Capítulo 8

Narrado por Fernanda
  Antes que eu cedesse ao desejo carnal e fizesse uma grande besteira, seria prazerosa, mas não deixaria de ser besteira... Fui direto para um banho gelado no meio da noite e posso dizer que aquele banho apagou meu fogo. "Ah! Luan Santana...essa brincadeira vai ter volta. Ah se vai."
  Vesti minha camisola somente com uma calcinha por baixo daquele tecido e me deitei, mas o sono não vinha. Então fiquei trocando mensagens em uma sala de bate-papo. "Era onde eu mais conhecia pessoas, e achava o máximo. Me julguem!"
  Quando pensei em dormir, dona Lucila entrou em meu quarto dizendo que a van particular que nos levaria pro Guarujá já estava pronta e que meus amigos estavam pra chegar. "Qual o problema dela? Ela não dorme não, ou não preza pelo meu sono?"
  Levantei e nem me preocupei em trocar de roupa e desci do jeito que estava mesmo. Ao chegar na sala me deparei com malas e mais malas, pessoas jogadas no meu sofá e outras sentadas na escada e outras cruzavam a porta.

_ Boa madrugada, amigos ! -falei indo para a cozinha, o de encontrei meu pai encostado no balcão de roupão e tomando uma xícara de café- Bom dia pai. -falei sorrindo-
_ Bom dia, Fernanda. Vai viajar assim ? -"Viish, ferrou. Meu pai odiava a ideia de que outros homens me vissem de roupa de dormir."- Ou foi sem querer?
_ Ah! Sabe que nunca faço isso pai. Foi um deslize. -beijei seu rosto- Cadê minha mãe?
_ Dormindo. Eu só desci, porque queria ver mesmo seus amigos gays.
_ Não olha muito, eles tem uma coisa mais assim com homens mais velhos. -"Claro que era mentira, era porque os meninos só falavam de mulher."-
_ Sendo assim eu fico aqui.

  Meu pai não precisava falar muito para que eu percebesse quando ele não estava bem, ou quando estava muito bem. E ele estava tenso. Lhe dei um abraço bem apertado e ele me aconchegou em seus braços, depositando um beijo na minha testa e mexeu em meus cabelos.

_ Promete pra esse pai aqui que irá se cuidar direitinho? -"Preocupação era a palavra certa."- Hein!?
_ Prometo, pai! Ligarei todos os quatro dias e avisei sobre tudo sempre.
_ Ótimo. Agora pode trocar de roupa, viu.

  Subi e tomei uma ducha bem rápida, quando saí já me enxuguei e vesti a roupa que havia deixado em cima da cômoda e prendi os cabelos num rabo de cavalo. "Essa roupa estava...boa!" Pensei ao me olhar no espelho e desci com as minhas malas e encontram as quinze pessoas que iriam, entre elas a Lila.

_ Bom dia, Lila. -lhe cumprimentei com um abraço-
_ Bom dia, Fer. Pronta para um fim de semana intenso e relaxante ? -"Mordi os lábios ao perceber o duplo sentido em suas palavras e sussurrei que sim e muito."- Que ótimo. Já estamos todos prontos. -disse se afastando e indo se despedir do papai-
_ E minha mãe? -perguntei antes de entrar na van-
_ Descendo as escadas. -olhei para trás sorrindo e esperando que ela se aproximasse, minha mãe ainda estava de pijama e cabelos impecáveis. "Sorriso de quem passou a noite se divertindo."-
_ Filha. Por favor, aproveite e se comporte. Digo... Tome cuidado, os caseiros não estarão lá e é perigoso naquela piscina e...
_ Mãe, está tudo bem. -lhe beijei na bochecha rapidamente e fui direto para a segunda van, onde estava Lila e a loirinha, Bruna o nome dela.

"Não ponham a culpa em mim, Dalila quem deu a ideia mesmo sabendo tudo que rolaria na nossa festinha na praia."

_ Nem acreditei quando o Pi me disse que eu também tinha sido convidada, meus pais deixaram de boa. -nos contava- Mas o que rola nas festas de vocês ?
_ De tudo. -fui sincera- Lógico, que tudo que você queira, nada forçado.
_ Vocês se drogam? -perguntou com olhos sobressaltados e assustada, olhei pra Lila e voltamos a olhá-la rindo-
_ Não, mas amigos nossos sim. -ela não pareceu muito convencida, mas não disse nada- E você ?
_ Eu só bebo mesmo e dou uns beijos, sem essa se transar com qualquer um. -falou fazendo cara de nojo e eu fiquei quieta- E vocês ? Eu imaginei que fossem as duas certinhas, não topassem coisas assim...
_ Você vai conhecer nosso mundo, mas assim... O que acontece em Vegas, fica por lá. -fui direta e ela sorriu assentindo- E seu irmão ?
_ Ele pediu para mandar o endereço quando chegarmos, porque ele precisa fazer as fotos de uma campanha primeiro e depois ele vai. -dizia calmamente-
_ Campanha ? Mas ele não é cantor ? -"Dalila e a arte da curiosidade."-
_ Ele foi convidado por ter uma maior visibilidade da marca também. Publicidade, sabe como é né!?
_ E como sei. -falei pegando minha bolsa e puxando o fio dos fones de ouvido- Meninas, não sei vocês, mas estou morrendo de sono e vou dormir até chegar lá. Beijinhos. -não esperei por respostas. 

Coloquei minhas melhores músicas e dormi tranquila. Acordando duas horas depois com o sol rachando meu "globo".

_ Meu deus, que calor. -falei suada enquanto descia da van-
_ É amiga, o sol está perfeito.
_ Não quero nem desfazer as malas. -disse eu entrando em casa- Marília ? -chamei e logo ela apareceu sorrindo e dando-me um abraço-
_ Fernanda, quanto tempo. -"Vamos por partes. Os caseiros não ficariam na casa, mas Marília que era filha deles e minha amiga, ficou."- Pensei que estava cansada daqui.
_ Eu me cansar desse paraíso? -olhei em volta- Jamais. Quero que conheça algumas pessoas. -saí apresentando um por um até que estavam todos apresentados. Fiz o mesmo ao apresentar a loirinha e depois mostrei os quartos e cada um ficou em um e as duas suites "sobraram".

"Bruna e Dalila escolheram à que era dos meus pais e eu fiquei com a minha mesmo."

_ Fiquem à vontade. Eu viu ficar por aqui e me trocar. -a galera se dispersou, uns foram para piscina, outros praia e depois de lugar avisando que cheguei me juntei ao grupo da piscina: Arthur, Larissa, Matheus, Caio, Bruna, Lila e Luís.
_ Nossa linda, vai ficar de roupa?
_ Matheus, não vou realizar seu sonho de me ver nadar pelada. -falei rindo e ele fez uma cara "triste"-
_ Poxa. Eu tinha esperanças.
_ Eu vejo sempre, até cansei já.
_ Luís, você me dá sono. -bocejei-
_ Poxa, Fefê assim magoa. -falou fazendo bico e eu revirei os olhos ao ver os outros rindo-
_ Marília ! -chamei e ela veio já de biquíni- Vamos dar um mergulho ? -ela assentiu e eu chamei Lila e Bruna, mas as duas nojentas disseram que não, que tomariam um sol. "De onde eu venho isso é frescura, coisa de patricinhas...Bléee."

  Tirei a saída de praia e mergulhamos, quando submergi sorri porque a água estava realmente uma delícia. Passei a mão no rosto tirando o excesso de água e aproveitei pra brincar um pouco, subi nas costas do Luís que me segurou pela coxa.

_ Está pesadinha, hein. -ria me olhando sobre os ombros-
_ Ai, como você é ridículo. -mordia sua nuca e ele rindo. Mas não deixou barato, me jogou e ficou me segurando debaixo d'água.-

"Sério, meu amigo era gato. Muito mesmo, mas era só meu amigo. Uma grande pena."

  O dia inteiro foi festivo, muita bebida mesmo. Estava chapada e querendo dormir quando não tinha nem anoitecido ainda. Bruna estava mais solta, bêbada e até dançando na beira da piscina com a Lila estava. Matheus e Luís que não eram nada besta estavam bem aproveitando pra roçar aqui e ali, mas eu já avisei que não era pra zoar com ela.
  Subia as escadas indo para a suíte, cheguei na porta e escutei meu celular tocando. Corri pra atender.

_ Alô? -atendi sem nem olhar foto, nem número.-
_ Filha? Você estava bebendo? -"Ferrou. Era minha mãe. Fernanda burra, esqueceu de ligar quando chegou."-
_ Não, mãe. Estava na piscina, gritei muito com as meninas zoando e fiquei rouca. -fingia a voz e ela pareceu ficar mais tranquila.-
_ Estava aqui preocupada, liguei na casa e nem a Marília atendia. Achei estranho.
_ Dona Analice, não se preocupe. Sua bebê está bem viu. -ria e ela gargalhou também.-
_ Seu pai está mandando um beijo e pediu pra você cuidar bem da Bruna, hein filha. -aproveitei pra dar uma olhada pela sacada e Bruna continuava alegre- Ouviu, Fernanda !? -falou mais alto-
_ Sim, mãe. Bruna está bem... "E bêbada, bebeu tanto que está até dançando na beira da piscina roçando a bunda no pinto alheio." ...Ela se enturmou bem com o pessoal. -falei por fim-
_ Então tudo bem. Deixarei você aproveitar. Beijos, a mãe te ama e se cuida. -desliguei depois de dizer que me cuidaria e que também a amava-

"Cama minha filha! Tô te querendo." Me joguei na cama e dormi muito rápido. Quando lembrei de acordar foi porque estava quase fazendo xixi nas calças, literalmente. Olhei no espelho e estava com o rosto todo amassado, cabelos despenteado, e biquíni estava torto. "Cara de quem acordou depois de ser fodida. Mas não, efeitos da vodka mesmo."

  Cocei a cabeça, depois penteei meus cabelos e resolvi descer e ver como estava a situação das pessoas lá fora.

_ Luan, para de ser burro. -Bruna ria ao falar com o irmão no telefone.- Não! Não! Oh, fala aqui com a Fê. -deu o celular na minha mão saiu correndo pro banheiro-
_ Pois não? -atendi com a maior vontade de rir, não sei bem o porquê-
_ Como você deixou minha irmã ficar bêbada desse jeito? -estava sério ao telefone, voz firme e bem máscula-
_ Olha, sua irmã é maior de idade e outra, vim para me divertir e não pra ficar controlando os copos de ninguém, gato! -respondi indiferente-
_ Ainda bem que já estou no Guarujá, só preciso do endereço da casa. A Bruna não mandou e do jeito que ela está nem lembra o nome dela. -"Todo bravinho, deve ser um perigo. Ê Fernanda, sossega essa periquita né... "- Fernanda!
_ Nossa, não grita não. "Não pelo telefone." -ri- Está anotando ? Ou melhor, eu mando a localização por mensagem. -e desliguei, aproveitei que o celular estava sem nenhum tipo de bloqueio e enviei a localização e guardei o celular dentro da parte de cima do biquíni.

  Algumas horas depois um carro estacionou, um Porsche e eu fiquei babando naquela nave. Fiquei olhando e ele desceu jogando a mochila sobre os ombros, bateu a porta do carro e veio em direção a porta. Andava devagar e eu observava cada detalhe nele. "Homem gostoso é outra coisa, né!?" Fiquei tão tonta que nem percebi que ele já estava à um bom tempo tocando a campainha. Desci do sofá e fui atender a porta, ele estava bem sério, mas abriu um sorriso largo.

_ Boa noite, gatinha. -e me deu um beijo no canto da boca-
_ Oi. -respondi pondo o cabelo atrás da orelha- Entra, fica à vontade.
_ Cadê a Br... -ele nem precisou de falar, ela apareceu na sala e em vista do que estava antes ela estava bem melhor. "Sem cara de bêbada, mas seu rosto estava vermelho ainda."- Muito bonito encher a cara né?
_ Luan, relaxa. Eu tô bem. -sentou no sofá e jogou a cabeça pra trás.-
_ Onde eu vou ficar?
_ Bom. Não tem vagas em outros quartos, todos estão com alguém. Só sobrou meu quarto, afim de me fazer companhia ?

  Perguntei com um duplo sentido mesmo. Ele engoliu seco, sentia seus olhos queimaram cada parte do meu corpo e o esboço de um sorriso sacana surgir. Será que ele aceita? Ou prefere o sofá?

~.~

  Fernanda nem gosta de provocar né!? Se no primeiro dia foi assim, imaginem os outros três... Mas vem cá. Luan aceita ou não aceita dormir com ela...ops, no mesmo quarto que ela?
Próximo capítulo vocês descobrem. Beijos!