Capítulo 12

Narrado por Luan
  Assim que voltei do Guarujá viajei direto para o sul do país. E a rotina voltou a ser a mesma: shows, entrevistas, promoções de rádios e por aí vai.
  Estava em Londrina - PR, espaço lotado, os fãs bem animados e alto astral e junto tivemos o melhor show da noite. Voltei com tudo, depois de quadro dias de folga.
Assim que acabou o show já voamos para a outro cidade e foi assim até o mês de Novembro. Mês em que eu me encontraria novamente com Ester, a golpista, malandra que quer me passar a perna.
  Cheguei em casa de madrugada, deveriam ser seis e meia da manhã. Tomei um banho e quando pensei que dormiria meu pai bateu na porta do quarto. Disse que teríamos reunião e que a Fernanda deveria estar chegando.

_ Pô, pai. Por que não marcou mais tarde? -perguntei ainda deitado.-
_ Porque foi o único horário que ela tinha disponível para hoje. -retrucou.-
_ Uai, ela está sendo paga o suficiente para ajustar os horários dela aos meus. -respondi irritado, afinal, estava com sono.-
_ Não é porque ela está trabalhando pra ajudar você, que tem que fazer as coisas na hora que você quer, Luan. Ela nunca se opôs à nada, exceto hoje por ter que viajar com os pais no horário do almoço.
_ Tá bom pai. Quando ela chegar eu desço. -falei dando as costas para a porta.-
_ Não, você vai descer é agora. -e saiu.-

  Eu nunca contrariei meu pai em nada e mesmo depois de velho ainda o respeito, porque ele é meu pai e sempre foi assim. Levantei da cama vestindo uma bermuda, coloquei uma regata e deixei os cabelos bagunçados do jeito em que estavam.
  Cheguei na sala e senti o cheiro de bolo e café, sinal de que a mamusca estava na cozinha. Fui até ela que terminava de passar o café e me olhou sorrindo.

_ Bom dia, mamusca. -falei segurando com as mãos em sua cintura e lhe dei um beijo no rosto.-
_ Bom dia, meu filho. Chegou bem de viagem? -perguntou com um sorriso lindo em seu rosto. "Como eu amo essa mulher."-
_ Cheguei sim, mamusca! -respondi me sentando à mesa.-
_ Tá cansado? Mãezinha tá fazendo um cafezinho pra você. -dizia toda contente, nem parecia que acordou cedinho por minha causa.-
_ Pior que tô viu mamusca e morrendo de fome. -ela riu e eu ri junto.- É sério, mamusca.
_ Luan, meu filho, você sempre está com fome. -risos.- Fiz aquele bolo de mandioca. Muito bom, e com o café quentinho fica melhor ainda.
_ Tudo isso pra mimar seu filho aqui? -perguntei convencido.-
_ Não, né Pi! Esqueceu que vai ter a tal reunião? Então, a mãe ligou pra Fê e convidou para tomar café aqui em casa e depois a reunião. -respondeu Bruna entrando na cozinha já trocada, com um shorts jeans, regata clara, chinelos e um coque.- Bom dia. Estava com saudades! -grudou no meu pescoço me sufocando, disse que era saudades e depois de beijar meu rosto se soltou e sentou do outro lado da mesa.-
_ E ela aceitou? -perguntei surpreso.-
_ Depois de eu muito insistir, sim ela aceitou. -disse minha mãe por fim.-
_ Se ela não queria não precisava insistir não mamusca. -respondi e ela junto com a minha irmã me olharam estranho.-

"Todo esse tempo que passou eu fui ignorado, Fernanda quando tinha algo ligava pro meu pai ou na central. Agora quando eu mandava mensagem no whats ela era fria, as vezes me ignorava e dava sempre uma desculpa. Fiquei bravo mesmo."

  Quando foi 8h47min ela chegou, escutei um carro estacionando e continuei sentado no sofá vendo meu desenho que eu ganhava mais.

_ Bom dia, Marizete. Bruna. Amarildo. -os cumprimentou.-
_ Bom dia, fiquei feliz que veio. -minha mãe sempre fazendo as honras da casa.- Entre e fique à vontade.
_ Obrigada. -ela se aproximou.- Oi Luan, bom dia.
_ Bom dia, Fernanda. -nem olhei e percebi ela ficar toda sem graça.-

  Enrolamos um pouco ainda e fomos para a sala de refeições e tomamos um café da manhã bem reforçado. Embora Fernanda tivesse um corpo lindo, ela não tinha frescura pra comer. "Como pode eu ficar babando e ela nem aí pra mim."
Depois que comemos meu pai nos chamou e fomos pro escritório, e assim que nos sentamos e ela pôs a maleta sobre a mesa, demos início.

_ Então, eu marquei mesmo essa reunião para acertar com as duas clínicas que farão os exames. -dizia concentrada.- Essas aqui são as mais confiáveis e sigilo absoluto. -nos entregou cópias de cinco folhas cada e nelas mostravam a clínica, o nome, quanto tempo atuava e essas coisas todas.- Agora cabe a vocês decidirem, para que assim que a criança nascer possamos realizar tudo com calma e organização.
_ Ótimo isso Fernanda. -meu pai dizia.-
_ E eu entrei em contato com o advogado da Ester, e ela completa 36 semanas daqui uma semana e meia, então na penúltima ou última semana desse mês nasce. -senti uma coisa estranha, mas fiquei quieto.-
_ Está preparado, Luan?
_ Eu tô, sei que não é meu mesmo! -dei de ombros.-

  Bem nessa hora o celular do meu pai tocou e ele precisou atender a sós. Então restou apenas nós dois, nos encarando como dois estranhos.

_ Não precisa me engolir com os olhos, já entendi que você não quer falar comigo. -disse ela enquanto guardava suas coisas.-
_ É ao contrário, não acha? -respondi com outra pergunta.-
_ Não me leva a mal, de verdade. Eu realmente estive ocupada esse tempo todo. A empresa está cobrando muito de mim, assim como a faculdade e...
_ Não precisa se explicar. -a interrompi e ela se calou.- Não precisa dar desculpas também, era mais fácil falar que não queria me responder. -ela me olhou arregalada e engoliu seco.

  Meu pai voltou e então ela se despediu de nós dois e foi embora. E eu fui pro meu quarto dormir.

Narrado por Fernanda
  Luan me tratou com tanta frieza que eu me senti mal. Saí de lá direto pra casa, onde subi pro meu quarto em silêncio, terminei de arrumar minhas malas e desci indo pro carro da minha mãe.
Viajaria para a casa dos pais do meu pai, minha avó Olga e meu avô Oscar. Era aniversário de casamento deles, ou seja, toda a família reunida. Eles moravam no interior, em uma chácara de luxo. O único problema é que não tinha sinal nenhum de celular.

_ Nossa, filha. Está quieta... -meu pai comentou.-
_ Pensando pai. -encarei a paisagem do lado de fora.-
_ No que? Ou melhor, em quem? -perguntou minha mãe com um sorriso.-
_ Em mim, na minha vida. -estava evasiva e eles me conhecendo bem, deixaram-me "sozinha".-

   Foi uma viagem de nada menos que quatro horas, minha bunda estava quadrada já de tanto ficar sentada e dei graças à Deus quando minha mãe estacionou. Desci na frente com ela e meu pai que se virou pra trazer as malas.

_ Fernanda, você veio minha querida. -se levantou vindo em minha direção.-
_ Pensou que eu perderia comida vovó?
_ Não mesmo, por isso que a Beta fez aquela lasanha que você tanto ama. -disse meu avô chegando por trás e me abraçando também.- Tá crescida hein menina.
_ Não muita coisa vô, bem pouquinho! -tentei representar o mínino possível e ele riu.- Não chegou mais ninguém?
_ Só mais três primos seu, estão na piscina.
_ Vou lá então.

  Não perdi tempo e desci, na área da piscina escutei risadas e quando me aproximei os três me olharam. E eu não estava louca, mas tinha seis meninos na água. E três deles não eram meus parentes. "Agradecida por isso!"

_ Nossa, que morena hein! -um deles disse.-
_ Mais respeito e não olha muito que é minha priminha. -Gustavo saiu da água e veio me abraçando mesmo todo molhado.- Oi pequena. -beijou meu rosto.-
_ Oi, Gu. Sentiu minha falta? -perguntei me soltando dele.-
_ Tenho sempre. Faz tempo que eu não te vejo viu, desde a virada do ano.
_ Sim, viajei pra Natal. -sorri.-
_ Minha loirinha veio?
_ Não, ela não pode. -fiz bico.- Terá que se contentar com a minha presença.
_ Sem problemas nenhum, será um grande prazer. Deixa eu te apresentar, esse é o Guga, Celão e Mau. -eles mandaram um "salve" e eu sorri de volta.- E os outros dois são meus irmãos, seus primos, então não precisa de apresentações.
_ Acho que quero entrar na piscina também viu.
_ Põe o biquíni ué.
_ Não quero, preguiça de subir e abrir a mala. -torcia o nariz.- Segura aqui. -entreguei o celular, óculos de sol e comecei tirando o shorts, depois a blusa e mergulhei somente de lingerie. "Relaxa, não era transparente."-

_ Que lugar é esse, estou no paraíso. De frente para uma deusa. -um moreno bombado segurou minha mão assim que levantei do meu mergulho.- Prazer, Marcelo. -beijou a mesma.-
_ Satisfação, porque o prazer vem depois. -pisquei e saí, dando a volta e indo falar com o Gu que estava sentado na espreguiçadeira ainda com as minhas coisas na mão.-
_ Eu como seu primo, cuidarei de você. Agora veste isso, não quero esses daí babando em você. -me entregou sua regata e eu dei risada e ele olhou sério, então vesti e ficamos conversando.

  Gustavo era filho da filha da irmã do meu vô Oscar. Tínhamos uma amizade além de sermos parentes, mas isso porque antes dos meus quinze anos e nos mudarmos pra capital morávamos próximos. Não na chácara, e sim em uma cidade pequena. E por termos quase a mesma idade estávamos sempre próximos. Ele tinha 26 anos, engenheiro civil e solteiro. Pena que era meu primo, porque pensa na tentação em forma de homem. Era ele.
  Perdi a noção de quanto tempo ficamos ali. Entramos quando minha vó veio nos chamar, dizendo que o almoço estava pronto.

_ Fernanda, cadê sua roupa? -minha mãe perguntou vermelha de vergonha.-
_ Na piscina, estava muito calor. Mas daqui a pouco eu me troco. -ri.-
_ Filha, você é uma mulher já. Não aquela menininha que entrava na piscina só de calcinha. -"É mamãe, já fiz isso uns tempos atrás."-
_ A senhora está me tratando como uma criança. Sabe que eu não gosto disso, tenho 21 anos já. -bufei cruzando os braços.-
_ Deixa a menina, Alice. Estamos em família, ninguém vai reparar no corpo da Nandinha. -meu avô me defendeu inocentemente.-
_ Seu Oscar, olha isso. Não passa despercebido nunca. -risos.- Se o pai dela souber, meu deus.
_ Ai deus viu! Se te deixa feliz irei trocar de roupa mamãe.

  Fui pro quarto e tirei a blusa do Gu, coloquei meu biquíni e uma saída por cima e voltei pra sala. Todos os presentes estavam apenas a minha espera. "Dois dias inteiros de perguntas sobre meu namorado, que não existe. Affe, minhas tias me sufocam as vezes...quase sempre."
Depois do almoço fomos andar pela chácara, fomos, eu, Marcelo e Gustavo. Os outros não quiseram ir. "Ai tinha viu."
Do nada meu primo sentiu uma dor de barriga e falou que ia voltar, mereço viu.

_ Fala a verdade. Gustavo está muito bem, não é? -perguntei com ar de riso.-
_ Eu queria um tempo sozinho com você, aliás, vim pra cá justamente porque sabia que você viria. -falava sorrindo.-
_ Hum, esse papo eu já conheço e sei como termina. -revirei os olhos e dei as costas.-
_ Bem direta você não é? -assenti.- Então topa ficar comigo?
_ E por que eu ficaria com você? Pra você espalhar por aí que ficou com a prima do Gu? -"Poisé, era assim quase sempre."-
_ Pô gata, não é assim não. Você é bonita e solteira, beijar não tira pedaço.
_ Realmente. Beijar não, mas olha, não dá.
_ Por que?
_ Simples. Meu pai está bem ali. -ri saindo de perto dele e voltando para junto dos outros.-

  Meu pai olhou estranho, mas eu logo me acertei com ele e fui dançar com a minha avó. Ela foi bailarina muitos anos atrás e tinha uma sala de dança na chácara. Ficamos ali, nos alongando e eu velha acabada estava quebrada.

_ Ai chega vó, cansei! -me joguei no chão e por ali fiquei encarando o teto.-
_ O que é isso querida, ânimo. -riu.-
_ Estou enferrujada, isso sim.
_ Alonga mais. -ela me auxiliou e doeu tipo...muito. Porém quando terminou eu estava bem flexível e ser flexível é bom.-
_ E agora? -perguntei.-
_ Poderíamos dançar um pouco. -sugeriu.-
_ Ok. E eu vou filmar tudo.

  Posicionei o celular e dançamos em sincronia, foi bem bacana. Depois minha mãe se juntou à nós e arriscou um passo ou outro. Ao finalizarmos fui tomar um banho, saí enrolada na toalha e levei um susto com Marcelo entrando e trancando a porta.

_ Ficou louco? -perguntei séria.-
_ Não posso deixar você passar.
_ Olha, você pode sair por bem, ou eu posso fazer um escândalo e dizer que você tentou me violentar! -ele olhou assustado.-
_ Eu só iria te roubar um beijo. -fez bico.-
_ Estou em uma viagem familiar, sem pegação. -"Mentira gato! Tô me fazendo de difícil que assim eu posso aproveitar bem mais quando você estiver subindo pelas paredes."-
_ Eu faço qualquer coisa. -suplicou.-
_ Olha, se eu fosse você saía do quarto. -alertei.-
_ Isso é mais um fora? -assenti e ele riu balançando a cabeça e saiu.-

  Coloquei meu vestido longo e tomara-que-caía, sem sutiã nem calcinha. Penteei meus cabelos deixando-os soltos e desci.

  A noite veio chegando e junto com ela mais pessoas. A casa ficou cheia de gente, e tinha criança chorando, mulheres falando alto e os homens rindo de piadas machistas e escrotas. "Cadê minha internet nessas horas?"
  Pois bem, fui atrás de sinal. Me enfiei no meio dos matos lá e até iria arriscar subir em uma árvore.

_ Cuidado pra não cair princesa.
_ Meu filho, você não desiste né?! -ele negou.- Então vem cá!

  Lhe puxei pelo nuca, fiquei na ponta do pé e ele inclinou a cabeça encostando os lábios nos meus e nos beijamos. E ele beijava bem, tipo muito bem. Tinha essa pegada de homem mais velho mais experiente. Suas mãos bobas deslizavam por minha bunda e apertava com calma grudando meu corpo no dele e me fazendo sentir sua ereção por cima da bermuda. Coloquei minhas mãos em seus ombros e cravei as unhas fazendo-o grunhir e morder meu lábio inferior. "Delícia de homem." Fui empurrando seu corpo até o tronco de uma árvore e quando encontrei a posição "certa" o beijei com mais intensidade ainda, dando espaço para aquela lingua entrar com tudo na minha boca e me fazer imaginar como seria aquela lingua entre as minhas pernas, chupando cada gota de excitação que sairia de mim. Ah! Peguei uma de suas mãos e coloquei por cima do meu sexo e ele alisando me fazia gemer em sua boca e ele ia com mais atenção, porem sem interromper os beijos. Para minha surpresa Marcelo subiu meu vestido, me pegou no colo deixando que eu cruzasse minhas pernas em sua cintura e voltou e me tocar intimamente por trás. Eu estava enlouquecendo de verdade. E não demorou para que eu chegasse ao ápice.

_ Nossa, valeu a pena insistir. -comentou ele ofegante.-
_ Ainda estou te devendo uma coisa.

"Lógico que eu não faria sexo propriamente dito com ele. Mas um agrado não mata ninguém."

  Abri sua bermuda, enfiei a mão dentro da cueca e peguei firme liberando-o e o masturbei até que ele gozou enquanto gemia meu nome e se sentiu satisfeito.
Depois dei uma arrumada na roupa, cabelo e voltei na frente. Sentei ao lado dos meus pais e fiquei quieta.

_ Conseguiu entrar sinal? -minha mãe perguntou curiosa.-
_ Não, fiquei com medo de ficar lá embaixo sozinha e voltei correndo. -"Sozinha? Acho que não né... "
_ Poderia ter WiFi aqui né mamãe.
_ Hugo, desliga dessa tecnologia um pouco. Aproveite sua família! -minha avó dizia.- Esquece que é um empresário renomado e seja somente um membro da família. Sem iPhone, MacBook e outros acessórios. -falava com desdém.- Você trabalha demais.
_ Eu gosto mamãe, e gosto muito. -falava feliz.-
_ Amor, assuntos de trabalho hoje não e nem enquanto estivermos aqui.

"Ha! Minha mãe pondo ordem no coroa."

  Não ficamos muito tempo mais acordados e fomos dormir logo depois de uma partida de snooker. Tive sonhos bons, mas no meio da noite um sonho que mais parecia pesadelo. Mas esquece.
Sei que o fim de semana foi ótimo, comemorar em familia é bom, bem produtivo. Eu até gosto! Mas voltamos pra casa na tarde de domingo. E já fui recepcionada com ligações e mais ligações. Arleyde, Amarildo, o próprio Luan e Lucila disse que tinham me ligado em casa também. Retornei a ligação e demorou pouca coisa e atendeu.

_ Arleyde? É a Fernanda. -falei.-
_ Desculpa esse monte de ligações, é que Ester ligou pro Luan e disse que estava indo para o hospital.
_ Hospital? Pra quê?
_ A criança está pra nascer, hoje ainda...Precisamos de você aqui!

~.~

  Ester dará a luz! Agora que a coisa fica boa. Uhuuul! Beijos meninas, continuo amanhã.