco de trás, concentrada no celular. O caminho não era demorado, em torno de 45min estávamos passando pelos portões da chácara. 
Meu pai estacionou e nós descemos do carro, não demorou para a Lolô vir correndo na minha direção e Helena logo atrás dela. Me agachei ficando na mesma altura que elas e lhes abracei forte, bem gostoso.


_ Feliz ano novo, mamãe.
_ Feliz ano novo minha princesa. -beijei seu rosto.- Lolô, feliz ano novo meu amor.
_ Feliz ano novo, tia! -abraçou meu pescoço outra vez.- Tem doce de chocolate!
_ E um de morango, mamãe.
_ Hmmmm vou comer os dois, vamos?
_ Vamos! -disseram juntas, e já iam saindo quando meu marido fez um drama.
_ Então eu não ganho abraço, é isso?
_ Papai! -deixei ele pegar as duas no colo e fui entrando na frente, cumprimentando quem encontrava pelo caminho entre os cômodos, parando nos "adolescentes" da casa.
_ Feliz ano novo sogra! -Leo me abraçou tirando meus pés do chão.- Tudo de bom pra nós.
_ Sim, tudo de muito muito muito bom! -sorri e me soltei indo cumprimentar a Julia.- Feliz ano novo, Julia. Tudo de bom pra você e toda a sua família. -lhe dei um abraço.
_ Obrigada, desejo o mesmo sogra. -Arthur deu risada e negou com a cabeça.
_ E aí mãe, como estava o Rio? -Melissa perguntou.
_ Muito maravilhoso, nossa. Eu poderia ficar lá mais uns dias.
_ Muito calor. -ela disse torcendo o nariz.- Lotado de gente.
_ AH filha, mas é gostoso. Pensa na queima de fogos, que linda.
_ Linda e cansativa. -riu.- Viu a Malu?
_ Está com a sua vó, lá na sala. O que aconteceu que ela não quis ficar aqui fora?
_ Disse ela que estava de vela e preferia ficar lá dentro com os mais velhos.
_ Que bobagem, vocês estão em família.
_ Ela queria mesmo que o Henrique viesse, ficou mais de uma hora com ele no telefone.
_ Sério?
_ Seríssimo, desceu limpando o olho... acho que estava chorando.
_ Chorando?
_ É mãe, se não for DR é TPM.
_ Coisa de adolescentes, mãe. -Arthur deu de ombros, despreocupado.- Ainda bem que a Lena é nova, não tá nessa idade chata.
_ Sua namorada teve essa idade chata. -comentei rindo.
_ Ainda tenho, principalmente na TPM. -deu de ombros, rindo também.- Mas acho que é só saudades, segunda virada de ano que eles não passam juntos.
_ Isso é verdade, concordo com a Ju.
_ Cheguei cambada, feliz ano! -Luan chegou sorrindo, cumprimentando as meninas em seguida os meninos e me abraçando.- Bora fazer uma boquinha?
_ Agora meu amor, tô cheia de vontade de comer aquele pernil recheado que sua mãe faz... Hmmmmmm muito bom, muito bom, muito bom.
_ Eu vou querer o que estiver na mesa. -brincou.- Vamos.


   Caminhamos juntos até a mesa e nos servimos bem, nos sentamos próximos à Bruna e a Camila e jantamos. Depois disso não foi muito diferente dos outros anos, ficamos revesando entre comer pratos doces ou salgados e beber, conversamos até não querer mais e nos deitamos com os primeiros raios de Sol aparecendo, mas não dormimos.

_ Eu não queria dormir não. -falei e ele arregalou os olhos, dei risada.- Vou tomar um banho e descer.
_ Mas você não dormiu nada, vida.
_ Se eu dormir vou capotar e mal vou aproveitar aqui.
_ Então bora pro banho, vai...
_ Você não quer descansar?
_ Não sozinho, sem cafuné... -abraçou minha cintura e veio me beijando, virei na cama e acabei por cima dele.- ...sem seus roncos. -comecei a rir.- Parece uma porquinha.
_ ha ha que engraçadinho você, bobão.
_ Tô falando mulher.
_ Fica quietinho, fica Luan.
_ Luan? Não é amor não?
_ Eu não ronco. -revirei os olhos.
_ Não minha princesa, não ronca não. -beijou minha bochecha.- Quer fazer o que depois do banho?
_ Cachoeira.
_ O verdadeiro iceberg, tem certeza?
_ Começar o ano bem, bem, muito bem.
_ Vai levar as crianças?
_ Não! Tá muito cedo, eles tem que dormir.


   Enrolamos mais alguns minutos na cama e quando levantamos dela seguimos direto para o banheiro. Não foi aquele banho demorado, foi mais pra tirar o suor do corpo rapidinho e despertar da preguiça. Tanto que nem lavei os cabelos, só me ensaboei, dei aquela enxaguada e escovei os dentes. E isso que ainda sai primeiro que o Luan, coloquei o biquíni e um shorts, calcei os chinelos e sentei na cama para passar protetor.

_ Mas rapaiz, já?
_ Biquíni é quase peça única, não precisa passar e fácil de colocar. -sorri.- E você, vai de sunga?
_ E bermuda. -falou indo até a mala fuçar, quase dez minutos procurando.- Ô vida, cê viu aquela minha sunga azul marinho?
_ No fundo da mala, atrás da sua necessarie.
_ Uai, mas eu acabei de olhar... e... e não é que tá aqui? -riu.
_ Eu falei, agora põe a bermuda passa o protetor e desce.
_ Não vai me esperar?
_ Lá embaixo, quero comer. -e sai do quarto.- Bom dia cunhada, caiu da cama? -brinquei.
_ Louise comeu muito doce ontem, está com dor de barriga.
_ Deu um cházinho pra ela?
_ Cházinho? 
_ Chá de erva doce ou chá de boldo, é ruim, mas ajuda muito. -falei enquanto descia a escada junto com ela.- Bom dia mãe, bom dia sogra.
_ Bom dia. -responderam elas.- Levantou cedo pra quem foi dormir bem tarde. -minha mãe comentou.
_ Mãe, eu nem dormi. Nada, nada. Vou tomar café e ir pra cachoeira.
_ Cachoeira essa hora da manhã?
_ Boas energias para todo o meu ano, estou precisando mãe, precisando! -falei empolgada e elas deram risada.
_ Bom dia xumba, bom dia sogra. -Luan chegou branco de protetor solar, óculos escuros e boné.
_ Mais o que está acontecendo nessa casa hoje hein?
_ Sou um marido carente demais pra dormir sem companhia. -brincou, fazendo-as rirem.
_ Vocês bem que poderiam ir conosco, o que acha mãe?
_ Prefiro ficar aqui e ajudar a Marizete cuidar do almoço.
_ Faltou coragem, mãe?
_ Encarar aquele gelo a essa hora da manhã não é comigo, filha. Boa caminhada para vocês.


     Agradecemos e fomos.
  Aquele era um momento nosso, entramos juntos nadando até chegarmos onde a água batia com força sobre as pedras deixando nossa piscina natural sempre em movimento. Namoramos durante um bom tempo até mesmo embaixo d'água, decidimos voltar quando sol estava bem mais forte indicando que estávamos ali havia um bom tempo.
   Saímos da água e nos vestimos para voltar à chácara. De longe vimos a agitação da galera que antes dormia e agora estava mais que acordada.


_ Bom dia mamãe. -Helena me cumprimentou e foi para o colo do papai.
_ Bom dia mãe, onde vocês estavam hein?
_ Na cachoeira, Malu. Uma delícia.
_ Nem me chamou pra ir.
_ A hora que nós fomos vocês não estavam nem pensando em acordar. -falei me sentando na rede, tirando os chinelos.- Vocês tomaram café?
_ Sim, já estamos esperando pelo almoço. 
_ Meu deus, que fome é essa? -ri.
_ Minhas duas avós na cozinha, estou pensando nas sobremesas.
_ Gordenha. E sua irmã hein? Arthur também não vi.
_ Eu dormi sozinha no quarto, ou seja, eles estavam bem ocupados. Devem estar dormindo ainda.
_ Dormindo nada sua linguaruda, estava no banho. Bom dia, mãe. -Melissa beijou meu rosto e se sentou.- Bom dia fofoqueira. -Malu revirou os olhos e veio se sentar do meu lado.- Tá azeda hein.
_ Mãe, manda ela parar de me encher.
_ Tá tudo bem minha princesa? -ela deitou a cabeça no meu ombro e abraçou minha cintura, toda manhosa.- Tava com saudades da mãe?
_ Muita. E você já vai viajar de novo.
_ Ué, vocês também vão.
_ Mãe, mas sem a gente. -fez bico.- Dez dias ainda. 
_ Passa voando, você também vai viajar.
_ Mesmo assim, são muitos dias longe.
_ Concordo com a Malu, pra um lugar que mal tem sinal de celular.
_ Tão sabendo demais pro meu gosto, viu. Curiosas.
_ Iguais a mãe. -Luan falou sentando do outro lado da rede.
_ Essa rede vai é pro chão, não vai aguentar nós três não.
_ Aguenta muié, aguenta.
_ Pai, porque vocês vão viajar sozinhos dez dias?
_ Porque a gente pode. -riu.- Precisamos descansar, namorar, dar aquela firmada nos laços matrimoniais.
_ Mais? -Melissa perguntou rindo.- Tão firmando demais, nossa senhora.
_ Melissa, te pego Melissa. 
_ Nem falei nada. -riu.- Sabe de uma coisa, divirtam-se na viagem de vocês.
_ Oi, oi, bom dia mãe, bom dia pai e bom dia pras duas aí. -Arthur chegou de mãos dadas com a Julia, que nos cumprimentou também e se sentou ao lado da cunhada.
_ Dormiram bem?
_ Mal dormimos, Leo quem realmente dormiu tanto que nem acordou ainda. 
_ Tá louco, cara. Bebemos muito ontem, não quero beber assim nunca mais na minha vida.
_ Vai pensando que cachaça é água. -Luan disse rindo e se deitando, me colocando no meio das pernas dele.- Juízo vocês enquanto nós estivermos fora, não quero ter surpresas quando voltar viu.
_ Ô pai, é de nós que vocês estão falando. Nunca faríamos bobagens assim graves.
_ Sei, vou ficar de olho viu. Se comportem.
_ Podexá! 
_ Temos juízo paizinho lindo.
_ Principalmente a senhorita viu dona Maria Luísa.
_ Pai, vou para o Beto Carrero apenas. Viagem rápida.
_ Tempo suficiente pra fazer besteira.
_ Aí pai, para de falar essas coisas pra mim. Que vergonha. -disse ficando vermelha e cobrindo o rosto.
_ Já falei pro Henrique pai, se minha irmã aparecer grávida ele morre.
_ Desnecessários vocês dois, af.
_ Relaxa, filha. É daí pra mais. -falei rindo, virando o rosto e beijando meu marido.- Já arrumaram os quartos de vocês?
_ Até aqui, mãe? -Mê perguntou.
_ Não é porque estamos viajando que temos que ficar no meio da bagunça. Terminem o café e vão arrumar os quartos sim senhores, sem reclamar meus bebês. -sorri.
_ Sargenta Santana. 
_ Engraçadinho. -o mordi.- Cadê a Nena hein?
_ Com o meu vô no sofá. -Arthur respondeu.- Dormindo.
_ Ela ou seu vô?
_ Os dois.
_ Virada de ano deixou todo mundo cansado.
_ Põe cansado nisso, nossa senhora!


    O dia seguiu tranquilo, assim como os outros dois que vieram. Viajaríamos no início da noite, então teríamos que sair da chácara no começo da tarde –ali pelo horário de depois do almoço. Levantei cedo enquanto Luan ainda dormia e fui arrumando todo o quarto, nossas malas e deixando separada nossas trocas de roupas.
  Tomei um banho rápido, me vesti e fui acordei o marido preguiçoso.


_ Que horas cê levantou?
_ Quase sete. Tá tudo arrumado viu, a cama é sua. E bom dia, amor.
_ Bom dia? Tá mais pra boa (bocejou) madrugada. -me abraçou pela cintura e caímos na cama, Luan enrolou sua perna na minha e deitou sua cabeça fechando os olhos.
_ Cansou hein neguinho.
_ Quanto tempo que eu não jogo tamém né. Minhas coxas estão me matando cara.
_ Mas foi gostosa nossa gincana improvisada.
_ As crianças adoraram.
_ Até os grandes, não viu as meninas tudo brincando.
_ Os melhores dias aqui são os que não tem sinal nenhum. -riu.
_ Concordo. Agora deu de assunto, levanta e vamos logo.
_ Tá me apressando?
_ Você demora, amor. Não adianta.
_ Vamos comigo?
_ Não, eu acabei de tomar banho. Nada disso. 
_ Pra me fazer companhia, bora?
_ Luan não. Preciso descer.
_ Vou lembrar disso na viagem, viu?
_ Lá eu tomo banho com você quantas vezes você quiser, nado pelada, passo os dez dias nua. Agora temos horários, não enrola. -e me levantei indo colocar os celulares para carregar e descendo para ajudar as mulheres na cozinha.





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Próximo capítulo será publicado às 12h. 

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