Narrado por Julia
(...)
_ Tem certeza que não quer? -sussurrava em meu ouvido, beijando meu pescoço e pegando firme minha bunda.
_ Hoje não mô, queria sair pra comer.
_ Mas não quer aproveitar que não tem ninguém em casa? -neguei com a cabeça e ele me olhou derrotado.- Tá bom. -se afastou e pegou a camisa de volta, levantou da cama e entrou no banheiro. Ficou lá por uns minutos e quando saiu estava sério. Chateado na verdade.
_ Não fica chateado comigo, eu só não estou no clima.
_ Não estou Julia.
_ Mô?
_ O que?
_ Por favor.
_ Tá bom, tá tudo bem. -voltou a se sentar na cama, respirou fundo e olhou para os lados procurando o celular.- Achei. Vamos comer vai. Quer ir aonde?
_ Tá cedo pra comer pizza? -ele olhou no relógio e fez que sim.- Muito cedo?
_ Não são nem cinco da tarde. -deitou do meu lado e virou de lado mexendo no celular.
_ Podemos conversar enquanto isso? -virei colocando uma das pernas por cima dele.- Minha barriga aumentou dois centímetros e meio. -falei toda feliz e ele desfez a cara séria, sorrindo também.- Não vejo a hora de chegar logo na próxima consulta.
_ Você mede todos os dias?
_ Toda segunda-feira depois do primeiro banho do dia.
_ Banho me lembra você nua.
_ Você só pensa nisso. -falei com desânimo.- É por ligação, por mensagem, quando estamos sozinhos. -sentei de costas pra ele e cruzando os braços.- Relacionamento não é só isso, tá? Ainda mais agora.
_ O que tem agora?
_ Vamos ter nosso primeiro filho, tudo está mudando constantemente.
_ Estou vendo. -resmungou com ironia.
_ Olha você está mal humorado, eu já estou chateada. Vou pra casa.
_ Não íamos comer?
_ Não quero mais, não precisa me levar.
_ Julia.
_ Tchau. -levantei, peguei minha bolsa em cima da cadeira e sai do quarto. Ele não veio atrás nem mesmo quando eu estava na escada. Chegando na sala me despedi do Thor e quando entrei no corredor que dava acesso à porta dei de cara com a minha sogra.- Oi, boa tarde.
_ Tá tudo bem?
_ Sim, está sim. -dei uma fungada, passando a mão pelo nariz.
_ Vocês brigaram?
_ Não, eu só... -quando eu ia dar uma desculpa ele gritou meu nome da escada pedindo que eu não fosse embora.
_ Fica, por favor.
_ Não quero, eu vou pra minha casa Arthur.
_ Eu te levo então.
_ Não.
_ Eu não sei o que andou acontecendo aqui, também não vou ficar perguntando... -olhamos para ele quietos.- Arthur você fica, eu levo a Julia. Posso?
_ Obrigada. -agradeci e passei por ela abrindo a porta e saindo em direção ao carro.
_ Mãe.
_ Quando eu voltar a gente conversa, tá? -minha sogra e eu entramos no carro, colocamos o cinto e ela foi saindo da vaga.
_ Posso fazer uma pergunta?
_ P-pode. Claro!
_ Você e meu sogro brigavam durante a gravidez?
_ Não muito. Na verdade faz tanto tempo que não tenho tantas lembranças. -riu.- E você?
_ Não é que temos brigas, é que eu sinto ele chateado com algumas coisas e... eu discuto com ele.
_ Você? Isso pra mim é novidade.
_ Eu amo o Arthur. Amo estar com ele em todos os momentos, mas não tenho tido... é... vontade sabe?
_ Tá falando de transar? -ela perguntou com tanta naturalidade e eu cheia de vergonha sentia meu rosto queimar, certeza que eu estava da cor de um pimentão.
_ É.
_ Isso é normal, é muito normal. Algumas mulheres sentem muito tesão e outras nem tanto. O que ele deve estar estranhando é que vocês dois tem um namoro bem ativo, tinham relações frequentemente... -enquanto dirigia ela me dizia várias coisas, chegou a contar algumas e nem percebi quando chegamos.
_ Obrigada.
_ Que isso, não precisa agradecer. Toma um banho, relaxa e cuida bem do neném da vó. Tchau.
_ Tchau vovó. -brinquei. Soltei o cinto, abri a porta e desci do carro.
Entrei em casa e estava sozinha. Subi para o meu quarto, tranquei a porta, tirei a roupa e deitei na cama de calcinha e sutiã. Estávamos só eu, o bebê e milhões de pensamentos a todo vapor.
E tem sido assim por meses.
Minha sogra não estava errada, talvez eu também não tenha me expressado tão bem. Eu tenho desejo pelo meu namorado, sempre, mas isso não quer dizer que iremos transar sempre que estivermos juntos e isso ele não entende. O que tem nos causado um ou outro desentendimento, mensagens secas e até ligações recusadas. Uma verdadeira droga.
Criei coragem e levantei para tomar um banho, quando voltei o celular estava tocando e era ele. Não atendi. Troquei de roupa, desci para a cozinha e aproveitei para me deliciar em um pudim de maracujá que estava esperando por mim na geladeira. Enchi a taça e segui para a sala, coloquei um filme e fiquei me fazendo companhia até a campainha tocar.
_ Já vai! -falei alto, me levantando do sofá descabelada mesmo e indo descalça atender a porta.- Mô? Por que não avisou que vinha?
_ Eu te liguei, você não me atendeu. -sorriu todo sem jeito, fiz o mesmo.- Me desculpa?
_ Também peço desculpas, fui um pouco grossa com você, não deveria. -ele se aproximou e eu coloquei as mãos em seu pescoço, nos beijamos sem pressa, mas foi bem intenso. Paramos porque eu estava ficando cansada, buscando fôlego.- Quer entrar?
_ Posso?
_ Pode. Assim você nos faz companhia, né bebê? -alisei a barriga e ele se abaixou dando um beijo.- Minha mãe não sei onde foi, minha irmã está na sogra tem quase uma semana e meu pai não apareceu desde ontem.
_ Não quer ir lá pra casa?
_ Não. Já estou na metade do filme, entra logo mô. -me afastei dele e voltei para o sofá. Ele voltou lá pra fora e demorou uns minutos antes de voltar com duas caixas, uma de pizza e outra que parecia ser de presente.- Pra quem isso?
_ Essa é pra gente comer, e isso é um presente da minha mãe pro bebê. Disse ela que comprou da cor porque tem certeza que é uma menina.
_ Quero ver, dá aqui!
Peguei a caixa e sentei no chão pra abrir e fiquei babando demais quando vi os dois macacões rosas, um sapatinho dourado e dois laços na mesma cor do sapato. Um mimo, eu amei.
_ Tão fofos. Ela tem muito bom gosto. -comentei.
_ Imagina só depois do chá.
_ Primeiro precisamos ter a consulta de um milhão. Porque esse bebê sapeca não quer descruzar as perninhas e mostrar se tem um pipizinho ou uma periquitinha (risos).
_ Ficarei feliz com qualquer um dos dois. -respondeu se aproximando, tirando a caixa do meu colo e me beijando e adivinhem só? Fizemos amor no tapete da sala, com a porta destrancada. Foi gostoso, foi intenso e muito prazeroso.- Que carinha é essa?
_ Estava aqui pensando só. -respondi mexendo nos cabelos dele.- Daqui quatro meses já nasce, não preparei o psicológico ainda.
_ Nem eu, mas vai dar certo. Disso eu tenho certeza.
[...] Um mês e meio depois [...]
_ Doutora, eu sou uma avó ansiosa. -dizia minha mãe na sala de ultrassonografia.- O chá revelação é daqui duas semanas, está tudo organizado e não sabemos o sexo.
_ Calma vózinha, esse bebê é esperto, mas demos bastante chocolate pra ele ficar agitado. -riu.- E olha só, bem aqui... -mostrou no monitor.- Vocês querem saber?
_ "Não!" "Sim!" -respondemos juntos.
_ Querem surpresa então, né? Vou colocar em um envelope.
_ Eu queria saber o que era bebê, vocês poderiam deixar né?
_ Só no chá mô, a graça é essa. -falei dando um selinho nele.-
_ Não acho justo. -cruzou os braços e fez bico.
_ Você ficou a cara da sua mãe agora mô. -falei rindo.- Queria que ela tivesse vindo.
_ Ela também queria, mas teve uma reunião emergencial e ela teve que ir.
_ Ainda bem que gravamos. Tô ansiosa.
_ Ela também, certeza.
Terminamos a consulta, Arthur nos deixou em casa e foi para a casa dele. Entrei e tomei um banho, desci pra almoçar e fiquei esperando minha irmã chegar para irmos na moça das lembrancinhas.
Narrado por Fernanda
(...)
_ Você ri porque não é você. -falei pra Isa que não estava me levando nem um pouco a sério.
_ Sua relação com ela deveria ser ótima. Rober e o Luan rasgam elogios para ela, que é uma menina de ouro. Até o Bê gosta dela.
_ Bernardo gosta de todo mundo, não conta. -bufei.
_ Você que está com chatisse. Quero saber como você quer participar da vida do seu neto ou neta assim.
_ Participando ué. Não preciso ficar lambendo ninguém, nunca tratei ela mal.
_ Mas tem ciúmes até hoje. Pensei que tivesse melhorado hein Fefê. -riu.- Vocês até se conversam.
_ Normal, como eu converso com os meus genros.
_ Não é não e você bem sabe disso. -revirei os olhos.- Eu se tivesse uma sogra cri cri desse jeito, eu nem na casa dela iria e com razão viu.
_ Falando assim parece que eu sou um monstro. Minha neta nasce daqui quatro meses, eu tô ótimo considerando o começo da gravidez.
_ Comprar presente não é melhorar. Quantas vezes você conversou com a Julia? Participou mesmo da gravidez? Pouquíssimas.
_ Isadora!
_ Tá bom, não falo mais. Mas foi você quem entrou no assunto. Beijos, estou indo tá?
_ Te vejo amanhã?
_ Pela manhã sim. Marina está doentinha ainda, gripada.
_ E o Bernardo, tá com a sua mãe?
_ Sai de casa com ele tentando me convencer a deixar ele ficar em casa, mas levei pra escola ou ficariam os dois doente.
_ Isso é né. Então beijos, qualquer coisa me liga.
_ Ligo sim, até mesmo pra dar notícias. -disse se colocando de pé, jogando beijos e saindo da sala. Fiquei uns cinco minutos parada olhando para a tela do computador sem conseguir me concentrar, não aguentei, peguei o celular e liguei pro Luan.
_ Eu sou uma sogra chata? Amor eu pensei que tivesse melhorado. -disparei a falar que nem cumprimentei ele direito.- ... agora estou aqui toda chateada, sem conseguir trabalhar!
_ Acho que você tinha que ir pra casa viu.
_ Fazer o quê em casa Luan? Não tem nada lá pra eu fazer. Vou ficar com a cara pra cima do mesmo jeito.
_ Lá tem a piscina pra dar um mergulho, tem a banheira se quiser ficar relaxada e não tem barulho se quiser ficar deitada na cama sem fazer nada uai.
_ Tá me dispensando? Tá ocupado, é isso?
_ Não. Estava dormindo, mas agora já acordei já vida.
_ Desculpa, eu... -disparei.- Você me entende não é?
_ Sendo sincero, tá? Você está se esforçando, mas não pode mudar da água pro vinho uma coisa que vem de um tempo já.
_ Como assim?
_ Eu estranharia se você começasse a se dar super bem com a Julia como se fossem confidentes uma da outra. Como você é com as nossas filhas, por exemplo.
_ Então eu melhorei?
_ Sim. Vocês se conversam mais, você julga menos e procura não colocar tantos defeitos.
_ Acha que eu deveria ligar mais?
_ Tudo tem seu tempo, não precisa forçar a barra.
_ Não quero afastar minha neta de mim.
_ De onde você tirou isso vida?
_ Da conversa que tive com a Isa mais cedo. Segundo ela se tivesse uma sogra cri cri como eu, ela não faria questão de ir na minha casa.
_ (risos). Desculpa vida, foi engraçado. -voltou a rir e eu desliguei na cara dele. "Onde já se viu eu falando de um assunto sério e ele achando graça." Luan ligou de novo, eu não atendi e ele ligou na minha sala.- Você está tensa sabia? Cadê o senso de humor?
_ Enfie no c...
_ Olha a malcriação. -me cortou quase no final da frase.- Vou te mandar uma surpresa hoje pra ver se seu humor melhora.
_ Tá bom, vou esperar. Agora vou tentar trabalhar, beijos te amo.
_ Eu também amo você minha vida. -e desligamos.
Narrado por Arthur
Em poucos meses a ficha foi realmente caindo e algumas coisas mudando também. Eu estava me revezando entre a faculdade e a casa da Julia, nos víamos praticamente todos os dias e quando acontecia de eu não ir na casa dela eu ligava e ficávamos por horas no telefone.
Minha mãe estava voltando ao normal, mas tive que esperar o tempo dela e mesmo não sendo cem por cento sei que anda se esforçando. Ela e a Julia estão se dando melhor, até carona minha mãe já deu pra ela e foi em uma consulta ou outra do bebê. Isso me deixou feliz, até comentei com as minhas irmãs e meu pai.
_ Pai? Você em casa essa hora? -olhei no relógio e marcava pouco mais que quatro da tarde.- Aconteceu alguma coisa?
_ Folga. Mas sua mãe não sabe hein. Fechei a agenda agora só depois do chá do meu neto.
_ Neto é?
_ Mais um jogador pro meu time, escreve aí.
_ Minha mãe disse que é menina e ela tem mais experiência. -ri.
_ Eu fiz três filhas mulheres, sei o que eu tô falando.
_ Ah tá, sabe sim. -continuei rindo.- Vai fazer o que agora?
_ Tomar um banho, dormir até sua mãe chegar gritando e perguntar porque eu não avisei que estava em casa.
_ Entendi, vai fazer nada.
_ Depois que você se casa e se torna pai é uma das melhores coisas a se fazer... nada. Já sabe né?
_ Elas não estão em casa não, foram ver como ficaram as lembrancinhas.
Narrado por Julia
O dia de maior ansiedade pra nós chegou, eu estava uma pilha de nervos e não vendo a hora de chegar o momento de revelar o sexo do bebê. Acordei muito enjoada, chorona e impaciente também. Ninguém entendia o porquê e eu também não sabia explicar. Nosso bebê estava agitado, talvez ansioso para saber qual foi o nome que escolhemos e meu namorado? O único que não gritou comigo e estava do meu lado a todo instante.
_ Você vai passar mal se continuar sem comer, não vai ser legal não.
_ Ela está procurando um jeito de ficar doente isso sim. -minha mãe escutou de longe e já foi falando em cima. Ignorei, terminei de arrumar minha bolsa e chamei o Arthur para irmos embora.- E ainda finge que não escuta.
_ Chegando lá em casa ela come. -Arthur respondeu por mim.
_ Eu duvido, você faz tudo o que ela quer e se ela bater o pé você não vai falar é nada que eu sei.
_ Confia em mim dona Sonia, confia que vai dar certo. -brincou pegando a bolsa e indo na frente.- Até mais tarde hein.
_ Tchau mãe.
_ E vê se come hein Julia. -fechamos o portão e fomos para o carro. Entrei primeiro que o Arthur que ficou arrumando umas coisas dentro do bagageiro.
_ Não quer passar em nenhum lugar antes?
_ Mô eu não estou com fome, é sério. Estou ansiosa, enjoada e sem a mínima vontade de comer.
_ Tá bom, não falo mais.
_ Desculpa, não quis ser grossa. Eu só... -ele me calou com um selinho, voltou a se ajeitar e colocar o cinto. Seguimos para a casa dele.- ...a mulher nem chegou ainda. Estamos atrasados. E se...
_ Calma. Melissa está cuidando disso.
_ É o nosso chá, não temos que jogar tudo nas costas da sua irmã não.
_ Você está certa, vamos entrar.
Ele não estendeu o assunto, estacionou e desceu do carro. Fiz o mesmo e entramos. A casa estava movimentada, as crianças já estavam acordadas, minha sogra e as meninas também.
Demos bom dia e nos sentamos no sofá.
_ E minha vó, cadê? -Arthur perguntou todo sorridente.
_ Dormindo. Chegaram essa madrugada, quase amanhecendo. Estão cansados.
_ Ô mãe, tem o que pra comer aí?
_ Está com fome?
_ Eu não. Julia que está sem comer desde cedo, disse que está sem fome, mas ela precisa comer e se não comer a mãe dela me mata. -coçou a cabeça.
_ Seu fofoqueiro. Não precisa, eu...
_ Toma um suco pelo menos ou come uma fruta, só pra não ficar com o estômago vazio.
Não falei mais nada, só fechei a cara para o meu namorado mesmo. Fui pra cozinha, tomei suco de goiaba e acabei comendo frutas, alguns pedaços de melão, morangos e banana com aveia. Terminei de comer sendo supervisionada, deixei a louça usada na pia.
_ Estou saindo, volto mais tarde.
_ Vai aonde mãe?
_ No salão, tenho manicure marcada e dar um jeito no cabelo.
_ Sozinha?
_ Não. Minha miniatura está terminando de colocar a roupa.
_ Mamãe vamos! Tô pronta.
_ Pensa que vai aonde com essa saia Helena?
_ Art a mamãe deixou, vou sair com ela.
_ Você nem tem idade, vai ficar aqui comigo.
_ Não vou nada, vamos mamãe !
_ Se cuidem, fui. -jogou beijos e saiu.
_ Bom, tô indo pro meu quarto.
_ Vai dormir? -perguntei.
_ Jogar videogame. -cruzei os braços.- Tá cedo, já estamos aqui e não tem nada pra fazer.
_ Tá bom, vai lá pro seu jogo.
Será que era difícil entender uma mulher grávida?
Ele me deixou na cozinha mesmo e subiu. Eu fui pra sala, tirei os chinelos e sentei no sofá. Peguei o celular e mandei mensagem pra minha irmã, fiquei falando com ela.
_ Bom dia Ju. -Melissa disse descendo as escadas.- Chegaram cedo. -me deu um beijo no rosto se abaixando em seguida para falar com o bebê.- Bom dia bebê da titia, já acordou também? -beijou minha barriga e levantou.
_ Pensei que a moça da decoração já estava aqui.
_ Era pra estar mesmo, mas o carro quebrou no caminho daqui e atrasou duas horas e meia. Estou aqui falando com ela. -respondeu se sentando no sofá.- E você?
_ O que tem eu?
_ Falei pro meu irmão que você tinha que descansar. Que monte de olheiras são essas? Era pra você ter dormido.
_ Não consegui dormir muito, acordei muito antes do seu irmão e o bebê também estava agitado.
_ Mais um motivo para a senhorita ficar de boa. -sorriu.- Ontem as lembrancinhas terminaram de ficar prontas, olha que mimo. E detalhe, unissex. -ela virou o celular e foi mostrando as fotos detalhadamente.- Aí aqui eu pedi pra ela montar igual você tinha pedido.
_ Ficou linda, eu amei.
_ Isso é porque você não viu o bolo fake... -ficamos as duas olhando as fotos que ela tinha recebido, um tempo depois o interfone tocou e era a moça da decoração. Respirei aliviada e dali em diante acompanhamos tudo desde a montagem.- ...estou subindo pra receber o pessoal do buffet, vai ficar aqui?
_ Uhuum, tô com preguiça de subir.
_ É a barriga pesando. Quer comer alguma coisa?
_ Não estou com fome não. -fiz careta.
_ Ah não, nem vem, depois não quero saber de ninguém passando mal. Vamos subir, vem.
Nós subimos, encontramos a dona Analice na cozinha com as crianças, Derick e Louise, eles estavam na bancada tomando café. Nos cumprimentamos, ela fez questão de preparar algo rapidinho pra eu comer e nisso ficamos papeando.
_ Tá alimentando minha sobrinha direito Julia?
_ Quem disse que é menina Malu? -perguntei rindo.
_ Eu estou dizendo que é, e tia nunca erra. -respondeu dando de ombros.- Bom dia vó, bom dia babies.
_ Bom dia. -respondemos de volta.
_ Vó cadê minha mãe? Sabe dela? A porta do quarto está trancada e ela nunca dorme até essa hora.
_ Elas foram no salão, ela e a Leninha.
_ Explicado. E meu pai chegou?
_ Acho que ainda não. Postou foto mais cedo no hotel ainda. -Melissa respondeu.
_ E ele vai chegar aqui que horas?
_ Sei lá.
_ E o Arthur cadê?
_ Jogando videogame. -falei e foi automático revirar os olhos e cruzar os braços.
_ Você deveria subir e descansar um pouco também. Suas coisas estão lá em cima?
_ Não, deixamos tudo no carro.
_ Tá, vou pegar e deixar lá no quarto do meu irmão. -disse saindo da cozinha.
_ Ô vó, olha minha unha!
_ Fernanda, nem me esperou acordar filha.
_ Mãe eu tinha horário e a senhora estava cansada da viagem. -beijou seu rosto.- Meu pai ainda está dormindo?
_ Ele, seu irmão e a Lívia.
_ Eu já vou é me arrumar, porque disseram que ia ser almoço.
_ E vai mãe, mas ninguém vai chegar meio-dia.
_ Ótimo, assim posso me arrumar sem pressa. Tô lá em cima.
Minha sogra subiu e nós ainda ficamos por mais um tempo na cozinha. Comi, descansei e me deu vontade de ir ao banheiro. Levantei rapidinho e subi.
_ Você está pálida, tá tudo bem?
_ Quero ir no banheiro, licença aqui. -passei por ele e entrei no banheiro fechando a porta e ficando à vontade.
_ Bebê?
_ Oi mô. -respondi dando descarga.
_ Tá tudo bem? Por que você trancou a porta? Julia?
_ Estava usando o banheiro. Vou tomar banho.
_ Deixa destrancada a porta.
_ Tá tudo bem, relaxa. -ele se afastou, eu me despi e liguei o chuveiro. Entrei debaixo d'água de cabeça e tudo, tomei banho sem pressa e depois de escovar os dentes desliguei e sai enrolada na toalha.
_ Descalça?
_ Você está pior que a minha mãe. -falei rindo.
_ Não pode abusar, o ar condicionado aqui é forte. -disse levantando e indo para o banheiro, voltou de lá com outra toalha e veio secando meu cabelo.- Comeu?
_ Sim, sua vó estava dando café pras crianças e preparou pra mim também.
_ Menos mal.
_ Descobri que estava com fome mesmo, mas me deu dor de barriga.
_ Percebi.
_ Para vai. -bati no ombro dele.- Cadê minhas coisas?
_ A Mê trouxe, tá aqui. Já vai vestir?
_ Tranca a porta? Queria ficar só de calcinha um pouco.
_ Sem sutiã?
_ É. Estava me apertando a alça, ficou vermelho.
_ Tá. Vou trancar.
Carinhoso ele sempre foi, mas agora estava mil vezes mais. E eu amando, me pegava sorrindo sozinha.
Arthur trancou a porta e me deixou a vontade. Vesti a calcinha, continuei enrolada na toalha e deitei. Dormi.
Narrado por Luan
(...)
![]() |
Te amo tanto, a melhor coisa que aconteceu na minha vida! <3 |
_ Repara isso aqui boi, olha essa foto. -cutuquei Roberval que estava querendo cochilar.- Olha logo!
_ Daí, daí. -pegou o celular.- Homem apaixonado é meloso, puta que pariu.
_ Não posso falar, sou pior que isso (risos).
_ Ainda bem que cê sabe.
_ Tô feliz demais por eles, sempre gostei muito da Julia.
_ Nanda que não ia muito com a cara.
_ Ela e a Maria Luísa né? Aquela ali sim era carne de pescoço, sassinhora! Foi demorado viu, muito.
_ Único irmão né.
_ Bruna não era assim comigo não, Deus que me livre.
_ Ela ia passar é raiva, porque você não parava com mulher.
_ Cuida da sua vida boi, cuida.
Viajamos de Santa Catarina para São Paulo, aterrissamos era pouco mais que duas da tarde. Ainda bem que estávamos prontos, porque a festa já tinha começado.
Do aeroporto pra casa não demorou muito não, a van estacionou e logo fomos entrando. Levei minha mala pro quarto e quando estava descendo peguei Fernanda de surpresa, de costas e dei um beijão na nuca.
_ Eu já sou avó, não posso ficar sendo agarrada por aí não. -brincou.- Como foi a viagem?
_ Ótima. Chegamos bem. -nos beijamos.- Fiquei bem?
_ Era uma cor ou outra, mas tudo bem né. Arruma aqui.
_ Gostei das duas, combinou uai.
_ Isso não é lilás. É roxo.
_ Não tem problema vida, tô lindão assim.
_ Tá um gostoso. -me puxou pela gola e deu outro beijo.- E os meninos já desceram?
_ Devem estar comendo já. Tá cheio aí?
_ Tá. Mais os amigos deles, alguns nossos... mais parentes mesmo.
_ Ah é? Claudião já chegou?
_ Sim, com uma camisa igual a sua.
_ Tá com o vestido igual o da Sonia também?
_ Não. Sou uma avó única.
_ Sei. -dei um selinho e acabei indo na cozinha com ela buscar não sei o que. Descemos juntos, cumprimentei a todos, já fui até a mesa principal e tiramos fotos.- Quando vamos descobrir o mistério?
_ Tá cedo pai, mais tarde só. -Arthur falou tranquilo.
_ Vou ter tempo de beber?
_ Pai, não precisa ficar bêbado. -Melissa chegou me dando um beijo no rosto e abrindo um botão da minha camisa.- Tá lindo.
_ Você tambem, mas tá curto.
_ Leonardo falou a mesma coisa. -riu.- Não vai almoçar?
_ Ainda não. Tá muito calor, uma loira gelada cai bem.
Narrado por Julia
![]() |
Mundo verde ou lilás? Mamãe ansiosa aqui. ♥♥ |
Tudo estava tão lindo e muito melhor do que eu tinha imaginado. Toda a decoração das mesas, a disposição do buffet e do bar também. O espaço para os mimos e fraldas, estava lindo. E cada vez que alguém me falava isso o olho enchia de lágrimas.
Fiquei em feliz em ver nossas famílias reunidas, minha sogra sorridente e deixando à todos muito a vontade. Pra mim a sensação era única.
Arthur e eu ficamos o tempo todo juntos, quando eu ia comer ele me acompanhava, se fosse pra tirar fotos também e até pra sentar em uma mesa mais afastada para respirar um pouco ele vinha comigo.
_ Mô, seu pai chegou. -falei baixinho.
_ Cadê?
_ Ele eu ainda não vi, mas seu tio está descendo. Olha lá.
_ Quer ficar aqui? Eu vou lá cumprimentar eles.
_ Vou pegar um docinho, já chama eles pra foto. -falei e ele assentiu enquanto se afastava. Levantei sem pressa, passei pela mesa de doces e peguei uma mini torta de limão.
_ Tudo bem Juju? E essa neném aqui.
_ Oi tio.Tudo bem? Foram bem de viagem? -nos falamos rapidamente, Arthur chamou a Isa para a foto em família e depois eles voltaram para a mesa.
_ Pai era uma cor ou outra e não as duas. -Melissa disse cruzando os braços, meu sogro riu.- É sério.
_ Pra mim são gêmeos, um casal. -brincou cumprimentando o filho e em seguida vindo me cumprimentar. Nos abraçamos e ele abaixou para dar um beijo na minha barriga.- É a princesinha do vô. -falou ao sentir um chute.
_ Ou príncipe, né.
_ Vem mãe pra foto, cadê a Malu? Helena?
Tiramos fotos e mais fotos, depois voltamos para as mesas e curtimos o som, conversamos e comemos mais um pouco. Com o fim da tarde, Melissa nos chamou e era o momento da descoberta. Ela, Camila e Malu juntas instruíram os convidados a participarem da brincadeira.
Dividimos os palpites, menina lado esquerdo, menino lado direito. Elas bolaram um texto que tinham muitas dicas, muitas! Usamos até um sinalizador que no final tinha um bilhete pedindo que Arthur e eu fossemos até a mesa e partisse o bolo.
Por fora as cores lilás e verde, um bebê de fraldas e só com as perninhas de fora. Juntos contamos até cinco, cortamos de um lado, cortamos de outro e quando tiramos o pedaço a surpresa! É uma menina.
_ Parabéns pra nós mô, teremos uma princesa. -falei sorrindo, feliz e o abraçando forte. Ele não disse nada, apenas retribuiu meu abraço, beijou meu rosto, minha boca e ficou de joelhos dando um beijo demorado bem no meu umbigo. Foi um gesto tão delicado que minha reação ao chorar não poderia ter sido diferente. Parecia que só estávamos nós três ali, juntos em pensamento e abraço.
_ Nossa princesa, bebê.
_ Nossa Sophia. -falei baixinho e ele sorriu.
_ Eu tinha certeza que era menina. Estou cercado de mulheres, primeiro a Fernanda, aí veio a Melissa e agora minha bisneta. Tô muito feliz. -vô Hugo nos disse.
_ Filha, minha primeira netinha. -minha mãe dizia sorrindo, mas as lágrimas de felicidade acompanhava. Nos abraçamos, ela continuou a dizer coisas lindas. Minha sogra fez o mesmo com Arthur e me abraçou em seguida parabenizando, quando meu sogro e eu nos abraçamos ele estava todo sorridente e também emocionado.
_ Rapaz do céu, eita família pra ter mulher. Tamo tudo é lascado paizão, mas uma pra gente ficar de olho. -brincou com o vô Amarildo que vinha em nossa direção. E foi indo assim, primeiro os cumprimentos dos familiares, depois nossos amigos. Partimos o bolo, entregamos as lembrancinhas e continuamos a festa até anoitecer.
_ O último. -Arthur falou sentando no sofá e jogando a cabeça pra trás.- Ganhamos coisa hein.
_ Eu vi, um tantão de fraldas fora os outros presentes. -respondi fundo passando a mão na barriga, nossa neném estava agitada e eu cansada.
_ Tá tudo bem?
_ Sim, ela só está agitada. Não para de mexer tem pelo menos uns dez minutos.
_ Deixa eu ver. -ele colocou as duas mãos e começou a conversar, falando bem pertinho da minha barriga. Alguns chutes e ela foi acalmando.
_ Acho que eu tô com fome.
_ Você disse que queria tomar banho também. O que acha de primeiro subir, a gente toma um banho e desce pra comer?
_ Eu tô com fome.
_ Tá bom, vem cá. -fomos para a cozinha e chegamos em tempo de flagrar minha cunhada em cima da bancada quase sem blusa em um beijão daqueles. Olhei por cima do ombro e meu mô estava vermelho, não sei se de vergonha ou raiva.- Pensei que tivesse quarto Maria Luísa.
_ Não estou fazendo nada demais Art. Só um beijo.
_ E precisava sentar na bancada? -perguntou cruzando os braços.
_ Não precisa ficar bravo, já estou descendo. -Henrique ajudou ela descer e deu risada, deixando Arthur ainda mais puto, eu quis rir.
_ Você precisa relaxar meu amigo, relaxar. -Henrique disse rindo, batendo no ombro dele.
_ Você é meu amigo, mas ela é minha irmã. Irmã mais nova.
_ As vezes você exagera, vem Rique, vamos subir.
_ Subir?
_ Mô, deixa eles. Sua irmã está mais que na idade.
_ Nós também estávamos e hoje temos a Sophia.
_ Acho bonitinho você cuidando das suas irmãs, muito fofo. -falei mudando de assunto, sorrindo pra ele desfazer a cara feia.- Vai ser assim com a nossa neném também.
_ Eu sei o que está tentando fazer. -riu.- Minha mãe faz isso com o meu pai sempre que ela pode.
_ E funciona?
_ Com muitos beijos, sim (risos). -me abraçou pela cintura e quando íamos nos beijar Helena entrou correndo.
_ Credo, toda hora fica beijando, cê num cansa não? -perguntou franzindo a testa, séria.- Papai falou que não pode beijar na boca. -cruzou os braços.- Não é papai?
_ É minha princesa, você tá certa. -falou pegando-a no colo.- Beijar na boca é feio.
_ Mas você beija a mamãe.
_ Eu sou adulto, eu posso.
_ O Art também papai?
_ Também.
_ A Malu não é adulta. -ficamos em silêncio, sem ter o que responder.- E ela namora, não tá certo.
_ Não mesmo, vai lá falar pra ela filha. -descemos Helena de seu colo e ela saiu correndo atrás da Malu.- E não tem nem dez anos (risos).
Narrado por Fernanda
O chá revelação foi lindo, maravilhoso, mas cansamos muito. Assim que terminou, que os convidados foram embora e toda a equipe contratada também, eu subi e tomei um banho rápido para dar uma relaxada. Vesti meu pijama, prendi os cabelos e sai do quarto.
_ Tá fazendo o que aí olhando embaixo da porta Nena?
_ Malu tá namorando, papai falou que não pode.
_ Vem aqui com a mãe, vamos tomar um banho.
_ Mamãe eu preciso falar com ela, ela não é adulta. Não pode.
_ Malu? -bati na porta e ela abriu dando risada.- Sua irmã quer falar com você.
_ Fala coisinha pequena, fala.
_ Você não pode namorar Malu, não pode.
_ Por que não Nena?
_ Porque o papai disse que só namora quem é adulto, e você não é.
_ Mas o Henrique é adulto, ele que é meu namorado. -Helena franziu a testa, deu de ombros e ficou me olhando.
_ Mamãe...
_ Oi filha.
_ Então ela pode né?
_ Pode. O único bebê da casa que não pode namorar é você e a Sophia.
_ Nunca?
_ Só quando for maior. -pisquei e ela concordou sorrindo.- Dá boa noite pra Malu, vamos tomar um banho e descansar.
_ Eu queria comer um docinho, mamãe, um só.
_ Primeiro o banho, depois o doce.
E foi como fizemos. Helena brincou muito o dia todo, a roupa estava suja, cabelos bagunçados e o corpo grudando de suor. Ensaboei ela toda, lavei os cabelos e por último escovamos os dentes. Ao sair vesti nela seu pijama, e enquanto secava seu cabelo com o secador Luan entrou no quarto.
_ Ela tá dormindo sentada vida.
_ Dormiu mesmo?
_ Dormiu. Falta muito aí?
_ Não, por quê?
_ Nada não. Tô esperando você no quarto.
_ Cinco minutinhos.
Terminei os cabelos da Nena. Ajeitei ela na cama e deixei o abajur aceso antes de sair e deixar a porta encostada.
_ Não ia tomar banho?
_ Deu preguiça. -ele estava sentado na cabeça, encostado nos travesseiros.- Gosto muito dessa sua camisola.
_ Talvez porque tenha sido escolha sua. -sorri me aproximando, subi de joelhos na ponta do colchão e fui até ele andando de gatinha.- Oi. -lhe dei um selinho.
_ Agora é nossa vez?
_ Uhum. -roubei outro selinho.
_ Chega mais juntinho então muié. -sentei me encaixando nele e pressionando-o propositalmente.- Eita.
_ Acho que alguém estava com saudades. -falei rebolando em seu colo.
_ Muitas saudades minha vida. -falou retribuindo meu sorriso safado, levando as mãos para as minhas coxas e subindo devagar.- Sem calcinha é sacanagem.
_ Sacanagem não amor, é saudade. -coloquei minhas mãos em seu pescoço e beijei sua boca ao sentir o toque de seus dedos lentamente me estimulando. Fechei os olhos chupando sua língua com força quando eles me penetraram, eu já estava pronta, molhada e sedenta. Escorreguei uma das mãos e arranhei sua nuca com cuidado para não deixar marca, gemi em seu ouvido descansando a cabeça em seu ombro, deixando que ele sentisse minha respiração acelerada cada vez que seus dedos iam mais fundo.- Amor, eu quero você. -nos beijamos, ele tirou os dedos me deixando com a sensação de vazio e veio tirando a camisola do meu corpo. Tirou sua bermuda jeans, cueca e me olhou sorrindo.
Aquela sensação de calor, coração disparado e muita excitação foi tomando conta de cada metro quadrado do nosso quarto. Respirei fundo sentindo-o me penetrar sem pressa, me olhando nos olhos e se deliciando com os meus gemidos. Éramos um só, o encaixe perfeito e pelo qual sempre buscávamos todas as vezes que estávamos juntos. Tínhamos uma conexão incrível. Luan sempre soube me satisfazer em todos os aspectos e eu sempre soube retribuir.
Nos amamos por horas e horas.
_ Tá com sono, né? -me perguntou alisando minhas costas, com a outra mão nos meus cabelos.
_ Até que não. Tô descansando. -ri.
_ Nem sei que horas são. -respirou fundo.
_ Você está de folga amor, estamos em casa e podemos dormir até tarde.
_ Podemos dormir até a Helena acordar isso sim (risos).
_ Melissa tá em casa, ela vai pro quarto dela.
_ Sabe que eu tava reparando ontem, Helena é a Malu todinha quando era pequena.
_ Ciumenta?
_ Tagarela. Ontem ela deixou eu, Arthur e Julia sem respostas.
_ Com a história de namoro?
_ Como cê sabe? -contei à ele da conversa entre as duas irmãs mais novas.- Tô falando. Ela é esperta.
_ Mas ainda é um bebê.
_ Bebê é a Sophia. Ô vida.
_ O que?
_ Não acha melhor eles moraram aqui não?
_ Aqui? Por que?
_ Porque eu quando fui pai quis ficar junto o tempo todo, e não é a mesma coisa morando em casa separadas.
_ Você não morou junto com a Ester.
_ Mas vida eu sempre trabalhei viajando, até mesmo quando o Arthur nasceu.
_ Eu sei, mas... ah não sei não Luan.
_ Você não quer é isso?
_ Não é que eu não quero. É que parece forçado. Eu entendo o que disse, entendo também que quando eu tive meu filho eu quis minha mãe por perto.
_ É também tem isso, mas...
_ Eu concordo com você, pra mim não haveriam problemas. Seria estranho, mas... enfim... não negaria isso ao meu filho se fosse o que ele realmente quisesse.
_ De durona você não tem nada (risos).
_ Muito manteiga, né.
_ Muito mãe. Me sinto assim vendo a Mê se ajeitando pra morar fora de casa. Fiquei assim quando a Bruna casou.
_ Eles crescem. -falei bocejando.
_ Quer dormir né?
_ Tá... tão boa nossa conversa... -continuei bocejando.- ... tão leve. Essa semana foi uma loucura e eu só queria dormir agarradinha com você.
_ Tenho uns dias aí de folga.
_ Quantos?
_ Lelê que sabe. -riu.- Tá tranquilo na CDM? Viaja comigo.
_ E a Helena?
_ Fica com a minha mãe, as irmãs...
_ Aí amor, não sei. Elas não tem obrigação.
_ Uai, mas o que custa? Ou ela pode ir com a gente.
_ E a escola fica como?
_ Tu quer ir ou não mulher?
_ Claro que eu quero amor.
_ Então bora, eu dou um jeito.
_ Tá bom. -bocejei e ele começou a rir.- Para amor.
_ Dorme vida, você está cansada.
_ Promete que não vai acordar tarde pra gente aproveitar o dia? Hein?
_ Me acorda pra almoçar?
_ Tomar café. -falei rindo e apertando o nariz dele. Dei um beijinho rápido e dormi.
Dormi feito uma rainha, acordei nem sei quanto tempo depois com o quarto ainda escuro, mas eu estava sozinha na cama. Olhei em direção ao banheiro e porta aberta, vazio. Olhei para o closet, apagado. Sentei na cama e quando ia pegar o celular a porta abriu e Luan entrou.
_ Bom dia vida.
_ Bom dia amor. Ainda é bom dia?
_ É sim. Quase 11 horas.
_ Dormi muito, mais que você.
_ Até roncou.
_ Mentira, eu não ronco. -cruzei os braços.- Só eu estava dormindo?
_ Só. Já estão todos acordados, tomei café com eles e vim trazer o seu. -falou acendendo as luzes e trazendo a bandeja até a cama.- Fiz suco de melancia.
_ Hmmm e o que mais de gostoso?
_ Não posso deitar na bandeja, trouxe pães de queijo e melão.
_ Que delícia. Vem comer comigo?
_ Tô cheião. Leonardo fez creme de abacate pra mim.
_ Esses seus genros vivem te lambendo né?
_ Quer que eu fale? -neguei com a cabeça, rindo.- Bora pra piscina?
_ Primeiro precisamos pensar no almoço.
_ Que isso, sobrou comida pra um batalhão de ontem ainda. Vou chamar o pessoal.
_ Comida requentada pras visitas Luan?
_ Para com isso vida, vou ligar pra Piroca, mamusca e pro Testa. Só os de casa.
_ Minha amiga vai ficar com ciúmes hein. Vou contar tudo pra ela, seu falsinho.
_ Se eu não casasse com você teria me casado com ela sabia? Loirona, bonita!
_ Cala a boca, Luan. -ri.- Ridículo você, ridículo.
_ Eu também te amo. -disse levantando e correndo para o banheiro. Foi o meu momento, comi tudinho e voltei a deitar, estava cheia de preguiça.- Vai ficar deitada o dia todo é?
_ Queria. -virei de bunda pra cima e ele deitou por cima de mim, mordendo meu pescoço.- Aí Luan, isso dói amor.
_ Mordida de amor não dói não vida. Bora levantar vai, vamos escovar os dentes.
_ Tô com bafo?
_ Não, mas é bom né?
Levantamos e fomos para o banheiro. Aproveitamos o gancho e tomamos um banho, cheio de brincadeiras safadas, mas não passamos disso. Segundo ele as "crianças" estavam a nossa espera na sala.
_ Bom dia família! -falei toda animada, terminando de descer as escadas de mãos dadas com o Luan.
_ Boa tarde né? -meu pai brincou.
_ Noite foi boa hein mãe, descansou? -olhei pra ela de cara feia quando minha mãe arregalou os olhos.- Descansou bastante?
_ Não, mas acordei ótima. -todos eles deram risada.
_ Minha filha, isso não é coisa que se diga na frente dos filhos.
_ Ô mãe eles fazem isso mais que eu. -falei e Arthur ficou todo vermelho, Maria Luísa parou de rir e Melissa fingiu que não era com ela.
_ Meu Deus, essas crianças.
_ Mãe as únicas crianças são Sophia e Helena nessa casa. As outras já fazem criança. -meu irmão falou tranquilo e levou um tapa.
_ Família reunida é isso né não sogra? Passar vergonha junto falando de assuntos constrangedores. -Luan disse segurando a risada e minha mãe indignada com o papo.
_ Chega desse assunto né? Quero saber se vocês já abriram os presentes da Sophia.
Mudei de assunto e deu muito certo.
Começamos separando as fraldas por tamanhos, depois abrimos os embrulhos de presentes, caixinhas e nisso foi o restante da manhã e começo da nossa tarde. Um presente mais lindo que o outro, muito mimada essa pequena que nem tinha chegado ainda.
_ Eu abro! -Melissa levantou correndo quando escutou a campainha. E voltou com o Bernardo no colo, mordendo a bochecha dele.- Meu tio chegou!
_ Oi, oi gente. Boa tarde. -Rober entrou com uma caixinha de cerveja e a bolsa das crianças. Isa entrou logo atrás com a Marina no colo.
_ Vocês vão beber mais?
_ Cunhada, eles não tem um limite. -falei pra Lívia.
_ Então vou assar umas carnes, cadê meu amigo Amarildo?
_ Chegando sogrão. -Luan respondeu e foi levantando também. Cumprimentou o casal e pegou nossa afilhada no colo.- Oi princesa do tio.
_ Sua princesa está com chatisse, estava dormindo. -ela deitou a cabeça no ombro dele e ficou.- Tudo isso é de ontem? -assenti.- E vai ficar aqui ou vai pra sua casa? -perguntou se sentando no sofá e aí fomos conversando sobre. Até minha mãe me chamar pra arrumar a mesa, depois esquentar o arroz, colocar as saladas nas travessas e foi o tempo de chegar a Lila com o Berton, Mari com o Amarildo e o Luquinhas que tinha dormido na casa dela e o Davi chegar com a Tata.
Sim. A casa foi enchendo outra vez e foi uma delícia o restante do nosso dia. Com muita comida, conversa e música! Porque o som estava alto, as crianças cantando e dançando. Segundo eles, estavam fazendo show.
3/3
Mulher tu termina essa fic pelo amor de Deus, to voltando aqui depois de 3 anos e quero um final🙌🏻 Vou reler tudo do começo ❤️ Não demora por favorrrr🤞🏻
ResponderExcluirCinco anos já, demorei foi uma vida. Mas voltei pra finalizar, não poderíamos ficar sem um fim. Meia noite tem capítulo, tu volte aqui. ❤️
ExcluirEstou amando,posta mais ��
ResponderExcluirPq você apagou algumas outras da sua fanfics? Saudades de relê!
Meia noite tem mais nega!
ExcluirEu não apaguei, eu lesada coloquei o blog privado e agora não sei aceitar os leitores. Irei mexer nas configurações de novo!
Queria muito ler as outras autorizar por favor
ResponderExcluirMulher, me desculpa, eu coloquei o blog privado só que não procurei sab r como fazia pra aceitar os leitores. Irei mexer nas configurações de novo e aviso vocês por aqui mesmo.
ExcluirOk obg
ExcluirPronto?
Excluir