{...} Abre mais a blusa, me usa! Só não pede pra parar... ♪♫

domingo, 27 de outubro de 2019

Capítulo 274

Narradora 
   Maria Luísa não demorou a dormir após chegar de viagem. Apenas deixou a mochila de lado, trocou seu shorts e regata por uma camisola e foi para debaixo das cobertas. Enquanto Helena demorava a pegar no sono, conversava com a mãe, mexia em seus cabelos e nada de dormir.
   Luan estava na sala, havia trancado toda a casa e chamado Thor para subir e lhe fazer companhia.


_ Amor? -bateu de leve na porta do quarto da filha e empurrou-a segurando o batente. Tudo escuro, apenas a sombra de Fernanda na cama da caçula devido a iluminação do corredor.
_ Papai? -Helena o respondeu despertando, se sentou na cama e ficou esperando que ele entrasse.
_ Não acha que está na hora de dormir não mocinha? -perguntou entrando no quarto de uma vez e acendendo as luzes.- Quer dormir com o papai princesa?
_ Queria assistir um desenho, mas mamãe disse que tá tarde e só pode amanhã depois da escola.
_ Aé? -ela fez que sim com a cama e tirou o edredom de parte do corpo ao se levantar e sentar no colchão.
_ Ei, sem conversa vocês dois. Está tarde. -Fernanda os repreendeu.
_ Já tomou banho amor?
_ Não.
_ Vai lá, eu fico com ela. -lhe deu um selinho e trocaram de lugar.- Não está com sono né?
_ An an. Mas a mamãe disse que já é hora de dormir.
_ E é mesmo. Tá de noite já. -falou acariciando seus cabelos, Helena foi se aninhando e deitando a cabeça em seu peito sorrindo toda preguiçosa.
_ Canta pra mim papai?
_ Quer escolher a música?
_ Aham.
_ Pode falar meu anjinho. -beijou sua testa e ficou em silêncio esperando. Helena estava pensativa e tentava se lembrar do nome da música.
_ Tudo que eu quiser papai, eu gosto dela.
_ Gosta é? Mas você já tem meu sobrenome. -falou brincando, ela deu risada e ficou quietinha escutando o pai cantar desde o comecinho da música até que no início do refrão Helena dormia. Luan a ajeitou na cama, acendeu o abajur, deixou as luzes apagadas e saiu deixando a porta encostada.


   Seguiu para o seu quarto e encontrou Fernanda de costas penteando os cabelos. Ela estava vestida com uma camisola de alças finas e tecido de seda um tanto transparente, descalça e distraída. Ele se aproximou sem que ela notasse e abraçou-a por trás lhe dando um susto.

_ Tão cheirosa. -Fernanda fechou os olhos arrepiada ao escutar sua voz ao pé do ouvido e receber uma pequena mordida no pescoço.
_ Estava mesmo pensando em você. Helena dormiu?
_ Ela estava caindo de sono, pediu para que eu cantasse pra ela. E dormiu antes mesmo de eu chegar no refrão de Tudo o que você quiser. Agora somos eu e você. 
_ E o que quer fazer comigo?
_ Te beijar inteira, sentir nos meus lábios cada parte do seu corpo e te tocar do jeito que só eu sei.
_ Posso fazer uma coisa antes?
_ O que quiser, vai lá.


  Fernanda mudou a iluminação deixando o quarto todo a meia luz, pegou o controle remoto e ligou o som deixando em um volume razoável. Se certificou de que a porta estava fechada e voltou ao marido que se encontrava no mesmo lugar.
  O sentou na beirada da cama e tirou sua camisa deixando seu peitoral e abdômen nu, abriu o zíper de sua calça e parou por ali.


_ É o que eu estou pensando?

  Fernanda escolheu a música perfeita para o momento, Rocket era o nome dela. Envolvente, sedutora e na batida perfeita. Do jeito que estava Luan acompanhava cada movimento pacientemente enquanto Fernanda se achegava, o empurrou devagar sobre o colchão e deslizou seu corpo sobre o dele espalmando suas mãos em seu peito e beijando-o onde sua boca alcançava. Sentou-se sobre ele e rebolava em seu colo no ritmo da música sentindo-o por inteiro, arrancando dele gemidos abafados e um sorriso ainda mais provocante dela.
  Ele esperou até que a música terminasse e então tomou o comando da situação, e amando-a durante toda a noite sem pressa e com detalhes.


_ Amor, que noite. -comentou cansada, mas sorrindo virando-se para ele.
_ Uma noite especial para nós, sabe que eu acho lindo a maneira que você me conquista a cada dia.
_ Você me surpreende a cada vez que estamos juntos. 
_ Surpreendo de um jeito bom?
_ Tudo bem que agora estamos mais velhos, mas me alivia saber que a cada ligação você sente saudades e quando estamos juntos você ainda me procura... -fez uma pausa procurando as palavras que melhor descrevessem o que ela sentia.- ...não apenas como sua amiga e companheira, mas como esposa, amante, como sua mulher. E me faz sentir viva, atraente e completamente desejável. 
_ Me sinto assim com você. -beijou sua mão com carinho.
_ O prazer que você me proporciona é único.
_ Eu sei.
_ É como se a cada viagem você tivesse que fazer uma escolha.
_ Eu sempre irei escolher você, não importa mais ninguém. 
_ Sei disso. -lhe deu um beijo demorado e apaixonado, mordendo seu lábio inferior.- E é por isso que amo tanto você.
_ Não mais do que eu te minha linda.
_ Sou mesmo né? Uma quarentona gata, gostosa e muito boa de cama. -se gabou brincando.
_ Não discordo, você é sensacional. 
_ Por isso me casei com você.


  Os dois ainda ficaram trocando carinhos enquanto conversavam um com o outro, Fernanda acabou dormir primeiro e Luan depois de mais alguns minutos acompanhou a esposa.
  Na manhã seguinte assim que o celular despertou Fernanda levantou da cama e seguiu para o banheiro em silêncio, tomou seu banho e foi se vestir para dar início ao dia.


_ Não acha que tá muito cedo pro senhor já estar com a cara no celular? -perguntou ao voltar para o quarto somente de toalha e Luan estar no celular.
_ Cê não estava mais na cama, fui olhar a hora.
_ Uhum, bom dia amor.
_ Bom dia minha vida. Já está se arrumando?
_ Sim, tenho que acordar a Nena e chamar a Malu.
_ Não quer deixar elas faltarem não?
_ (risos) Não. E não esquece, você é quem vai buscar as duas na escola viu?
_ Eu? Mas amor tenho reunião na central hoje e um almoço de negócios no Dudu.
_ Ah, partida de videogame virou almoço de negócios agora?
_ Não é bem assim minha vida, vamos falar sério primeiro.
_ Vai me ligar se precisar de ajuda com elas?
_ Eu dou um jeito, relaxa.
_ Ótimo. -disse entrando em closet para vestir uma roupa. Body preto básico, calça social flare e saltos. O relógio, colar e pulseiras davam aquele toque final. Precisou apenas trocar sua carteira, chaves e notebook de bolsa e estava pronta para o trabalho.- Amor, beijos. Até mais tarde. -jogou um beijo para o maridão e saiu de seu quarto indo dar uma espiada no quarto das meninas.- Malu! Bom dia?
_ Bom dia mãe, tô no banheiro.
_ Já tomou banho? Vai tomar café?
_ Já terminei o banho e sim, estou cheia de fome.
_ Vou acordar sua irmã e já desço pra colocar a mesa.
_ Tá bom. 
_ Não demora. -falou antes de fechar novamente a porta e seguir para o próximo quarto. Helena dormia toda espaçosa na casa, Fernanda deixou sua bolsa em cima da cadeira que estava vaga perto da porta e se aproximou da cama para ir acordando a pequena aos poucos.
_ Bom dia mamãe.
_ Tudo bem meu amor? Bom dia.
_ Tudo, só estou com um pouco de sono.
_ Foi dormir tarde né moça. Vamos colocar o uniforme?
_ Aham...


  Ainda sonolenta Helena se colocou de pé em cima da cama. Fernanda trocou seu pijama pelo uniforme, ali mesmo penteou seus cabelos e pediu que ela se sentasse para calçar o tênis. Tudo pronto, pegou a mochila, sua bolsa e as duas desceram juntas.

_ Lembra do que a mamãe ensinou?
_ Trocar a água do Thor e botar mais comida.
_ Isso, enquanto isso a mamãe faz seu lanche.
_ Tá bom. Hoje tem bolo de laranja?
_ Não meu amor, mas vou pedir pra Maria fazer um tá?
_ Uhum.
_ E cuidado, não vai molhar a roupa hein. -alertou antes de ir para a cozinha preparar o café da manhã. Nada muito elaborado, suco de laranja, pães com presunto e queijo, iogurte e cereais.
_ Pronto mamãe, ele já tá comendo.
_ Vem comer a senhorita também. Quer pão?
_ Não, só sucrilhos e suco!
_ Sem derramar na roupa, tá? -ela assentiu e foi comendo. Maria Luísa chegou quase dez minutos depois e mal se sentou para comer.- E aí gatinhas, vamos?
_ Ainda tô com fome.
_ Pega um pratinho e vai comendo no meio do caminho, sem derrubar no carro hein. Vou com o do seu pai hoje e sabe muito bem como ele é.
_ Sim senhora Fernanda, tô ouvindo tudo.
_ Então não enrola, tô esperando no carro. Helena?
_ Adivinha. -falou Malu rindo, sabendo onde a irmã estava.
_ Helena!
_ Tava fazendo xixi, mamãe. Mas já lavei a mão.
_ Vem, vamos esperar a Malu no carro.
_ Posso pegar uma fruta?
_ Pode. -ela pegou uma maçã e foi correndo na frente, abriu a porta e foi esperar em frente a porta. Fernanda que já estava com as chaves desligou o alarme, abriu a porta e acomodou a filha, colocando o cinto de segurança, guardou as mochilas no banco de trás mesmo e depois de fechar a porta assumiu seu lugar no volante.- Malu!
_ Já cheguei, podemos ir. -falou entrando no carro, colocando a mochila entre as pernas e baixando o vidro.- Vamos mãe, depois a senhora fala que eu me atraso.
_ Põe o cinto bonitinha, e sim, você atrasou quase dez minutos. -disse manobrando o carro para sair da vaga estacionada e seguindo caminho.
_ Meu pai que vai buscar a gente hoje?
_ Vai, pelo menos eu pedi né.
_ Ele que vai me deixar na complementar?
_ Também, mas ensina pra ele o caminho.
_ Deixa comigo mãe, relaxa.
_ Tô relaxada Maria Luísa, tô bem tranquila. -respondeu brincando enquanto ainda dirigia. Deixou Malu primeiro e seguiu para a escolinha de sua caçula antes de ir para a empresa.
_ Bom dia dona Fernanda, uma ótima semana.
_ Bom dia, ótima semana pra nós. -respondeu entrando no elevador e se direcionando ao andar da diretoria.- Bom dia, bom dia.
_ Muito bom dia. -Isadora falou sorridente, estava radiante.- Tudo bem?
_ Eu quem pergunto, que sorrisão é esse?
_ Recebi hoje a resposta sobre a casa que estava vendo para comprarmos e deu certo, tô muito feliz. 
_ Parabéns pela conquista Isa. -alertou abraçou forte.- Certeza que as crianças irão amar o espaço maior.
_ Bernardo disse que não queria, acredita?
_ Crianças sendo crianças. Já tomou café?
_ Não, quer ir lá?
_ Te acompanho para colocarmos o papo em dia antes da reunião.
_ Cinco minutinhos? Estou terminando de reagendar um cliente.
_ Liga na minha sala quando terminar, beijos. -e saiu. Entrou em sua sala, ajeitou as coisas e começou a trabalhar.

Enquanto em casa Luan havia voltado a dormir e acordou horas depois com o celular tocando, ele deixou tocar e cair a ligação. Tocou novamente e ele atendeu sem nem abrir os olhos.
_ Oi.
_ Tá dormindo ainda cara? Porra Luan, já viu a hora?
_ Não. -riu.- Mas tá cedo ainda, Nanda saiu daqui não tem muito tempo.
_ Quase dez horas já, a reunião começa às dez e meia. Levanta aí cara, tô indo pra lá já.
_ Pra que?
_ Arrumar as coisas, separar uns negócios. Te encontro lá boi.
_ Beleza, tô indo tomar banho. -falou se despedindo e encerrando a ligação. Deixou o celular de lado e foi tomar um banho rápido, saiu de cueca e com a toalha enrolada na cintura e parou pra ver a hora. Estava atrasado. Se vestiu, secou o cabelo, colocou um boné e desceu para a sala depois de pegar a carteira.- Bom dia Maria, tudo bom?
_ Tudo ótimo, e como o senhor? Dormiu bem? Quer um cafezinho?
_ Só um cafezinho preto que eu tô é atrasado. -falou rindo, ainda arrumando o relógio.
_ Tem que comer seu Luan, pra não passar mal.
_ Volto pra almoçar minha linda. -deu um beijo em seu rosto, tomou o café sem nem se sentar e correu para o carro e saiu rumo a Central.
_ Em cima da hora hein boi. -se cumprimentaram com um toque de mão e abraço.- Beleza?
_ Piloto de fuga (risos). Meu pai já chegou?
_ Antes de mim.
_ Jujuba tá aí?
_ Também, Arleyde não vem, mas tá em áudio.
_ Bora então.

...
_ Oi amor, tudo bem? -Luan perguntou ao atender.
_ Comigo sim e com você? Como foi a reunião?
_ Feliz demais minha vida, foi ótima a reunião. Terminou tem pouco mais de uma hora. -Fernanda não disse nada, mas respirou aliviada por ele não estar atrasado para buscar as meninas na escola.- Pensamos em algumas coisas para o fechamento do nosso ano e terminamos de fechar as datas que estavam em aberto.
_ Ótimo, muitas folgas?
_ Sim e não. -riu.- A maioria das folgas são poucos dias entre um show e outro, então não tenho como voltar pra casa.
_ Mas nada me impede de viajar com você. -falou sorrindo e ele fez o mesmo.- Isso se estiver tudo em ordem em casa.
_ Bem lembrado amor. -respirou fundo.
_ Tá onde?
_ Esperando Maria Luísa sair tem dez minutos e nada.
_ Quer que eu desligue pra você ligar pra ela?
_ Não, vou esperar mais uns cinco.
_ Não esquece da caçulinha hein. Preciso desligar amor, nos falamos em casa tá?
_ Tá bom vida, se cuida. Até o jantar.
_ Sim, prepare algo bem gostoso.
_ Só se eu te esperar pelado na cama.
_ Não me importaria, jamais. -riu.- Te amo, tá? Fica com Deus.
_ Amém, você também. -e desligaram.
_ Quanto amor hein, muito grude.
_ Tenho que aproveitar enquanto ele está em casa, acho que amanhã ele já viaja e eu fico aqui cheia de saudades. -suspirou e se virou para a amiga.- Mas a felicidade dele em cima do palco me alegra também, Luan ama essa rotina louca.
_ E se acostumou bem a ela.
_ Sim, sente falta quando fica muitos dias parados.
_ Igual você com essa empresa. Não para.
_ Não até tudo estar nos trilhos. -falou voltando para a mesa e desbloqueando o notebook.- A lista está pronta?
_ Pronta, impressa colorida identificando os funcionários destaques de cada área.
_ Ótimo, você é dez. -comemorou pegando a folha e acompanhando o que lhe era dito sobre cada nome.


...

_ Pai vem me buscar?
_ Por quê? Acabou mais cedo sua aula?
_ Não estou me sentindo bem e queria ir pra casa.
_ O que você tá sentindo? -Luan perguntou se levantando e indo atender do lado de fora da sala.- Tá sozinha aí?
_ Não, tô com a minha amiga. Mas quero ir pra casa, não tô legal pai.
_ Tô indo aí te buscar, não demoro e aviso quando estiver próximo.
_ Tá bom, tô esperando o senhor. -Luan encerrou a ligação e voltou para dentro da sala.
_ Tá tudo bem boi?
_ Não, Malu ligou disse que não estava se sentindo bem. Pediu pra eu ir buscar ela no curso. -falou preocupado, passando a mão pelos cabelos impaciente.
_ Ela falou o que era?
_ Não, só me pediu pra ir buscar.
_ Vai lá cara, marcamos outro dia pra finalizar. Aproveita que você ainda está em casa.
_ Beleza cara, valeu aí pela ajuda hein. Até amanhã. -se despediu do amigo e foi pegar Helena que dormia para colocar dentro do carro e seguir rumo a escola da Malu. Dirigiu rápido e estacionou de frente a entrada em meia hora. Ligou para ela que desceu com a maior cara de choro, com a mão na barriga e um pouco encurvada.- O que cê tá sentindo?
_ Pai eu acho que é cólica, mas eu tô com muita dor. Tanta dor que eu vomitei, atacou minha enxaqueca e está doendo horrores meu abdômen.
_ Desceu pra você?
_ Ainda não.
_ Quer ir no médico? Eu ligo pra sua mãe e a gente vai, aí sei lá, cê toma um remédio na veia.
_ Prefiro, tomei dois Buscopan e nada pai. Nada. -respirou fundo e colocou o cinto.- O senhor já estava em casa?
_ Não, estava no VIP.
_ Desculpa ligar assim, é que minha mãe não atendia e minha vó está sozinha com o Lucas.
_ Tem problema não minha princesa, pode me ligar sempre que precisar. -beijou sua testa e tocou para o hospital, ligando para a Fernanda durante o caminho.





Narrado por Fernanda
   Finalizada a última reunião do dia fui para minha sala arrumar as coisas para ir embora. Entrei na sala e fui tirando meu celular do carregador, a tela acendeu e várias ligações perdidas e mensagens do Luan. Retornei a ligação e ele disse que estava no hospital com a Malu tomando remédio na veia, que estava com muita dor e nada resolvia. Ele estava tranquilo, mas eu não e por isso arrumei as coisas do jeito que deu e corri para lá.


_ Boa noite, tudo bem? Meu marido deu entrada com a minha filha aqui, Maria Luísa Marquês Santana.
_ Um documento, por favor. -entreguei a ela minha CNH, esperei um cartão de visitante e assim que peguei, entrei depressa.
_ Luan? -ele olhou e veio até mim com a Helena em seu colo.- Por que trouxe ela?
_ Ela estava no Dudu comigo, né. Tive que trazer ela dormindo mesmo, haja braço. -brincou.
_ Haja braço mesmo. -falei me aproximando dele e lhe dando um beijo rapidinho.- Cadê minha outra neném?
_ Tomando soro aqui nessa sala, vai lá. -Luan me deu espaço e eu passei para o lado de dentro da sala, ela estava quietinha no celular e tomando medicação.
_ Mãe já chegou?
_ Sim. -beijei sua testa e puxei uma cadeira sentando ao seu lado.- Tá melhor? -ela assentiu.- Passou com o médico e ele disse o que?
_ Pra eu marcar uma consulta com o ginecologista, mãe. -respondeu sem jeito e eu tentando disfarçar minha preocupação.- Mas não é nada disso que a senhora tá pensando não. Eu não tô grávida.
_ Eu não sei Maria Luísa, eu sei de mim. Eu não estou grávida e tenho certeza disso. E você quando estava tomando seu remédio certinho não tinha mais essas dores fortíssimas. -ela ficou quietinha escutando cada palavra que eu dizia sem ao menos fazer careta.- Vocês estão usando camisinha? Fala a verdade pra mim Maria Luísa.
_ Nem todas as vezes.
_ Vamos marcar seu médico ainda essa semana e vai torcendo de agora. -falei séria e ela me olhou assustada com os olhos marejados.- Vocês tem que ter juízo, responsabilidade até na hora da transa.
_ A senhora já está me dando um sermão e nem sabe se é isso mesmo.
_ Porque eu estou certa, você é uma adolescente. Não terminou o ensino médio, não prestou nem o vestibular e ainda tá longe dos quatro ou cinco anos da graduação. Você tem a ideia de o que seria um filho agora? Agora que você está perto de completar seus dezoito anos e ter mais autonomia para fazer suas coisas sozinhas? Não quero e nem vou proibir você de nada, porque não proibir seus irmãos, mas eu também quero confiar em você. Confiar na filha que criei e eduquei um tempão.
_ Me desculpa.
_ Tudo bem. -beijei sua testa e me levantei para olhar de perto se ainda faltava muito para acabar o soro. Olhei para fora e Luan estava sentado com a Nena no colo, ela mexendo em sua barba.- Amor?
_ Hm.
_ Tudo bem aí?
_ Sim, ela acordou e quer ir pra casa. -riu.
_ Quer ir na frente com ela? Eu estou com o seu carro.
_ A gente espera né filhota?
_ Tô com fome papai, queria comer uma coisinha, a Maria vai fazer bolo pra mim.
_ Ah vai?
_ É mamãe, ela vai, eu pedi.
_ Pediu igual cachorrinho querendo comida e água. -Luan disse rindo.- Maria faz tudo o que eles pedem, tudo.
_ Por isso estão tão sem vergonha. -falei.- Mas deixa eu falar, está ficando na hora dela comer mesmo. Vai indo na frente, acho que não vamos demorar aqui.
_ Tem certeza?
_ Tenho meu amor. Helena precisa de um banho, jantar e dormir.
_ Mamãe eu tenho lição de casa hoje.
_ Papai vai te ajudar com isso, não é amor?
_ Claro capitã! Bora princesa.
_ Tchau mamãe, beijos. -se despediu abraçando mais o pescoço do pai e deitando a cabeça no ombro dele.
_ Me liga qualquer coisa tá?
_ Tá bom amor, eu ligo sim. -lhe dei um selinho, eles foram em direção a saída e eu a sala de medicação. Voltei a me sentar depois de tirar o celular do bolso e verificar se tinham mensagens.
_ Meu pai foi embora?
_ Foi sim filha, sua irmã estava com muita fome, segundo ela.
_ Eu não duvido, ela cochilou antes do almoço e acordou chorando quando meu pai chamou ela pra comer. Aí meu pai deu na boca dela, escovou os dentes e ela apagou de novo.
_ Helena sempre foi mais preguiçosinha mesmo.


  Ficamos ali até terminar a medicação, conversamos com o médico outra vez e então fomos embora.    Passamos na farmácia, seguimos para casa. Estacionei e Maria Luísa desceu na frente, fechei o carro e entrei também.

_ Boa noite, né? Estão bem? -oc cumprimentei atrapalhando o beijo caloroso do casal que havia acabado de voltar de viagem.- Chegaram faz tempo?
_ Boa noite mãe. Não, chegamos junto com o meu pai praticamente. -se levantou e veio me cumprimentar, Julia fez o mesmo.- Ela está melhor?
_ Está sim. Nada grave, muita cólica e enxaqueca.
_ Fazia tempo que ela não ficava assim.
_ Pois é meu filho, fazia tempo mesmo. -sorri.- Tô subindo tá? Vou tomar um banho.
_ Não vai jantar? Maria fez estrogonofe de carne.
_ Vou, mas antes preciso me livrar do suor. Vai jantar com a gente né Julia?
_ Não sei, depois fica tarde pra eu ir embora. -respondeu colocando o cabelo atrás da orelha, com vergonha.
_ Que isso, Luan te leva depois. Magina.
_ Tudo bem, eu fico. -abriu um sorriso e voltou a se sentar enquanto eu subia.
_ Luan?
_ Oi vida.
_ Helena está de banho tomado?
_ E dormindo, não quis jantar não.
_ E a lição de casa?
_ Não fez também não. -deu de ombros e entrou comigo no quarto.- Vai tomar banho?
_ Sim. Já tomou?
_ Infelizmente já. -riu dando um beijo no meu pescoço e se afastando.- Mas te espero aqui. 
_ Pra gente descer e jantar, subir e dormir.
_ Um homem na minha idade tem que aproveitar os dias de folga, descansar eu descanso no hotel.
_ Safado, isso que você é. Um sem vergonha tarado, Luan. Mas eu te amo viu? -lhe dei um selinho demorado, empurrando-o na cama e aprofundando mais o beijo. Sentindo suas mãos na minha bunda.
_ Ô mãe, eu... meu Deus do céu. Desculpa. -Malu bateu a porta e eu não aguentei, deitei no colchão ao lado do Luan rindo muito.
_ Seus filhos poderiam aprender bater na porta, não é?
_ Do jeito que estávamos, não íamos ouvir não muié.
_ Tem razão, fui. -levantei e corri para o banheiro descalça. Me despi e tomei aquele banho gostoso e sem nenhuma pressa. Sai me sentindo mais leve, fresquinha e limpa. Coloquei um pijama mais decente e desci para jantar com os meninos. Luan tinha colocado toda a mesa e estavam apenas me esperando.
Jantamos, ele foi com Arthur levar a Julia em cada e eu depois de retirar a mesa subi para o quarto e fiquei no celular até dormir.









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3 comentários:

Girls, fiquem à vontade. Esse espaço é de vocês!