Capítulo 15

Narrado por Fernanda
  Ok. Todos fomos surpreendidos, até mesmo Ester. A cara que ela fez foi de tipo "Caralho deu certo!"
  Não era possível, aquilo não poderia ser verdade. Seja lá o que ela fez foi muito bem feito. Essa loira me passou a perna. Eu não estava crendo nisso.

_ Vamos lá, estou esperando. -dizia ela sarcástica.- Meu pedido de desculpas!
_ Nunca eu te pediria desculpa, mesmo que esteja errado. -esbravejou Luan e saiu da sala. Amarildo foi atrás do filho e restou nós três.-
_ Olha, devo confessar você fez um bom trabalho viu gracinha.
_ Está falando comigo? -perguntei baixo.-
_ Claro. Mas não fique frustrada. Ele te enganou. Eu não iria me expor se soubesse que era uma mentira. Bom, agora que tudo foi esclarecido. Quero que minha filha seja registrada com o sobrenome Santana! -dizia aquilo com brilho nos olhos. "Deveria estar imaginando os zeros na conta bancária subindo."-
_ Mercenária! É isso que você é. -falei e ela se assustou. Me encarou por um tempo.-
_ Sou mesmo, achou que eu iria estragar meu corpo à toa? Nunca! E agora eu vou fazer da vida dele um inferno. -disse com um sorriso no rosto.-
_ Bom. O que vai ou não fazer não me interessa. Meu trabalho foi feito e fim. Acabou, Ester.
_ Pra você pode até ter sido. Mas para mim está só começando. -falou e saiu.-
_ Então, Luciano. Não sei como seguirão as coisas, mas qualquer coisa pode me ligar ou mande um e-mail. -ele assentiu e então se foi.-

  Sentei em uma das cadeiras que ali estavam e fiquei mexendo no meu celular. Escutei vozes alteradas, e continuei na minha. "Que tédio. Que chatice ficar esperando."
  Resolvi ir embora. Guardei minhas coisas, e quando me levantei e estava pronta pra sair a porta foi aberta com tudo e Luan entrou seguido do pai.

_ Está tudo bem? -perguntei e ele me fuzilou.-
_ Parece que está alguma coisa bem? -falou alto.- Me diz você, Fernanda!
_ Luan, não começa. -o pai dele disse.-
_ Não começa? -riu irônico.- Se quiser já pode ir embora. Não tem mais nada que possa ser feito mesmo.
_ Tudo bem. Tchau! Amarildo, sabe que pode me ligar qualquer coisa.
_ Sim, Fernanda. Agradeço por ter nos ajudado, você fez um ótimo trabalho. -sorriu acolhedor e eu fiz o mesmo, cruzando a porta e instantes depois saindo dali.-

"Uau, que reviravolta."

  Fui direto para a empresa e por lá fiquei o restante do dia. Saindo de lá e indo direto pra faculdade e chegando em casa 23h15min da noite. Como eram todos os dias. Jantei com os meus pais, que sempre me esperavam e fui dormir.

Narrado por Luan
  Sabe quando você se sente perdido? Se sente culpado? Era assim que eu estava. Eu sentia raiva por ter rejeitado por nove meses minha filha, minha menina.
  Depois de uma bronca daquelas me "acalmei" e voltei pra casa. Minha irmã e minha mãe estavam no sofá e se colocaram de pé assim que eu e meu pai entramos. Mesmo assim eu passei direto, jogando os dois exames em cima do sofá e fui direto pro meu quarto. Tomei um banho que durou horas e quando saí me joguei na cama e por conta do cansaço mental que eu estava, adormeci em questão de minutos.

_ Luan? -acordei devagar com a minha mãe no quarto.- Acorda filho, você precisa comer.
_ Não tô com fome mamusca, nem um pouco.
_ Fiquei preocupada com você. -alisou meus cabelos.-
_ Tô confuso. Com raiva de mim mesmo. -desabafei.-
_ Filho, não adianta ficar assim agora. Se sentindo com raiva, se sentindo com culpa. Entenda que você descobriu agora e pode mudar isso, sua filha tem menos de um mês e você terá a vida inteira pela frente. -"Mamusca sempre tinha uma solução pra tudo."-
_ Mas mãe, a senhora não entende.
_ Sim. Eu entendo, você amou aquela garotinha desde quando à pegou no colo e ficou todo bobo. Com um sorriso no rosto, olhos brilhando e o carinho, o cuidado. Desde então pra você não fazia diferença se aquele exame daria positivo ou negativo. Ela era sua filha e esse exame trouxe a comprovação disso. Agora não importa o que passou e sim o que vai acontecer daqui pra frente. Um novo homem, com novas atitudes. -falou dando um na minha testa.- E vai comer, enquanto pensa.
_ Obrigada mamusca. -agradeci.-

  Assim que ela saiu eu me sentei e jantei, estava morrendo de fome. Depois me levantei, escovei os dentes e desci pra levar meu prato até a cozinha.

_ Isso é hora de acordar, Pi? -Bruna perguntou já de pijama, estava terminando de comer também.-
_ Mamusca foi me levar a janta.
_ Está mais calmo? Fiquei sabendo que estava bem nervoso. Papai me disse...
_ Eu não estava nervoso. -me defendi.-
_ Ah, não? Você gritou com a única pessoa que fez de tudo pra te ajudar e mais, ela não cobrou um único centavo.
_ Como não, Bruna? Pirou? -puxei a cadeira e me sentei de frente para ela.-
_ É sério. Eu escutei tudo hoje cedo, enquanto você estava acabando com a água de São Paulo! -riu.- Ela disse que não precisava de dinheiro, que faria aquilo por vontade de ajudar.
_ Não...
_ Pisou feio na bola. Nem vou te falar nada. -terminou de comer e pôs o prato na pia.-
_ Vou falar com ela. -me decidi.-
_ Sinta-se feliz se ela visualizar sua mensagem. -riu e subiu me deixando ali.-

"O que minha irmã quis dizer com isso?"

  Olhei no relógio e já era mais de meia noite. Seja lá o que eu fosse fazer teria que esperar até a manhã seguinte. E como estava sem sono fui para o estúdio e fiquei fazendo a única coisa que realmente me acalmava: tocar violão.
  A melodia me deixava leve, com a sensação de que meu coração ficaria em paz nem que fosse por alguns minutos. Tudo que eu queria agora era estar em cima de um palco cantando e recebendo o carinho e apoio dos meus fãs.

  [Dias depois.]

  Tudo estava resolvido. Registrei Melissa como minha filha e futura herdeira. Agora me restava contar isso aos fãs. Não por obrigação e sim porque mais cedo ou mais tarde iriam descobrir mesmo. Como pai da criança e não estando com a mãe lá vamos nós acertar mais uma coisa: o valor da pensão. Que seria significativo, não preciso de um juiz pra falar quando devo dar pra cuidar da minha filha. Ela teria tudo do bom e do melhor.

_ Bom, eu volto a viajar na terça-feira. Queria ver a Melissa e ficar com ela esses dias de folga, Ester. -falava com ela ao telefone.-
_ Se eu for junto, tudo bem. Até porque ela não tem nem um mês. -dizia animada.-
_ Eu sei. Passo aí pra buscar vocês em duas horas. -desliguei e desci até a sala, onde minha mãe estava junto com a escandalosa da minha irmã.- Mãe, tem problema se a Ester vir pra cá nos dias em que eu estiver de folga? -perguntei sem jeito.-
_ Claro que não meu filho, vai ser até gostoso ficar mais perto da minha netinha. -sorriu.-
_ Melzita vem pra cá? Que fofura. Vou ir no shopping comprar algumas coisinhas pra ela. -falou toda eufórica já se pondo de pé e indo direto pra escada.-
_ Está melhor? -neguei.- Senta aqui, quer conversar?
_ Não me acostumei ainda e nem sei como vai ser quando eu contar aos fãs. A imprensa vai cair em cima e assim, Ester só quer status...nada mais que isso. -falei triste.-
_ Algum juízo ela deve ter né. Então vamos esperar e tudo vai ficar bem. -segurou minha mão.-

  Duas horas depois como tinha dito peguei a chave do carro e fui buscar as duas. E voltei pra casa dirigindo com todo cuidado do mundo. Quando chegamos, assim que estacionei minha mãe apareceu na porta da sala e logo entramos.

_ Ai que princesa, posso pegar? -Ester entregou Melissa e já foi se sentando no sofá.-
_ Vou colocar suas coisas no quarto de hóspedes e como ainda não pode subir escadas vai ser no daqui de baixo. -ela assentiu. E então eu levei.-
_ Mãe do céu, não sabe o que eu vi! -Bruna desceu gritando e eu quase matei ela.-
_ Vai assustar a menina sua doida.
_ Ai Pi, foi mal. Melissa, oi coisa linda da tia. -brincava com ela.-
_ Lembrando que a filha é minha. -brinquei.-
_ E minha neta. -"Que princesa, tinha que ser minha filha mesmo. Não tem jeito."-

  Meu pai chegou algumas horas depois e depois de um banho desceu e ficou babando na neta também. Ester tinha ido tomar banho, minha mãe e a Bruna tinham subido. Então ficamos só nós dois e foi a hora de eu perguntar uma coisa que ficou na minha cabeça todos esses dias.

_ Pai? -ele olhou.- Que história é essa da Fernanda não ter cobrado nada? -ele assentiu e continuou brincando com a Melissa.-
_ Ela escolheu assim. Eu insisti, conversei com pai dela e tudo e ela fez por amor à profissão. E olha, fez muito bem feito.
_ Como fui mal agradecido. -falei mais pra mim do que pra ele, que ouviu e sim, retrucou.-
_ Foi. E com a única pessoa que não tinha culpa de nada teve que engolir seu desaforo. Papelão viu Luan, não foi pra isso que eu te criei não moleque.
_ Eu sei, mas estava nervoso. Me alterei, mas eu vou falar com ela. Quero me desculpar pessoalmente. -comentei.-
_ Faça isso. -e a conversa acabou ali.-

  Passei um tempo conversando com a Lelezinha e disse que postaria uma foto com a neném e quando voltasse para os shows faria uma twitcam contando tudo.

"Pela primeira vez na vida tive medo do que pensariam, como meus fãs reagiriam à uma noticia dessas."

@luansantana: Para compreender os pais, é preciso ter filhos. #Melissa <3 Papai te ama demais princesa!

  O alvoroço seria grande, porém com o tempo seria esclarecido.

~.~
  Mais revelações? Eita Geovannaaa rs. Espero vocês amanhã. Beijos!

PS: Ou melhor... 10 comentários até de noite e eu posto mais um. 
*Mas só um por pessoa!